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Defende-se, portanto, que deve ocorrer uma mudança do tratamento da demência como puramente uma condição médica que leva a deficiência e dependência, para entendê-la como uma condição adquirida e progressiva que afetará a pessoa cognitiva e psicossocialmente. Esta mudança traz consigo a necessidade de capacitar as pessoas com demência para viverem suas vidas da maneira que escolherem e valorizarem. Além disso, é importante lembrarmos que as pessoas diagnosticadas possuem direitos, assim é necessário a mitigação dos mitos e estereótipos entre a população, bem como profissionais da saúde e assistência social. Pois os estereótipos negativos podem levar alguém a julgar injustamente outra pessoa e consequentemente atribuir características negativas, resultando em estigma. O estigma, por sua vez, pode causar discriminação e violações dos direitos humanos contra as pessoas com demência. Alguns exemplos que geram as violações dos direitos humanos incluem a coerção e institucionalização indevida da pessoa idosa com demência, desconsiderando sua capacidade legal de decidir, privando-os de sua dignidade e autonomia. Violações que podem ter graves consequências na saúde e qualidade de vida da pessoa diagnosticada. Por fim, segundo a OMS, a participação é a chave para adotar uma abordagem humanizada baseada em direitos e centrada na pessoa. No nível mais básico, refere-se ao envolvimento das pessoas com demência e seus parceiros de tratamento em todas as fases do desenvolvimento e gestão de iniciativas favoráveis à demência (IFD). Participação significativa, no entanto, implica que as pessoas com demência estão posicionadas de forma única e com poderes para planejar e implementar as iniciativas favoráveis à demência e atividades relacionadas. Isso irá garantir que as atividades planejadas e os resultados esperados reflitam com precisão as preferências, necessidades, prioridades e escolhas das pessoas com demência. Então, o que vocês acharam do assunto abordado? A Organização Mundial de Saúde (OMS) conseguirá que o mundo seja mais amigável às pessoas idosas diagnosticadas com demência até o ano de 2025? Fonte: https://www.who.int/publications/i/item/9789240031531 Assinam este artigo: Gerontóloga- Manuela Lina da Silva Gerontólogo- Tiago Nascimento Ordonez Foto: Método Supera

Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera.

Revista Livre Acesso #1 - Setembro/2021 - pág.12


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