Proposta gráfica da coleção
Discutindo a História Geral e do Brasil
R para Editora Atual
Introdução O presente documento apresenta a proposta gráfica para a coleção de 30 livros que é dividida em dois títulos principais: Discutindo a História e Discutindo a História do Brasil, para a Editora Atual, da Editora Saraiva. A ideia central foi direcionar o olhar para o livro como objeto histórico que resiste e age, mesmo em outras plataformas mais contemporâneas, como fonte de conhecimento. Para tanto, foi pensado o público a que se destina e uma nova abordagem estética para a renovação gráfica de uma coleção já existente e que fora projetada na década de 1990, com estudos para resgatar elementos gráficos de livros antigos, contrapostos a elementos contemporâneos, mas que apontassem para caminhos onde apesar dos elementos serem aparentemente distintos, pudessem gerar uma unidade para a coleção. A solicitação da editora, envolve também o design de uma matriz eletrônica tanto para a mídia impressa como para a eletrônica (e-pub). Esta proposta contempla apenas a linha gráfica escolhida e uma amostra dos elementos do manual da matriz para a mídia impressa. Os manuais para ambas as mídias serão feitos posteriormente após a aprovação do projeto. E para a mídia eletrônica, será feito uma outra abordagem, já que se trata de uma mídia distinta e que ainda possui limitações gráficas. Design, é algo que se move entre estética e funcionalidade, através de pesquisas, conhecimentos técnicos e artísticos, porém no âmbito popular o “gosto”, no caso o visual, passa de uma forma ou de outra pela subjetividade e, espero que neste sentido, o trabalho encante e seduza.
Sinceramente, Márcio Koprowski
As capas anteriores
Design simples, solto nas regras de impressão, com poucas normas no deslocamento de letras e com pequena diferença entre os tons de verde e azul que em alguns exemplares, resultaram em pouca diferenciação de tonalidade.
Proposta de identificação da coleção cria unidade, mas não cria muita distinção.
Identificação de pequena poluição visual na leitura do título principal e no nome do autor pela interferência de retângulo central e, neste caso, por falta de impacto na tipograf ia escolhida.
Ausência de padrão do alinhamento da aplicação da imagem principal da capa.
Falta de padrão para os nomes dos autores.
As capas As capas deram início ao projeto, apesar de ser um caminho arriscado, já que se trata do elemento gráfico que tem caráter de embalagem, envolve e abraça todo o projeto, foi a partir deste ponto que surgiram as análises dos problemas dos livros anteriores e as primeiras pesquisas em direção a seleções de elementos gráficos dos livros antigos.
Lombadas de livros antigos Da seleção e de uma análise o que mais marcou foram os ornamentos extremamente trabalhados das lombadas. Existia de forma geral uma atenção para a lombada no passado, mais do que para a capa, para facilitar a identificação nas prateleiras. Dentre os métodos apresentados o que utiliza as quebras da lombada, feitas para fortalecer o uso do livro, como área gráfica é possivelmente a que mais remete a sensação de livro antigo. Como o livro em questão possui uma lombada pequena, a ideia então foi a de deslocar e expandir este elemento gráfico para a capa em si. Nas soluções tradicionais de encadernação, além do couro cru ou havana, utiliza para tingimento 3 cores sóbrias principais: azul marinho, verde escuro e vinho. Destas, apenas o azul marinho não foi usado. E, o dourado e preto entram como cores de destaque para ornamentos nos títulos e informações textuais.
17,0 cm
Alguns estudos da extensão da lombada para a capa
Ornamentos Mais destaque
20,7 cm
Autor
24,0 cm
Ornamentos
para a Imagem Imagem + informações adicionais Elemento simples quebrando Texto Título
Todas as informações importantes
13,7 cm Comparativo de tamanho desta versão
Imagem
Mais destaque para a Imagem
Logotipo
Logotipo
com a versão anterior
Apresentação das capas Discutindo a História e Discutindo a História do Brasil.
Paleta de cores das capas Para capa Discutindo a História Dourado
Vermelho escuro
5%C 15%M 70%Y 20%K
0%C 100%M 100%Y 50%K
Vermelho 0%C 100%M 100%Y 30%K
Preto 100%K
Para capa Discutindo a História do Brasil Dourado
Verde escuro
5%C 15%M 70%Y 20%K
60%C 55%M 100%Y 60%K
Verde 55%C 40%M 80%Y 45%K
As lombadas apresentam a cabeça da alegoria, mas prevêem abreviação dos nomes dos autores, quando forem muito longos.
Na 4ª capa, uma sugestão para código
Capa para a coleção Discutindo a História.
Foi usado outros nomes que não os dos autores para
de barra com formato de livro e que mantém a funcionalidade da leitura eletrônica
Capa para a coleção Discutindo a História do Brasil.
O círculo central e o logo da editora são os únicos
mostrar que o espaço contempla mais de um nome
elementos em branco.
e nomes mais extensos.
A proposta para as capas é a de duas imagens p/b sobre fundo “dourado” que são divididas na mesma proporção, a intensão é criar um impacto sutil e, com os contrastes do período de tempo em que se situam, podendo apresentar as dicotomias geradas entre os poderes que definem os rumos da história.
Elementos de diferentes origens entram adaptados e estilizados em um mesmo contexto:
• A linha dupla que divide áreas de informação.
• Apesar de ser um elemento limpo e aparentemente contemporâneo que invade e marca a página no centro com sombra, abrange todas as informações com a função de emblema, paradoxalmente é uma das formas mais primitivas de representação: o círculo. • Reprodução de alegoria de história, com a musa grega Clio ao centro, é baseada na pintura História (1892) do grego Nikolaos Gysis (1842-1901), o principal representante do movimento artístico grego do século XIX conhecido como Escola de Munique ou realismo acadêmico, foi produzida em vetor para remeter a marca dos antigos clichés de metal e reforçar a ideia de emblema do círculo.
• Ornamento inferior de vaso grego - Discutindo a História
• Ornamento lateral de vaso indígena Marajoara Discutindo a História do Brasil
Vaso grego com Dionísio -
Vaso Marajoara -
520 a.C.
400 d.C.
O miolo do Design anterior Temos que levar em consideração a época em que foi projetada esta coleção, bem como a limitação eventualmente orçamentária para tamanho do livro e quantidade de textos e imagens. Porém, como o trabalho solicitado é de criar “inovação”, segue pequenas considerações sobre o projeto anterior.
Alguns elementos como a capitular acabaram
padronagem com elementos renascentistas para
f icando grosseiros quando invadem quatro linhas e
Discutindo a História
ultrapassaram a Altura de Versal, ou mesmo a escolha de uma fonte caligráfica que tem o mérito de destacar
Outra sugestão f ica para as 2ª e 3ª capas, com padronagens para remeter as folhas de guarda de livros antigos.
para o leitor que ele está entrando em um novo capítulo ou seguimento, mas não foi uma escolha harmônica no contexto geral. O entrelinhamento do texto era muito aper tado. As áreas como a Bate-Papo com o Autor ou Cronologia não possuíam diferenciais gráf icos representativos. Os mapas bem como tabelas e gráficos, muitos e variáveis, não seguem um padrão gráf ico que monte uma unidade interna. As imagens não seguem uma norma em suas aplicações, por vezes o texto as contornam e por vezes não o fazem, o que também implica em falta de uma unidade gráf ica.
padronagem remete a azulejos para Discutindo a História do Brasil
Diagrama e grades O documento do miolo inteiro se baseia em uma grade construída estabelecendo normas, de forma que imagens, olhos, notas de rodapé entre outros elementos obedeçam uma linha gráfica concisa e coerente. Apesar de aparentar rigidez, este jogo de divisões é bastante flexível e prima por clareza de informação. Linhas gerais do diagrama
Área reser vada para sangria.
Área geral para textos e imagens.
Elementos f ixos para página dupla. Título da obra à esquerda e título do capítulo à esquerda, com paginação automática.
3 colunas guias para elementos gráf icos.
Áreas chaves horizontais ser vem como referência.
O miolo no diagrama
O diagrama possui área para sangria de 5 mm, 3 colunas que o cortam na vertical e mais 6 áreas horizontais como guias de referência. No centro duas guias vermelhas indicam o centro do diagrama, respeitando os recuos das margens de 15 mm na área externa e parte superior e, 20 mm no pé da página e a área interna.
Foi criado um emblema como elemento gráf ico para a 23ª edição reformulada, seguindo a mesma linha
Uma guia verde indica a área limite para o texto
do círculo central.
começar em um capítulo. A guia amarela serve para alinhar a primeira linha do título do capítulo. Toda a diagramação esta justificada na vertical para alinhar o texto no topo e na base das margens, portanto quando se termina um capítulo usa-se para a última caixa de texto a justificação no topo.
Uma área preta foi criada para dar unidade para todo o miolo. Na figura abaixo a foto do autor (aqui não é o autor real) ganha um espaço de uma coluna e alinhasse à linha horizontal que leva ao seu nome.
O documento tem Estílos de parágrafos definidos e automatizados.
Todo final de texto fecha com um elemento gráfico de estilo Arts & Crafts
Seção de Bate-Papo ganhou um design arrojado.
A área de citação ganhou um corpo de 10 pontos ao invés de 11 pontos do texto e um estilo para eventual assinatura.
Os subtítulos possuem um recuo e uma linha vertical, que é um elemento recorrente no miolo.
Elementos gráficos no miolo Neste projeto, o design do livro contempla diversas maneiras de espaçar as imagens no diagrama. É uma opção baseada nas ideias do designer alemão Jan Tschichold (1902-1974), que em seu livro Die neue Typographie (1928) [A nova tipografia], a respeito do bom e do mal design, defende a distribuição das imagens de acordo com o conteúdo, Um bloco de cinza, preto com 15%, é a moldura que
ao invés de forçar o texto a envolver blocos
as imagens ganham para ter mais destaque, e podem
ancorados ao centro ou às margens da página.
se compor tar ultrapassando este bloco em direção a sangria, mas não em direção ao texto.
Dois mapas foram criados como exemplo de linha gráfica Elementos em comum para Discutindo a História e Discutindo a História do Brasil
Na área preta criada, pode ter imagens inseridas com um fundo de 80% de preto por baixo, o que, neste tipo de livro, dá um aspecto de inovação. Linha de 5 mm e elemento de fechamento de texto com preto em 50%.
Abre seção em
Abre seção em Discutindo
Discutindo a História
a História do Brasil
Elementos da Arts & Crafts Distorcidos para a dobra da página. Baseados em ornamentos medievais, com preto em 50%e com transparência de 30%.
a ser seguida. Eles não estão realmente dando a dimensão cartográfica histórica, mas sim dando direção para uma unidade gráfica.
Elementos extras Aqui não foi produzido nenhuma tabela como referência, entretanto, a linha do tempo na seção de Cronologia, contempla uma solução viável, limpa e agradável para tabelas. É uma tabela feita com espaçamentos precisos e indica a linha cronológica de forma funcional.
Na seção Discutindo o texto, surge uma sugestão de linhas para anotação, já que se trata basicamente de um questionário, para as duas últimas páginas.
Paleta de cores do miolo Já que o miolo é em apenas em uma cor esta paleta se torna padrão para toda a coleção Black
Black 15%
100%K
15%K
Black 50% 50%K
John Baskerville (1706-1775) Foi um respeitado mestre calígrafo e impressor de Birmingham, Inglaterra. Ele mudou o rumo da tipografia quebrando as regras e a tradição do sistema de impressão de sua época. Descontente com o resultado obtido na
Tipografia A tipografia principal escolhida para o projeto foi a ITC New Baskerville. ITC New Baskerville Roman ITC New Baskerville Small Caps & Oldstyle Figures ITC New Baskerville Italic ITC New Baskerville Italic Oldstyle Figures
impressão de seus tipos, ele mudou o design
ITC New Baskerville Bold
das máquinas impressoras e produziu papel
ITC New Baskerville Bold Small Caps & Oldstyle Figures
e tintas especialmente para garantir a qualidade na reprodução de textos. Suas idéias
ITC New Baskerville Bold Italic ITC New Baskerville Bold Italic Oldstyle Figures
revolucionárias não foram muito bem vistas e o reconhecimento só veio após sua morte. A excelente qualidade de sua impressão influenciou impressores famosos como Didot, na França e Bodoni, na Itália. Hoje, seus tipos
Q
são considerados representações de racionalismo do século XVIII e neoclassicismo. Legível e eminentemente imponente, Baskerville é uma fonte excelente para textos, muito definida e de alto contraste, suas formas a tornam adequadas até para elegantes peças publicitárias.
ITC New Baskerville® foi desenhada por John Quaranda em 1978.
Como tipografia secundária ou auxiliar foi escolhida para o projeto a Helvetica Neue. Entre as muitas variáveis desta fonte a mais usada no projeto foi a Helvetica Neue 57 Condensed. Helvetica Neue 45 Light Helvetica Neue 46 Light Italic Helvetica Neue 53 Extended Helvetica Neue 55 Roman
Helvetica é uma fonte tipográfica sem-serifa considerada como uma das mais populares do mundo.
Helvetica Neue 57 Condensed
Foi criada em 1957 pelos designers
Helvetica Neue 57 Condensed Oblique
Max Miedinger e Eduard Hoffmann.
Helvetica Neue 65 Medium Helvetica Neue 75 Bold Helvetica Neue 77 Bold Condensed Helvetica Neue 83 Heavy Extended Helvetica Neue 95 Black Helvetica Neue 97 Black Condensed
Devido às preocupações que originaram seu desenho, é uma das fontes mais associadas ao modernismo no design gráfico.
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