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Thays B. Lima Rumo a uma sociedade inclusiva 11 e

Foto: Método Supera Defende-se, portanto, que deve ocorrer uma mudança do tratamento da demência como puramente uma condição médica que leva a deficiência e dependência, para entendê-la como uma condição adquirida e progressiva que afetará a pessoa cognitiva e psicossocialmente. Esta mudança traz consigo a necessidade de capacitar as pessoas com demência para viverem suas vidas da maneira que escolherem e valorizarem. Além disso, é importante lembrarmos que as pessoas diagnosticadas possuem direitos, assim é necessário a mitigação dos mitos e estereótipos entre a população, bem como profissionais da saúde e assistência social. Pois os estereótipos negativos podem levar alguém a julgar injustamente outra pessoa e consequentemente atribuir características negativas, resultando em estigma. O estigma, por sua vez, pode causar discriminação e violações dos direitos humanos contra as pessoas com demência. Alguns exemplos que geram as violações dos direitos humanos incluem a coerção e institucionalização indevida da pessoa idosa com demência, desconsiderando sua capacidade legal de decidir, privando-os de sua dignidade e autonomia. Violações que podem ter graves consequências na saúde e qualidade de vida da pessoa diagnosticada. Por fim, segundo a OMS, a participação é a chave para adotar uma abordagem humanizada baseada em direitos e centrada na pessoa. No nível mais básico, refere-se ao envolvimento das pessoas com demência e seus parceiros de tratamento em todas as fases do desenvolvimento e gestão de iniciativas favoráveis à demência (IFD). Participação significativa, no entanto, implica que as pessoas com demência estão posicionadas de forma única e com poderes para planejar e implementar as iniciativas favoráveis à demência e atividades relacionadas. Isso irá garantir que as atividades planejadas e os resultados esperados reflitam com precisão as preferências, necessidades, prioridades e escolhas das pessoas com demência. Então, o que vocês acharam do assunto abordado? A Organização Mundial de Saúde (OMS) conseguirá que o mundo seja mais amigável às pessoas idosas diagnosticadas com demência até o ano de 2025? Fonte: https://www.who.int/publications/i/item/9789240031531 Assinam este artigo:

Gerontóloga- Manuela Lina da Silva Gerontólogo- Tiago Nascimento Ordonez

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Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Revista Livre Acesso #1 - Setembro/2021 - pág.12

A vida

Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

As pessoas vivem a rotina frenética, de casa para o trabalho, levando os fi lhos para escola e a todos os lugares, correndo atrás do tempo. Acham-se felizes, com o lazer obrigatório, sexo programado, consumo desproporcional do conforto tecnológico e “imprescindível” e, escravas da estética. Buscam sentir-se poderosas e potentes com suas vidas. De repente, em ínfi mos minutos, o inusitado ... a defi ciência. Atuações preconceituosas e cruéis em relação às pessoas com defi ciência perpassam pela história. Mas, nos dias de hoje, qual a realidade que se impõe? Ao acompanharmos o movimento histórico da concepção e atuação com o defi ciente é fácil pensar: Como as coisas melhoraram! De fato, é inegável a evolução, mas não podemos nos deixar cegar pelas mudanças e não fazermos uma refl exão crítica sobre o preconceito vigente. O preconceito está em nós! Todos somos algozes e vítimas dele, aprisionados na violência das ideias pré-concebidas e conceitos impostos sem refl exão. A pessoa com defi ciência pode suscitar no preconceituoso, afetos diversos relacionados aos mais diferentes conteúdos psíquicos. Da mesma forma, que ela própria traz consigo preconceitos oriundos da cultura. Na nossa sociedade, em que o indivíduo “vale” pela sua produção e riqueza, no momento em que fi ca impossibilitado de exercer papéis profi ssionais que lhe conferem o status

O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafi o e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

quo, recai sobre ele a imagem de inutilidade e de menos-valia. Não raro, há a dor daqueles que se apercebiam como bem-sucedidos, vida social agitada e “bem-queridos por amigos” e após a instalação da deficiência, encontram-se isolados e excluídos.

Foto: milbijus.com.br - divulgação

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A civilização prega o apego às coisas materiais em detrimento as espirituais. Para adquirir tudo o que é imposto trabalha-se mais do que as próprias forças, a vitória da sociedade é a derrota do indivíduo, o qual se sacrifica para sobreviver, na ilusão de que tal sacrifício pode levar ao bem viver. Instala-se a moral do trabalho, seguindo-se a racionalidade do sistema para aprender as suas regras. Desta feita, todos passamos a ser meros executores de papéis, sendo que nos perfis profissionais já estão embutidos as características pessoais para sermos aceitos. A engrenagem é massacrante, instaura-se o impulso desmedido para o lucro e o fetiche da mercadoria, que não são naturais do homem, mas sim talhados pela sociedade que se mantém de forma violenta, pois a ameaça de não poder suprir a auto conservação é declarada de várias formas. O desespero causado pela possibilidade de não ter trabalho é mascarado pelo consumo irracional, prazeres sem sentido, obediência, acreditar em mentiras manifestas que não enganam a ninguém e a ideologia do sacrifício. O engodo que está por trás do discurso de que o sacrifício é necessário, vem a serviço de manter a ordem e o poder. A pessoa sacrificada e subjugada imputa a si mesma a culpa do infortúnio sofrido A pessoa se torna um instrumento facilmente substituível, ela despreza os próprios interesses e sente-se obrigada a desempenhar comportamentos irracionais para se adaptar a sociedade desumana e injusta, não se vislumbra a possibilidade de discutir o assunto. A sociedade esmaga o indivíduo que não lhe apraz e impinge a corrupção do ego pela fragilidade. A pessoa com deficiência passa a ser uma ameaça, mesmo que imaginária, para os outros, pois nele está contida a frágil natureza da humanidade, a possibilidade das limitações, o sofrimento que se quer negar e ocultar a qualquer preço. A ele é negada a possibilidade de trabalho, seu corpo não condiz à estética preestabelecida, ainda hoje, é considerada por muitos como sucata humana. O terror de não ter valor de produção e não poder suprir a auto conservação leva os preconceituosos ao asco. São tantas obrigações, tantos sacrifícios e regras a serem cumpridas, que a mesma dureza que a pessoa deve ter consigo mesma, leva-a ser dura com o outro. Desencadeia o ódio ao mais fraco e a necessidade de julgar-se melhor, para assim, não entrar em contato com as próprias dificuldades e achar-se potente na sua impotência. A pessoa que se pensava poderosa e depara-se com a instalação da deficiência em sua vida adulta, passa a ser objeto de discriminação não só dos outros, mas de si mesma. Sofre pelos preconceitos que imputava ao ver um deficiente. Sente vergonha! O estímulo da vergonha é o olhar do outro, da comunida-

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