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Fabíola Furlan Difi culdade de acesso 37 a

outras percepções – desejar a recuperação é importante, porém deve-se trabalhar sob novas perspectivas pois cobranças e pressões não ajudam. Muita fisioterapia, muito treino de marcha, dores, meses e meses e, finalmente ela poderia sair andando com a prótese. Aqui a expectativa também foi diferente da realidade – não havia tanta segurança no caminhar, as dores voltaram, infelizmente ela não conseguia seguir. Foi então que a cadeira de rodas surgiu, bem-vinda e com tons de liberdade, de locomoção. Foi nesse período que eu e minha família sentimos o que representa dificuldade de acesso! Posso garantir que é uma experiência no mínimo frustrante. Sempre me perguntava por que após tanto sofrimento parecia que não havia espaço para andar? Nada parecia fácil nem favorável. Mas minha mãe desenvolveu resiliência e, dona de um bom humor e docilidades únicos, foi nos ensinando o que era possível dentro das impossibilidades. Circular pelas calçadas não era uma realidade, em supermercados era um desafio (corredores estreitos, rampas muito íngremes, falta de elevadores), mas fomos nos adaptando e indo aos lugares que ela desejava ir, nem sempre era acessível, mas nós sempre tentávamos. Mas ela sempre falava: “nos lugares em que eu não mais puder chegar, meu coração irá visitar”. Hoje o olhar e o foco na reabilitação tornaram esse processo mais possível e humano, mas iniciativas que visam informar, conscientizar e contribuir para a acessibilidade são fundamentais. Um forte abraço a todos! Cuidem-se bem!!

Fabíola Furlan é psicóloga clínica e da saúde, psico-oncologista, professora universitária, coautora de livros (Tratado de Espiritualidade e MOC) e palestrante. Já foi responsável serviços de psicologia em Hospitais de referência e hoje é Fundadora da Clínica de Psicologia Fabíola Furlan. Contatos: (11) 99478-5654 / e-mail: fabi_ furlan@outlook.com.

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Foto: pixabay - miuc.org

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Histórias através das lentes... O direito de agir ou caminhar

Malu Alencar Historiadora e Produtora cultural

Mais uma vez, Manoel Carlos Conti inova com a idéia de criar uma revista falando sobre Livre Acesso. O assunto escolhido é vasto e importante mas muitas vezes esquecido, porque não se discute livremente o direito de agir, caminhar ou o viver livremente em liberdade. Afi nal o que é Livre Acesso? Segundo o Google, o mais novo dicionário do seculo XXI, o conjunto das palavras: Livre vem de Liberdade: um conjunto de ideias liberais e dos direitos de cada cidadão. É a independência do Ser Humano de ter autonomia e espontaneidade. Acesso, substantivo masculino, Acessus em latim, que signifi ca Ingresso, Caminho ou Ato de Chegar ou Aproximar. Para começar essa minha coluna, preciso contar como tudo aconteceu. De repente fi quei com difi culdade motora. Estava na Praça da Sé, pois tinha uma reunião no Fórum, caminhava tranquilamente quando minha perna falhou e quase caí. Tive que me segurar na parede. Fiquei um tempo sentindo minha perna direita e tentei andar novamente, mas não conseguia dar um passo. Pedi ajuda para um transeunte que me indicou uma loja de bengalas e fui caminhando me segurando nas paredes até que cheguei na bendita loja. Escolhi uma de metal que dobrava e poderia colocar na bolsa. No começo não foi fácil, tropeçava, tinha que andar devagar e com muita atenção, eu que sempre tive o passo fi rme e

Revista Livre Acesso #1 - Setembro/2021 - pág.43

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