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Jane Barreto 41 e
Imagens: enviadas pela colunista Devolve o que conquistou, o que recebeu a vida toda! Devolve cuidado, devolve paciência, devolve serenidade, devolve sabedoria, devolve companhia, devolve afeto, devolve escuta, devolve o amor à natureza que o mantem. Plantamos as sementes, somos sementes... Temos em nossa história colheitas de longos tempos em que cultivamos saberes, sentimentos, relacionamentos, ações. A melhor hora para fazer é agora, hora de plantar! Estamos perdendo a oportunidade que temos de semear e regar o que nos é entregue e naturalmente precisamos devolver. Somos terra, somos grãos, somos adubo, somos brotos, que se transformam em mudas que florescem e dão frutos mas que estão rodeados de ervas daninhas e precisam ser podadas. Somos água que mata a sede e somos sol que ilumina e aquece. Somos ar que respira e respiramos o ar toxico que expiram com a ganância e a indiferença. A cada dia o homem se parece mais com a natureza, mas não se reconhece nela e se destrói quando pensa estar construindo aquilo que o engrandece, não reconhecer que a maior riqueza não está na riqueza dos ricos e cheios de si mas na pobreza dos que padecem e se esvaziam de si mesmo, esperam ser bem aventurados no espírito e serão consolados ...mas e até lá? Quando faremos diferente, quando faremos a diferença, amor ao invés de ódio, perdão ao invés de vingança, temperança ao invés do desespero? Somos grãos, somos sementes, somos sonhos, fecundamos a terra e estamos vivos! Mas até quando viveremos assim? Até quando esperar, até quando viver como se o normal fosse natural, até quando ficar na inércia dos que já revelaram suas verdades na hipocrisia? Desejo esperançar por dias melhores para sempre, onde tudo o que foi verdade permaneça sendo verdade, e o que for plantado com mentira não prevaleça. Quero doar o que recebi, quero envelhecer sendo, como diz minha sábia amiga, envelhece sendo o que podemos realmente SER: sonho, semente, ato, mente e voz...
Viva Cultura Depois do tempo
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Marcelo Conti
Buscar cultura não exige grandes pesquisas. A cultura está em todo lugar, o artista também. A criatividade manda o recado, e a vocação de alguém transforma a mensagem – seja qual for - em momentos que se eternizam, muitas vezes em raras oportunidades de plena felicidade. Era o início da década de 70, eu morava com minha família no bairro Jardins em São Paulo onde, em uma das esquinas havia um Restaurante – “Jardim do Chopp”. O Jardim do Chopp fez história nos anos 70 / 80, primeiro porque era diariamente freqüentado por, entre outros clientes, advogados advindos da Faculdade do Largo de São Francisco, e depois porque viveu momentos de glória (e de lotação) durante a disputa e conquista da Copa do Mundo de 70 pelo Brasil. Pela proximidade, nem que fosse só prá dar uma espiadela, bater um papo com os garçons, ou mesmo para beber alguma coisa, eu me acostumei a ir também. Havia, no entanto, algo mais ali além da boa comida. Um garçom de nome Ludimar de Miranda, ou Miranda, compunha poesias, e ao servir o que pedíamos nos brindava com declamações emocionadas de versos “feitos de palavras ditadas pelo coração”, segundo definição do próprio. Nasceu mineiro e poeta. Era incrível a facilidade com a qual aquele homem simples nos trazia os temas, derramando palavras misturadas com lágrimas enquanto viajávamos no infinito, imaginando como esses privilegiados têm a capacidade de falar por nós tudo aquilo que gostaríamos, mas não conseguimos... O tempo passou, eu me mudei e o Jardim do