2 minute read

Outra noite, outra madrugada

Next Article
Em terra firme

Em terra firme

Eu estava tão exausto, que apesar daquele assunto ser interessante, procurei terminar nosso diálogo, porque preferia descansar àquela hora. Recostei-me no assento e num instante adormeci. Ele compreendendo minha situação, procurou não me acordar também. Acordei quando a nave já tinha pousado em frente ao seu apartamento. Ele me tocou no ombro despertando-me. Apesar de eu ter quase só variado, durante aqueles instantes do sono, senti-me mais aliviado. Antes de entrar olhei o sol; este ia quase entrando. Assim que entramos, só esperei que ele me mandasse sentar. Ele falou com a esposa e o menino que nos aguardavam e eles entraram para os fundos. Fiquei sozinho. Pensei: Graças a Deus, daqui a instantes poderei dormir. Dali a instantes, ele voltou. Eu pedi: - Se não faz diferença, eu gostaria de ir dormir. - Mas espere, vamos fazer a refeição primeiro. - Obrigado, eu não tenho apetite. - Então, espere que vou lhe dar algo para tomar antes de ir dormir. - Este algo, eu descobri mais tarde, era o que me vinha sustentando desde que lá cheguei. Acorc trouxe-me um copo com um líquido escuro que tomei sem procurar saber, se era ruim de gosto. Ele me acompanhou até o quarto e me desejou bom repouso e retirou-se. Arrumei-me e num instante sem poder pensar em nada, adormeci. Acordei, não sei que horas da noite, com muita sede, tomei água e me deitei novamente. Dormi mais não sei quanto tempo. Quando acordei de novo, senti-me meio dolorido, calculei já deve estar próximo o dia. Levantei, preparei-me e fui saindo devagar do quarto. Olhei pela janela da frente, vi que ainda estava escuro. Pensei um pouco e

achei que voltar para a cama não tinha graça, pois não tinha mais sono. Não voltei para o quarto; vesti o capote de mangas e saí para a marquise (terraço). Apesar do capote, ainda sentia bastante frio. Fiquei ali até o sol largar os primeiros raios sobre o horizonte. Não creio que haja coisa mais bela feita pelas mãos do homem do que aquela cidade num amanhecer. Eu pensei: Se esta gente me deixasse levar uma fotografia desta cidade colorida, só com ela eu evitaria uma guerra atômica na Terra. - Plantado ali como estava, nem notei Acorc que se aproximou atrás de mim dizendo: - Bom-dia. Eu retribuí a saudação. Ele continuou: - Parece que dormiu bem. - Sim, dormi toda a noite. - Não a achou muito comprida? - Sim, mas é que meu cansaço era também muito grande. - Faz tempo que levantou? - Bem, levantei quando ainda estava escuro e vim para cá olhar a cidade. - Então faz mais ou menos 2 décimos que está aqui? (uma hora e meia). - Pode ser, respondi. Eu nem vi passar as horas, tão absorto que estava com a cidade.

Advertisement

This article is from: