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Contemporâneo (1866) foi uma antologia de poemas organizada visando resgatar a beleza formal, em contrapartida, combatendo o excesso de sentimentalismo dos poetas românticos, que haviam ignorado o rigor formal da escrita. Alguns dos participantes dessa coletânea se destacariam na nova escola que surgia, o Simbolismo, que “foi um importante movimento literário do final do século XIX. Autores como Baudelaire, Rimbaud, Camilo Pessanha, Cruz e Souza (Broquéis, Faróis, Últimos sonetos) são alguns dos escritores que produziram tal estética, com visões de mundo bastante pessimistas e uma linguagem marcada pela imprecisão e sugestão”. (mundoeducacao.uol.com.br). A linguagem utilizada pelos simbolistas era imprecisa, buscavam retratar o mundo segundo seus olhares subjetivos, utilizando figuras de linguagem, como a sinestesia (mistura de sensações), aliterações e assonâncias (repetições de sons consonantais e vocálicos, respectivamente). Metáforas, comparações e misticismo também costumam aparecer. Soneto: Ironia de Lágrimas – Cruz e Sousa Junto da morte é que floresce a vida! Andamos rindo junto a sepultura. A boca aberta, escancarada, escura Da cova é como flor apodrecida. A Morte lembra a estranha Margarida Do nosso corpo, Fausto sem ventura… Ela anda em torno a toda criatura Numa dança macabra indefinida. Vem revestida em suas negras sedas E a marteladas lúgubres e tredas Das Ilusões o eterno esquife prega. E adeus caminhos vãos mundos risonhos! Lá vem a loba que devora os sonhos, Faminta, absconsa, imponderada cega!
FONTES: https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/o-simbolismo.htm https://www.soliteratura.com.br/simbolismo/ https://escolaeducacao.com.br/ Curso de Literatura Cearense
magazine 60+ #30 - Dezembro/2021 - pág.42
