Nutr. Ana Carolina Cantelli Pereira 2017
Epidemiologia
EPIDEMIOLOGIA – ESTIMATIVAS 2016/17 – INCA
EPIDEMIOLOGIA – ESTIMATIVAS 2016/17 – INCA SÃO LUÍS E MARANHÃO
Câncer • Conjunto de doenças promovido por mutações genéticas progressivas no genoma de uma célula, levando a um desequilíbrio na homeostasia celular.
CARCINOGÊNESE
carcinogĂŞnese
Base molecular do câncer
• Proto oncogenes - promotores de crescimento. • Oncogene - Derivados dos proto-oncogenes, alterados geneticamente, que passam a atuar como oncogenes. • Genes supressores de tumor - inibidores de crescimento. Inativados quando há ativação dos oncogenes desenvolvimento tumoral. • Genes reguladores da apoptose. • Genes envolvidos no reparo do DNA - principal alvo das mutações.
Agentes ambientais que lesam o DNA: químicos, radiação, vírus
Célula normal
Lesão no DNA Reparo no DNA bem sucedido Mutações hereditárias em: - genes que afetam a recuperação do DNA g - genes que afetam o crescimento celular ou apoptose
Incapacidade de recuperação
Mutações no genoma das células
Alteração nos genes que regulam a apoptose Ativação dos oncogenes promotores do crescimento
Inativação dos genes supressores de tumor
Expansão clonal
Neoplasia maligna
Invasão e metástase
Base molecular do câncer - Proto-oncogene e Oncogene Classes proto-oncogenese.
Oncogene
1. Fatores de crescimento
HST
Glioblastoma, câncer gástrico
2. Receptores de fatores de crescimento
ERB2
Mama, ovário, gástrico, pulmão, adenocarcinomas
RET
Tireóide
3. Transdutores de sinal
4. Fatores de transcrição
Tipo de câncer
HRAS
Intestino, pulmão e pâncreas
KRAS
Leucemia aguda, tireóide, pulmão e intestino
c-MYC
Linfoma, pulmão, mama, ovário e intestino
n-MYC
Neuroblastoma, CPPC
Base molecular do câncer – sinais de crescimento
BASE MOLECULAR DO CÂNCER – SINAIS DE ANTI-CRESCIMENTO
BASE MOLECULAR DO CÂNCER – EVASÃO DA APOPTOSE
Célula normal
Célula neoplásica
• O sistema é composto por proteínas que funcionam como sensores, e outras que são os efetores (levam a apoptose).
• São capazes de escapar da apoptose.
BASE MOLECULAR DO CÂNCER – IMORTALIZAÇÃO
BASE MOLECULAR DO CÂNCER – ANGIOGÊNESE
Célula normal
Célula neoplásica
• Angiogênese ocorre de forma regulada.
• Criam habilidade em realizar angiogênese .
BASE MOLECULAR DO CÂNCER – INVASÃO TECIDUAL
Célula normal
Célula neoplásica
• Se mantém aderidas as outras e a matrix, e a maioria não tem mobilidade.
• Alteram a adesão entre as células e a membrana que sustenta as células, são capazes de destruir esta lâmina, entram na corrente sanguínea e se implantam em outros órgãos.
Base molecular do câncer AUTO-SUFICIÊNCIA EM SINAIS DE CRESCIMENTO
EVASÃO DA APOPTOSE
INSENSIBILIDADE EM SINAIS ANTITUMORAIS
ANGIOGÊNESE SUSTENTADA
INVASÃO TECIDUAL E METÁSTASE
POTENCIAL REPLICATIVO IMORTALIZAÇÃO
METÁSTASE
Comprometimento à distância por uma parte do tumor que guarda relação direta com o foco primário.
METÁSTASE- TIPOS
Transcavitária - células de um tumor maligno penetram alguma cavidade corporal e crescem e disseminamse.
Linfática – seguem a drenagem linfática normal da área do tumor primário, ocupando os linfonodos mais próximos e que recebem maior número de vasos linfáticos aferentes.
Sanguínea – células tumorais que invadem os vasos sanguíneos. Compromete órgãos mais vascularizados.
METÁSTASE Tumor primário
Sítios mais comuns
Mama
Pulmão , osso, cérebro e fígado
Próstata
Osso
Pulmão (pequenas células)
Osso, cérebro, fígado, supra-renal
Pele, melanoma
Cérebro, fígado, intestino
Tireóide
Osso
Rim
Osso, fígado, pulmão, tireóide
Testículos
Fígado, pulmão
Bexiga
Fígado, pulmão, cérebro
ESTADIAMENTO • União Internacional Contra o Câncer (UICC) preconiza o sistema denominado TNM de Classificação dos Tumores Malignos.
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES • Células bem diferenciadas (semelhantes ao tecido normal); • Crescimento progressivo, podem regredir; • Massa bem delimitada, não invade e nem infiltra tecidos; • Não ocorre metástase; • Células anaplásicas (diferentes do tecido normal); • Crescimento rápido; • Massa poucodelimitada, pode invadir e infiltrae tecidos; • Pode ocorrer metástase.
CLASSIFICAÇÃO DOS TUMORES Benigno Sufixo “oma”
TU benigno tecido cartilaginoso = Condroma TU benigno tecido gorduroso = Lipoma TU benigno tecido glandular = Adenoma
Maligno Epitélio de origem glandular: Adenocarcinoma Epitélio de revestimento externo e interno: Carcinomas
FATORES DE RISCO
FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS Tabagismo • Pulmão, laringe, cavidade Oral, esôfago, bexiga, pâncreas
Excesso de Álcool • Cavidade Oral, faringe, laringe, esôfago, fígado, mama, cólon e reto
Obesidade • Cólon, esôfago, rim, mama, endométrio, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo.
Sedentarismo • Cólon, reto, mama e endométrio.
Agentes infecciosos • Colo do útero, fígado, estômago, cavidade oral.
Exposições Ocupacionais, poluição ambiental e exposição solar Dieta inadequada • Cólon, reto, mama, próstata, endométrio, esôfago, estômago.
Idade GĂŞnero Etnia Hereditariedade
ESTRESSE OXIDATIVO • Desequilíbrio entre produção e eliminação de espécies reativas de oxigênio (EROs) D A N O S
DNA, RNA, lipídios e proteínas
mal funcionamento do sistema de reparo do DNA CÂNCER
Vit. A, C e E – aumentam potencial antioxidante no sangue. Obesidade: citocinas inflamatórias aumento de EROs
Atividade física - Aumento e ativação de enzimas antioxidantes, levando à redução dos níveis de EROs.
Silva Camila Tainah da, Jasiulionis Miriam Galvonas. Relação entre estresse oxidativo, alterações epigenéticas e câncer. Cienc. Cult. [Internet]. 2014
Silva Camila Tainah da, Jasiulionis Miriam Galvonas. Relação entre estresse oxidativo, alterações epigenéticas e câncer. Cienc. Cult. [Internet]. 2014
NUTRIÇÃO, ESTILO DE VIDA E CARCINOGÊNESE
Screening
Redução mortalidade Prevenção
Não fumar Índice de massa corporal <30 Atividade física > 3,5 horas semanalmente Dieta adequada
1/3 do risco de câncer em comparação com aqueles que não tiveram nenhum desses fatores
Tabagismo Principal causa evitável de câncer; 30% das mortes relacionadas com câncer nos EUA; Pulmão: aumenta risco em 10-20x; Leucemia,
cavidade
oral,
cavidade
nasal,
seios
paranasais,
nasofaringe, laringe, esôfago, pâncreas, fígado, estômago, colo do útero, rim, intestino grosso e bexiga. Múltiplos estágios de carcinogênese: contato de carcinógenos diretamente aos tecidos, causa irritação e inflamação e interfere com as barreiras de proteção naturais do organismo US Department of Health and Human Services. The Health Consequences of Smoking: A Report of the Surgeon General. US Department of Health and Human Services, Atlanta, GA 2004.
Alcóol Estudo prospectivo de mais de um milhão de mulheres em um seguimento médio de 7,5 anos, 10 g / dia de álcool aumentaram o risco de câncer de orofaringe, esôfago, laringe, reto, fígado e mama. O risco de desenvolvimento de câncer aumentou 6% (IC 95%: 4 a 7%) por cada 10 g/dia de álcool (de qualquer tipo) consumido. Propriedades de solvente podem permitir que os carcinógenos penetrem nas membranas celulares. Aumenta os níveis de estrogênio e interfere no metabolismo do folato. Pode atuar como irritante, causando aumento da produção celular; como transportador que transporta carcinógenos; como um inibidor da metilação do DNA. Allen NE, Beral V, Casabonne D, Kan SW, Reeves GK, Brown A, Green J. Moderate alcohol intake and cancer incidence in women. J Natl Cancer Inst. 2009;101(5):296. Seitz HK, Stickel F. Molecular mechanisms of alcohol-mediated carcinogenesis. Nat Rev Cancer. 2007;7(8):599.
Exposição solar Radiação solar é a principal causa de câncer de pele melanoma e não melanoma. Radiação ultravioleta causa mutações genéticas e interfere com o sistema imunológico cutâneo, limitando a capacidade do organismo de rejeitar células anormais. O risco de células escamosas e câncer de células basais parece correlacionar-se com a exposição total ao sol ao longo da vida. A exposição cumulativa ao sol também pode aumentar o risco de melanoma, mas repetidas exposições intensas que levam a queimaduras podem ser ainda mais perigosas. Siegel R, Ward E, Brawley O, Jemal A. Cancer statistics, 2011: the impact of eliminating socioeconomic and racial disparities on premature cancer deaths. Cancer J Clin. 2011;61(4):212.
Atividade física Redução do risco de câncer de cólon, fígado, estômago, pâncreas e mama. Obesidade. Possíveis mecanismos: redução nos níveis circulantes de insulina, hormônios e outros fatores de crescimento, melhor função imune. Durante a adolescência, pode oferecer proteção adicional contra o câncer de mama. A duração, intensidade e frequência da atividade física ainda são desconhecidas.
Inoue M, Yamamoto S, Kurahashi N, Iwasaki M, Sasazuki S, Tsugane S. Daily total physical activity level and total cancer risk in men and women: results from a largescale population-based cohort study in Japan. Am J Epidemiol. 2008;168(4):39 Boyle T, Keegel T, Bull F, Heyworth J, Fritschi L .Physical activity and risks of proximal and distal colon cancers: a systematic review and meta-analysis. J Natl Cancer Inst. 2012;104(20):1548.
Obesidade IARC, 2016 : Cólon, esôfago, rim, mama, endométrio, estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo. Excesso de gordura corporal processo inflamatório crônico alteração no metabolismo de hormônios (leptina, sexuais) dano celular. Obesidade diabetes hiperglicemia radicais livres dano celular.
Lauby-Secretan B, Scoccianti C, Loomis D, Grosse Y, Bianchini F, Straif K. Body Fatness and Cancer--Viewpoint of the IARC Working Group. N Engl J Med. 2016;375(8):794.
Carne vermelha e processada 7 de 14 estudos de coorte e 7 dos 15 estudos de caso-controle: associações positivas para consumo de carne vermelha e câncer colorretal (CCR). 12 dos 18 estudos de coorte e 6 dos 9 estudos caso-controle: associação para a carne processada e CCR. 1 meta-análise encontrou relação dose-resposta com base em 10 estudos de coorte, com risco aumentado em 17% (CI 1,05-1,31) por 100g/dia de carne vermelha e aumentou 18% (IC 95%: 1,1-1,28) por 50 g/dia de carne processada. Evidência suficiente para identificar a carcinogenicidade da carne processada, mas limitada para a associação do consumo de carne vermelha e câncer.
Carne vermelha Forma de preparo Até 500g/semana
Carne processada Conservação. Sem quantidade segura para consumo.
Frutas, verduras e legumes Fibras Antioxidantes
Borges, RCB. Nutrigenômica e câncer: qual a evidência? maio/junho 2013 Onco&
Curcumina – açafrão ação anti-inflamatória. Licopeno ação ntioxidante. Alicina – alho, cebola polifenol que atua na carcinogênese. Epigalocatequina 3-galato - chá verde neutraliza a formação dos radicais livres. Sulfurafanos – crucíferos indol-3-carbinol: regulação hormonal e antioxidante. Resveratrol modulação hormonal, combate radicais livres, ação anti-inflamatória. Beta-sitosterol – oleaginosas atuação na apoptose. Vitamina D – regulação da inflamação, apoptose de células tumorais, diminuição da proliferação, diferenciação celular e imunomodulação. Ômega 3 inibição da proliferação celular, aumento da apoptose e da antiangiogênese.
Estado nutricional
Câncer Perda de peso e desnutrição: 40% a 80% dos casos
Perda ponderal superior a 10%: 30% entre adultos
Estado nutricional
MENDES et al. 2006; CURADO 2008; WAITZBERG 2004.
Até 80% - apresentam algum grau de desnutrição durante o curso da doença
Desnutrição ao diagnóstico: 10-20%
A maior parte dos pacientes hospitalizados apresenta algum distúrbio envolvendo problemas nutricionais.
IBRANUTRI, 2001 – 48,1% desnutridos, sendo 12,5% desnutrição grave.
A prevalência da desnutrição em pacientes cirúrgicos varia de 22 a 58%.
SCREENING NUTRICIONAL
TRINTIN 2003; WAITZBERG 2001.
I N G E S T Ã&#x192; O
D E M A N D A
Etiologia da desnutrição Células Tumorais Malignas – alterações metabólicas
↑ Produção de Citocinas Pró-Inflamatórias IL-1, IL-6, TNF-α
↓ Apetite
↓ Ingestão alimentar
↑ PCR
↑ Gasto Energético Repouso
Alteração no Metabolismo Macronutrientes
↑ PIF Fator Indutor de Proteólise
Perda de massa magra
Perda de Peso induzida pelo tumor
Alterações metabólicas Substância
Mecanismo de ação
Leptina
Atua por meio da redução do apetite, elevação do gasto energético, ativação de circuitos catabólicos e supressão dos anabólicos.
Grelina
Redução do apetite, pelo bloqueio na resposta adaptada ao jejum por redução da expressão do ácido ribonucléico mensageiro da grelina no estômago.
Fator mobilizador de lipídeos (FML)
Atua no tecido adiposo através da hidrólise de triglicérides a ácidos graxos livres e glicerol, pelo aumento da adenosina monofosfato cíclico, de forma análoga aos hormônios lipolíticos e consequente mobilização e utilização lipídica.
Fator indutor de proteólise (FIP)
Indução da degradação protéica e inibição da síntese protéica no músculo esquelético.
Substância
Mecanismo de ação
Fator de necrose tumoral-alfa (TNF-a)
Redução da ingestão alimentar, indução do balanço nitrogenado negativo, lipólise e proteólise, redução da atividade da lipase lipoprotéica, promoção do aumento de cortisol e glucagon, redução da insulina, conduz à resistência à insulina, anemia e febre, elevação do gasto energético.
Interleucina-1 (IL-1)
Induz saciedade, redução da ingestão alimentar, reduz a atividade da enzima lipase lipoprotéica, aumento da lipólise e a proteólise.
Interleucina-6 (IL-6)
Diminui a ingestão alimentar, promove a perda de peso em pacientes com linfoma, câncer de pulmão e colorretal, apresenta efeitos semelhantes a IL-1, porém de forma menos potente.
Interferon-gama (IFN-g)
Potencializa o efeito do FNT-a, reduz a ingestão alimentar, inibe a enzima lipase lipoprotéica nas células adiposas.
Alterações metabólicas Carboidrato Intolerância à glicose secreção de insulina Resistência periférica à insulina síntese de glicose turn over de glicose
Proteína
Lipídeos
turn over de PTN
Depleção de depósitos de gordura
síntese hepática de PTN
da lipólise
catabolismo proteico muscular síntese de proteína esquelética
Complicações PO
Menor tempo de sobrevida
Desnutrição
Maior tempo de hospitalização
Menor tolerância a QT e RT
OLIVEIRA e ANGELIS 2003; SANCHEZ et al. 2003; MENDES et al. 2006; CURADO 2008.
Estado nutricional Características do estado nutricional de adultos (n= 44). Estado nutricional
%
Desnutrição grave
2,3
Desnutrição moderada
4,5
Desnutrição leve
11,4
Eutrofia
56,8
Sobrepeso
20,5
Obesidade grau 1
4,5
MARTINS e MATOS, 2010.
Estudo restrospectivo com pacientes com câncer de cabeça e pescoço realizado no Hospital A.C. Camargo, 2010: - Perda ponderal prévia ao tratamento: 91,5%
Características do estado nutricional de idosos (n= 50). Estado nutricional Desnutrição
62
Eutrofia
28
Sobrepeso
8
Obesidade
2
MARTINS e MATOS, 2010.
.
%
Avaliação nutricional
Assistência nutricional ao paciente oncológico individualizada
Avaliação nutricional
Cálculo das necessidades nutricionais
Terapia nutricional
Seguimento ambulatorial
Avaliação nutricional
Prevenir ou reverter o declínio do estado nutricional
Reduzir catabolismo
Melhorar a resposta imune
Reduzir tempo de internação hospitalar
QUALIDADE DE VIDA
Triagem nutricional
Reconhecer o risco nutricional, para que sejam instituĂdas medidas de intervenção nutricional mais precocemente.
DIAS et al 2011
Ministério da Saúde É OBRIGATÓRIA a implantação de protocolos de rastreamento e avaliação nutricional para pacientes internados pelo SUS
PORTARIA GM/MS nº 343, de 7 de março de 2005.
Diagnóstico
Realizada em até 72 horas da admissão, para identificar o risco nutricional
Peso
Altura
Alteração de peso
ADA 2004; ESPEN 2006; DIAS et al 2011.
Presença de comorbidade
PACIENTE EM RISCO NUTRICIONAL
PLANO NUTRICIONAL DEVERÁ SER ESTABELECIDO
ESPEN 2006; ADA 2004.
Exame fĂsico
Adaptado de DIAS et al 2011
Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo próprio paciente (ASG-PPP) Validada para pacientes oncológicos
Sensibilidade (98%) e Especificidade (82%)
Método simples, sem custo e rápido Bauer et al 2002, DITEN 2011, CNNO 2015
PARTE 1 1. Alterações de Peso 2. Ingestão Alimentar 3. Sintomas 4. Capacidade física e funcional
PARTE 2 Somatória das 4 questões Condições clínicas Febre e corticoide Exame físico
CLASSIFICAÇÃO A – EUTROFIA B – RISCO DE DESNUTRIÇÃO OU DESNUTRIÇÃO MODERADA C – DESNUTRIÇÃO GRAVE
Estudos mostram que a ASG e, mais especificamente, a ASG-PPP apresentam impacto positivo no rastreamento do risco nutricional. Tais métodos subjetivos correlacionam-se ainda com avaliações objetivas do estado nutricional, tais como a antropometria e os parâmetros bioquímicos.
ANTROPOMETRIA Método de mensuração da composição corporal, abrangendo seus dois principais compartimentos: tecido adiposo e massa livre de gordura.
Vantagens Baixo custo; Fácil aplicação; Confiabilidade do método; Técnica não invasiva.
Desvantagens Resultados não podem ser vistos de forma isolada; Não identifica deficiências específicas; Avaliador treinado.
PESO
PREGAS CUTÂNEAS
ALTURA
CIRCUNFERÊNCIAS
Pouco freqüente
Ganho de peso
Drogas utilizadas no tratamento, como corticoides.
•
Aumentam o apetite
•
Provocam retenção hídrica
•
Podem provocar aumento do peso corporal.
Impedância bioelétrica Condições que alteram a composição corporal por distúrbios hídricos, limitações de uso da BIA na pratica clínica:
Método estimativo de quatro componentes corporais: Água Corporal ( Água Intra + Extracelular)
Edema
Proteína
Ascite
Minerais e Gordura corporal.
Diuréticos Mensura partir da resistência de uma corrente elétrica
e
da
componentes
estatura primários,
do a
paciente,
os
resistência,
reactância, impedância (Z) e ângulo de fase (AF).
Desnutrição grave Diálise
399
pacientes
IMC, ASG, ângulo de fase, função pulmonar , força aperto de mão, qualidade de vida 78% dos pacientes que apresentaram AF menor que p5 eram moderadamente ou gravemente desnutridos em comparação aos 39,1% dos pacientes com AF acima de p5. Pacientes com AF inferior ao p5 apresentaram redução significativa do estado nutricional e funcional, redução da qualidade de vida e maior mortalidade.
The value of bioelectrical impedance analysis and phase angle in the evaluation of malnutrition and quality of life in cancer patients—a comprehensive review European Journal of Clinical Nutrition , (29 July 2015) O Grundmann, S L Yoon and J J Williams
Estudos mostram que o uso da BIA e AF podem beneficiar pacientes com câncer de várias formas: na prevenção; diagnóstico; prognóstico; e os resultados relacionados a tratamentos que interferem no estado de saúde e nutricional.
TC - diagnóstico Padrão ouro Composição corporal
Redução da toxicidade do tratamento do câncer através de avaliações da composição corporal é uma área emergente de pesquisa. TC avaliação confiável da composição corporal. A variabilidade da disponibilidade da droga e toxicidade pode ser explicadas pela diferença na composição corporal.
Em mulheres, a massa magra reduzida foi preditor para toxicidade quando administrado 5-FU na dose convencional calculada pela superfície corporal. A diferença na toxidade entre homens e mulheres pode ser explicada pela diferença na composição corporal.
A avaliação laboratorial nutricional considera medidas bioquímicas de proteínas de síntese hepática, hemograma, leucograma e medidas plasmáticas de minerais, oligoelementos e vitaminas.
Proteínas
Meia-vida
Uso clínico
Limitações
Albumina
14-21 dias
Índice prognóstico de gravidade
Hidratação, distúrbio renal, hepático
Transferrina
8 - 9 dias
Índice prognóstico e monitorização
Alteração do metabolismo do ferro
Pré-albumina
2 dias
Monitorização e depleção aguda
Distúrbio renal, hepático e inflamação
Proteína transportadora Do retinol
12 horas
Índice prognóstico de gravidade
Distúrbio hepático, inflamação, diminuição de vitamina A e zinco
PCR
8 - 12hs
Indicador de infecção bacteriano e resposta inflamatória
Reagente de fase aguda, serve de contra-prova para as outros proteínas plasmáticas
Necessidades nutricionais
Calorimetria indireta padrão ouro Equação Harris Benedict Regra de bolso
A calorimetria indireta é o método mais fidedigno de cálculo das necessidades nutricionais, porém é um método de alto custo pouco utilizado na prática clínica.
Necessidades calóricas ADULTOS/IDOSOS
KCAL/KG
Realimentação
20
Obeso
21-25
Manutenção de peso
25-30
Ganho de peso
30-35
Repleção
35-45
CNNO-INCA 2009.
Recomendações protéicas ADULTOS/IDOSOS
G/KG
Sem complicações
1,0 - 1,2
Estresse moderado
1,1 – 1,5
Estresse grave e repleção proteica
1,1 – 2,0
CNNO-INCA 2009.
Recomendações hídricas
IDADE
ML/KG
18 – 55 anos
35
55 – 65 anos
30
> 65
25
CNNO-INCA 2009.
Acrescentar perdas dinâmicas e descontar retenções hídricas
Pacientes críticos
Necessidades calóricas FASE
KCAL/KG/DIA
AGUDA
20-25
ANABÓLICA
25-30 ESPEN 2006.
1,2 – 2,0 G/KG/DIA
Pacientes críticos Recomendação hídirca SITUAÇÃO
ML/KG/DIA
Normal
30
Ascite / edema / IRC / ICC
20 - 25
Desidratação
35 - 40
SHILS 2002
Limitações na Avaliação Nutricional subjetiva de Doentes com Câncer Avaliação do Consumo Alimentar Detectar se a alteração do hábito alimentar é de causa primária ou secundária a doença Tipo de câncer e doença avançada que alteram o gasto energético e levam a quadros de anorexia/ caquexia
Dificuldade na ingestão de alimentos
Paciente com déficit cognitivo, delírios, depressão ou astenia
Necessária a presença do cuidador responsável pelo paciente.
Terapia nutricional
Conceito Conjunto de procedimentos terapêuticos empregados para a manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da nutrição enteral, suplementação oral ou parenteral.
Objetivos
Prevenir ou reverter o declínio do estado nutricional
Reduzir catabolismo
Melhorar a resposta imune
Reduzir tempo de internação hospitalar
QUALIDAD E DE VIDA
Terapia nutricional
Suplemento nutricional oral
ANVISA (2008) - “Alimento ou substância que fornece nutrientes além das necessidades normais, devido gasto metabólico acelerado que requer reposição excedente”.
Indicações
Ingestão alimentar insuficiente
Dificuldade na deglutição
Perda ponderal significativa
Situação clínica
WAITZBERG 2009, ESPEN 2006
Escolha
Necessidades nutricionais
Capacidade digestiva e absortiva
Osmolaridade
Disfunção orgânica
FINALIDADE
Características Apresentação: pó, líquido, creme Composição Calorias Proteínas Fibras Específicos (isentos de gordura, para hepatopatas, renais, diabéticos) Nutrientes específicos: w3, arginina, glutamina, nucleotídeos
Terapia nutricional Os suplementos nutricionais podem auxiliar a melhorar o consumo alimentar de pacientes que não conseguem atingir suas necessidades através da dieta habitual.
Método relativamente simples e não invasivo de suprir as necessidades de calorias, proteínas e demais nutrientes, aumentando a ingestão nutricional do paciente.
Devem ser ofertados como complementação à alimentação habitual, não de forma a substituí-las.
A introdução destes deve ser gradativa de maneira a otimizar a aceitação e minimizar aversão, e devem ser administrados preferencialmente quando o paciente estiver sem os efeitos colaterais decorrentes da quimio e/ou radioterapia.
A monitorização deve ser constante e contínua, procurando-se avaliar a aceitabilidade, efetividade, a ingestão alimentar, apetite, estado clínico e nutricional.
RAVASCO, 2015 Com o aconselhamento nutricional individualizado é possível obter maior ingestão calórica e proteica, melhora do estado nutricional e menor morbidade associada ao tratamento.
36 estudos (n=3670) Suplementos hiperproteicos (> 20% de PTN) Redução de complicações (fraturas e úlceras) Redução nas internações Melhora na ingestão calórica e proteica Aumento do peso
Módulos Proteínas Carboidratos Lipídeos
Vantagens Baixo custo e grande variedade; Envolvimento do paciente, família e/ou cuidador na preparação; Palatabilidade ajustada de acordo com preferências pessoais.
Fibras Aminoácidos
Desvantagens Composição indefinida ou instável; Exigem mais tempo de preparo e cozinha apropriada para este fim; Apresenta utilização dificultada quando preparada em ambiente fora de casa Maior risco de contaminação.
WAITZBERG 2009
Apresentação
Tempo de utilização
Sabores
Preparações com suplementos
Orientação de alta Cálculo de necessidades calóricas e proteicas Ingestão alimentar do paciente Qual é o seu objetivo? Escolha do suplemento Levar em conta situação clínica e socioeconômica do paciente Frequência, diluição Orientação ao paciente e cuidador Explicar o que é o qual é a finalidade do uso do suplemento Complemento Avaliar a aceitabilidade, efetividade, ingestão alimentar, apetite, o estado clínico e nutricional.
Terapia nutricional
Quando iniciar?
• TNE precoce – 24 -48 horas após a estabilização hemodinâmica • Pacientes em risco nutricional ou desnutridos, sem previsão de ingestão adequada VO, em 3 a 5 dias. • Em 12-24 horas após a cirurgia.
Qual é a meta?
• Atingir as necessidades calóricas em 48-72 horas.
Qual o volume de inicio ?
• • • •
0-8h – 20ml/h 8 – 16h – 40ml/h 16 - 24 h – 60ml/h. > 24h – 20ml a cada 8 horas até atingir as necessidades.
Tratamento oncolรณgico
Cirurgia Um dos principais tratamentos oncológicos Pacientes com tumores de mama, tireóide, sistema nervoso central, câncer de pele não melanoma, melanoma, câncer do trato genito-urinário, sistema reprodutor feminino e masculino geralmente não apresentam alterações nutricionais no período da cirurgia.
Estado nutricional evolução clínica do paciente previamente desnutrido
Terapia nutricional adequada: melhora o prognóstico de vários processos clínicos e cirúrgicos, a recuperação da saúde, redução do tempo de internação e os custos hospitalares.
Consenso da Sociedade da Norte-Americana de Cirurgiões, 2013 Triagem nutricional deve ser realizada rotineiramente como parte da avaliação pré-operatória para qualquer paciente candidato à cirurgia de grande porte. Albumina sérica (risco elevado quando < 3,0 g/dL) Proteína C-reativa (para avaliação inflamatória) IMC (risco elevado < 18,5 kg/m2 ou > 40 kg/m2) % do peso corporal atual em relação ao ideal (risco elevado < 90%) % perda de peso corporal em relação ao habitual (risco elevado para perda > 5% em um mês, 7,5% em três meses e > 10% em seis meses)
MCCLAVE et al., 2013
Resposta orgânica ao trauma
Citocinas pró-inflamatórias (TNF-alfa, IL-1, IL-6)
Hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol)
Prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos
Aumento de proteínas de fase aguda positiva (proteína C-reativa) Diminuição de proteínas de fase aguda negativa (albumina e pré-albumina, transferrina) Edema, proteólise, lipólise e resistência periférica a insulina
Fase inicial ebb • Duração de 1-3 dias • Retenção hídrica, necessidade de fluidos intravenosos para manutenção da hemostasia • Normo ou hipometabolismo Fase tardia flow • Predominância de catabolismo sobre anabolismo • Aumento de excreção nitrogenada • Perda de massa magra
Resposta orgânica ao trauma Aparecimento ou agravamento de desnutrição pré-existente Redução da imunidade Dificuldade na cicatrização Aumento do risco de infecções
Quando iniciar? Projeto ACERTO • Pacientes diagnosticados pela ASG com grau de desnutrição B ou C devem receber terapia nutricional 7 a 14 dias antes da cirurgia.
ESPEN • Terapia nutricional durante 10 a 14 dias antes da cirurgia em pacientes com desnutrição ou grave risco nutricional. • Em pacientes oncológicos, a farmaconutrição deve ser administrada por 5 a 7 dias antes da cirurgia, a fim de melhorar a função imune.
CNNO • Iniciar a terapia nutricional 7-10 dias antes de cirurgias oncológicas de grande porte, independente do estado nutricional.
DITEN • Indicada de 7 a 14 dias antes da cirurgia, no paciente com risco nutricional grave candidato a operações eletivas de médio e grande porte.
Qual fórmula? FÓRMULA IMUNOMODULADORA ARGININA
GLUTAMINA
ÁCIDOS GRAXOS ω-3,6
NUCLEOTÍDEOS
ANTIOXIDANTES
NASCIMENTO et al 2011; ASPEN 2009; ESPEN 2016. Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
Arginina Aumento da síntese de colágeno; Reduz necrose na área tecidual; Acelera cicatrização;
ATENÇÃO: PACIENTES COM SEPSE
Reduz inflamação sistêmica
Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
Glutamina Essencial na síntese protéica; Ativa o mecanismo de defesa celular sem aumentar a produção das citocinas próinflamatórias; Alimento para o enterócito
NASCIMENTO et al 2011; ASPEN 2009; ESPEN 2016. Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
Ácidos graxos aModulação da resposta inflamatória; Acelera cicatrização; ω-3 potencializa ação da arginina
ATENÇÃO: Oferta excessiva pode causar efeito imunossupresor
Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
Nucleotídeos Precursores do DNA e RNA; Melhora resposta imunológia;
NASCIMENTO et al 2011; ASPEN 2009; ESPEN 2016. Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
Antioxidantes Zinco, selênio, vitaminas A, C e E; Melhora na função imune; Aumento da síntese de colágeno; Aceleração da cicatrização.
NASCIMENTO et al 2011; ASPEN 2009; ESPEN 2016. Jayarajan S1, Daly JM.The relationships of nutrients, routes of delivery, and immunocompetence. Surg Clin North Am. 2011 Aug;91(4):737-53, vii.
PROCESSO CICATRICIAL 1 - Fase inflamatória
ω-3,6, proteínas
2 - Fase de reconstrução
Arginina, glutamina, antioxidantes
WAITZBERG 2006; SOUZA 2001
3 - Maturação e remodelagem
Nucleotídeos
Desnutrição x cicatrização
Função das células T
Força tênsil
Fagocitose
Combate à infecção
WAITZBERG 2006; WILLIANS 2001
Anticorpos
Fibroplastia
Meta-análise, envolvendo 17 estudos randomizados e 2.305 pacientes A suplementação pré-operatória por 5 a 7 dias, com fórmula contendo imunonutrientes, diminui a morbidade, incluindo fístulas anastomóticas, e o tempo de internação.
Suplementação oral imunomoduladora por 7 dias no pré-operatório de pacientes com câncer gástrico. Diminuição da duração da SIRS. Redução na incidência de complicações infecciosas no pós-operatório.
Complicações pós-operatórias Infecções Tempo de internação
Pacientes com câncer gastrintestinal e baixos níveis séricos de pré-albumina. Grupos: dieta oral imunomoduladora por 7dias no pré-operatório, dieta enteral padrão ou dieta oral sem suplementação. Melhora dos níveis séricos da pré-albumina somente no grupo que recebeu imunonutrição. Não houve alteração na incidência de complicações e tempo de internação.
N= 40 pacientes com diagnóstico de CEC de CP Grupo 1: dieta padrão no pré e pós operatório Grupo 2: dieta enriquecida com imunomoduladores (arginina, nucleotídeos e ômega 3) no pré e pós operatório Dosagem de albumina, pré albumina, PCR, IL-6 e TNFα 5 dias antes e 8 dias após cirurgia Complicações pós operatórias menores no Grupo 2, especialmente nos pacientes bem nutridos.
ESPEN
Jejum pré-operatório Jejum noturno pré-operatório - prevenir complicações pulmonares associadas a vômitos e aspirações do conteúdo gástrico (Síndrome de Mendelson). O jejum pré-operatório prolongado resulta em aumento significativo de resistência à insulina e seu agravamento está relacionado com maior tempo de permanência hospitalar
NASCIMENTO et al,2010.
• A resposta orgânica ao jejum é agravada com o trauma operatório e a lesão tecidual. Aumento dos hormônios contrarreguladores, Maior produção de mediadores inflamatórios que incrementam a resposta orgânica aumentando: resistência insulínica proteólise muscular lipólise resposta inflamatória sistêmica
Liberação de citocinas e produção de proteínas de fase aguda em direta associação com a intensidade do trauma.
21 estudos randomizados e 1.635 pacientes A ingestão de CHO 2-4h antes de cirurgias abdominais reduziram a resistência periférica à insulina e tempo de hospitalização
Redução na resistência periférica à insulina Melhora na resposta inflamatória
Não houve aumento do volume gástrico residual durante a indução anestésica.
Recomendações
NASCIMENTO et al,2011
Pós-operatório O jejum pós-operatório baseia-se na ideia de que o repouso intestinal seria importante para garantir a cicatrização de anastomoses digestivas. Retorno do peristaltismo, através do aparecimento dos ruídos hidro-aéreos e eliminação de gases que, em geral, ocorre em torno de 2 a 5 dias.
Atualmente..... Intestino delgado retorna ao peristaltismo normal em 4 a 8 horas após a cirurgia. Cólon esquerdo e o estômago retornam em aproximadamente 24 horas, sendo que as contrações na região antral do estômago retornam ao normal em 2 horas depois do procedimento cirúrgico. A carência prolongada de alimentos na luz intestinal leva à atrofia de mucosa, podendo romper a barreira mucosa e, consequentemente, promover a translocação bacteriana.
Andersen 2006.
Meta-análise envolvendo 26 artigos com 2214 pacientes. Menor tempo para início de ruído hidroaéreo. Menor tempo de hospitalização. Menor risco de íleo pós-operatório.
A realimentação precoce no pós-operatório envolvendo pacientes com anastomoses intestinais é segura, tolerável, não se relaciona com deiscência de anastomose. Diminui o tempo de duração do íleo paralítico. Reduz morbidade e mortalidade. Reduz tempo de internação.
Projeto ACERTO Cirurgias da via biliar, herniorrafias, cirurgias ano-orificiais: dieta oral líquida deve ser oferecida no mesmo dia da operação (6 – 12 horas após). Cirurgias com anastomoses gastrintestinal, entero-entérica, entero-cólica ou reto-cólica: dieta pode começar no primeiro pós-operatório (dieta líquida). Cirurgias com anastomoses esofágicas, a dieta deve começar no primeiro pós-operatório pela jejunostomia ou sonda naso-entérica. Criar via de acesso nutricional no ato operatório.
DITEN A reintrodução da dieta no pós-operatório deve ser realizada precocemente (12-24h), na maioria dos procedimentos cirúrgicos. Em pacientes eletivos, submetidos a ressecção parcial do estômago, intestino delgado ou grosso, recomenda-se a reintrodução da dieta por via oral ou enteral de 12-24 h após a cirurgia. Pacientes submetidos a operações de ressecções de neoplasias de cabeça e pescoço, ressecções esofágicas ou gastrectomia total devem receber TN por SNE ou por jejunostomia também de modo precoce, em 12-24 horas após a operação.
ESPEN
Realimentação precoce após cirurgias gastrintestinais Ingestão oral, incluindo líquidos claros, pode ser iniciada em poucas horas para a maioria dos pacientes submetidos à ressecção de cólon.
Nível A de recomenação
Terapia nutricional
Em 12-24 horas após a cirurgia.
Atingir as necessidades calóricas em até 48-72 horas.
Fórmulas hipercalóricas, hiperproteicas, enriquecidas com imunomoduladores.
CNNO-INCA,2011; NASCIMENTO et al,2011; ASPEN,2009.
Câncer de Cabeça e Pescoço
IncidĂŞncia
INCA , 2015
INCA 2016
Genden et al 2010.
Oral Enteral Parenteral
Via de escolha para pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos.
Localização do tumor Extensão da ressecção Tipo de reconstrução Grau de mobilidade das estruturas remanescentes Linguagem oral Mastigação Deglutição Olfato Paladar Deformidades plásticas e estéticas
Emocional
S E Q U E L A S
Tipo de cirurgia
Alimentação pós-operatória
Laringectomia total
SNE ou Gastrostomia
Faringolaringectomia total Laringectomia parcial SNE ou Gastrostomia
Hemilaringectomia, cordectomia Laringectomia vertical frontolateral Laringectomia parcial horizontal Laringectomias subtotais Buco-faringectomia
SNE
Hemimandibulectomia Glossectomias parciais ou totais Pelveglossectomia Tireoidectomia
Alimentação
macia,
consistência normal Adaptado de OLIVEIRA e ANGELIS 2003.
com
progressão
para
Características das dietas ingeridas (n=94). Dieta
%
Enteral exclusiva
61,7
Líquida exclusiva
7,4
Semi-sólida exclusiva
35,1
Sólida exclusiva
47,9
Enteral + via oral
36,2
MARTINS e MATOS, 2010.
Terapia nutricional enteral
Indicação de suplementação via oral
Fonoaudiólogo
Líquida
Pastosa ANGELIS 2003
Sólida
A reabilitação para via oral ocorreu em 33 pacientes, sendo que a média do tempo de realimentação em dias foi de 49,12. • Média do tempo de realimentação, em dias, de acordo com o tratamento realizado. Tratamento Cirurgia exclusiva
Tempo de realimentação 9
Quimioterapia + radioterapia
94,43
Radioterapia + cirurgia
37,5
Radioterapia + quimioterapia +
46,45
cirurgia
Média do tempo de realimentação, em dias, de acordo com o estado nutricional final de adultos. Estado nutricional
Tempo de realimentação
Desnutrição grave
NA
Desnutrição moderada
NA
Desnutrição leve
NA
Eutrofia
46,25
Sobrepeso
40,67
Obesidade grau 1 NA: não avaliável
NA
Média do tempo de realimentação, em dias, de acordo com o estado nutricional final de idosos. Estado nutricional
Tempo de realimentação
Desnutrição
69,67
Eutrofia
32,00
Sobrepeso
5
Obesidade
NA
NA: não avaliável
Radioiodoterapia - iodo radioativo (I131) - Ablação de remanescentes tireoidianos pós-cirúrgicos - Destruição de focos microscópicos de câncer e tratamento de metástases - Realizada em casos com ressecção tumoral incompleta, metástases clinicamente detectáveis, ou com alto risco de recidiva. Dieta pré radioiodoterapia Pobre em iodo (ingestão de 30 a 50 μg/dia) durante 2 semanas antes da ablação: aumento da taxa de ablação. Kowalski 2006; Ferraz et al 2001; Maia et al, 2007.
Kowalski 2006
Dieta em
Dieta Geral
Jejum 4h após
consistência
do procedimento
pastosa laxativa sem ácidos
Hábito intestinal
laxativa com ácidos
Hidratação
Supressão hormonal Hormônios tireoideanos Evitar hipotireoidismo Minimizar o efeito do TSH em induzir o crescimento tumoral Uso contínuo
Hipotireodismo • Ganho de peso • Depressão • Pele e cabelos secos • Constipação • Distúrbios no ciclo menstrual • Dificuldade de concentração • Intolerância ao frio
Parise et al 2008; Kowalski 2006
Pós operatório
Fístula quilosa
Ocorre em 1-2,5% de pacientes submetidos a esvaziamento cervical Complicações associadas: - estado nutricional (depleção de vitaminas lipossolúveis e proteínas séricas) - equilíbrio hidroeletrólítico (hipovolemia, hiponatremia, acidose metabólica) - imunológico - formação de fístulas - necrose cutânea
Otero et al 2010
Fístula quilosa - Manejo nutricional Diminuir a produção de quilo Repor perdas de fluídos e eletrólitos Manter e/ou recuperar estado nutricional Dieta hipogordurosa suplementadas com TCM Nutrição enteral Nutrição parenteral
Resolução mais rápida em comparação com a NE por reduzir peristaltismo e fluído linfático Otero et al 2010
Cirurgia de Cabeça e Pescoço - Complicação Recidivas – até 24 meses após o tratamento Incidência de segundo tumores na CP, pulmão, esôfago Aumento da expectativa de vida de pacientes com CCP maior probabilidade do aparecimento da segunda lesão
ACOMPANHAMENTO CONTÍNUO Kowalski 2006
Cirurgia Abdominal
IncidĂŞncia
Cirurgia abdominal
INCA , 2015
Cirurgia abdominal
INCA 2016
Todo o paciente com tumor abdominal terá algum comprometimento nutricional e deve ser avaliado tanto no pré-operatório quanto no pós operatório.
A dietoterapia a ser aplicada dependerá da localização do tumor, estadiamento, tratamento realizado e dos efeitos colaterais que possa apresentar, devendo ser específica para cada paciente. ASSAF 2003
Cirurgia Abdominal – Esôfago 8º mais incidente no mundo
Estimativa de novos casos: 10.810, sendo 7.950 homens (6º) e 2.860 mulheres (13º) Sobrevida em cinco anos é baixa, por volta de 15% a 25% Alta incidência entre as populações negras dos Estados Unidos, assim como na América do Sul, Ásia, França e África. Carcinomas de células escamosas – 90% 3-4x mais comum entre homens
Tumor Inicial Assintomático 30% dos casos são diagnosticados tardiamente Disfagia Principal sintoma Obstrução: 2/3 Desnutrição Broncoaspiração Odinofagia : 50% dos casos
Cirurgia
EC I, II e III: Cirurgia EC III: RT cc QT QT
RT
EC IV: tratamento paliativo
Tumores localizados no local ou próximo à junção esofagogástrica, indica-se a esofagogastrectomia.
Tumores localizados no acima da junção à junção esofagogástrica, indica-se a combinação de radioterapia e quimioterapia, seguida de cirurgia.
A realimentação inicia-se com nutrição enteral via SNE ou JJN. A dieta VO é iniciada após realização do deglutograma. A evolução dietética e as orientações são as mesmas para pacientes gastrectomizados. ASSAF 2003
5º mais incidente no mundo
Mais incidente Japão, China e América Latina Estimativa de novos casos: 12.920 em homens e 7.600 em mulheres 2ª causa de morte por câncer no mundo em ambos os sexos Prevalente em homens > 40 anos Redução na incidência e mortalidade Melhor conservação dos alimentos Aumento no consumo de alimentos frescos Redução de alimentos conservados no sal INCA 2016
Tumor Inicial Assintomático Desconforto e dor epigástrica, má digestão e azia Doença Avançada: perda de peso, anorexia, vômitos e anemia
Estadiamento QT Neoadjuvante ou adjuvante
A ressecção endoscópica ou cirúrgica é o único tratamento com finalidade curativa.
Para tumores localizados nos terços proximal e médio, a gastrectomia total é o procedimento de escolha. A
realização
necessária.
ASSAF 2003
da
esofagectomia
distal
pode
Tumores localizados no terço distal, ser indica-se gastrectomia subtotal.
Cirurgia Abdominal – Estômago
Cirurgia Abdominal – Estômago
• • • • • Ingestão alimentar • reduzida •
Perda da função de reservatório do estômago Saciedade precoce Perda de apetite Dispepsia Alteração na motilidade intestinal Disfagia Vômitos
• A redução do ácido gástrico e a insuficiência pancreatobiliar levam ao crescimento bacteriano • A ressecção do nervo vago, que inerva o estômago, e a perda de
Má absorção
função do piloro podem levar a um rápido fluxo do alimentos pelo intestino delgado, diminuindo a absorção dos nutrientes
ASSAF 2003
• A retirada do antro faz com que haja depleção de gastrina, causando
Vitamina B12
atrofia das células parietais, que produzem fator intríseco, levando a má absorção da vitamina.
• Diminuição de vitamina D, perdida em casos de esteatorreia.
Cálcio
• Menor absorção, já que é absorvido no duodeno.
• Diminuição da produção de ácido clorídrico que participa da
Ferro
conversão em ferro sérico em ferroso. ASSAF 2003
Síndrome de Dumping Sintomas acontecem após a primeira hora após a refeição. Quando uma mistura hiperosmolar de alimentos é rapidamente introduzida no intestino delgado, á água do plasma passa para a luz intestinal, para equilibrar a pressão osmótica intraluminal. Com a redução de água no plasma, diminuição do volume sanguíneo e da pressão, ocorrem os sintomas da síndrome de dumping: Fraqueza Palidez Dor adominal Taquicardia Sudorese Vômitos Diarreia
ASSAF 2003
Cirurgia Abdominal – Esôfago e estômago
Fracionamento das refeições
Mastigação
Evitar consumo de produtos açucarados e gordurosos
ASSAF 2003
Não ingerir líquidos durante as refeições
Perda de peso presente em 35% dos casos Média de 10-15%
Perda de peso em pacientes oncológicos submetidos às cirurgias esôfago-gástricas Miola, Thaís M; Pereira, ACC, 2016. Metodologia: Dados de pacientes com diagnóstico de câncer de esôfago e estômago submetidos às ressecções cirúrgicas que acompanharam no ambulatório de nutrição no período de até 3 meses do pós-operatório. Foi observada a média de perda ponderal (%) e de peso em quilos, assim como descrito o diagnóstico nutricional no pós-operatório. Resultados: Foram incluídos no estudo 57 pacientes. Destes, 65% (37) eram do sexo masculino e 35% (20) eram do sexo feminino. A idade variou de 31 a 82 anos, com média de 60 anos. Quarenta e sete pacientes (82,4%) apresentavam diagnóstico de câncer gástrico, enquanto 10 (17,5%) pacientes tinham diagnóstico de câncer de esôfago.
Perda de peso em pacientes oncológicos submetidos às cirurgias esôfago-gástricas Miola, Thaís M; Pereira, ACC, 2016. Resultados: A média de perda ponderal do peso em até 3 meses após a cirurgia foi de 10,7% e a média de perda de peso em quilos foi de 8 kg. 45 40
40,3
35 30
26,3
25 20
17,5
15
15,7
10 5 0 DESNUTRIÇÃO
EUTROFIA
SOBREPESO
OBESIDADE
Cirurgia Abdominal – Pâncreas
A cirurgia única possibilidade de cura para o câncer de pâncreas.
Gastroduodenopancreatectomia (GDP) é indicada para os tumores localizados na cabeça do pâncreas.
Duodenopancreatectomia (DPT) é indicada para tumores localizados no corpo e cauda do pâncreas.
ASSAF 2003
13° causa de câncer no mundo Brasil: 10 mil novos casos por ano 4% das mortes por câncer Mais comum em homens Sobrevida em 5 anos é de 20-25% Doença Inicial: Assintomática Doença Avançada: Dor – 75% Perda de peso – 90% Icterícia – 70-80% (cabeça do pâncreas) Insuficiência pancreática Alteração da glicemia
QT - Adjuvante - Paliativa - Recidiva
RT - Adjuvante
• Dieta líquida baixo resíduos restrita líquida hipogordurosa hipofermentativa pastosa
Evolução de dieta no pós- operatório
hipogordurosa hipofermentativa leve hipogordurosa hipofermentativa branda hipogordurosa
Dieta hipogordurosa
hipofermentativa.
• Síndrome de má digestão devido a insuficiência
Alterações pós-operatórias
pancreática exócrina. • Esteatorreia, flatulência e perda de peso podem ocorrer pela insuficiência pancreática endócrina.
Alterações pós-operatórias
ASSAF 2003
• Devido à função irregular do pâncreas, o paciente pode se tornar diabético.
Enzimas pancreáticas – Recuperação de peso?
Controle glicêmico
Cirurgia Abdominal – Fígado
Hepatocarcinoma – 90% Incidência mundial: 7,5% Metastático Doença Inicial: Assintomática Doença Avançada: Dor Massa palpável Ascite Perda de peso
Cirurgia - Child A: ressecção - Child B e C: transplante
Ablação percutânea por radiofrequência
Qumioembolização
Child-Pugh Ascite Bilirrubinemia total Albuminemia Tempo de Protrombina Encefalopatia A – compensado BeC– descompensado
Ressecção
Ablação
Quimioem bolização
QT paliativa
Cirurgia Abdominal – Fígado e Vias Biliares Adenocarcinoma: 95% Intra-hepático (5-10%) Extra-hepático (60%) Periampular/Distal (20-30%) Etiologia desconhecida cálculos? Sintomas: Anorexia perda de peso Icterícia Tratamento: TU Ressecável Cirurgia TU Irressecável Quimioterapia + Desobstrução das vias biliares
Evolução de dieta no pós operatório: Dieta líquida baixo resíduos restrita líquida hipogordurosa pastosa hipogordurosa leve hipogordurosa branda hipogordurosa.
Acompanhar exames laboratoriais (enzimas hepáticas).
ASSAF 2003
Cirurgia PĂŠlvica â&#x20AC;&#x201C; Tumores colorretais
Incidência
Cirurgia Pélvica – Tumores colorretais
INCA , 2015
Cirurgia Pélvica – Tumores colorretais
INCA 2016
Localização do Tumor
Cirurgia
Cólon direito: Ceco e cólon ascendente
Hemicolectomia direita
Cólon transverso, próximo ao ângulo esplênico
Hemicolectomia esquerda parcial ou total
Cólon transverso, longe do ângulo esplênico
Transversectomia ou colectomia subtotal
Cólon descendente
Colectomia parcial esquerda ou Hemicolectomia esquerda
Cólon sigmóide
Sigmoidectomia
Reto, com invasão no máximo da camada submucosa
Amputação abdominoperineal + colostomia
Tumores inoperáveis ou complicações
Colostomia ou Ileostomia
SERRALHEIRO 2003
Dieta líquida baixo resíduos restrita
Hipofermentati va ou Baixo resíduos
SERRALHEIRO 2003
Líquida
Pastosa
Branda
Leve
Cirurgia Pélvica – Tumores colorretais
Estoma Abertura cirúrgica Desviar o trânsito fecal ou urinário Temporária ou definitiva Em alça ou terminal
Colostomia
Ileostomia
Abertura cirurgia do cólon
Exteriorização do íleo
Consistência: líquida pastosa normal
Eliminação 300 ~ 800 mL
Consistência: líquida ou semi-líquida semi-pastosa
SERRALHEIRO 2003
Estoma
Perdas nutricionais
Eliminações
Complicações
Colostomia de cólon ascendente
Água, Na, K, desativação de enzimas digestivas
Fezes semilíquidas e abundantes Enzimas digestivas
Diarreia, flatulência, vômitos, fadiga, dores musculares
Colostomia de cólon transverso
Água, Vit K
Fezes semilíquidas formação intermitente
Diarreia, odor fétido, flatulência
Colostomia de cólon descendente
Pouca – nenhuma interferência
Fezes formadas com intervalos regulares
Obstipação, odor fétido, flatulência
Colostomia de cólon sigmóide
Pouca – nenhuma interferência
Fezes formadas com intervalos regulares
Obstipação, odor fétido, diarréia, flatulência
Ileostomia
Ca, Mg, água, Fe, Vit A, B12, D, E, K, sais biliares, gordura, proteína, ác. fólico
Fezes líquidas abundantes e pastosa (tardio)
Diarreia, flatulência, anemia, esteatorréia, anorexia, perda de peso, fraqueza
SERRALHEIRO 2003
Cirurgias do TGI - Complicações Fístula é uma comunicação anormal entre o tubo digestivo e qualquer víscera oca ou cavidade abdominal (fístula interna) ou, ainda, com a superfície cutânea (fístula externa), através da qual ocorre a drenagem dos líquidos digestivos. Elas podem ser gástrica, pancreática, duodenal, jejunal, ileal ou colônica. Débito da fístula Alto (>500ml/24h) Baixo (<500ml/24h) SERRALHEIRO 2003
A terapia nutricional nas fístulas será indicada quando a cirurgia não for a medida corretiva.
O objetivo é prevenir a perda de proteína e auxiliar no fechamento espontâneo com a cicatrização.
Em fístulas linfáticas ou quilosas, a dieta deve ser hipogordurosa e o uso de TCM pode melhorar aporte energético.
Em fístulas entéricas, a dieta deve ser isenta de resíduos até o fechamento da mesma.
Radioterapia
A radioterapia (RT) é um tratamento localizado, cujo agente terapêutico é a radiação ionizante e tem como objetivo a destruição das células neoplásicas
Pode ser externa ou interna, também chamada de teleterapia ou braquiterapia, respectivamente
A mais utilizada é a teleterapia e a RT pode ser usada com finalidade de reduzir o volume tumoral para a cirurgia, reduzir o risco de recorrência local da doença após a cirurgia, como principal forma de cura ou na paliação de sintomas.
Região irradiada
Técnica utilizada
Efeitos colaterais Dose
Tratamento concomitant e à QT
Radioterapia - Cabeรงa e Pescoรงo
Odinofagia
Disfagia
Disgeusia
Xerostomia
Perda de apetite
Mucosite
• Odinofagia Modificar a consistência da dieta de acordo com a aceitação do paciente (intensidade da dor) Dar preferência a alimentos na consistência pastosa ou liquidificados Aumentar o fracionamento da dieta Evitar alimentos secos e duros Evitar extremos de temperaturas Diminuir o sal das preparações Evitar ácidos
• Disfagia
Modificar a consistência da dieta conforme aceitação, de acordo com as orientações do fonoaudiólogo e a capacidade do paciente Em caso de disfagia a líquidos, semilíquidos e pastosos, indicar o uso de espessantes Em caso de disfagia a alimentos sólidos, orientar o paciente a ingerir pequenos volumes de líquidos junto às refeições para facilitar a mastigação e deglutição Evitar alimentos secos e dar preferência a alimentos umedecidos
Radioterapia - Cabeça e Pescoço
N= 31 QT (paclitaxel + cisplatina) + RT Estase em cavidade oral - 58% Disfagia discreta – 54,8% Disfagia grave – 9,6%
N= 87 Disfagia – 50,6% Disfagia para sólidos – 72,4% Suporte nutricional – 57,1% Glossectomia + QT/RT – 45% apresentaram disfagia
• Disgeusia Estimular a ingestão de alimentos mais prazerosos Aumentar o fracionamento da dieta Modificar a consistência dos alimentos conforme aceitação Preparar pratos visualmente agradáveis e coloridos Lembrar do sabor dos alimentos antes de ingeri-los Dar preferência a alimentos com sabores mais fortes Utilizar ervas aromáticas e condimentos
• Xerostomia
Adequar os alimentos conforme aceitação, ajustando a consistência Utilizar gotas de limão nas saladas e bebidas Ingerir líquidos junto com as refeições para facilitar a mastigação e deglutição Adicionar caldos e molhos às preparações Usar ervas aromáticas como tempero nas preparações, evitando sal e condimentos em excesso Mastigar e chupar gelo feito de água, água de coco e suco de fruta Chupar balas azedas
• Perda de apetite Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição Aumentar a densidade calórica das refeições Aumentar a variedade das preparações
• Mucosite
Modificar a consistência da dieta de acordo com o grau de mucosite Evitar alimentos secos, duros ou picantes Utilizar alimentos à temperatura ambiente, fria Diminuir o sal das preparações Evitar ácidos
Aconselhamento nutricional Recordatório alimentar Meta calórica: 35kcal/kg/d Meta protéica:1,5g/kg/d
da ingestão protéica + aconselhamento nutricional da mucosite
grau de severidade
Glutamina • Aminoácido condicionalmente essencial em situação de hipercatabolismo associadas a grandes cirurgias, queimaduras extensas, sepse e inflamações, onde existem balanço nitrogenado negativo e elevação das taxas de proteólise, e também em estados de imunodeficiência, encontrados frequentemente nos pacientes portadores de neoplasias.
Demanda =
Níveis plasmáticos
16 pacientes 20g/d glutamina em pó isolada diluída em 40ml de água
ACCCC Recomendação para pacientes em tratamento radioterápico em região de CP: 20g de glutamina/d
• Crioterapia Poucos estudos em pacientes com CCP Bons resultados em pacientes submetidos a TMO
CaracterĂsticas do grupo de sintomas de acordo com tratamento realizado. VariĂĄveis
%
%
Gastrointestinais
Orais
0
0
1,8
Cirurgia exclusiva
0
0
28,6
Radioterapia +
19,6
28,6
5,4
12,5
12,5
17,9
32,1
42,9
14,3
Radioterapia
% Nenhum
exclusiva
quimioterapia Radioterapia + cirurgia Radioterapia + quimioterapia + cirurgia MARTINS e MATOS, 2010.
Orientação nutricional pelos primeiros 4 dias do tratamento e depois semanalmente durante o restante do tratamento. Todos receberam suplemento nutricional (373kcal) IMC influenciou na mucosite G3 (16,6% X 55,5%) Orientação nutricional + suplemento nutricional = redução na toxicidade e interrupção do tratamento
G1 – Orientação nutricional + dieta habitual G2 – Dieta habitual + suplemento hiperprotéico G3 – Dieta habitual a vontade Avaliação em 3 momentos – Início / Final / Após 3 meses do término da RT
A realização da GTM nos pacientes com CCP, antes do início do tratamento quimio e/ou radioterápico, está relacionada com ganho ou manutenção do peso corporal e redução da internação hospitalar por desidratação.
GTM profilática em pacientes com CCP em tratamento QT/RT
Interrupção do tratamento
N=83 TNE profilática:16 pacientes
Não houve benefício na realização da GTM ou SNE em relação à interrupção e ao replanejamento da RT
Pacientes com SNE perderam, em média, 3,7 kg, em contrapartida de um ganho de 0,8 kg para os indivíduos com GTM. As infecções, mais frequentes no grupo da GTM (66%) X 30% no grupo da SNE. As complicações presentes na SNE foram ulceração da faringe, recusa na reinserção do tubo e desconforto do tubo, enquanto na GTM foram obstrução do tubo e crescimento de colônias no íleo.
Estudo randomizado N=134 Grupo estudo: GTM Grupo controle: aconselhamento nutricional, podendo utilizar SNE se necessário
Tempo de internação: sem diferença signiticativa GTM profilática
Melhor qualidade de vida (6 meses após tratamento) Perda poderal inferior Estado nutricional: 10% menos
N=341 Perda ponderal durante radioterapia: 60,7% Perda ponderal intensa (> 5% em 1 mês): 43,7% TNE foi utilizada em 39,9% pacientes durante a radioterapia, sendo que em 17,9% forma profilática e 22% de forma reativa. A interrupção da radioterapia foi observada em 10,6% dos pacientes O uso de TNE profilática é melhor que a reativa, pois os pacientes que fizeram uso de TNE profilática reduziram em 50% a necessidade de interrupção de radioterapia, quando comparado com os pacientes que utilizaram TNE reativa.
Estudo restrospectivo N=43
Não tiveram alterações significativas no peso, IMC) ou proteínas séricas.
Radioterapia - SNC
Náuseas
Vômitos
Inapetência
• Náuseas e vômitos Aumentar o fracionamento da dieta. Dar preferência a alimentos mais secos, cítricos, salgados e frios ou gelados. Evitar jejuns prolongados. Evitar frituras e alimentos gordurosos. Evitar alimentos e preparações que exalem odor forte e procurar realizar as refeições em locais arejados durante e após as refeições. Preparações com gengibre.
Radioterapia – Tórax
Disfagia
Odinofagia
Esofagite
• Esofagite Modificar a consistência da dieta, de acordo com a aceitação do paciente Aumentar o fracionamento da dieta Aumentar a densidade calórica e proteica das refeições Evitar alimentos secos, duros, cítricos, salgados, picantes e condimentados Utilizar alimentos em temperatura ambiente Diminuir o sal das refeições Mastigar os alimentos, evitando a aerofagia Evitar a ingestão de café, refrigerante ou qualquer bebida gaseificada
Radioterapia – Abdominal
Náuseas e vômitos
Diarreia
Inapetência
Constipaçã o
• Diarreia Aumentar o fracionamento da dieta e reduzir o volume por refeição Avaliar a necessidade de restrição de lactose, sacarose, cafeína Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico Aumentar a hidratação Evitar alimentos flatulentos e hiperosmolares Utilizar dieta pobre em fibras insolúveis e adequada em fibras solúveis Evitar alimentos e preparações gordurosas e condimentadas
• Constipação Ingestão de alimentos ricos em fibras e com características laxativas Considerar o uso de prebiótico, probiótico ou simbiótico e suplementação de fibras dietéticas Estimular a ingestão hídrica de Estimular a prática de exercícios físicos conforme mobilidade do paciente Consumir líquidos aquecidos em torno de meia hora antes da presença do reflexo gastrocólico em jejum, que ocorre principalmente após o desjejum
Radioterapia – Pélvica
Náuseas e vômitos
Inapetência
Diarreia
Constipação
Dieta restrita em resíduos e fibras
Previne a impactação de fezes no trato digestivo estenosado e reduz a frequência e volume fecal, enquanto prolonga o tempo de trânsito intestinal
22 artigos 2246 pacientes Não há evidências de alto grau suficientes para recomendar a intervenção nutricional com alteração na dieta durante radioterapia pélvica. A substituição total de dieta com fórmula elementar pode ser apropriado em toxicidade severa. Os probióticos oferecem promessa, mas não podem ser introduzidos na prática clínica sem avaliação rigorosa de segurança. A qualidade metodológica dos estudos de intervenção nutricional comprometida.
114 pacientes Sem interferência no estado nutricional. 53,5% a realizaram de forma adequada. Melhora do hábito intestinal: frequência das evacuações e consistência do bolo fecal.
Enterite actínica
Inflamação Perda da superfície absortiva da mucosa
RT nos enterócitos
AGUDA
Alteração da permeabilidade e motilidade intestinal Má absorção Perda hidroeletrolítica e proteica
CRÔNICA
Invasão bacteriana
Lactobacillus acidophilus LAC-361 and Bifidobacterium longum BB- 536
O uso de probióticos (2x/d) pode reduzir ocorrência de diarreia G 2,3 e 4 após o término do tratamento .
Estudos mostraram benefĂcios no controle da diarreia com uso de probiĂłticos.
Grupo placebo e grupo glutamina 45g de glutamina /dia Não houve diferença entre a incidência de diarreia. Grupo glutamina: nenhum paciente apresentou diarreia G3 e 4, enquanto no grupo placebo esteve presente em 69% dos casos.
Estudo randomizado 30g de glutamina/d Não houve benefício do uso de glutamina para prevenção de enterite durante a RT.
O uso de glutamina aumentou a frequência de evacuação após 1 ano do término da RT.
Radioterapia - ESPEN
Quimioterapia
Tratamento sistêmico com objetivo de destruir multiplicação de células tumorais.
Regime de QT varia de acordo com o tipo e estágio da doença, finalidade do tratamento e condições clínicas do paciente.
Utilizada para reduzir o volume tumoral para a cirurgia, para reduzir o risco de recorrência local da doença, com finalidade curativa ou paliativa.
Vias de administração Oral Intraperitoneal Intravenosa Intra-arterial Intratecal
Quimioterapia – Classificação dos quimioterápicos
Especificidade no ciclo celular • Ciclo específico • Ciclo inespecífico Estrutura química e mecanismo de ação • • • • • •
Agentes alquilantes Antimetabólitos Antibióticos antitumorais Plantas alcalóides Agentes múltiplos Hormônios e antagonistas tumorais
• Baseia-se no ponto de interferência no mecanismo de ação das diferentes etapas do ciclo celular:
Droga
Indicação
Paclitaxel
Mama metastático ou recidivado
Dactinomicina
TU Wilms, rabdomiossarcoma, células germinativas, testículo, melanoma, neuroblastoma, sarcoma, retinoblastoma,
Asparaginase
LLA
Carmustina
Glioblastoma, astrocitoma, cólon, pulmão, melanoma, MM, LH, LNH
Arsênico Trióxido
MM, LMC, LMA
Bleomicina
Testículo, LH, LNH, melanoma, sarcoma
Busulfan
LMC
Carboplatina
Ovário, pulmão, CP, endométrio, bexiga, esôfago, colo útero, mama, SNC, sarcoma
Fluorouracil
Colorretal, mama, gastrointestinais (anal, pâncreas, esôfago e gástrico), cabeça e pescoço, hepatomas, carcinoma basocelular da pele e queratoses actínicas.
Droga
Indicação
Ciclofosfamida
LH, LNH, LMA, LLA, LMC, LLC, MM, mama, testiculo, endometrio, ovário, pulmão, neuroblastoma, retinoblastoma
Cisplatina
Testiculo, ovário, bexiga, CP, esôfago, pulmão, mama, colo útero, próstata
Clorambucil
LLC, LH, LNH, mama, ovariano e testicular, coriocarcinoma
Capecitabine
Colorretal e mama metastáticos
Irinotecano
Colorretal
Dacarbazina
Melanoma metastático, LH, sarcomas de tecidos moles, neuroblastoma, fibrossarcomas, rabdomiossarcoma, carcinoma de células ilhotas, carcinoma medular da tiróide
Droga
Indicação
Docetaxel
Mama, pulmão não-pequenas células, gástrico avançado, cabeça e pescoço e de próstata metastático.
Doxorrubicina
Bexiga, mama, cabeça e pescoço, leucemia (alguns tipos), fígado, pulmão, linfomas, mesotelioma, MM, neuroblastoma, ovário, pâncreas, próstata, sarcomas, estômago, testículos (células germinativas), tireóide , útero
Epirrubicina
Mama
Etoposide
Testículo, bexiga, próstata, pulmão, estômago e útero, LH, LNH, sarcoma de Kaposi, TU de Wilms, RBS, sarcoma de Ewing, neuroblastoma, tumores cerebrais
Quimioterapia – Efeitos colaterais Efeitos colaterais
Agentes anti-neoplásicos
Náuseas e vômitos
A maioria dos agentes anti-neoplásicos
Inapetência
A maioria dos agentes anti-neoplásicos
Disgeusia
Carboplatina, cisplatina, ciclofosfamina, doxorrubicina, 5-fluorouracil, metrotrexate
Diarreia
5-fluorouracil, metrotrexate, irinotecano, dactinomicina
Obstipação
Vincristina, vimblastina, vinorelbine
Mucosite oral
5-fluorouracil, metrotrexate, gencitabina, citarabina, bleomicina, mitomicina
Quimioterapia Precoces (de 0 a 3 dias) •Náuseas •Vômitos •Mal estar • Adinamia •Artralgia • Agitação • Exantemas • Flebites
Imediatos (de 7 a 21 dias)
Tardios (meses)
• Miocardiopatia •Mielossupressão • Hiperpigmentação granulocitopenia e esclerodermia plaquetopenia causadas pela • Anemia • Mucosite bleomicina • Alopecia •Cistite • Imunossupressão • Pneumonite devida à bleomicina • Imunossupressão • Neurotoxidade causada pela vincristina, pela vimblastina e pela cisplatina • Nefrotoxidade devida à cisplatina
Ultra-Tardios (meses ou anos) • Infertilidade • Carcinogênese • Mutagênese • Distúrbio do crescimento em crianças • Seqüelas no sistema nervoso central • Fibrose/cirrose hepática devida ao metotrexato*
Quimioterapia Neutropenia Neutrófilos < 1.500/mm3
Está associada ao aumento de infecções oportunistas, incluindo as causadas por alimentos.
As orientações adequadas quanto aos cuidados com a dieta e com os alimentos são imprescindíveis nessa fase de imunodepressão.
CNNO-INCA 2015
CNNO-INCA 2015
Infecção Dieta neutropênica = 29% Dieta não neutropênica = 35% Febre Dieta neutropênica = 51% Dieta não neutropênica = 36%
Não há diferenças significativas de infecção e febre em pacientes com dieta neutropênica comparados com pacientes com dieta sem restrições.
Não há vantagem em manter dieta neutropênica durante QT quando avaliada infecção e mortalidade.
Antioxidantes Substâncias que, mesmo em baixas concentrações, são capazes de atrasar ou inibir a oxidação, diminuindo a
Investigações epidemiológicas e experimentais têm apontado a
concentração de radicais livres no organismo e também
relação benéfica, principalmente, entre a ingestão de quantidades
agem
fisiológicas de antioxidantes (de acordo com as DRIs), através do
quelando
os
peroxidação lipídica.
íons
metálicos,
prevenindo
a
consumo frutas e vegetais visto que resultados de estudos relacionados à suplementação com cápsulas em altas doses de antioxidantes são contraditórios e evidenciaram a ausência de benefícios e até mesmo prejuízo sobre o desenvolvimento do câncer.
CNNO-INCA 2011
CNNO-INCA 2011
Efeito pró-oxidante, favorecendo o estresse oxidativo e promover ou até mesmo estimular a carcinogênese.
Ômega 3 Ácidos graxos ômega 3 Eicosapentaenoico (EPA) Ácido docosa-hexaenoico (DHA)
Modula respostas imunológicas e inflamatórias
Regula produção de citocinas próinflamatórias
Inibe fatores indutores de proteólise (PIF) que atenuam a degradação proteica no músculo esquelético. PINHO et al 2011
O uso de suplementos nutricionais enriquecidos com Ă´mega-3 pode aumentar o peso, massa muscular e tempo de sobrevida.
Estudo randomizado em pacientes com diagnóstico de carcinoma de pulmão não pequenas células mostrou que o consumo diário de suplementos nutricionais com 2g de EPA pode melhorar parâmetros de qualidade de vida, função física e cognitiva.
N:92 Grupo controle Grupo suplementação (2 unidades SNO – total 2g EPA) Houve melhora na ingestão calórica e proteica, composição corporal e redução nos sintomas como fadiga, perda de apetite e neuropatia.
PINHO et al 2011
Quais suplementos com ômega 3 estão disponíveis no mercado?
Gengibre Zingiber officinale Possui atividades antieméticas, antiinflamatórias e espasmolíticas.
O gengibre é capaz de auxiliar o tratamento de pacientes oncológicos tratados com quimioterapia por meio da redução de náuseas e vômitos.
Grupos: placebo, 0,5g/dia, 1g/dia, 1,5g/dia Antiemético: 1° dia dos ciclos Cápsula gengibre: 3 dias antes do 1° dia dos ciclos, continuando por mais 6 dias Menor índice de náuseas em 0,5g/dia e 1g/dia
Possíveis
Estimulação de secreções orais e gástricas.
mecanismos de ação
Regulação da motilidade gastrointestinal.
Modulação de receptores envolvidos no reflexo do vômito, como 5-hidroxitriptamina (5-HT3) e neurocinina-1 (NK1).
Modulação do estress oxidativo, já que uma das etapas iniciais das náuseas e vômitos é a geração de radicais livres no trato gastrointestinal por agentes quimioterápicos, que por sua vez leva à liberação de neurotransmissores de células enterocromafins da mucosa gastrointestinal. Modulação de danos celulares do trato gastrointestinal causados pela QT
Contraindicado em pacientes com cálculos biliares, irritação gástrica e hipertensão arterial. O gengibre pode afetar o tempo de sangramento e parâmetros imunológicos, devido a sua capacidade de inibir a tromboxano-sintetase e por atuar como agonista da prostaciclina.
Pacientes em uso de anticoagulantes ou que apresentam distúrbios da coagulação sanguínea.
Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira. Brasília: Anvisa; 2016.
Chá verde
As catequinas contidas no chá-verde se ligam com maior afinidade aos receptores de ciclofosfamida, ifosfamida, melphalan e clorambucil maior concentração sistêmica aumento de toxicidade.
• Atividades anti-inflamatórias e antioxidantes melhora dos efeitos colaterais.
• Interações Adversas com alguns quimioterápicos limitar uso clínico.
Erva de São João - Hypericum perforatum
Redução de 42% do princípio ativo do Irinotecano;
Redução na eficácia do Tamoxifeno Reduz níveis plasmáticos de imatinibe e docetaxel.
Weiger et al, 2002; Kelly, 2004; Tascilar et al, 2006; Russa 2014.
Aveloz- Euphorbia tirucalli
Extrato seco da planta. Concentrações de 1% e 10%: agente genotóxico , podendo danificar o DNA e aumentar o dano oxidativo.
Graviola
Acetogenina
Mecanismo: Inibição do ATP da célula tumoral morte celular Atividade citotóxica.
• Prevenção: não deve ser utilizada pela atividade citotóxica • Doença já instalada: reduziu a frequência de tumores. • Induz a neurodegeneração Parkinson.
Curcumina
Potenciou os efeitos da doxorrubicina, 5-FU e paclitaxel em células de câncer de próstata e da vincristina e melfalano para mieloma múltiplo.
Garg et al. Chemosensitization and Radiosensitization of Tumors by Plant Polyphenols. ANTIOXIDANTS & REDOX SIGNALING Volume 7, Numbers 11 & 12, 2005.
Cogumelo do Sol Ativação do sistema imune e de células NK. Toxicidade hepática.
Garg et al. Chemosensitization and Radiosensitization of Tumors by Plant Polyphenols. ANTIOXIDANTS & REDOX SIGNALING Volume 7, Numbers 11 & 12, 2005.
Resveratrol
Aumentou apoptose induzida por paclitaxel de células de câncer de pulmão.
Reduziu apoptose induzida pelo paclitaxel em neuroblastoma.
Garg et al. Chemosensitization and Radiosensitization of Tumors by Plant Polyphenols. ANTIOXIDANTS & REDOX SIGNALING Volume 7, Numbers 11 & 12, 2005.
Genisteína
Aumentou apoptose quando utilizada com cisplatina, ciclofosfamida e docetaxel.
Garg et al. Chemosensitization and Radiosensitization of Tumors by Plant Polyphenols. ANTIOXIDANTS & REDOX SIGNALING Volume 7, Numbers 11 & 12, 2005.
Silimarina Princípio ativo do cardo mariano (Silybum marianum). Atividade hepatoprotetora. Citotoxicidade potenciada de doxorrubicina em células de câncer de mama. Aumento da inibição do crescimento induzida pela doxorrubicina em células de câncer de próstata humana
Garg et al. Chemosensitization and Radiosensitization of Tumors by Plant Polyphenols. ANTIOXIDANTS & REDOX SIGNALING Volume 7, Numbers 11 & 12, 2005.
Fitoterapia • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004): • Para que um fitoterápico seja considerado seguro e eficaz, é necessário um criterioso levantamento etnofarmacológico por um período igual ou superior a 20 anos. • Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (2011): • Devido à falta de vivência clínica na população oncológica, torna-se inviável, portanto, neste momento, consensuar recomendações à prática de uso de fitoterápicos em pacientes oncológicos.
Quimioterapia - ESPEN
TCTH O sucesso do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH), é influenciado fatores, como: Diagnóstico e estágio da doença Tipo de transplante (autólogo, singênico ou halogênico) Grau de histocompatibilidade do doador Regime preparatório (mieloablativo versus não mieloablativo) Fonte de células (medula óssea, sangue periférico, sangue do cordão umbilical e placentário) Idade Tratamento prévio Estado nutricional
CNNO-INCA 2015
Paciente submetido à TCTH
Risco nutricional
Doença de base • Regime realizado • Toxicidade do tratamento
Uso de suplemento nutricional
CNNO-INCA 2015
indicados quando houver esofagite, mucosite, xerostomia. • Ingestão < 70% das
• Presença de esofagite e mucosite que contraindiquem a ingestão oral, • Ingestão < 60% das necessidades
necessidades
nutricionais nos últimos
nutricionais nos últimos
3 dias.
3 dias.
TN parenteral
nutricionais estão
TN enteral
TN oral
• Os suplementos
• Impossibilidade total ou parcial de uso do TGI • Quando a terapia nutricional causar mais desconforto que benefício ao paciente com presença de dor, plenitude, piora da diarreia e da mucosite, sangramento intestinal.
CNNO-INCA 2015
46 pacientes submetidos à TMO. Grupo 1: dieta neutropênica. Grupo 2: dieta sem restrições. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos comparando risco de infecção e estado nutricional.
Crioterapia
Vasoconstrição temporária da mucosa para reduzir a exposição do epitélio a agentes citotóxicos.
Benéfica na fase inflamatória da mucosite já instalada, ANTES do surgimento das ulcerações
RIBEIRO 2010
Glutamina
VO: reduz aparecimento de infecções e severidade da mucosite após o condicionamento e gravidade e o tempo de duração da mucosite oral em receptores de TCTH autólogo.
Parenteral:está associada a melhora do balanço nitrogenado, redução do tempo de internação e da morbidade.
RIBEIRO 2010; SILVA 2011
Cuidados paliativos
OMS, 2002: Cuidado paliativo é uma abordagem que objetiva a melhora da qualidade de vida dos pacientes e seus familiares diante de uma doença que ameace a continuidade da vida por meio da prevenção e do alívio do sofrimento e de identificação, avaliação impecável e tratamento da dor e de outros sintomas de ordem física, psicossocial e espiritual.
Assegurar as necessidades nutricionais
Auxílio no controle de sintomas e manutenção da hidratação .
CNNO-INCA 2015
Preservar o peso e a composição corporal e retardar o desenvolvimento da caquexia
Significado do alimento Redução da ansiedade Aumento da autoestima e do prazer.
CNNO-INCA 2015
Adaptado de CNNO-INCA 2015
Adaptado de CNNO-INCA 2015
Acompanhamento ambulatorial O acompanhamento nutricional ambulatorial é necessário para fornecer continuidade ao cuidado com o paciente, garantindo a reversão ou manutenção do estado nutricional e minimizando os agravamentos decorrentes do tratamento.
Todos os pacientes oncológicos com sequelas do tratamento com implicações nutricionais devem ser acompanhados pelo ambulatório do SND. CNNO, 2009
Acompanhamento ambulatorial Diagnóstico Tratamento Comorbidades Avaliação antropométrica Efeitos colaterais ou sequelas do tratamento Intervenção nutricional Período de acompanhamento
O nutricionista deve atuar de forma intensiva no tratamento do paciente, em sintonia com a equipe multiprofissional. A relação nutricionista/ paciente e acompanhante é fundamental para obter melhores resultados na recuperação do estado nutrional.
Sobreviventes do câncer
Adaptado de CNNO-INCA 2011
Adaptado de CNNO-INCA 2011
Adaptado de CNNO-INCA 2011
Futuro.....
Conclusões
Mantém ou melhora o estado nutricional
Melhora a tolerância ao tratamento
Reduz complicações
Reduz número de internações hospitalares
Evita interrupção do tratamento
carolcantelli@gmail.com ana.cantelli@accamargo.org.br