Presépio em Família

Page 1

PREsépio em família 2021


Índice      

Celebrar o Natal no Agrupamento . . . . Mensagem do Diretor: Escola partilhada e criativa. Exposição no átrio dos Paços do Concelho . . 3º C – Professora Adelaide Leite . . . . . 4º A – Professora Guiomar Fernandes . . . Origem e aspetos simbólicos do Natal . . . . O primeiro Presépio . . . . . . A árvore de Natal . . . . . . . De olhos na estrela do Oriente . . . . Melchior, Gaspar e Baltasar . . . . Ouro, incenso e mirra . . . . . . Porquê Natal… e em dezembro? . . .  Bibliografia consultada . . . . . . .  Ficha Técnica . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . .

03 04 06 08 25 50 51 52 53 54 55 57 59 60


Celebrar o Natal no Agrupamento  São muitas e diversificadas as formas de a comunidade escolar do nosso Agrupamento celebrar o Natal. Entre todas, sobressai o tradicional presépio, num espaço central de cada uma das Escolas, convocando as pessoas para o espírito desta quadra festiva. As turmas do 3º C e do 4º A da EB Diogo Bernardes decidiram, no entanto, ir mais longe. Sob a orientação das respetivas docentes titulares, Adelaide Leite e Guiomar Fernandes, os alunos foram mobilizados para um trabalho mais abrangente: fazer, em contexto familiar, um presépio com materiais reciclados e/ou biodegradáveis. Desta articulação perfeita entre a Escola, a Família e o aluno resultou um conjunto alargado de verdadeiras obras de arte, que a todos encantaram pela sua beleza… Presépio em Família trata de apresentar, de uma forma aleatória, turma a turma, estes trabalhos brilhantes, evitando que se percam, irremediavelmente, no tempo. E, numa segunda parte, apresenta-se um breve enquadramento sobre a origem e aspetos simbólicos do Natal. Boas Festas! Biblioteca Escolar


Escola partilhada e criativa  O presépio tem uma tradição muito vincada nas casas e famílias portuguesas. Habitualmente, é montado no início do Advento, sem a figura do menino Jesus que só na noite de Natal passa a fazer parte da encenação montada. O presépio costuma ser desmontado a seguir ao Dia de Reis. Apesar da tradição e da existência de figuras indispensáveis à representação do nascimento de Jesus em Belém, cada família interpreta este acontecimento com características e detalhes especiais que os tornam únicos. Esse foi o desafio colocado pelas docentes aos alunos e famílias. Apelar à criatividade, com recurso a materiais reciclados, num contexto de celebração e proximidade, para, em conjunto, pais e filhos expressarem as vivências e sentimentos associados ao nascimento de Jesus. É das mãos dos alunos das turmas do 3º C e do 4º A da EB Diogo Bernardes e respetivas famílias que saem estes presépios. Todos diferentes e, também por isso, únicos.


Demoraram algum tempo a construir, mas, acreditamos, reforçaram laços familiares e permitiram aos alunos partilharem as suas aprendizagens com as famílias. E permitiram também reencontrar novas expressões para materiais que, hipoteticamente, já não teriam direito a outra utilização! Estavam expostos nas salas de aula e na Biblioteca Escolar e chamavam a atenção. E é nesses espaços partilhados por alunos e professoras que os presépios se tornaram um projeto maior, após convite da Câmara Municipal. Passaram a ser exibidos no átrio dos Paços do Concelho e puderam ser fruídos por todas as pessoas que ali se deslocassem! Com o trabalho de alunos, respetivas famílias e professoras, tendo como ideia central o aprofundamento das aprendizagens escolares, o nascimento de Jesus sustentou uma nova experiência a estes jovens: a apresentação pública dos seus trabalhos! Que se sintam inspirados e motivados para continuar a fazê-lo! Aos alunos, famílias e professoras, expresso os parabéns pela iniciativa e realizações! E agradeço a colaboração na construção desta ideia de escola partilhada e criativa. Agradeço também à Câmara Municipal o acolhimento e a divulgação dos trabalhos realizados! A todos, com a autorização dos autores, deixamos aqui, permitam-nos a imodéstia, alguns dos mais belos presépios de Ponte da Barca em 2021. Carlos Alberto Louro, Diretor AE Ponte da Barca


Exposição no átrio dos Paços do Concelho  A convite da Câmara Municipal de Ponte da Barca, os presépios estiveram em exposição no átrio dos Paços do Concelho, durante toda a quadra natalícia, desde meados de dezembro até ao dia 06 de janeiro. As duas turmas estiveram presentes na sessão de inauguração, sendo brindados com o conto “Um presente para o Pai Natal”, com um Pai Natal de chocolate e com uma calorosa salva de palmas. O Presidente da Câmara Municipal, Augusto Marinho, referiu a importância de conjugar sinergias com as diversas instituições e de valorizar todo o trabalho feito nas escolas, que é fulcral para o desenvolvimento integral dos alunos. Presente na sessão esteve também o Diretor do Agrupamento de Escolas, Carlos Louro, que felicitou os pequenos artistas, bem como as professoras e as famílias, que deram corpo a este projeto.



3º C Professora Adelaide Leite                 

1. Adriana Sousa Matos 2. António Joaquim Barros Pereira 3. Bryan Schmacker Nascimento 4. Carolina Filipa Pereira de Sousa 5. Clara Zamith Pereira Martins 6. David Manuel dos Reis Costa 7. Diogo Francisco Pancha Batista 8. Eduardo Lucas de Oliveira Grácio 9. Iara Santos Vitorino 10. Joana Carolina Araújo da Silva Candeias Pimentel 11. Lara Margarida Sousa da Costa 12. Luana Maria Barros Pereira 13. Marta Esteves Alves 14. Matilde Ferreira Gomes 15. Rodrigo Marques Calheiros 16. Rúben Sousa Rodrigues 18. Sophie Miculis de Souza


















4º A Professora Guiomar Fernandes                      

1. Beatriz Alves Viana 2. Beatriz da Silva Calheiros 3. Bruno de Matos Rodrigues 4. Carolina Martins de Sousa 5. Dora da Costa Ribeiro 6. Ema Machado de Brito 7. Inês Barbosa da Costa 8. Jéssica Filipa Comba Costa 9. João Paulo Carvalhosa Fernandes 10. Leonor Abreu Gonçalves Rocha 11. Letícia Marques Amorim 12. Letícia Ventura Gomes 13. Lola Mariana da Silva 14. Manuel António Amorim da Costa 15. Martim Pereira da Silva 16. Miranda Araújo López 17. Nathan Gabriel Gomes de Carvalho 18. Rodrigo Alves Barreto 19. Tiago Miguel Costa Soares 20. Tomás da Silva Crujeira 21. Tomás Dias Veloso 22. Xavier Henrique Amorim da Silva


























Origem e aspetos simbólicos do Natal Professor Luís Arezes (Biblioteca Escolar)


O primeiro Presépio O presépio e a árvore são hoje símbolos universalmente (re)conhecidos do Natal. De origem hebraica, a palavra “presépio” significa “manjedoura dos animais” e, num sentido mais lato, é também usada para designar o próprio estábulo. A origem desta representação encontra-se em S. Lucas. Diz o evangelista que Maria, quando deu à luz o Menino, o “envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 7). No entanto, só a partir de 1223 é que a representação do presépio sofreu um grande impulso, na sequência da reconstituição ao vivo feita nesse ano, em Greccio (Itália), por S. Francisco de Assis. A celebração teve aprovação do papa e, desde então, foi-se espalhando, com figuras esculpidas ou mesmo com personagens ao vivo. No local onde existia a gruta de Belém, Santa Helena, mãe do imperador Constantino, mandou construir, em 326, uma igreja. Atualmente, na Basílica da Natividade, o lugar do presépio está assinalado no chão com uma estrela de prata e a seguinte inscrição: “Aqui nasceu Jesus Cristo da Virgem Maria”.


A árvore de Natal A árvore sempre foi considerada como símbolo da energia e da fertilidade. Contudo, só na Idade Média é que se começou a generalizar o costume de a colocar nas casas, no dia de Natal. A prática é de origem pagã e tem a ver com os sacrifícios do carvalho sagrado ao deus Odin, senhor do universo, na mitologia nórdica. No século VIII, S. Bonifácio (cerca de 675-754), apóstolo na região da atual Alemanha, tratou de cristianizar a tradição, substituindo o carvalho pelo abeto, árvore que simboliza a vida e a perene primavera espiritual iniciada com o nascimento de Jesus, para além de poder sugerir, pela sua forma triangular, as três pessoas da Santíssima Trindade. Por questões práticas, nos países do Sul, em vez do abeto, é muito mais utilizado o pinheiro. Também se usa o azevinho, espécie protegida cujas folhas pontiagudas e bagas vermelhas podem simbolizar a coroa de espinhos que colocaram em Jesus. Uma lenda cristã enaltece sobremaneira esta planta, dizendo que foi à sua sombra que Jesus, Maria e José se esconderam dos soldados de Herodes. Como recompensa, o azevinho – entre os Romanos, símbolo da paz e da felicidade – recebeu a bênção de conservar as suas folhas sempre verdes, mesmo durante as invernias mais rigorosas.


Há ainda autores para quem a árvore recorda a Redenção e a vida eterna, pois foi numa árvore – a Cruz de madeira ou “árvore da vida” – que Jesus Cristo salvou a Humanidade. Partindo do facto de Cristo, pregado na Cruz, ser o pão vivo descido do céu, os cristãos da Idade Média começaram a ornamentar a árvore de Natal com ofertas, símbolo da Eucaristia, que é a atualização sacramental do mistério pascal da Paixão, Morte e Ressurreição. Nas últimas décadas, a árvore passou a ser vistosamente decorada com efeitos luminosos que, mais uma vez, nos remetem para Jesus Cristo, “sol de justiça” (Ml 3, 20) e luz do mundo.

De olhos na estrela no Oriente Quando chegam a Jerusalém, os Magos perguntam onde está o rei dos Judeus que acabara de nascer. E acrescentam: “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2). Que estrela é esta? Trata-se de um fenómeno astronómico para o qual há várias explicações. Para uns, terá sido um cometa. Para outros, a estrela terá resultado da conjunção de Saturno e de Júpiter. Para outros, deverá ter sido algo milagroso que fez refletir as pessoas familiarizadas com o estudo dos


astros, como era o caso dos Magos. A maioria dos exegetas, porém, pensa que a estrela terá sido um meteoro extraordinário que guiou os Magos até Belém. Seja como for, a estrela tornou-se o símbolo do nascimento de Jesus. E, frequentemente, é representada com quatro pontas e uma cauda luminosa para significar as quatro direções da Terra. De todos os lados, virão adorar o Deus-Menino, luz de todos os povos e de todas as nações.

Melchior, Gaspar e Baltasar Importa assinalar que o título de reis, o número três, bem como os seus nomes próprios se devem a uma tradição que nada tem a ver com os Evangelhos. Apesar de, até ao século VI, a palavra “rei”, na literatura cristã, ter um sentido religioso e não político, os Magos não eram reis, porque o Evangelho não os identifica como tal, nem Herodes os tratou com esse estatuto. O primeiro autor a chamar-lhes “reis” foi S. Cesário de Arles, no século VI, ao que tudo indica por influência do Salmo 72, que exalta a figura messiânica do rei ideal.


Quanto ao número, resultará mais de considerações religiosas e simbólicas, por causa dos três presentes oferecidos. O papa S. Leão, nos meados do século V, foi o primeiro a propor, formalmente, o número três. Também os nomes são discutíveis, tanto mais que Melchior (rei da luz), Gaspar (aquele que vem ver) e Baltasar (Baal protege o rei), designações com que a Igreja latina os venera, apenas aparecem no princípio do século VIII. É desta altura um curioso texto de Beda, o Venerável, considerando-os representantes, respetivamente, da Europa, da Ásia e da África. Garante ainda o autor que Melchior, um velho de cabelos brancos e de barba comprida, ofereceu o ouro. Que Gaspar, um jovem imberbe e ruivo, entregou o incenso. E que a mirra foi o presente de Baltasar, um mago de pele negra.

Ouro, incenso e mirra Sábios da Astrologia, os Magos terão vindo da Pérsia, da Arábia ou, mais provavelmente, da Babilónia, na Mesopotâmia. Eram conhecedores do messianismo hebraico, porventura na sequência da queda e da destruição de Jerusalém, em 587 a. C., às mãos do rei Nabucodonosor, e da partida do povo de Israel para o exílio na Babilónia.


Segundo a tradição judaica, o Messias tinha como signo a constelação dos Peixes e, na Caldeia, a opinião corrente defendia que a constelação era também o signo da Terra do Ocidente. Trata-se de uma ideia corroborada por Tácito e Suetónio. Os dois historiadores romanos deixaram-nos o testemunho de que, no Oriente, havia, por esta altura, a expectativa de que a Judeia havia de ser palco de acontecimentos extraordinários. Interessante é também o facto de Júpiter ser considerado por todos os povos como a estrela da fortuna e da realeza. Saturno, por sua vez, era visto, entre os Judeus, como o protetor de Israel e a Astrologia babilónica reconhecia isso mesmo, que o planeta do anel era a estrela especial das vizinhas Síria e Palestina. Não admira, por isso, que os astrólogos tenham reparado na conjunção tão notável de Júpiter e de Saturno (o protetor do povo de Israel) na constelação dos Peixes, signo da Terra do Ocidente e do Messias. Segundo a interpretação astrológica, era óbvio que estava iminente o aparecimento de um rei poderoso na Terra do Ocidente… Impensável naquelas paragens era alguém apresentar-se de mãos vazias na presença de um rei. Por isso, os Magos ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra (planta usada para embalsamar os cadáveres), presentes que representam o reconhecimento, respetivamente, da realeza, da divindade e da humanidade de Jesus.


Porquê Natal… e em dezembro? Jesus nasceu no dia 25 de dezembro? No ano 274, o imperador Aureliano (270-275 d. C.) oficializou o culto ao Sol Invencível. Tratavase de uma festa do “Renascimento do Sol” ou “Natalis Solis Invicti”, um culto com origem no deus Mitra, divindade que os Romanos haviam importado da Pérsia. Dizem os historiadores que Aureliano, preocupado em unificar o Império no que diz respeito ao culto, mandou construir um templo em honra do astro-rei e fixou a festa no dia 25 de dezembro, que, de acordo com os conhecimentos astronómicos da época, era a data do solstício de inverno. A decisão de Aureliano, em 274, terá colocado os cristãos numa situação difícil. Entre o combate aberto e a conciliação, preferiram este último caminho. Empenharam-se, por isso, em dar um sentido cristão à festa pagã que os Romanos faziam em honra do “Natalis Solis Invicti”. Se, para a sua Fé, Jesus Cristo era o “sol de justiça” (Ml 3, 20), a “Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina” (Jo 1, 9), então, à celebração do nascimento do Sol, contrapuseram a festa do nascimento (“natalis”) do Senhor. E no mesmo dia, o 25 de dezembro.


É, de facto, a partir do século IV que se começa a generalizar a celebração do Natal cristão, a 25 de dezembro. Em 354, o papa Libério instituiu, nesse dia, a celebração litúrgica do nascimento de Jesus e do mesmo ano data o primeiro documento em que se refere que, no dia 25 de dezembro, os cristãos de Roma comemoraram o Natal. Mais tarde, em 529, o imperador Justiniano (527-565 d. C.) declarou o dia de Natal feriado público. E, a partir do século VII, a importância desta festa não para de crescer. De tal modo que, nos nossos dias, é, porventura, a festa mais universal, capaz de congregar, num sentimento comum, os homens dos mais diversos credos e convicções. Tal como os Romanos celebravam a vitória do Sol e do ciclo da vida sobre a escuridão, assim os cristãos e a Humanidade em geral cantam, por esta quadra, a vitória definitiva dos valores da paz sobre a conflitualidade, da fraternidade sobre o anonimato, da solidariedade sobre o egoísmo. É o espírito de Natal!


Bibliografia consultada ARAÚJO, Domingos Silva, Viver o Natal, Porto, Ed. A. I., 1994. AREZES, Luís, O Natal de Jesus, Braga, “Diário do Minho”, 2008. Bíblia Sagrada Para o Terceiro Milénio da Encarnação, 4ª edição, Lisboa/Fátima, Difusora Bíblica, 2002. ESTEVES, António, “O Natal na Linguagem Bíblica”, in Natal 98, Braga, Suplemento do jornal “Diário do Minho” nº 24856, de 10 de dezembro de 1998. KELLER, Werner, A Bíblia Tinha Razão, Lisboa, Edição “Livros do Brasil”, s/d. MORAIS, Heitor, Natal do Meu Coração, 2ª edição, Braga, Ed. A. O., s/d. VALDÉS, Ariel Alvarez, “A estrela de Belém era uma estrela?”, in Bíblica, 53, n.º 313, Lisboa/Fátima, nov.-dez., 2007.


Ficha Técnica Título Presépio em Família

Texto Carlos Louro (Diretor) e Luís Arezes (Biblioteca Escolar) Capa Presépio da autoria do Professor Orlando Costa Presépios 3º C – Professora Adelaide Leite 4º A – Professora Guiomar Fernandes Fotografia Professor Renato Ferreira (3º C) Professor José Pontes (4º A) Design e Professor Luís Arezes (Biblioteca Escolar) paginação Edição Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca Data Dezembro de 2021 Local Ponte da Barca


Presépio em Família


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.