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Sonia Fernandez 51 e
Foto: tecmundo.com - divulgação É como se Clarice antecipasse os sentimentos advindos do fato de saber-se em perigo, mas querer continuar gozando de espaço tão fundamental. Equivale a ter uma noção, suposição, antevisão, premonição da profundeza psicológica do assassinato que está em curso. Enquanto os ucranianos, já desacostumados de russos no seu cangote, dormiam liberdade. Positivas ou negativas. Esse é outro assunto. Não confundamos as coisas. O motivo de todas as guerras é o roubo, conforme assevera Eduardo Galeano. Depois vem os motivos construídos historicamente, maquiavelicamente, oportunisticamente e por ai vai. E as antíteses de Clarice: “a decomposição era profunda, perfumada”, “fascinante X nojo”, “amava com nojo”, “piedade violenta”, “piedade de leão”. Martelando... martelando... Uma decomposição pode ser intensa ou extensiva, mas não profunda. Já perfumada é possível. Esses adjetivos soam como se a mão que escreve não conhecesse muito bem o idioma no qual escreve e, no entanto, é absolutamente aceitável “a crueza do mundo (é) tranquila”. Milhões de gentes sentadas na frente do televisor e das telas de computador assistindo passivamente e (com tranquilidade) as cenas de canibalismo sem ritual, cujo único sentido repousa na transcrição do discurso artificial, subjetivo, aleatório do líder, com objetivo de sugerir um sentido ao que não faz nenhum sentido. Os bichos de Clarice estão a clamar entre uma martelada e outra. A galinha e seu curto voo. Só trinta anos de respiro ucraniano do vento russo, soviético. Por que alguns espaços vivem na mira dos czares, bolcheviques de toda ordem e não conseguem fazer valer seu destino com voo próprio? São obrigados a andar atrelados a seus algozes. Há uns três anos, estive nas três repúblicas dos Balcãs, tão felizes os achei, por livrarem-se de russos e suecos sempre no seu encalço e agora essa ameaça novamente. Nós aqui do outro lado do mundo, mas não longe o suficiente para não receber o cheiro de fumaça chernobil, passaremos o terceiro Carnaval seguido sem carnaval, ameaçados também por essa sinestesia de ânsia de poder com indiferença ou cálculo, porém, muito apaziguados frente a mais uma guerra televisiva, assim como estivemos quando da leitura do conto “Relatos de Carnaval”, da brasileira ucraniana Clarice Lispector. Ao final, sobrará a fantasia - a rosa – e, ao motivo de antes, - a pandemia – se somará o paradoxo: tristeza absoluta (a guerra) X alegria absoluta (a festa). Outra rosa de Hiroshima é uma possibilidade. O que esperar do “destino imperioso”?
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Luiz Arnaldo Moncau
MÃES ESPOSAS AMIGAS GUERREIRAS UNIVERSO DE LUZES A ILUMINAR NOSSAS VIDAS LAÇO REGAÇO UM AFAGO UM ABRAÇO HEI-LAS PRESENTES EM TODOS MEUS PASSOS ENVOLTAS EM MANTOS DE LUTA E DE PAZ REINANDO SUAVES EM MARES REVOLTOS EMPUNHANDO ARMAS A DEFENDER SEUS ESPAÇOS SEMPRE PRESENTES SEM ELAS O QUE FAÇO?
SORRINDO FALANDO CORRENDO VIVENDO ALEGRES ESPERTAS DE VIVAZES MANEIRAS OLHARES QUE VÊEM O QUE OUTROS NÃO SABEM.
TEM O DOM DE BUSCAR O QUE DE FATO INTERESSA ULTRAPASSAM COM GRAÇA UMA LÓGICA INCERTA DA INTUIÇÃO A VERDADE LOGO PERCEBEM OUSAM E CONSTROEM O BEM QUE NOS CERCA.
LUIZ ARNALDO MONCAU 8/3/22 Dia da Mulher