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Rodrigo Bueno Bengala Verde 32 e

ria dos casos a degradação da visão é progressiva, o que faz com que as pessoas com Baixa Visão tenham sua condição visual alterada de um ano para o outro, normalmente para pior... E é exatamente toda essa diversidade de possibilidades que causa confusão! E, muitas vezes, constrangimento, discriminação e exclusão. A compreensão, pela sociedade, da existência e consequências da Baixa Visão, é condição imperiosa para que as pessoas com Baixa Visão possam ter acessibilidade e se sentirem efetivamente incluídas. Foi exatamente nesse contexto que surgiu a Bengala Verde, o instrumento identificador da pessoa com Baixa Visão. Simples assim, pegamos a bengala branca utilizada pelos cegos e pintamos de verde! A cor verde foi escolhida como verde de esperança, de ver-de-novo, ver-de-outra-forma, e esse novo símbolo passou a identificar pessoas com Baixa Visão. A Bengala Verde criou identidade para as pessoas com Baixa Visão, fez com que a sociedade passasse a reconhecer essa deficiência e facilitou a aceitação do uso da bengala pelas pessoas com Baixa Visão, ajudando a integração a sociedade. O movimento deu tão certo e se espalhou tão rapidamente pelo país, que passou a dar nome à própria associação que o criou, que é atualmente conhecida como ‘Bengala Verde Brasil’. Muito embora a Bengala Verde já seja lei em diversos municípios e estados brasileiros, a luta ainda está apenas no começo. Precisamos comunicar muito mais e melhor, para que a sociedade compreenda e acolha, e as pessoas com Baixa Visão possam viver de forma plena e incluída.

Rodrigo Bueno, é advogado, Vice Presidente da Bengala Verde Brasil, e tem Baixa Visão.

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A Bengala Verde reuniu cerca de 400 pessoas e mais de 10 instituições na Av. Paulista em São Paulo (antes da Pandemia) e mostrou que as pessoas com Baixa Visão definitivamente resolveram se unir em torno da causa.

CriativaS IdadeS ...”meu braço parou, minha vida não”

Jane Barreto

Reveladora de protagonistas Ms Reabilitação e inclusão

Tomaz Bueno

Atleta

Esse é um dos lemas de Tomaz Bueno, 35 anos, engenheiro mecânico automobilístico, criador do projeto Vida Adaptada, que se tornou defi ciente físico num acidente de moto em 2015. Um braço paralisado não foi motivo para perder sua alegria de viver ou abandonar a busca por felicidade! Determinado, ao voltar às duas rodas, trabalhou em inúmeras adaptações em suas bicicletas, participou de diversas competições e compartilhou essas histórias, motivando e inspirando pessoas. Exemplo de superação, resiliência e criatividade, o protagonista atleta, com olhar sensível para as coisas e as pessoas ao seu redor, inicia sua missão com propósito de promover formas criativas para tormar possível a realização de sonhos daqueles que passam pela experiência de luto em vida, e tem suas vidas modifi cadas, tendo que criar novas habilidades, reabilitar-se, desenvolver novas competências no enfrentamento e na busca incansável de tornarem-se sustentável nesse mundo de inclusão e superação em vida. Vida que pulsa e nos ensina que a inclusão é um convite a mudança! mudança de ideia e de atitudes, impactando novos comportamentos, gerando habilidade de ADAPTAR-SE, aceitar-se para superar o novo, e o novo assusta. Enfrentá-lo e tratar os medos poderá resultar numa vida muito signifi cativa que encantará a si mesmo e ao próximo.

Fotos enviados pelo colunista

(Jane) Tomaz, qual teu trabalho hoje, de que forma inspira as pessoas? (Tomaz)Hoje trabalho realizando adaptações para ajudar pessoas com deficiência a voltarem a praticar esportes que amam ou que têm vontade de experimentar, principalmente o ciclismo. Mantenho o site www.vidaadaptada.com.br, onde pretendo apresentar alguns adaptadores mais comuns à venda, como adaptadores de freios para pessoas com deficiência nos membros superiores, por exemplo. Sou também instrutor de ciclismo e pilotagem em São Paulo, ajudando pessoas com e sem deficiência a ganharem segurança e destreza sobre duas rodas. (Jane) Como surgiu o nome do Projeto: Vida Adaptada ? (Tomaz) A origem do nome Vida Adaptada surgiu ao Adaptar a vida, para seguir em busca da vida que sonhamos!

to? (Jane ) O que as pessoas buscam nesse Proje-

(Tomaz) Pouco a pouco as pessoas começaram a me procurar, pedindo ajuda para adaptarem suas bicicletas, para superarem as limitações de alguma lesão/deficiência. Hoje o Vida Adaptada é uma das referências no ciclismo adaptado . (Jane) Como você se supera convivendo com a a deficiência no cada dia; quais são os maiores desafios para ressignificação de sua vida real? (Tomaz) O mais importante no início de uma deficiência adquirida, é a ACEITAÇÃO. Experiências anteriores ajudaram a desenvolver isso dentro de mim... Não demorou muito e eu aceitei. “Tá bom, meu braço talvez não volte a mexer... Então o que farei para ser feliz e aproveitar a dádiva de ainda estar aqui, vivo, respirando, com a chance de acompanhar meu filho crescendo?” Eu resolvi adaptar a minha vida e fazer o que amo, ao lado daqueles que amo e me amam de volta. (Jane )Existe algum desejo de realizar algo que você ainda não realizou? O que seria e como pretende realizar? (Tomaz )Eu sempre gostei muito de música! Aos 14 anos comecei a tocar violão, depois guitarra, formei banda, fiz muitos shows... Era um prazer que tinha e sinto muita falta... Às vezes nos deparamos com limitações, algumas delas intransponíveis... Realmente creio que a maioria das limitações estão em nossas mentes limitadas. Com as devidas adaptações e perseverança, muita coisa é possível.

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