ÂME
Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco, como requisito para a avaliação parcial da disciplina de Arquitetura Contemporânea realizado pelos alunos Estácio Anacleto e Lucas Tavares. Orientadora: Ana Luisa Rolim.
Neste segundo volume da Fanzine ÂME, a abordagem permeia pelos principais tipos de museus no pós-modernismo e na contemporaneidade. Baseada na série televisiva Penny Dreadful, a qual se passa em plena era vitoriana na cidade de Londres e refere-se a diversos contos famosos de horror como Victor Frankenstein, Dorian Gray, Dráculo e Van Helsing, todos esses unidos em uma única história repleta de bruxaria, terror e açã. É através desse mundo caótico e sombrio que iremos relacionar os museus com os personagens a paritr de suas características emocionais, pscicológicas e ideias.
“O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nela repousa a esperança.” - Frank Lloyd Wright
SUMÁRIO 1. O QUE É O MUSEU? ........................................................................... 8 2. EVOLUÇÃO DA CAIXA ........................................................... 9 3. O OBJETO MINIMALISTA .............................................................. 12/13 4. O MUSEU-MUSEU .................................. 16 5. O MUSEU QUE SE VOLTA PARA SI MESMO ........... 17 6 7.
6. MUSEU COLAGEM ...................... 20/21
7. O ANTIMUSEU ........................ 24/25 8. FORMAS DE DESMATERIALIZAÇÃO ......................................... 28/29 9. MUSEU COMO ORGANISMO EXTRAORDINÁRIO .......................................... 32 10. SOUMAYA MUSEUM ................................................................ 33/35 11. INTERVENÇÃO NA RUA DA MOEDA ....................... 36/38 12. CONCLUSÃO ............................ 39 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............... 40
MUDANÇA
HISTÓRIAS
COMUNICAÇÃO
IDEIAS MEMÓRIAS
ARTE
O QUE É UM MUSEU?
VIAGEM NO TEMPO CIÊNCIAS CIDADES O Museu é espaço criado para ser interno como também externo o qual guarda memórias de um local; pessoas; animais, estas expressadas de diversos tipos como pinturas, esculturas, desenhos, cartas, objetos, roupas, cor, entre outros. É notória falarmos do clímax do surgimento dos museu a partir dos anos 80. Na época do pós-modernismo a sociedade começou a dissociar a realidade utópica que a arquitetura moderna trouxe e passou a procurar uma vivência mais próxima do seupassado. A busca pela socialização e aproxi-
REUNIÃO mação do convívio foi um ponto de partida para a avanço dos museus, o qual virou um local de permanência e encontro não somente para admirar as memórias e sim senti-las como uma nova experiência da sua vida, pegar como exemplo as lições e colocar em ação no seu dia-a-dia. Esse fenômeno mundial possui a capacidade até hoje de encantar gerações com as energias e senções que ele passa, muitas vezes de medo, alegria ou tristeza porém tudo isso é necessário para o entendimento. 8
EVOLUÇÃO DA CAIXA Os conceitos dos tipos dos museus presentes são discutidos a partir de Josep Montaner, arquiteto e historiador que classifica os museus que surgiram no periodo do pós-modernismo e conseguem transmitir características para a arquitetura contemporânea através de virtudes tipológicas do passado com uma nova perspectiva. Montaner divide em dois partidos mais gerais: o museu como organismo extraordinária e o museus contêiner ou caixa polifuncional, o qual se subdivide em 6 tipos: o objeto minimalista, o museu-museu, o museu voltado para si mesmo, museu colagem, anti-museu e formas de desmaterialização. O primeiro tipo de museu é o da caixa polifuncional ou contêiner, o qual desde o início do século XX ja foi usado no modernismo, por Le Corbusier e Mies van der Rohe,
MUSEU CAIS DO SERTÃO, RECIFE - 2018 BRASIL ARQUITETURA
como ponto de partida para a contemporaneidade. O Museu Retilineo de Crescimento Ilimitado de Le Corbusier se destaca pela sua capacidade de multifuncionalidade, neutralidade e expansão de espaço, assim como o projeto de Mies van der Rohe, Museu para uma Pequena Cidade, que possui grande influência de plantas livres e abertas. Dessas formas os dois se conectam formando concepções e definições para a evolução da caixa polifuncional. O museu abaixo é o Cais do Sertão, localizado na cidade do recife, e existe nele a predominância do museu “contêiner” com esse grande vão livre fazendo referência ao MASP de Lina Bo Bardi. A parte interna é formada por um pequenas exposições que podem ser facilmente deslocados de lugar pela facilidade da planta livre.
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Victor Frankenstein é um médico e cientista que depois de estudar bastante sobre a anatomia do corpo humano e os processos químicos escolhe dar à vida para um ser humano, a sua própria criatura, transformando a concepção bíblica da criação humana. Este personagem possui por si só o máximo de detalhes, sensibilidade e emoções durante a dramaturgia. Ele e o seu “monstro” ,Frankenstein, lutam pela fórmula mais eficaz da vida se remetendo a sacrifícios pessoais para conseguí-la. O minimalismo se encaixa nas loucuras de Victor através do seu método de produção suficiente, essencial e estrutural, com atenção nos mínimas minúcias e na ligaçõo direta com a natureza.
O OBJETO MINIMALISTA O tipo de museu objeto minimalista é um subtipo da evolução do museu contêiner, a partir da classificação de Montaner. É bastante autoexplicativo esse título pela sua essência bastante presente nas obras, as quais “os objetos são o que são”, a sua singularidade e individualidade passam características com a forma pura sem uma necessidade de explicação detalhada.
MUSEU HISTÓRICO CHIKATSU-ASUKA, JAPÃO - 1994 ESCADARIA - TADAO ANDO
MUSEU HISTÓRICO CHIKATSU-ASUKA, JAPÃO -1994 TADAO ANDO
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MUSEU HISTÓRICO CHIKATSU-ASUKA, JAPÃO - 1994 - VISÃO AÉREA TADAO ANDO
A arquitetura é baseada nas esculturas minimalistas e no movimento Minimal Art totalmente estruturais e funcionais, é a partir da valorização da forma sagrada e espiritual, e dos traçados geométricos básicos formando modelagens simbólicas mínimas. É perceptível entendermos a conexão que esse modo possui com a paisagem externa, a ligação da natureza, arte à arquitetura minimalista. Há, como exemplo dessa conjuntura, o Museu Histórico Chikatsu-Asuka projetado por Tadao Ando, localizado em Osaka, no Japão. Seu conceito é representar o período histórico em homanagem a cultura Kofun, implantado sobre mais de duzentos túmulos, a qual a arquitetura faz uma releitura com a forma de uma cripta subterrânea. Sua chegada é expressa com uma monumental escadaria gerando um espaço de passagem e de apreciação do entorno principalmente para o lago, tudo isso com a leveza símbolica à cultura local.
A Pinacoteca do Estado de São Paulo, projeto de intervenção feito por Paulo Mendes da Rocha, é um dos exemplos de museu de objeto minimalista no Brasil. A percepção de um novo edifício é nítida na Pinacoteca com a reformulação dos espaços em visões mais tecnológicas, dinâmicas e funcionais. Sua cobertura metálica em grelha translúcida e suas passarela entre as salas permitem uma digitalização do próprio espaço do museu.
PINACOTECA DO ESTADO DE SÃO PAULO PAULO MENDES DA ROCHA
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Vanessa Ives é uma médium que está se descobrindo como bruxa e tentando entender as suas magias sobrenaturais. Ela nasceu numa família com alto poder aquisitivo contudo sua juventude não foi nada fácil, ela se deixou levar pela sua ambição, rejeição e inveja e traiu sua melhor amiga sendo o ponto de partida para suas loucuras sobrenaturais, as quais afastou Vanessa de toda a sua família e amigos para lutar numa guerra interna com a sua consciência e poderes. O museu-museu possui essa conexão de seguir uma tipologia ou conceito do passado, com uma nova interpretação de si mesmo. Assim como o museu voltado para si mesmo que busca os seus olhares para uma autoanálise, uma viagem atemporal.-
O MUSEU - MUSEU É notório uma busca pela ressurreição do passado com este tipo “museu-museu”. A partir dos anos 70 ficou bastante comum a nova concepção de museu que foca na tradição tipológica do local em que está sendo analisado. Na maioria das vezes é usado para intervenções em prédios históricos, seguindo uma continuidade material, espacial e espiritual do edifício.
BONNEFANTENMUSEUM, HOLANDA - 1995 ALDO ROSSI
BONNEFANTENMUSEUM, HOLANDA - 1995 ALDO ROSSI
VISTA DO PÁTIO, BONNEFANTENMUSEUM ALDO ROSSI
O Bonnefantenmuseum de Aldo Rossi é um dos clássicos que possui características do museu-museu. A intervenção é localizado num antigo bairro industrial da cidade holandesa de Maastricht, caracterizada pela sua forma principal formando um “E” feita de materiais tradicionais como pedra, tijolos e madeira e a torre cilíndrica abóbada revestida de zinco brilhante gerando um arquitetura totalmente desconexa com o resto do museu, a qual referencia-se ao cânone clássico europeu. Rossi gostava de inserir a história do contexto geral nas suas obras criando uma interpretação do local ao passado com o futuro.
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O MUSEU QUE SE VOLTA PARA SI MESMO O museu voltado para si mesmo é um outro tipo na classificação de Montaner, o qual possui um ligação em paralelo do interior com o exterior. Essas edificações expressam sensações através dos seus espaços que são elaborados para o visitante reconhecer as peças das coleções presentes no museu a partir de ambientes mais fenomenológicos, com aberturas mais discretas para o exterior, com entradas de focos de luz natural, concebendo uma tensão curiosa no espectador. É perceptível na fundação Iberê Camargo em porto alegre um desdobramento do edificio para ele mesmo. Quando você chega na fundação o sentimento de estranheza é o sua primeira reação para saber o que há no interior, com sua entrada pequena, valorizando a transformação
FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO, PORTO ALEGRE - 2003 ÁLVARO SIZA
ABERTURA PARA O LAGO GUAÍBA FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO - ÁLVARO SIZA
da atmosfera da rua para a imersão total na obra. Um volume todo irregular de concreto aparente, com seus “braços” saindo de dentro do edifício, como se fosse um agrande abraço, chamando atenção nesse frontão. E na parte interna uma circulação feita toda através de rampas pelas laterais do museu, com pequenas aberturas para o exterior. A arquitetura do Iberê demonstra uma angústia, uma aflição e um misticismo principalmente com seus grandes espaços aberto e logo depois corredores estreitos que conectam os ambientes.
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John Clare é um ser que voltou a vida devido as experiências médicas do Dr. Victor Frankenstein após morrer por causa de uma doença, sendo chamados por muitos de Criatura ou Monstro. A sua aparência mudou após o seu renascimento, passando a apresentar aspecto que o diferencia das demais pessoas, tendo um tom mais pálido do que o normal e com cicatrizes em sua face, e por esse motivo ele passa a viver nas sombras, trabalhando e sobrevivendo longe dos olhares da sociedade. O museu colagem trata de usar a fragmentação e subdivisão de diferentes partes numa só. A sua concepção remete ao metamorfismo na forma de mecanismos criativos, recorrendo a colagem, associando-se ao formato do caos e desmaterialização.
MUSEU COLAGEM Ao analisarmos o Museu Colagem é possivel entender como uma subdivisão de diferentes partes e fragmentos que remetem à colagem. Como uma condição pós-modernista, surgiu através da expressão da cultura de massas, tornando cada vez mais popular e comunicativo e iverente para a cidade. Torna-se como uma evolução da caixa branca, defendida no modernismo, utilizando de um formato inconsistente, amorfa, que vai se explicando através da sua forma e argumento. Dessa forma, propiciando o relacionamento entre a edificação, o conteúdo, os espaços expositivos e os visitantes.
VULCANIA MUSEUM HANS HOLLEIN
A linguagem arquitetônica é autônoma, que se distingue de acordo com cadamuseu, trazendo as particularidades que variam para cada edificação. De acordo com Montaner ( 2003) o museu como colagem é a exteriolização do êxito da cultura de massas, convertendo-se num edifício popular, divertido e sociável. Como por exemplo, o Museu dos Vulcões (Vulcania), que está localizado em Auberge, na França, que usou do seu entorno, como da sua função para inspirar o seu design. Apresentando um formato que remete a aparência de um vulcão, tem como proposta propiciar a emoção aos visitantes devido ao seu formato, assim como ao lugar em que está inserido.
VULCANIA MUSEUM HANS HOLLEIN
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O Museu Groninger (1994) possui um estilo futurista, com design colorido e pós-moderno consistindo em três pavilhões principais assinados cada um por um profissional diferente, dentre as edificações existentes, um edifício cilíndrico feito por Philippe Starck, uma área desconstrutivista realizada por Coop Himmelb e uma torre criada por Alessandro Mendini, que fica em frente a estação ferroviária Groningen, tendo uma ponte que faz a ligação entre os dois. Lorem ipsum
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De acordo com Montaner (2003), o Alessandro Mendini compreendia o museu como uma junção de peças, fragmentos concebidos por partes e interiores. Devido a isso ele sugeriu que o Museu em Groningen, na Holanda, fosse realizado por mais de um projetista e por essa razão é possível perceber que as partes criadas por Philippe Stark, Michelle de Lucchi, Coop Himmelblau e o próprio Alessandro Mendini e os interiores configura-se como uma ilha.
VISTA INTERNA MUSEU DE ARQUITETURA, GRONINGEN ALESSANDRO MENDINI
VISTA INTERNA MUSEU DE ARQUITETURA, GRONINGEN ALESSANDRO MENDINI
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Sr. Malcolm Murray é um homem rico que depois de sua filha ser raptada ele busca juntar um grupo de pessoas para resgatá-la. Diferente dos demais integrantes, ele não possui habilidades especiais que o fizessem um ser único, tendo assim como principal trunfo o seu conhecimento e as habilidades adquiridas na sua vida profissional e pessoal. Como principal caracteristica, o Sr. Malcolm é bastante adaptável, que consegue apresentar os seus talentos. Assim como, o antimuseu que é flexível, pois trata-se da ocupação de espaços não convencionais que buscam reinvidicar novas formas de interpretar a arte e o conceito dos artistas. Para esse tipo museu, há diversas formas e formatos que podem ser abordados , a partir em multiplas direções.
O ANTIMUSEU Seguindo a antítese da idéia de caixa branca promovida no período do modernismo, a ideia do antimuseu é expandir a possibilidade de ampliação de sua função. Dessa forma, foi promovida a problematização do espaço e o método como pode ser usado para expor as obras, o conceito e ideias dos artistas e propostas pretendidas. O antimuseu pode ser algo permanente ou passageiro, dependendo do seu propósito, podendo utilizar de áreas sem uso para fazer alguma intervenção ou ocupar-se de espaços de uso já definido e utilizável e promover uma convivência entre os dois. Este tipo de museu promove uma liberdade na composição, sendo geralmente utilizado em vãos livres, espaços abertos ou fechados, como quadras, contêineres, salas, escadas, garagens, dentre tantos outros como exemplo. Possui um espitrito anticonvencional, tendo como caracteristica principal a sua pluraridade de opções no que se refere aos métodos que cada expositor pode trabalhar o seu conteúdo, não necessitando ficar preso a uma edificação ou espaço predefinido. Sendo assim, livre para moldar tudo de acordo com os seus interesses e com o que o meio lhe proporciona. O Museu do Eco é uma boa amostra de espaço sensual e polifuncional, gerador de uma concepção emocional e sensorial no ambiente.
MUSEU DO ECO, CIDADE DO MÉXICO - 1953 MATTHIAS GOERITZ
CROQUI MUSEU DO ECO, CIDADE DO MÉXICO - 1953 MATTHIAS GOERITZ
MUSEU DO ECO, CIDADE DO MÉXICO - 1953 MATTHIAS GOERITZ
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EXPOSIÇÃO CENTRO DE ARTE HÉLIO OITICICA, RIO DE JANEIRO SANTE BUCCIARELLI
CENTRO DE ARTE HÉLIO OITICICA, RIO DE JANEIRO - 1996 SANTE BUCCIARELLI
CENTRO DE ARTE HÉLIO OITICICA, RIO DE JANEIRO - 1996 SANTE BUCCIARELLI
O Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (CMAHO) está situado no edifício histórico no estilo neoclassico que foi inaugurado no ano de 1996. Com a concepção de sediar as obras tanto de artistas nacionais quanto internacionais e principalmente apoiando as produções mais recentes.
EXPOSIÇÃO CENTRO DE ARTE HÉLIO OITICICA, RIO DE JANEIRO SANTE BUCCIARELLI
O CMAHO busca trazer o contato entre as pessoas e as obras expostas, com o intuito que haja a imersão na sua temática, matéria. Isso é possivel por causa dos seus espaços que podem propiciar diversas formas para a sua utilização.
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Ethan Chandler é um pistoleiro que veio dos EUA fugindo do seu passado misterioso. Por possuir muitos segredos obscuros, ele busca ocultar as suas principais habilidades e fraquezas. Chandler é um lobisomem, isso traz vantagens para a sua saúde, principalmente devido a falta de higiene das cidades na Europa no período vitoriano mas o deixa com um instinto assassino quando está transfomado no seu modo bestial. Assim como Ethan, o museu com forma de desmaterialização busca desaparecer, explorando meios para se camuflar no espaço urbano. Essa característica assemelha-se ao personagem, que sempre buscou encobrir os seus rastros.
FORMAS DE DESMATERIALIZAÇÃO O museu com formas de desmaterialização tem como intuito utilizar da luz, da transparência e da energia para compor a sua forma. A materialidade é bastante importante para esse museu contemporâneo, já que o mesmo busca utilizá-lo para propiciar os efeitos de translucidez e camuflagem pelo espaço urbano. O Le Carré de Norman Foster é uma amostra clara de mimetismo entre duas obras. INSTITUTO DE ARTE CONTEMPORÂNEA DA UNIVERSIDADE DE VIRGÍNIA - 2018 STEVEN HOLL ARCHITECTS
LE CARRÉ D´ART, NIMES - 1993 NORMAN FOSTER
Devido a sua estrutura ele passa a ser convertido numa atração turística, promovendo a recreação do seu espaço com a cidade. O instituto de arte de Steven Holl expressas esses feitos provocativos, que tem o seu aspecto definido pela luz, tanto a artificial quanto a natural, promovendo uma diversidade de formas. O museu Transparente não se dedica a uma temática específica, sendo multifacetado e mutável, traçando um caminho diferente dos museus tradicionais, que são cheios de dogmas e conservadorismo. Tendo como o conceito de transparência algo como difuso e inconstante, propiciando o efeito visual e o seu manuseamento ótico diante das suas camadas.
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A Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, em Paris (1994) foi projetada com fachadas com o intuito de dissolver-se no seu entorno, composto por grandes árvores e jardins. Os materiais que compõem a edificação tem como propósito levar delicadeza à sua estrutura, como um aço mais leve e telas que são convertidas em grandes cristais . Concebido pelo arquiteto Jean Nouvel e diante das restrições impostas pelo terreno, o projeto buscou trabalhar com a ausência de elementos que pudessem impedir a continuidade do exterior com o interior. Foi erguida na frente do terreno uma tela, alinhada com os edifícios que compõe a paisagem, com sua verticalização de 30 metros de altura.
FONDATION CARTIER , PARIS - 1994 JEAN NOUVEL
Segundo a declaração de Nouvel (2014), o seu trabalho proporciona a sensação de que quando se está no seu interior há a impressão que também está fora, havendo essa conexão. Não considerando-o um espaço neutro. A Fondation Cartier não é um espaço neutro, que se reinventa a cada exposição, dispondo como caracterizador a sua verticalidade, com uma ideia de ascensão associada a transparência nos reflexos das fachadas do edifício.
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Dorian Gray é um homem cuja aparência e status social atrai o interesse de qualquer um que cruzar o seu caminho, possuindo todas as artimanhas necessárias para conquistar quem ele deseja. Ele não é uma pessoa comum, possui um mistério envolta da sua aparência, que por muitos é considerada excepcional e cativante, trata-se de um quadro com uma pintura sua, nela está aprisionada a sua alma. Assim como o Dorian, o Museu como Organismo Extraordinário é algo chamativo que sobressai as expectativas do local, tornando-se por si só uma obra de arte. Geralmente inseridos em grandes centro urbanos, são mais lembrados por sua forma.
COMO MUSEU
pele de aço espelhado - Soumaya museum
EXTRAORDINÁRIO ORGANISMO A seguinte classificação de Montaner é o museu como organismo extraordinário. Esse tipo é o mais desconexo com a nossa realidade presente e a do passado também. Pode-se dizer que ele possui um “olhar para o futuro”, o museu explora formas ousadas, diferentes do usual quase sempre com essa análise mais orgânica, espontânea e mística. É através dessa maneira de deixar o espectador curioso para saber o significado da obra, que o arquiteto rompe com o contexto tradicional, desassocia completamente com a caixa polifuncional e gera uma grande escultura monumental a qual impacta diretamente o visual do local onde foi implantado. Há, como exemplo, o Museu Soumaya, grande alegoria para os olhos.
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planta baixa subsolo
planta baixa térreo
planta baixa 1º pavimento
planta baixa 2º pavimento
O Museu Soumaya fica localizado na Cidade do México e foi projetado pelo arquiteto mexicano Fernando Romero. A edifição possui 45 metros de altura sendo um marco na cidade, construída em uma antiga zona industrial nos anos 40, causando um grande impacto visual para os pedestres pela sua forma ser totalmente desconectada do seu entorno.
O museu possui uma diversidade de arte eclética desde o século 15, com enfâse na européia e mexicana e possui a maior coleção privada do mundo de esculturas de Auguste Rodin. A sua pela de estrutura aço espelhado é formada por hexágonos baseados nos azulejos de cerâmicas coloniais tradicionais, formando um invólucro bastante enigmático, “monstruoso”. 33
planta baixa 3º pavimento
planta baixa 4º pavimento
planta baixa 5º pavimento
planta baixa 6º pavimento
vista interna entrada principal
vista interna circulção
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vista interna 6º pavimento
fachada frontal
corte
O Soumaya gera uma grande praça central pela sua implantação no meio de várias vias conectadas, ele gera um espaço público de permanência ao seu contorno. Logo na entrada à uma grande escadaria para um pequena passagem, cuja cria uma imersão maior no ambiente quando o espectador adentra. Os seus vãos são livres com uma flexibilidade na exposição da obra contudo sua circulação é nítida atráves de rampas pelas laterias conduzindo para todos os níveis. A parte estrutural do museu é sustentada a partir de 28 colunas de aço com um sistema de 7 anéis. Ao longo do percurso a lâmina do pavimento vai afunilando e depois se expande, sendo visto do lado de fora como uma grande onda sobrepondo a cidade. Além da exposição ele também se diponibiliza de auditório para 350 pessoas, restaurante, biblioteca e lojinha de lembranças. No último pavimento há uma pequena abertura na coberta com entradas de feixes de luzes provocando diferentes colorações e sensações para o interior do Soumaya dependendo da hora do dia.
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INTERVENÇÃO NA RUA DA MOEDA Como finalização da fanzine, foi proposto um projeto de intervenção em um lote na Rua da Moeda o qual nos dias de hoje é um terreno com uma edificação sem sentido e totalmente sem um uso para o bairro do Recife antigo. A partir dos tipos de museus de Montaner com o organismo extraordináio foi pensando um museu temporário que demonstrará as principais histórias de terror, horror e suspense na cidade do Recife e também em todo o estado de Pernambuco. Fato pouco explorado pela própria população.
MUSEU DE CONTOS ASSOMBRADOS DO RECIFE - FACHADA FRONTAL
A ideia de gerar um empreendimento onde a estrutura forme um espaço o qual as pessoas possam usufruir foi o principal partido para o museu. O seu corpo de concreto armado foi constituído através de rampas, entre elas construindo espaços de permanência, transformando o percuso num grande mirante observador para o bairro. Desse modo a coberta é um elemento gerador de sombra e ao mesmo tempo produz essa junção de formas e distorção com o outro produto, ela cria esse universo, esse espectro que a energia da história do museu propaga.
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MUSEU DE CONTOS ASSOMBRADOS DO RECIFE - FACHADA ENTRADA
MUSEU DE CONTOS ASSOMBRADOS DO RECIFE
A parte interna é onde fica a amostra dos contos de horror, formada por um núcleo, com entrada e saída em ruas distintas. É perceptível essa relação interativa do museu com a cidade e por isso decidimos aumentar essa comunicação com os visitantes por meio de murais no interior do espaço para escreverem sobre suas próprias experiências mal-assombradas no Recife e regiões. Destarte, o Museu de Contos Assombrados do Recife possui uma forma completamente desassociado do contexto da região e intrigante para quem observa na calçada, até para perceber que aquela obra é um museu, geralmente é preciso saber anteriormente ou se não colocar sinalizações na fachada
MUSEU DE CONTOS ASSOMBRADOS DO RECIFE
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ANTES DA INTERVENÇÃO DO MUSEU / DEPOIS DA INTERVENÇÃO DO MUSEU
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Em suma, é evidente uma amplo crescimento dos museus a partir dos anos 80 até os dias de hoje, museus com uma nova concepção de amostra pensando não somente em exibir o passado mas sim memórias do presente e de um futuro próximo que está ansioso para ser gerado na nossa cabeça. Dessa forma foi visto uma correlação do sobrenatural com museus, fato bastante conectado pela evidência de o nome por si só remeter a esse aspecto atemporal de espaço, através de paredes ou não no museu, a partir de ambiente os quais passam energias e experiências diferentes com suas obras, exposições culturais, musicais, arquitetura, entre outros. Desse modo, destacamos como o museu uma das edificações mais emblemáticas, chamativas e com inovadoras concepções no mundo contemporâneo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAMAM, Alana; LEITE, Leandro Silva. Arquitetura de museus contemporâneos-Estudos iniciais para um Museu de Arte Contemporânea. DA SILVA, Paula Zasnicoff Duarte Cardoso. A dimensão pública da arquitetura em museus: uma análise de projetos contemporâneos. 2007. MONTANER, Josep Maria. Museus para o século XXI. Gustavo Gili, 2003. HOLLEIN, Hans. Arquitetura pós-moderna Vulcania Centre Européen du Volcanisme. Furniture Homewares, 2020. Disponível em:< https://pt.furniturehomewares.com/2015-09-13-hans-hollein-vulcania-centre-europeen-du-volcanisme-france-postmodernism-architecture>. Acesso em 10 de outubro de 2020. SPERLING, David. Museu contemporâneo: o espaço do evento como não-lugar. Anais do Seminário Internacional de Museografia e Arquitectura de Museus 2005, 2010. Why Museo Soumaya Is A Mexico City Must-See. Culture Trip, 2016. Disponível em: <https://theculturetrip.com/north-america/mexico/articles/why-museo-soumaya-is-a-mexico-city-must-see/>. Acesso em 09 de outubro de 2020.
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