ria dos casos a degradação da visão é progressiva, o que faz com que as pessoas com Baixa Visão tenham sua condição visual alterada de um ano para o outro, normalmente para pior... E é exatamente toda essa diversidade de possibilidades que causa confusão! E, muitas vezes, constrangimento, discriminação e exclusão. A compreensão, pela sociedade, da existência e consequências da Baixa Visão, é condição imperiosa para que as pessoas com Baixa Visão possam ter acessibilidade e se sentirem efetivamente incluídas. Foi exatamente nesse contexto que surgiu a Bengala Verde, o instrumento identificador da pessoa com Baixa Visão. Simples assim, pegamos a bengala branca utilizada pelos cegos e pintamos de verde! A cor verde foi escolhida como verde de esperança, de ver-de-novo, ver-de-outra-forma, e esse novo símbolo passou a identificar pessoas com Baixa Visão. A Bengala Verde criou identidade para as pessoas com Baixa Visão, fez com que a sociedade passasse a reconhecer essa deficiência e facilitou a aceitação do uso da bengala pelas pessoas com Baixa Visão, ajudando a integração a sociedade. O movimento deu tão certo e se espalhou tão rapidamente pelo país, que passou a dar nome à própria associação que o criou, que é atualmente conhecida como ‘Bengala Verde Brasil’. Muito embora a Bengala Verde já seja lei em diversos municípios e estados brasileiros, a luta ainda está apenas no começo. Precisamos comunicar muito mais e melhor, para que a sociedade compreenda e acolha, e as pessoas com Baixa Visão possam viver de forma plena e incluída. Rodrigo Bueno, é advogado, Vice Presidente da Bengala Verde Brasil, e tem Baixa Visão.
A Bengala Verde reuniu cerca de 400 pessoas e mais de 10 instituições na Av. Paulista em São Paulo (antes da Pandemia) e mostrou que as pessoas com Baixa Visão definitivamente resolveram se unir em torno da causa.
Revista Livre Acesso #1 - Setembro/2021 - pág.33