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Herodoto Barbeiro 4 e

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Jane Barreto 73 e

Jane Barreto 73 e

russo. A criação do Pacto de Varsóvia não traz o equilíbrio de forças desejável. É evidente que o Ocidente é militarmente mais poderoso. Os estrategistas do Pentágono consideram a América fora do alcance dos foguetes russos, já o inimigo não pode dizer o mesmo. Novas bases são instaladas na Europa Ocidental e o alcance das grandes cidades russas é muito mais factível. A disputa entre os dois líderes é obter vantagens políticas. Externamente para manter os seus parceiros-satélites, estejam onde estiverem. Internamente precisam alimentar o apoio da população e sabem que nada é melhor do que arrumar um inimigo externo para utilizar a ferramenta nacionalismo. O mundo acompanha com interesse e temor a disputa entre os dois líderes poderosos.

O presidente democrata americano mostra aos seus críticos, principalmente na mídia, que não é um fraco. Ao ter certeza que foguetes russos estão sendo instalados nas proximidades do país, entra em confronto direto com o ditador russo. John Kennedy e Nikita Khrushchov não dão sinais de apaziguamento entre as duas potências. Navios russos com mais rampas de lançamento se dirigem para Cuba, a ilha governada pelo ditador Fidel Castro, que se auto proclama o líder do movimento anti-imperialista americano. Kennedy decide o bloqueio naval de Cuba com ordem de afundar qualquer navio soviético que carregue material bélico. A União Soviética ameaça com um ataque nuclear caso haja qualquer afundamento de seus navios. O mundo está a um passo de uma terceira e fatal guerra mundial. Khrushchov recebe uma chamada no telefone vermelho que liga a Casa Branca ao Kremlin. Negociam. Os soviéticos retiram os mísseis de Cuba e os americanos retiram da Turquia. O mundo prendeu a respiração. Os navios russos dão meia volta com o material bélico e os Estados Unidos se comprometem a não invadir a ilha. Não há líderes fracos em nações fortes

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Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

teremos uma página no facebook enquanto isso, peça seu exemplar em pdf pelo email: contihq@hotmail.com

GENTIL GIGANTE

jornalismo

Blue Zones Os super seniors da Sardenha

Fotos enviadas pela colunista

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

Projeto Across Seven Seas www.acrosssevenseas.com

Se tem algo que curto muito em minhas viagens e explorações são as lembranças que ficam gravadas em minha mente, e todas aquelas memórias que aquecem o meu coração quando lembro-me das pessoas que conheci. Pois é exatamente assim que me sinto ao escrever neste momento em que escrevo sobre a maior riqueza da Blue Zone que visitei, a Sardenha, ou seja, sobre os super seniors sardos.

Você já deve saber da Missão Centenarian que criei com o objetivo de conhecer, de perto, todas as cinco Blue Zones, tendo iniciado pela bela ilha italiana, a Sardenha. Pode ter lido também o meu artigo sobre a entrevista que fiz com o Professor Gianni Pes, cofundador das Blue Zones, em que ele narra novos fatos sobre as famosas regiões dos supercentenários. Caso não saiba do que trato aqui, sugiro a leitura deste material para melhor degustar os relatos que farei sobre as pessoas que lá conheci.

Aprender italiano – conversar na mesma língua é fundamental Ciente do fato de que o povo italiano, no geral, não se preocupa em aprender a língua inglesa, inclui em minha Missão Centenarian o prévio estudo da língua italiana, tendo feito um curso da língua italiana, em Roma, para melhor estar preparada a conversar com os Super Seniors da Sardenha. Preocupei-me em reduzir qualquer barreira que me impedisse de me aproximar das pessoas, uma vez que viajei sozinha, sem contar com o intermédio de profissionais da ilha que poderiam me apresentar aos seus “conhecidos idosos”. Munida de minha paixão por conhecer gente e muito conversar, e desinibida para soltar o italiano recém-aprendido, senti-me preparada para me aproximar e conhecer os incríveis sardos. Conversar em italiano com os super-seniors que conheci foi fundamental para ter a receptividade que consegui. Todas as pessoas idosas que conheci foram muito

Maria Luiza simpáticas, comunicativas e até carinhosas comigo. E olhe que há quem diga que os sardos idosos não gostam dos estrangeiros. Não foi isso que vi por lá. Fiorella, de Lanusei – 95 anos – a professora que dançou comigo Conheci a senhora Fiorella enquanto caminhava pelas ruas de Lanusei na província de Ogliastra, no leste da Sardenha. Esta província está na parte montanhosa da ilha da Sardenha e possui duas capitais Tortoli e Lanusei, as duas maiores comunas da região. Fiorella estava sentada em uma cadeira na calçada de sua casa ao lado de sua acompanhante chamada Maria. Nascida naquela comuna, Zia (tia) Fiorella chamou-me a atenção pois de longe eu via como ela buscava conversar com as pessoas que por ela passavam. Eu vestia uma máscara de proteção. Elas não. Parei em frente às duas como que para pedir uma informação e ela logo pegou a minha mão e me perguntou se eu estava passeando por lá. Maria tentou conter Zia Fiorella mas não teve tempo, pois já estávamos de mãos dadas e eu já iniciara o papo (em italiano). Fiorella é uma mulher forte, lúcida e sorridente, além de destemida pois não hesitou em conversar com uma pessoa estranha. Perguntou de onde eu era e o que eu fazia ali. Ao responder que era cidadã italiana nascida no Brasil e residente em Lisboa, ela logo abriu outro sorriso. Em todos os meus contatos esta apresentação sempre provocava esta feliz reação nas pessoas italianas e isso me deixava muito feliz. Disse à Fiorella que estava na Itália para conhecer mais a terra de meus ancestrais, e que na Sardenha queria conhecer especialmente pessoas belas como ela. Toda orgulhosa, levantou-se da cadeira rapidamente e se aproximou de mim como para um abraço. Mas não era só isso. Fiorella começou a cantar e a dançar comigo. Novamente Maria tentou conter a Zia mas em vão. Eu também colaborava pois correspondia a todos os sorrisos e contatos.

Para que o bailado não se prolongasse, perguntei à minha nova amiga o que ela gostava de fazer em Lanusei, ao que prontamente sua acompanhante/cuidadora respondeu: Fiorella é uma professora aposentada. Iniciamos mais uma conversa animada. Falou bastante sobre a sua experiência como professora. Eu disse a ela que continuava a ser professora pois estava ali ensinando-me muito, inclusive a conversar em italiano. Elogiou-me e pediu-me que eu tirasse a máscara para que visse o meu rosto e eu a atendi. “Tu sei bela”, disse-me olhando bem para mim. Simpática, ágil, comunicativa e sorridente, Fiorella é a personificação legítima de uma habitante da Blue Zone Sardenha próxima dos 100 anos. O vigor de sua postura, a fluência da conversa e a vontade de me conhecer demonstrou a fortaleza de sua saúde e que passará dos 100 anos. Depois dessa gostosa conversa agradeci as duas e

Anna, de Alghero – uma menina de 70 anos Alghero é uma cidade na costa noroeste da Sardenha e pertence à província de Sassari. Rodeada por muralhas antigas, parte de sua população é originária de conquistadores catalães do fim da idade média, à época em que a Sardenha era parte da Coroa de Aragão. Proprietária do Bed & Breakfast La Posidonia Oceanica, em Alghero, Anna é extremamente ativa, meticulosa e gerencia a sua acomodação praticamente sozinha recebendo hóspedes de todo o mundo. Hospedei-me em sua acomodação pude constatar diariamente a razão de seu negócio ser tão bem avaliado na plataforma Booking.com. Falava inglês, francês e o espanhol fluentemente, outra qualidade destacada em seu trabalho. Esta habilidade em línguas estrangeiras não é algo usual entre os italianos, segundo o que eu já havia percebido. Anna é uma mulher alta e magra, de cabelos curtos ondulados e brancos. Sempre trajava roupas esportivas e modernas. Certa tarde encontramo-nos em direção à praia Le Bombarde, e para lá fomos relaxar. Nadadora habitual, Anna ostentava o seu bronzeado enquanto nadava naquele belo mar Mediterrâneo. Após a praia, mostrou-me mais paisagens e locais belíssimos da região como a Capo Caccia, e seu Parque Natural de Porto Conte. Foi no alto daquele maciço rochoso que precisamos escalar algumas pedras para melhor apreciar a paisagem. Precisei apoiar-me com mãos para ir acima. Anna, atlética, subiu aquelas rochas com uma rapidez surpreendente e sem se apoiar nas pedras, mostrando o quanto era forte. Fiquei surpresa com a jovialidade e dinamismo dessa mulher sarda. De fato, não faz sentido pensar que alguém de 70 anos possa ser uma pessoa idosa frágil. Na Sardenha é o contrário. As pessoas nascidas naquela ilha estão destinadas a viverem muitos e muitos anos e em plena saúde e com muita beleza.

lante Maria Luiza, de Cagliari – 88 anos e com as mãos no vo-

Maria Luiza é uma professora de história de 90 anos. Eu saía do prédio me hospedei em Cagliari quando a vi descendo as escadas atrás de mim. Aguardei na porta de entrada do edifício para dar-lhe passagem. Ela agradeceu-me muito e se desculpou por estar sem a máscara. Claro que não me importei até porque já íamos para a calçada. Ali ficamos conversando por uns 30 minutos. Maria Luiza perguntou se eu morava ali e respondi que estava hospedada naquele prédio. Ela logo me perguntou de onde eu era e, novamente, recebi uma grande sorriso quando contei minha origem ítalo-brasileira. Falando em italiano, a nossa conversa fluiu. Quando disse a ela que estava na Sardenha para pesquisar a longevidade das pessoas sardas, e as áreas famosas pelo bom envelhecimento, imediatamente contou-me que como professora

de história lecionava sobre arqueologia e sobre a história milenar desta Ilha e sobre o seu povo longevo. Maria Luiza é uma senhora forte, pele ótima e de cabeça erguida. Disse-me que ia comprar o jornal para ficar atualizada. Não abre mão de fazer isso, e para minha surpresa, ela se dirigia ao estacionamento buscar o seu carro para a compra mencionada.

Pedi uma foto com a qual concordou com a condição que eu disse aos meus amigos que ela também era minha nova amiga.

MINA, de Cagliari – elegância sempre Conheci Mina em um dia chuvoso no ponto de ônibus de Cagliari, a capital da Sardenha. Ali eu aguardava um ônibus que levaria 30 minutos para chegar, Eis que uma senhora elegante e modernamente vestida atravessou a rua em frente ao ponto onde eu estava e sentou-se ao meu lado. Notei que ela devia ter 80, ou mais, apesar dos trajes joviais. Usava botas de salto alto, colares, brincos dourados e óculos escuros. Os seus cabelos eram curtos e com uma mecha branca que chamava muito a atenção. Mina sentou-se e já iniciou uma prosa comigo, como uma boa e legítima italiana. Percebeu que eu era estrangeira e perguntou de onde eu era. Era a deixa para eu conseguir aquele esperado sorriso, e comentários elogiosos ora sobre Portugal, ora sobre o Brasil e de suas belezas. Elogiei a beleza de Mina e a sua elegância. Mina contou que ali morava e que apesar de ficar muito tempo em sua casa, gostava de pegar um ônibus para fazer um giro pela cidade.

Disse que morava sozinha em uma casa grande, que era muito feliz. Conversamos por meia hora até que o ônibus chegasse. Ao pedir a ela que tirássemos uma foto juntas, Mina logo concordou e pediu-me que eu contasse aos meus amigos que ela era a “Minha amiga Mina”.

Dorotéia, de Alghero – 85 anos e há 20 alimenta os gatos da cidade Enquanto estive em Alghero vi todos os tramontos (pôr-do-sol, em italiano) do alto de suas muralhas. O espetáculo era belíssimo. Em uma de minhas caminhadas vi uma senhora que colocava vários pratos de papelão no chão, com uma pedra apoiada para que não voassem. Curiosa, enquanto tentava entender o ela preparava, vi a chegada de inúmeros gatos. Um casal de turistas que por ali passava também parou para ver. Após aquela senhora colocar 10 pratos com os seus respectivos pesos, passou a despejar uma comidinha em cada um deles. Ela havia organizado o jantar daquela gataria, e em alto estilo. Era um prato de comida para cada convidado. Ela se chamava Dorotéia. Ela não se importou com os turistas que ali paravam para ver. E, antes mesmo que começássemos a conversar com ela, a

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