Viagem & Aventura, Turismo

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V6 VIAGEM&AVENTURA

TERÇA-FEIRA, 4 DE SETEMBRO DE 2007 O ESTADO DE S.PAULO

AVENTURA

Famílias com gosto pela estrada Expedições podem ser feitas em 4X4 ou num simples Palio: a idéia é fugir da mesmice e encarar novos destinos FOTOS DIVULGAÇÃO

to, tiveram alguns contratempos. Desistiram de visitar a China, por exemplo, porque precisariam contratar um guia local para acompanhá-los. “O governonão é muito favorávela turistas independentes”, diz Grace. Depois da viagem, o casal resolveu contar suas experiências em um livro. Challenging Your Dreams, com textos e fotos, foi lançado há três meses.

Lucas Frasão

Algumas famílias têm uma programação que não muda nunca. Trabalho o dia inteiro, pizza no jantar e almoço aos domingos na casa da sogra. Mas há quem tenha o costume de embarcar em grandes aventuras a dois ou com os filhos, deixando tudo isso bem para trás. Com algum planejamento, é possívelcair naestrada com ascrianças (acredite!), a bordo de um motorhome. Ou, então,rodar pelo menos 500 quilômetros a cada feriado – distância que pode dobrar, dependendo do destino escolhido. “Nós somos uma família comum”, dizem Ronny e Luciana Müller, que fazem suas expedições com Matheus, de 11 anos. E são mesmo. Nos dias úteis, ele trabalha como representante comercial e Luciana monta álbuns de fotos personalizados. Sóquenos fins de semana,a história é bem diferente. Pelo menosduasvezes pormês,eles viajam para destinos a, no mínimo, 250 quilômetros de distância de casa. Quando conseguem combinar as férias, vão muito mais longe. Além da diversão, essas expedições são boas oportunidades de aprendizado. “O Matheus leva muita coisa das nossas viagens para a escola”, conta a mãe. No outono de 2005, o pequeno foi com os pais à Serra doMareconheceuamaria-semvergonha, planta cuja semente sai da cápsula com facilidade e explode. Depois, numa excursão com a escola para lá, “ensinou” tudo isso a um colega. O casal agora quer servir de estímulo para que outras famíliaspartamem buscadeaventura – eles contam sua história em revistas e emissoras de rádio, e dão palestras em empresas. Para reforçar a idéia de que todos podem encarar a estrada, os Müllers insistem em sair por aí com o mesmo Palio que usam na cidade. “Como vou incentivar uma pessoa a viajar se eu tenho um 4X4 e ela não?”, indaga Luciana. “Preciso ser igual à maioria.” Já a paulistana Grace DowneyeoinglêsRobert Agerresolveraminvestirnum off-roadpara curtir uma paixão comum: viajar de carro para longe. “Assim, você vê cada etapa da viagem”, explica Grace. A maior empreitada que eles enfrentaram até agora foi uma volta ao mundo, iniciada em 2002, depois de seis meses de planejamento. Eles rodaram 128 mil quilômetros, percorrendo mais de 50 países em 724 dias. Para isso, precisaram providenciar vistos e vacinas, e o carroganhou tanqueextradegasolina, GPS e barraca no capô. Mesmo com todo planejamen-

PLANTÃO MÉDICO

O grande sonho dos médicos Carlos Maknavicius e Daniele Bohid até lembra a façanha de GraceeRobert.Elesquerem rodar o mundo a bordo de um offroad, mas com uma diferença: “A idéia é poder sair do centro urbano, que está cheio de médicos, e dar assistência em locais querealmenteprecisam”,explicaMaknavicius.Emjulho,participaramdaAçãoSocial dosSertões, evento paralelo ao Rally dos Sertões. Foram 527 atendimentos médicos e 52 pequenas cirurgias, em 13 dias. Na “volta médica ao mundo”, pretendem rodar todo o Brasil. Depois, vêm América do Sul, Central e México. De lá, seguempara aEuropa,melhorjeito de entrar na África. Índia e Austrália finalizam a expedi-

Enquanto pai dirigia, filhos estudavam com ajuda da mãe

PARA O ALTO E AVANTE! – Os Müllers no cume da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí (SP): são, pelo menos, duas viagens por mês

EXPERIÊNCIA – Rota de Grace e Ager por mais de 50 países virou livro

CASA SOBRE RODAS – Os Goldschimidts na Barra de São Miguel (AL)

ção, que deve começar em 31 de outubro. Para financiar a empreitada, eles tiveram de vender o apartamento. Mas há quem tenha colocado a casa sobre rodas, literalmente. É o caso da família Goldschimidt. Em 1999, eles passaram adiante o carro e uma produtora para comprar um motorhome. “É uma casa móvel. Todo dia você amanhece num lugar diferente”, conta Ingrid, a caçula da família, hoje com 15 anos. Ela, seu irmão, Erick, de 17, e os pais, Peter e Sandra, já rodaram mais de 90 mil quilômetros naAméricaLatina,em850dias. O colégio dos adolescentes consentiu em dar a programação das aulas para os pais. Sandra, formada em Letras, passou aseraprofessora.Quandovoltavam das viagens, Ingrid e Erick faziam as provas. “Meu pai dirigia e nós estudávamos”, lembra Ingrid. Hoje, os quatro participam de palestras em empresas e a família tem uma consultoria de viagens, a Gold Trip. ● † Informações: www.familiamulleraventura.com.br; www. challengingyourdreams.com; www.medicosdaterra.com.br; www.familiagold.com.br

A nova façanha de um Hurley Bisneta do fotógrafo volta à Antártida, 93 anos depois REPRODUÇÃO

A família Hurley volta à cena 93 anos depois. As primeiras notícias foram publicadas em 1914, quando o fotógrafo australiano Frank Hurley embarcou no Endurance para registrar a primeira travessia a pé da região Antártida – uma expedição liderada pelo irlandês Ernest Shackleton. Foi Hurley quem fez a imagem que imortalizou o fracasso da jornada: o barco encalhado em meio a geleiras do mais que temido Mar de Weddell. Passadas nove décadas, as notícias de hoje colocam o holofote em Felicity Hurley Byrnes, a bisneta do fotógrafo. Ela acaba de anunciar que, em novembro de 2008, tentará completar a travessia do continente gelado. E espera ter sucesso na empreitada. A nova expedição faz parte das comemorações do Ano Polar Internacional (www.ipy. org). Felicity, aos 32 anos, vai contar com a ajuda de esquis e trenós para realizar tal façanha. Mas, diferente da aventura do bisavô, ela não terá o apoio de cães – o protocolo de proteção ambiental vigente na

ga, exposta a temperaturas de até 35 graus negativos e a ventos de 85 quilômetros por hora. Também realizou a travessia pelo sul da Groenlândia com esquis e trenós. AAntártidamesmoelasóconheceu no início deste ano, quando embarcou em um cruzeiro turístico com o navio Nordnorge. Felicity queria ver a Ilha Elefante, onde os homens da expedição de Shackleton ancoraram depois de conseguir abandonar o Mar de Weddell. LENDA

REGISTROS – Navio na geleira

Antártida não permite. TREINAMENTO

Para conquistar o pólo sul – e conseguir resistir às duríssimascondições climáticas da região–, Felicityrealiza umasérie detreinamentos.Elafezumcurso de sobrevivência na Norue-

A lendária expedição Shackleton partiu de Londres, em 1914, com 23 homens e 69 cães de trenó a bordo. O objetivo: realizar a primeira travessia a pé pelo continentegelado.Apoucotempo do destino final, o Endurance encalhou e os expedicionários ficaram perdidos naquela região por 22 meses. E só se salvaram porque seis homens saíram em busca de ajuda com um bote salva-vidas. Enquanto isso, eles viveram em tendas e nos restos do navio. Frank Hurley registrou todos esses momentos. ● CAMILA ANAUATE


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Viagem & Aventura, Turismo by Lucas Brandino - Issuu