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Malu N. Gomes ......................................................................................................56 a

Aqui entre nós

Perguntas do Leitor Estou sempre às ordens para responder dúvidas e para sugestões de temas para novos artigos. Escrevam para a Magazine 60+ ou se preferirem para o e-mail qualidadevidaidosos@gmail.com.

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Paulo Navarro Gomes – Guarulhos, SP – É natural a pessoa apresentar falhas de memória com o avanço da idade? A atenção fica prejudicada no idoso? A pessoa, à medida que envelhece, vai perdendo sua capacidade de concentração? Paulo, muito obrigada. Os lapsos de memória são realmente uma preocupação e suas perguntas me estimularam a escrever o artigo “Somos aquilo que lembramos” nesta edição do Magazine 60+. Espero que goste! Manuel Carlos Hermano – Ilha Bela, SP: “Meu nome é Manuel e tenho 71 anos. Faço tratamento de câncer e nesse momento estou tomando muitos remédios. Meus médicos são de São Sebastião e um deles recomendou eu contratar um acompanhante. Eu até tenho condições de pagar uma pessoa, mas estou há anos morando só e não sei se vou me adaptar” Manuel, existem momentos na vida de qualquer pessoa em que passa a ser fundamental a presença de outras pessoas, principalmente em se tratando do caso de uma doença como essa. Há várias agencias de cuidadores e você pode recorrer a elas, sem nenhum problema. Uma pessoa com 71 anos ainda possui muita vida pela frente. A medicina está evoluindo cada dia mais e logo você irá retomar sua vida, livre dessa doença e de tantos desconfortos. Nunca é demais lembrar que o fato de morar sozinho não significa ser um solitário. A presença de familiares e amigos é sempre bem-vinda. Conversas sobre assuntos diversos, a alegria de conhecer outras realidades de vida, a possibilidade de ajudar algumas dessas pessoas ou a comunidade, contribuirão para que você tenha saúde física e mental e seja grato à vida por tantas experiências que ela lhe tem concedido. M.C.R. – Rio de Janeiro, RJ: “Prefiro não falar meu nome. Meus filhos dizem que estou com Alzheimer, mas eu não sinto nada diferente. Gostaria de saber como posso saber disso sem precisar depender deles e se existem remédios para a cura.” M.C.R., Alzheimer é uma doença e, como toda doença, deve ser diagnosticada por um médico. Provavelmente você apresenta alguns lapsos de memória, distrações em algumas das atividades rotineiras e outras condições que fazem que seus filhos se refiram a essa doença, talvez como provocação para você prestar mais atenção ao que faz ou diz. Talvez sejam dificuldades comuns a idosos e não uma doença. Veja a resposta dada acima ao leitor Paulo Navarro Gomes. Recomendo fortemente que você procure um médico neurologista e relate essa situação. Este médico há de lhe aconselhar da melhor forma possível. J. Moltaban – Maringá, PR: “Meu pai com 86 anos está bem de saúde, mas só quer ficar em casa enfiado em livros. Há meses, desde que minha mãe faleceu não quer encontrar amigos e nem mesmo as netas adolescentes. O que podemos fazer para ajudar?” J. Moltaban, o processo de luto é vivido de uma forma muito particular. Algumas pessoas choram copiosamente ao se lembrar da pessoa que se foi; outras precisam extravasar suas energias trabalhando pesadamente para não ter que pensar na falta que sentirão e no vazio que se instalará em suas vidas. Seu pai talvez esteja preferindo ficar no silêncio, isolado de tudo e de todos até se sentir mais forte para enfrentar o presente e o futuro. Se ele se recusa a encontrar familiares e amigos consultem um geriatra para que ele recomende os tratamentos necessários sob o ponto de vista da medicina, mas não podemos esquecer do componente comportamental. O projeto Feliz Idade tem várias alternativas de ajuda. Aqui mesmo na Magazine 60+ você encontrará informações das atividades que desenvolvemos para os idosos.

Mosaico contemporâneo

João Alberto J. Neto

Analista de sistemas Fotos: enviadas pelo colunista

Muitas histórias de grandes artistas já foram contadas nessa pequena coluna e podemos perceber como regularmente o mosaico se apresenta para o indivíduo sob a sua forma mais terapêutica. Ele é sempre uma alternativa para aprender a se concentrar, conseguir ver um mundo que está quebrado se reconstruir em outro completamente diferente, muitas vezes mais belo, e com a certeza de que podemos recomeçar a qualquer momento. É comum, no mosaico, utilizarmos o mesmo tipo de material, por exemplo: pedra com pedra, azulejo com azulejo, vidro com vidro. O mosaico contemporâneo permite que trabalhemos com materiais diferentes, ou quaisquer materiais provenientes de reciclagem, ou seja, uma obra com materiais alternativos, não comumente utilizados em mosaicos manuais. A nossa artista desse mês é a Yara Fragoso, 66 anos, formada em letras, licenciada em língua inglesa pela Universidade Mackenzie e atuou profissionalmente como secretária bilíngue. Aprendeu a trabalhar manualmente com ponto-cruz e acompanhava o mundo das artes manuais através das revistas Casa & Jardim, Casa Claudia e outras voltadas para esse mesmo assunto. Há 20 anos passou por momentos difíceis de saúde e, mesmo recuperada, seu marido Hélio Fragoso, com quem é casada desde 1977, percebeu que faltava alguma coisa para lhe dar ânimo e auxiliar na sua recuperação. Solicitou à sua filha Ana Paula que encontrasse uma escola de mosaico para que sua mãe fizesse um curso. A escola escolhida foi a Pedacinho de Arte e o primeiro trabalho foi decorar uma mesa de churrasco. E a vida andou, acompanhada sempre pela mensagem do seu marido: “Seja Feliz!” Incentivada por seu companheiro e patrocinador, fez várias viagens e cursos, alguns internacionais, aprendendo e aprimorando a sua técnica e dando a sua cara às obras que criava. O mosaico contemporâneo entrou na sua vida em 2004, pela artista Rosangela Gasparin, de Curitiba, e através dele fixou-se como artista reconhecida nessa técnica. O abstrato é a sua forma preferida.

“ Me considero uma pessoa que gosta de fazer mosaico,

magazine 60+ #26 - Agosto/2021 - pág. 61

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