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João Alberto Neto (CAPA) .....................................................................................61 e
não uma artista. Às vezes levanto, sento no meu atelier e crio. Não com a intensão de vender, mas de fazer”. Estudou, aprendeu e com o conhecimento adquirido passou a dar aulas, aumentando ainda mais sua bagagem. O abstrato por Yara Fragoso -“A inspiração não brota do nada. Tudo parte de um material que te chama a atenção pelo seu formato. Depois disso vem a pesquisa de outros materiais, desenho, ferramentas e a partir daí inicia o trabalho, que vai evoluindo durante o processo. A ideia vai melhorando dinamicamente”.
Depois de 20 anos de estrada e muitas e muitas técnicas aprendidas e aplicadas, Yara lançou, no mês de junho de 2021, pela Editora Lux, o livro O Mundo do Mosaico por Yara Fragoso. Um livro com dicas de mosaico, como evitar erros, solução para problemas, com exemplos de técnicas, ferramentas, materiais, produzido com excelente material de impressão. “Um grande investimento, muito bonito, e o que mais me fascina, ilustrado com trabalhos feitos por mim”. É interessante como os artistas amam as suas obras. Por ele mesmo não venderia nenhuma, pois são como filhos concebidos por uma ideia ou inspiração momentânea. O artista sente o momento. Eu não sou artista, mas tenho meus momentos e minhas inspirações. Na ocasião em que fui ao atelier Garagem da Vovó entrevistar a minha amiga Lia Pereira, ao sair do meio de tantas obras fascinantes, percebi entre algumas caixas que foram colocadas na rua para serem levadas, um quadro em ponto cruz, meio desbotado, com a figura de uma bailarina de costas. Naquele momento eu achei belíssimo, mesmo com a moldura meio avariada. Por mim eu o levaria embora sem falar nada, mas como tinha outros compromissos agendados, liguei para a Lia e pedi que ela o recolhesse e guardasse para mim, para eu pegá-lo em outra ocasião. No dia seguinte Lia me ligou e explicou que o quadro não pertencia a ela e estava junto com o lixo por engano e me agradeceu. Disse também que a autora era a Yara Fragoso, uma grande amiga, e tomou a liberdade de contar o ocorrido a ela e perguntar-lhe se poderia cedê-lo a mim, pois eu o tinha salvado, e seu pedido foi atendido. Peguei-o algumas semanas depois, tentando lembrar qual ideia que tive no momento que o vi. Eu ainda o tenho guardado e a ideia do que eu faria com ele está guardada em minha cabeça bagunçada e ainda não consegui encontra-la novamente. No momento em que comecei essa entrevista, a primeira coisa que a Yara Fragoso me perguntou, foi : - O que você fez com aquele quadro da bailarina? - rimos muito, mas reforço que nossas criações são como nossos filhos. Esse, por enquanto, é só dela, mas quando eu encontrar aquela ideia perdida, também será meu.
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Até mais...
Referências: https://yarafragosomosaicos.com.br/produto/livro/?fbclid=IwAR0pF-ePHfTx2NDHtKW_uFZw_QxAl6GCJrk-8XEyuJLU_ pCYcx37raHgcCg
Em todas as telas Avós: nem melhor, nem pior, apenas diferentes
Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade
Julho se foi, mas seus últimos dias foram marcados por uma data importante: o Dia dos Avós, comemorado no dia 26. Uma referência à festa de Sant’Anna e São Joaquim, avós de Jesus Cristo, embora seja uma referência religiosa, que nem todos acreditam, é difícil não abraçar a data e celebrar com pessoas tão importantes na história de todos. Avós são a parte doce da trajetória de muitos, uma ancestralidade que faz parte de quem somos. Aos poucos a mídia de forma geral deixou de apresentá-los como os cuidadores dos netos, responsáveis apenas por deliciosos quitutes que marcam a infância. Hoje eles estão na ativa, e há quem nem goste de ser chamado de avô ou avó. Um exemplo da “nova avó”, se podemos chamar assim, está na reprise da novela “A Vida da Gente” (Globo), com a saudosa Nicette Bruno, que morreu recentemente vítima de covid-19. Sua personagem Iná, que eu já citei nesta coluna, é a avó das protagonistas de Fernanda Vasconcellos (Ana) e Marjorie Estiano (Manuela) e tem papel fundamental no apoio a elas e à bisneta Julia, vivida por Jesuela Moro, mas sua participação vai além. Uma mulher moderna como afirma repetidamente o namorado, interpretado por Stênio Garcia (Laudelino). Ela é responsável pelo baile da terceira idade da cidade, tem seus amigos, enfim toda uma vida além da família, e não deixa de ser um porto seguro para todos. Nicette Bruno com suas netas da novela, Fernanda Vascon celos e Marjorie Estiano (Divulgação/Globo)
A personagem Iná, de Nicette, além de avó amorosa, é res ponsável pelos bailes da terceira idade (Divulgação/Globo)