Bases Histรณricas e Conceituais da Psiquiatria
Profa. Ma. Janete Valois
DA LOUCURA À SAUDE MENTAL
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Concepções da Loucura • Romântica – paixão, morte, verdade. • Religiosa – fraquezas, sonhos e ilusões. • Arte - estado emocional episódico dos personagens sem conotação patológica. • Medicina – reduzido interesse antes do Séc. XVIII. • Mentalista – processos mentais com ou sem manifestação orgânica. • Organicista – processos orgânicos ou metafísicos. • Uso de dados da anatomia patológica. • Compartilhamento de idéias em maior ou menor grau.
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Critérios da Loucura • Filosófico - categorias segundo a faculdade afetada - Antes séc. XIX • Etiológico – causas atribuídas à loucura. • Sintomático – distingue-as frente às manifestações/ efeitos sobre funções corporais ou comportamentais • Sintoma Psicológico – alterações emocionais ou comportamentais. • SÉCULO XIX – Nosologia Psiquiátrica: - qualquer outra doença.
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Normal / Patológico • Fenômenos patológicos são correspondentes aos normais, salvo pelas variações quantitativas. • Patológico como hipo ou hiper. • Definição das leis do normal e do patológico – limites de variação da norma social. • Distinção quantitativa torna-se uma distinção qualitativa.
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Doença/ Patológico • Fenômenos mórbidos nos quais se identifica: • Fatores causais. • Curso relativamente homogêneo. • Estados terminais típicos. • Mecanismo psicológico/ psicopatológico característico. • Antecedentes genético-familiares. • Respostas previsíveis de acordo com cada tratamentos. Uma forma diferente de vida.
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Normal/ Saúde • Século XIX – Saúde: ausência de consciência do próprio corpo. • “Estar em boa saúde é poder cair doente e se recuperar” (Canguilhem, 2002). • Normal: um conceito sanitário. • Tratamento – corrigir o comportamento no sentido de aumento ou diminuição. • Cura: retorno ao estado inicial ou mutação de um arranjo em outro.
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Doença Mental • Mudanças nos papéis de gênero. • Mudanças súbitas e inexplicáveis nas atitudes. • Não é capaz de preservar qualquer vínculo. • “Vício de rua” • Desrespeito a figuras significativas. • Negligência com a higiene e a aparência. • Falta de razão • Violência
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História da Loucura
• A loucura era vista como manifestação divina. Profa. Ma. Janete Valois
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Loucura – Idade Antiga PLATÃO • FACULDADES DA ALMA • Encéfalo – lógica e a razão • Coração - atividades afetivas e espirituais. • Vísceras - paixões e instintos. • DOENÇA • desequilíbrio entre os “humores orgânicos”; sangue, bile negra e amarela e água (fleuma), associado ao temperamento do indivíduo. • desarmonia entre as três almas.
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• MEDICINA GREGA • Perturbação do equilíbrio é a doença. • Doença está em todo o homem e é toda dele. • Além de desequilíbrio, reação generalizada com intenção de cura. • HIPÓCRATES • rejeição da classificação mitológica. • Crítica – caracteriza-a a partir de algum sintoma. • Pneuma – essência espiritual invisível e intangível.
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Final da Idade Média até idade moderna Mudança radical desses conceitos e o doente mental passou a ser visto como um possuído pelo demônio, dessa forma o tratamento antes humanitário foi mudado para espancamentos, privação de alimentos, tortura generalizada e indiscriminada, aprisionamento dos doentes para que estes se livrassem dessa possessão.
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Loucura – Idade Média CONCEPÇÃO DEMONISTA • Possessão diabólica – Classificação relacionada a diferentes modos de atuação do demônio. • Luxúria carnal e as mulheres. • Não acreditar na feitiçaria - maior heresia • Doenças - causas naturais e à feitiçaria. • Doença venérea – mais impureza que doença. • Identificação da feiticeira • confissão, exame de marcas e provação por água.
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• Final das cruzadas – aumento dos leprosários • O “fim” da lepra - finalidade das instituições. • Bens do leprosário - criação do hospital-geral. • Asilo – não havia um ato médico da alienação - mera função de abrigo ou recolhimento • Lepra substituída - doenças venéreas - hospitais. • Base da sociedade – teocêntrica. • Classes sociais no poder: nobreza e clero • Loucura: uma questão privativa da família. • Tratamentos médicos - em casa • purgantes, sangrias e algemas para os loucos. • Loucos livres - questão do rei: desordem pública
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• Declínio da sociedade feudal e abandono do campo – aumento da “vagabundagem” e da mendicância • 1656 – fundação do Hospital Geral em Paris. • Não é um estabelecimento estritamente médico. • Estrutura semi-jurídica: decide, julga e executa. • Europa - medicina árabe • acolher alienados em um ambiente destinado. • Hospital Geral
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• Recolher, alojar, alimentar aqueles que se apresentam de espontânea vontade, ou aqueles que para lá são encaminhados pela autoridade real ou judiciária. • O louco estrangeiro – “Nau dos loucos”: • Existência errante. • Não eram admitidos nas cidades. • Prisioneiro da passagem. • O louco da cidade • Lugares de detenção reservado aos loucos. • Donativos destinados aos loucos. • Rituais de exclusão dos loucos • Exclusão e abandono • formas de salvação/ reintegração espiritual.
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Hospício – parte do hospital-geral. Séc.XV: Espanha – primeiros hospitais de insanos. Internação - isolamento, não como hospitalização Cura da alma – música, dança, espetáculos, audição de narrativas fabulosas. Tempo internamento - tempo moral das conversões. Trabalho - punição: penitência e resgate. Interesses Igreja – reintegração espiritual/ assistência pobres. Burguesia – cidades limpas e sem problemas. Bons pobres – gesto de assistência. Maus pobres – empreendimento de repressão.
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Loucura – Idade Moderna Século XVIII • Concepções e modelos de tratamento se entrecruzam e se transformam. • Formação médica- sem regulamentação rigorosa e uniforme. • Pesquisa médica - pluralidade de teorias, às vezes mutuamente exclusivos. • Repertório de remédios e receitas - particular • Apego acrítico - modelos patológico dogmático. • Fundamentação experimental fisiológica frágil
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Idade Moderna • Lugar nas discussões de doenças – secundário • Dogmas e formulações metafísicas - rejeição • Revolução Francesa e Iluminismo • Ideais de igualdade, liberdade e fraternidade • Base da sociedade: ser humana - valor absoluto • Sociedade Antropocêntrica • Ser Humano – construtor da sociedade • Riqueza – eixo trabalho e família • Classe no poder – Burguesia e Estado Laico
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Alienação • Loucura • impossibilidade do pensamento. • desarranjo de funções psíquicas ou mentais - princípio explicativo. • Alienação: sujeito se torna um estranho para a sociedade e para si. • O alienado - sujeito de direito, um cidadão. • Maior direito – receber tratamento. • Loucura – Questão médica, de Estado, de organizações e profissionais de saúde
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Doença Mental • Século XVII – o manicômio e a Psiquiatria • Loucura → alienação → doença mental • Medicina - apropriação da loucura • Julgar a loucura e seu grau • Determinar como e quais faculdades atingidas • Estudo da doença - sujeito entre parênteses • Descartes – razão e loucura - inconciliável. • Psiquiatria • assegurar a legalidade das internações. • Separação dos loucos dos demais excluídos
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MANICÔMIO • Essencial no tratamento. • Designa mais especificamente o hospital psiquiátrico. • Administração dos manicômios – necessidade de aumento de médicos. • Desfechos da internação: • Cura ou reinternação • Morte – decorre de doenças físicas intercorrentes. • Indignação pineliana: inocentes tratados como culpados.
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EVOLUÇÃO PSIQUIÁTRICA
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Constituição do Saber da Psiquiatria
• Seu espaço de discussão e implantação foi entre Alemanha e França.
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Constituição do Saber da Psiquiatria
• Na França, os mentores eram Pinel e Esquirol.
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História da Loucura • No século XVII já existiam hospitais para os excluídos socialmente, grupo constituído pelos loucos, criminosos, mendigos, inválidos, portadores de doenças venéreas e libertinos. Embora a loucura tivesse passado do campo mitológico para o âmbito médico, a medicina ainda não tinha elementos para defini-la.
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Nascimento da Psiquiatria • Loucos – doente – contra violência • Preocupações fundamentais • distinguir os furiosos e os tristes • transformar a atitude brutal e repressiva em compreensiva - tratamento moral; • tratamento princípios redutores da importância da lesão anatômica”. • Ápice das idéias humanistas da Revolução Francesa • Tratado médico-filosófico sobre a alienação mental primeiro livro anti-psiquiátrico.
Philippe Pinel (1745-1826) Profa. Ma. Janete Valois
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“Em geral é tão agradável, para um doente, estar no seio da família e aí receber os cuidados e as consolações de uma amizade terna e indulgente, que enuncio penosamente uma verdade triste, mas constatada pela experiência repetida, qual seja, a absoluta necessidade de confiar os alienados a mãos estrangeiras e de isolá-los dos seus parentes. As idéias confusas e tumultuosas que os agitam e são provocadas por tudo que os rodeia (...) exigem um conjunto de medidas adaptadas ao caráter particular dessa doença, que só podem ser reunidas em estabelecimentos que lhes sejam consagrados (Castel, 1978).”
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Diretor do manicônio. Condições sub-humanas - 1798 - libertar os asilados. Retirada das correntes: a libertação dos loucos?!
Bicetrie - Paris
Intratáveis - privados de ar fresco e de liberdade” Institui o colete/”camisa de força” como medida de segurança e o asilamento.
Salpetriere - Paris Profa. Ma. Janete Valois
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Modelo Alienista Saber psiquiátrico • nosografia das alienações mentais Ciência alienista • estudo da doença mental através da clínica e a investigação empírica Etiologia • moral ou passional da alienação pelo excesso e loucura – imprecisa Tratamento Moral • relação de poder entre médicos e enfermos Classifica o espaço institucional asilar redistribui os enfermos
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Classificações Doenças Mentais Primeiro médico – Pinel • descrever e classificar as perturbações mentais Classificação das alienações • Mania • Melancolia • Demência • Idiotia Trabalha com o comportamento desviante.
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Tratamento Alienista Conduta terapêutica • não subordinada a lesão na anatomia ou fisiologia do encéfalo Objetivo • reabilitar o louco através da coerção e da punição moral. “é preciso culpabilizar o louco, fazer com que ele tome consciência da sua culpabilidade, ele saiba e se sinta louco e possa se arrepender e se sujeitar ao tratamento” Eixos do tratamento moral • o trabalho, banhos, duchas e o isolamento terapêutico partidário da religião como terapia.
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Psiquiatra Formação médica Trabalho diagnóstico confunde-se com intervenção clínica. Pedagogo, autoridade moral e depositário da norma social. Compromisso com a ordem pública. Postura: oscila entre pedagógica e repressora. Ausência de contestação frontal do delírio Deve-se tornar o delírio insustentável. Inutilidade do tratamento farmacológico.
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Função Manicômios Alienistas Médica • Eficácia questionada. Social • Refúgio para loucos pobres, necessitados de um ambiente tutelar, proteção da sociedade Epistemológica • Hospital como laboratório. Terapêutica • isolamento dos loucos: afasta influências maléficas. • centrada no alienado com exclusão da família, é apenas informante;
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Críticas Tratamento Moral Demorado, complexo e individualizado. Retardo da cura. Aumento da população no manicômio. Resultados negativos: cronicidade e incurabilidade. As explicações morais: entram em crise. Estudos anátomo-patológicos da Medicina Alemã: desencadearam teorias apoiadas no fisicalismo
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Esquirol (1772 – 1840)
No hospício o que cura é o próprio hospício. Por sua estrutura e funcionamento, ele deve ser um operador de transformações dos indivíduos.” Precursor da psiquiatria francesa de Pinel. Eleva 1ª vez os alienados à condição de homens. Médico plantonista da divisão de alienados de La Salpêtrière
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Reformador de asilos e hospícios franceses Influencia a criação do Hospício de Pedro II. 1º curso para tratamento das enfermidades mentais Aprovação da primeira Lei de Alienados na França. Causas físicas e morais da doença mental Tendência hereditária, no organismo a raiz da doença Acolhe em sua casa alguns alienados “pagantes Classifica as moléstias mentais Demência: forma aguda e curável (estupidez) Idiota: idiotismo Mania: delírio geral com exaltação; Monomanias: desdobramento da melancolia de Pinel, Intelectuais: delírio crônico parcial, debilitante e opressiva Profa. Ma. Janete Valois
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Afetivas: levam a condutas bizarras e inconvenientes; Instintivas: afuturas “perversĂľesâ€? e psicopatias (fortemente contestadas, comportamentos criminais)
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Teoria da Degenerescência Auguste Morel (1809-1873): transmissão genética Hereditariedade similar Afecções físicas causais: idade, sexo, fase generativa da mulher. Inclui doenças mentais que são transformações de neuroses. Psiquiatria: instrumento de intervenção social para a defesa da família. Eugenismo: cessar a progressão na descendência do paciente.
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Frenologia - Verga Estudo do caráter e das funções intelectuais humanas, com base na conformação do crânio. Alienista: médico do cérebro. Feniatra: médico do cérebro, substitui o alienista Frenopatia: substitui a doença mental. Categorias de doenças • administrativas que cientificas • ordenamento da assistência.
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Adoção do método das ciências naturais. Médico Diagnóstica e prescreve. Etiologia Distúrbios orgânicos, fatores do ambiente ou hereditariedade. Critério etiológico rigoroso sistematização satisfatória das formas da loucura. Alteração de estados orgânicos sobre funções orgânicas diversas. Função manicômio • local para o tratamento físico. • Sentimentos e comportamento sem importância Convulsões • provocadas para combater o delírio, ajuda na tomada de consciência do corpo e realidade. Profa. Ma. Janete Valois
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Tipos de tratamento • Higiênico: estratégias ocupacionais. • Médico: sedativos (escuridão), revulsivos (picadas) e excitantes (hidroterapia, uso de eletricidade). • Farmacêutico: purgantes, calmantes (ópio,morfina).
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Kraft Ebing (1840 – 1902) Descrição das formas de perversão sexual. • sadismo/masculinidade e masoquismo/feminilidade. Psiquiatria X Neurologia (proprietária das nevroses.) Neuroses • doenças do sistema nervoso sem comprometimento de funções cognitivas ou afetivas. Psicose • qualquer quadro psicopatológico.
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• Kraepelin, em 1893, • Teoria dos processos psíquicos degenerativos. • Útil para a descrição e tratamento da Esquizofrenia • Desconsidera a humanidade do louco
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Emil Kraepelin Fundador da nosografia psiquiátrica do século XX. Apego à tradição da psiquiatria medicalizada. Melhor observação: ignorar a fala do louco Louco – objeto a observar e um indivíduo perigoso.
Emil Kraepelin 1855-1926
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Concepção normativa e repressora da loucura. Compêndio de Psiquiatria • classificação das doenças mentais • moderniza o saber e segurança no diagnóstico Enfermidades • curáveis – Psicoses maníaco depressiva • incuráveis (origem: fatores constitucionais) – demências. Transtorno mental = enfermidade do encéfalo • Tendência organicista ganha hegemonia. • Doente é um somatório de sintomas Causadores das perturbações mentais • fatores físicos: febres, venenos, males da cabeça.
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Eixo da intervenção • Funcionamento pensamento do enfermo • Sem preocupações com o conteúdo do pensamento • Conhecimento se opõe à psicologia emergente, que partia do indivíduo para a coletividade. • Estudo dos problemas sociais. Critérios: etiologia, sintomatologia e evolução. • Etiologia – quadro endógeno. • Evolução – desfavorável. Distinguiu três grupos fundamentais de psicoses: • Paranóia • Psicose maníaco-depressiva • Demência precoce: Psicose alucinatória crônica, Hebefrenia ou psicose da adolescência e Catatonia. Profa. Ma. Janete Valois
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BLEULER (1857 – 1939)
Inovador do tratamento da loucura Identificação dos aspectos psicodinâmicos subjacentes. Demência Precoce por Esquizofrenia. Esquizofrenia • influência da personalidade em sua gênese. • Critérios: sintomatologia, intensidade e evolução.
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FREUD (1856 – 1939) “Suponhamos que um explorador chegue à região pouco conhecida, na qual as ruínas despertam seu interesse (...) ele poderá contentar-se em examinar a parte visível (...) Mas poderá atacar o campo das ruínas, praticar escavações e descobrir, a partir dos restos visíveis, a parte sepultada.” Freud traz a luz à existência do processo inconsciente do indivíduo.
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A elaboração da teoria do recalcamento e resistência,o reconhecimento da sexualidade infantil e a interpretação de sonhos como fonte de conhecimento do inconsciente, A alteração do olhar clínico para o exercício da escuta,onde o estudioso ouviria o paciente.O médico passa a entender o paciente como conhecedor da sua doença
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TEORIZAÇÃO Decifrar sintomas: compreender a doença e seu significado na vida do indivíduo. • Restituição do poder de fala Delírio • tentativa de restauração de um senso de temporalidade e de realidade à experiência Etiologia • comum na neurose e psicose no início: frustração de desejo infantil que nunca é completamente satisfeito.
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Neurose • desfecho da frustração com identificação de objetos substitutos. • ego permanece ligado ao mundo externo com a tentativa de silenciar o id. Psicose • desligamento da realidade material. • Reparação com a criação de uma nova realidade. Críticas • Ênfase na pulsão como principal força motivadora. • Hipervalorização da experiências sociais.
sexualidade
em
detrimento
das
• Livre-arbítrio: quadro determinista e pessimista da natureza humana. • Definições ambíguas de seus conceitos. • Caráter não-falseável, não verificável, irrefutável 52
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Final Século XIX Massificação dos asilos Desenvolvimento de pesquisas farmacológicas, terapêuticas e anatomopatológicas. Modelos de tratamento: lobotomia, eletrochoque.
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ANOS 20/30 - PRODUÇÃO DE CHOQUES Manfred SAKEL – 1927 - médico alemão Insulina • tratar “vício” da morfina (droga proibida/ perigosa) • produz choque • coma • choque úmido - doente transpira e saliva sem controle e o choque seco – tipo epilético de reação.
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Ladislaus Von Meduna – 1933, médico húngaro Metrazol: decorrente da insulina • Teoria:doenças constitucionalmente adversárias • Esquizofrenia X epilepsia, • Crise epilética expulsava a esquizofrenia. Cardiazol • Injeções endovenosas em pacientes esquizofrênicos • Inicia após a 1ª Guerra Mundial
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1936/7 – Dr. Cerletti – médico italiano Choque elétrico/ eletrochoque • produz convulsões epilética Pressuposto • A cura é produzida com a redução da energia do cérebro. Vantagem do eletrochoque • Amnésia após o choque
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LOBOTOMIA 1936 – Egas Moniz – médico português • prêmio por psicocirurgia. • Técnica cirúrgica que destrói a substância branca dos lobos temporais e altera a personalidade • Provoca deteriorização cerebral irreversível • Casos extremos de dor e agressividade • Declínio a partir avanços da psicofamacologia • No abolido desde 1955.
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Primeira obra de Lúcio, antes de sua internação. Menino Jesus forças do bem, frágeis, lutam e são vencidas pelas forças do mal. Inutilmente as mãos maternas tentam protegêlo.” 58
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“Escultura - 4 meses após uma lobotomia. Estranha serpente que domina, marca e deprime uma caverna de rocha esponjosa, como a dividila em duas partes que sugerem o aspecto dos hemisférios cerebrais.”
“Escultura disforme feita por Lúcio trinta e dois anos mais tarde, mostrando as arrasadoras conseqüências da lobotomia em sua capacidade criadora.”
• camisa de lona resistente, com as mangas muito compridas e fechadas que eram amarradas às costas. • Usado durante mais de 50 anos • substituído por celas fortes, verdadeiras solitárias. • Prática perdeu importância com advento dos neurolépticos e práticas de reabilitação psicossocial. Profa. Ma. Janete Valois
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PSICOFARMACOLOGIA
1952 – Delay e Deniker Sucesso com o uso de clorpromazina Nova era no tratamento de doenças mentais Reduz agitação psicomotora e atividade delirante e alucinatória
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A psiquiatria no Brasil Histรณria da psiquiatria
Obra de Fernando Diniz, paciente de Nise da Silveira,exposta no Museu de Imagens do Inconsciente
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História da psiquiatria brasileira • Até a chegada da família real – ausência da psiquiatria • Urbanização do Rio de Janeiro. • Loucos, imigrantes e marginais misturados • Maus-tratos que chegavam a levar à morte
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“Aos loucos, o hospício” Criação do Hospício D. Pedro II
Refeitório do Hospício de Pedro IIAcervo: Instituto Philippe Pinel (IPP)
Hospício de Pedro II - Gravura de Victor Frond 1852 - Contribuição SBP-SP
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“Aos loucos, o hospício”
Prontuário Do Hospício de Pedro II (1852)
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Livro dos Pensionistas do Hospício de Pedro II (1859-1860) Hospício D. Pedro II Profa. Ma. Janete Valois
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A LOUCURA NO BRASIL • 1852 – Hospício Pedro II Loucura: questão de polícia e tratado como crime e desordem Loucura: caso de clausura e política: hospitalização: saneamento social • 1890 – Assistência médica e legal dos alienados Ministério da Justiça e Negócios Interiores. Modelo hosptalocêntrico difunde-se pelo país. Hospício de Juquery – SP (1898) Franco Rocha – práticas científicas e “ asilamento racional”
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Pavilhão para crianças anormais, laboratório histoquímico e manicômio judiciário Alternância de banhos frios e quentes, malarioterapia, traumaterapia, laborterapia e terapias medicamentosas. De Hospício de Pedro II a Hospício Nacional dos Alienados – do poder religioso ao poder médico
Evento comemorativo realizado no salão de reuniões públicas no Hospital Nacional de Alienados. Rio de Janeiro, 1929. Profa. Ma. Janete Valois
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Tratamento Moral Isolamento Reorganização do espaço terapêutico (entre sexos / pensionistas e indigentes) Vigilância (pessoal da enfermagem) Distribuição do tempo (oficinas e tarefas)
Ateliê de costura do Hospício de Pedro IIAcervo: Instituto Philippe Pinel (IPP)
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• Superlotação • Encaminhamento de doentes de todo o país • Grande fluxo de ex-escravos desamparados e imigrantes • • Colônia Juliano Moreira • Trabalho agrícola como proposta terapêutica do • psiquiatra Juliano Moreira • Colônias de São Bento e Conde de Mesquita (Ilha) extintas: mulheres - Engenho de Dentro Homens - Jacarepaguá
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Hospital Nacional dos Alienados (1822-Pedro II) 1902: tratamento eminentemente médico 1907: Laboratório de Psicologia Experimental da Clínica Psiquiátrica do Hospital Nacional dos Alienados (2º lab) Setor dos “criminosos loucos” – futuro Manicômio Judiciário (1921) Ecletismo como posição hegemônica Vínculo explícito com a Psicologia – produção de conhecimentos
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REFORMA SANITÁRIA Clifford Beers, nos E.U. A Nova York 1908 “A mente que encontrou a si mesma”: denuncia os males e abusos do manicômio no cerne da ética protestante da salvação e sucesso individual. Adolf Meyer (médico) “Meus atendentes eram incapazes de compreender as operações de minha mente e o que eles não eram capazes de compreender, raramente toleravam”, Há razão na loucura. Fruto do esforço conjunto de Beers e de um, não dos psiquiatras.
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• Reforma: ênfase educação e esclarecimento. • Doença mental era um inimigo que podia ser vencido pela força de vontade. • Falava de uma “guerra civil mental”, onde a irracionalidade seria vencida pela Razão. • Promovia a prevenção e tratamento. • Trabalhava através de publicidade, propaganda, informação, panfletagem, lobby. • Receitou um remédio para a sociedade: a salvação pela psiquiatrização, para garantir a razão ou o progresso da normalidade. • Higiene mental: limpeza interior, pela auto-ajuda. • 1903 – 1ª Lei Federal de Assistência aos Alienados. • Sanear e organizar a cidade eliminando foco de desordem • Saúde Pública (Oswaldo Cruz) + Psiquiatria (Juliano Moreira) • Implementação da colônias agrícolas – modalidade assistencial oposta ao asilo fechada, mas criada no cerne do alienismo.
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• Assistência hetero-familiar (AHF) • Higiene e eugenia (caráter preventista 1910-20)
O médico paulista Renato Kehl, o grande divulgador da eugenia no Brasil
• LBHM - Liga Brasileira de • Higiene mental
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• Sanear e organizar a cidade eliminando foco de desordem • Saúde Pública (Oswaldo Cruz) + Psiquiatria (Juliano Moreira) • Implementação da colônias agrícolas – modalidade assistencial oposta ao asilo fechada, mas criada no cerne do alienismo.
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LIGA BRASILEIRA DE HIGIENE MENTAL 1923 – Liga Brasileira de Higiene Mental – LBHM Rompimento com a tradição francesa Maior influência americana e germânica Eugenista: antiliberal, moralista e xenofóbico. Brasil: degradação moral e social por causa dos vícios, da ociosidade e da miscigenação racial do povo brasileiro.
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REFORMA SANITÁRIA Franco da Rocha Internos do asilo para residirem nos domicílios de enfermeiros do hospital psiquiátrico ou moradores próximos do asilo que, mediante o recebimento de uma pensão, iriam acompanhá-los em sua re-inserção social por meio das atividades agrícolas. As colônias agrícola Criticadas como um modalidade anacrônica em relação a uma sociedade em crescente processo de urbanização e industrialização. Idéia de base Trabalho como meio e fim do tratamento.
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HOSPITAIS PSIQUIATRICOS PÚBLICOS NORDESTE • Pernambuco (1864) Santa Casa de Olinda; • Bahia (1874) Asilo de São João de Deus; • Rio Grande do Norte (1882) – Lazareto da Piedade de Natal; • Ceará (1886) –Asilo São Vicente de Paula; • Alagoas (1891) – Asilo Santa Leopoldina; • Paraíba (1892) – Asilo Sant’Ana; • Piauí (1907) – Asilo de Alienados Areolino de Abreu; • Maranhão (1939) – Nina Rodrigues
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PERSONAGENS BRASILEIROS
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Teixeira BrandĂŁo 1854-1921 Profa. Ma. Janete Valois
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TEIXEIRA BRANDÃO • Primeiro alienista brasileiro – diretor Hospício de Pedro II. • Desanexação do Hospício de Pedro II da Santa Casa de Misericórdia – Hospício Nacional de Alienados. • Funda 1904 – 1ª Escola de Enfermeiros do Brasil • Deputado Federal – 1ª Lei de Assistência aos alienados do Brasil. • Construção das colônias de alienados – alternativos para o modelo da época
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Juliano Moreira 1873-1933 Profa. Ma. Janete Valois
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JULIANO MOREIRA • Introdutores de psiquiatria no Brasil, Diretor do Hospital Nacional de Alienados–20 anos • Rede de serviços interligados em saúde mental: Modelo clínica de Munique • Maior biblioteca em saúde mental da América do Sul: Instituto Municipal de Assistência a Saúde Nise da Silveira. • Edita o Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Medicina legal (1905) • Reconhecimento: Colonia dos alineados para Colônia Juliano Moreira. • Introdutores de psiquiatria no Brasil, Diretor do Hospital Nacional de Alienados–20 anos • Rede de serviços interligados em saúde mental: Modelo clínica de Munique • Maior biblioteca em saúde mental da América do Sul: Instituto Municipal de Assistência
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a Saúde Nise da Silveira. • Edita o Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Medicina legal (1905) • Reconhecimento: Colonia dos alineados para Colônia Juliano Moreira. • Princípios classificatórios de doença de Kraepelin (sintomas, etiologia orgânica e evolução) Doença Mental • um estado de natureza diferenciado dos estados ditos normais. “um desvio da normalidade que é, é uma exceção biológica”. Medidas no hospital - novos rumos a psiquiatria brasileira • incineração camisa de força; espaço de dialogo com os pacientes; enfermeiros preparadados redução de pacientes crônicos; separação dos pacientes em virtude da classe social; do diagnóstico, do gênero e idade
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ULYSSES PERNAMBUCANO • Contribui para a Educação • 1924: Diretor Hospital Doenças nervosas e mentais de Recife • Aboliu calabouços, camisas-de-força • Implantou praxiterapia, Pavilhão de Observações, Lab de Análises, Pavilhão de Hidroterapia, “internato acadêmico (para estágios • Fundou a Escola para Anormais (1964 – dirigida pela APAE) • 1936 – Sanatório de Recife, com Escola para Anormais • Preocupação com formação de profissionais: cursos e estágios • Pioneiro da Anti-psiquiatria, sem reconhecimento
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• Implantação “Assistência a psicopatas de Pernambuco” • Serviços para doentes mentais não alienados, com ambulatório e hospital aberto • Serviços para doentes mentais alienados, com hospital para doentes agudos e colônia para doentes crônicos • Manicômio Judiciário • Serviço de Higiene Mental, com serviço de Prevenção de Doenças Mentais e Instituto de Psicologia
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NISE DA SILVEIRA
1905 - 1999 86
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• Psiquiatra alagoana, Centro Psiquiátrico Nacional • Postura critica e revolucionária: prisão 1936 na ditadura Vargas, anistiada em 1944 • Centro psiquiátrico Pedro II: Seção de Terapêutica ocupacional. • Tratamento em doença mental: trabalho criativo e expressão artística dariam ordem e equilíbrio ao mundo subjetivo conturbado. • Significados nos delírios e alucinações • Recusou-se a aplicar o eletrochoque, forçando-a a trabalhar na terapia ocupacional. • Revolucionou a terapia ocupacional: trocou a faxina por ateliê realizando pinturas, desenhos, modelagem etc.. • Deu atividades e liberdade através da criação de oficinas, passeios possibilitando a ressocialização. • Pacientes esquizofrênicos: sessões terapêuticas – pintura e modelagem
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NISE DA SILVEIRA • Imagens circulares e estruturas geométricas: consistência teórica em Jung – representações de símbolos que indicam potencial autocurativo do psiquismo. • Tratamento concebido: afeto pelo outro • Melhora de paciente: conquista de afeto de um cão, tornando mais alegres e afáveis. • Aposentada compulsoriamente aos 69 anos: retorno como estagiária • Produção artística: inaugurou “Museu de Imagens do Inconsciente” em 1952
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TRADIÇÕES REFORMISTAS INFLUENCIADORAS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
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CONDIÇÕES HISTÓRICAS PROPICIADORAS DA EMERGÊNCIA DE PROCESSOS REFORMISTA • Contextos históricos de escassez de mão de obra, de necessidade de revalorização do trabalho humano; • Processos de democratização, momentos de fortalecimento da solidariedade nacional; • Alterações no processo de financiamento e produção de serviços sociais, incluindo políticas neoliberais, que incitam programas de desospitalização; • Modificações demográficas: envelhecimento populacional, alterações na estrutura e organização familiar; • Novas teorias e práticas terapêuticas: deslocam paradigmas, princípios e práticas psiquiátricas tradicionais; • Estratégias de modernização da corporação médica: aproximar psiquiatria da medicina em geral – UPHG; • Desenvolvimento da psicofarmacologia, possibilitando outras formas de controle dos sintomas psiquiátricos. 90
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No cenário do pós guerra a psiquiatria metamorfoseia-se como um saber da saúde mental: Psiquiatria social. Surge várias propostas em diferentes momentos históricos e tradições teóricas: 1º período Crítica à estrutura asilar e ao poder médico: papel de guarda – não de terapeuta. Apesar da enfermidade mental ser qualificada como subproduto do espaço asilar, esse pode ser remodelado e reorientado para cumprir sua missão terapêutica inicial. • comunidade terapêutica inglesa • psicoterapia institucional francesa
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2º período • Redimensionamento teórico e prático da psiquiatria. • Extensão da psiquiatria ao espaço extra hospitalar. • Trata-se de uma nova medicalização social. • A terapêutica é centrada na coletividade e na prevenção. • psiquiatria de setor francesa • psiquiatria comunitária/preventiva norte-americana 3º período • intensificação da desinstitucionalização; • antipsiquiatria inglesa • psiquiatria de tradição basagliana
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COMUNIDADE TERAPÊUTICA • Inglaterra (1959) com Maxwell Jones: crítica à concentração do poder na figura do médico; • Reforma na dinâmica institucional asilar; • Transformação do hospital via democratização das relações; • Resgate da força de trabalho desperdiçada no interior dos HP; •
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Dinâmica das Comunidades Terapêuticas - o coletivo/a comunidade é terapêutica; - ênfase no trabalho/relações grupais; Base organização dos internos em grupos de discussão, na perspectiva de envolvê-los na própria terapia e com a dos demais membros. Palavra chave Participação
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Pressuposto: Hospital proporcionar oportunidades de “aprendizagem ao vivo”. Aproveitar as situações vivenciadas no cotidiano hospitalar para exercitar enfrentamento de questões da vida fora do hospital
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Objetivo Gerir a terapêutica Dinamizar a instituição e a vida das pessoas Função terapêutica De todos, enfermos, familiares, comunidade
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CONTRIBUIÇÕES • Profissional com outro papel: mediador e facilitador do dialogo e troca. • Contribuiu no compartilhamento de experiências e no dialogo com pontos de vista diferente
LIMITES/CRÍTICAS • Cria uma comunidade ideal, sem hierarquias diferente do mundo externo • Quer modificar o hospital e não a sociedade • Ação centrada na doença mental
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PSICOTERAPIA INSTITUCIONAL FRANCESA • Mudanças na instituição para que se tornassem terapêuticas (tratem e curem): Tinham se limitado à função repressiva e carcerária • O que deve ser tratado é primeiramente a própria instituição e suas relações, para que produza saúde; • é antes um método, uma prática psiquiátrica e não uma nova teoria explicativa a loucura
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PRESSUPOSTO DE ESQUIROL “uma casa de alienados é um instrumento de cura nas mãos de um médico hábil; é o agente poderoso contra as doenças”
BASE DO ENTENDIMENTO A psicanálise Põe em cheque a função tradicional do médico
IDEIA BÁSICA Dar à instituição hospitalar uma função terapêutica. Transformá-la em instrumento de cura, a partir de uma mudança na sua organização interna. 98
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INFLUÊNCIA TEÓRICA Herman Simon – terapêutica ativa: participação dos internos em atividades e a psicanálise francesa.
PSICOTERAPIA INSTITUCIONAL conjunto de mediações ou de instituições cuja combinação gera efeitos psicoterapêuticos.
PRÁTICAS ateliers; lugares de animação; reuniões; atividades de gestão – construir redes significantes ou um campo transferencial
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PSIQUIATRIA DE SETOR FRANCESA - Principal precursor: Lucien Bonnafé, por volta de 1945; Resulta do movimento de liberalização e renovação geral da psiquiatria asilar, pós II Guerra - Sofreu influência da psicanálise de tendência lacaniana; - Complementar à Psicoterapia institucional • Transferência do centro de atividade do hospital para uma população delimitada e intervenção baseada em pluralidade disciplinar: biológica, psicológica, sociais, educacionais, dentre outras • Busca da vocação terapêutica da psiquiatria: levá-la à população • Terapêutica in situ: paciente tratado dentro do seu próprio meio social e com seu meio e a passagem pelo hospital não será mais do que uma etapa transitória do tratamento. • Território dividido em zonas geográficas ou setores que comportava até 70 000 habitantes 100
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Em 1960 torna-se uma política – política de setor
DINÂMICA • Cada setor tem uma equipe responsável pelo atendimento psiquiátrico de seus integrantes. • A equipe é responsável pelo monitoramento dos PTMs, inclusive durante internações em hospitais. O hospital era subdividido conforme os setores onde residiam os PTMs
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PRESSUPOSTOS • A psiquiatria asilar nãoé rentável, é cara e ilusória; • Os medicamentos não curam. É mais rentável manter o doente a cargo da família e apoiá-lo com estruturas extra hospitalares (medicamentos, equipes) do que mantê-lo indefinidamente em hospitais LIMITES/CRITICAS • Estigma ao PTM na comunidade – louco perigoso • Exigências infra estruturais: pessoal capacitado, serviços diversificados
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PSIQUIATRIA COMUNITÁRIA/ PREVENTIVA NORTE AMERICANA • Surge nos anos 1960/1963 Kennedy • Principal autor Gerald Caplan • Propõe-se a intervir sobre causas com o objetivo de prevenir – evitar a emergência dos transtornos mentais • Mudança de objeto da psiquiatria – da doença para a saúde mental. BASE Criação de Centros Comunitários de Saúde Mental. Um serviço para cada 50 mil habitantes
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OBJETIVO reduzir custos com a criação de serviços voltados para a prevenção e tratamento na comunidade IMPACTOS ampliação da atuação da psiquiatria, do hospital para a comunidade, escolas, famílias INOVAÇÃO - trabalho em equipe interdisciplinar; - dinamização da intersetorialidade
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PRESSUPOSTO • Doença mental = doença do psiquismo • Atuar na prevenção e promoção da saúde - reconhecer situações precipitantes de vulnerabilidades e atuar precocemente • Ação pautada em triagem realizada sobretudo por meio de questionários BASE Modelo sociológico adaptaçao-desadaptação
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NÍVEIS DE PREVENÇÃO DE CAPLAN • Primária: intervêm nas condições consideradas passíveis de causar doenças • Secundária: diagnosticar precocemente os transtornos mentais, para evitar agravamento • Terciária: propicia reabilitação psicossocial para os PTMs
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O QUE PROVOCA DOENTAL MENTAL? • Crises. Vitais – tipicas do desenvolvimento humano. • Acidentais: imprevistas
LIMITES/CRITICAS • psiquiatrização de problemas sociais; • busca intensa de suspeitos de TM; • Não há consenso sobre as causas das doenças mentais • Ação centrada na desospitalização dos PTMs
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ANTIPSIQUIATRIA INGLESA • Surge nos anos 60, no cerne da contracultura; • Formuladores: Ronald Laing; David Cooper e Aaron Esterson; Antipsiquiatria americana • Tomas Szasz • Contestam o saber e o modelo assistencial centrado no hospital • Influência teórica: fenomenologia; existencialismo; Foucault; psicanálise; marxismo • Experiência prática: Pavilhão 21 (1962 a 1966) e Comunidade Terapêutica Kingsley Hall (1965 a 1970)
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LOUCURA Para Szasz “a doença mental é um mito” Mostra que há uma confusão entre mente e cérebro. Contesta a doença mental como doença anátomo patológica. Entende que traduzir a sintomatologia – comportamento desviante - é um juízo de valor que objetiva invalidar o diferente, uma pessoa que tem “problemas de vida” e não patologia. Doença mental como um problema social. Para ingleses: a loucura não se encontra numa pessoa, e sim num sistema de relacionamentos em que o louco rotulado participa.
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Sistema de relações que se deteriora e continua a ser sustentado sobre falsos pressupostos e falsas atitudes. Esquizofrenia é um sintoma de crise microssocial. A etiologia da esquizofrenia localiza-se, sobretudo, nas relações familiares rígidas, autoritárias, que impedem processos de individualização. Para Cooper a “ilogicidade da esquizofrenia” estaria na “doença da lógica” dos demais integrantes da família. PTM um bode expiatório no qual seus familiares projetam seus problemas internos. PTM aquele que expõe os fantasmas familiares. LOUCURA: UM MERO RÓTULO; UMA FORMA DE INVALIDAÇÃO E UM ESTIGMA.
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INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA: Para Szasz uma forma de punição utilizada em nome da terapia psiquiátrica. “um procedimento socialmente aceitável de se desvencilhar de pessoas indesejáveis e socialmente inoportunas. Psiquiatria: uma modalidade de controle social. DINÂMICA DE ABORDAGEM: O louco delirante era assistido e incentivado a experimentar concretamente o seu delírio, em um ambiente protegido (a comunidade terapêutica) e sem repressões ou violência.
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LIMITES/CRITICAS: • Culpabilização da família pela emergência do transtorno • mental/ simplificação. • Negação da doença mental/ romantização do sofrimento • Não construiu uma abordagem com a família. AVANÇOS: • Produziu denúncia e contestação da psiquiatria clássica – colocou em movimento as verdades até então aceitas. Questionou o saber psiquiátrico.
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PSIQUIATRIA DE TRADIÇÃO BASAGLIANA • Itália - Franco Basaglia, 1961: Hospital Psiquiátrico de Gorizia • Promove uma ruptura com o paradigma clínico, psiquiátrico, ao desconstruir os aparatos científicos, administrativos, legislativos, culturais e políticos que deram sustentação à psiquiatria clássica; • Implementa negação ativa do HP, mobilizando seus atores e recursos em toda sua dimensão cultural e material.
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HOSPITAL PSIQUIÁTRICO UMA INSTITUIÇÃO DE VIOLÊNCIA • Desloca o objeto da psiquiatria da doença mental (que coloca entre parênteses) para a “existência sofrimento”. • Evidenciar o sujeito que sofre e suas condições de vida. • Intervenção voltada para a “invenção da saúde” e “produção da vida”. • Complexifica o olhar – antes reduzido aos sintomas e tipologias diagnósticas.
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Questão a ser enfrentada: a emancipação, a ampliação do poder de trocas do PTM. Não a cura ou a reparação, mas a reprodução social dos PTMs. TRATAR = “um ocupar-se aqui e agora para que se transformem os modos de viver e sentir o sofrimento do paciente e que ao mesmo tempo se transforme a sua vida concreta cotidiana” (Rotelli, 1990) Responsabilidade e cuidado. Construção de uma sociedade voltada para o cuidado. Busca transformação social – uma nova relação entre sociedade e loucura.
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REPERCUSSÕES DOS SABERES PSI PÓS GUERRA NO MODELO ASSISTENCIAL BRASILEIRO Conjuntura política brasileira pós guerra: ditadura; poucos momentos democráticos. A partir de 1985, Nova Republica. - Predomínio do hospital psiquiátrico, com pouca modernização. Golpe 1964 – massificação da assistência psiquiátrica – intensificação da privatização da assistência e fortalecimento dos hospitais psiquiátricos – “indústria da loucura”.
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• “Os leitos privados passaram a crescer 10 vezes mais rapidamente que o crescimento da própria população brasileira. • O doente torna-se mercadoria e se vê transformado em fonte de renda” (Ministério da Saúde, 1990: 8) • Previdência compra leitos em hospitais psiquiátricos privados. • Muda perfil da população psiquiátrica: predomina os trabalhadores previdenciários urbano. • Perfil da cobertura ampliado para diagnósticos mais leves, principalmente neurose e alcoolismo,psiquiatrizando muitos dos problemas sociais.
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Final dos anos 60 – primeiras comunidades terapêuticas no Rio de Janeiro; São Paulo e Porto Alegre. Inicia experiências com acompanhamento domiciliar terapêutico. 1977/78 – Movimentos sociais ganham visibilidade, contra a ditadura. • Reorganiza-se o movimento sanitário e em seu interior as discussões da assistência psiquiátrica. • A particularidade da experiência brasileira no Movimento decorre do fato de ter como principal difusor o próprio estado e ter germinado numa conjuntura autoritária. • Critica ao modelo assistencial hospitalocêntrico. • Estado propaga ideias preventivistas, comunitárias da psiquiatria, modelo americano
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1978 CRISE DA DINSAM – complexo hospitalar gerido pelo Governo Federal no Rio de Janeiro inicia como luta corporativa por garantias trabalhistas e se expande às criticas do modelo assistencial – demissão dos integrantes do movimento. 1979 Encontro dos Profissionais de Saúde Mental em São Paulo • cria-se o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental. • O movimento é heterogêneo – duas tendências dominam: a) radicaliza a luta pela extinção da estrutura asilar/manicomial b) postula a inserção nos espaços asilares e implementação de mudanças no modelo assistencial • Movimento ganha identidade própria distinta do Movimento Sanitário – luta por cidadania social x luta por cidadania civil/especial
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1982 – programa de reorientação de assistência Psiquiátrica – ambulatorização da assistência. • Inicia experiências com acompanhamento domiciliar terapêutica 1983 – Ações Integradas de Saúde – AIS 1985 – Nova República – poder aos civis 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde 1987 – RJ 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental • Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental transforma-se em Movimento Nacional a Luta Antimanicomial. • Adota o lema: por uma sociedade sem manicômios • Estabelece o 18 de maio Dia da Luta Antimanicomial.
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1987 – Caps Luiz Cerqueira – Itapeva São Paulo 1988 – Constituição Federal é promulgada – SUS é referendado na Seguridade Social 1989 - Projeto de Lei Paulo Delgado nº 3.657/89 1989 – Santos – Intervenção na Casa de Saúde Anchieta – criação de NAPS 1989 – Eleições diretas para presidência da República.
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