Projeto Político-Pedagógico

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Projeto Político-Pedagógico

2021


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Apresentação Ao longo de sua história, o Colégio Magno/Mágico de Oz se deparou constantemente com o desafio de publicar seu Projeto Político-Pedagógico (PPP). Não pela falta de um projeto, evidentemente, mas pelo imperativo de conciliar forma e conteúdo: como escrever uma escola que se faz pela prática, pela ação, pelo pulso diário da vida educativa? Como traduzi-la em um documento repleto de referências teóricas, em linguagem acadêmica, como são, muitas vezes, esses textos? O Magno/Mágico de Oz pode se orgulhar de ter mantido uma linha de coerência em sua presença educativa desde a década de 1970, o que transparece em nossas conversas com as famílias, na formação dos professores, nas reuniões, nos textos internos e de comunicação. Nós sabemos exatamente quem somos. Por isso, esta primeira edição pública de um PPP é um passo institucional de grande importância, que também representa a maturidade de uma Escola quando chega aos 50 anos. Aqui estamos nós, retratados não apenas por nossos ideais de referência, como também pela prática que construímos ao longo do tempo – práticas sempre em revisitação, história em permanente reinvenção, a partir de valores que permanecem. Esperamos que todos entendam este PPP como um documento de trabalho, não como uma constituição ou como um livro de dogmas. Somos nós retratados em nosso percurso, sujeitos a críticas, colaborações, novas ideias e prontos a melhorar, sempre prontos a melhorar. E é com esses olhos que esperamos que leiam todos os capítulos que já estão escritos, e que nos ajudem naqueles que ainda estão por escrever. A história está apenas começando.

A Direção

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Projeto Político-Pedagógico do Colégio Magno 2021 Equipe editorial

Cláudia Tricate Ana Paula Piti Paulo de Camargo

Participaram da redação dos textos desta edição do PPP

(por ordem alfabética) Andréa Perez Andréa Nascimento Ana Paula Piti Carlos Sassi Cláudia Tricate Daniela Camargo Fernandes Denilson de Paula Machado Flávia Savoia Eduardo Francini Maria Raquel Cintra de Campos Maurício Tricate Mônica Bayeux Paulo de Camargo Raildo Silva de Alencar Regina Célia Feitosa Roberto Schkolnick Silvana Scavone Tatiana Vargas Escobar Azevedo

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Sumário CAPÍTULO 1 – INFORMAÇÕES GERAIS 7 1.1. Identificação da Escola 7 1.2. Equipe pedagógica e de apoio por Unidade 13 1.3. Nossa história 20 1.4. Nossos alunos 22 1.5. Recursos e infraestrutura 24

CAPÍTULO 2 – NOSSAS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS 31 2.a . O que é uma boa escola? 31 2.b. O que é um Projeto Político-Pedagógico? 32 2.c . Nossos valores institucionais 33 2.d. Nossas competências essenciais 33 2.1. O Magno e seus valores 38 2.1. a. Educação em valores 38 2.1. b. Educação em valores 39 2.1. c. Responsabilidade social 42 2.1. d. Protagonismo 44 2.2. O Magno e a educação integral 44 2.2. a. Tempo integral 44 2.2. b. Nossa visão de arte e cultura 45 2.2. c. Educação para a sustentabilidade 50 2.2. d. Estudos do meio 53 2.2. e. A educação do corpo 54 2.3. O Magno e a cidadania global 56 2.3.a. Cidadania global 56 2.3.b. Internacionalização 56 2.3.c. O currículo internacional 58 2.4. O Magno e a inovação 61 2.4.a. A inovação como projeto 61 2.4.b. Lifelong Learning 62 2.4.c. Cultura digital 63 2.4.d. Aprendizagem criativa 64 2.4.e. Formação de educadores 65

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CAPÍTULO 3 – MATRIZ CURRICULAR: REFLEXÕES GERAIS 67 3.1. Currículo 67 3.2. Avaliação formativa 69

CAPÍTULO 4 – ORGANIZAÇÃO DO TEMPO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 71 4.1. A Educação Infantil que queremos 74 4.2. O princípio pedagógico do brincar 75 4.3. Letramento e alfabetização 79 4.4. Educação Infantil e avaliação 80 4.5. Organização curricular e Projetos 82

CAPÍTULO 5 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS 83 5.1. O Ensino Fundamental – Anos Iniciais que queremos 83 5.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Iniciais 86 5.3. A Orientação Educacional nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental 87 5.4. Matriz curricular e organização 88

CAPÍTULO 6 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS 89 6.1. O Ensino Fundamental – Anos Finais que queremos 89 6.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Finais 89 6.3. A Orientação Educacional para os adolescentes 93 6.4. Matriz curricular – 6o ao 9o ano do Ensino Fundamental 94

CAPÍTULO 7 – DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO MÉDIO 95 7.1. O Ensino Médio que queremos 96 7.2. Avaliação no Ensino Médio 96 7.3. Matriz curricular e carga horária 97 7.4. O 3o+

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7.5. Matriz curricular do 3o+

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7.6. Itinerários Formativos do Ensino Médio 99

ANEXO I - O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 108 ANEXO II - O CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS 126 ANEXO III - O CURRÍCULO DO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS 214 ANEXO IV - O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO 326

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CAPÍTULO 1 INFORMAÇÕES GERAIS 1.1. IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA Nome: Colégio Magno/Mágico de Oz

Etapas atendidas:

• Educação Infantil; • Ensino Fundamental - Anos Iniciais; • Ensino Fundamental - Anos Finais; • Ensino Médio.

UNIDADE OLAVO BILAC

Etapas atendidas: Educação Infantil, 1o ano do Ensino Fundamental

Endereço: Rua Olavo Bilac, 26 Chácara Flora - São Paulo - SP - CEP: 04671-050 Telefone: (11) 5522-1555 E-mail: olavo@colegiomagno.com.br UNIDADE CAMPO BELO

Etapas atendidas: Educação Infantil e Ensino Fundamental I

Endereço: Rua João de Souza Dias, 851 Campo Belo - São Paulo - SP - CEP: 04618-003 Telefones/Fax: (11) 5041-2566 - 5532-1741 E-mail: cbelo@colegiomagno.com.br UNIDADE SÓCRATES

Etapas atendidas: Ensino Fundamental e Ensino Médio

Endereço: Rua Duque Costa, 164 Jardim Marajoara - São Paulo - SP - CEP: 04671-160 Telefone: (11) 5685-1300 E-mail: magno@colegiomagno.com.br

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Unidade Olavo Bilac

Unidade Campo Belo

Unidade Sócrates 8


EQUIPE

Diretora Geral Myriam Tricate Diretora Pedagógica Cláudia Tricate Malta Diretor Administrativo Maurício Tricate Diretor Financeiro José Luiz Salles

COORDENAÇÃO DE SÉRIE UNIDADE OLAVO BILAC Berçário Baby Oz (Supervisoras) Silvana Antibas Margareth Kfouri Educação Infantil Sílvia Ramos Regina Célia

UNIDADE CAMPO BELO Educação Infantil Andréa Perez Ensino Fundamental – Anos Iniciais Vera Helena Caetano

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UNIDADE SÓCRATES Coordenadora Pedagógica – 2o ao 5o ano do Ensino Fundamental Sueli Joana Salgado Coordenador Pedagógico – 6o ao 8o ano do Ensino Fundamental Eduardo Francini Orientadora Educacional - 2o a 6o anos do Ensino Fundamental Mônica Bayeux Orientadora Educacional - 7o ano do Ensino Fundamental a 3a série do Ensino Médio Maria Raquel Campos Coordenador Pedagógico – 9o ano do Ensino Fundamental a 3a série do Ensino Médio e 3o+ Carlos Alberto Sassi Jr. Full-Time (tempo integral) Patricia Taubert

COORDENAÇÃO DE ÁREA Linguagens Eduardo Francini Matemática Carlos Alberto Sassi Jr. Ciências da Natureza Daniela Camargo Fernandes Educação Física Fernando Adrezo Oscar Magalhães Ciências Humanas Raildo Silva de Alencar Inglês Roberta Tassinari Saraiva Música Roberto Schkolnick

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DEPARTAMENTO DE INOVAÇÃO Head of Innovation Ana Paula Piti Azevedo Fernando Soares Malta Chief of Technology Alexandre Benito Gutierrez Desenvolvedores de Produtos Milton Luiz Ribeiro Junior Ricardo Sugimoto Analista de Suporte de Rede Luiz Fernando Eduardo Wolf Produção de Inovação Tânia Lopes dos Santos Silva Produção de Conteúdo Christiane Toledo Aragão Miriam Takahace Silvana Regina Silveira Scavone Tânia Lopes dos Santos Silva

BIBLIOTECA Bibliotecária Cátia Aparecida Dias Gonçalves Assistentes de biblioteca Sandra Moura Thomas Fernanda Regina Alves de Abreu Cleonice Floriano Bortolucci

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO Paulo de Camargo Italo Roberto de Amorim Souto Daniel Shigueru Kussaba Morbi Rodrigo Francisco Messias Vinicius Cardoso da Silva Victor Rodrigues de Almeida Lucas Arnaldo Sugimoto Cuencas 11


GRÁFICA Encarregada de Serviços Gerais Marisa Auxiliadora de Paula Auxiliar de Serviços Gerais Marcia Regina Banzato Encarregado de Artes Ricardo Monteiro dos Santos Revisores Bráulio Augusto Lamego Machado Cristal Rodrigues Recchia Diagramadores Danielle Oliveira Gomes Marcia Maria de Siqueira Braga Desenhistas Marcelo Leonel Gagliano Roberto Massaru Higa Teruyo Kajiki de Sousa Impressor Gráfico João José da Silva Digitadora Sueli de Azevedo Isawa

SAÚDE Médica Rosana Aparecida Bianchi Gongoni Enfermeiras Elaine Cristina Camargo Da Silva Thaisa Zanon Wodewotzky Auxiliares de Enfermagem Jucimara Santana Sampaio Luciana Olivieri Stschhahn

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1.2. Equipe pedagógica e de apoio por Unidade UNIDADE OLAVO BILAC Coordenadoras Regina Celia Feitosa Vieira Silvia Lucia Caetano Ramos Assistente de Coordenação Lourdes Aparecida Nogueira Professores Ana Karina Lins Andrea Bucciarelli Andreetta Camilla Grasielli da Silva D Barbanti Carla Maria de Vincentis Chiarelli Christianne Lourenço da Silva Carai Cibele Andeloce Mikalauskas Cláudia Egídio de Araújo Barros Cristiano dos Santos Araújo Fabiana Ribeiro Amorim de Oliveira Flávia Savoia Dias da Silva Cera Gabriela Costa Paiva Luciana Settani Giglio Maria Sílvia Brega Mariângela Mônaco Calles Patrícia Garcia da Silva Sabrina Helena de Palma Oliveira Sizara Rejane Almeida Solange Maria Faria Granero Tuany Rafaelle Serafim Fialho Vesper Valle Olivetti Silva Auxiliares de Ensino Adriana Viler Batistini Kelly Marina Feitosa Andrade Munique Ane Soares Nogueira Pamela Meireles do Amaral Patrícia Antonele da Silva Patrícia Roschel Grandini Thabata Carneiro de Lima Pedro Thabata Rodrigues Pereira Ticiane Marsulo Franciozi Recreacionistas Bruna Husz Ricci Daniela Falqueiro Reis Maria Regina Krambeck Nathalia Santos Freitas Renata de Carvalho Morales 13


UNIDADE CAMPO BELO EDUCAÇÃO INFANTIL Coordenadora Andréa Perez Vasconcelos Assistente de Coordenação Heidi Caldeira Arvani Professores Adriana Petriccione Andreza Bianelli de Souza Merlo Barbara Zampini Preto Beatriz de Lima Zeza Carla Chimenti Claudia Regina Viola Kawamoto Ione Petroni Isabel Cristina Assunção Marques Joyce Avelino Santos Juliana Jesuina Moura Silva Liliane Andrade Pires Mohr Bell Micheli Custodio Patrícia Carvalho Girote Renata Nohra Rosseto Habenschuss Sabrina Gomes Matheu Silvana Oliveira Rezende Simone Aparecida Corelli Tatiana Feldman Costa Tatiana Vargas Escobar Azevedo Thatiana Ramalho Araujo Reboucas Thayrine Tieme Honda Marui Auxiliares de Ensino Cintia Andrade E Silva Debora Santos Xavier Fernanda Baptista Kamel Fernanda Gallo de Oliveira Fernanda Melo Pellegrino Menegário Gabriela de Sousa Mendes Luciana Roldan Costa Lima Silvana Oliveira Rezende Recreacionistas Gabriela Figueiredo Soares de Santana Luciana Hublet Pereira de Souza Michele Silva Paiva

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ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS Coordenadora Vera Helena Bolliger Bandeira Caetano Auxiliares de Coordenação Patrizia Vautier Teixeira Giongo Wesley Carvalho de Oliveira Professores Adriana Cuccurullo Adriana Pinho Aparecida Magdala de Oliveira Daniela Gomes Abreu Fernanda de Alcantara Martinhão Karin Betim Paes Leme Rufino Leda Maria Capo Curci Lurdes Soares da Costa Patricia Viseu Barrozo Rosana Rodrigues Silvia Henriques Cabral Stella Castaneda Arias Inspetores André do Carmo Araújo Fabrício Barbosa de Trindade Joel Ferreira da Silva Luiz Pedroso Filho

UNIDADE SÓCRATES ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS Coordenadora Sueli Joana Lafemina Orientadora Educacional Mônica Bayeux da Silva Inspetores José Carlos de Oliveira Marli Alves da Silva Professores Ana Paula Petricelli Silva Andrea Bucciarelli Andreetta Carla Gobernate Fávaro Clarissa dos Santos Bitencourth 15


Claudia Gomes Ferras Elaine Cristina Silva dos Santos Eliana Barbosa Maturano Gabriela Valdrigue Luís Claudio Santos da Silva Mariana Giordani Santos Torres Oliveira Maristela Della Barba Lopes da Silva Olga Regina Guedes de Sousa Santos Tamara Salomão Miamoto Vanda Cristina Machado Garcia Viviane de Cunto Fernandes Monitora Célia Maria Reis Casteleiro ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS Coordenador Eduardo Fernando Francini Orientadoras Educacionais Maria Raquel Cintra de Campos Mônica Bayeux da Silva Assistente de Coordenação Patrícia Taubert Auxiliar de Coordenação Edson de Moura

Inspetores Eduardo José da Silva Emerson Campanha Professores Alessandra Garcia Vieira Alex Marighetti Camila Koshiba Gonçalves Daniela Camargo Fernandes Felipe Antonio Nunes dos Santos Leal Gisele Aparecida da Costa Silva Guilherme Lazarini Ferreira Ivana Almeida Silva Marques Juan Carlos Ramirez Mondejar Jonas Borsetti Silva Santos Leandro Alcerito Antunes Roque 16


Neide Farias Paulo Rogerio de Oliveira Garrucho Roberta Los Reis Ponce Amieiro Roberta Tassinari Saraiva Silvia Torresani Christianini Salazar Thaís dos Santos Oliveira Veronica D Agostino Piqueira ENSINO MÉDIO Coordenador Carlos Alberto Sassi Junior Orientadora Educacional Maria Raquel Cintra de Campos Assistente de Coordenação Acidiniz Fonseca da Silva Auxiliar de Coordenação Reginaldo Soares Correia Professores Adriana Rodrigues De Paula Carolina Fernandez Achutti Danielle Capriolli Costa Silva Edson Rodolfo Silva Edson Yoshio Aihara Eduardo Orsolini Fernandes Eldimar Washington Barcellos Evelina Maria Chinaglia Navajas Gabriela Ramos Ribeiro Matins Giselle Fernandes James Ryo Kobayashi Jorge Luiz Assad de Mello Jose Marcelo de Oliveira Bussab Lázaro Divino Assunção Luciano Kenji Nakagawa Luís Carlos Pereira Márcio Raimundo Fernandes dos Anjos Marcos Cláudio Marcos Raphael Raimundo Pashoal Maura Bottcher Paulo Renato Minati Panzeri Renata Godoy de Jesus Renato Cintra Castilho Ricardo Pante Sergio Kocinas 17


Inspetores Everton Silva de Sousa Mario Jesus da Silva Washington Barbosa Porto 3o + Professores Clodoaldo Lessa Eder Rodrigues Pereira Jemusu Go Takano Marcos Hideaki Ono Raildo Silva de Alencar MIDDLE SCHOOL E HIGH SCHOOL Coordenadora Luiza Rodrigues Dutra Assistente de Coordenação Liliane de Santana Monitores Adrian Chanel Clifton Daniela Mitsue Ono Herman Clifton III Marianne Ruth Silva Michael Adam Mcculley Sabrina Lynde Bohlen William Scott Cowie FULL-TIME Coordenadora Patrícia Christel B. Taubert Monitoras Ana Cristina Moreira Tocci Ana Christina Dantas Araújo Andrea Marques Fontoura Martins Denise Perez dos Santos Evelyn da Silva Lima Joseane Marques da Silva Luciane Riccotta Márcia Marzocchi Samantha Maria Alves Moraes Solange Maria Vieira Lopes

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FITNESS Coordenador Fernando Gonçalves Andrezo Monitores Adriane De Souza Silva Romano (Inglês) Almyr Ferreira De Souza (Vôlei) Ana Maria Mendes Formiga (Inglês) Ana Paula Russo Wormser André Alex Vicente Rodrigues Andréa Correa Airoso (Natação) Carla Christina Andrade Lisboa Clayton Dourado Oliveira Cleiton Alves Mariano Denilson De Paula Machado Denise De Fatima Righi De Lima Fabiola Moraes De Lucca Gabriel Rocha Alves Gislaine Marta Mendes Alves Guilherme Assis De Siga Jader Cassio da Silva (Judô) Jéssica Vieira Ferreira João Victor Lacerda Souza Leandro da Silva Lima Leonardo Todeschini Sant´Ana Luiz Antonio Gonzaga Júnior Luiz Felipe Piasentin Rebouças Maysa Pereira Mundim Rebeca Israel da Silva Regis Trois de Avila Roberval Costa de Carvalho Vanessa Ramos Gazola Vitor Marciano de Souza Filho Vivian Cristina Fuentes Chambrone Wagner Tadashi Uchida Instrutores Tainá Francis Soares de Souza Thiago Da Silveira Nascimento Laboratorista Adriana Dubas Leal Konno

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1.3. Nossa história O Colégio Magno/Mágico de Oz iniciou suas atividades no dia 31 de março de 1970, em uma unidade na rua Barão de Jaceguai, no Brooklin, por iniciativa das educadoras Dalva Veras Viégas e Myriam Tricate, mãe e filha, com a participação de Cláudio Tricate, então marido de Myriam. Com a ideia de uma educação renovada, focada na criança e em seu desenvolvimento integral, aberta ao brincar, às diferentes formas de expressão e à construção da autonomia das crianças, o projeto logo decolou. A Escola começou com apenas três alunas, entre elas, Cláudia Tricate, atual Diretora Pedagógica do Magno/Mágico de OZ e, ao final do primeiro ano, alcançou uma centena de meninos e meninas. Em pouco tempo, a Escola teria 500 alunos e se tornaria, ainda na década de 1970, uma das instituições de ensino de referência da capital paulista. Entre as décadas de 1980 e 1990, o Magno/Mágico de Oz chegou à sua configuração atual, como uma Escola para a vida inteira, atendendo crianças do berçário ao Ensino Médio. Ao longo dos seus 50 anos, o Colégio construiu uma identidade cultural em que permanece a orientação de construir um projeto de ensino que responda às demandas do mundo contemporâneo, sem ficar apenas voltado para o passado, de reconhecer a criança e o adolescente como sujeitos integrais, com diferentes talentos e torná-los capazes de construir seus próprios projetos de vida, num progressivo processo de conquista de autonomia. Essas características fizeram com que o Magno estivesse à frente de muitas inovações pedagógicas que marcaram a educação nas últimas décadas. A Escola foi pioneira na introdução do uso de computadores em sala de aula; no desenho de um projeto de educação integral de livre escolha do aluno, com dezenas de opções; na ênfase do trabalho sobre os esportes e sobre a música, na busca pela internacionalização do projeto de ensino, entre outras faces do trabalho educativo. Todos são traços presentes da Educação Infantil ao Ensino Médio, que só se aprofundaram ao longo da história da Escola. Veja, a seguir, alguns marcos desta evolução.

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Marcos históricos

Unidade Washington Luiz –

Introdução de computadores –

Sistema Magno de Comunicação –

Berçário Baby Oz –

Observatório Astronômico –

Unidade Campo Belo –

Espaço Vila Oz –

Escola de referência Google –

Início do projeto Magno Sustentável –

1970

– Criação da Escola

1980

– Unidade Olavo Bilac

1985

– Unidade Sócrates

1994

– Início do Full-Time

1996

– Entrada Rede PEA-UNESCO

1998

– Núcleo Ambiental

1998

– Criação do 3o +

2016

– Sistema MagLab

2017

– Início da modernização física e arquitetônica das Unidades Olavo Bilac e Campo Belo

2020

– Começo da produção de energia fotovoltaica para uso interno da Escola

1976

1983

1993

1995

1997

1998

2005

2017

2018

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1.4. Nossos alunos Desde a sua fundação, o Colégio Magno/Mágico de Oz pretendeu ser uma Escola para a vida inteira, ou seja, que pudesse realizar todo o atendimento educacional previsto pela legislação brasileira: Berçário, Educação Infantil, Ensino Fundamental - Anos Iniciais, Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Tudo nos períodos regular e integral, com total apoio às famílias. Os alunos do Magno/Mágico de Oz são oriundos, em sua maioria, de famílias moradoras da região Sul de São Paulo, de classes socioeconômicas B e A, com pais que trabalham em empresas e/ou em empreendimentos próprios. Por isso, precisam que a Escola possa oferecer todo o suporte necessário, em um ambiente educativo, seguro e afetivo. Para atender às expectativas das famílias, o Colégio se estruturou como uma Escola completa e integral, com atendimento que vai além do tempo integral existente na maior parte das escolas. O Magno também oferece um curso preparatório para o vestibular, o 3º +, que conta com 600 horas a mais de aula na 3ª série do Ensino Médio e, por fim, uma complementação curricular que equipara o currículo brasileiro ao norte-americano. Os alunos ganham, assim, o direito da dupla titulação, em uma perspectiva de educação internacionalizada. O projeto pedagógico do Magno tem, por essência, preparar o aluno para todos os seus sonhos. A totalidade dos estudantes opta por buscar aprovação nos vestibulares das principais universidades brasileiras e, cada vez mais, também buscam experiências internacionais em universidades de alto nível do exterior. Hoje, o Magno tem alunos que seguem seus estudos universitários nas universidades públicas mais concorridas, como a USP, UNICAMP, UNESP, UFSCAR, bem como em instituições particulares de reconhecida qualidade, como PUC, FGV, Insper, Fei, Mauá, Senac, em todas as áreas, com um perfil muito diversificado de escolhas. Essa variedade de caminhos reflete, justamente, a liberdade e a autonomia construídas pelo Magno. Assim, formou-se uma comunidade harmônica e participativa. Atualmente, uma parcela importante de ex-alunos têm filhos matriculados na Escola, o que mostra o acerto do projeto educativo e a confiança depositada pelas famílias.

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1.5. Recursos e infraestrutura Nas escolas inovadoras, como o Magno se propõe a ser, a sala de aula é apenas um dos locais da aprendizagem. Existem diversos espaços interdisciplinares, em que os alunos aprendem de forma significativa, por meio da experiência, fazendo links entre a teoria e a prática, desenvolvendo procedimentos científicos, ampliando a percepção da realidade. O uso desses espaços rotineiramente é essencial no projeto pedagógico do Colégio Magno/Mágico de Oz, como nos relacionados à aprendizagem criativa. A rede MagLab é composta por um conjunto de ateliês reconfigurados, para que os alunos desenvolvam projetos que envolvem Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (dentro do conceito de Steam). São espaços makers, dotados de recursos como impressoras 3D, cortadoras a laser e ferramentas; são espaços interativos diversos, que tornam a educação uma experiência significativa, real, autoral e criativa. Há, até mesmo, um laboratório específico para o ensino de Matemática, o MatLab. O Laboratório de Mídias Sociais permite a produção de conteúdos digitais para web, alimentando canais como o Facebook e o YouTube. Da mesma forma, o Núcleo Ambiental e a Vila Oz são iniciativas diferenciadas da Escola que antecipam tendências e são, cada vez mais, importantes para o trabalho educativo do Mágico de Oz. Educadores e alunos também têm à disposição ambientes como Teatro (com som, luz e arquibancada), Sala de Música, Estúdio de Som, Salas de Projeção, Laboratório de Astrofísica e Conference Hall.

Bibliotecas

Cozinhas experimentais

As bibliotecas do Magno/Mágico de Oz não são aqueles espaços cerimoniosos, quietos, como se convencionou pensar das bibliotecas. São espaços vivos de leitura, dinâmicos, promotores de projetos e atividades de leitura e, por isso mesmo, frequentados pelos alunos com liberdade e interesse.

No Magno/Mágico de Oz há três cozinhas experimentais completas, o que significa dizer que há todos os equipamentos necessários para uma aula: fogão, geladeira, utensílios de toda espécie e, até mesmo, uma estrutura de espelhos, que permite aos alunos acompanhar tudo o que se faz nas bancadas.

Além dos clássicos, regularmente são comprados livros que frequentam o topo das listas dos mais vendidos. Ao mesmo tempo, há disponíveis assinaturas das revistas pedagógicas mais importantes, dos títulos que interessam crianças e jovens e também dos principais jornais. São seis bibliotecas voltadas para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II e Ensino Médio, ou seja, com espaços e títulos especializados conforme as etapas preferenciais de atendimento. Todo o acervo das bibliotecas do Magno pode ser consultado (e reservado) via Internet, pois foi sistematizado em um banco de dados integrado, como as mais modernas bibliotecas.

Todas são utilizadas também em aulas de culinária. Na verdade, cada vez mais a prática culinária é usada para trabalhos em todas as áreas, inclusive em projetos interdisciplinares e formativos.

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Há muitas outras possibilidades: em Matemática, trabalhar com pesos e medidas, com frações e formas; com produções em Inglês; a química dos alimentos em Química. Por isso, são espaços educativos valorizados.


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Espaços artísticos e cênicos Tão importantes quanto os espaços tecnológicos são os ambientes para o desenvolvimento de atividades artísticas. Em suas três Unidades, os alunos do Magno/Mágico de Oz têm acesso a ateliês de arte, salas de balé e jazz, estúdio de som, sala de produção audiovisual, entre outros recursos. Fitness O Magno conta com um fitness aparelhado e com profissionais capacitados. Entre as modalidades de exercícios disponíveis estão Musculação, Cardiovascular, Ginástica Funcional, Natação, Hidroginástica e diversas modalidades de atividades físicas, como Alongamento, Supercircuito, Aerokids, Bike, Triatlhon e Corrida de Rua. Há equipamentos modernos como os que se encontram em fitness profissionais. Diversos recursos são utilizados como espaços de aprendizagem. É possível, por exemplo, imaginar aulas sobre o corpo humano, o aparelho cardiorrespiratório, a musculatura, ao mesmo tempo em que se fala sobre a importância do exercício físico para a saúde. Novamente, os projetos transversais e interdisciplinares podem encontrar, num espaço inusitado, um ambiente muito mais estimulante do que apenas a sala de aula.

Laboratórios de Biologia, Física e Química Quando falamos em laboratórios, podemos pensar que já sabemos exatamente o que encontraremos por lá. Vêm à mente as pipetas, os microscópios convencionais, etc. Mas, recomendamos sempre aos educadores e alunos que ultrapassem essas ideias preconcebidas e conheçam todos os recursos disponíveis em nossos laboratórios. O Magno/ Mágico de Oz tem uma tradição forte nesse trabalho. Isso vale para os professores das disciplinas científicas, mas também para os educadores de todas as áreas. Mesmo quem não é especialista pode utilizar esses espaços, pois em cada um deles há profissionais contratados para dar suporte ao professor. Laboratório de Astrofísica

Hortas sustentáveis e sistema de biodigestão Nas Unidades Sócrates, Olavo Bilac e Campo Belo, os alunos dispõem de hortas que integram o sistema de produção de biogás do Magno. Além de gerar alimentos para as cozinhas, as hortas permitem o estudo de processos de desenvolvimento sustentável, já que recebem matéria de compostagem produzida a partir das sobras dos restaurantes e processada em tanques especiais. Complexo poliesportivo O Magno/Mágico de Oz possui um dos maiores complexos esportivos das escolas de São Paulo, o Centro Integrado de Esportes e Educação do Magno. O CIEEM inclui, entre outros: • piscina semiolímpica aquecida • ginásio poliesportivo • sala de ginástica e musculação • sala de dança • parede de escalada

Por que uma escola precisa ter um observatório astronômico? Não seria melhor perguntar: por que uma escola, no século XXI, deixaria de ter um recurso tão útil ao ensino como esse? Desde que entrou em funcionamento, o Observatório já permitiu a realização de centenas de estudos em todas as disciplinas, que vão da observação de Marte ao estudo do mapa celeste inscrito na bandeira do Brasil. Posteriormente, o Observatório Astronômico teve seu espaço transformado, permitindo um conjunto mais amplo de atividades, e passou a ser chamado Laboratório de Astrofísica. O telescópio não é, assim, o único instrumento do Observatório: os alunos têm acesso a astrolábio, lunetas e diversos instrumentos que fazem parte da história da Astronomia. 27


Núcleo Ambiental Uma minifazenda no coração de São Paulo, um laboratório a céu aberto. Há muitas maneiras de definir o Núcleo Ambiental e, também, de usufruir desse espaço ímpar. Em uma área de 572 metros quadrados, é possível encontrar animais grandes, como pônei, vaca, ovelhas; animais pequenos, como coelhos; e inúmeras aves, como patos, marrecos, perus, galinhas de várias raças, entre outros. O Núcleo também abriga dezenas de árvores e plantas, temperos, horta, flores, parreiras, e um sistema hídrico, que inclui uma roda d’água e um pequeno lago. Trata-se de um local de observação e, sobretudo, de experimentação e criação. Em meio ao Núcleo há, por exemplo, um completo ateliê artístico, propositalmente integrado ao verde. Há, também, uma arena para a contação de histórias, concebida com o intuito de aproximar o contador e o ouvinte, estimulando a participação ativa e espontânea das crianças. O Núcleo permite o acompanhamento dos ciclos na natureza, do desenvolvimento dos animais, da gestação dos mamíferos, incluindo o aleitamento. Os alunos podem produzir alimentos como queijos, iogurtes, sucos e outros derivados de produtos da natureza, bem como realizar trabalhos sobre sustentabilidade e preservação ambiental, manejo de animais e acompanhar o trabalho de profissionais, como o veterinário. Os animais do Núcleo são renovados a cada dois anos, para que não fiquem confinados por muito tempo. Todos os bichos recebem alimentação adequada, orientada diariamente por profissionais. Há um veterinário responsável pela orientação de dois tratadores e pelo acompanhamento de todos os animais, que são vacinados e fazem exames clínicos sistematicamente. São muitas espécies que podem ser reconhecidas e até classificadas pelos alunos. Além dos animais que vivem no Núcleo, é grande o número de aves que aparecem à procura de frutas e insetos que se encontram no local. Lá, todos aprendem, sobretudo, que para respeitar o ambiente e desenvolver a ética da sustentabilidade, é preciso aprender muito sobre as maravilhas da natureza. 28

Rede MagLab Quem pensa em tecnologia, pensa em computadores, mas não é só isso. Além dos próprios computadores pessoais, há diversos outros recursos que podem se tornar instrumentos de grande importância para o professor, seja por ampliarem as possibilidades de pesquisa, seja por motivarem os alunos a partir de mídias e linguagens que já fazem parte do cotidiano. O Magno possui diferentes espaços de inovação: laboratórios de informática, de robótica, espaço maker, dotado de impressora 3D e outros recursos que permitem aos alunos desenvolverem atividades que unem o conhecimento conceitual à materialização de projetos reais. Trata-se, na verdade, de uma rede integrada de espaços direcionados a uma educação não convencional, voltada para o aprendizado mão na massa e para o desenvolvimento do pensamento criativo. Vila Oz A Vila Oz foi concebida para que as crianças possam vivenciar e representar simbolicamente a experiência de viver na cidade. No mercado, na casinha, na oficina mecânica, no lava-rápido, na padaria, na peixaria, no salão de beleza, no metrô, enfim, em todos os espaços as crianças podem viver simbolicamente a experiência da vida adulta. Isso implica realizar tarefas com autonomia, tomar decisões, fantasiar, explorar o que imaginam ser a vida dos adultos. No mercado, é possível aprender sobre


consumo, alimentação, fazer contas para o troco, escrever lista de compras. No mecânico e no posto, pode-se trabalhar relações, serviços e trânsito. E no Cabeloz, vê-se estética, beleza, hábitos urbanos e saúde. Os espaços, totalmente equipados para que as crianças extrapolem suas fantasias, são também flexíveis. Por exemplo, a clínica pode ser uma maternidade, uma clínica pediátrica, uma clínica veterinária ou até uma clínica oftalmológica. Todos os ambientes são minuciosamente planejados. No consultório de dentista há até a típica cadeira reclinável em que os pacientes são atendidos. A Vila Oz é continuamente repensada e ganha novas construções, como o Banco Oz e, mais recentemente, uma estação de metrô. Em cada contexto, tudo está preparado para que as crianças brinquem e dramatizem as situações típicas vividas nesses ambientes. Demais espaços diferenciados Além dos espaços diferenciados, laboratórios e bibliotecas, o Magno/Mágico de Oz entende todos os seus espaços como ambientes potencialmente educativos, e são estruturados para esse fim. Desse ponto de vista, por exemplo, merecem destaque: • Sala de Esgrima

• Parque da Educação Infantil

• Sala de Música

• Parque do Ensino Fundamental

• Laboratório de Mídias Sociais

• Conference Hall

• Sala de Xadrez

• Salas ambiente do 3ª+

• Sala de Dança

• Salas do High School

• Sala dos Professores

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CAPÍTULO 2 NOSSAS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS 2.a. Projeto Pedagógico

O que é uma boa escola? Diante de tantas demandas, expectativas, projetos, mudanças, torna-se cada vez mais complexo definir o que é uma boa escola – aquilo que, em última instância, instituições como o Magno/Mágico de Oz querem ser. Mas, em vez de simplesmente elencar um conjunto de características, sempre importantes, podemos e devemos buscar o olhar daqueles a quem a escola serve: as famílias, ou seja, pais e alunos. Desse ponto de vida, uma boa escola é aquela que amplia nossas possibilidades de nos tornarmos adultos realizados e felizes, dentro das expectativas e dos sonhos de cada um. Isso significa dizer que a boa escola busca a melhor correlação entre excelência acadêmica e formação humana integral. Excelência acadêmica implica dar valor ao conhecimento, formar cidadãos que valorizem a ciência, a cultura, o saber, que dominem um conjunto de conhecimentos essenciais para que sigam as suas vidas nas universidades que escolherem, nos projetos que construíram. Formação integral significa entender que crianças e jovens não são apenas cabeças, mas corpos, mãos, corações, desejos, mistérios. A escola precisa educar pessoas mais completas, para que consigam se colocar no mundo e viver suas interioridades com mais recursos, mais formas de compreensão de si e do outro, mais formas de expressão e de posicionamento para além do mundo científico, lógico e matemático. Para isso, são essenciais os esportes, as artes, a música e tantas outras atividades que precisam encontrar espaço real no currículo de uma boa escola. Mas, também, essas dimensões não esgotam a busca de uma boa escola, há um outro âmbito que perpassa todos os demais: os valores. Uma boa escola trabalha, com a família, para o desenvolvimento de um conjunto de valores humanistas universais, como o respeito mútuo, a honestidade, a valorização da diversidade, a repulsa a todas as formas de preconceito, a ética sustentável, entre diversos outros. Esse é um trabalho cotidiano, realizado sempre em parceria com os pais. Cada dia em uma boa escola é uma experiência formativa, que pode e deve ser diferente do dia anterior. Por isso, é imprescindível que esse espaço de desenvolvimento coletivo seja inevitavelmente marcado pela confiança e pela transparência nas relações humanas. E é assim, num dia após o outro, que se constrói um ser humano mais completo, capaz de realizações no campo acadêmico, balizado pela ética, atento ao outro, comprometido com o mundo, capaz de cuidar de si, com autonomia, no plano da saúde, das interações com o outro, do afeto, do ambiente no qual está inserido. Essa não é uma tarefa que tem começo e fim. Assim como as pessoas, escolas são obras sempre em processo, em aprimoramento, e ter essa consciência e essa humildade é uma condição sine qua non de bons projetos educativos. Da mesma forma, precisamos saber que formar pessoas assim não é tarefa para um único profissional, o professor, mas, sim, como diz um ditado africano, “requer toda uma aldeia”. Os pais precisam estar presentes, os educadores precisam estar conscientes de que seu papel vai além do ensino de sua disciplina, a comunidade precisa agir como tal. Esse consenso dos valores importantes deve fazer parte desde a escolha da escola, aquele momento em que pela primeira vez pais, alunos e escola conversam para decidir se, afinal, aquela é a melhor escolha. É preciso clareza, sinceridade e vontade de pensar no futuro de uma forma mais ampla e corajosa. Não basta saber se, ao final de tantos anos, os alunos irão bem no ENEM e na universidade. É preciso saber, sobretudo, o que ocorrerá até chegarem lá. Serão boas pessoas, capazes de seguirem a vida com equilíbrio e confiança? Serão bons seres humanos, capazes de viver em comunidade e contribuir para a construção do mundo? Serão indivíduos que se aceitam, conhecem seus potenciais e sabem o que lhes traz realização e alegria? Se a resposta para essas perguntas for “sim, faremos isso juntos”, pronto, aqui podemos dizer, de fato, que encontramos uma boa Escola. Cláudia Tricate Diretora Pedagógica

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2.b. Projeto Pedagógico

O que é um Projeto PolíticoPedagógico? Ao completar 50 anos, o Colégio Magno/Mágico de Oz tem a alegria de compartilhar com a sua comunidade seu projeto político-pedagógico, documento que reflete os princípios e as convicções pedagógicas desta instituição. São as grandes linhas mestras das quais decorrem as escolhas pedagógicas cotidianas, que representam as ações educativas. Chama-se Projeto, porque é ação projetada no tempo: irá orientar nossas ações no futuro a curto, médio e longo prazo, ainda que seja um instrumento em permanente construção. É um Projeto Político, porque esta Escola não forma apenas indivíduos, mas cidadãos plenos e participantes da sociedade e de seu próprio tempo histórico, conscientes de sua responsabilidade comunitária e de seu poder de transformação social. Um projeto educativo é sempre coletivo no plano familiar e social. Por fim, trata-se de um Projeto Político-Pedagógico, porque assim circunscreve o seu campo de trabalho: a educação e, em especial, a educação na sua perspectiva integral, que inclui as dimensões acadêmica, social, socioemocional, ética e moral, física, estética – todas inseparáveis do desenvolvimento humano. É importante que se compreenda, também, que o PPP não se trata de um estudo teórico e idealizado. É um documento de identidade da Escola, no qual se declaram e se compartilham as convicções pedagógicas, os propósitos que alicerçam seu fazer pedagógico, seus objetivos e as evidências que balizam as ações. Tampouco, o PPP não é uma constituição imutável, mas um texto vivo, submetido diariamente ao questionamento da realidade, flexível às inovações, aos avanços científicos, às demandas sociais, às inspirações pedagógicas. Está, portanto, em permanente desenvolvimento. 32

Finalmente, o PPP não é um documento de gestão, e, portanto, imposto, mas um texto construído a partir de reflexões internas da equipe pedagógica, dos coordenadores e professores, bem como da escuta atenta da comunidade de alunos e pais, manifestada em reuniões, diálogos e em toda a vida cotidiana escolar. Por isso, a adesão a este projeto está desde logo definida, pois ele nasce do que a Escola já realiza e aponta para onde queremos chegar. Tratase, assim, de um documento de diálogo e troca entre a comunidade educativa e as famílias. Procuramos construir um documento que cumpra sua função de comunicar com clareza os nossos caminhos a todos os que compartilham deste projeto. Afinal, o Magno/Mágico de Oz fez 50 anos com toda a energia para continuar a fazer parte da construção do futuro, responsabilidade que cabe a cada um de nós. Para esta Escola, o futuro nunca foi um sonho, mas um projeto que devemos realizar juntos.


2.c. Projeto Pedagógico

Nossos valores institucionais Ao longo dos últimos anos, o Magno/Mágico de Oz investiu na definição de um conjunto de valores institucionais que, embora acompanhassem o desenvolvimento da Escola desde há muito tempo, precisavam ser escritos e reconhecidos pela comunidade. Foram realizadas reuniões em âmbito de gestão, atividades coletivas com professores e colaboradores, bem como realizado um esforço de comunicação junto às famílias. Assim, este Projeto PolíticoPedagógico assume como sua base oito valores que o Colégio Magno/Mágico de Oz considera centrais em sua ação pedagógica, bem como no conjunto das dimensões escolares, como administrativafinanceira, logística, de tecnologia, manutenção e estrutura, entre outras.

O Magno define-se como uma Escola: • Internacional, na medida em que trabalha pelos princípios da cidadania global e fortalece, em seu currículo, o aprendizado de outros idiomas e culturas, além de buscar conexões com realidades educativas de outros países. Esse projeto encontra sua maior expressão na parceria com a Mizzou University, que permite a dupla titulação dos alunos no Ensino Médio. • Integral, porque acredita que a educação jamais pode se restringir ao aspecto acadêmico. O ser humano reflete sempre a interação entre suas formas de expressão na sociedade, no desenvolvimento do corpo e da mente, no uso de todas as linguagens como forma de estar no mundo e dele participar. • Academicamente forte, pois a Escola tem por princípio de existência garantir às novas gerações o acesso aos saberes historicamente constituídos, como herança civilizatória a ser ampliada, e permitir a realização de seus projetos de vida, na universidade, quaisquer que sejam suas escolhas.

• Inovadora, por buscar sistematicamente conhecer os avanços da ciência, da tecnologia e da pedagogia para incorporar ao seu projeto educativo, em todas as frentes da inovação, seja no que se refere às concepções, às metodologias ou ao uso de novos recursos. • Acolhedora e individualizada, porque este sempre foi o DNA do Magno/Mágico de Oz: receber e conhecer individualmente cada aluno e sua família, compreendê-los e trabalhar com eles, da melhor forma possível, em suas especificidades. • Sustentável e socialmente responsável, porque ser sustentável é mais do que uma postura pedagógica, é uma atitude consciente de cuidar da herança que os adultos de hoje deixarão para as novas gerações, na casa comum chamada Terra. • Empreendedora, por fim, pois o princípio do empreendedorismo é fortalecido pelas novas características da economia criativa. Em um mundo em que os próprios conceitos de trabalho estão em transformação, é essencial preparar os alunos para empreenderem em suas próprias vidas.

2.d. Nossas competências essenciais Embora tenha sempre procurado construir um projeto aberto, que extrapolasse o currículo tradicional e os formatos estabelecidos, o Magno/ Mágico de Oz sempre foi rigoroso ao seguir, em todos os âmbitos, as orientações da legislação vigente. Assim, prontamente se preparou para seguir a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, dentro dos prazos estabelecidos. No entanto, da mesma forma, o Colégio também nunca abriu mão das características centrais e definidoras do seu projeto pedagógico que, afinal de contas, representam a sua própria identidade institucional. Essa introdução é necessária para apresentar uma das inovações propostas pela BNCC, a definição de um conjunto de 10 competências básicas, que devem permear o currículo, a saber: 33


• Conhecimento; • Pensamento científico, crítico e criativo; • Repertório cultural; • Comunicação; • Cultura digital;

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• Trabalho e projeto de vida; • Argumentação; • Autoconhecimento e autocuidado; • Empatia e cooperação; • Responsabilidade e cidadania.


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O Magno/Mágico de Oz procurou concretizar o encontro das competências explicitadas no documento da BNCC, com as competências que estruturam sua própria visão de educação. Dessa maneira, o Projeto Político-Pedagógico do Magno assume como essenciais em sua proposta e, portanto, contempladas em todas as suas ações educativas, as competências: Apreço à cultura e ao conhecimento: o Magno acredita que uma das funções essenciais da Educação é formar novas gerações que valorizem o saber, saibam reconhecer beleza na produção intelectual e acreditem no processo de aprendizagem como algo que compete a todos, ao longo de toda a vida. Pensamento crítico, científico e criativo: é preciso aprender a pensar. Na Escola, nas aulas, nos projetos e nas demais atividades educativas, os alunos precisam aprender a pensar de forma crítica e questionadora. Devem, também, conhecer as características do pensamento lógico, ou seja, as formas de inquirir a realidade e construir novos conhecimentos a partir dos marcos do saber científico, com método e racionalidade. Por fim, devem ser capazes de imaginar, extrapolar, transitar entre áreas para produzir soluções inovadoras e criativas. Cooperação e trabalho coletivo: o mundo do século XXI é o mundo das redes, das conexões, da produção coletiva do conhecimento e da colaboração. A Escola é um espaço privilegiado para que os alunos aprendam a compreender e a valorizar a diversidade como caminho para a construção de um olhar mais amplo e empático sobre o mundo e seus desafios.

Autonomia e construção de projeto de vida: desde os primeiros anos da Educação Infantil, a construção da autonomia dos alunos é um dos eixos centrais do trabalho pedagógico do Magno. Para a Escola, educar é sempre educar para a autonomia, uma competência essencial, que possibilita a construção de projetos sólidos de vida. Comunicação: a competência da comunicação mostra-se cada vez mais importante. Desde o início, foi uma das competências mais valorizadas no projeto pedagógico da Escola, presente nas diversas oportunidades em que os alunos precisam defender suas ideias ou fazer apresentações públicas, com ênfase na produção textual e em outras formas de expressão. Cultura digital: os alunos nasceram e cresceram sob o signo do digital. Porém, a cultura digital não se constrói apenas a partir da experiência autônoma do usuário. É preciso desenvolver competências, como o pensamento computacional, linguagens, como a da programação, bem como o sentido de ética necessário para um mundo marcado cada vez mais pela tecnologia. Cidadania global: por fim, todas as competências anteriores levam à concepção de uma nova ideia de cidadania, preconizada pela UNESCO. Somos todos habitantes de uma casa comum, o planeta Terra, e corresponsáveis pelo legado que deixaremos para seus futuros moradores. Este sentido de cidadania compõe-se de valores, atitudes e competências que as novas gerações precisam desenvolver para serem capazes de pensar globalmente, a fim de agir localmente.

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2.1. O Magno e seus valores 2.1.a. Educação em valores

A Declaração de Valores da Escola Educar é uma missão complexa, e o fato de a escola ser a instituição especializada em fazer esse trabalho não diminui tal complexidade. Num mundo em acelerada transformação, a escola assume o desafio de compartilhar a busca por respostas ou, pelo menos, por horizontes. Para tudo isso, as ferramentas que possui são os saberes, os valores e a convivência em grupo. Trata-se de um processo que, necessariamente, pressupõe a participação da família. Compartilhar com a instituição educacional a responsabilidade de educar os filhos traz diversos caminhos educativos que a família ou a escola sozinhas não teriam como construir. No entanto, é inegável que esse encontro de perspectivas produz uma série de pontos de reflexão e, às vezes, de conflito. Um dos motivos para que isso aconteça é que o trabalho educativo conjunto entre a família e a escola se faz no presente, ao longo de anos, vislumbrando, também, o futuro, um futuro que nós não conhecemos. Educar, portanto, é sempre uma aposta que se baseia em informações, percepções, diálogo e conhecimento de mundo. O primeiro núcleo social de um indivíduo é a família, que garante o necessário para a sua vida e o seu bem-estar. A família é, também, quem decide qual instituição escolar pode ser a mais adequada para a educação dos filhos. Trata-se de uma escolha feita com base em critérios que variam de família para família. E, cada vez mais, o conceito de família abrange uma diversidade de modos de ser, pensar e agir, que conformam um conjunto de características que o aluno leva consigo. Essa diversidade é intrínseca ao ambiente escolar, e a escola deve acolher, integrar, organizar e orientar todas essas visões de mundo. Quaisquer que sejam os critérios em que se pautem a escolha da família, é uma decisão que gera expectativas quanto ao modo de trabalho da instituição escolar e aos valores que direcionam essa ação. 38

Quando escola e família se encontram, trazem uma bagagem que precisa ser compartilhada a favor do desenvolvimento do filho, que agora também é aluno. Para a família, entre todos os alunos, aquele “um”, o seu filho, é o que importa. Por outro lado, mesmo interagindo com uma grande quantidade de alunos ao mesmo tempo, a capacidade de responder individualmente aos pais precisa estar entre as competências e valores de qualquer escola. À medida que declara para a família quais são os princípios que orientam seu trabalho, a escola auxilia a família nessa escolha e em sua permanência ao longo do tempo. Na verdade, as famílias prezam e praticam seus próprios valores, mas sua explicitação não é uma condição sine qua non para o relacionamento familiar. Já para a instituição educacional, é fundamental que tais princípios sejam declarados, pela grande diversidade de alunos e famílias envolvidas. A importância da comunicação com os pais reside, então, no fato de assegurar que os valores praticados estejam em comum acordo, assim como deve existir um consenso mínimo viável para a construção do horizonte de desenvolvimento dos jovens. Qualquer relação de parceria depende, em grande medida, da qualidade com que as partes estabelecem sua comunicação. Por isso, é fundamental alinhar as expectativas sempre que necessário, pois, embora a escola e a família tenham o mesmo objetivo, nessa cooperação de longa duração, o trabalho educacional apresenta muitas nuances na forma de termos, processos, atividades, métodos, que exigem contínua revisão e aprimoramento da comunicação. O filho/aluno é quem se beneficia de uma parceria constituída dessa forma. A esse filho/aluno chegam comunicações em grande quantidade, cotidianamente, de ambas as instituições, tanto da família quanto da escola. Se quisermos potencializar seu efeito para o melhor desenvolvimento do aluno, precisamos todos falar a mesma língua, em termos de regras, rotinas e necessidades específicas. Assim, nessa tarefa em parceria, a escola e a família precisam retomar sempre a conversa de início: que indivíduo, que pessoa, que cidadão queremos entregar para o mundo? Além disso, todos os


atores envolvidos precisam se comunicar intensa e continuamente a esse respeito. Há um vasto conjunto de valores envolvidos, mas um deles se sobressai no projeto pedagógico do Magno: a autonomia. Um jovem autônomo é capaz de enfrentar desafios, ou seja, resolver problemas de diversas ordens, abandonando, paulatinamente, as fórmulas e respostas prontas, que muitas vezes são úteis como ferramentas de aprendizagem. Um jovem autônomo também é aquele que desenvolveu as habilidades necessárias para se relacionar em sociedade e no mundo do trabalho, para além do ninho familiar e dos muros da escola. Esse jovem, portador de uma série de saberes, valores e habilidades, se torna um indivíduo capaz de contribuir para a sociedade e, ao mesmo tempo, realizar-se pessoalmente e profissionalmente. 2.1.b. Educação em valores

A construção da autonomia No século XXI, ainda há quem acredite que o ambiente escolar tem como objetivo principal o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Seria, desta forma, um cenário ideal para que as crianças pudessem desenvolver seu intelecto, o que garantiria a elas um lugar privilegiado, quando fora dos muros da escola. Mas, esta é uma visão equivocada sobre o papel da escola, que é bem mais amplo. O espaço e o tempo escolar contribuem com o desenvolvimento moral de seus alunos e de todos aqueles que compartilham do ambiente escolar, influenciando a forma com que se relacionam e resolvem seus conflitos. O desenvolvimento da autonomia deve estar presente nos projetos político-pedagógicos das instituições de ensino de forma tão ou mais relevante do que o ensino de Matemática ou de Língua Portuguesa. É importante pensar nas diferentes dimensões da ideia de autonomia, especialmente porque há uma estreita ligação com o campo da ética e da moral. Uma primeira dimensão é a do autocuidado e da capacidade de tomar conta de si, que é particularmente importante para as crianças bem pequenas. Cada conquista, como o sentar, o engatinhar, o andar, o comer sozinho, representa uma nova plataforma de desenvolvimento global,

pois o cognitivo é indissociável do mundo do corpo e das relações com objetos e pessoas. Essa dimensão estará sempre presente, nos mais diferentes momentos e idades: arrumar o próprio material escolar, cuidar de uma rotina de estudos, pentear os cabelos, escovar os dentes, sair sozinho com os amigos, dormir fora de casa, administrar uma mesada. Cada uma delas representa um avanço em direção à formação da individualidade e da capacidade de cada um cuidar de si. Estimular os alunos a construírem esses aspectos da autonomia é papel da escola e deve ser executado de forma consciente, constante e intencional, desde o início da Educação Infantil, e terá repercussões tanto na vida acadêmica como na vida social e cotidiana. Seres humanos autônomos, protagonistas, que resolvem problemas, começam a ser formados na infância. Mas há outra dimensão da autonomia, que está na origem da palavra e não pode ser esquecida: trata-se da autonomia moral. A anomia refere-se à criança pequena, que não tem qualquer espécie de autorregulação de conduta. A heteronomia designa a obediência a normas externas. A autonomia representa a condição de indivíduos conscientes das regras, que escolhem respeitá-las ou contestálas, movidos por valores internalizados. Nessa perspectiva, a autonomia moral representa a construção paulatina de atitudes e valores morais compatíveis e regulados ao contexto social em que está inserido. Uma atitude moral não depende da aquisição de regras e princípios morais, mas, sim, de valores morais, ou seja, das ligações afetivas estabelecidas com o outro. Uma criança entra em contato com a moral por meio das regras sociais e, assim, descobre que algumas coisas podem ser feitas e outras não. É justamente essa distinção que faz despertar aquilo que conhecemos como senso moral. Assim, o papel da escola é fazer com que a criança compreenda a distinção entre obediência e crescimento. Na escola, trabalha-se dessa forma a cooperação. É no ambiente escolar que se desenvolve a autorregulação moral e intelectual, em uma perspectiva pedagógica, provocando os alunos a buscarem respostas em um papel absolutamente ativo. Juntamente com a família, a escola é o terreno mais fértil e apropriado para que esse exercício diário seja estabelecido com delicadeza, paciência e sabedoria. 39


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2.1.c. Responsabilidade social

Ação social, formação transformadora Produzir milhares de máscaras em série para distribuir em asilos, colocar na web, em poucos dias, um marketplace para que uma comunidade indígena pudesse vender seu artesanato e continuar sobrevivendo, promover um jogo de futebol com refugiados, atuar na recuperação de um córrego poluído, produzir inovações que melhorem a qualidade de vida de idosos. A imensa diversidade de ações sociais que acontecem no Magno regularmente têm um eixo condutor: o princípio de que todo processo educativo deve servir, em última instância, à transformação da sociedade em que vivemos. O Magno foi uma das primeiras escolas de São Paulo a incluir, no histórico escolar do aluno, suas experiências em projetos sociais e comunitários. No Brasil, essa é uma cultura ainda incipiente, diante do que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos, onde o engajamento no chamado serviço social é um dos critérios de admissão nas universidades. Atuar em projetos de intervenção social não é apenas uma forma de manifestação de solidariedade ou de espírito filantrópico, vai muito além disso. Por um lado, trata-se de implicar, comprometer, desenvolver o sentido de responsabilidade social dos alunos diante de outros seres humanos que precisam de apoio. Por outro, é um caminho especialmente importante para a construção das chamadas competências sociais, como a empatia, a resolução de problemas reais, o trabalho cooperativo, a resiliência, entre outros.

atendidos em casas de acolhimento, e desenvolvem diversos projetos ao longo do ano, que podem ser a recuperação de uma biblioteca, a produção de roupas e brinquedos, ou a celebração do Dia das Crianças, da Páscoa e outras datas das quais, normalmente, essas pessoas são privadas. O outro campo de intervenção social do qual o Magno/Mágico de Oz participa intensamente é a Rede de Escolas Associadas da UNESCO no Brasil (PEA-UNESCO). Essa rede representa o braço da UNESCO nas escolas de educação básica de todo o mundo. Criada em 1953, a Rede PEA-UNESCO une quase 12 mil escolas de 190 países em torno de princípios difundidos pela UNESCO, entre eles o de construir a cultura da paz, promover a educação para o desenvolvimento sustentável e formar gerações conscientes de seu papel como protagonistas de uma cidadania global. Uma escola associada da UNESCO se caracteriza como um laboratório de ideias, que promove novas abordagens de ensino e aprendizagem baseadas nos valores e nas prioridades da UNESCO. Apresentase, também, como um polo de formação e aprendizagem colaborativa, permitindo aos diretores das escolas, professores, estudantes e à comunidade escolar integrar os valores da UNESCO e se tornar modelos em sua comunidade.

No Magno, a ação social desenvolve-se em dois programas principais: no Projeto de Voluntariado Educativo “E Eu com Isso?” e na participação da Rede de Escolas Associadas da UNESCO.

As produções realizadas pela Escola dentro dos princípios desse trabalho são apresentadas anualmente na Mostra UNESCO, com centenas de produções dos alunos e conta com a presença maciça da comunidade. Há um Grupo de Trabalho permanente, constituído por coordenadores, professores e outros colaboradores para desenvolver as estratégias de trabalho, envolvendo todas as etapas de ensino e todos os setores da instituição.

O Projeto “E Eu com Isso?” é regularmente desenvolvido por alunos, professores e colaboradores, em conjunto com entidades assistenciais escolhidas. Em visitas semanais, os participantes conhecem e tecem relações com idosos, crianças e adolescentes

Além disso, a Escola vem participando de viagens pedagógicas a outros países e de encontros promovidos pela ONU e pela UNESCO, enviando alunos e educadores para representar o Magno/ Mágico de Oz e o Brasil.

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O Magno/Mágico de Oz não apenas integra ativamente a rede, como tem na sua diretora-geral, desde 2007, a Coordenadora Nacional da Rede PEA-UNESCO no Brasil. Embora existam esses dois eixos centrais, os projetos de caráter social também se materializam no programa de viagens internacionais, em ações realizadas em diferentes disciplinas, em projetos de

inovação e outras áreas. Um exemplo recente é a viagem de um grupo de jovens alunos aos Estados Unidos, em um programa que incluiu o célebre MIT e a escola inovadora Nuvu, no qual os adolescente construíram aplicativos e outros dispositivos para melhorar a qualidade de vida de idosos. Trata-se de uma forma exemplar, no âmbito pedagógico, de pensar localmente e agir globalmente – a síntese da cidadania planetária que hoje está sendo construída.

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2.1.d. Protagonismo

Aprendendo a construir projetos de vida A escola não é um fim em si mesma. É um meio para a humanidade, para a sociedade, para o indivíduo. É a instituição responsável por reunir, atribuir valor e democratizar o acesso ao conhecimento construído pela civilização – tem uma missão, por assim dizer, civilizatória. A escola também representa um elemento de coesão social, pois consolida e organiza as demais instituições, e prepara os indivíduos para o exercício da cidadania, para a vida coletiva, para a compreensão da importância do saber como um bem comum. Mas, não podemos nos esquecer, também, de que a instituição de ensino deve representar, para as novas gerações, o tempo de construção de futuros. Tão importante quanto aprender sobre as ciências, desenvolver valores é se tornar capaz de se inserir no mundo como autor e protagonista: isso é bem mais do que entrar na universidade. É muito importante que, ainda no tempo da Educação Básica, os alunos pensem sobre o próprio futuro, aprendam a reconhecer suas habilidades mais naturais, a desenvolver aptidões que ainda não possuam, tendo em vista um propósito de vida. Isso requer compreensão da realidade mundial, autoconhecimento, planejamento a longo prazo e o desenvolvimento de competências, como a capacidade de adiar gratificações, tal como num esforço necessário no momento presente, que apenas em um tempo futuro trará o retorno esperado. Como é possível desenvolver tais atitudes com crianças e adolescentes? Em primeiro lugar, promovendo um ambiente no qual os alunos efetivamente se tornem protagonistas nos projetos que desenvolvem, por exemplo, na organização de uma mostra de conhecimentos, em projetos de ação social ou na realização de propostas colaborativas. No entanto, é possível ainda ir além: na sociedade do século XXI, a escola pode também se pensar como o ambiente para nutrir sonhos e competências 44

empreendedoras, o ambiente para se pensar sobre a transformação do emprego e do trabalho, o desaparecimento de ocupações e o surgimento de novas profissões, as mudanças do ensino superior, as tendências da inovação exponencial que podem dar efeito ampliado à ação de indivíduos. O Magno vem trilhando esse caminho para que seus alunos sejam protagonistas de seus destinos, em um tempo em que as incertezas também representam oportunidades: realizando eventos como bootcamps, que reúnem jovens para que aprendam a criar seus próprios empreendimentos digitais, promovendo experiências transformadoras no Brasil e em viagens ao exterior. Os alunos deixam o lugar de estudantes, para entenderem seus papéis transformadores. A escola é o lugar em que as pessoas devem aprender que sonhos fazem parte da realidade, desde que se tornem ações organizadas e conscientes, e que o futuro é uma construção da qual não podemos deixar de fazer parte.

2.2. O Magno e a educação integral 2.2.a. Tempo integral

Uma escola para todos e para cada um A ideia de uma escola integral não é recente na Educação, ela está presente desde sua origem e encontrou sua expressão completa ao longo do século XX, como no movimento da Escola Nova, e em autores como John Dewey, Anísio Teixeira, entre tantos outros. Uma educação integral diz respeito a uma visão única e inteira do ser humano: quando vem à escola, uma criança não chega apenas com uma mente para aprender conteúdos disciplinares. Vem com seu corpo, com seus ouvidos, seus olhos, suas mãos, sua sensibilidade, seus desejos, sua vontade de brincar, fazer amigos, viver experiências novas, correr, saltar. O progresso recente das ciências cognitivas, entre elas as neurociências, vem mostrando que todos somos capazes de desenvolver diferentes


modalidades de inteligência, como provou Howard Gardner. A escola é, por excelência, um espaço de desenvolvimento integral, que precisa prover oportunidades aos alunos em todos os campos. Desde o surgimento do Magno/Mágico de Oz, esse princípio esteve presente. A Educação Integral faz parte do DNA do projeto educativo do Magno/ Mágico de Oz, isso significa propor uma educação que abra espaço para que todos desenvolvam seus talentos, construam seus caminhos e se aprimorem em qualquer dimensão humana. Essa proposta não está restrita aos modelos de ensino em tempo integral, embora neles encontre sua principal expressão. No Magno/Mágico de Oz, a formação artística, esportiva, musical, cognitiva faz parte do cotidiano dos alunos, que podem construir um currículo mais amplo do que o das disciplinas da matriz regular. São atividades formais ou oferecidas em caráter informal, obrigatórias ou eletivas, que promovem o desenvolvimento de aprendizagens que extrapolam o trabalho curricular em sala de aula. É o caso, por exemplo, de tudo o que acontece nos diferentes espaços de criação da Escola – os laboratórios maker, os ateliês, a orquestra, os treinos esportivos, o teatro, o coral e outras possibilidades formativas. Nas modalidades de Tempo Integral, esse conceito ampliado de educação acontece de forma regular e estruturada. Na Educação Infantil, chama-se Total Care (para bebês) e Integral (para pré-escola). No Ensino Fundamental, recebe o nome de Full-Time. Aqui, o princípio de educação integral alcança a sua expressão máxima de forma lúdica e envolvente. Trata-se de um tempo dedicado ao aprimoramento individual e coletivo, tanto no campo acadêmico como nos esportes, nas artes, na música, na tecnologia ou na gastronomia. No Total Care e no Integral, as atividades de artes, esportes, música e outras são equilibradas com os cuidados necessários no trabalho com as crianças pequenas, o que inclui o tempo de sono e banho, por exemplo.

Já a matriz curricular diária do Full-Time é composta por quatro tempos vespertinos, sendo dois, obrigatoriamente, dedicados ao estudo assistido. Nesse período, os alunos fazem suas lições de casa e podem tirar dúvidas com professores especialistas. Cumprido o tempo de estudo, cada aluno pode escolher atividades em um menu com mais de 30 opções, todas ofertadas com programas próprios, infraestrutura avançada e profissionais de alto nível. São desde atletas e ex-atletas de destaque, inclusive internacional, a profissionais reconhecidos em seus campos de atuação, como pesquisadores e especialistas. Por conta dessas características, o Full-Time também acaba por suprir experiências que crianças e adolescentes perderam no mundo atual, é o caso, por exemplo, de aprender a andar de bike, praticar canoagem ou escalar. Em todas as opções, é um tempo para o criar, o pensar, o fazer e o conviver, em que competências socioemocionais também são desenvolvidas nas práticas coletivas e individuais. Por tudo isso, o Integral e o Full-Time devem ser vistos como oportunidades de desenvolvimento, hoje aproveitadas pela maioria das famílias do Colégio. O sistema é aberto, e os alunos podem optar por frequentar apenas determinados dias ou cursos (no caso do Full-Time). Isso possibilita a todos os alunos do Colégio Magno uma grande abertura curricular e uma nova perspectiva de formação. 2.2.b. Nossa visão de arte e cultura

Arte e cultura como caminhos para a cidadania plena Na educação contemporânea, tão pressionada por lógicas de resultado e entrega, poucas escolas conseguem preservar em seu currículo o tempo, o pensamento e a ação cultural. No entanto, à medida que o mesmo mundo cobra desempenho, espera também receber cidadãos criativos, com repertório amplo, flexíveis, sensíveis, multiculturais, o que fica evidente que sem arte e cultura, as escolas pouco têm a oferecer. 45


O conceito de cultura advém da antropologia e possui várias acepções. Porém, a mais comum é a formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.

cultural em que essa música foi concebida. Isso também promove o sentimento de pertencimento e de apropriação, de empatia.

Quando indicamos que a cultura é um complexo de ideias e ações promovidas pelos indivíduos numa sociedade, é fundamental entendermos que esse processo é dinâmico, está em constante transformação, e toda e qualquer pessoa está incluída nessa trama. Ou seja, somos sujeitos protagonistas da nossa história, promotores da nossa própria cultura.

A partir do trabalho com pesquisas e referências de diferentes culturas, a diversidade cultural é outra marca importante que possibilita ampliar a visão de mundo dos nossos alunos. Partindo de um recorte de uma manifestação artística característica de uma determinada região do Brasil ou do mundo, podemos conhecer os costumes e tradições, as danças típicas, o vestuário, os rituais, a língua falada, a localização geográfica e o modus vivendi do habitat. No campo da música, isso possibilita que os estudantes se aproximem das sonoridades musicais de diferentes povos.

Historicamente, as escolas reconheciam a cultura como uma expressão relacionada às datas festivas do calendário nacional e religioso, com ênfase nas comemorações pontuais e circunscritas àquele período, por exemplo, Carnaval, Dia do Índio, festa junina.

A cultura popular representa um excelente campo de experiências de aprendizagens em diferentes áreas, porém, é na música e dança que encontramos, talvez, sua maior expressão coletiva, constituindo excelente campo de pesquisa dos conteúdos das diversas linguagens.

No decorrer dos anos, a Escola identificou a riqueza dos elementos constitutivos dos processos de formação cultural de valores pessoais, reconhecendo o campo como importante objeto de conhecimento e estudo, incluindo-o como conteúdo de diferentes áreas (expressivas e de conhecimento geral), em seu currículo regular e complementar.

As manifestações culturais e datas comemorativas significativas (bumba meu boi, capoeira, Carnaval) são trabalhadas durante todo o ano letivo, de acordo com o viés e interesse do ensino e da aprendizagem. Da mesma forma, parlendas e brincadeiras cantadas ainda encantam as crianças das séries iniciais, que estão em processo de alfabetização e letramento.

A cultura constitui um excelente campo de pesquisa e aprendizado sobre a nossa história, nossas tradições e, sobretudo, sobre a nossa identidade. Por exemplo, quando nossos alunos criam projetos maker a partir de padrões indígenas; ou se trabalhamos com o cordel nas aulas de Literatura, vamos a uma exposição de artistas como Cildo Meireles ou Portinari; ou apresentamos um repertório musical específico ao estudante, como o canto das lavadeiras do Nordeste do Brasil. Assim, estamos trabalhando com a ampliação das referências multiculturais pertinentes ao país no qual vivemos. No caso da música, trata-se não somente do trabalho com a linguagem musical – o canto, os instrumentos, a estrutura melódica e harmônica, mas do conhecimento de todo o contexto histórico46

Os estudantes do Magno/Mágico de Oz têm a possibilidade de conhecer e trabalhar com diferentes manifestações culturais integradas às artes expressivas e/ou conectadas às diversas áreas de conhecimento geral, populares ou eruditas. Os alunos são incentivados a buscar formas de expressão culturais no campo da música, da dança, das artes visuais, da literatura, das línguas, da contação de histórias, entre tantas outras manifestações. Isso inclui, até mesmo, a possibilidade de ter contato com estilos e instrumentos da chamada cultura erudita, participando das orquestras de cordas, sopros ou metais do Magno. E assim, desde a Educação Infantil, criando, fazendo releituras, produzindo, tendo contato com a tinta,


a tela, a argila, uma vasta diversidade de técnicas e materiais, conhecendo os instrumentos, tocando, cantando, os alunos vivem a arte e a cultura em seu cotidiano. Vale lembrar que é essencial sempre valorizar o conhecimento prévio dos alunos, com cuidado para não desqualificar suas experiências de compreensão e aprendizagem autônoma do mundo e das coisas. Nossa intenção é estabelecer um debate saudável sobre a estética e a cultura, de forma ampla, partindo de múltiplas referências.

A Escola tem o propósito e o compromisso de apresentar um repertório de qualidade, possibilitando que os estudantes possam experienciar uma relação positiva com os elementos essenciais do conhecimento, do saber popular e da construção de referências multiculturais, ampliando, assim, suas formas de intervenção no mundo. Valorizar a cultura significa trilhar nosso caminho à cidadania plena, potencializar nossa autoestima e, sobretudo, poder reconhecê-la como instrumento genuíno de expressão, saber popular e de transformação da nossa sociedade.

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2.2.c. Educação para a sustentabilidade

Olavo Bilac. Utilizando tecnologia israelense, os

Por uma Escola mais sustentável

equipamentos convertem a energia gerada pelos

O que uma horta suspensa, a piscina aquecida, a água

água dos chuveiros utilizados pelos alunos.

dos chuveiros e restos de comida têm em comum?

resíduos orgânicos em biogás, uma combinação de gás metano e dióxido de carbono. Este gás aquece a

A pergunta pode parecer um tanto inusitada. Mas,

O Colégio também se dedica ao reuso da água.

no projeto pedagógico do Colégio Magno/Mágico

Atualmente, são quase 200 mil litros de água de

de Oz, a relação faz todo o sentido. O conceito de

reuso, usados para fazer toda a limpeza dos pátios

sustentabilidade, que considera aspectos ambientais,

e sistema de irrigação, armazenados em dezenas de

sociais e econômicos, vem fazendo parte essencial

caixas d’água instaladas nas três Unidades. A previsão

da rotina de alunos, professores e colaboradores do

é construir um uma miniusina para beneficiamento

Colégio.

do recurso, ampliando o reúso para as pias e os

Durante a aula de Natação, entre uma braçada e

vasos dos banheiros.

outra, por exemplo, as crianças descobrem que a

A ação sustentável vale até mesmo para itens nem

água na casa dos 28°C é aquecida através da energia

sempre lembrados nos programas sustentáveis, como

solar. Esse processo foi iniciado há 10 anos, em

é o caso das fraldas. Levando até 600 anos para se

parceria com a Universidade Federal do Rio Grande

decompor, as fraldas descartáveis são consideradas

do Norte (UFRN). Em breve, 100% da energia

grandes vilãs do meio ambiente. Em parceria com

consumida na Unidade Sócrates virá da instalação e

uma empresa especializada em tecnologia para o

operação de placas solares e da produção de biogás.

descarte de resíduos, o Magno iniciou o processo

No projeto da Escola, todas as Unidades devem

de reciclagem de fraldas descartáveis usadas pelas

ser inteiramente sustentáveis, do ponto de vista do

crianças pequenas. A resina plástica gerada é

consumo energético, até 2023.

transformada em canetas.

O trabalho vai além da economia de energia.

Além dessas propostas estruturais, muitas outras

Com uma média de 700 refeições diárias, servidas

estão em curso, como a coleta seletiva. Seguindo

pelo restaurante, o Magno desenvolve uma ampla

padrões internacionais, os resíduos são distribuídos

política de destinação correta e de reaproveitamento

em três lixeiras, a fim de separar recicláveis, orgânicos

dos resíduos sólidos. Mais que reciclar, o desafio

e rejeitos. Outras duas lixeiras reúnem resíduos

é não gerar. O projeto “Educação pelo Sabor”,

eletrônicos e óleos, em especial, o de cozinha. Os

desenvolvido pela Escola desde o início do ano

alunos vêm participando, também, de torneios para

de 2020, propôs uma série de mudanças, não só

arrecadação de lixo eletrônico, entre diversas outras

no cardápio dos alunos, como no manuseio dos

iniciativas.

alimentos, com novas rotinas de preparação e logística, otimizando custos e evitando o desperdício.

São muitas as frentes de atuação: energia solar, água, resíduos, como o lixo eletrônico, nas quais é possível

Atualmente, são geradas 2,5 toneladas de lixo,

que nossas Unidades abram espaço para que pais e

das quais mais de 50% é lixo orgânico. Além das

até a vizinhança possam descartar equipamentos

composteiras, que geram adubo para a horta

eletrônicos. O objetivo é que o Magno seja um lugar

e os jardins da Escola, o material é usado para

que segue o conceito de emissão zero. Um lugar

abastecer dez biodigestores instalados na Unidade

100% sustentável.

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2.2.d. Estudos do meio

tempo livre, e no qual aprender e descobrir são uma

A escola fora da escola

opção mais do que uma imposição. Ajudar a criar,

A escola é um microcosmo social. Não há porque afirmar que o conhecimento, em particular no século XXI, se faz exclusivamente dentro da escola ou, de forma ainda mais restrita, está contido na relação

utopicamente ou não, um mundo de pessoas livres, é uma das nossas funções. A ideia de uma escola fora da escola como proposta interna pode ser melhor entendida nesse contexto.

aluno-professor. A escola não é um espaço isolado,

Isso vale para os estudos do meio que realizamos

ela reflete noções e princípios humanistas, como a

em todas as etapas de ensino, mas pode também

autonomia e a liberdade, e se expressa em contextos

ser extrapolada para nossa participação crescente

sociais e políticos. Cabe à escola potencializar possibilidades, buscando o que está a ser descoberto, unindo áreas e conhecimentos fragmentários. Faz-se necessário acelerar a integração da escola básica com os diversos espaços das esferas sociais. Não se trata de transformar a escola em uma arena onde outros chegam para assistir, mas aceitar a escola ampliada. Se o planejamento desconsidera essa dinâmica relacional, passa a perder energias para “inventar a roda”, em um recorte apenas pedagógico e burocrático. Essa transição entre a escola contida no espaço escolar e aquela ampliada para o mundo, seja nas atividades extraclasse, em estudos do meio, saídas

em seminários internacionais. Quando recebemos convites para participarmos de eventos em outros países, procuramos levar mensagens de uma relevância extraordinária, que ultrapassa, naturalmente, não apenas os muros da Escola, mas os muros da educação básica. Um exemplo foi a participação em um congresso internacional de iniciação científica realizado em Santarém, Portugal, onde estivemos com duas alunas. O trabalho desenvolvido sobre a deterioração dos oceanos foi de extrema valia, rendeu e renderá frutos. Entre eles, o convite para novos eventos, como uma subsequente participação em um congresso científico, desta vez no Brasil.

pedagógicas, visitas ou ações de intervenção, precisa

Esse é um processo que tende a ser aprofundado,

acontecer de forma muito planejada.

colocando sempre os alunos como protagonistas.

Deve-se evitar, ao máximo, o espontaneísmo. Certamente, a prática está distante da teoria, e, por isso, devemos ficar atentos às necessidades que surgem no processo. Há outra dimensão importante a ser considerada na reflexão sobre uma escola que vai além de seus limites físicos. A escola é um espaço de ensino de aprendizagem, mas, também, de produção do conhecimento, tanto por seus profissionais quanto por seus alunos, que ganham cada vez maior autonomia e expressão de ideias.

A importância das ciências humanas nessas ações é grande, em particular pelo seu caráter transversal. Os temas transversais, como ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual, trabalho, consumo, pluralidade, cultura e mais outros assuntos, não devem ser trabalhados isoladamente ou, somente, fazer parte de um projeto. Esses temas devem direcionar o projeto da Escola a cada minuto e servirão, na apresentação da proposta à comunidade, para dimensionar quem realmente deve estar, entrar e ficar dentro da Escola. Todo o processo de uma escola “para fora” deve

Lembremos que, na origem, escola vem de um

ser incorporado ao ensino, ao conhecimento, à

termo grego, “scholé”, que significa lugar do ócio,

formação integral e libertadora para todos. 53


2.2.e. A educação do corpo

A criança, o adolescente, o movimento Quando nossos ancestrais decidiram descer das árvores e dar os primeiros passos, as mudanças físicas e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras originariam o Homo sapiens. A partir desse momento histórico, nos deparamos com a importância que o movimento humano exerce sobre nossos corpos, nossa origem e a necessidade de nos manter em movimento. No âmbito escolar, a Educação Física é a área de conhecimento que dispõe de ferramentas para estimular e desenvolver as capacidades e habilidades motoras, cognitivas e afetivas. A Base Nacional Comum Curricular estimula a integração do aluno à cultura corporal de movimento, e define a Educação Física como “o componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no decorrer da história”. Por muito tempo, acreditou-se que o objeto de estudo da Educação Física, como o próprio nome ressalta e, de forma errônea, fosse o corpo físico desprovido de outros elementos, como aspectos cognitivos, afetivos e sociais. Esse componente curricular, assim conceitualmente reduzido, acabou servindo para atender a demandas como o treinamento militar e a preparação para a guerra, demonstração de ordem e disciplina, higienismo, preparação física e esporte de rendimento. Ou seja, a prática da Educação Física não estava associada ao processo e, sim, ao resultado final atingido. Diante das novas concepções educacionais e das relações que os alunos desenvolvem com esse micromundo que é a escola, as áreas de conhecimento traçaram competências e habilidades que são desenvolvidas nos diferentes níveis de escolaridade e, como não poderia deixar de acontecer, a Educação Física deixou de ser coadjuvante e passou a contribuir para a formação humana e integral. 54

Busca-se, no ambiente escolar, desenvolver as práticas corporais inerentes a cada faixa etária e suas necessidades de movimento, permeando as relações do saber, do saber fazer e do ser. A essência dessas relações não deve esbarrar na dicotomia entre corpo e mente. Segundo Freire (1991), descrever o homem se movimentando é descrever sua inteligência e seus sentimentos. Portanto, sua motricidade e corporeidade estão em funcionamento já que o movimento é a única realidade visível do ser humano. Segundo Navarro e Prodócimo (2012), como a ação física é a primeira forma de aprendizagem, é importante que essas atividades estejam sempre presentes na escola. A criança, estimulada a se movimentar, explora com mais frequência e espontaneidade o meio em que vive, aprimora a mobilidade e se expressa com mais liberdade. Geralmente, nos primeiros sete anos de vida, os pequenos têm um vocabulário gestual, muitas vezes, maior do que o oral. De acordo com pesquisas recentes feitas na área da neurociência, é cada vez maior a relação entre o desenvolvimento da inteligência, os sentimentos e o desempenho corporal. Fica para trás, portanto, aquela visão tradicional que separava corpo e mente, razão e emoção. Esses questionamentos levam à pergunta: qual é, então, o objeto de estudo da Educação Física? Enquanto componente curricular, o objeto de estudo da Educação Física é o corpo em movimento. Compreender esse objeto de estudo nos remete a outros que também justificam os ensinamentos que os alunos estão preparados a receber. Cultura corporal de movimento, motricidade, movimento humano, consciência corporal, desenvolvimento psicomotor são todos componentes presentes nas práticas pedagógicas dentro da escola. Inúmeros são os autores que afirmam e, entre eles, Le Boulch (1992, p. 13), que “[...] a criança desde seu nascimento apresenta potencialidades para desenvolver-se, mas que elas não dependem só da maturação dos processos orgânicos, senão também de intercâmbio com o outrem”. Essa relação com outro e consigo mesmo advinda de atividades motoras dirigidas são experiências


que a criança deve vivenciar na fase escolar, a fim de permitir-lhe viver e organizar melhor sua imagem corporal. Esse intercâmbio influencia, determinantemente, a orientação do temperamento e da personalidade, e é por meio destas relações com as outras pessoas que a criança se descobre e que sua personalidade se constrói pouco a pouco. A importância que o movimento exerce na interação do aluno com o mundo pelas sensações

é plenamente atingida quando o colocamos em práticas corporais tematizadas e adequadas ao seu processo de desenvolvimento. A rica gama de jogos e brincadeiras, lutas, ginásticas, atividades rítmicas, esportes e as práticas corporais de aventura são os temas que dispomos nas aulas de Educação Física, para que o vocabulário motor dos alunos seja desenvolvido e melhorado de forma adequada, lúdica e significativa.

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2.3. O Magno e a cidadania global 2.3.a. Cidadania global

Caminhos para navegar em um mundo interconectado Uma das ideias principais de currículo é a do caminho a ser percorrido pelo estudante em sua trajetória escolar. Intencionalmente desenhado para garantir os objetivos da Proposta Pedagógica, o currículo é a interface escolar que se conecta, ao mesmo tempo, com as características das faixas etárias dos alunos, com as demandas das comunidades locais as quais serve e com os desafios atuais e futuros das sociedades globais. É justamente esse caráter tridimensional que se manifesta no fenômeno da internacionalização curricular, cujas práticas são: competências para o século XXI, personalização da aprendizagem, experimentação, uso do território e novas certificações. Tais práticas aparecem nas experiências educacionais de países como Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia e Inglaterra. No Brasil, o foco no desenvolvimento de competências é o núcleo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), alinhando nossos propósitos educacionais aos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciências e a Cultura (UNESCO) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), responsável pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em pesquisa de maio de 2018, o PISA perguntou a alunos do mundo todo, incluindo o Brasil, itens do tipo “O que você aprende na escola?” e, entre as possíveis respostas, havia alternativas como: “Eu aprendo a resolver conflitos com outras pessoas em sala de aula”, “Eu aprendo sobre como as pessoas de diferentes culturas podem ter diferentes perspectivas em algumas questões” e “Eu aprendo a me comunicar com pessoas de diferentes origens”. Essas propositivas somente são possíveis em um currículo por competências, ou seja, no qual o propósito das aprendizagens na escola é a mobilização dos conhecimentos (informação, conceitos e procedimentos), habilidades (manuais, 56

cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver problemas complexos. Por essa definição, um caminho (ou currículo) eficiente é aquele que prepara um cidadão competente, capaz de analisar questões locais, globais e interculturais, para entender e apreciar as perspectivas e visões de mundo dos outros, para interagir de maneira aberta, adequada e eficaz com pessoas de diferentes culturas, e agir para o bemestar coletivo e desenvolvimento sustentável. “Aprender a aprender” é, talvez, a competência central do processo educativo e da busca pelo projeto de vida. Geralmente, traduzida em inglês como lifelong learning, a ideia de aprendizado ao longo da vida inverte a lógica do percurso curricular: o conhecimento acumulado pela humanidade, que antes era visto como base na aprendizagem escolar, passa a fazer sentido somente a partir de uma ação cognitiva e dentro de determinado contexto. Quer dizer, o “o que” (conteúdo) e o “como” (procedimento) surgem no currículo por competências, que formam o cidadão global, acompanhados de uma atitude que o aluno deve ter com tal conhecimento/procedimento (por que/ para quê) e dos limites dessa ação (onde/quando). É certo que o caminho se faz caminhando. É certo, ainda, que caminhos são criados e refeitos considerando as prioridades e as necessidades de cada tempo. No caso dos percursos escolares, estes são pedagogicamente provocados de modo que os estudantes possam, ao longo de suas trajetórias na escola, refletirem sobre a própria aprendizagem, sendo agentes críticos corresponsáveis por suas formações. 2.3.b. Internacionalização

A criança e a cidadania global O Colégio Magno/Mágico de Oz é internacional, formamos cidadãos globais com solidez acadêmica, direito à expressão e ao conhecimento apoiado na multiculturalidade. É importante notar que essa dimensão está presente na forma curricular de um currículo internacional, que teve início no Ensino Médio, com o High


School, evoluiu para o Middle School (no Ensino Fundamental – Anos Finais) e agora se inicia, sempre cuidadosa e planejadamente, no Ensino Fundamental – Anos Iniciais e na Educação Infantil. No ano de 2020, foram introduzidas no 1º ano do Ensino Fundamental a disciplina Maths e, no último ano da Educação Infantil, a matéria Science. De forma global, desde março de 1970, o Magno tem o compromisso de garantir uma educação pluricultural e cidadã, desafio que ultrapassa e conecta campos de experiência, conteúdos, afetividade, coletividade e construção da autonomia. A linguagem é a peça-chave para o exercício da cidadania da criança global que atua sobre o mundo. Por isso, na Educação Infantil são muitos os momentos de escuta, rodas de conversa, jogos simbólicos, parque, leituras, situações-problema, resolução de conflitos, pontos de discussão, elaboração de narrativas e de questões, mais de perguntas do que de respostas, para que as diferentes formas de expressão possam ser desenvolvidas de modo eficaz. A Base Nacional Comum Curricular, aprovada em 2017, entende a expressão como um direito de aprendizagem de um sujeito criativo, dialógico e que se expressa por meio de diversas linguagens. Essas diretrizes são concretizadas quando o ambiente educacional em que a criança está inserida compreende que a linguagem é um meio de praticar sua cidadania no mundo. Afinal, a linguagem é um sistema universal na sociedade humana e, portanto, central para que a criança seja, desde cedo, introduzida a um pensamento cosmopolita e para que possa exercitar uma autonomia intelectual como indivíduo livre. Em nossa Escola, a criança se apropria da linguagem em suas várias facetas e torna-se fluente em um idioma fundamental para sua plena inserção e atuação global, o inglês. Estudos mostram que crianças expostas ao aprendizado de uma segunda língua possuem maior vocabulário e flexibilidade cognitiva. Da mesma forma, têm melhor performance das

funções executivas do cérebro, do desenvolvimento do pensamento abstrato e da compreensão do outro. Em uma era digital e de difusão das redes sociais, a neurociência resgata o poder das interações pessoais ao afirmar que aprender interagindo socialmente, sem telas, é fator crítico para a aquisição de outro idioma e, ainda que pesquisas sobre plasticidade cerebral confirmem a contínua reestruturação do cérebro, evidências mostram que a apreensão de uma segunda língua ocorre mais facilmente antes dos sete anos, especialmente nos seis primeiros meses de vida. No Baby Oz, as crianças entram em contato com o inglês aos quatro meses de idade, fase em que são verdadeiros cidadãos globais, por serem capazes de distinguir quaisquer fonemas. O Mágico de Oz se diferencia por propor um modelo de exposição à língua inglesa diário, com um currículo que engendra uma solidez acadêmica de forma transdisciplinar e multidisciplinar, e incentiva o prazer e a curiosidade pelo idioma. Compreendemos a língua como uma linguística aplicada, uma manifestação de comunicação pragmática que favorece as interações e contribui para a formação do cidadão global. As atividades neste campo são propostas por um time qualificado, parceiro e inovador, que delineia currículos adequados para cada faixa etária, com intencionalidade educativa e flexibilidade, esta a partir da reflexão sobre a documentação, em um planejamento que valoriza os interesses que emergem dos grupos. Criamos possibilidades comunicativas que se conectam a diversas áreas do conhecimento, para que a criança sinta-se segura em ampliar e sofisticar sua compreensão e expressão. Ao longo da Educação Infantil, a criança é convidada a participar de atividades dinâmicas, interativas, curiosas, em contextos que contemplam situações reais e também jogos simbólicos, mundos imaginários e futuros, aprendendo a linguagem por meio da aplicabilidade e da afetividade. Neste caminho, ela desenvolve a capacidade leitora e interpretativa, torna-se produtora de narrativas, aprende a apreciar diferentes linguagens, é incentivada a expressar-se em diferentes linguagens e constrói, gradualmente, 57


um repertório intelectual e cultural que lhe permite compreender, criticar e se relacionar com o mundo, em sua jornada de curiosidade e descobertas. Em sua trajetória, no Mágico de Oz, a criança inicia sua formação como cidadã global, que sabe se comunicar com o mundo, conhece e usa a tecnologia com responsabilidade, se envolve em projetos sociais e tem coragem para atuar contra injustiças, é consciente e busca soluções para a sustentabilidade, vivencia a pluralidade cultural, reconhece e respeita a diversidade, respeita a democracia, a convivência e a individualidade, desenvolve a inteligência emocional, aprende a respeitar limites e a ter recursos para lidar com frustrações, cultiva sua autoestima e tem o domínio da linguagem a seu favor, para poder ser quem quiser no mundo. É uma criança feliz. 2.3.c. O currículo internacional Nos últimos anos, o aprendizado de uma língua adicional, como inglês ou espanhol, tornou-se uma prioridade para as famílias. O domínio de outros idiomas, em especial a língua inglesa, deixou de ser visto como um diferencial útil para se tornar competência essencial. Imprescindível no mundo do trabalho, o domínio de línguas utilizadas por diferentes povos e culturas tornou-se pré-requisito para a consciência de uma cidadania planetária, para o sentimento de que pertencemos a uma humanidade comum, para a compreensão real do plurilinguismo e da multiculturalidade, para o desenvolvimento da empatia, da solidariedade e do respeito. Essa é a perspectiva do Colégio Magno/Mágico de Oz, que há muitos anos compreendeu a centralidade do ensino de línguas na educação escolar, sem precisar adotar o termo “bilíngue” (muitas vezes desconectado de seu sentido original), mas com práticas de linguagens inseridas em um novo conceito de multiletramento, em todos os campos de atuação da vida humana. Por isso, o ensino da língua inglesa está integrado ao nosso projeto pedagógico de forma orgânica, desde os primeiros anos da Educação Infantil. Da aproximação com a sonoridade e com o ritmo do idioma à progressiva complexidade comunicativa, 58

os alunos usam o idioma como protagonistas, e não como meros repetidores de frases. Para isso ser possível, além de uma equipe bem formada e competente, a Escola reserva um tempo curricular significativo, de pelo menos quatro horas semanais, com muitas oportunidades de interação e usos da língua em projetos internacionais, videoconferências, leituras, entre outras situações integradas ao cotidiano pedagógico. O projeto internacional do Magno possui uma dimensão efetivamente global, inclusive pelo convênio com uma das principais universidades norte-americanas, a University of Missouri, entre outras frentes em que o Colégio atua, como é o caso das ações ligadas à Rede de Escolas Associadas da UNESCO, além de parcerias com instituições estrangeiras. Aprender línguas não é uma questão de dominar vocabulário ou esquemas gramaticais. É preciso mobilizar repertórios, compreender e ser capaz de se expressar interculturalmente, tecendo conexões e construindo pontes. O Magno optou pela internacionalização, que compreende o inglês como “língua de encontro”, de possibilidades, de compartilhamento de culturas, além de ferramenta de acesso ao conhecimento, de mobilidade entre países tanto para o estudo quanto para o trabalho, de aprendizado, de comunicação para uma cidadania planetária. Por isso, desde a Educação Infantil, com a presença de profissionais preparados, as crianças entram em contato com os sons e o universo cultural da língua inglesa. De forma lúdica e significativa, o aprendizado é integrado ao currículo e aos projetos interdisciplinares. Ao longo dessa etapa, as crianças desenvolvem a consciência fonológica e a significação do mundo ao seu entorno por meio da exposição à língua inglesa, com recursos didáticos específicos, incluindo livros, ou seja, uma progressiva imersão na língua. No Ensino Fundamental I, todos passam a ter pelo menos quatro horas semanais de atividades regulares em inglês, além dos projetos interdisciplinares. Os alunos do programa Full-Time ainda têm acesso a um curso de inglês mais focado na competência comunicativa, em um período de


tempo complementar. Avaliações rotineiras, como a Consolidation Activity, ajudam a orientar o trabalho pedagógico e fornecem um retrato imediato e completo do aprendizado. Vale notar que, nessa faixa etária, o estudo de outro idioma tem impacto positivo sobre a neuroplasticidade do cérebro e atua como estímulo cognitivo, por exemplo, na atenção plena e no tempo de resposta, tanto como na ampliação de conexões sinápticas para construir sentidos. No Ensino Fundamental II, a partir do 6º ano, os projetos diversificam-se e o inglês torna-se cotidiano. Os alunos passam a realizar apresentações para a comunidade, desenvolvem projetos com outros países e vivem a ideia de uma cidadania global nos projetos relacionados ao Programa das Escolas Associadas da UNESCO, do qual o Magno faz parte. Os alunos também passaram a ter o espanhol como língua adicional, em um projeto que traz os mesmos princípios do inglês, mas com estratégias específicas e duas horas semanais de aulas. Assim como no caso do inglês, o trabalho com o espanhol vem se fortalecendo e se diversificando no Magno. Afinal, o espanhol também é uma das línguas mais faladas do planeta e o idioma que permite nos aproximar de nossos vizinhos iberoamericanos, com quem compartilhamos fontes de nossa cultura.

Universidade do Missouri A qualidade do trabalho realizado no Magno viabilizou a realização de programas internacionais, como a parceria com a Universidade do Missouri — o Middle School (do 6º ao 8º ano) e o High School (do 9º ano do Ensino Fundamental à 2ª série do Ensino Médio), que acontecem totalmente em língua inglesa e de forma integrada ao currículo. Está em curso em 2020, igualmente, a implantação de um projeto-piloto que leva a educação internacional para a Educação Infantil e para o Ensino Fundamental – Anos Iniciais. A parceria com a Universidade do Missouri concretiza a perspectiva da educação internacional oferecida no Colégio Magno.

No Middle School, os alunos do Ensino Fundamental II têm a oportunidade de ampliar seus horizontes em um curso cujo objetivo é preparar “agentes de mudança” do século XXI, a partir de um currículo internacionalizado, que integra as áreas de ciências humanas à língua inglesa. Com carga horária de quatro horas semanais (que se somam às quatro horas do curso regular), o Magno Middle School tem sua grade baseada nos temas globais da ONU, com adaptações alinhadas aos valores da UNESCO. A proposta antecipa para os alunos do Ensino Fundamental conquistas que já caracterizam o Magno High School, entre elas, o aumento de fluência no idioma, uma vez que aprendem em situações reais de uso dos norte-americanos e com professores nativos. O High School confere a dupla titulação aos alunos, ou seja, o reconhecimento de seu diploma de conclusão do Ensino Médio tanto no Brasil como nos Estados Unidos. Tão importante quanto, também é a possibilidade que os alunos ganham ao entrarem em contato com temas de economia, política, literatura de língua inglesa, além de habilidades pouco trabalhadas na educação brasileira, como a argumentação oral (Speech). O Magno High School se desenvolve inteiramente em inglês, com professores nativos, utilizando o idioma em situações reais e sendo avaliados diretamente pelas equipes da universidade norteamericana. Outro ganho importante é o da autonomia, uma vez que os alunos têm diante de si o desafio de estudar com base na metodologia de outro país, sob um modelo distinto de relação com o aluno, que valoriza a argumentação, a proposição de ideias e a produção acadêmica. O diploma internacionalmente válido, passaporte que viabiliza qualquer trajetória pós-ensino médio, coroa a maturidade que os alunos agregam, desenvolvendo uma grande capacidade de realização, tornando-se mais confiantes em suas próprias habilidades e, principalmente, com projetos mais ousados de futuro. No High School, aprender línguas não é uma questão de dominar vocabulário ou esquemas gramaticais. É preciso mobilizar repertórios, compreender e ser capaz de se expressar interculturalmente, tecendo conexões e construindo pontes. 59


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Avaliações externas Todo esse trabalho é certificado por avaliações externas de Cambridge. A qualidade do projeto de língua inglesa do Magno é confirmada, também, pelo resultado dos nossos alunos nos principais exames de proficiência. O Magno tornou-se uma referência nos exames de Cambridge, realizados na própria Escola. Praticamente todos os alunos conseguem atingir as competências para a certificação PET (no Ensino Fundamental) e FCE (no Ensino Médio). Eles atestam o trabalho de uma Escola que, na prática, entrega alunos capazes de ler, falar, conversar e se expressar em inglês. Os alunos também podem realizar o DELE, exame correspondente da língua espanhola. 2.4. O Magno e a inovação 2.4.a. A inovação como projeto Se é certo que as escolas precisam trilhar os caminhos da inovação para fazer frente às demandas do século XXI, é igualmente verdade que inovação não pode ser sinônimo de novidade, de equipamento ou de tecnologia. Trata-se de um movimento mais profundo, cultural, integrando o planejamento e o próprio Projeto Político-Pedagógico. É esse movimento que o Magno vem fazendo, nos últimos anos. Há um projeto de inovação em curso, com etapas definidas, direção e sentido rumo à transformação digital, com todos os cuidados para não se descartar aquilo que deve permanecer, nem descaracterizar os valores e os objetivos centrais que definem a identidade da Escola para a sua comunidade de pais e educadores. Em primeiro lugar, é importante assumir que os projetos de inovação devem ser realistas do ponto de vista da estrutura física. Não se faz transformação digital apenas com boas intenções. Por isso, à medida que o projeto do Magno vem se desenvolvendo, também se amplia o parque tecnológico, que hoje é composto por mais de 500 Chromebooks, 32 óculos de realidade virtual, mais de 100 lousas digitais e projetores, além de dezenas de câmeras e equipamentos de transmissão, notebooks, tablets e smartphones, todos dedicados ao uso pedagógico.

Da mesma forma, deve-se lembrar que a Escola implantou o modelo BYOD (Bring your own device) para todas as séries a partir do Ensino Fundamental – Anos finais. Ou seja, o equipamento pessoal foi incorporado ao conjunto de materiais didáticos obrigatórios para todas as famílias, assim como livros e cadernos, em um processo plenamente aceito e valorizado pela comunidade. Ao mesmo tempo, vem sendo efetivado um programa permanente de formação de professores. Todos os colaboradores são estimulados, por exemplo, a obter a certificação atribuída pelo Google For Education, com proficiência no uso das suas ferramentas digitais, em seus diversos graus, do básico aos mais elevados. Há um programa em curso de Alunos Tutores, ou seja, alunos adolescentes, igualmente certificados, que atuam apoiando o trabalho em sala de aula, organizando formações para adultos e participando de eventos no campo da inovação. Por fim, o ciclo se completa com as parcerias de startups e outras empresas que já atuam no mundo da transformação digital, provendo conteúdos e serviços educativos. Em diversas séries e disciplinas, os alunos já trabalham apenas com livros digitais, acessíveis aos seus dispositivos pessoais. Da mesma forma, em todas as etapas, há serviços já prontos do universo digital, de uso cotidiano, no campo da leitura, da escrita, da matemática e outras áreas. Há mais de uma dezena de parcerias fechadas nesse sentido, arejando o ambiente escolar e promovendo trocas em que todos ganham, principalmente os alunos. A inovação, é preciso sempre lembrar, não se resume ao uso de recursos digitais ou equipamentos tecnológicos. Frequentemente, ela se materializa na transformação do currículo, trazendo para a realidade escolar outros paradigmas, como é o caso da aprendizagem criativa, já abordada em outro momento deste Projeto Político-Pedagógico. A implantação dos processos de aprendizagem criativa no Magno/Mágico de Oz fez o percurso necessário do envolvimento dos educadores, da formação de professores, da conquista de espaço 61


e tempo dentro da matriz curricular. Foi formado um Grupo de Trabalho integrado por mais de uma dezena de educadores, que fizeram o encontro de expectativas entre as ideias e a prática pedagógica, acompanhando de perto a implantação do projeto, hoje já consolidado na Educação Infantil e no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, e a caminho do Ensino Fundamental – Anos Finais e Ensino Médio. Apenas assim, com reflexão, planejamento, ação, e mais reflexão, e mais planejamento, e mais ação, é possível promover mudanças duradouras, que renovem a própria cultura pedagógica escolar. Por fim, tudo está circunscrito em uma perspectiva mais ampla, que se denomina Alfabetização Digital, formando crianças e adolescentes capazes, também, de se expressarem na linguagem com a qual se escreve o futuro – o pensamento computacional e os códigos. Desde a Educação Infantil, os alunos aprendem a lógica que preside a programação e, progressivamente, operam as ferramentas digitais que lhes permite pensar programando. Com as crianças, por exemplo, o Scratch (criado no MIT) é uma forma de expressão. E assim, ao longo do tempo escolar, poderão, em diferentes frentes, dominar e criar a partir das linguagens que já existem ou que ainda serão criadas. No Ensino Fundamental – Anos Finais e no Ensino Médio, começam a organizar e/ou frequentar hackathons, bootcamps e outros modelos de empreendedorismo digital. As viagens pedagógicas transformam-se em oportunidades de vivências inovadoras, centros de pensamento científico e incubação de startups. Com tudo isso projetado na linha do tempo pedagógico, o horizonte a ser alcançado é o de uma escola que, cada vez mais, forme pessoas capazes de pensar de maneira inovadora, resolver problemas de forma criativa, trabalhar colaborativamente e serem capazes de se expressar por meio da linguagem das máquinas – os algoritmos. Assim, desenvolverão competências essenciais para os cidadãos do século XXI. 62

2.4.b. Lifelong Learning

Educação para um mundo em mudança Em tempos tão intensos e complexos como o que vivemos, há pouco tempo para sedimentar experiências, amadurecer ideias, planejar, embora este seja sempre o ritmo inercial da educação: calma e tempo para absorver, reelaborar, devolver a um mundo urgente e exigente de rápidas respostas. Este é um paradoxo vivido por todos nós, educadores, nos tempos contemporâneos. O novo contexto ganha diferentes interpretações, mas algumas se tornam mais conhecidas. Entre elas, a definição moderna do mundo VUCA. Formada pela primeira letra das palavras de língua inglesa Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade), a sigla simboliza este cenário desafiador, em constante mudança e, sobretudo, de valores cambiantes, marcados pela fugacidade e pela ambiguidade. Tudo o que envolve nosso modo de vida, sejam os modelos de negócio, de produção ou os processos de trabalho, sofre alterações diárias e constantes. A única permanência é a mudança, que afeta, sobremaneira, as relações humanas. E é para manter a viabilidade da presença humana na Terra, desses seres capazes de se adaptar e reinventar, que se torna indispensável aprender, não apenas por razões imediatas, mas por uma razão de sobrevivência: aprender sempre. Aprender é um processo que depende essencialmente da prática e da experiência, para que novas associações sejam feitas sucessivamente. É nesse contexto, na década de 1990, que no relatório da UNESCO “Educação: um tesouro a descobrir”, surge o conceito de lifelong learning. “O conceito de educação ao longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI; ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente”, escreveu Jacques Delors, coordenador do relatório.


Para atender aos novos desafios postos aos seres

se mostraram essenciais quando, de repente, todos

humanos, em uma sociedade de informação e

fomos obrigados a migrar do mundo presencial

conhecimento, o conceito de educação ao longo da

para o mundo virtual, assim que foram decretados

vida parte do princípio de que a formação inicial

o isolamento social e o fechamento das escolas, em

já não corresponde às atuais necessidades, mas

março de 2020.

entende que todos os momentos e ocasiões podem promover situações significativas de aprendizagem, para que os seres humanos sigam atualizados, competitivos e produtivos no mundo do trabalho.

Ao longo dos últimos anos, em grupos de estudos que integram profissionais da Escola das mais diversas áreas, discutimos o futuro da Escola e do trabalho. A ideia de que a tecnologia vai substituir o trabalho

Vale lembrar que, na visão da UNESCO, há quatro

do professor vem, já há algum tempo, perdendo

pilares que sustentam a ideia de aprender para toda

espaço e sendo superada pelo entendimento de

a vida: saber aprender, saber fazer, saber conviver,

que a presença do professor é inquestionável e

saber ser.

insubstituível no processo de aprendizagem do

O lifelong learning apoia-se na necessidade de que todos

aluno.

temos de aprender a lidar com os saberes de uma

A tecnologia matará o professor? Não. O que deve

cultura geral vasta; de buscarmos uma aprendizagem

morrer é a ideia errônea de que o autodidatismo

que não se limite à qualificação profissional, mas que

será capaz de superar o diálogo, provocador e

nos faça competentes para as mais diversas situações

propositivo, entre professor e aluno. Estamos

de trabalho; de desenvolvermos a compreensão

presenciando o protagonismo do professor, em toda

para a paz ao interagirmos com a diversidade e com

a sua força e coragem para seguir ensinando. Como

o pluralismo; de nos sentirmos parte do mundo

disse o mestre Rubem Alves, “ensinar é um exercício

como agentes de transformação, com autonomia,

de imortalidade. De alguma forma, continuamos

discernimento e responsabilidade social.

a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais”.

2.4.c. Cultura digital

Valorizamos o conceito de aprendizagem ao

Para a verdadeira transformação da escola O

Magno

investiu

muito

tempo,

longo da vida e entendemos que todos os nossos esforço,

planejamento e recursos para construir uma cultura digital nos últimos anos. Havia muito a fazer, mas também já tínhamos feito muito. Já utilizávamos cotidianamente metodologias ativas com base em tecnologia, entre elas as aulas invertidas, a

colaboradores podem e devem buscar formação contínua para atenderem aos novos desafios que lhes são apresentados ao longo da jornada de trabalho. Por entender que precisamos aprender sempre se quisermos seguir ensinando, invertemos a lógica: tiramos o professor do papel de quem ensina e o

cultura maker, a aprendizagem criativa e, mais

colocamos no papel de quem aprende.

generalizadamente, as ferramentas e soluções

O pensamento criativo vem sendo amplamente

tecnológicas, como o espaço de aprendizagem. A nossa matriz curricular do Ensino Fundamental I engloba artes, pensamento inventivo, pensamento computacional e letramento digital. Essas frentes

desenvolvido, e precisamos sempre encontrar espaço para ele na escola, como programa de trabalho cotidiano. Não é molho, não é mistura para dar uma graça, mas deve fazer parte do prato do dia. 63


Precisamos, no tempo dilatado que teremos no

Construtivismo. De um dos ramos mais fortes dessa

espaço escolar, pensar em como seguir encorajando e

grande árvore, nasceu o Construcionismo, proposto

engajando meninos e meninas aos projetos pensados

por Seymour Papert, na década de 1980, no

e realizados em pares, com paixão, nos quais as

Massachusetts Institute of Technology (MIT). Para

crianças possam aprender e pensar brincando (para

Papert, quando alunos constroem coisas, constroem

usar os 4 Ps da aprendizagem criativa). Precisamos

também novas ideias.

pensar no planejamento do mundo virtual. Não se trata de transpor para casa o que fazemos na escola, mas de pensar um currículo, um planejamento, um projeto para a educação virtual, para a inovação, para o ensino não presencial.

e

o

que

serão

incorpora como peça central o fazer, o projetar e o construir para solucionar problemas, numa relação dialética entre capacidade de elaborar conceitos e desenvolver produtos, entre atividade intelectual e o

Temos que pensar sobre o que foram estratégias transitórias

Nessa vertente, a construção do conhecimento

transformações

permanentes, pensar melhor a integração entre o presencial e o remoto, o síncrono e o assíncrono, como estratégias complementares que vieram para melhorar o que já fazíamos. Isso tudo é a construção de uma cultura digital, a única base possível para qualquer esforço permanente de transformação no século XXI.

fazer concreto, e entre o abstrato e o concreto. Do Construcionismo frutificou uma das abordagens mais importantes atualmente, em todo o mundo, a respeito da educação mão na massa: trata-se do conceito registrado pela equipe de Mitchel Resnick, aluno de Papert, que estruturou a proposta educativa chamada Aprendizagem Criativa. Embora não seja a única concepção nesse campo tão novo, a abordagem pragmática e simples vinda do MIT promoveu uma rápida difusão do conceito, e vem

2.4.d. Aprendizagem criativa

sendo também utilizada no Magno/Mágico de Oz

Imaginar, criar, experimentar

como um dos eixos de trabalho.

Ao longo dos últimos anos, vem se tornando

As ideias fundamentais da Aprendizagem Criativa

consensual a ideia de que a escola do século XXI

foram inspiradas pelo modo como as crianças

deve formar mais do que alunos bem preparados

aprendem na Educação Infantil. É notório que

academicamente: deve formar cidadãos criativos,

qualquer pessoa, criança ou adulto, aprende mais

capazes de entender e resolver problemas, atuar em

significativamente com atividades divertidas e

cenários cambiantes, inventar novos caminhos, com

criativas. Compreender as coisas ao seu redor de

menos recursos e mais sustentáveis. Em poucas

uma maneira mais fluida para “criar e recriar o

palavras: criatividade passou a ser um tema essencial

mundo com as próprias mãos”.

a ser buscado por sistemas educativos e pelas escolas. Não por acaso, a criatividade é uma das competências socioemocionais propostas pela nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Tais ideias são representadas pela Espiral da Aprendizagem Criativa como forma de pensar sobre o processo criativo e abrir novas possibilidades para futuras experimentações. São princípios

Há muitas perspectivas diferentes para o conceito

orientadores que auxiliam o desenvolvimento do

de aprendizagem criativa, tema já trabalhado por

pensamento criativo centrados em quatro pilares, os

Piaget e por outros autores que, posteriormente,

chamados 4 P’s: Projetos (projects), Paixão (passion),

construíram a grande árvore pedagógica do

Pares (peers) e Pensar Brincando (play).

64


Projetos: antes de criar algo, é necessário

Para tanto, em nossas oficinas, proporcionamos à

planejamento prévio.

criança que aproveite o que acontece de inesperado,

Paixão: só existe um real engajamento quando as pessoas trabalham com projetos em que têm interesse e realizam atividades com as quais se sentem mais conectadas.

que possibilite usar suas experiências pessoais e que utilize materiais familiares de maneiras não convencionais. Atividades de robótica, eletrônica e programação são tecnologias de apoio usadas para desenvolver o raciocínio lógico e resolução de

Pares: toda a experiência se torna mais enriquecedora

desafios.

quando compartilhada com outras pessoas, uma vez

O professor organiza o espaço, cria o contexto,

que a criatividade é um processo social.

a narrativa, que pode ser uma história ou um

Pensar Brincando: momento em que se coloca em ação todas as etapas anteriores, em que se pode experimentar, assumir riscos, testar coisas novas, interagir e compartilhar.

conteúdo curricular a ser trabalhado, seleciona os materiais, define a disposição da sala e apoia seus alunos em situações em que seja necessário realizar interferências. Ele é o mediador, o facilitador do processo. A criança é incentivada a assumir o papel

As ideias de Papert sobre aprender fazendo ganharam ainda mais força com o surgimento do

de monitor (mentor) e colaborador: compartilha ideias, habilidades e experiências em tecnologia,

Movimento Maker ou Mão na Massa.

programação e arte.

Na Educação Mão na Massa, não basta apenas

No Colégio Magno, professores e alunos mais

praticar algo, é preciso fazer algo. Cabe ao professor propor atividades práticas que devem envolver o trabalho coletivo, a resolução de desafios, estimular a criatividade e desenvolver a empatia, fazendo uso de materiais estruturados ou não estruturados, ou seja, kits ou sucata, por exemplo. Segundo exemplifica Paulo Blikstein, professor da Universidade de Stanford e Columbia, o processo é

envolvidos com a Aprendizagem Criativa funcionam como agentes catalisadores, responsáveis por acender e propagar novas ideias, mostrar que as mais recentes tecnologias abrem um leque imenso de possibilidades na aprendizagem, contudo, não são o único caminho. É possível incentivar o processo criativo de maneira mais simples, utilizando materiais comuns do dia a dia escolar.

tão ou mais importante que o produto: “O processo é riquíssimo. Nessas situações, fica explícito como

2.4.e. Formação de educadores

o aluno pensa, se comunica e se relaciona com os

Uma escola que aprende

demais”. No

Ensino

Diz um provérbio japonês que ensinar é o caminho Fundamental,

a

Aprendizagem

para aprender. Ao longo dos últimos anos, em grupos

Criativa pode ser explorada em qualquer área

de estudos que integram todos os profissionais da

do conhecimento. Por isso, no Colégio Magno/

Escola, das mais diversas áreas, discutimos o futuro

Mágico de Oz, acontece de uma maneira orgânica

da Escola e do trabalho. Valorizamos o conceito de

e é integrada à grade curricular, e procura estimular

aprendizagem ao longo da vida e entendemos que

e alavancar o aprendizado da criança com foco

todos os nossos colaboradores podem e devem

na autonomia, expressão criativa, colaboração e

buscar formação continuada, que atenda aos novos

resolução dos desafios propostos com os recursos

desafios que lhes são apresentados ao longo da

que existem ao redor.

jornada de trabalho. 65


Hoje, somos uma Escola que aprende e que busca

Todos temos uma história, contextos, momentos,

para todos uma aprendizagem que se constrói no

medos, ideias preconcebidas. Precisamos avançar

cotidiano, todos os agentes são educadores e têm

muito sobre nossas práticas de formação e não nos

algo a ensinar e muito a aprender. É muito importante

iludirmos achando que basta o empurrão inicial. É

ressaltar que é preciso entender as diversas formas

preciso estimular constantemente as equipes para

de aprendizagem das diferentes gerações que atuam

que a chama não se apague. A inércia da educação é

na Escola, além de pensar em estratégias adequadas

um dado real e muito forte.

e efetivas, que respeitem as características de cada uma. Precisamos conhecer suas fraquezas e fortalezas, compreender as resistências, acolher os medos.

O papel do professor hoje não é o de fornecer respostas, fórmulas ou conceitos prontos, mas o de auxiliar os alunos em seu processo de construção do conhecimento, reconstruir e reinventar seu

Ao saírem do papel de ensinantes e se permitirem

conhecimento, sua maneira de ensinar e, também,

voltar a aprender, professores lidam, diariamente,

sua maneira de aprender.

com

estratégias

aprendizagem,

e

metodologias

suportadas

por

ativas

de

ferramentas

tecnológicas e digitais, de modo que possam chegar às suas próprias conclusões e aventurarem-se pelos domínios do saber e do desconhecido. Apoiar, orientar e interagir com os alunos em seu processo de construção do conhecimento, significa ao professor reconstruir e reinventar sua própria maneira de aprender. A aprendizagem para toda a vida, para ser significativa, precisa de uma boa dose de autoria.

sobre o melhor uso de ferramentas tecnológicas, muitos

Pedagógica, demos início ao nosso centro de formação “Magno, Escola que aprende”. Sempre nos apoiando nos pilares da UNESCO, buscamos despertar o interesse dos professores para que eles desejassem conhecer mais sobre as ferramentas e metodologias que seriam incorporadas em nosso currículo. Se para alguns professores a ideia de que o conhecimento, quando construído e compartilhado, é dinâmico e coletivo, para outros, ainda era difícil

Temos alunos tutores que ensinam professores temos

No final de janeiro de 2016, em nossa Semana

colaboradores

administrativos

que formaram grupos de trabalho com alunos interessados em aprender mais sobre aquilo em que esses funcionários são especialistas. É o caso do Zé, nosso jardineiro. Além de zelar amorosamente pelas

abandonar ideias e costumes antigos. A escolha dos verbos como ações de trabalho nas plataformas que escolhemos nos ajudou, como as palavras educativas, na construção de valores que, ali, começavam a ficar claros a todos: cocriar, compartilhar e colaborar.

bromélias que enfeitam a entrada da Escola e das

Buscamos uma educação que desenvolva e fortaleça

plantas meticulosamente podadas, agora o doce Zé

a proatividade, de forma autônoma e consciente.

zela pela horta da Escola, trabalhando diretamente

Isso vale para adultos e crianças, para professores,

com um grupo de alunos do Ensino Médio. Sem o

mas, também, para todos os outros profissionais da

que ele sabe, os alunos não poderiam construir o seu

educação da Escola, porque, no Magno, aprender

projeto de irrigação automatizada.

sempre é aprender junto e vale para todos.

66


CAPÍTULO 3 MATRIZ CURRICULAR: REFLEXÕES GERAIS 3.1. Currículo

Nossas escolhas curriculares Historicamente, o Colégio Magno/Mágico de Oz trabalhou estritamente dentro das normas legais vigentes, seguindo-as para, em seguida, buscar extrapolá-las, dentro dos princípios de seu projeto pedagógico. Por essa razão, a Escola não teve qualquer impedimento para suas ações do ponto de vista dos órgãos de regulamentação da educação paulistana, paulista ou brasileira. Por isso, este projeto pedagógico também parte desse mesmo posicionamento, no que se refere às recentes evoluções dos marcos legais e regulatórios da Educação brasileira – especialmente a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Desde a publicação da BNCC, as equipes pedagógicas do Magno/Mágico de Oz debruçaramse sobre a proposta curricular, para encontrá-la junto ao currículo em curso do Magno. Evidentemente, o objetivo do Colégio não era abandonar sua própria proposta, mas incluir as abordagens, os conceitos e a estrutura da BNCC como parte integrante do trabalho em curso, que possui escopo mais amplo. A partir de uma visão de currículo como tudo o que se aprende intencionalmente no espaço e no tempo educativo, ou seja, para além dos componentes curriculares, podemos dizer que o currículo do Magno/Mágico de Oz tem, representa a realização dos princípios que norteiam a ação da Escola. Entre esses princípios, está o desenvolvimento de competência, a formação de cidadãos críticos e, também, a excelência acadêmica, que permite aos nossos alunos terem a liberdade de escolher seu futuro na universidade que desejarem. Da mesma forma, o Magno/Mágico de Oz dedica especial ênfase à educação integral e a um currículo complementar internacional, bem como a um currículo de inovação, o que permite ampliar em muito o que a BNCC representa, por sua própria natureza.

Ainda assim, é importante entender que este Projeto Político-Pedagógico assume integralmente como documento de referência a BNCC, inclusive do ponto de vista da organização curricular e das expectativas de aprendizagem. Assim, por exemplo, na Educação Infantil, passa a integrar nosso PPP a perspectiva dos Campos de Experiência. Da mesma forma, são levadas em consideração, no Ensino Fundamental, as competências gerais e a organização em áreas do conhecimento.

Matemática e suas Tecnologias O ensino de Matemática incorpora mudanças e adaptações que representaram grande avanço quanto às metodologias e tem resultado em aprendizagens significativas. Uma das principais diferenças baseiase no desenvolvimento de funções cognitivas dos estudantes, em detrimento do enfoque conteudista tradicional. As novas metodologias apresentam uma reformula-ção quanto à concepção do ensino de matemática, que agora concebe-o como letramento matemático. Essa visão enfatiza o raciocínio, a argumentação, a representação e a comunicação de modo matemático. Está no centro dessa mudança a solução de problemas em diferentes contextos, para que a atuação do estudante transcenda a compreensão e reflita sua atuação no mundo. De uma maneira resumida, estamos transitando entre um ensino focado no “saber” para um ensino do “saber fazer”. Para que isso se concretize, é necessário explorar o jogo intelectual da matemática e do raciocínio lógico-crítico voltados às investigações. O letramento matemático, dessa forma, se constrói a partir de processos matemáticos que, de situações da vida cotidiana, resgatam resolução de problemas, investigação, desenvolvimento de projetos e modelagem para, então, organizar a aprendizagem matemática empregando essas estratégias de modo a desenvolver o pensamento computacional também 67


em relação às demais áreas do conhecimento. Conforme a BNCC, a matemática deve ser abordada não como o “conhecimento de iluminados”, mas como ciência humana e viva, voltada à solução de problemas tecnológicos e científicos.

Linguagem e suas Tecnologias Na dimensão das Linguagens e suas Tecnologias, o aluno deve perceber a língua como atividade humana, histórica e social, não apenas como conteúdo escolar. Partimos, portanto, do objetivo de tornar nosso aluno um cidadão que, para participar crítica e responsavelmente da sociedade, faz uso dos textos lidos e produzidos em quaisquer situações comunicativas. Por esse motivo, a Escola preocupa-se com o ensino da escrita e da leitura, ou seja, com o ensino dos conteúdos que o aluno precisa mobilizar para escrever e ler. O trabalho pedagógico relaciona-se diretamente ao desenvolvimento das habilidades referentes às práticas comunicativas. Linguagem, língua e comunicação são conceitos integrados e combinados, que possibilitam as relações entre os sujeitos envolvidos nas situações comunicativas. Essa estrutura mostra-se mais explícita quando analisamos os elementos envolvidos em uma situação de interação entre interlocutores: identificar a finalidade da elaboração da mensagem; realizar escolhas vocabulares intencionais; selecionar o gênero; identificar e analisar o público-alvo, uma vez que um texto precisa atingir diferentes interlocutores, ou pode perder sua função comunicativa. O Colégio Magno, no Ensino Fundamental e Médio, atende assim à fundamentação feita na BNCC: (...) Ao componente Língua Portuguesa cabe, então, proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens. As práticas de linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemióticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar, de replicar e de interagir. 68

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Já no campo das Ciências Humanas, o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem dos alunos, em Geografia e História, se faz pela contextualização dos conteúdos marcada pelas noções de tempo e espaço, concomitantes às duas disciplinas, no Ensino Fundamental, Anos Iniciais e Finais, bem como no Ensino Médio. É necessário entender que essas são ciências de contato e trabalham em conexão permanente com as demais. A noção primaz do trabalho, também considerando as experiências e os conhecimentos dos alunos, é a de que as relações entre sociedade e natureza se desenvolvem e produzem o espaço em que se vive, a partir de circunstâncias históricas. Essas deverão ser compreendidas processualmente durante a educação básica, partindo da incorporação conceitual da escala local para a global. No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, é importante valorizar e problematizar as vivências e experiências individuais e familiares, no novo espaço de socialização, a escola. Desta forma, nessa fase, o processo deverá levar em consideração sempre o espaço temporal, a escola, a comunidade, o espaço e o país. No Ensino Fundamental – Anos Finais, as perspectivas do trabalho refletirão a construção social e as responsabilidades dos alunos, além da busca por uma sociedade equânime, justa e pautada criticamente pelos direitos humanos. Desse modo, os conceitos de Estado e das suas instituições, em escala nacional e global, em diferentes tempos, será mister no entendimento dessas necessidades e da relação da sociedade com a natureza. Resumidamente, o raciocínio histórico-geográfico, respeitando a faixa etária e a construção cognitiva, considerará a localização, escala, distribuição dos fatos, a organização espacial e suas conexões entre os componentes naturais e antrópicos. Em consonância com a Geografia, e vice-versa, a História deve sempre manifestar o diálogo entre o passado e o presente, ecoando os processos de identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise do objeto no desenvolvimento do pensamento científico.


Ciências da Natureza e suas Tecnologias

e argumentos; as relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.

Por fim, o currículo de Ciências da Natureza, assim como os demais, compromete-se em garantir o que se prevê na Constituição de 1988, no Artigo 210, “a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais”, e o que se afirma no Art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases, “os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, [...]” . Desse modo, o currículo de Ciências da Natureza passa a atender às determinações da Resolução CNE/CP nº 2, ou seja, a implantação da BNCC:

Conclui-se que a alfabetização científica materializa as habilidades de aprendizado, desdobrando-se na ideia de investigação para resolver problemas cotidianos em pequena e larga escalas, o que resulta no posicionamento crítico e em práticas próprias das ciências, aplicáveis em outros contextos e esferas que favoreçam a comunidade escolar.

[...] conjunto de orientações nacional que estabelece os objetivos a serem alcançados pelos alunos, competências (gerais e específicas) e habilidades que devem ser atingidas pelos componentes curriculares. Junto a esse conceito espera-se formalizar de modo não linear a educação multidimensional e integral - formação e ao desenvolvimento humano global. Em suas especificidades, o currículo de Ciências da Natureza pretende assegurar ao aluno o acesso aos conhecimentos científicos, a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos de investigação científica. Logo, formar cidadãos capazes não só de compreender e interpretar o mundo, mas de agir sobre ele, especialmente de modo sustentável. O currículo de Ciências da Natureza fundamentase na ideia de alfabetização científica, tendo como destaques três eixos estruturantes: a compreensão básica de termos, conhecimentos e conceitos científicos fundamentais; a compreensão da natureza e de fatores éticos e políticos que influenciam a sua prática; e a concepção da existência de relações mútuas entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente. Entende-se que tais eixos tornam-se ainda mais potentes quando unidos às abordagens temáticas: a contextualização social, cultural e histórica; a linguagem, a representação e a comunicação; práticas e processos de investigação; a elaboração e sistematização de explicação, modelos

O currículo do Colégio Magno compreende que aprender ciências é muito mais do que aprender conceitos, fatos, leis e teorias. É contribuir com o desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, eventos cotidianos, avanços tecnológicos e situações que potencializam a ampliação da visão de ensino e aprendizagem de Ciências da Natureza. No intuito de compreender as práticas e o processo de construção de conhecimento científico, promovem-se questões de elaboração de hipóteses, desenvolvimento de planos de trabalho, construção de explicações, modelos, teorias com base em evidências e a avaliação desse processo de modo reflexivo e crítico, ampliando o repertório do estudante. Dessa forma, como objeto de estudo e reflexão, parâmetro para o desenvolvimento curricular e a construção de uma proposta voltada para o desenvolvimento de competências, a BNCC foi incorporada a este Projeto Político-Pedagógico de forma harmônica e refletida, representando uma efetiva contribuição à educação oferecida no Colégio Magno/Mágico de Oz. 3.2. Avaliação formativa

Avaliar como, por que e para quê? A avaliação é um dos capítulos mais cruciais de qualquer projeto. Um projeto educativo pode ter a mais planejada intencionalidade pedagógica, pode buscar as melhores referências em inovação, pode construir estratégias para focar nos percursos individuais dos alunos, mas será no processo de avaliação que todas as teorias se confrontarão com a dura realidade do mundo prático. Por isso, não é realista dizer que um projeto de avaliação está 69


pronto e acabado. Necessariamente, está sempre em evolução e passível de constantes revisões, para que possa, de fato, responder e espelhar a concepção pedagógica de uma instituição de ensino, no que há de mais concreto. É preciso lembrar, também, que a avaliação representa uma das últimas trincheiras de resistência de uma velha concepção de educação, segunda a qual avaliar é poder: pelo medo da prova e da nota, alunos estudam mais, contestam menos, se comportam melhor. Não é simples, nem é prudente, mexer nesse pilar em um projeto educativo, sem um olhar multidimensional sobre o que é e para que serve uma avaliação – que tem, sim, um papel importante do ponto de vista da busca de resultados acadêmicos, mas deve ser ponderada com outros objetivos igualmente importantes.

• Estimular a formação de hábitos de estudo, não apenas para os momentos de “tirar nota”, uma vez que o Magno é uma escola que se pretende de alto nível acadêmico; • Identificar outras competências que podem ser valorizadas, além do domínio dos conteúdos, e daí a importância da análise de produções; • Permitir ao aluno se reconhecer no processo e buscar o aprimoramento contínuo. Sem dúvida, trata-se de um esforço permanente de aprimoramento do projeto, tanto no que se refere aos instrumentos de avaliação como aos objetivos buscados e, por isso, a frequência do tema em reuniões pedagógicas e outros momentos de reflexão.

Existem muitas e profundas análises, como as dos autores Cipriano Luckesi e Álvaro Marchesi. No entanto, para efeitos de uma análise equilibrada, podemos nos valer de uma visão do pesquisador José Francisco Soares, ex-presidente do INEP/ MEC, sob o conceito de avaliação formativa, o mesmo adotado pelo Magno.

É importante lembrar, por fim, que todo o processo avaliativo deve estar integrado a um sistema de recuperação, revisão e apoio acadêmico. Se toda avaliação é formativa, ou seja, se deve contribuir com o processo de aprendizagem, é de se esperar que o diagnóstico oferecido seja seguido por um acompanhamento constante do aluno.

A avaliação formativa tem como objetivo compreender os objetivos de aprendizagem, planejar produções e atividades que forneçam evidências do aprendizado e oferecer devolutivas aos alunos que lhes possam ser úteis para avançar.

Por essa razão, o Magno/Mágico de Oz criou um sistema que inclui:

Para atingir esse objetivo, é preciso pensar no que se pretende ensinar, mas também buscar formas de compreender a visão do aluno sobre o processo, uma vez que toda avaliação avalia, retrospectivamente, também, o instrumento utilizado, seus formuladores e a Escola. Daí a importância de se ter clareza do que se quer avaliar e do que se pretende com a escolha desses ou daqueles instrumentos avaliativos. No projeto do Magno, a avaliação cumpre papel multifatorial, que pode ser assim dividido: • Possibilitar a compreensão de um retrato da aprendizagem do aluno para a Escola, para o professor, para o próprio aluno e para a sua família, tal como o planejamento de ações compensatórias, como aulas de revisão e recuperação; 70

a) Recuperação paralela, realizada ao final de cada trimestre letivo, no Ensino Fundamental, e a cada bimestre letivo, no Ensino Médio. Dessa forma, em vez de ter chance de aprender conteúdos nos quais sentiu dificuldade apenas no final do ano letivo, a cada bimestre ou trimestre letivo, todos os estudantes têm a chance de retomar tópicos do currículo nos quais precisam de maior apoio. b) Aulas de revisão, que acontecem regularmente, em especial no Ensino Fundamental – Anos Finais e no Ensino Médio. c) Estudo assistido, disponível diariamente para os alunos que ficam na Escola em tempo integral. Neste documento, a cada etapa, serão detalhadas as formas de avaliação e o sistema de apoio à aprendizagem para os alunos.


CAPÍTULO 4 ORGANIZAÇÃO DO TEMPO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL CARGA HORÁRIA SEMANAL CAMPOS DE EXPERIÊNCIA

DIREITOS DE APRENDIZAGEM

MINI PARTE MINIMÍNI MATERNAL INFANTIL I INFANTIL II MATERNAL DIVERSIFICADA 1 ANO

2 ANOS

3 ANOS

4 ANOS

5 ANOS

• Traços, sons, cores e formas; • Escuta, fala, pensamento e imaginação;

• Brincar • Conhecer-se

• Espaços, tempos, • Conviver quantidades, • Expressar relações e transformações; • Explorar • Corpo e • Participar movimento;

• Educação Física • Música

25h/aula

• Inglês

• O eu, o outro e o nós.

TOTAL DE HORAS - AULA SEMANAIS: 25 TOTAL DE HORAS - AULA ANUAIS: 1000 Horário Manhã: 7h45 às 12h Tarde: 13h15 às 17h30 Carga horária diária: 4h15 51.000 minutos por ano – 850 horas por ano Duração: Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos

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4.1. A Educação Infantil que queremos A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira define a Educação Infantil como o tempo escolar que se divide entre o período de 0 a 3 anos (creche) e a pré-escola (4 e 5 anos). Recentemente, a Base Nacional Comum Curricular representou um imenso avanço ao estabelecer a estrutura pedagógica e os objetivos dessas etapas, comprovadamente uma das mais importantes de toda a escolaridade. Isso foi fundamental, porque ainda há um grande desconhecimento sobre o trabalho educativo nessa fase, muitas vezes confundido com a puericultura ou o mero atendimento de crianças, como apoio à família. Essa nunca foi a concepção do Colégio Magno/Mágico de Oz, que nasceu em 1970 justamente pela preocupação de oferecer uma Educação Infantil de alta qualidade. Esse trabalho começa pelo olhar para a criança, que não pode ser vista como um futuro aluno, um futuro cidadão, ou uma futura promessa. A criança é um indivíduo em sua integralidade, com sua forma de ver o mundo, de construir hipóteses, curiosa, afetiva, com saberes, plena de direitos, merecedora de respeito pelo que é, e não pelo que poderá ser, vista em suas potencialidades presentes, e não como um vir a ser. Assim se faz a importância do brincar, nesse projeto pedagógico, como um princípio essencial para que as crianças se desenvolvam com alegria e liberdade, se socializando, construindo simbolicamente o mundo do qual fazem parte, exercitando a curiosidade natural e vivendo a vida como uma permanente descoberta. Esse é o sentido de existência da Vila Oz, já apresentada nesse projeto como um espaço rico para que as crianças vivam suas fantasias, representando papéis e funções pelos quais compreendem a realidade que as cercam. É o que justifica, também, a manutenção do Núcleo Ambiental, o elo que conecta as crianças direta e diariamente à natureza, que vivem em uma metrópole que, grande parte das vezes, as afasta do meio ambiente. No Magno/Mágico de Oz, o atendimento de 0 a 3 anos acontece no berçário Baby Oz, com a denominação de berçário, Mini e Minimíni. Criado 74

em 1995, o Baby Oz surgiu com propósitos bem definidos, com os olhos já no século XXI: conciliar afeto, cuidados completos e conhecimento científico sobre bebês, para promover um trabalho educativo e integral, com atenção individualizada e foco no desenvolvimento pleno da infância. No âmbito do berçário, isso inclui estimulação psicomotora, atividades artísticas e musicais, sensibilização para o inglês, entre muitas outras dimensões. O Baby Oz tem padrões internacionais e é considerado uma referência em todo o Brasil. Mas, sua conquista mais importante é a construção de uma relação de absoluta confiança com as famílias. Um dos diferenciais que caracterizaram o Mágico de Oz desde o princípio é a compreensão de que não há confiança sem uma boa comunicação e transparência. Isso acontece permanentemente, seja no momento em que as famílias deixam as crianças, seja nas inúmeras oportunidades de encontros formativos e nas reuniões com os pais, seja na estrutura de comunicação on-line, com câmeras que podem ser acessadas a qualquer instante. Na Educação Infantil, é essencial ter um corpo profissional qualificado e multidisciplinar. No Baby Oz, por exemplo, há permanente capacitação da equipe, em todas as áreas da puericultura, pois os momentos de interação com as crianças são potencialmente educativos. Nosso berçário segue padrões internacionais que definem pelo menos um adulto para três crianças, com uma equipe que inclui pediatra, psicomotricista, psicóloga, pedagogos, lactarista, berçarista e babás, além de musicistas, professores de inglês e outros especialistas que participam das propostas. Com a progressiva conquista da autonomia – um dos eixos centrais do projeto pedagógico do Magno/Mágico de Oz –, as crianças entram na préescola, em fases denominadas Maternal e Infantil, para viverem um novo mundo de experiências e aprendizagens. Em todo o mundo, cresce a consciência de que a educação de 0 a 6 anos é uma das etapas mais decisivas da escolaridade. É nessa fase que se inicia a aquisição das linguagens, formam-se a personalidade


e aspectos socioemocionais importantes, e se estabelecem as bases para que as crianças se desenvolvam plenamente. Por isso, a Educação Infantil sempre foi considerada um dos pilares do projeto do Mágico de Oz.

Ao brincar, a criança desenvolve o raciocínio, a atenção, a autonomia, aprende a lidar com a frustração e amplia as habilidades motoras. No faz de conta, as crianças imitam as atividades dos adultos e transformam essas referências em brincadeiras.

Tudo acontece por meio de processos lúdicos, em projetos interdisciplinares que estimulam a curiosidade das crianças, com a oferta contínua de experiências desafiadoras. Em matemática, em língua portuguesa (oral e escrita), no inglês, na tecnologia, nas artes, na música e nos esportes, as crianças vivem a infância desenvolvendo as múltiplas linguagens pelas quais aprendem e se relacionam com o outro e com o mundo. Daí a importância de espaços como o Núcleo Ambiental e a Vila Oz.

O brincar de fantasiar não deve ser substituído por brincadeiras dirigidas. Qualquer interferência do adulto, neste momento, é menos valiosa do que a experiência e a descoberta da criança no faz de conta. Ao adulto cabe criar oportunidades para a criança usar sua imaginação de forma livre e criativa. Outro fato importante a ser considerado é o “tempo”. De nada adianta disponibilizar diversos materiais se a criança não tiver tempo para utilizá-los.

Em todos os momentos e espaços, tudo é pensado para que a criança cresça e ganhe autonomia, sem perder os valores principais da infância: a curiosidade e a vontade de aprender mais, descobrir e ser feliz. Este é o movimento que o mundo do século XXI está pedindo hoje. 4.2. O princípio pedagógico do brincar

A criança e o brincar “– Menino já está escuro! É hora de entrar! – Só mais um pouquinho mãe…” Todos, certamente, têm na memória uma frase parecida com essa, ou pelo menos, ouviu seus pais ou avós contando uma lembrança vivida na infância. Quem nunca caiu, ralou o joelho e voltou correndo para brincar? O brincar transcende o tempo e une gerações. O ser humano nasce e cresce com a necessidade de brincar, que é uma das mais importantes na vida do indivíduo. Não podemos, por isso, falar em desenvolvimento infantil, dissociando a criança do brincar. Quem não brinca, não aprende, não tem interesse, não tem entusiasmo, não demonstra sensibilidade e não desenvolve afetividade. A brincadeira é uma linguagem na qual a criança demonstra seus sentimentos, suas vontades e inquietudes.

O brincar tem sido objeto de estudo durante décadas. Jean Piaget (1896-1980) produziu teorias sobre aprendizagem cognitiva infantil e, em seus estudos, aponta o jogo simbólico como atividade imprescindível para o desenvolvimento da criança. O autor relata que a característica principal do jogo simbólico “consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos seus desejos”. Juan Delval (1998), com base nas ideias de Piaget, acrescenta que, por meio do jogo simbólico, no brinquedo de faz de conta, o aspecto afetivo ganha uma dimensão ainda maior quando a criança consegue utilizar, com liberdade, a sua capacidade individual para reproduzir as suas ações pelo prazer de oferecê-las em espetáculo, a si própria e aos outros, ou para, diante de situações penosas ou não agradáveis, compensá-las ou aceitá-las após revivêlas mediante a transposição simbólica. Por fim, outra referência importante para a educação contemporânea, que enfatiza a importância do brincar, é Donald Woods Winnicott (1896 – 1971). Pediatra e psicanalista inglês, ressaltou que “é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança e o adulto fruem sua liberdade de criação”. Vygotsky (1896-1934), psicólogo bielorrusso, que morreu há mais de 80 anos, enfatizou o papel das relações sociais no desenvolvimento intelectual. Para ele, o homem é um ser que se forma em contato com a sociedade. 75


De acordo com Vygotsky, todos os dias, em todos os lugares, a criança observa o que as pessoas dizem, como o dizem, o que fazem e por que o fazem. Então, internaliza e se apropria de tudo isso, recriando, dentro de si, as conversações e demais interações observadas. Ao brincar, a criança transpõe essa aprendizagem e experimenta as sensações, vivenciando diferentes papéis. O brincar é importante para a criança expressar significações simbólicas. Pelo brincar a criança aprende a simbolizar. Ao assumir papéis, ao usar objetos com outras finalidades para expressar significações, a criança entra no processo simbólico. A criança não nasce sabendo brincar, ela precisa aprender para se expressar e se comunicar. No Mágico de Oz, o brincar oferece à criança oportunidades de vivenciar brincadeiras, conhecer e produzir jogos que lhe permitam desenvolver-se plenamente. Os espaços da Escola foram criados para possibilitar a construção dos saberes. A criança é a protagonista, em um ambiente criativo e transformador. A Vila Oz, uma minicidade, com banco, um salão de cabeleireiro, mecânica, escola, mercado e clínica é um espaço multidimensional e flexível, que abriga

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os mais diferentes projetos educativos, além de possibilitar o livre brincar. O uso dos parques faz parte da rotina da Escola. É um momento de novos aprendizados pedagógicos, motores e sociais, que permite a exploração de espaço e das sensações. A diversidade de brinquedos estimula o desenvolvimento de habilidades específicas, tais como noção de tempo e velocidade, equilíbrio e autoconfiança. Há, também, as salas de Vida Prática e Espaço Brincar, com brinquedos e jogos de estimulação, com os quais as crianças exercitam sua imaginação e suas fantasias sobre o mundo adulto. As atividades de estimulação acontecem nos variados ambientes da Escola. Quanto mais diversificado o espaço, maior o interesse e maiores são as oportunidades de aprendizagem. A diversidade de materiais, cores, formas, sons e texturas permite o desenvolvimento da criança e proporciona grandes descobertas. O brincar acontece de várias maneiras. Ele pode estar associado a um brinquedo convencional ou a objetos não estruturados, que permitem a imaginação, o faz de conta e o jogo simbólico. De um jeito ou de outro, o que importa é que haja muita diversão.


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4.3. Letramento e alfabetização

A criança e a palavra “É no 1o ano que a criança vai ser alfabetizada?”

Assim, o P do pato é também o P do papai, do

Essa pergunta é muito comum. Muitas pessoas

Paulo, do Pedro. O M da mamãe é também o M do

acreditam que é nesse ano que a criança é

macaco, da Maria e da maçã. No meio do meu nome

alfabetizada, quase como num passe de mágica

tem a letra A, que também pode ser vista em muitas

ou um conteúdo que se aprende.

palavras.

Para responder a essa angústia tão frequente

As rimas que conferem melodia às canções também

da família, podemos dizer que, sim, é esperado

auxiliam, pois nos fazem reparar no término da

que, ao término do 1º ano, a criança consiga ler e escrever pequenos trechos da forma convencional,

escrita das palavras.

considerando determinados “erros” de grafia.

No começo, as crianças pequenas notam a

Porém, como em toda aprendizagem, é necessário

importância social da escrita e fazem rabiscos

ter um olhar atento para o percurso.

verbalizando o que estão escrevendo. Aos poucos,

Há uma adivinha popular que questiona: “O que é,

começam a grafar letras aleatórias, quase sempre,

o que é: é seu, mas os outros usam mais do que

as mesmas utilizadas em seu nome. Porém, podem

você?” E a resposta esperada é: “o seu nome”. Podemos pensar numa loja que vende objetos personalizados. Mesmo que não queiramos comprar uma caneca ou um chaveiro, é instintivo. Logo nos

remeter a quantidade de letras ao tamanho do objeto. Na sequência, passam por uma fase em que uma letra representa uma sílaba. Passam a utilizar mais

deparamos procurando o nosso nome. A assinatura

letras, associando-as com o respectivo som. Por

tem um papel importante no mundo adulto, mas

fim, as sílabas começam a ser registradas tal como a

a importância emocional infantil é ainda mais

forma convencional nos é imposta. Desse modo, o

profunda. Por meio do nome, entramos no mundo

processo de alfabetização vai se consolidando.

da alfabetização com significado. Logo, as crianças identificam a sua letra inicial e todas as outras letras utilizadas para escrever essa palavra que representa a nossa marca no mundo.

A criança, assim como uma joia, está pronta para continuar toda a sua jornada escolar no Ensino Fundamental. Sua escrita será lapidada aos poucos.

Essas poucas letrinhas começam a ser observadas

Os ajustes ortográficos serão foco de trabalho, mas

em outras palavras. Os nomes dos familiares e

também é papel da Escola conceber a escrita como

amigos também são utilizados com frequência e

uma forma de registro, de expressão de ideias e de

ampliam o repertório de referência.

comunicação com o mundo.

Sabemos que as pessoas que amamos nos brindam com memórias de momentos significativos, mas esquecemos que elas também nos presenteiam com as letras dos seus nomes, tão importantes para a consolidação da nossa alfabetização.

A criança é o símbolo da esperança. A palavra é o símbolo do poder. Se a criança se sentir valorizada e potente, podemos crer que suas palavras serão capazes mudar o mundo. 79


4.4. Educação Infantil e avaliação

seus conhecimentos? Interagiu com os colegas?

Avaliação, documentação e registros na Educação Infantil

Expressou

Atualmente, a Educação Infantil é reconhecida

pensamento

crítico?

Desenvolveu

habilidades humanas? Qual emoção esteve presente em determinada situação?

cientificamente como uma das etapas cruciais da

Da mesma forma, os registros favorecem a

aprendizagem. Complexa, integral, multidimensional,

reflexão sobre a própria atuação do educador,

livre das amarras do currículo, com ela é possível

direcionando

perceber os avanços, refazer percursos, conhecer

o espaço adequadamente para essa faixa etária?

o desenvolvimento de cada criança. No Mágico de

Respeitei os limites do grupo? A atividade ofereceu

Oz, esse trabalho se faz por meio do estudo dos

oportunidades para as crianças ampliarem seus

registros e de tudo o que compõe a documentação

repertórios? Havia algo desafiador? Algo que

pedagógica.

aguçasse a curiosidade? Algo que tenha favorecido

Os registros constantes permitem a análise de todo o processo, gerando uma documentação que reflete o caminhar da criança inserida num grupo. Devemos ter em mente que a criança observa, realiza e experimenta. Seus registros são importantes, mas são apenas uma pequena parte de tudo o que ela faz. Suas ações, suas falas, suas hipóteses ditas ou

novas

possibilidades.

Organizei

o papel investigativo, que culminou na realização de descobertas e aprendizagem significativa? Os registros podem ser vistos como uma oportunidade de aprimoramento constante, uma possibilidade para o educador melhorar sua prática e, consequentemente, podem fazer com que as crianças avancem.

testadas são ricas e permeadas de significados.

Alguns desses registros podem e devem ser

Sendo assim, o registro do educador ao observá-las

meticulosamente escolhidos para a realização de

é fundamental. É assim que conseguimos traduzir

uma documentação. Ou seja, aqueles que ilustram o

e gravar as riquezas da descoberta infantil. Se o

percurso, e não apenas os convencionalmente aceitos.

registro da criança é importante, o do professor

Durante o processo de alfabetização, por exemplo,

também é.

as crianças escrevem palavras com omissões e trocas

É uma riqueza singular. Afinal, cada pessoa se desenvolve de uma maneira. Podemos comparar a

de letras, mas é possível ver sentido nas hipóteses e avanço no conhecimento.

aprendizagem com uma viagem que, para chegar ao

Muitas pessoas não conseguem viver sob esse

destino final, além de sairmos de lugares diferentes,

prisma, mas os tombos fazem parte do processo, e

os caminhos são distintos.

a superação é valiosa. As tentativas são necessárias.

Cada criança tem uma família, uma história e, por mais que pertença ao mesmo grupo escolar, atua de forma diferente e realiza percursos exclusivos. Nesse

Atividades das crianças, reflexões do educador, fotografias dos momentos, depoimentos dos colegas, tudo é válido.

sentido, o registro é essencial. Ele auxilia e permite

Para tanto, educador e criança devem garimpar,

que o educador revisite as situações experimentadas.

em meio a tantas coisas, aquilo que mostra a

A criança atingiu os objetivos da proposta? Superou

riqueza da vivência escolar. Quando os registros

seus limites até então conhecidos? Ampliou

são organizados e articulados adequadamente,

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temos uma joia rara, exclusiva e personalizada: a

é confundido com uma coletânea de fotografias.

Documentação Pedagógica.

Ele pode ser apresentado em diferentes suportes, como caixas, pastas ou álbuns. É muito significativo,

A Documentação Pedagógica é importante por

pois mostra o percurso de uma criança ou de um

expressar quem a criança é na escola e qual cultura

grupo com atividades e relatos do professor. Mas,

da infância é oferecida por aquela instituição. Pode

a documentação pedagógica supera isso. É capaz

ser revisitada como um documentário, que mostra

de expressar os sentidos das crianças em suas

facetas incríveis de um trabalho desenvolvido pela

experiências, pois os diferentes tipos de registros são

criança, pela família, pelos colegas, pelos educadores

capazes de apresentar as sensações da vida. Apesar

e pela escola durante um projeto ou um período.

de ser significativa para os indivíduos envolvidos,

Com os registros e com a documentação em mãos, é possível realizar uma avaliação. Quais caminhos a criança percorreu? Como ela e o grupo se desenvolveram? Como foi a atuação da educadora? Como a escola pode se ressignificar a partir dessas experiências? A família esteve presente e envolvida? Quais espaços foram utilizados? O espaço foi devidamente preparado? Materiais diversificados fizeram parte das experiências? Para uma avaliação ser realizada, é necessário oferecer diferentes propostas para as crianças. Elas têm o direito de se depararem com o inusitado, da mesma forma que têm o direito de se sentirem confortáveis ao poderem explorar e dar novos significados às experiências já conhecidas. A documentação pedagógica pode ser compartilhada com a comunidade escolar para inspirar outros educadores, com as crianças e com as famílias, para que o processo seja potencializado e, ainda, com a comunidade, para declarar a cultura da infância na sociedade. Ela pode ser realizada em diferentes suportes, por exemplo, em vídeos ou materiais impressos. Pode estar presente numa Mostra, num livro ou cartaz. Porém, mais do que o produto final, é o processo de construção compartilhado que torna a experiência mais intensa. Hoje, o portfólio e o relatório individual são os principais instrumentos de avaliação para a Educação Infantil. Porém, o portfólio, muitas vezes,

torna-se atemporal, pois revela a busca pelo saber e o olhar para o desenvolvimento humano, ressaltando as descobertas e as conquistas. Cabe ponderar, ainda, que a avaliação não deve ter um único viés, portanto, é mais rica quando é realizada com outros educadores que acompanham a turma, inclusive, profissionais de áreas específicas, tanto como a coordenação pedagógica, que pode auxiliar na reflexão sobre os avanços e as dificuldades das crianças, favorecendo a tomada de decisões e alterações nas condutas. A família deve acompanhar tudo. No entanto, o foco da avaliação é a criança, que deve ser avaliada não pelo que ainda não sabe, mas pelo contrário, por tudo que ela já sabe, por tudo o que descobriu. A relação com o conhecimento deve caminhar paralelamente à relação com outras pessoas e consigo mesma. Amizade, amor próprio, humanidade, respeito às diferenças e cuidado com a natureza são igualmente importantes. Não há avaliação fidedigna sem registro e não há forma mais humana de avaliar, considerando a opinião da própria criança. Tudo isso deve fazer parte da Documentação Pedagógica, que serve, também, para marcar a história da escola, para declarar seu trabalho para toda a comunidade, inclusive, para si mesma, permitindo o resgate da história e garantindo as futuras inovações. 81


4.5. Organização curricular e Projetos

Os projetos de trabalho na Educação Infantil “De onde vem”, “Direitos do Coração”, “Mil e Uma

Daí o valor de projetos que permitam ampliar o

Histórias”, são mais do que nomes de projetos: são

repertório de experiências locais, e também na

propostas educativas que vêm inspirando escolas e

perspectiva de um estar no mundo.

professores no Brasil inteiro, que acompanham pelo nosso site a linha de trabalho escolhida pelo Mágico de Oz na Educação Infantil.

Nos projetos de trabalho da Educação Infantil, a criança mergulha na cultura de vários países com seus cinco sentidos, aprende a ser uma voz e a inspirar

São os Projetos de Trabalho, inspirados a partir de

outras, a contextualizar e descontextualizar suas

uma matriz pedagógica proveniente da Pedagogia

descobertas, a compreender e lidar com desafios e

Espanhola, aprimorados e atualizados no projeto

adversidades. É instigada a compreender que ações

pedagógico do Mágico de Oz.

afetam o mundo em que vive. Aprende a crescer com

O trabalho com projetos na Educação Infantil, linha mestra eleita para atingir os objetivos educacionais da Escola, favorece a formação de cidadãos do mundo, explicita a valorização do pensamento investigativo, do protagonismo infantil e da concepção da criança como produtora de conhecimento e cultura, na fase em que ela está mais aberta a novas experiências e aprendizados. A multiculturalidade é uma marca nos projetos no Mágico de Oz, sendo uma parcela deles proposta pela UNESCO, entidade da qual a Escola é associada e que ratifica seu compromisso em trazer questões globais para a educação.

responsabilidade exercendo sua autonomia, como o compromisso com a lição de casa, por exemplo. É encorajada a desenvolver linhas de raciocínio com base argumentativa; a saber que, por vezes, é igual, por vezes, diferente; a buscar soluções que beneficiem o ambiente e a população em questões locais e globais, a refletir sobre sentimentos e valores, a desenvolver suas potencialidades e a ser uma liderança positiva para o mundo. A escola é um microcosmo da sociedade, um espaço onde a criança deve ter oportunidades de aprender com suas escolhas, erros e acertos. Há uma vastidão de possibilidades, em múltiplas linguagens, para que o aluno experimente diferentes vivências e escolha

Nos projetos, a criança pode se empoderar de suas

seu próprio percurso, sinta-se bem neste espaço,

capacidades com criatividade. As propostas são

desenvolva seu autoconhecimento e sua empatia

idealizadas para que ela se conheça, saiba manter

com o outro, pertença a um grupo e se engaje em

relações interpessoais com respeito e construa sua

propostas.

identidade própria.

De tudo isso é composto o currículo da Educação

A criança constitui sua personalidade também ao ter

Infantil do Mágico de Oz – e os Projetos de

sua individualidade, seus interesses, gostos e valores

Trabalho materializam esses princípios em um

respeitados, e torna intrínseco seu compromisso

cotidiano de aventuras e descobertas, em que o

social e afetivo com o bem-estar coletivo e a vida em

conhecimento se constrói com palavras, números,

sociedade, num cíclico processo de centralizar-se e

experiências, vivências, trocas e interações humanas,

descentralizar-se de seus pensamentos e vontades.

como acontece na vida real.

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CAPÍTULO 5 DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS INICIAIS 5.1. O Ensino Fundamental – Anos Iniciais que queremos No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a conquista definitiva da leitura e da escrita abre grandes portas para o universo do conhecimento. Trata-se da etapa na qual se constroem os alicerces de aprendizagens que se darão ao longo de toda a vida. É tempo de consolidar o processo de aquisição e desenvolvimento da língua materna, do inglês e da matemática, de desenvolver o pensamento científico, de exercitar princípios e valores. Nunca é demais lembrar, no entanto, que ainda se trata de crianças próximas ao tempo da Educação Infantil. Por isso, o projeto do Magno equilibra a aproximação da aprendizagem sistematizada, que caracteriza o Ensino Fundamental, sem perder a riqueza de experiências lúdicas próprias da infância. Em sala de aula, é tempo de começar a construir os procedimentos e atitudes necessários para a aprendizagem, como a organização do tempo, os registros formais e as rotinas de estudo para as diferentes disciplinas. Ao mesmo tempo, o processo é enriquecido com viagens de estudo do meio, saídas pedagógicas, experiências nos laboratórios e atividades nos mais diversos espaços de aprendizagem do Colégio. Por fim, na perspectiva da educação integral que caracteriza o Magno, aspectos como esportes, qualidade de vida, convivência e desenvolvimento de hábitos e atitudes saudáveis fazem parte do cotidiano das crianças, que se tornam cada vez mais autônomas e protagonistas de suas vidas. No projeto pedagógico do Magno/Mágico de Oz, o Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a dimensão da cidadania global se faz sentir com mais intensidade, com o aprofundamento do trabalho no ensino de língua inglesa. Em 2020, teve início a introdução de uma disciplina ministrada apenas em inglês, denominada Maths, dando mais um passo nesse caminho.

Nesta etapa, como em todas as demais, a tecnologia é a ferramenta que permite o acesso crítico à informação, à produção de novos conhecimentos e à construção de projetos, em um diálogo constante entre o saber e o fazer. Desse modo, a tecnologia é inserida dentro de uma perspectiva mais ampla, como uma linguagem a ser aprendida para a expressão da criança. Por isso, a importância da inserção da proposta de Aprendizagem Criativa, apresentada neste documento, no currículo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais. Em diversas orientações metodológicas, a Aprendizagem Criativa baseia-se no encontro entre o saber e o fazer, como forma de dar visibilidade ao conhecimento, concretizar conceitos, gerar produtos, estimular competências, como o trabalho cooperativo e a resolução de projetos, entre outras. De forma planejada e sistematizada, as crianças do Ensino Fundamental I, dando sequência a um trabalho realizado já na Educação Infantil, desenvolvem também atividades que permitem compreender a lógica do pensamento computacional, base para a criação dos algoritmos, que se tornam cada vez mais influentes na vida cotidiana no século XXI. Com isso, o Colégio Magno/Mágico de Oz vem atualizando seu currículo da Educação Infantil dentro de práticas que já podem ser observadas em diversos países. Cada vez mais, o trabalho pedagógico se organiza em torno de uma matriz de competências e os conteúdos curriculares surgem não como um fim em si mesmos, mas como um conjunto articulado de competências, habilidades e conhecimentos necessários para a estruturação do pensamento simbólico, da interação social e da produção de novos saberes pelo aluno, cada vez mais protagonista. 83


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5.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Iniciais A avaliação do processo de aprendizagem pressupõe a análise da aquisição de novos saberes, habilidades e competências, em diferentes contextos. Ela é baseada em objetivos previamente definidos e consiste em observar e mensurar se tais objetivos foram contemplados no processo de aprendizagem. A Escola e sua equipe pedagógica entendem o processo avaliativo como um modo de promover a aprendizagem de seus alunos e estão sempre avaliando seus próprios instrumentos avaliativos, que devem promover juízos equilibrados sobre alunos, turmas, etapas, áreas, nunca como um fim em si mesma, mas como processo integrante da aprendizagem e do ensino. No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os alunos são avaliados em ciclos trimestrais, da forma como é organizado o trabalho escolar. A avaliação é composta pela análise cuidadosa de vários instrumentos e busca ser objetiva e mensurável, a fim de evitar problemas decorrentes de percepções subjetivas ou relacionamentos conflitivos. Todas as avaliações (provas, trabalhos, exposições orais, elaboração de tarefas de casa e outras) são mensuradas em valores de zero a dez pontos, sendo, portanto, expressas por meio de notas. Dentro do padrão de excelência acadêmica exigido pelo Colégio Magno, é necessário obter a média bimestral 6,5, contando, portanto, com o total de 26 pontos para aprovação final. As notas do trimestre são assim compostas: • Atividades diagnósticas, no valor de 0 a 10 pontos, com peso 2; • Uma nota bimestral, no valor de 0 a 10 pontos, com peso 3 (prova); • Uma nota de atividades, no valor de 0 a 10, com peso 1. Essa pontuação, denominada ‘’terceira nota’’, será composta pelos diferentes instrumentos de avaliação utilizados ao longo do bimestre, ou seja, lição de casa, tarefa de classe, chamada oral, pesquisa, trabalho em grupo e outros. 86

As avaliações bimestrais dão conta do conteúdo do trimestre de forma cumulativa e refletem o trabalho desenvolvido em sala de aula, a fim de permitir uma avaliação abrangente da aprendizagem. Questões disciplinares nunca devem influenciar na atribuição de nota, no que tange aos instrumentos acima definidos. Os temas nesse campo devem ser trabalhados apenas nas instâncias de coordenação e orientação educacional, no relacionamento com as famílias. As provas não representam as únicas formas de avaliação, mas são uma das mais importantes. Jamais devem ser utilizadas como forma de controlar o aluno ou a turma, mas, sim, de oferecer uma imagem completa do processo de aprendizagem para o aluno, o professor, a família e a Escola. Por isso, devem ser elaboradas com acurácia e método. No Colégio Magno, uma boa prova tem características que sempre devem estar presentes: Contextualização: a prova precisa ter um universo de referências comuns às crianças e aos conhecimentos que devem ser avaliados. Isso não significa usar gírias e exemplos banais, mas buscar pertinência e sentido. A escolha dos textos, por exemplo, deve ser feita cuidadosamente, permitindo comparações, inferências, relações claras entre a vida real e o conteúdo trabalhado. Clareza: o aluno deve entender exatamente o que está sendo pedido a ele. As questões devem ser objetivas e bem delimitadas. Os enunciados deverão ser claros, a fim de evitar desnecessárias interferências do professor. Intencionalidade pedagógica: ao elaborar a prova, o professor deve ter consciência do que quer avaliar. A avaliação deve se ater ao principal, valorizar a capacidade de raciocínio e não conter ‘’pegadinhas’’. Atualidade: a prova deve refletir uma preocupação que está presente nas aulas, ou seja, ser atual e relacionada com os fatos e os fenômenos do mundo de hoje.


Correção: quando o aluno identifica erros na prova, a própria credibilidade do instrumento passa a ser questionada. Ao elaborar a prova, o professor deve fazer sucessivas checagens para garantir que esteja correta do ponto de vista da forma e do conteúdo, o que implica respeito às normas ortográficas e gramaticais. Equilíbrio: ao elaborar a prova, o professor deve estar atento para o grau de dificuldade das questões, oferecendo perguntas com diferentes níveis de exigência. É preciso prever o tempo necessário para a sua realização. Com isso, as provas poderão ser feitas dentro do prazo previsto, evitando agitação entre os alunos e reclamações posteriores.

Tarefas de casa As lições de casa cumprem o triplo papel de permitir aos alunos que consolidem aprendizagens, formem hábitos de estudo autônomo e fortaleçam o sentido de compromisso com a Escola. Por isso, esse recurso pedagógico tem grande importância no Magno e é um dos componentes da avaliação, em especial no Ensino Fundamental – Anos Iniciais. No mesmo sentido, os trabalhos em grupo possibilitam a ampliação do conhecimento e aprofundamento do tema abordado, bem como o desenvolvimento das habilidades de trabalho e aprendizagem em grupo. Da mesma forma, são cada vez mais importantes as produções coletivas, pois favorecem um conjunto de competências essenciais, como a cooperação e a comunicação. O trabalho em grupo deverá ter como objetivos: desenvolver as diferentes habilidades e competências, ampliar o conhecimento, aprofundar o tema abordado e formar hábitos e atitudes sociais. Essa é uma estratégia didática de grande importância e deve, necessariamente, ter um acompanhamento diferenciado do professor para garantir que os alunos desenvolvam as habilidades previstas e identificar distorções, por exemplo, quando apenas um componente do grupo realiza todo o trabalho.

A Escola estimula sempre que, após a entrega de um trabalho em grupo, seja organizado um debate sobre o tema, a fim de possibilitar maior troca do conhecimento adquirido e favorecer o desenvolvimento das habilidades orais e de posturas críticas. As estratégias de avaliação não podem, jamais, serem consideradas fora do contexto do ensino e da aprendizagem e, por isso, devem ser compreendidas também como subsídio para todas as atividades de reforço, revisão e recuperação. No Magno, o aluno do Ensino Fundamental – Anos Iniciais que não atingir os pontos mínimos necessários para a aprovação, será encaminhado à recuperação paralela, que ocorre no final de cada trimestre. Independentemente das notas obtidas, mas de acordo com o desempenho ou dificuldades apresentadas em sala, o aluno pode, também, ser convocado para as aulas de reforço que atenderão as áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Ao final do ano letivo, o aluno que não atingir o total de 26 pontos estará automaticamente indicado para a Recuperação Final, que terá seu período de aulas definido em calendário. 5.3. A Orientação Educacional nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Em uma escola que acredita na capacidade de todos os alunos para aprender, que os enxerga como sujeitos e que almeja o desenvolvimento de indivíduos críticos e autônomos, a Orientação Educacional cresce em importância. Cabe à Orientação Educacional o acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos, no qual existem percalços, entraves, medos e inseguranças. O ato de aprender pressupõe, em muitos momentos, abrir mão do que se acreditava anteriormente para abarcar o novo, suportar os erros e tolerar frustrações que são inerentes a esse processo. Acompanhar a trajetória desse sujeito em formação, dando o respaldo necessário, acenando com possibilidades de ajuda, é tarefa do orientador educacional. 87


Aos alunos menores que cursam o Ensino Fundamental, é preciso apresentar e desvendar o cotidiano escolar, mostrando possíveis caminhos para que tenham êxito, para que se assegurem de suas potências e de suas capacidades de aprender. O orientador educacional deve entender o cotidiano escolar sob diferentes prismas dos quais fazem parte vários protagonistas-alunos, professores, família, gestores, funcionários da escola, e a partir daí, compreender a trama de relações que os envolve, identificar incoerências, ambiguidades, esclarecer dinâmicas e, a partir dessa análise, atuar em prol do aluno e da instituição. Para isso, o orientador educacional precisa saber ouvir. O desenvolvimento da escuta é muito importante, pois esse cotidiano pode ser entendido,

sentido, experimentado de maneiras diversas pelos diferentes protagonistas. E, além de ouvir, necessita agir de forma a colaborar para que o aluno se desenvolva e aprenda. É importante ressaltar que esse cotidiano construído pela Escola, embasado nos valores pelos quais ela prima e no contexto em que está inserida, não está posto e congelado, ele contempla uma dinâmica, um movimento. A interlocução, a relação dialética entre os protagonistas possibilita ajustes, modificações e aprimoramentos. Essa dinâmica cotidiana da qual os alunos fazem parte, que muitas vezes traz novidades e mudanças, pode mostrar diariamente a própria capacidade de atuar, construir, ampliar, aprimorar e trazer a alegria e a confiança no que está por vir.

5.4. Matriz curricular e organização

ÁREAS DE CONHECIMENTO

Base Nacional Comum

Partes Diversificadas

CARGA HORÁRIA SEMANAL 1º Ano

2º Ano

3º Ano

4º Ano

5º Ano

Análise Linguística e Leitura

5

5

5

5

5

Produção Textural

2

2

2

2

2

História

1

2

2

2

2

Geografia

1

2

2

2

2

Ciências

3

2

2

2

2

Matemática

6

6

6

6

6

Educação Física

2

2

2

2

2

Artes

2

1

1

1

1

Música

1

1

1

1

1

Inglês

2

2

2

2

2

25

25

25

25

25

1000

1000

1000

1000

1000

TOTAL DE HORAS - AULA SEMANAIS TOTAL DE HORAS - AULA ANUAIS Horário - 1º ao 5º ano Manhã: 7h45 às 17h30 Tarde: 13h15 às 17h30 Carga horária diária: 4h15 51.000 minutos por ano – 850 horas por ano Duração: Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos

No 1º ano não serão atribuídas notas ou conceitos, a avaliação será continua, apresentada sob forma de relatório, analisando aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e sociais. 88


CAPÍTULO 6 DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO FUNDAMENTAL - ANOS FINAIS 6.1. O Ensino Fundamental – Anos Finais que queremos A transição para o Ensino Fundamental – Anos Finais é

uma personalidade bem definida, o que não acontece

realizada de forma planejada no Colégio Magno. Ainda

no Magno.

no último ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, os alunos têm a oportunidade de passar por vivências em que aprendem sobre a rotina da próxima etapa. Tão logo entram no 6º ano do Ensino Fundamental, os alunos passam a contar com um apoio estrategicamente planejado, realizado por educadores, para auxiliá-los a

Isso pode ser visto em algumas características importantes para o trabalho aqui desenvolvido, apoiado nos pilares de nosso projeto pedagógico. Também, fortalecida a perspectiva internacional, com a forte ênfase no ensino de inglês e espanhol, além

ganharem mais autonomia e a organizarem sua própria

da introdução do Middle School, em parceria com a

aprendizagem, trabalhando sobre os pontos que

Mizzou University.

necessitam de maior atenção.

Os alunos também passam a ter maior envolvimento

Assim, ganham segurança para aproveitar ao máximo

com desafios diferentes, envolvem-se em projetos de

um tempo em que a complexidade acadêmica cresce,

cunho social e comunitário, com a oferta de viagens

novos procedimentos de avaliação integram o currículo

com objetivos pedagógicos ligados a essa etapa, tanto

e surgem novas disciplinas, que são ministradas por um

nos aspectos acadêmicos como no desenvolvimento

corpo diversificado de professores. Um tempo em que,

das chamadas competências do século XXI.

sobretudo, os alunos aprendem mais sobre si mesmos e passam por transformações internas, com a chegada da adolescência e um novo horizonte de interesses que surge. A Escola está atenta a esse novo momento e, por isso, oferece um conjunto de atividades integradas às disciplinas que permite aos jovens entenderem os processos pelos quais estão passando. Com isso, o Ensino Fundamental se configura como um dos

No campo da inovação e da tecnologia, já podem participar de projetos de estímulo ao protagonismo, como a atuação como alunos-tutores da Google For Education. Como tutores, passam a orientar o trabalho de outros alunos, cooperar com professores e participar diretamente da formação de adultos, como pais e avós, ou mesmo gestores da rede pública que desejam conhecer melhor essas ferramentas.

percursos mais desafiadores para os (agora) jovens,

A adolescência é um fator essencial para se compreender

mas nem por isso menos envolvente.

as características do trabalho do Ensino Fundamental

O futuro começa a tomar contornos mais claros,

– Anos Finais. O aluno desta etapa transita da infância

e a exigência acadêmica cresce paulatinamente. É importante notar que, na Educação brasileira, o Ensino

para a puberdade, com todas as implicações físicas e emocionais, o que envolve o aumento da importância

Fundamental – Anos Finais é uma etapa que demanda

do grupo e o início de uma reflexão crítica sobre a

uma concepção consciente. Intercalada pelo Ensino

sua presença na escola. Todas essas transformações

Fundamental – Anos Iniciais e pelo Ensino Médio,

se traduzem em questões angustiantes para os

etapas de objetivos bem definidos em nossa tradição

adolescentes, que precisam ser assistidos em suas vidas

pedagógica, esse intermezzo corre o risco de ficar sem

cotidianas. 89


90


91


6.2. Avaliação no Ensino Fundamental – Anos Finais A matriz básica de avaliação do Colégio Magno se mantém, no Ensino Fundamental – Anos Finais, do ponto de vista de seus objetivos, ou seja, estabelecer parâmetros para a aprendizagem do aluno, em função de sua capacidade e do seu interesse. Contudo, embora similar em sua estrutura, cresce em complexidade, conforme o amadurecimento cognitivo dos alunos. Os instrumentos tornam-se mais desafiadores, a diversidade e a profundidade de conteúdos aumenta, como cresce o rigor acadêmico. No 9º ano, por exemplo, os alunos realizam seus primeiros simulados, já dentro das mesmas características exigidas pelo ENEM e pelos principais vestibulares. Por isso, ao mesmo tempo se fortalece o acompanhamento dos coordenadores de área e série, tal como o suporte da orientação educacional. A avaliação do aluno é composta pela análise cuidadosa de vários instrumentos e deve ser mensurável, a fim de evitar problemas decorrentes de percepções subjetivas ou relacionamentos conflitivos. Cada instrumento avaliativo, por si só, é mensurado e vale de zero a dez pontos. Assim, não é permitida a composição das notas. A avaliação é expressa por meio de notas, sendo necessário obter a média bimestral 6,5, contando, portanto, com o total de 26 pontos para aprovação final. Todo o processo de planejamento pedagógico e avaliação passa a ser trimestral, a partir de 2021. Assim, as notas do trimestre serão compostas por: • Uma nota bimestral, no valor de 0 a 10 pontos, com peso 3, proveniente de uma prova escrita. • Uma nota, com peso um, para atividades avaliativas-formativas específicas de cada disciplina (trabalhos individuais, trabalhos em grupo, pesquisas, tarefas de casa e assiduidade na realização destas, participação em aula, entre outros fatores). A média desta terceira nota será composta por, no mínimo, três avaliações. 92

Abrangendo o conteúdo do bimestre de forma cumulativa, as avaliações trimestrais deverão refletir o trabalho desenvolvido em sala de aula. Assim como ao longo de toda a escolaridade, no Magno, as propostas avaliativas devem ser elaboradas com alto grau de qualidade, pois tratase de um documento escolar de alta relevância. As características elencadas já nos Anos Iniciais devem ser mantidas, ou seja, contextualização, clareza, intencionalidade pedagógica, atualidade, equilíbrio e rigor na elaboração. No Ensino Fundamental – Anos Finais, ganha maior relevância também o comprometimento que o aluno deve demonstrar com o documento representado pela prova, pois também se entrecruzam com temas ligados aos valores. São trabalhados temas como a cola – sempre desestimulada, a leitura correta de enunciados, a postura durante os exames, o preenchimento correto de dados. É importante, por exemplo, que o aluno se habitue a esperar pelo tempo mínimo de permanência em sala. Assim, não é permitido que saiam da classe antes do tempo estipulado. Por fim, os alunos passam a entender melhor que as avaliações são procedimentos feitos em seu próprio benefício, orientando seus estudos e sua preparação. Por isso, as atividades diagnósticas e provas deverão ser devolvidas aos alunos antes do início das avaliações trimestrais. Os alunos têm direito de conhecer suas notas e receber as avaliações corrigidas antes da publicação de suas notas e da convocação para os estudos de recuperação. O sistema de avaliação do Magno tem dado cada vez mais importância às produções dos alunos em casa ou fora da sala de aula. As chamadas “lições de casa” permitem aos alunos que consolidem aprendizagens, formem hábitos de estudo autônomo e fortaleçam o sentido de compromisso com a Escola. No mesmo sentido, os trabalhos em grupo possibilitam a ampliação do conhecimento e aprofundamento do tema abordado, além do desenvolvimento das habilidades de trabalho e aprendizagem em grupo. Ao longo de toda a escolaridade, os alunos contam com um ambiente virtual que favorece tais


produções, o Google Classroom. Nesse ambiente, os professores postam as demandas e todas as orientações necessárias para sua execução. O trabalho em grupo torna-se ainda mais importante e deverá ter como objetivos: desenvolver as diferentes habilidades e competências, ampliar o conhecimento, aprofundar o tema abordado e formar hábitos e atitudes sociais. Essa é uma estratégia didática de grande importância, mas deve, necessariamente, ter um acompanhamento diferenciado do professor para garantir que os alunos desenvolvam as habilidades previstas e identificar distorções, por exemplo, quando apenas um componente do grupo realiza todo o trabalho. O professor deve observar os seguintes itens: definir os objetivos do tema e os subtemas a serem desenvolvidos, acompanhar o desenvolvimento do trabalho, verificar a conclusão e a visão crítica sobre o tema, indicar a bibliografia, solicitar o relatório anexo sobre a função desempenhada por cada integrante do grupo. Deverá, ainda, orientar os alunos quanto à divisão dos grupos, frentes de trabalho e à forma de apresentação. As estratégias de avaliação não podem, jamais, serem consideradas fora do contexto do ensino e da aprendizagem e, por isso, devem ser compreendidas também como subsídio para todas as atividades de reforço, revisão e recuperação. Assim como no Ensino Fundamental – Anos Iniciais, todo aluno que não atinge os pontos mínimos necessários para a aprovação será encaminhado à recuperação paralela, ao final de cada trimestre. Independentemente das notas obtidas, mas de acordo com o desempenho ou dificuldades apresentadas em sala, o aluno pode também ser convocado para as aulas de acompanhamento, que atenderão as áreas de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês. 6.3. A Orientação Educacional para os adolescentes Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, assim como no Ensino Médio, a Orientação Educacional atua para garantir que os alunos sejam apoiados em seu desenvolvimento integral ao longo desses dois níveis educacionais.

O aluno do Ensino Fundamental transita da infância para a puberdade, com todas as implicações físicas e emocionais, o que envolve o aumento da importância do grupo e o início de uma reflexão crítica sobre a sua presença na escola. Já o aluno do Ensino Médio passa da adolescência para a vida adulta, numa fase de intensa demanda emocional, relacionada, entre outras questões, à autorresponsabilidade, à construção de sua visão de mundo e à escolha de uma carreira. Todas essas transformações se traduzem em questões angustiantes para os adolescentes, que precisam ser assistidos em sua vida cotidiana dentro da escola. Também, nessa etapa, o desenvolvimento intelectual e acadêmico dos alunos se intensifica progressivamente, de forma concomitante aos desafios da puberdade. Os acontecimentos que o adolescente vivencia nessa fase, em todas as dimensões de seu desenvolvimento físico-motor, social, afetivo-emocional, vocacional são fontes de descobertas e de conflitos, que podem interferir em seu bem-estar e afetar o rendimento escolar. A Orientação Educacional utiliza como estratégias a escuta, a observação e a proximidade para atender aos alunos em suas demandas, que podem envolver desde a organização da rotina de estudos até situações de sofrimento emocional. Esse acompanhamento sistemático dos alunos ao longo de todo o ano letivo proporciona um canal de comunicação constante entre a família e a Escola. Essa relação se inicia no atendimento individualizado de cada família, com o estabelecimento de um vínculo, e se estende para toda situação em que a família ou a Escola precise compartilhar informações entre si, a favor da educação do aluno. É por meio da Orientação Educacional que a família consegue fazer um acompanhamento de aspectos específicos, como o aproveitamento escolar, a organização dos estudos, a integração do aluno à Escola ou ao nível educacional, sobretudo nas séries de transição, o desenvolvimento físico e emocional, e a orientação vocacional. 93


6.4. Matriz curricular – 6o ao 9o ano do Ensino Fundamental CARGA HORÁRIA SEMANAL

ÁREAS DE CONHECIMENTO

Base Nacional Comum

Partes Diversificadas

6º Ano

7º Ano

8º Ano

9º Ano

Análise Linguística e Leitura

5

5

5

5

Produção Textural

2

2

2

2

História

3

3

3

3

Geografia

3

3

3

3

Ciências

3

3

4

6

Matemática

5

5

6

6

Educação Física

3

3

3

3

Artes

1

Inglês

3

4

4

4

Espanhol

2

2

2

2

30

30

32

34

1200

1200

1280

1360

TOTAL DE HORAS-AULA SEMANAIS TOTAL DE HORAS-AULA ANUAIS Horário: 6º ao 7º ano

Horário: 9º ano

Manhã: 7h15 às 12h15

Manhã: 7h15 às 12h15

Carga horária diária: 5 horas

Carga horária diária: 5 horas

60.000 minutos por ano – 1.000 horas por ano

2 dias da semana saída às 13h

Duração - Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos

63.600 minutos por ano – 1.060 horas por ano 60 horas por ano no período da tarde

Horário: 8º ano

Total de 1.120 horas

Manhã: 7h15 às 12h15

Duração - Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos

Carga horária diária: 5 horas 60.000 minutos por ano – 1.000 horas por ano pela manhã 60 horas por ano no período da tarde Total de 1.060 horas Duração - Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos Exceto Educação Física, em todos os demais componentes curriculares a promoção se dá por verificação de aproveitamento e frequência previstos no Regimento Escolar, sem vínculo da assiduidade com a avaliação.

94


CAPÍTULO 7 DIRETRIZES PEDAGÓGICAS: O ENSINO MÉDIO 7.1. O Ensino Médio que queremos Coerente com todas as demais etapas que o precederam, o Ensino Médio do Colégio Magno representa a culminância de um projeto educacional completo e integral. O objetivo inclui o bom desempenho no Enem e nos vestibulares, mas vai além das metas tradicionais. Esses resultados são alcançados – e situam o Magno entre os melhores desempenhos de São Paulo –, mas não resumem o trabalho realizado. Além de um preparo acadêmico muito consistente, os alunos ampliam sua visão de mundo em aulas de Sociologia e Filosofia, exercitam sua capacidade de expressão com debates, trabalham com as linguagens artísticas, atuam em projetos sociais, continuam a desenvolver o corpo em atividades esportivas, tornam-se proficientes em outras línguas e ampliam seus horizontes em cursos como o Magno High School. É um período em que os jovens completam a conquista da autonomia intelectual e descobrem seus interesses profissionais. Por isso, por exemplo, têm acesso a projetos que aliam o autoconhecimento ao desenvolvimento de competências necessárias para as trajetórias profissionais que desejem seguir. Com isso, concluem a Educação Básica preparados para os vestibulares mais exigentes e, sobretudo, maduros para construir projetos de vida socialmente responsáveis, sintonizados com o tempo em que vivem e preparados para alcançarem os sonhos mais altos que puderam construir ao longo do tempo de Magno. Paralelamente a uma elevada exigência acadêmica, a Escola tem por missão a construção de valores sem os quais a construção intelectual se torna um edifício sem alicerces. A família, o entorno social e emocional, o ambiente de aprendizagem e os estímulos cognitivos são elementos que caminham juntos na construção

de uma educação em valores. Os valores que um adolescente carrega dentro de si têm muito mais de uma trajetória que se trilhou até então, do que apenas o que ele vive hoje. Os valores são compreendidos desde a infância, e a adolescência marca o momento de vida que toda a educação construída pode evocar com maior impacto em fala, em diálogo e/ou em rebeldia. A construção de valores está permeada nas salas de aulas, no planejamento dos trabalhos diários, na autoavaliação, nos combinados e no respeito à autoridade do educador, na linguagem do professor e nos conflitos entre os jovens e às regras, à cultura da escola. No ambiente escolar, as formas de convívio ganham sentido pela coerência e pela qualidade das relações entre todos, adultos e adolescentes, colaboradores e professores, escola e família. A postura de respeito mútuo e o autorrespeito é um contrato entre as pessoas, e não fruto de uma prática coercitiva. Os alunos indagam os adultos quando buscam coerência em suas atitudes. A linguagem que o adolescente utiliza para se expressar também é fruto de aprendizagem do ambiente socioemocional. A comunicação é um meio valioso, que aproxima ou distancia o aluno de seu professor. Os alunos chegam na adolescência com os elementos desenvolvidos ao longo de sua educação e reverberam as palavras ecoadas pelos adultos, especialmente por pais e professores. A base de valores e de amadurecimento socioemocional serão muito importantes para a vida acadêmica. O Ensino Médio é um período de grande exigência, em especial pelos desafios do vestibular das universidades pretendidas pelos alunos, e suas expectativas são altas. Além de uma intensificação do tempo dedicado aos conteúdos acadêmicos, os alunos também contam com muitas oportunidades para revisão, apoio e aprofundamento. No 3o ano do Ensino Médio, por 95


exemplo, a Escola oferece, sem custos adicionais, um curso preparatório, no período vespertino, como forma de aumentar o foco, revisar conteúdos e desenvolver a prontidão dos alunos, que tem trazido resultados excelentes. Ao longo do Ensino Médio, também, o tema da avaliação se torna mais importante. Ao lado das avaliações regulares ao final de cada bimestre, os alunos convivem com simulados frequentes e com um sistema de avaliações semanais, sem data e tema definidos, com o objetivo de aferir os conhecimentos em tempos mais curtos e estimular o estudo diário. Paralelamente, a Escola propõe atividades de relaxamento, esportes e estimula a convivência dos alunos. Assim, o rigor das avaliações e a exigência acadêmica são temperados com um período de muito convívio e fortalecimento das relações, visível, por exemplo, na organização das próprias formaturas e nas diversas formas pelas quais celebram a amizade. O resultado de tudo isso é o fechamento coerente de um trabalho realizado desde a Educação Infantil, com a perspectiva da pessoa e do cidadão, do desenvolvimento de seres humanos completos, realizados, enfim, felizes. 7.2 . Avaliação no Ensino Médio No Ensino Médio, a avaliação segue os mesmos princípios pedagógicos das demais etapas, mas ganha, como não poderia deixar de ser, um ritmo condizente com os desafios que os alunos encontrarão no acesso à universidade. Isso não significa abrir mão dos objetivos mais amplos. A avaliação do processo de aprendizagem pressupõe sempre a análise e a verificação do desenvolvimento e da aquisição de novas habilidades, bem como dos diferentes conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais das diferentes disciplinas. Ela é baseada em objetivos previamente definidos, e o ato de avaliar consiste em verificar se eles estão sendo realmente atingidos e em qual grau. No Ensino Médio, a cada bimestre, o aluno terá, no mínimo, as Avaliações Semanais (peso 2), uma Prova Bimestral (peso 3) e outras formas de aferição 96

de aprendizagem a critério do professor (peso 1), tais como trabalhos individuais, trabalhos em grupo, pesquisas, tarefas de casa ou outras atividades. Serão avaliadas com nota, ainda, a regularidade na entrega de lições de casa e a participação em aula, entre outros fatores. Haverá dois simulados por bimestre, na 1a e na 2a séries do Ensino Médio, e três simulados por bimestre (com peso 2). A média das Avaliações Semanais resultará na nota mensal do aluno. Este instrumento será aplicado no período de uma aula. O aluno deverá permanecer em sala, não havendo dispensa para os que concluírem a sua realização antes do término do tempo. As Provas Bimestrais terão duração de três aulas. Os alunos deverão permanecer em sala, no mínimo, por 90 minutos, ainda que terminem a avaliação em tempo inferior. Por fim, os simulados terão duração de cinco horas, sendo que os alunos devem permanecer em sala por três horas, no mínimo. O simulado é um importante instrumento de autoavaliação, pois permite que o aluno avalie a sua aprendizagem geral e possa, assim, investir nas disciplinas nas quais apresenta maior dificuldade. Além disso, ele possibilita ao aluno desenvolver habilidades como atenção, concentração ao realizar uma prova extensa, distribuição do tempo na resolução das questões, entre outras. Dada a importância do preparo dos alunos do Magno para a realização dos mais diversificados vestibulares ao final do Ensino Médio, realizamos diferentes simulados no decorrer do curso. Na 1a série do Ensino Médio, os alunos realizarão dois simulados do curso regular por bimestre. Na 2a série do Ensino Médio, os alunos realizarão, no 1o semestre, dois simulados por bimestre do curso regular. No 2o semestre, os alunos realizarão, a cada bimestre, um simulado do curso regular e um simulado modelo ENEM. Por fim, na 3a série do Ensino Médio, os alunos farão três simulados por bimestre, sendo dois simulados do curso regular e um modelo ENEM.


7.3. Matriz curricular e carga horária

ÁREAS DE CONHECIMENTO

Linguagens e suas Tecnologias

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias Matemática e suas Tecnologias

CARGA HORÁRIA SEMANAL 1ª Série

2ª Série

3ª Série

Soma

Carga Horária Anual

Gramática e Redação

3

3

3

9

360

Literatura

2

2

2

6

240

Produção Textual

1

1

1

3

120

Educação Física

3

3

3

9

360

Artes

1

*

*

1

40

Inglês

4

4

2

10

400

História

3

3

3

9

360

Geografia

2

2

2

6

240

Sociologia

1

*

*

1

40

Filosofia

1

1

1

3

120

Cultura e Soc. Contemporânea

*

*

2

2

80

Física

4

4

4

12

480

Química

4

4

4

12

480

Biologia

4

4

4

12

480

Matemática

4

4

4

12

480

Geometria

2

3

3

8

320

39

38

38

115

4600

COMPONENTES CURRICULARES

TOTAL GERAL DO CURSO

1ª Série: 1.170 horas por ano e 70.200 minutos por ano. 2ª Série: 1.140 horas por ano e 68.400 minutos por ano. 3ª Série: 1.140 horas por ano e 68.400 minutos por ano. Duração - Aula: 45 minutos / Recreio: 30 minutos Exceto Educação Física, em todos os demais componentes curriculares a promoção se dá por verificação de aproveitamento e frequência previstos no Regimento Escolar, sem vínculo da assiduidade com a avaliação.

97


7.4. O 3o+ No projeto do Magno, o Ensino Médio é um tempo fundamental, em que os alunos constroem projetos pessoais, descobrem-se, estruturam valores, ganham autonomia e se preparam para a vida adulta. Faz parte desse contexto a passagem bem-sucedida pelos principais exames de acesso à universidade. Para dar conta desse desafio, sem correr o risco de limitar o papel mais amplo do Ensino Médio, o Colégio Magno criou o 3o +. Nosso curso regular já oferece uma carga horária diferenciada, com um número de aulas superior ao da média das escolas. Como parte de preparação para os processos seletivos, ainda oferecemos aos alunos a possibilidade de cursarem o 3o +, no qual terão uma carga horária extra de 700 aulas no decorrer do ano. Nesse curso, professores com larga experiência em cursinhos realizam uma revisão dos conteúdos do Ensino Médio. Os alunos entram em ritmo de vestibular a partir de aulas apropriadas para esse momento. Além dos conteúdos formais e da sistematização do conhecimento, são desenvolvidas, ainda, habilidades requeridas na resolução de questões interdisciplinares e estratégias de preparação, como revisões e simulados. São cinco aulas diárias, divididas em duas disciplinas, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h, e uma disciplina às segundas-feiras, em função da aula de Produção Textual. Eventualmente, aulas específicas de algumas faculdades ou de aprofundamento poderão ocorrer aos finais de semana. Durante o primeiro semestre, é feita uma revisão de conteúdos da 1a e 2a séries do Ensino Médio e, no segundo semestre, os conteúdos revisados são os da 3a série. No final do ano, ocorre uma revisão geral. O curso é opcional e não tem custo adicional para seus participantes, a não ser o do material didático. A perspectiva sempre é do modelo pedagógico adaptativo, ou seja, que parte da trajetória e dos conhecimentos de cada aluno para verificar suas necessidades de aprendizagem e desenvolver um ensino personalizado. É “3o” porque os alunos continuam a realizar plenamente os objetivos do Ensino Médio. É “+” porque consiste em um esforço direcionado para um objetivo próximo: o acesso às melhores universidades. 7.5. Matriz curricular do 3o+

ÁREAS DE CONHECIMENTO

Linguagens e suas Tecnologias

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Matemática e suas Tecnologias

98

COMPONENTES CURRICULARES

CARGA HORÁRIA SEMANAL

Gramática e Redação

120

Literatura

80

Total da área de conhecimento

200

História

120

Geografia

80

Filosofia

40

Total da área de conhecimento

240

Física

120

Química

80

Biologia

120

Total da área de conhecimento

320

Matemática

80

Geometria

80

Total da área de conhecimento

160


7.6. Itinerários Formativos do Ensino Médio A Lei no 13.415/2017 alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabeleceu uma mudança na estrutura do Ensino Médio, ampliando o tempo de permanência do estudante na escola e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, representada pelos Itinerários Formativos. Conforme estabelecem os Referenciais Curriculares para a Elaboração de Itinerários Formativos, publicados pelo MEC e pelo Conselho Nacional de Educação, os itinerários formativos denominam o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outras situações de trabalho, que os estudantes poderão escolher no Ensino Médio. Para o Colégio Magno, a proposta dos Itinerários Formativos é bem-vinda e conduz a um modelo educativo que já vem sendo trilhado pela Escola ao longo de sua história, com a flexibilização curricular. De forma pioneira, nos anos 2000, o Colégio se preocupava em oferecer distintas oportunidades para que os alunos desenvolvessem novas competências, testassem seus interesses e ampliassem os horizontes de sua formação. Naqueles anos, então, já era possível ao aluno optar entre cursos de Gastronomia, História da Arte, Comunicação, Mecatrônica, Ambiente, entre outros. Com a crescente demanda social por desempenho acadêmico, por exemplo, a partir da publicação dos resultados do ENEM, a Escola desenvolveu outras modalidades de formação, que agora será a primeira etapa da implantação da Lei no 13.415/2017 no Magno. Vale lembrar que a carga horária ofertada no Magno já supera, em muito, tanto as horas mínimas da legislação atual como a carga definida pela Reforma, o que dá margem para o pleno cumprimento das exigências legais. Assim, a proposta dos Itinerários Formativos permite a reorganização formal de parte do percurso escolar em áreas centrais do currículo, de forma plenamente integrada ao Projeto Pedagógico do Magno, bem como a ampliação em dimensões que desejamos aprofundar. Assim, tendo já assegurada a carga horária legal estabelecida pela legislação, a proposta curricular para o Ensino Médio vigente no ano de 2021 trará os itinerários descritos a seguir.

99


1) Itinerário Internacional (High School & High School Light) O Itinerário Internacional, representado pelos cursos High School e High School Light, conforme descrito ao longo deste Projeto Político-Pedagógico, conferem ao aluno a perspectiva de formação para a cidadania global. Não se tratam de cursos de Inglês, mas um curso “em” inglês, que permite ao aluno ampliar seus horizontes de referência cultural, aprofundar conhecimentos em diversas áreas, como História, Literatura, Comunicação, Saúde, Política e Economia, além de um conjunto diversificado de competências – todas congruentes com as Competências gerais e específicas definidas pela BNCC. Na matriz curricular abaixo, é possível ver quais são as disciplinas e a carga horária correspondente a cada uma delas. A seguir, as matrizes propostas e o significado de cada componente curricular. • Composicion & Literature: Produção de textos e Literatura • Speach: Exposição oral e argumentação • Health: Saúde e autocuidado • US HIST: História dos Estados Unidos • Marketing: Comunicação e Marketing • Economy: Economia • Debates: Debates e argumentação High School 1º semestre

Freshman (9 ano) o

Sophomore (1 EM) a

Junior (2a EM)

2º semestre

curso

carga horária

curso

carga horária

C&L 1A

45

C&L 1B

40

SPEECH 1

(anual)

SPEECH 1

30

HEALTH

(anual)

HEALTH

30

C&L 2A

(anual)

C&L 2A

30

US HIST A

45

US HIST B

40

SPEECH 2

(anual)

SPEECH 2

30

C&L 2B

(anual)

C&L 2B

30

ECON

30

MKT

30

DEBATE

(anual)

DEBATE

30 410

Carga Horária Total (em horas) High School Light 1º semestre

Freshman (1a EM)

Sophomore (2 EM) a

Carga Horária Total (em horas) 100

2º semestre

curso

carga horária

curso

carga horária

C&L 1A

45

C&L 1B

40

SPEECH 1

(anual)

SPEECH 1

30

HEALTH

(anual)

HEALTH

30

C&L 2A

(anual)

C&L 2A

30

US HIST A

45

US HIST B

40

SPEECH 2

(anual)

SPEECH 2

30 290


101


2) Itinerários de aprofundamento acadêmico Esses itinerários correspondem às opções de aprofundamento na área acadêmica. Serão ofertados itinerários propedêuticos em cada dimensão do currículo: Linguagens e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias. Cursos propedêuticos (Componente Curricular x Carga Horária Total) Linguagens e suas Tecnologias. Componente Curricular

Carga Horária

Gramática e Redação

120

Literatura

80

Produção Textual

80

Total da área de conhecimento

280

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Componente Curricular

Carga Horária

História

120

Geografia

80

Filosofia

80

Total da área de conhecimento

280

Ciências da Natureza e suas Tecnologias Componente Curricular

Carga Horária

Física

120

Química

80

Biologia

120

Total da área de conhecimento

320

Matemática e suas Tecnologias

102

Componente Curricular

Carga Horária

Matemática

80

Geometria

40

Total da área de conhecimento

120


3) Itinerários Nacionais (50 horas cada curso) Por fim, completam a oferta dos itinerários um conjunto de projetos que têm por objetivo estimular o protagonismo do aluno, a construção de projetos de vida e o engajamento nas intervenções sociais. Em cada campo do conhecimento serão organizados diversos projetos voltados para os problemas contemporâneos, favorecendo a inserção dos jovens no contexto em que vivem e, desde já, permitindo que construam suas perspectivas de futuro. Linguagens e suas Tecnologias. Título do Itinerário

Descrição

Jovens Líderes

O projeto tem como mote central o desenvolvimento das competências necessárias para o empreendimento em qualquer área. O empreendedor é, independente do seu ofício, alguém que se propõe a realizar algo e que está disposto a superar os desafios encontrados no percurso. Empreender é, acima de tudo, uma questão atitudinal. Para isso, serão propostas atividades que incentivem e potencializem a participação e o engajamento dos estudantes, que possibilitem a escuta, o levantamento de hipóteses, a argumentação, a resolução de problemas e, essencialmente, promovam a consciência da responsabilidade de cada um na construção de seus projetos de vida.

Comunicação e Mídias Digitais

Itinerário no formato de laboratório em que os participantes aprenderão sobre autoconhecimento para produção da autenticidade de conteúdo, comportamento estratégico nas mídias sociais, comunicação e expressão na produção de material digital e relacionamentos em rede. A prática se dará por meio da experimentação de ferramentas criativas do design.

Jornalismo Digital

Itinerário formativo de jornalismo digital em caráter de laboratório em que os participantes aprenderão sobre produção jornalística a partir de uma jornada investigativa e criativa sobre a juventude.

Metodologias Ágeis

As práticas ágeis buscam fomentar processos mais dinâmicos e eficientes, potencializando a comunicação, as ações em grupo e a elaboração de projetos. Tal qual objetivam-se os pilares das Metodologias Ágeis, este curso apresentará as etapas de desenvolvimento de um projeto, convidando os estudantes a atuarem como protagonistas de seu próprio conhecimento, compartilhando informações, experiências e saberes.

103


Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Título do Itinerário

Descrição

Empreendedorismo e Mundo do Trabalho

Atualmente, existe grande interesse vindo de vários campos empresariais e sociais em relação à capacidade empreendedora dos jovens. Incentivar esses jovens desde cedo e provocar o sentimento e o desejo de desenvolverem seus próprios negócios, sejam eles empresariais ou sociais, incentivando assim a criação de uma mentalidade nova e diferente, formam os alicerces desse estudo.

Brasilidades

A proposta desse Itinerário Formativo é apresentar as diversas formas de interpretar o Brasil ao longo de sua história, problematizando o processo de construção da sociedade, território e identidades nacionais até o momento atual. As sequências didáticas serão construídas de forma transdisciplinar para que possamos conhecer nossa história, reconhecer nossa diversidade, analisar nossos problemas e compreender nossas complexidades sociais.

Modelos Políticos e a Ficção Científica

O objetivo do programa é apresentar de forma crítica os modelos políticos e formas de governo predominantes no mundo ao longo dos séculos XX e XXI. Visando esclarecer as distinções entre Democracia, Monarquia, Liberalismo, Socialismo, Social Democracia, Neoliberalismo, entre outros, os estudantes serão levados à criticidade de tais modelos, por meio das produções de ficção científica (literatura e cinema). O intuito é a elaboração de novas propostas possíveis a partir de mundos imaginários e, por vezes, realizáveis.

Gestão e Produção Cultural

Este itinerário traçará um percurso geral para a gestão da cultura, que pode ser aplicado na produção de eventos, em políticas públicas para a área cultural, no desenvolvimento de carreiras artísticas, gestão de espaços culturais e afins. A proposta é discutir os aspectos que envolvem a produção da cultura de maneira ampla e, ao mesmo tempo, fornecer ferramentas técnicas para sua atuação prática na área, que será experimentada através de oficinas.

104


Ciências da Natureza e suas Tecnologias Título do Itinerário

Descrição

Energias Renováveis e Eficiência Energética

Saber discernir entre uma fonte de energia renovável e uma não-renovável, debater as vantagens e desvantagens de seu uso, comparar as diferentes fontes de energia do ponto de vista da eficiência, disponibilidade e acessibilidade são temas de grande relevância na sociedade atual. Neste estudo, serão apresentados os tipos de energia, métodos para análise de consumo, princípio de funcionamento de uma miniusina e soluções caseiras de geração ou reaproveitamento de energia para uso local.

Imunologia e Saúde Pública

Este curso tem como propósito compreender a situação do bem-estar da população brasileira e as políticas governamentais para o enfrentamento dos problemas de saúde. Além de desenvolver a criticidade sobre os aspectos de prevenção e promoção humana, com enfoque nas questões sociais, políticas e econômicas, discussões acerca das desigualdades e vulnerabilidades sociais no contexto de vida farão parte do palco desse estudo.

Biotecnologia e Ética

Tendo em vista o incentivo da busca do conhecimento da ética e da bioética como saberes mediadores da ciência, este itinerário formativo convida os estudantes a discutirem os princípios do comportamento humano à luz da Biotecnologia. Temáticas como clonagem reprodutiva, terapia gênica e riscos ocasionados por transgênicos, formam o pano de fundo deste estudo.

Mundo Sustentável

Quais são as condições necessárias para um modo sustentável e que obstáculos precisam ser superados para se alcançar esse ideal? Procurando desmistificar as chamadas “falsidades ecológicas”, esse estudo explorará os aspectos da sustentabilidade em uma perspectiva ambiental, econômica, social e cultural, analisará os impactos de ações antrópicas e de riscos ambientais, e estimulará o desenvolvimento e a aplicação de alternativas promotoras de sustentabilidade.

105


Matemática e suas Tecnologias Componente Curricular

Carga Horária Semanal

Gestão Financeira e o Jovem investidor

O itinerário formativo visa a promoção de bons hábitos financeiros, proporcionando um conjunto amplo de orientações nas potencialidades do uso do dinheiro. Auxiliando assim, na conquista da independência financeira dos jovens e de suas respectivas famílias, promovendo melhor qualidade de vida a todos, respeitando princípios morais, sustentáveis e éticos.

Nossa casa está mudando?

Estudar as moradias brasileiras no século passado e empreendimentos imobiliários atuais de grandes metrópoles brasileiras, bem como as moradias de comunidades, comparandoos sob o ponto de vista de dimensões, uso do espaço, modelo familiar, capacidade de escolhas, etc., traz possibilidades de reflexão sobre as transformações pelas quais os modos de viver passaram ao longo do tempo, tanto em suas relações com o território quanto com as próprias moradias. Nesse sentido, os alunos escolhem habitações e zonas de seu município para fazerem esse estudo, discutindo os problemas encontrados e propondo soluções.

Gamificação

A proposta vislumbra a jornada da compreensão do conceito de Gamificação, a reflexão sobre sua realidade e a criação de um protótipo funcional. A prototipagem estará alicerçada em estratégias do design thinking, que consiste em usar recursos e componentes dos games, para resolver uma situação-problema e promover a aprendizagem.

Jovem Programador e Jovem Cientista

Com o intuito de impulsionar e desenvolver o lado programador e cientista que há em cada um de nós, esse estudo convida à resolução de situações-problemas de forma eficiente, interdisciplinar e “fora da caixa”. Por meio da metodologia STEAM, os participantes experimentarão e vivenciarão o pensamento científico de maneira interpretativa e reflexiva.

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