Gazeta de Alagoas
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| SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010 | Mischa Richter/Divulgação
ELE NÃO É
NOVO AQUI
Este 2010 ficará marcado no calendário do pop como o ano de um dos mais surpreendentes comebacks da história da música. Após um
longo período de ostracismo, no qual teve problemas com a justiça devido ao constante envolvimento com álcool e drogas, Gil Scott-Heron retorna à cena num disco que desde já é considerado um dos melhores da década. Mas essa história não começou ontem... | LUÍS GUSTAVO MELO Estagiário
Gil Scott-Heron renasceu. Os conturbados anos em que errou pelos becos e esquinas de Nova York, em meio a uma espiral decadente de álcool e drogas, parecem ter ficado para trás. O cantor, compositor, poeta, pianista e ficcionista afro-americano que disparou verdadeiras bombas verbais contra o establishment na virada dos anos 60 para os 70, em clássicos como The Revolution Will Not Be Televised, está de volta. E, finalmente, em paz consigo mesmo. Conhecido por sua articulada retórica combativa, após um hiato de 16 anos ele ressurge num novo álbum, que é todo reminiscência. Aclamado pela crítica mundial como um dos grandes discos da década, I’m New Here mostra um Scott-Heron reflexivo, a dissecar erros do passado e exorcizar demônios tal qual um velho bluesman que entoa palavras carregadas de sabedoria. O responsável pelo salutar comeback é o inglês Richard Russell, proprietário do selo XL Recordings e fã incondicional de Heron. A exemplo do que fez o produtor americano Rick Rubin com Johnny Cash, ao dar novo gás ao trabalho do lendário músico country, Russell decidiu ir atrás do artista seminal – ele pôs na cabeça que seria o responsável por seu retorno à cena musical, e não mediu esforços para fazê-lo em grande estilo. A história teve início em 2006, quando Heron cumpria pena na Ilha Riker, em Nova York, e Russell foi visitá-lo na cadeia com a proposta de uma colaboração musical. Após longas conversas, o entusiasmo do produtor em
I’m New Here mostra um ScottHeron reflexivo, a dissecar erros do passado e exorcizar demônios tal qual um velho bluesman vender a ideia do projeto acabou por convencê-lo. “Quando eu tinha 19 anos, tranquei a matrícula na faculdade para terminar de escrever um livro. Não para publicá-lo, mas sim para terminálo. O fato de que foi publicado é muito bom, mas completar o projeto foi a ideia. Então eu imaginei que valeria a pena ver o que aconteceria com o projeto do Richard Russell”, explicou ele. I’m New Here é um disco à altura dos melhores trabalhos de Scott-Heron. A produção cuidadosa e, sobretudo, reverente, resultou num álbum moderno, que cumpre a função de sintonizar seu grande talento com o novo milênio, mas sem jamais descaracterizá-lo. PAI DO RAP Scott-Heron surgiu no cenário musical norte-americano num período de grande turbulência. Aos 21 anos, ele já havia percebido que os paradigmas da comunidade negra dos anos 60 estavam se esvaindo em contradições e incompatibilidades ideológicas. A movimentação pelos direitos civis estava por um fio, assim como a milícia revolucionária dos Panteras Negras, que começava a se desestruturar com as constantes ofensivas do
F.B.I. durante a gestão de crápulas como Richard Nixon e Spiro Agnew. A disseminação das drogas nos guetos das grandes metrópoles – segundo teorias conspiratórias, obra da C.I.A. – se encarregou do resto do serviço. Em letras e poesias repletas de observações agudas sobre essa realidade, o jovem Gil Scott-Heron tecia versos afiados com acompanhamento de percussão, tornando-se um dos “pais” do que posteriormente ficaria conhecido como rap. O artista nasceu em Chicago, Illinois, no dia 1º de abril de 1949. Seu pai, Giles “Gil” Heron, era um jogador de futebol de origem jamaicana, também chamado de “The Black Arrow”, e foi um dos primeiros atletas negros a jogar pelo Glasgow’s Celtic Football Club nos anos 50. Sua mãe, Bobbie ScottHeron, era uma acadêmica magna cum laude em biblioteconomia. O primeiro baque na vida do pequeno Heron aconteceu ainda na infância, quando seus pais se separaram e ele foi viver com a avó materna, Lillie Scott, em Lincoln, no Tennessee. Dela absorveu a paixão pela poesia e pela música, aprendendo a tocar piano e cultivando fervorosa admiração pelo blues, pelo jazz e pelo soul. Na escola, porém, Heron sentiu na pele a estupidez do preconceito racial. Não era nada fácil ser um menino negro no sul dos Estados Unidos dos anos 50. Na qualidade de uma das três únicas crianças negras da escola primária de Jackson, ele sofreu perseguições constantes por parte dos garotos brancos de lá. Mas o pior ainda estava por vir. É o que você vai ver a seguir, na página B2. Confira.
No retorno, sinceridade e expectativa I’m New Here, o novo álbum de Gil Scott-Heron, chega não apenas como um mero lançamento, mas como uma obra sincera e carregada de significados e expectativas. Após um longo período de afastamento, marcado por sucessivas passagens pela cadeia, o artista parece ter finalmente encontrado a redenção. Misturando elementos de blues, soul, batidas eletrônicas e poesia declamada ao es-
tilo spoken word, o disco apresenta uma atmosfera sombria, com letras densas e altamente pessoais. Na arrepiante faixa de abertura On Coming From a Broken Home – apresentada em duas partes, no começo e no fim do álbum –, Heron relembra passagens de sua infância e adolescência sobre uma base de samples feita a partir de música de Kanye West. A apropriadíssima Me and the Devil, primeiro single
de I’m New Here, é uma recriação do clássico do bluesman Robert Johnson. New York Is Killing Me, I’ll Take Care of You e Where Did the Night Go são, a um só tempo, assustadoras e tocantes, e a faixa-título é um cover de um obscuro grupo indie do Texas, o Smog, cuja letra parece ter sido feita para ele. “Não importa o quão longe você tenha ido mal, você sempre pode retornar”, é o que ela diz. |LGM
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Em paz consigo mesmo, Heron retorna com seu famoso estilo combativo
PARA CONHECER O ARTISTA Prolífico na medida do possível, apesar de seu envolvimento com drogas e atos ilícitos Gil Scott-Heron é dono de uma considerável produção – tanto na área musical quanto na literária. A seguir, você confere a discografia e a lista de livros publicados pelo cantor, compositor, poeta, pianista e ficcionista DISCOGRAFIA ›› Small Talk At 125th & Lenox (Flying Dutchman, 1970) ›› Pieces of a Man (Flying Dutchman, 1971) ›› Free Will (Flying Dutchman, 1972) ›› Winter in America, com Brian Jackson (Strata-East, 1974) ›› The Revolution Will Not Be Televised (compilação, Flying Dutchman, 1974) ›› The First Minute of A New Day, com Brian Jackson & The Midnight Band (Arista, 1975) ›› From South Africa to South Carolina, com Brian Jackson (Arista, 1975) ›› It’s Your World, com Brian Jackson (Arista, 1976) ›› Bridges, com Brian Jackson (Arista, 1977) ›› Secrets, com Brian Jackson (Arista, 1978) ›› The Mind of Gil ScottHeron, com Brian Jackson (compilação com três faixas inéditas, Arista, 1979) ›› 1980, com Brian Jackson (Arista, 1980) ›› Real Eyes (Arista, 1980) ›› Reflections (Arista, 1981) ›› Moving Target (Arista, 1982) ›› The Best of Gil ScottHeron, com Brian Jackson (compilação, Arista, 1984) ›› Tales of Gil Scott-Heron
and His Amnesia Express (ao vivo, Peak Top, 1990) ›› Spirits (TVT, 1994) ›› Minister of Information (CD duplo ao vivo, Castle Music UK, 1994) ›› I’m New Here (XL Recordings, 2010) FAIXAS EM COLETÂNEAS ›› Shut’ En Down (Ao vivo) em No Nukes: Musicians For Safe Energy (Asylum, 1980) ›› Shut’ En Down (Ao vivo) em Sunsplash Live (Tuff Gong, 1983) ›› Let me See Your ID em Sun City: Artists United Against Apartheid, com Miles Davis e outros (Manhattan, 1985) SCOTT-HERON EM LIVRO ›› Abutre (Conrad, 232 págs., R$ 35, em média; romance, 1970) ›› Small Talk at 125th & Lenox (poesia, World Publishing, 1970) ›› The Nigger Factory (romance, The Dial Press, 1972) ›› The Mind of Gil ScottHeron (poesia e letras, Arista, 1979) ›› So Far, So Good (letras, Third Worls Press, 1990) ›› Now and Then: The Poems of Gil ScottHeron (poesia, Canongate Publishing, 2001)
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CADERNO B
Gazeta de Alagoas
SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 2010
Fotos: Edilson Omena
Romeu de Loureiro emsociedade@gazetaweb.com
Maldade?
O sucesso do filme “Plano B”, em exibição em Maceió, ressuscitando as insinuações de que, como no enredo do filme, os gêmeos da atriz JenniferLopez e de seu marido, o cantor Marc Anthony, foram concebidos por inseminação artificial.
BALLET BY MARIA EMÍLIA CLARK Hoje (às 20 horas), no Teatro do Centro de Convenções, estreia do novo espetáculo da Companhia de Dança Maria Emília Clark: “Não te esqueças que venho dos Trópicos”. Com roteiro e programação visual de Fernando Gomes (sócio efetivo do IHGAL), contextualizando a vida e a obra do pintor alagoano Fernando Lopes, de renome nacional.
Megaespetaculo
Trata-se, como sempre, de um megaespetáculo que combina dança clássica com coreografia contemporânea e expressão corporal quase acrobática, em meio a um cenário metamorfoseado pelas luzes e pela projeção de um documentário sobre a vida e a obra de Fernando Lopes. No palco, além da “diva”, dezenove dançarinos profissionais e bolsistas do programa social mantido por sua academia.
No Iate Clube
Também hoje, a partir das 21 horas, o Iate clube Pajussara (todo decorado nas cores nacionais) estará realizando mais uma edição da sua já tradicional “Festa dos Pedros” (em homenagem a São Pedro Apóstolo e, também a todos os mortais seus homônimos). A animação ficará a cargo de um autêntico trio pé de serra, o Trio Alagoano, e da Banda Doró do Forró. Detalhe: a festa estará aberta ao público pagante, com preços diferenciados das mesas (R$ 50 e R$ 80, res-
pectivamente, para sócios e estranhos). O comodoro Moacyr de Albuquerque Sousa pede às damas que, se possível, optem pelo traje de matuta.
Durante sua estada na África, os príncipes William e Henry, da Grã-Bretanha, visitaram o reino de Lesoto, onde existe um orfanato (que abriga 84 crianças) fundado, em 2004, pelo secundogênito, quando ali serviu e que é mantido por uma ONG sua.
››› CURTINHAS ››› Mudando de idade, hoje, o socialite e agropecuarista Osman Loureiro de Farias Neto - que deverá comemorar a data, estritamente em família, ao lado da esposa e parenta, Cândida (nascida Farias Ferreira).
Sem rainha
Aviso: as danças não sofrerão intervalo, para a tradicional coroação da “Rainha do Milho”. De fato, este ano, nenhuma filha ou neta de sócio aceitou desempenhar a função que, outrora, chegava a ser objeto de disputas. Sinal dos tempos !
Benemerência
Maria Emília Clark e o doutor Fernando Gomes: na vida real, marido e mulher e parceiros na criação de megaespetáculos
››› Outra figura do tradicional clã dos Loureiro faz aniversário, também, neste dia: Kátia Lane Acciolly de Carvalho Loureiro (senhora Osman Cavalcanti Loureiro). Com a comemoração ao lado da filha, Larissa, cercada de parentes e mais chegados dos muitos amigos.
O casal de anfitriões Sandra e Moacyr de Albuquerque Sousa. Ele comodoro do Iate Clube Pajussara
Deusa Henriques de Farias, que acaba de retornar de uma excursão a Buenos Aires.
Rainha plebeia
Falando em rainha, a GrãBretanha poderá ter, em breve, uma rainha plebeia. Segundo a mídia londrina, logo após a Copa, o Palácio de Buckingham deverá anunciar o noivado do príncipe William com Katherine Middleton, cujos pais são pequenos empresários e de origem social modesta: a mãe foi aeromoça e o pai comissário de aeroporto. O príncipe e miss Middleton conheceram-se quando estudavam na Saint Andrews University.
Fotos: divulgação
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Scott-Heron na linha cruzada entre o gueto e a repressão ASCENSÃO E QUEDA DO ARTISTA QUE CRESCEU EM MEIO À VIOLÊNCIA DE NY | LUÍS GUSTAVO MELO Estagiário
| CENAS DE ESTÚDIO | No site oficial de Scott-Heron – www.gilscottheron.net – você vai encontrar vídeos, músicas, letras e reportagens sobre o artista, além de imagens como as que ilustram esta página, que mostram o clima no estúdio durante a gravação de I’m New Here
Com a morte da avó, aos 13 anos, Gil Scott-Heron foi viver com a mãe em Nova York, onde conheceu a violência de perto, em meio a um ambiente de explosiva multiplicidade étnica. Guerras entre gangues, tráfico de drogas e repressão policial faziam parte de um cotidiano onde negros e imigrantes penavam para sobreviver. Foi nesse depósito humano, entre o Harlem, o Bronx e a vizinhança hispânica de Chelsea, que Heron transitou e onde foi capturando os flashes de realidade que posteriormente serviriam de matéria-prima para sua verve literária. Aluno brilhante, na escola particular onde estudou durante a adolescência se dedicou a pesquisas sobre a produção de autores brancos como Agatha Christie, Erle Stanley Gardney e Raymond Chandler, mas sua grande influência foi o poeta negro Langton Hughes. Em 1968, então com 19 anos, ganhou uma bolsa para a Universidade de Lincoln, na Pennsylvania, onde conheceu Brian Jackson, multi-instrumentista com quem, durante boa parte da década de 70, estabeleceria uma frutífera parceria musical. Na Lincoln, durante as horas vagas o estudante trabalhava num romance, uma história sobre assassinato ambientada nos guetos de Nova York. A obra viria a ser seu primeiro livro, The Vulture (Abutre, lançado em 2002 no Brasil, pela Conrad), publicado originalmente em 1970. Para se concentrar com exclusividade na finalização do projeto, Heron trancou o curso na faculdade, pois achava que o resto de sua vida dependia da conclusão desse trabalho. Abutre foi muito bem recebido pela crítica à época e, num curto intervalo de tempo, mais um
Aluno brilhante, na adolescência Heron se dedicou a pesquisas sobre a produção de autores brancos como Agatha Christie e Raymond Chandler, mas sua grande influência foi o poeta negro Langton Hughes
de seus trabalhos foi publicado. Dessa vez um livro de poesias, A New Black Poet: Small Talk at 125th & Lenox, seguido por um álbum de mesmo nome lançado pelo selo Flying Dutchman do renomado produtor de jazz Bob Thiele – o disco trazia poemas declamados com vocalizações “protorap” acompanhadas por percussão afro, as quais ofereciam as bases para o que mais tarde seria conhecido como “rhythm and poetry”, ou seja, o rap. MANIFESTO Em 1971 chega às lojas o segundo álbum de Heron, Pieces of a Man, gravado com feras como Ron Carter (baixo), Bernard “Pretty” Purdie (bateria), Hubert Laws (flauta/sax) e o amigo dos tempos de faculdade Brian Jackson (piano). Nele, o cantor incorpora elementos de jazz, soul e blues em canções como a faixa-título, na belíssima Lady Day and John Coltrane e no manifesto The Revolution Will Not Be Televised. O contrato com o produtor Bob Thiele e a Flying Dutchman renderia mais um LP: Free Will, de 1972. Nesse mesmo ano é publicado seu segundo e último romance, The Nigger Factory, algo como A
Fábrica de Crioulos, em livre tradução. Em 1974, Scott-Heron registra com Brian Jackson o refinado Winter in America. Com um bom contrato de gravação assinado em 1975 com a Arista (nova gravadora do gigante da indústria do disco Clive Davis), a dupla funda uma nova formação, a Midnight Band, e lança uma série de álbuns antológicos ao longo dos anos 70. A parceria com Jackson finda em 1978, quando nosso herói passa a trabalhar com o tarimbado produtor Malcolm Cecil, que assinou os melhores de Steve Wonder. O primeiro single gravado com Cecil, A Bottle, foi seu maior êxito comercial. Os temas agora enfocados são a Guerra Fria, o apartheid e o panorama sociopolítico do Terceiro Mundo. No geral, porém, os anos 80 não foram um período muito favorável para o letrista. Como bem sintetizou o crítico e escritor Alex Antunes no prefácio da edição nacional de Abutre, a década de 80 foi uma “época em que a caretice yuppie grassou e desgraçou a cultura pop”. Ainda assim, o músico lançou pelo menos quatro excelentes discos, projetando sua artilharia em direção à política conservadora do então presidente dos EUA, Ronald Reagan, atacado ferozmente em singles como R&B Hits, B Movie e Re-Ron. Foi assim até o álbum Moving Target, de 1982. Depois disso, Gil amargou um período de ostracismo de cerca de uma década, sem contrato de gravação e apresentando-se esporadicamente com a banda Amnesia Express. Nesse ínterim, sua música sobreviveu nos samples de rappers como A Tribe Called Quest, P.M. Dawn, e KRS-One. Em 1994, o artista retorna à lida criativa com o festejado Spirits, cuja faixa de abertura, Message to the Messengers, é um categórico puxão de orelhas na ge-
ração gangsta. No ano seguinte, seus dois primeiros livros são relançados pela editora escocesa Payback Press (especializada em literatura afro-americana e detentora dos direitos de publicação das obras de Scott-Heron). Foi esse relançamento, pela Payback Press, que tornou possível a publicação de Abutre no Brasil. Em 2001, após outro longo hiato pontuado por queixas de agressão, especialmente de sua ex-esposa, excessos e outras degradações – casos que invariavelmente o levavam a “visitas” a penitenciárias –, Heron voltou a se apresentar ao vivo, para em novembro daquele ano ser trancafiado mais uma vez por uma juíza da Suprema Corte de Nova York, ao ser apanhado durante uma batida em Manhattan portando cocaína e crack – pena aumentada por seu mau comportamento na Corte no dia do julgamento. “Eu imaginei que ia pegar uns 30 dias e isso era o que era esperado, mas a juíza fez uma intervenção e preferiu trocar o julgamento para crime grave. Ela recomendou um programa especial para mim e eu pedi para ela sair fora. Então, com essa reação, desrespeitei a Corte, acrescentando mais um agravo ao que já estava acontecendo. Bom, eu concordei que tinha sido desrespeitoso e recebi mais uma condenação. Quer dizer, as coisas foram indo de mau a pior”. Agora em liberdade e com novo disco na praça, o artista retoma seus trabalhos com fôlego renovado, feliz da vida e excursionando por toda a Europa e Estados Unidos.