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Thais B. Lima 59 e
Foto: lovepik.com vos padronizados; 2) Ausência de diagnóstico de demência ou CCL; 3) Quadro clínico não melhor explicado por transtornos psiquiátricos, uso de medicação ou doenças orgânicas. A depressão apresenta maior prevalência para as pessoas com 50 anos ou mais, sendo comum relacionar a depressão e a ansiedade como uma causa natural do envelhecimento, o que não é verdade pois em muitos casos precisam de tratamento. Estudos relatam que as pessoas com DCS frequentemente apresentam sintomas depressivos e de ansiedade, havendo o risco de evolução para uma demência ou CCL. Apresentamos algumas ações que podem ajudar a prevenir a evolução do DCS para um quadro demencial: ● Maximizar a função cognitiva por meio de estimulação cognitiva e social; ● Tratar e controlar fatores de risco como doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, entre outros; ● Manter uma alimentação saudável; ● Praticar exercício físico regularmente; ● Tratar a depressão; ● Cuidar da perda auditiva. Por fim, é aconselhável sempre procurar um médico quando perceber que você ou um familiar começou a apresentar queixas cognitivas, visto que um diagnóstico precoce ajuda a retardar uma possível demência, favorecer a autonomia, evitar acidentes, diminuir o estresse e a ansiedade, inclusive dos familiares.
Assina esse artigo Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo. Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.
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Referências bibliográficas MERLIN, Silva Stahl. Características de personalidade e alterações cognitivas de idosos no acompanhamento longitudinal. 2021.Tese de Doutorado. Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2021. NIEHUES, Janaina Rocha. Associação entre as características percebidas do ambiente construído, declínio cognitivo e limitações físico-funcionais em idosos comunitários. 2021. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina, Araranguá - SC, 2021. STUDART NETO, Adalberto; NITRINI, Ricardo. Declínio cognitivo subjetivo: a primeira manifestação clínica da doença de Alzheimer. Dementia & Neuropsychologia, v. 10, p. 170-177, 2016.
Tony de Sousa Cineasta
Sou natural da Vila de São Sebastião, que pertencia ao município de Mossoró, no Rio Grande do Norte, até início dos anos sessenta. Em abril de 1963 a Vila emancipou-se, transformando-se em município, mudando seu nome para Governador Dix-Sept Rosado. Tinha por volta de sete anos quando andei num caminhão pela primeira vez. Vínhamos a pé do sitio do nosso avô materno e um amigo do meu pai nos deu carona para atravessar o rio. Foi uma sensação incrível. No início dos anos 70 mudei-me para Natal e de lá para cidade de São Paulo. Metade da minha família mora em Natal e metade em Mossoró. Costumo visita-los com certa frequência. Numa dessas visitas fiquei hospedado na antiga casa que era dos nossos pais, no Alto da Conceição, em Mossoró. Estava cochilando numa rede quando ouvi os gritos desesperados de meu irmão mais novo, Eduardo: “Lau vem! Lau vem! Lau vem! Em seguida minha irmã Aurivanda, passou correndo e deixou a casa sem se despedir de ninguém. Perguntei o que estava acontecendo. Minha irmã mais nova, Ana, me explicou que Auri, pegava um ônibus para ir trabalhar todos os dias naquele horário. Esse ônibus passava de hora em hora. Se o perdesse chegaria atrasada no trabalho. Então ela mandava que nosso irmão mais novo ficasse plantado na Avenida Alberto Maranhão, por onde o ônibus passava, e quando ele aparecesse, desse o alarme. Era final dos anos 70 e comecei a imaginar como devia ser Mossoró antes da existência desses ônibus. Por coincidência encontrei numa estante o livro “À sombra dos tamarindos” de Raimundo Nonato. Esse livro, além do título me remeter à casa do meu avô materno, que tinha dois enormes pés de tamarindo bem em frente, fala também, entre outros assuntos, dos transportes coletivos de Mossoró. Diz que por volta de 1926 um comerciante turco chamado Maurício teve a ideia de comprar um caminhão velho e fazer uma adaptação no veículo colocando duas fileiras de assentos. A intenção desse comerciante turco era percorrer algumas cidades vizinhas de Mossoró, cobrando passagem para o transporte. A primeira viagem deu tanto problema que o turco desistiu do negócio. Em seguida, no final dos anos 20, apareceram os primeiros carros de transportes urbanos em Mossoró. Um comerciante do ASSU, de nome Etelvino Caldas, colocou em circulação alguns ônibus que percorriam os bairros dos Paredões e Alto da Conceição. Nessa época outros aventureiros já haviam colocado em execução a ideia do turco e transformado caminhões no que se chamava de misto. Um caminhão