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Heródoto Barbeiro ................................................................................................ 4 e

chapa o presidente do Rio Grande do Sul e ex- ministro da fazenda do presidente Washington Luís, Getúlio Vargas. A eleição no sistema antigo, mais uma vez, aponta a vitória do candidato oficial, Júlio Prestes. O resultado é proclamado aos quatro ventos e, mais uma vez, a oposição denúncia fraude e manipulação. Não tem legitimidade, dizem os aliancistas, com o apoio de segmentos do exército. Esta crise política não é igual às outras. Detona um levante armado que culmina com a deposição do presidente, o exílio do eleito e a ascensão de Vargas ao poder, onde fica por 15 anos. Acabou-se o voto a bico de pena. Acabaram as eleições com a ditadura que sobreviveu até 1945.

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Os negadores da ciência ontem e hoje

João F Aranha

Cidadão e Repórter

Em algum momento da história da humanidade, o homem se deu conta de que não sabia nada ou quase nada sobre si mesmo e o meio que o cercava. E foi mais além ao concluir que muitas coisas que julgava saber poderiam não estar certas. Nesse momento histórico onde poucos começaram a defender que nenhuma ideia ou teoria seria sagrada ou inquestionável, iniciou-se uma reação daqueles que julgavam que tudo era imutável e o que fosse importante saber a respeito do mundo já era conhecido. Tomemos como exemplo a Grécia antiga, onde o pitagorismo representou uma grande flexibilidade de pensamento, desenvolvendo suas investigações e difundindo suas ideias que encontraria na matemática um modelo preferido de raciocínio Já os filósofos conhecidos como pré-socráticos debruçaram-se sobre as questões da natureza e do universo, mas encontraram forte reação dos sofistas que negaram muitas de suas idéias afirmando que não havia um único princípio que a tudo comande, onde os valores e a própria verdade são instáveis e relativos Nasceu daí a palavra “sofisma”, que têm falsos argumentos. Sócrates, por sua vez, dizia que num mundo onde todos têm razão, ninguém as tem e que era preciso conhecer a essência das coisas. Através do diálogo mostra a prudência que se deve ter ao emitir uma opinião. Conhecimento e virtude são sinônimos e nesse sentido pode-se considerá-lo como fundador da ética. O seguidor de Sócrates, Platão, defendia que as opiniões não podem proporcionar o verdadeiro conhecimento, por fazer parte do mundo sensível, onde cada um se apega a um aspecto das aparências, transformando-as em suas “verdades”. Para ele o mundo inteligível, ou seja, o mundo das essências e das ideias era o verdadeiro mundo real. Caberia aos homens ter coragem para sair do mundo de sombras da caverna em que vivem e acostumar-se à claridade que o mundo inteligível lhes proporciona. Aristóteles - Ideias que perduraram por 500 anos Discípulo de Platão, Aristóteles se contrapõe às suas ideias e, ao estudar os seres vivos e tudo que a natureza contém, voltou a considerar a concepção do mundo sensível, integrando essa percepção ao conhecimento científico e filosófico. As ideias de Aristóteles partindo do ser que engloba todas as coisas existentes, fornecerá bases sólidas para uma unificação das ciências e da existência de “um só mundo”. A concepção que tinha do universo era que os corpos celestes são estáti-

cos, com movimentos circulares, perfeitos e eternos, sem começo nem fim. Seu entendimento baseado mais na razão particular que fazia das coisas e menos na observação do meio físico que ele mesmo defendia, o levaram a ser considerado, futuramente, de forma ambivalente, onde alguns o consideravam um “verdadeiro cientista” e outros um “enorme obstáculo ao progresso científico”. De qualquer forma, sua concepção de Deus, sua defesa de uma “vida reta”, a busca da felicidade, que não é a vida do prazer, e outros conceitos relacionados à virtude, farão com que seus conceitos continuassem incontestes por quinhentos anos após sua morte e ocupassem um lugar central nas doutrinas da poderosa igreja medieval, desencorajando que teorias alternativas surgissem no decorrer de séculos. A igreja católica encampou os pensamentos de Aristóteles, inclusive a concepção de que a Terra era imóvel e era o centro do universo, algo que parecia perfeitamente de acordo com o senso comum, já que qualquer pessoa podia observar que o Sol, a Lua e as estrelas se movimentam; no entanto, nada havia na época, que pudesse mostrar o movimento da Terra. A verdade, então, passou a ser aquela que estava escrita nas Escrituras e, qualquer dúvida que por ventura houvesse, seria sanada pelos religiosos. As palavras de Santo Agostinho, ditas no século V, que escritos sagrados não pretendem ensinar ciência, já que “tal conhecimento em nada contribui para a salvação”, não foram levadas em conta. Aparece então a figura de Galileu Galilei (15641642) que, com seus estudos e experiências encampa os pensamentos do heliocentrismo de Copérnico e, com o advento do telescópio, formula outras que o levariam a ser considerado o pai da ciência moderna. A Igreja, muitas vezes, não tem como provar que todo pensamento de rebeldes como Giordano Bruno e Galileu esteja certo ou errado; o que interessa é que contrariam a interpretação literal que é feita das escrituras e a desobediência não pode ser tolerada, principalmente nos tempos em que surgiria o Protestantismo e, com a invenção da prensa móvel, os pensamentos começavam a alcançar boa parte da população. Galileu se defende das acusações de que foi vítima, afirmando que a Igreja está cometendo um grave erro pois “Eles estendiam essa autoridade {da Bíblia e dos Santos Padres} a tal ponto que, mesmo em assuntos puramente físicos - nos quais a fé não está envolvida, exigiam que abandonássemos completamente a razão e as evidências de nossos sentidos em favor de uma passagem bíblica, embora, sob o significado superficial de suas palavras, essa passagem possa ter um sentido diferente. ”E Galileu vai mais adiante ao dizer: “Ele {Deus} não exigiria que negássemos o bom senso e a razão em assuntos físicos que são expostos a nossos olhos e mentes pela experiência direta ou por demonstrações necesGalileu - Frente a inquisição de Joseph Nicolas Robert Fleury Museu Rijksmuseum - Amsterdã - Holanda

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