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onveniência & onveniência REVISTA CARNE Nº156 I DISTRIBUIÇÃO POR ASSINATURA I OS PROFISSIONAIS NÃO DISPENSAM
Irlanda
No Coração da Origem Verde OSI Food Solutions Colossos Alimentares REVISTA CARNE | Nº156 | ANO 27
A Europa consome cada vez mais alimentos de conveniência
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Presunto de vaca alentejano Falando sobre sustentabilidade Como comem os portugueses?
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EDITORIAL M. Oliveira
Um Bom
Ano de 2013
Ou não será mais sensato desejar um Bom Ano 2014?
A
pesar de os últimos discursos de vários responsáveis políticos e institucionais já conterem alguma retórica de cariz mais positivo, talvez influenciados pelo período natalício e pelas sempre renovadas esperanças num Bom Ano Novo, a verdade é que 2013 não pode ser um bom ano, ou um ano bom, se se preferir assim. E fiquem descansados os leitores que não digo isto pelo facto de, na numerologia, o número 13 ser um sinal de infortúnio, nem sequer por eu sofrer de triscaidecafobia, termo que designa a fobia deste número (muito menos de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia, que junta a fobia do número 13 à da sexta-feira quando ambos coincidem). Não, não sofro disso, nem sequer sou supersticioso. Acredito em coisas mais palpáveis, factuais, e uma delas é o discurso de Natal para a Europa, perdão, para a Alemanha, que a senhora Angela Merkel proferiu há dias, em que disse que «o
panorama económico não será mais fácil em 2013», acrescentando ainda a chancelerina que «a crise ainda está longe de terminar». Os leitores mais optimistas, ou até os mais cépticos, em relação à senhora Merkel, que apenas comete o «crime» de defender os interesses alemães, imaginem, não aumentando os impostos para proteger a classe média, poderão acusar-me de acreditar em tudo o que se diz. Mas isto também não é verdade. Por exemplo, não acreditei no discurso de Pedro Passos Coelho no Pontal, no qual, talvez influenciado pelos ares descontraídos do Algarve e das férias, declarou que 2013 seria o ano do fim da recessão. Em abono da verdade, penso que ninguém acreditou. Aliás, o discurso foi, em resumo, uma amálgama de ideias e de temas sem grande conexão e coerência entre eles. Mas deixemos as férias de Verão, que já lá vão, e voltemos à vaca fria: a dívida do Estado, que, segundo os especialistas, não parou de crescer sempre e a bom ritmo durante o ano de 2012, tendo
aumentado 30 mil milhões de euros desde a intervenção da Troika, um valor semelhante ao aumento do último ano e meio do «reinado» de Sócrates. Este facto vem dar força à opinião de todos os que defendem uma renegociação dos prazos ou até mesmo um perdão parcial desta dívida. Segundo os dados do IGCP (agora com a denominação de Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública), a dívida directa do Estado português subiu 18,2% desde a entrada no país das três entidades que compõem a Troika (o Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu), isto é, entre Junho de 2011 e Novembro de 2012 passou de 164,3 para 193,5 mil milhões de euros. No período entre Novembro de 2009 e Junho de 2011 havia aumentado 24%, passando de 130,2 para 164,3 mil milhões – uma subida de ordem de grandeza nominal semelhante, 30 mil milhões de euros, como mostram os dados do referido instituto. O leitor já percebeu que, com a despesa a este ritmo, não só não conseguimos pagar essa dívida como teremos de pedir um novo resgate; e de resgate em resgate, ao nosso país, tão pobre em valores e em estratégias, só lhe resta percorrer o caminho da insolvência. Porque, quer se concorde ou não, Portugal já está numa situação de pré-insolvência. Os défices «alimentam» as subidas da dívida. A política de austeridade e as medidas para controlar a dívida pública introduzidas pela Troika, seguidas tão ordeiramente pelo governo, deram prioridade ao aumento da carga fiscal em detrimento da diminuição da despesa pública e não conseguiram, afinal, inverter a tendência da recta final do governo de Sócrates – um período marcado por emissões de dívida sucessivas para evitar o resgate financeiro, situação em que já tinham «caído», embora por razões bem diversas, os nossos parceiros gregos e irlandeses. Por falar em irlandeses, o governo de Dublin traçou recentemente o seu grande objectivo para 2013: ser o primeiro Estado a sair do programa de assistência financeira da Troika, segundo declarou o ministro do Negócios Estrangeiros Eamom Gilmore. Para isso muito contribuiu a determinação de um povo que arregaçou as mangas e que teve políticos e políticas à altura, que o souberam motivar e traçar-lhe os caminhos do futuro. As pensões mais altas, como as dos banqueiros e dos administradores, baixaram em cerca de 40%, os impostos não subiram, pelo contrário, desceram, para manter os postos de trabalho e para não se aumentar a despesa pública, e os irlandeses compreenderam como se faria a recuperação: com o trabalho e a produtividade transformados num desígnio nacional. Basta dizer que 80% dos seus produtos agro-pecuários são para exportação. Mas regressando à nossa paróquia, os contínuos défices orçamentais do Estado português têm obrigado o país a endividar-se para «tapar» a diferença entre as receitas e as despesas. Os analistas são unânimes em considerar que a trajectória da dívida em 2013 deverá manter-se com este sentido único, ou seja, a crescer e a ultrapassar a escandalosa barreira dos 200 mil mi-
lhões de euros. Tudo indica que a subida do endividamento do Estado será maior do que o esperado pelo actual Governo, uma vez que o objectivo para a execução orçamental do próximo ano não deverá ser alcançado, como declarou recentemente Albino Oliveira, analista da Fincor, ao jornal Sol. A redução da dívida pública é um dos três pilares do programa de assistência da Troika, mas até agora tem sido o que menos sucesso tem tido. Em cada visita ao país os credores externos são obrigados a rever em alta a sua evolução e os montantes da dívida pública nacional. Quando em 2011 foi estipulado o programa de assistência financeira a Portugal, a Troika estimava uma dívida pública de 182 mil milhões de euros para o final de 2012. Este valor já foi alterado várias vezes, sempre que os representantes da Troika visitam oficialmente o país, apontando a previsão mais recente para perto do 200 mil milhões de euros. Ou seja, um «pequeno» desvio de mais de 20 mil milhões, o equivalente a mais de um quarto da quantia que já nos foi entregue. Para a maioria dos analistas, alguns afectos à actual maioria governamental, Portugal devia começar a negociar com os credores alguma forma de reestruturação desta dívida. «A partir do momento em que a balança com o estrangeiro esteja equilibrada, um perdão parcial colocaria o país numa situação bastante favorável para o cumprimento bem sucedido do programa», defende Salvador Nobre da Veiga, da XTB Portugal. A questão é saber quando chegará esse momento. E mais importante do que isso é saber como se equilibra a balança. O regresso aos mercados, em Setembro de 2013, para a maioria dos analistas não passa de um miragem, embora recentemente tenha havido uma evolução positiva dos juros da dívida pública que recuaram para valores abaixo dos 7% no prazo a dez anos. Como o elevado nível de divida (124% do Produto Interno Bruto), uma recessão superior a 1,8% e um défice orçamental, que na melhor das perspectivas será de 4,5%, Portugal terá que continuar a receber uma ajuda extra por parte do BCE, defendem. Postas as coisas nestes termos, e pelos resultados, as perspectivas para 2013 não podem ser boas. Como disse Manuela Ferreira Leite, continua a dar-se ao doente o medicamento errado, sendo os resultados os previsíveis. Os 57 pedidos diários de insolvências de empresas, o aumento do desemprego, o crescente aumento da dívida do Estado e dos impostos (o maior da nossa história democrática), impostos sacados bem ao estilo feudal da Idade Média, atiram os índices de consumo para números desoladores e até incompreensíveis (neste momento muitas famílias são desalojadas das suas casas e passam fome). A produção, a indústria e o comércio de carnes atravessam, por isso, um dos períodos mais difíceis da sua história, devido essencialmente à falta de consumo. Dito isto, termino como comecei: Tenham um bom ano 2013! Ou não será mais sensato desejar um bom ano de 2014? carne [05
BREVES
SUMÁRIO
FAO:“A FOME NÃO É UM PROBLEMA JANEIRO / FEVEREIRO 2013 Nº 156 QUE POSSAMOS RESOLVER SOZINHOS” EDITORIAL
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Annamaria Pastore considera que a fome que assola o mundo não é uma questão que possa ser resolvida por apenas uma agência.A FAO ACTUALIDADE quer colocar este tema no topo da agenda da cimeira Rio+20. Annamaria Pastore, da FAO, defendeu no “Rio+20 Live Connected Lisboa” que a “fome não é um problema que podemos resolver sozinhos”.“Não é uma questão para apenas uma agência”, acrescentou. A FAOEsustenta MAQUIGOMES: TECNOLOGIA KNOWassim HOW que é necessária a colaboração de todos: empresas, sociedade civil e sector público a nível mundial. Um dos pontos essenciais apontados pela responsável para que a fome COMO COMEM OS PORTUGUESES? possa ser erradicada é melhorar as condições da produção agricultura. Segundo os números da organização mais de mil milhões de pessoas vivem com fome no mundo e neste sentido “temos de melhor aquilo que fazemos e temos de fazê-lo em conjunto”, porque “o que temos feito até aqui não tem tido o resultado pretendido”. IFFA - A MAIOR FEIRA PARA A INDÚSTRIA
DE CARNES
Falar de desenvolvimento sustentável sem colocar um ponto final na fome e na má-nutrição é uma tarefa impossível defende a FAO.
A EUROPA CONSOME, CADA VEZ MAIS, ALIMENTOS DE CONVENIÊNCIA
Revista Carne. Os profissionais Os Estados-membros registaram uma produção muito heterogénea, com não dispensam drásticas reduções, como na República Checa, com menos 14 por cento;
a Dinamarca, menos 6,6, e com ligeiras quebras na Alemanha e na Polónia, ou com aumentos como na Itália, com mais três por cento.
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27 alcançou 151 milhões de toneladas, o que supõe uma redução de 0,3 por cento em relação ao ano anterior.
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ENTREVISTA
Enquanto as rações para o gado bovino e suíno diminuíram cerca de menos 2,1 e 0, 6 por cento, respectivamente, a alimentação para aves Falando sobre sustentabilidade aumentou cerca de 1,1 por cento, confirmando a sua posição de líder no com Christian Traumman, segmento de alimentos compostos.
sequência natural, porque a Irlanda está muito NO bem PAULO PORTASVENDE CARNE adaptada CAZAQUISTÃO à sustentabilidade, o que não quer dizer que não continuem a existir preocupações...” A carne de 44 empresas portuguesas pode chegar agora a um mercado potencial de CASA 170 milhões de pessoasJOAQUIM que inclui Rússia, Bielorrússia e AGRÍCOLA ARNAUD Cazaquistão.
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Produtos feitos Segundo um comunicado oficial do Palácio das Necessidades, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, realizou umapaixão viagem-relâmpago com de 24 horas a Astana, capital do Cazaquistão, para desbloquear as exportações para Rússia de carne nacional, que estavam dependentes de uma autorização de Moscovo e Minsk (capital da Bielorrússia), além da dos cazaques.
Os factores determinantes para o panorama da alimentação animam em 2011 na União Europeia (UE) foi a frágil situação económica e o elevado preço das matérias-primas No caso dos ruminantes, também contribuiu a seca que conduziu a uma menor produção de forragens.
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onveniência
Açores e Madeira_€60
Os três países – Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão – fazem parte de uma união aduaneira, o que significa que o acesso a um destes mercados significa o acesso a todos: pelo contrário, existindo objecções por parte de um deles, isso é o suficiente para bloquear as exportações para todos.
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CFO da Multivac
recortar pelo picotado
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de restaurantes
Ainda de acordo com fonte oficial do Palácio das Necessidades, a partir McDonald’s e é portuguesas o maior comprador de mundial desta decisão, as exportadoras de carne terão acesso a um de mercado potencial de 170 milhões de consumidores. carne de bovino.
Portugal Continental_€60 Estrangeiro_€120 ASSINATURA DE 12 NÚMEROS &
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Cupão de Assinatura
COLOSSOS ALIMENTARES
Há vários anos que as autoridades portuguesas tentavam ultrapassar a OSI Food, em comrelação 50 falta de autorização de exportação por parte doACazaquistão à carne nacional. Depois de alguns anos de espera e de insistência de unidades transforPortugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros concluiu agora o madoras em todo o processo negocial, com as autoridades do Cazaquistão a credenciar 44 fornece em empresas portuguesas para poderem exportar mundo, não apenas para aquele exclusivo a cadeia país como para todo o mercado regional.
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IRLANDA - NO CORAÇÃO DA ORIGEM VERDE
Na União Europeia dos 27 a Alemanha mantém o primeiro lugar como produtor de alimentação animal, seguida pela França “...Ée Espanha. quase uma con-
UE: REDUÇÃO DA PRODUÇÃO DE A correria da vida ALIMENTAÇÃO ANIMAL EM 2011 moderna cria novos hábitos alimentares e muita gente mal sabe uma refeição A produção de alimentos compostos para animaispreparar na União Europeia dos
CONSIDERAR O TODO
Os preços altos dos cereais nos últimos anos ajudaram para melhorar a posição competitiva de mercado da produção industrial das rações em questão frente à elaboração na exportação. Contudo, este ganho foi desgastado por estratégias alternativas de alimentação.
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FICHA TÉCNICA
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REVISTA BIMESTRAL Janeiro / Fevereiro 2013 nº 156 Maio / Junho de 2012 nº 154
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Colaboraram nesta edição: Adelina Ferreira, João David, Nuno Porfírio, COLABORARAM NESTE NÚMERO: Fernando Filipe Ribeiro e Diogo Abreu. A Cecília todos, muito obrigado. João Paulo Sanchez, Dias, Mereike Molter, Diogo Magalhães, Ruiz, Glória Oliveira, Carla Dias, Luís Torres e João Morais. Muito obrigado. Design gráfico: 8mmViDPRO/email: info@8mmvidpro.com
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Detector de cio em vacas envia sms para pastores suíços
PARCERIA COM A KIDE (GRUPO MONDRAGON)
A Kide é uma empresa especialista no fabrico de câmaras frigoríficas para o sector agro-alimentar, que recentemente incorporou um grupo de profissionais que saiu da ex-EFC e que ajudou a dar forma aos novos produtos de refrigeração industrial e “secaderos”. A Simia, que já detinha a exclusividade para Portugal com a EFC, mantém a parceria e detém a delegação oficial da nova empresa. Josu Tornay, directorgeral da Kide, diz-nos: «somos os únicos especialistas em todos os equipamentos para a conservação de alimentos. Fabricamos painéis isolantes, equipamentos de refrigeração, portas de refrigeração, painéis à prova de fogo, câmaras de secagem, etc., quer na gama industrial, quer na comercial. Cada cliente pode apresentar as suas necessidades com a confiança absoluta de que está a trabalhar com um especialista e fabricante em toda a cadeia de frio alimentar». Neste contexto, a Simia abrange mais uma área especializada onde a sua equipa técnica é essencial para montar todos os equipamentos de frio.
COMPETÊNCIA A competência é uma das mais-valias da Simia. Com pessoal especializado para todas as suas representadas, a empresa não tem o ónus do Professores suíços instituição ensino marcas situadamundiais em desconhecimento ou dede máuma formação. As mais de prestigiadas Berna estãoalimentar, a testar eum dispositivo para electrónico em vacasdeque para o sector particularmente o sector industrial carnes, colocam nas suas a instalação ea avisa os pastores – viamãos smsa –representação quando os exclusiva, animais estão no cio. manutenção dos seus produtos: As experiências estão a dar resultados positivos e, por isso, o Frey: Enchedoras a vácuo de qualidade superior de fabrico germânico. aparelho ser comercializado já adepartir 2013. Uma gama deverá de enchedoras que vai ao encontro todas de as necessidades, independentemente dimensão do utilizador. com o facto de as vaOs investigadoresdaforam confrontados Metalquimia: tecnológica. Lídereglobal em estarem tecnologia de linhas cas das raçasInovação Holstein vermelha Jersey a deixar completas «chave na mão» para produtos de carne, cozidos e marinados. de dar sinais do momento em que se encontram no cio. E Nock: Seja uma máquina descouratadora, uma desmembradora, uma cortadora istouma porque estão sujeitas a umTodas stresse cada vez maior para ou máquina de gelo em escamas. elas proporcionam funcionamento eproduzirem resultados perfeitos. mais leite. Ingerem mais proteínas, minerais e viOsnova: de enchidos de fácil utilização com bobina cordel, para taminas,Atadora uma forma de aumentar a produção dedeleite, mas enchidos de tripa natural ou artificial. De fácil limpeza e manutenção. que lhes causa perturbações metabolismo. Pujolás: Maquinaria alimentar para o no sector cárnico. Linhas de desmancha e de De acordo com o jornal The New Times, os investigadoclassificação, maquinaria para o processo deYork presuntos, guilhotinas, etc. Xuclá: Túneis, máquinas e linhas de lavagem, salas de desmancha, marmitas de res decidiram criar um dispositivo electrónico a que chamaram cozedura e uma ampla gama de maquinaria e utensílios inox para a indústria «detector de cio», que é colocado no pescoço do animal e que alimentar. englobaHáum sensor umque chip. Oempresa sensor tem é colocado nos órgãos Holac: mais de 40 eanos esta vindo a fornecer soluções para o corte de carne e seuspara derivados, do peixe e dos legumes. genitais da vaca e serve medirdoa queijo, variação de temperatura eA Holac significa precisão, confiança e qualidade. de movimentos. Fatosa: Maquinaria industrial para o sector alimentar: picadoras, misturadoras, Quando a vaca está no cio, não só a temperatura sobe como enchedoras de pistão, «cutters», cortadoras de congelados e elevadores de o animal se movimenta menos.A conjugação dos dois estímucoluna. Talsa: qualidade capacidade média paraEste, a indústria los fazMaquinaria gerar umdesinal que com é transmitido ao chip. por sua da carne. Gama completa para a pequena / média salsicharia. Marmitas de vez, envia um sms (que pode ser escrito em alemão, francês, cozedura de alta qualidade. italiano, inglês ouespecializada espanhol)no aofabrico telemóvel do de pastor. Serrano: Empresa de «clips», máquinas clipsadoras Os primeiros testes têm dado resultados apesarde da para enchidos e também de máquinas automáticas positivos, para o enchimento lombos. necessidade já detectada de serem feitos alguns ajustamen-
tos. Por isso os investigadores pretendem lançar o aparelho Contactos: no mercado já em 2013. O preço do equipamento é 1100 euros, o que L.da pode ser um pequeno E-mail: óbice para a implementação Simia, info@simia.pt do sistema por parte dos agricultores. Telef.: (+ 351) 212 326 999 www.simia.pt 08]carne
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BREVES A «ELPOZO-Alimentación» patrocina a corrida da mulher em Portugal de apoio à luta contra o cancro da mama
A empresa de alimentação «ELPOZO», fundada em Alhama de Murcia em 1936, patrocinou juntamente com outras empresas a corrida da mulher recentemente realizada em Lisboa, na qual participaram 10 mil pessoas com o fim de angariar fundos para a luta contra o cancro da mama. Esta empresa espanhola, que tem uma sucursal em Portugal desde 1993, decidiu apoiar esta iniciativa dada a importância da prevenção na manutenção da saúde. A «ELPOZO» lidera o segmento de saúde no sector das carnes em Espanha, e está a ficar bem posicionada em Portugal no grupo da alimentação saudável graças à sua gama de produtos «BienStar»; na comercialização da mortadela de peru já ocupa o primeiro lugar, com uma quota de mercado de 14,9%. Além disso, representa 11,2% das vendas dos produtos de charcutaria espanhola em Portugal.
Na categoria de Grandes Empresas Agrícolas LUSIAVES conquista prémio agricultura
O Grupo Lusiaves recebeu Prémio Agricultura 2012 na categoria de Grandes Empresas Agrícolas, sendo assim considerada a empresa agrícola de grande dimensão que mais se destacou ao longo do ano na sua atividade. A cerimónia decorreu na Casa das Histórias, em Cascais, com a presença da ministra da Agricultura, Assunção Cristas. O Grupo Lusiaves encontra-se a desenvolver um conjunto de investimentos, com o apoio dos fundos comunitários disponíveis, num valor global superior a 127 milhões de euros, através de novas instalações, de ampliação das já existentes e de aplicação de tecnologia de vanguarda, permitindo assim a criação de centenas de postos de trabalho. Para a atribuição deste conceituado galardão ao Grupo Lusiaves contaram como indicadores o desempenho económico, a exportação, a investigação, desenvolvimento e inovação (IDI), recursos humanos, comunicação e imagem, políticas e certificações, gestão da cadeia de fornecedores, saúde e nutrição, responsabilidade ambiental, higiene, saúde e segurança e a responsabilidade social. Esta iniciativa do Continente, Correio da Manhã e Jornal de Negócios foi lançada para promover, incentivar e premiar os casos de sucesso da agricultura nacional, contando com o patrocínio do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
Sobre o Grupo Lusiaves
A companhia é pioneira no mercado internacional de carnes ao lançar soluções alimentares saudáveis, categoria de produto com enorme potencial. O conceito de produto saudável, antes focado na gordura e no sal, é agora alargado a novos aspectos que tenham que ver com uma vida saudável em geral. Actualmente, esta marca está presente em mais de 80 países em todo o mundo e a suas soluções alimentares chegam a mil milhões de potenciais consumidores. O crescimento das exportações no ano de 2011 foi de 21%, acima da média do sector. 010]carne
O Grupo Lusiaves, nascido em 1986, é hoje uma referência no sector agroalimentar nacional, graças a um crescimento sustentável gerador de valor e criador de riqueza. O Grupo possui hoje um controlo direto sobre todo o processo produtivo: a produção de alimentos compostos para animais; a produção de ovos para incubação; a incubação de ovos e produção de pintos; a produção avícola de frango, frango do campo e perus; o abate de aves; a transformação de produtos alimentares; o armazenamento e comercialização; e a valorização de subprodutos. Fruto desta política de verticalização, o Grupo Lusiaves assume-se como um player de referência no sector avícola e agroindustrial em Portugal, empregando mais de 1600 pessoas, faturando cerca de 300 milhões de euros anualmente e exportando para diversos países (com destaque para Espanha, França, Itália, Alemanha, Hong Kong, Macau e Angola).
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AMBIENTE
Canadá deixa Protocolo de Quioto um ano depois O Governo canadiano anunciou, numa declaração de apenas uma frase: que já não faz parte do Protocolo de Quioto, uma medida que os partidos da oposição consideram “uma vergonha” na história do país.
A
saída do Canadá do Protocolo de Quioto materializou-se, precisamente, um ano depois do país ter comunicado à ONU a sua decisão. O Governo canadiano não emitiu nenhum comunicado ou declaração a dar conta da retirada efetiva do Protocolo, apesar de ser a primeira vez que o Canadá se retira de um acordo internacional, refere a agência Efe. Respondendo a perguntas da agência noticiosa, o porta-voz do Ministro do Ambiente do Canadá, Adam Sweet, confirmou segunda-feira que o “Canadá se retirou de Quioto”. A mesma fonte acrescentou que o ministro do Ambiente, Peter Kent, “tinha feito o anúncio no ano passado”. O porta-voz não quis explicar as razões pelas quais o Governo conservador do primeiro ministro canadiano, Stephen Harper, se tornou no primeiro do mundo a retirar-se do tratado, depois da ratificação, nem se a medida vai danificar a imagem internacional do Canadá. O Partido Verde do Canadá disse que a confirmação da saída corresponde a “uma vergonha” para o país. Stéphane Vigneault, coordenadora de comunicação do Partido Verde, realçou que é a primeira vez na história do país que o Canadá ratifica e logo a seguir abandona um tratado internacional. 012]carne
A deputada Elizabeth May, líder do Partido Verde, disse, em comunicado, que a medida constituí uma mancha na reputação internacional do país, ameaçando a imagem do Canadá no mundo e “mais importante, o futuro das crianças canadianas”. A porta-voz de temas ambientais do NPD, o principal partido da oposição, lamentou, também em comunicado, que enquanto o resto do mundo avança na luta contra as alterações climáticas, o Canadá vai ficando para trás. Os números fornecidos pelo Partido Verde confirmam as afirmações do NPD: enquanto em 1990 o Canadá emitiu 589milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, em 2010 o número situou-se nos 692 milhões de toneladas. Tal corresponde a um aumento de 17%, quando o país devia ter reduzido as suas emissões em 6%, de acordo com os compromissos assumidos no Protocolo de Quioto. Há um ano, o ministro do Ambiente do Canadá disse, numa conferencia de imprensa, que “Quioto não funciona” e que “é o passado para o Canadá”, explicando invocar o “direito legal” do país para se retirar do Protocolo. O governante explicou que, por não ter cumprido os compromissos de Quioto, o país teve de “transferir 14 mil milhões de dólares dos contribuintes canadianos para outros países, o equivalente a 1.600 dólares canadianos por cada família”.
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FEIRAS E EXPOSIÇÕES Alimentaria&Horexpo Lisboa. 14 a 17 de Abril 2013
Indústria
Alimentar A Uma Só Voz
Fátima Vila Maior
“Novos compradores, Novos Mercados, Novas Oportunidades” é o lema da Alimentaria&Horexpo Lisboa 2013, uma iniciativa da AIP / FCE que está a juntar a indústria alimentar num esforço de internacionalização conjunto
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IPA, Portugal Food, Portugal Fresh, Viniportugal, Agrocluster, Inovcluster, Inovisa, entre outros, juntaram-se à Alimentaria&Horexpo Lisboa 2013 para que num esforço conjunto consigam impulsionar a internacionalização e acelerar as exportações nacionais. A Alimentaria&Horexpo Lisboa é o instrumento ao serviço das empresas nacionais que pretendam iniciar ou aumentar a sua presença nos mercados externos e junto de novos compradores. Assim, internacionalizar, aumentar as exportações e desafiar novos mercados, são as grandes linhas mestras para a próxima edição da Alimentaria&Horexpo Lisboa, a decorrer em Lisboa na FIL, de 14 a 17 de Abril de 2013, que pela 1ª vez junta os principais players do sector à mesma mesa e em prol de um desígnio estratégico nacional: exportar. De acordo com Fátima Vila Maior, da Alimentaria&Horexpo Lisboa «em 2013 queremos aumentar exponencialmente o número de compradores estrangeiros, de compradores oriundos dos países com economias emergentes e de novos mercados». Jorge Henriques, Presidente da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, considera que a «Alimentaria&Horexpo Lisboa é um instrumento activo na promoção e divulgação dos produtos nacionais e serve como plataforma para ligar a Europa aos mercados africanos e latino-americanos. É uma ferramenta excelente para a exploração de novos mercados da indústria agro-alimentar, entre eles, o Brasil e a India e assim captar novos clientes». Sob o lema “Novos Compradores, Novos Mercados, Novas Oportunidades”, a edição de 2013 da Alimentaria&Horexpo Lisboa reforça a vertente internacional do certame, que já se sedimentou enquanto a 4ª maior e mais importante feira ge-
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neralista do sector da alimentação no ranking europeu e como plataforma de acesso a um mundo de oportunidades de 250 milhões de consumidores a falar Português. Promovida pela AIP / FCE e Alimentaria Exhibitions, a Alimentaria&Horexpo Lisboa é o certame líder do sector alimentar em Portugal e na Península Ibérica em 2013, constituindo-se como a maior plataforma de negócios e contactos profissionais para os sectores da alimentação, distribuição e hotelaria. A ambição da organização para 2013 é a de alcançar o milhar de empresas participantes e aumentar o contingente de compradores estrangeiros para cerca de 2.000, oriundos de uma centena de mercados. Na edição de 2011, os 4 pavilhões da FIL, com uma área de 45 mil m2, foram ocupados por 850 empresas participantes, com uma forte presença internacional, com empresas oriundas de mais de 30 países e mais de 30.000 visitantes profissionais entre os quais 1.200 compradores estrangeiros. A Alimentaria&Horexpo 2013 irá conservar o modelo de certame que congrega três salões e potencia as sinergias inerentes aos mesmos. Este formato traduz-se numa ampla oferta do mercado alimentar e de hotelaria, com a presença de muitas empresas produtoras e distribuidoras de alimentos e bebidas, de equipamentos e decoração para a restauração e hotelaria, tecnologia e maquinaria para a indústria e distribuição alimentar: • Alimentaria Lisboa – Salão Internacional da alimentação e bebidas • Horexpo – Salão Internacional da hotelaria e restauração • Tecnoalimentaria – Salão Internacional das tecnologias, maquinaria e equipamento para a indústria e distribuição alimentar Revista CARNE é media-partner •
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EMPRESAS Um ano depois do incêndio que destruiu parte da empresa
Sicasal amplia instalações e aumenta produção
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Sicasal inaugurou recentemente, as novas instalações, precisamente um dia antes de se de completar um ano sobre a data do incêndio que destruiu parte considerável da fábrica e que fez perigar os 650 postos de trabalho. Durante o último ano, a reconstrução de toda a área destruída decorreu sem que a produção da Sicasal – a maior indústria da região oeste – tivesse sido afetada. A empresa, não só manteve todos os postos e trabalho, como recorreu à contratação de mais trabalhadores. Recuperada a zona ardida, cerca de 9 mil m2, a Sicasal prepara, agora, a ampliação e modernização das instalações, o que vai permitir aumentar toda a linha de produção. Ao projeto foi atribuído o título: “Renascer”. Tendo em vista a exportação, o projeto integra a construção de uma nave industrial de três pisos com mais de 10 mil m2 de capacidade total. 018]carne
A empresa vai ser dotada das mais modernas tecnologias, com profundas remodelações na secção de desmancha e no sector dos congelados. Até agora, a desmancha era realizado a quente, mas de acordo com as novas tendências do mercado, será implementado um sistema de trabalho de desmancha a frio. A laborar há 44 anos, a Sicasal emprega, atualmente, 650 trabalhadores e exporta 40% da sua produção anual (cerca de 750 toneladas por semana), sobretudo para Angola mas também para outros países como Moçambique, Cabo Verde, São Tomé, Luxemburgo, Canada, Rússia, França, Suíça e Inglaterra. Apesar do incêndio, dos 100 milhões de faturação previstos para 2011 a empresa alcançou 96,3 milhões. Dois meses volvidos, a Sicasal já tinha retomado o ritmo normal, enviando semanalmente para o mercado 450 toneladas de carne processada e 300 toneladas de carne fresca.
Líder da indústria de carnes em Portugal A Sicasal está localizada em Vila Franca do Rosário, na Malveira, a 30 quilómetros de Lisboa. Com uma área de mais de 50 mil m2, é a principal unidade da região. Por detrás desta marca há um mundo de trabalho e dedicação, a experiência de muitos anos e uma rigorosa seleção das matérias-primas, apoiado numa equipa de profissionais que, com a mais alta tecnologia, obtém produtos de primeira qualidade, para o mercado nacional e internacional. A Sicasal é uma indústria de carnes bem portuguesa e familiar com origem na década de 60.
Atualmente, a Sicasal tem como atividade primordial o abate e a transformação de carne de suíno. A sua comercialização é feita sob a forma de carne fresca e produtos transformados, seguindo as mais rigorosas normas de higiene e fabrico, sem esquecer o saber fazer das receitas originais dos produtos. Toda a gama Sicasal está sujeita a um rigoroso controlo de qualidade. A empresa sempre assumiu e assumirá com os clientes e consumidores a missão de oferecer produtos de excelência na área alimentar. A empresa procura desenvolver a sua atividade com uma motivação concreta de orientação também para o mercado externo e vender os seus produtos nesse mercado. •
ASGO na senda internacional
A ASGO é uma empresa produtora de máquinas para a indústria alimentar de dimensão internacional. Todos os equipamentos são projectados de acordo com as directivas europeias, cumprindo igualmente as principais normas nacionais e internacionais. A sua linha de produtos adapta-se às necessidades de pequenas, médias ou grandes unidades industriais, sempre com a mesma alta qualidade e nível de confiabilidade. Presente durante o ano nos principais certames de alimen-
tação e maquinaria dos cinco continentes, a ASGO, S.A. esteve uma vez mais presente no SIAL/IPA em Paris, no stand da sua representante francesa MURIN & FOUILLAT (Lyon, França), onde exibiu um misturador com arrefecimento por CO2 e uma picadora automática, que faziam parte de uma linha de produção de picados finos de carne fresca (hambúrgueres, almôndegas, etc.) Esta linha era completada com uma multiformadora de outra marca. www.asgo.pt carne [019
EMPRESAS
Máquinas da GESAME
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Gesame é um fabricante europeu de equipamentos de pequena e média dimensão para o processamento de carne. Muitos dos nossos leitores têm-nos chamado a atenção para a necessidade de apresentarmos soluções para os estabelecimentos e outras unidades da dimensão dos seus. São, sobretudo, cadeias de talhos, que apresentam uma oferta diferenciada da que a indústria disponibiliza: hambúrgueres com o toque de um chef, almôndegas, rolos de carne picada embrulhados em massa folhada e recheados com legumes, apresentados de forma gourmet; alguns destes pequenos comerciantes dão continuidade às receitas tradicionais da família, mas nos dias de hoje necessitam de equipamentos adequados à pequena e média dimensão dos seus estabelecimentos para que a elaboração garanta a qualidade e a segurança alimentares. As máquinas de fazer hambúrgueres da Gesame são ideais para os com e rc i a n t e s que querem desenvolver a sua produção, constituindo um bom exemplo de equipamentos de topo à dimensão dos seus negócios. A empresa GESAME está sediada em Barcelona, na Catalunha, e desde 1965 que se especializou no fabrico de máquinas e equipamentos capazes de responder às necessidades dos comerciantes de carnes, fornecendo-lhes as ferramentas necessárias para a elaboração de produtos de qualidade, atractivos, que criem mais-valias nos seus negócios mas que permitam desse modo desenvolver as respectivas produções. Como resultado de muitos anos de investigação contínua, de contacto e de troca de experiências com os comerciantes dês sector, os responsáveis da GESAME entendem que, quando se trata de máquinas de processamento de carne a simplicidade dos procedimentos é fundamental. 020]carne
As máquinas de picar e de fazer hambúrgueres da série MH 75 E MH 100 foram projectadas para os comerciantes que querem acelerar as suas produções manuais e as actividades criativas na formação de alimentos. Capazes de formarem até 1800 hambúrgueres por hora, estas máquinas, altamente versáteis, podem também produzir almôndegas, canelones, croquetes ou qualquer outra forma personalizada. A espessura dos formatos pode ser ajustada, o que permite produzir, por exemplo, hambúrgueres até 12,5 cm de espessura e de forma rápida, com o peso desejado e esteticamente atraentes, evitando-se, assim os processos manuais trabalhosos e pouco rentáveis. Além disso, estas máquinas estão equipadas com um sistema de pá multinível que impede o esmagamento do produto e garante a qualidade da textura e do formato, alcançando-se uma produção consistente de hambúrgueres sem se perder a sua simpática aparência artesanal. A GESAME reconhece que embora muitos comerciantes de carnes queiram acelerar as produções de hambúrgueres e economizar nos custos operacionais, a falta de espaço é um requisito primordial a ter em conta. Como a GESAME conhece muito bem o comércio, disponibiliza as máquinas da série MH que têm apenas 370 milímetros de largura e 450 mm de comprimento, o que as torna ideais para quem opere em áreas com espaços reduzidos. Por último mas não menos importante, a par do seu design moderno a manutenção e a limpeza são de fácil e rápida execução. A sua desmontagem faz-se em menos de 5 minutos. A marca GESAME é representada em Portugal pela TALUMI, Lda., telefone 219 662 735/36, e com o e-mail: talumi@mail.telepac.pt A revista CARNE oferece uma assinatura anual (6 números) a cada adq u i re n t e de equipamentos GESAME.
Produção mundial de carne vai diminuir A Feira nº 1 da indústria da carne Frankfurt am Main, de 4 a 9. 5. 2013
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produção global de carne subiu 297 milhões de toneladas em 2011, e 302 milhões de toneladas em 2012, mas a tendência é de desaceleração. A análise é do Worldwatch’s Nourishing the Planet para o Institute’s Vital Signs Online, e refere que os valores vão decair. Danielle Nierenberg, da Worldwatch’s Nourishing the Planet, afirma que «os sistemas de agricultura industrial contribuem para os surtos de doenças de diversas formas», e explica ainda que «os produtores mantêm os animais em espaços apertados e muitas vezes com más condições, proporcionando um bom ambiente para o desenvolvimento de doenças. Alimentam os animais com dietas que não possuem os nutrientes necessários para combater a doença, e muitos animais tomam antibióticos como medida preventiva, em vez de terem um tratamento terapêutico. Os humanos que consomem este tipo de carnes acabam por ganhar resistência aos antibióticos». A seca que se fez sentir na China, Rússia, Estados Unidos e no Corno de África, contribuiu para uma menor produção de carne e um aumento de preços, em 2010 e 2011. Esta combinação entre preços elevados e o surto de novas doenças nos animais, em 2011, permitiu que houvesse uma redução no consumo de carne, explica o instituto em comunicado. De acordo com o relatório de 2012 realizado pelo International Livestock Research Institute, as doenças dos animais podem causar 2,7 milhões de mortes humanas por ano e são responsáveis por 75% das doenças infecciosas. Para contrariar a tendência de décadas, o consumo de carne em todo o mundo diminuiu em 2011 para 42,5kg por pessoa, e em 2010 para 42,3kg. Contudo, desde 1995, o consumo per capita de carne aumentou 15% nos países em desenvolvimento, e nos países industrializados aumentou apenas 2%. Embora haja esta diferença de valores, o consumo de carne continua elevado, sendo que uma pessoa de um país em desenvolvimento consumiu 32,3 kg de carne em 2011, e uma pessoa dos países industrializados consumiu em média 78,9 kg, no mesmo período.
Primetime for Meat. A IFFA constitui o principal ponto de encontro da indústria internacional da carne. Aqui o seu setor está no centro das atenções. Assista pessoalmente ao lançamento de tecnologias, produtos e serviços inovadores. www.iffa.com info@portugal.messefrankfurt.com Tel. 21 793 91 40 Agora pode saber mais através do código QR!
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EMPRESAS
MaquiGomes: tecnologia e know how
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MaquiGomes – Comércio e Reparação de Máquinas Lda, fundada em 1993, é já uma referência no sector da indústria alimentar. Detentora de um know how invejável, fruto da especialização e da experiência de várias décadas, está preparada para criar projectos de grande importância para o desenvolvimento sustentável do comércio e da indústria alimentares, com especial incidência no sector das carnes. Especialista no reacondicionamento de máquinas usadas com garantia, esta empresa, dirigida por Vítor Gomes, profissional de elevada valia técnica, reconhecida experiência no sector alimentar e na chefia de equipas técnicas, dedica-se também ao comércio, à representação e ao fabrico de equipamentos novos. Com um gabinete técnico próprio, tem dado prioridade à sua implementação e ao seu desenvolvimento com o objectivo de aumentar o know how próprio, permitindo a produção de soluções para a fileira alimentar cada vez mais evoluídas tecnologicamente. 022]carne
As equipas técnicas da Maquigomes são constituídas por quadros técnicos e outros colaboradores com larga experiência na concepção, fabrico e assistência de equipamentos, assegurando ainda a montagem de equipamentos novos e a assistência técnica em tempo real. A experiência adquirida no serviço de assistência a equipamentos de várias marcas tem permitido à empresa detectar, exactamente, em que pontos esses equipamentos são menos fiáveis, as suas fragilidades e as avarias mais frequentes, resultando desse estudo constante a obtenção de uma grande capacidade e experiência no sentido de minorar estes inconvenientes e introduzir alterações tecnologicamente inovadoras. A MaquiGomes investe no aperfeiçoamento dos seus recursos humanos e na aquisição de novas tecnologias para oferecer sempre o que há de melhor e de mais moderno que responda às necessidades dos seus clientes.
Fazemos Das Tripas...
Luis Sanchez & Filhos Lda
Avenida dos Combatentes, 80-E 80-A - Abrunheira • 2710-034 SINTRA Tel.: 219255500 • Fax: 219255509 • www.luissanchez.pt
luis sanchez
Instalada perto de Lisboa (Malveira), ampliou as suas instalações e adquiriu máquinas pesadas de precisão, informatizadas, tornando-se hoje uma referência a nível nacional em tecnologia de processamento para a indústria alimentar. Executa serviços de montagem de equipamentos, presta assistência, fabrica e monta vias aéreas, repara máquinas e fabrica equipamentos em aço inox. Representante exclusivo de algumas das marcas mais representativas do sector alimentar a nível europeu, põe à disposição uma vasta gama de produtos novos e usados com a garantia que a marca MaquiGomes oferece: picadoras, misturadoras, enchedoras, cutters, amassadeiras, embaladoras, serra ossos, termoformadoras, vias aéreas, peças e acessórios, assim como todo o tipo de lâminas para diversas marcas e géneros de máquinas.
dispõe representa segurança alimentar, sustentabilidade, eficácia, segurança no trabalho e produtividade, garantindo a muitas empresas procedimentos ininterruptos dos processos produtivos. Ciente dos novos desafios, a MaquiGomes encetou um novo ciclo que proporciona uma nova visão global, incluindo o desenvolvimento de estratégias de marketing, desenvolvimento de produtos, gestão de marcas, promoção e pesquisa do mercado. «Temos o conhecimento, a experiência e as soluções e estamos conscientes de que podemos criar mais-valias para os nossos clientes. A informação e os recursos tecnológicos são necessidades imprescindíveis para o funcionamento estratégico e operacional de qualquer empresa. Consideramos que a comunicação e a informação são ferramentas estratégicas da competitividade», sublinhou Vítor Gomes, sócio-gerente.
Com equipamentos vendidos para todo o mundo, dispõe de um back office de consultoria eficiente que responde rapidamente às necessidades dos clientes em qualquer ponto do país. E, tal como os exemplos acima demonstram, a tecnologia de que
Neste contexto, a MaquiGomes esteve presente numa feira alimentar no centro do país com um stand de 154 m2, onde apresentou as novidades dos seus equipamentos, recebeu a visita dos seus habituais clientes e contactou novos clientes, tudo isto num ambiente de diálogo e de profícua cooperação mútua. Entre as novidades apresentou a sua nova representação, a empresa espanhola FRIMAQ, que passa a disponibilizar no nosso mercado, entre outras, termoformadoras, termoseladoras, máquinas de vácuo, bem como linhas completas de embalamento. A FRIMAQ é o parceiro da MaquiGomes que detém a exclusividade para Portugal. O conceituado fabricante de Murcia esteve presente no certame com a sua exposição itinerante, num camião de 20 toneladas, onde se podiam ver as demonstrações de embalamento de produtos variados como o queijo, o leitão, os enchidos, a carne, o bacalhau, etc. www.maquigomes.com
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CONSUMO
Como comem os portugueses?
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s portugueses comem duas vezes mais carne, óleos e gorduras do que o recomendado; têm um défice de consumo de produtos hortícolas de 79% e deviam comer o dobro da fruta. O estudo mais recente sobre alimentação em Portugal indica que 51% da população adulta tem excesso de peso. As leis da economia mostram que quando há menos dinheiro no bolso a tendência é para se gastar menos. E os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) comprovam-no. A despesa anual média dos portugueses com a alimentação, entre Março de 2010 e Março de 2011, representou 13,3% do salário anual médio, uma descida de 5,4% face ao ano de 2000. «Este fenómeno poderá explicar algumas alterações no padrão alimentar português devido à crise económica», explica Luís Matos, vice-presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
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«Paralelamente, assistiu-se a um aumento de quase 10% nas despesas com a habitação, a água, a electricidade, o gás e outros combustíveis», recorda o especialista, citando o estudo do INE sobre os orçamentos familiares. A análise do INE mostra que a dieta nacional não se faz apenas de preferências. Existem factores como o preço que interferem directamente nas decisões. A falta de matéria-prima na indústria transformadora de lacticínios na União Europeia, em 2007 e 2008, por exemplo, fez aumentar o preço da produção de leite na ordem dos 11 a 15%, o que levou ao aumento do preço dos produtos e à consequente retracção no consumo de queijo e de iogurtes – menos 2% e 4%, respectivamente.
Demasiadas calorias
o natural nas suas mãos • Distribuidor de todo o tipo de carnes • Cortes especiais • Entreposto Frigorifico • Distribuição • Restauração e hotelaria • Distribuição moderna • Canal Horeca A nossa carne de porco preto é produzida como dantes, naturalmente! A nossa experiência, e a nossa capacidade de manter a tradição com procedimentos modernos sob rigorosas normas de qualidade e segurança alimentar, posiciona-nos COMO O FORNECEDOR QUE LHE CONVÉM Monte Vinha Sampaio 7800-650 Neves Beja-Portugal
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Os portugueses compram uma média de 3883 kcal diárias, quando o valor médio de consumo recomendado para um adulto é de 2000 a 2500. «Um número alto», nas palavras da médica endocrinologista Isabel do Carmo, que sublinha que se trata da aproximação dos valores portugueses aos dos Estados Unidos. «Mas o facto de se consumirem muitas calorias não significa qualidade nutricional nem sequer suficiência, trata-se de um média», salvaguarda a presidente do Conselho Científico da Plataforma contra a Obesidade. O estudo publicado pelo INE em 2012 sobre a Balança Alimentar dos Portugueses é o mais recente e traça um cenário negro da alimentação em Portugal. Compara os hábitos alimentares do novo século com os da década de 90 e conclui que a «dieta portuguesa tem-se vindo progressivamente a afastar-se dos princípios da variedade, do equilíbrio e da moderação.» Uma curiosidade: cada vez mais os cereais substituem as raízes e os tubérculos na dieta nacional. Portugal é o maior consumidor de arroz da Europa com uma capitação de 17,3kg/ ano. O estudo dá conta de uma distorção gradual da roda de alimentos dos portugueses, especialmente na última década. A análise adianta que a carne de suíno continua a liderar a tabela nacional do consumo de carnes, representando 38% desse total, ainda que a tendência seja para o crescimento do consumo das carnes brancas, que representa 33% da disponibilidade de carnes. O mesmo estudo adianta que 51% da população tem excesso de peso. «Pelo menos metade da população adulta portuguesa ingere mais calorias do que aquelas que gasta», garante Isabel do Carmo, que salienta que o cenário europeu não é diferente. «Uma grande oferta e a publicidade aos alimentos hipercalóricos, pobres do ponto de vista nutricional, mas mais acessíveis economicamente», é uma das razões que justifica as escolhas; outro factor da obesidade é o sedentarismo, especialmente nas áreas urbanas. A Direcção-Geral de Saúde conclui que a população rural tende a ter uma alimentação mais saudável do que a urbana, pois esta é afectada pelos horários de trabalho rígidos, pela escassez de tempo e pela oferta alargada de «comidas da moda». A longo prazo os maus hábitos alimentares terão consequências na saúde. «As pessoas ficam mais propensas a desenvolver doenças crónicas, cardiovasculares, diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e cancro», alerta Luís Matos. Em Portugal as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, cerca de 32%, de acordo com as Estatísticas da Saúde do INE.
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FEIRAS E EXPOSIÇÕES IFFA, de 4 a 9 de Maio em Frankfurt, Alemanha
feira indústria carnes
A maior para a das
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s líderes mundiais de fabrico de equipamentos para a indústria das carnes apresentam as suas mais recentes inovações para o processamento de carne. A próxima edição da IFFA (recorde-se que se realiza de 3 em 3 anos) já está à porta. Decorre de 4 a 9 de Maio, como habitualmente no recinto das feiras de Frankfurt. Esta edição apresenta-se aos profissionais com algumas novidades, entre elas, o aumento do espaço de exposição. A automação será um dos grandes atractivos deste certame, o maior do mundo inteiramente dedicado à indústria das carnes. A automação no sector da carne é cada vez mais uma questão importante, pois gera maior produtividade, eficiência energética e qualidade. Além disso, melhora as condições de higiene e alivia o pessoal do trabalho físico mais pesado: os resultados verificam-se na garantia da segurança alimentar. Portanto, os robôs industriais estão cada vez mais a provar serem a chave para as soluções eficazes em oposição às dispendiosas soluções mecânicas.
Transportadores de triagem e robôs de classificação A IFFA é uma megaexposição de produtos para a indústria de carnes que apresenta as mais inovadoras soluções desde os transportadores de triagem inteligentes, ao pré-armazenamento temporário, antes de se passar ao embalamento, aos scanners a laser para um corte preciso, ao embalamento propriamente dito, para terminar nos aditivos. É hoje uma visita obrigatória para quem se quiser manter actualizado com a arquitectura high tech, numa viagem ao futuro, agora ao alcance de um gesto. Os robôs de classificação tornam possível construir unidades robóticas compactas para a pesagem, a triagem e o embalamento de acordo com os pesos pré-determinados. Além disso, e sem perda de tempo, permitem mudanças rápidas de formato e no modo, no chamado «modo misto». Na IFFA pode ver-se, por exemplo, o embalamento simultâneo de filetes de peito de frango em bandejas com um peso fixo, uma embalagem atraente para o consumidor, enquanto o mesmo robô embala filetes de peito de frango em caixas maiores, em porções completamente diferentes, para venda a granel. 030]carne
O resultado é que os sensores de classificação, neste caso, com três robôs, podem encher em simultâneo tabuleiros, caixas ou sacos com porções e pesos completamente diferentes. Os dois primeiros robôs escolhem os filetes de peito de frango e enchem bandejas com pesos fixos, o terceiro coloca o resto em caixas para embalagens a granel.
o conjunto de instruções para o tapete inteligente e para os robôs.
Scanners a laser para cortes precisos
Para resumir: a tecnologia permite que os tapetes inteligentes façam a triagem a partir do local do corte. De seguida, os transportadores passam os filetes de peito de frango por um detector que determina o seu peso, a localização exacta e orientação da embalagem. A partir desses dados, dependendo do peso, em cada caso, um algoritmo de ordenação calcula
Para evitar, por exemplo, costeletas com cortes diferentes, de que resultem pesos, consistência e formas diversos, aspectos que devem ser tidos em consideração pelo cortador de modo que as possa fatiar com o mesmo peso, variando a espessura de um corte de outro, os scanners a laser oferecem uma imagem 3D das junções da carne e do osso sem lhes tocar. O software calcula a espessura de cada corte e gere os dados controlando o processo de corte através da segmentação de dados. Devido ás variações de consistência (carne sem osso, carne com osso, carne e gordura) ainda não é possível obter fatias completamente idênticas no peso, mas sim significativamente mais precisas do que seriam sem esta medição de alta tecnologia. Os scanners a laser têm revelado uma grande evolução, sobretudo na última década. Além disso, estes instrumentos, em ligação com os tapetes inteligentes e os robôs de classificação, simplificam substancialmente o processo de embalamento proporcionando a máxima segurança alimentar. Embalagens que asseguram a qualidade O embalamento é uma das últimas fases de processamento da carne e é hoje feito com um alto nível de automatização. As soluções de alta tecnologia para embalamento de pequenas peças, como coxas de frango, costeletas, bifes, carne picada (em cubos ou marinada), bem como produtos temperados prontos para levar ao forno ou ao microondas (alimentos de conveniência) estão hoje generalizadas, sendo as mais comuns as embalagens MAP, o vácuo e os produtos embalados Skin, prolongando-se assim a vida dos produtos na prateleira. O desenvolvimento deste tipo de equipamentos é enorme e alcançou níveis de produtividade que eram impensáveis há meia dúzia de anos. Estes equipamentos para embalamento são a grande atracção da IFFA, com os melhores fabricantes mundiais a esgrimir soluções e inovações que poupam materiais e energia e que garantem a sustentabilidade, produzindo ao mesmo tempo embalagens atraentes e que prolongam a vida dos produtos mantendo-os frescos e por mais tempo nas prateleiras, com toda a informação no rótulo, incluindo os indicadores de frescura. Para a indústria é muito interessante seguir de perto as inovações que os fabricantes de termoformadoras, de termoseladoras, de máquinas de vácuo com campânula, de flowpack, etc., têm para apresentar. Podia arriscar dizer, sem o risco de errar, que uma passagem pelos stands dos fabricantes de máquinas de embalamento, por si só, justifica uma visita à IFFA; mas o visitante profissional tem muito mais, muito mais mesmo para ver. Por exemplo, os fabricantes estão a integrar cada vez mais nas suas linhas de produção processos sofisticados como o HPP, para aumentar a vida dos produtos na prateleira. carne [031
O futuro da automação no processamento da carne encontra-se na integração de diversas soluções parciais, tais como, por exemplo, o laser inteligente na produção de embalagens com peso fixo integrado com transportadores de triagem e robôs de classificação. Outro exemplo de integração encontra-se no processo de gestão de capacidades de processamento em procedimentos especiais, tais como as linhas de HPP em embalagem.
HPP: Processamento de alta pressão de alimentos O HPP (High Pressure Processing), em português Preservação de Alta Pressão, é um processo não-térmico sob alta pressão hidrostática para produzir alimentos embalados que são mais seguros, mais duradouros, mais próximos do seu estado natural, que mantêm por isso o melhor sabor. Permite ainda a destruição de muitos agentes patogénicos de origem alimentar tais como Listeria, a E. Coli e a Salmonella, com pouca ou nenhuma alteração das propriedades organolépticas ou do valor nutritivo. Esta tecnologia fornece deste modo à indústria a oportunidade de desenvolvimento de novos produtos, que podem explorar totalmente as propriedades funcionais dos diversos ingredientes, tais como os hidrocolóides, as proteínas, etc. A inactivação dos agentes patogénicos ocorre sob uma pressão até 6000/7000 bar (87.000/101.500 psi) e com tempos de processamento até 15 minutos. Alimentos mais frescos. O processamento de alta pressão inactiva os microrganismos que causam a deterioração, preservando naturalmente a frescura dos alimentos embalados. Na maioria dos casos, o prazo de validade dos produtos pode ser aumentado pelo menos para o dobro. Alimentos mais naturais. A pasteurização de alta pressão permite que os fabricantes reduziam substancialmente ou eliminem completamente o uso de conservantes químicos, reduzindo os custos ao criar o chamado «rótulo limpo», totalmente natural, respondendo assim aos consumidores exigentes em produtos orgânicos. limentos com melhor sabor. Como o processamento de alta pressão não expõe os alimentos aos efeitos nocivos das altas temperaturas, os alimentos retêm toda a frescura, o sabor, a textura, a cor e os nutrientes.
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Cada vez mais a aplicação do HPP é reconhecida globalmente como um processo indispensável para embalar produtos, para além de o fazer de forma rentável, sustentável e favorável para o consumidor. A frescura, o sabor, a textura, as qualidades nutritivas, a segurança, a conveniência, o prazo de validade e a qualidade, tudo isto beneficia os fabricantes, os distribuidores, o comércio e os consumidores. O salão da IFFA apresenta, sem qualquer margem para dúvidas, um manancial de soluções para a indústria e para o comércio das carnes, isto para além da sua dimensão que permite uma rara variedade de expositores. Toda a gama de novas soluções automatizadas relativas ao processamento e ao embalamento de produtos de carne e salsichas serão apresentadas pelos expositores nesta IFFA, em Frankfurt am Main, a decorrer nas datas acima referidas, e que espera um total de cerca de 950 expositores oriundos de 47 países; nela estarão presentes todos os líderes de mercado que se sujeitarão aos olhares atentos de mais de 100.000 profissionais que se espera visitarão o certame. Em 2013 a IFFA aparecerá com um novo e melhorado layout de exposição, uma nova nave de dois pisos, o Hall 11.0 e 11.1, que será inaugurada nesta edição sobre o sector das carnes. Estes dois pisos serão ocupados por empresas dedicadas ao embalamento e à pesagem, assim como aos fornecedores na área do corte por alta tecnologia, que exporão produtos relevantes sob o tema: «Vendas: tudo para a indústria de carne». Os equipamentos de embalamento ocuparão também o Hall 4.1, enquanto que os ingredientes, os temperos e os aditivos estarão representados no andar de baixo, no Hall 4.0.
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CONSUMO
A Europa consome cada vez mais alimentos de conveniência
N
a Europa consome-se cada vez mais alimentos industrializados. A correria da vida moderna cria novos hábitos alimentares e muita gente mal sabe preparar uma refeição. Por exemplo, quem entra pela primeira vez num supermercado alemão pode ficar surpreendido com a panóplia de produtos industrializados. E quem se aproxima da prateleira dos temperos arregala os olhos à variedade de molhos e de misturas para alimentos de conveniência: mistura pronta para frango assado, para peixe, carne, sopa, comida chinesa, molho de tomate à napolitana, em boião de vidro ou em saquetas, mistura para soufflé de brócolos, batatas descascadas e cozidas em lata, enfim, tudo o que se possa imaginar, um número de misturas sem fim que mostram a influência dos produtos industrializados na sociedade moderna.
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Depois do fast food, a convenience food Parece que se estão a perder os tempos em que as pessoas conheciam os diversos ingredientes e sabiam que os temperos e as ervas ficavam bem nos pratos. Depois de o fast food ter conquistado o mundo, agora é a vez da convenience food (alimentação de conveniência, ou seja, cómoda) impor as suas regras. Em Portugal esta já não é assim tão incipiente, embora o consumo de alimentos frescos seja ainda muito grande, mas, mesmo assim, a tendência da convenience food é aumentar os seus tentáculos e conquistar as casas dos portugueses, sobretudo, dos mais jovens. A ver pela corrente europeia, a alimentação de conveniência alastra a grande velocidade garantindo taxas de crescimento comparáveis às das indústrias do sector.
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É um facto que a correria da vida moderna está a mudar substancialmente os hábitos alimentares. Nas grandes cidades é comum ver-se os jovens comendo um hambúrguer na rua, um pita shoarma ou batatas fritas com maionese ou ketchup. Ou ainda, por exemplo, o mais recente must da conveniência: um doner kebab (o churrasquinho grego), entre outras variadíssimas ofertas da convenience food.
Menos batatas e mais congelados O consumo de batatas, por exemplo, caiu cerca de 50% nos últimos 30 anos. Em compensação, o de produtos congelados aumentou cerca de 85% nos últimos dez anos. Face a estes números um grupo de investigadores alemães estudou a forma de garantir uma boa alimentação no futuro, nutritiva e ecológica. Uma primeira abordagem sobre os anos 90 revelou que, apesar da forte diminuição dos gastos com a alimentação, os alemães gastaram 30% a mais ao comerem fora de casa. O sector do fast food revelou um aumento de 200%. A comida de conveniência ganha terreno e esta pode ir da salada lavada, cortada e empacotada, a que se junta uma saqueta de molho, passando pelo pão congelado para aquecer no forno, pela carne e pelo peixe para ultimar no microondas, até às sopas e sobremesas. Ao mesmo tempo, o estudo revela que diminuiu, quer o conhecimento dos alimentos, quer o tempo empregue para os cozinhar. «As pessoas já não sabem quais são as verduras e as frutas da estação», diz Ulrike Eberle, a coordenadora da investigação. Quando a dependência da natureza era maior toda a gente sabia isso. Hoje, porém, as importações enchem os supermercados todo o ano com bananas da América central, abacaxis de África, mangas do Brasil, abacates de Israel, tomates, pimentos, feijão verde e ervilhas de Marrocos ou pepinos cultivados, independentemente da época, nas estufas da vizinha Espanha ou da Holanda.
Microondas e aromas
«O conhecimento das origens do abastecimento quotidiano diluem-se nos novos hábitos e nas novas gerações», sublinha Ulrich Oltersdorf, director do Instituto de Economia e Sociologia da Alimentação, em Karsruhe. «Há muita gente que não sabe fazer nada na cozinha além de colocar a bandeja no microondas». E quem já viu como se faz a farinha do pão ou se obtém o leite do pacote de tetra pack? O paladar das crianças já está acostumado aos intensos aromas artificiais da indústria alimentar, adverte a Academia de Protecção da Natureza e do Meio Ambiente, de Baden- Wurttemberg. «As crianças acabam por não achar graça nenhuma ao sabor natural». 036]carne
Cozinhar, o novo luxo No entanto, nem tudo é decadência nos produtos alimentares! Não apenas os hábitos mas «os conhecimentos sobre nutrição também passam por um processo de mudança», diz a investigadora Ulrike Eberle. Hoje é comum que as pessoas saibam muito mais sobre as propriedades dos alimentos e conheçam, por exemplo, a tabela das calorias. Também é certo que aumenta o consumo dos alimentos considerados sadios – frutas, legumes, leite, carnes brancas, peixe, cereais e seus derivados. Da mesma forma se estabeleceu um novo mercado para produtos orgânicos (naturais), que são comercializados em novas redes de lojas e de supermercados. E se não se cozinha mais no dia-a-dia, os gourmets e seus seguidores passam horas na cozinha nos fins-de-semana. É como se cozinhar se tivesse tornado num luxo ou um status. Os livros de culinária trazem receitas com texturas exóticas de todo o mundo e, na televisão, não há canal que se preze que não tenha diariamente um chefe de cozinha que preparara iguarias para todos os gostos.
Carl H. Knorr começou com uma loja de especiarias, da qual resultou uma grande fábrica de sopas instantâneas, molhos e temperos. Hoje a Knorr é uma das principais marcas da Bestfoods, que a Unilever incorporou na primeira década deste século. Como várias marcas alemãs de sucesso, a Knorr também tem uma história de mais de um século. Carl Heinrich Knorr, o seu fundador, foi um dos pioneiros do sector industrial da alimentação. Se o caldo de carne concentrado é uma invenção de Julius Liebig, começando a ser produzido em 1857, o nome Knorr ficou ligado principalmente ao caldo de galinha. Os do concorrente Maggi surgiram pouco depois, na Suíça. Quando Carl Heinrich Knorr abriu o seu primeiro armazém de especiarias, em 1838, em Heilbronn, sua cidade natal, no sul da Alemanha, ninguém imaginaria que 150 anos depois os seus produtos estivessem nos lineares de supermercados em todo o mundo. Em 1900 a Knorr já havia lançado sopas com 40 sabores diferentes.
Depois da fome, a industrialização
Vida moderna e projecção de desejos «Projectamos na comida muitos dos nossos desejos», quem o diz é Uwe Spiekerman, especialista alemão em sociologia da alimentação. Para ele, os alemães fazem questão de ter uma enorme cozinha luxuosa, com os mais modernos equipamentos, pois querem assim mostrar o desejo de terem um alto nível de vida. Não importa que essas cozinhas sejam usadas só de vez em quando para celebrar um dos novos rituais culinários, num fim-de-semana entre amigos e um cálice de vinho. O stresse da vida moderna e a falta de tempo de praticamente toda a família fará com que o sector e o conceito da comida de conveniência continue crescendo a olhos vistos. Segundo este sociólogo, muitas vezes é justamente o desagrado para com a vida que corre demasiado rapidamente, que é complicada e cheia de novas técnicas, que está por trás das críticas de um afastamento cada vez maior das formas de comer originais.
Knorr: um factor de pioneirismo
Depois da fome que dizimou milhões de pessoas na Europa, na primeira metade do século XIX, a grande preocupação era de que a produção de alimentos não acompanhasse o crescimento da população, como pregavam as teorias de Malthus. Tendo estudado comércio, demografia e técnicas de produção agrícola, Knorr dedicou-se à nutrição fazendo as suas primeiras experiências. A concentração da população nas cidades, o avanço tecnológico e a industrialização abriam novas perspectivas à produção de alimentos em grande escala. O factor decisivo foi a técnica de desidratação de legumes, pois até então as técnicas de conservação de alimentos conhecidas eram a secagem, a salga e a defumação.
Uma sopa de ervilha, para começar Em 1885 a firma Knorr Heilbronn montava a sua primeira linha de embalamento na Suíça. A sua primeira sopa foi patenteada em 1889. A chamada erbswurt era uma sopa de ervilhas preparada e empacotada em plástico, na forma de um salame grande. Em 1907 a firma já fabricava outras sopas em Thayngen, na Suíça, na fronteira com a Alemanha. A empresa contava então com 800 funcionários. Em 1912 lançou o seu primeiro caldo de carne em cubinhos. A crescente mobilidade no século XX e o trabalho feminino exigiam soluções práticas na alimentação, o que contribuiu para o sucesso da linha dos produtos instantâneos da Knorr, que vão desde caldos e temperos, passando por bases culinárias domésticas e industriais como as misturas para refogar ou adicionar a um prato, as tradicionais sopas instantâneas, os molhos de tomate e os prantos prontos. A expansão e a diversificação também começaram cedo: em 1911 Knorr era proprietário da maior fábrica de macarrão fora carne [037
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de Itália. Após a segunda guerra os produtos foram adaptados aos novos costumes alimentares, dando-se maior ênfase à qualidade. No final dos anos 50 a Knorr incorporou a Maizena, passando a integrar a Corn Products Company (CPC). Em 1962 a empresa fundou um instituto de pesquisa e desenvolvimento em Heilbronn e em 1967 criou um centro culinário para testar novas receitas.
A Knorr em Portugal A Knorr é uma das principais marcas de produtos alimentares em Portugal, presente no nosso país desde 1953, e actua em segmentos de mercado tão distintos e importantes como as refeições prontas, as sopas, os molhos e os temperos.
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Na Alemanha a linha de produtos é diferente, a começar pelo tradicional cozido alemão de lentilhas, continuando por temperos de saladas, molhos de cogumelos para acompanhar carnes e misturas para legumes gratinados no forno. Num dos últimos pratos prontos, da linha Spaghetteria, na embalagem já vem o tradicional macarrão com molho de tomate e carne moída, bastando acrescentar água e cozer durante alguns minutos. Em 1998 a CPC reagrupou as suas indústrias e a Knorr passou a ser a flagship da Bestfoods. Esta, por sua vez, foi incorporada pelo grupo britânico-holandês Unilever, no ano 2000. Se se tiver em conta todas as divisões do grupo, os alimentos, os produtos de higiene pessoal, os perfumes, a cosmética, bem como os detergentes e o material de limpeza, a Unilever é uma das maiores indústrias do mundo.
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ENTREVISTA Falando sobre sustentabilidade com Christian Traumann, CFO da Multivac
«Nós encorajamos o envolvimento social, que procuramos combinar responsavelmente no nosso dia-a-dia com as nossas actividades económicas»
Senhor Traumann, nos últimos anos o conceito de sustentabilidade tem sido a palavra de ordem. Como entende a Multivac este conceito? Apesar de ter mais de 20 anos, entendemos que o relatório da comissão Brundtland da ONU ainda é extremamente útil. Aquele conceito definia sustentabilidade como desenvolvimento que satisfaz as necessidades actuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Para cumprir este objectivo é essencial o envolvimento social que no nosso dia-a-dia procuramos combinar com responsabilidade nas nossas actividades económicas. Esta ligação entre o envolvimento social e a actividade económica leva-nos ao tema da ecologia. 042]carne
E como acha que a tecnologia de embalamento Multivac contribui para a sustentabilidade? Basicamente, as nossas tecnologias de embalamento prolongam o prazo de validade dos produtos alimentares. Usando vácuo ou embalagens MAP, o prazo de validade dos alimentos pode ser prolongado sem o uso de aditivos. Além disso, as nossas máquinas contribuem para o uso eficiente dos materiais das embalagens e permitem o processamento de filme feito a partir de recursos renováveis e biodegradáveis. As nossas máquinas produzem embalagens, algumas das quais apenas com pou-
carne[043 [07 carne
cos alguns microns de espessura mas que, mesmo assim, têm resistência à quebra graças às óptimas propriedades de barreira. Desta forma, a indústria alimentar, bem como os produtos médicos, entre outros, podem ajudar a salvar muitas toneladas de material de embalamento. A economia de materiais pode ser conseguida consoante o formato das embalagens. E estamos a falar de que embalagens? Por exemplo a nossa embalagem FormShrink retráctil, que tem a característica de eliminar o tabuleiro que anteriormente era colocado por baixo dos produtos. Por exemplo, no caso dos frangos, e em que não há perda nem de qualidade nem de vida útil ou conveniência de manuseio e uso. Aliás, essas discussões muitas vezes ignoram o facto de que o princípio da sustentabilidade se deve aplicar não só a embalagem mas também ao conteúdo. E isso porque a embalagem protege o conteúdo, ou seja, o produto tornando-o sustentável? Exactamente. Sem embalagens de qualidade muitos alimentos não chegavam aos consumidores em condições de serem consumidos de imediato. Quando olho para as declarações dos responsáveis da Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), por exemplo, ou do Instituto Internacional de Gestão de Água, noto que há uma quantidade considerável de alimentos desperdiçados durante o processo de produção, transporte e armazenamento. Em particular os países pobres são severamente afectados por este problema. E é possível ajudar sem ter que despender de grandes quantidades de meios financeiros? Claro. Por exemplo, a Multivac é membro fundador da RFA – Responsible Fishing Alliance (Aliança da Pesca Responsável) e membro de um programa de pesquisa da FAO. No âmbito de um projecto em que participamos ajudamos a melhorar as infra-estruturas para as famílias de pescadores do Norte de África. Entre outros bens, fornecemos máquinas de embalamento a vácuo para que os pescadores possam embalar as suas capturas imediatamente e aumentar assim o seu prazo de validade. Ao mesmo tempo estes pescadores ganham experiência no processamento de peixe fresco. E uma porção significativa do valor permanece com o produtor, que, por sua vez, contribui significativamente para o desenvolvimento da sua região. Em que aspectos acredita que as máquinas de embalamento podem evoluir tendo em consideração a melhoria do factor sustentabilidade? Nós temos um princípio que consiste em melhorar continuamente os aspectos da funcionalidade, no que concerne à eficiência nos consumos de energia e de água, bem como na redução dos materiais das embalagens. Além disso, as nossas linhas de embalamento garantem que os produtos a serem embalados são manuseados com cuidado, de 044]carne
modo que, durante o processo, produzam a menor quantidade de desperdício possível. No nosso caso específico, a sustentabilidade afecta todo o ciclo dos materiais naturais na nossa linha de produção. Em concreto isso significa que temos integrada uma solução de reciclagem no processo de produção das nossas máquinas. Por exemplo, os resíduos gerados no processo de corte de metais são fundidos novamente. Além disso, as leis ambientais da Alemanha são extremamente rigorosas quando observadas do ponto de vista global, de modo que até mesmo produzir algo na Alemanha é uma contribuição para a sustentabilidade. Isso significa que irão manter a vossa produção na Alemanha, em concreto a na região de Algäu? Claro! O nosso compromisso com estas instalações assegura mais de 1500 postos de trabalho na Alemanha. Aqui, em Wolfertschwenden, apoiamos um jardim-de-infância para que os nossos funcionários possam combinar a vida pessoal e a vida profissional da melhor forma possível Estamos extremamente empenhados na educação das gerações mais novas: nas instalações de Wolfertschwenden temos 65 estagiários em permanência. Estamos também fortemente envolvidos na área da educação superior apoiando a cadeira de Tecnologias de Embalamento da Universidade de Ciências Aplicadas em Kempten. As nossas actividades no Centro de Excelência para Embalamento de Produtos Alimentares em Allgäu provam exactamente o nosso empenho nesta região; o objectivo é tornar esta região num centro de excelência em tecnologia de embalamento alimentar. Actualmente estão a aumentar as vossas instalações em Wolfertschwenden - Isto faz sentido numa época de dificuldades económicas? É verdade. Há alguns meses atrás inaugurámos um novo hall de produção em Wolfertschwenden. Com este novo espaço estamos aptos a responder mais rapidamente a necessidades mais específicas dos nossos clientes, como por exemplo, o fabrico de peças para máquinas que já não fabricamos actualmente.
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om vista a avaliar a sustentabilidade de uma embalagem toda a cadeia de valor deve ser considerada pois, se optimizarmos apenas os componentes individualmente muitas vezes as melhorias não são as esperadas. Na maior parte das vezes produz-se apenas uma ligeira melhoria e, na pior, a qualidade geral diminui. A sustentabilidade na embalagem significa avaliar por completo todos os componentes individuais e, especialmente, as suas interacções. A maioria dos produtos alimentares deteriora-se antes mesmo de chegar ao consumidor. Em Agosto de 2008 um conselho de sustentabilidade nomeado pelo governo alemão publicou um estudo científico segundo o qual, em muitos países, entre 10 a 15% dos produtos alimentares degradavam-se de tal forma durante o processo de fabrico, o transporte e o armazenamento que não podiam ser vendidos. O desperdício é incalculável. Com estas perdas a quantidade de alimentos que deixam de estar disponíveis para a população em geral, raia a imoralidade, sem esquecer a quantidade de água desperdiçada no processamento destes alimentos. Tendo em con-
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São as raças? São os pastos? Ou o controlo de qualidade rigoroso? Ou ainda a maturação prolongada?
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ta que mais de um bilião de pessoas no mundo não tem condições de acesso ao abastecimento de água potável, o desperdício de alimentos relacionado com o transporte e o armazenamento não pode ser justificado moral, ecológica e economicamente. Tudo o que possa contribuir para reduzir este desperdício é uma contribuição para uma vida mais sustentável.
Tendo em consideração todo o ciclo natural «O desenvolvimento sustentável começa na nossa imaginação, produzindo ideias para o progresso. Ter um impulso para a investigação e um espírito inventivo pode ser o êxito de todo o processo. O empreendedorismo e a participação da sociedade civil são a ignição», diz o professor Jürgen Rimpeau, geneticista de plantas e membro do Conselho de Sustentabilidade. Este é o factor chave para que os fabricantes de má- quinas de embalagem, tais como a Multivac, utilizem as suas tecnologias de ponta e os processos económicos de forma a assegurar a sustentabilidade. Tendo em conta que a quantidade de combustíveis fosseis e a capacidade do meio para absorver os resíduos estão a diminuir drasticamente, os métodos de produção e os produtos sustentáveis estão no topo da lista do líder mundial de fabrico de termoformadoras. O objectivo do desenvolvimento sustentável é ter todo o ciclo natural em mente quando se consideram as soluções específicas. Se se tomar em consideração apenas alguns aspectos há o risco de uma avaliação ecológica distorcida. Por exemplo, quando se compara o impacto ecológico das embalagens feitas a partir de uma dada variedade de polímeros, a influência no prazo de validade dos produtos alimentares deve ser um dos factores a considerar, como por exemplo, as propriedades barreira.
Conservação de recursos e muito mais Para se avaliar a sustentabilidade de uma solução de embalamento todos os factores devem ser considerados como um só. A utilização eficiente dos materiais de embalagem ou o uso de materiais feitos a partir de recursos renováveis são parâmetros importantes, mas não são os únicos. O protagonista de uma solução de embalagem é, em última análise, determinado pelo produto a ser embalado e pela necessidade de o preservar durante o transporte e o armazenamento. Por outras palavras, as discussões sobre a sustentabili050]carne
dade de uma solução de embalagem não fazem sentido se essa solução não for capaz de garantir a qualidade duradoura do produto embalado, mantendo-o na melhor forma possível até ao momento do seu consumo.A expressão «melhor forma possível» pode ser interpretada aqui num sentido mais amplo. Por exemplo, a tecnologia de embalagem a vácuo ou as embalagens com atmosfera modificada (MAP) podem evitar a necessidade de adicionar conservantes de modo que o consumidor receba os produtos alimentares o mais naturais e ricos em vitaminas possível. Além disso, a manipulação suave e o processamento dos produtos em linha contribui significativamente para a garantia da sustentabilidade. Quando todos os módulos – desde a recepção do produto em bruto, passando pelas unidades de corte, pesagem, processos de embalamento e de separação – estão perfeitamente integrados, a precisão das máquinas utilizadas reduz drasticamente ou elimina o desperdício de alimentos. Do mesmo modo, o rigor do design higiénico, que simplifica o processo de limpeza nas máquinas de embalamento, n ã o só melhora a higiene da linha de embalagem como também a vida útil do produto no linear, assim como a segurança alimentar dos consumidores. A Multivac implementou este projecto na sua nova geração de máquinas.
Sustentabilidade através de tecnologia de ponta É óbvio que as empresas com tecnologia de ponta como a Multivac geram inovações em materiais de embalagem com vista à sustentabilidade de uma forma inequívoca. Um exemplo disso é o desenvolvimento de embalagens com redução do consumo de material, como, por exemplo, a técnica FormShrink para o embalamento de aves inteiras. Neste caso concreto, o filme utilizado tem apenas 40 microns de espessura, apresentando propriedades mecânicas tais, que o tabuleiro habitualmente utilizado, por exemplo, no embalamento de frangos, pode ser eliminado. Além disso, estando o filme de tal modo ajustado à volta do produto sem quaisquer tipos de rugas ou vincos, mantem as suas propriedades de barreira originais o que permitirá prolongar o prazo de validade do produto por vários dias. O filme retráctil para utilização com termoformadoras combina o material mais apropriado com o maior nível de segurança, devido à elevada resistência ao rasgo e à perfuração com
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vista, mais uma vez, a prolongar a vida útil do produto. Este facto faz com que as embalagens se tornem visualmente ainda mais atraentes e, por consequência, o produto revela-se mais apetecível.
Filme standard para muitos fins O conceito FreshSafe é outro exemplo. Com este processo desenvolvido pela Multivac, as frutas e os legumes são embalados de acordo com as suas necessidades de respiração, mantendo a frescura por muito mais tempo do que nas embalagens convencionais. Neste caso, utilizamos o nosso sistema de micro-perfuração do filme integrado na linha, personalizando-o à medida das necessidades do produto embalado, utilizando apenas um tipo de filme standard. A inovação sustentável é suportada não só pelo filme como também pelo seu processamento. Quanto ao processamento do filme a tecnologia Multivac é extremamente flexível. Neste caso em particular, a possibilidade de fazer ajustes precisos de uma forma flexível, tem um papel significativo. Isto significa que o filme pode ser utilizado de uma forma excepcionalmente eficaz. Por exemplo, os sistemas de alimentação de filme de alta eficiência reduzem ao mínimo os resíduos de filme durante o processo de embalagem. Finalmente, tudo aponta para que no futuro a tecnologia de embalamento permita a utilização de filmes mono camada sem
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camadas de selagem o que permitirá que os resíduos resultantes da sua utilização poderão ser separados e reciclados por tipo de material.
Considerando a linha de embalamento como um todo A consideração da sustentabilidade como um todo, não termina na interacção entre o filme e a embalagem; deve considerar sim a linha de embalamento completa. Soluções sobrecarregadas de equipamentos com funções demasiado específicas como, por exemplo, módulos de manipulação, tapetes de transporte mal dimensionados, etc, são um fardo tanto para os recursos técnicos como para os recursos financeiros de uma empresa, tornando a segurança do processo, as tarefas de manutenção e a formação do pessoal mais difíceis, resultando num processo desnecessariamente mais dispendioso. Por último, mas não menos importante, é trabalhar com um serviço de manutenção profissional e regular, e também dispor de equipamentos de embalamento com uma flexibilidade tal que permitem a sua readaptação às novas tendências de embalagem, prolongando assim a vida útil dos equipamentos. Isto é, sem dúvida, um factor importante para o desenvolvimento sustentável.
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REPORTAGEM Irlanda / Origin Green e Bord Bia
No coração da Origem Verde
Richard Hogg, criador aderente ao programa de sustentabilidade e Padraig Brennan, Analista Senior de solução de negócios, da Bord Bia.
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elo título deste texto, e dado que a Irlanda não seria o país que é sem os mitos, ou não fosse o último reduto celta, o leitor poderá ficar com a sensação de que vamos falar de lendas, de duendes vestidos de verde, de guardiões ou de conhecedores da localização de valiosos tesouros perdidos. Ou que falaremos do trevo «shamrock» de três folhas, que St. Patrick, patrono deste país, usou para explicar o mistério da Santíssima Trindade; comparou St. Patrick o facto de as suas folhas estarem divididas em três partes e presas a único caule com Deus, entidade que incorpora três pessoas, convencendo, deste modo, os reis celtas a converterem-se ao catolicismo. Mas não, não é disso que iremos falar. O assunto é realmente muito valioso mas tem que ver com o bem-estar e a vida das pessoas, com o rendimento das famílias que se dedicam à produção de carne, com o equilíbrio, a defesa e a sustentabilidade do planeta e com o bem-estar dos animais. O programa Origin Green (Origem Verde) é um programa concebido na perspectiva do desenvolvimento sustentável, que pretende deixar a menor pegada de carbono possível resultante da produção nas quintas produtoras de gado. Esta chancela da Irlanda faz os irlandeses olharem para o futuro com confiança. O programa foi desenvolvido pelo Bord Bia, organismo estatal que se ocupa da actividade agro-alimentar. Fomos saber em que consiste.
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As regiões planas do interior são essencialmente constituídas por terrenos agrícolas. A oeste erguem-se as montanhas costeiras que atingem, por vezes, mais de 1000 metros de altitude. A sua superfície total é de 70.000 km2 para uma população de cerca de 5 milhões de habitantes. Curiosamente, cerca de um terço da população vive na zona de Dublin. Embora a história da Irlanda tenha conhecido períodos agitados e conturbados, os irlandeses sempre foram conhecidos pela sua boa disposição, pelo seu bom gosto, pela música e pelas suas lendas. Muitas vezes referida como terra de santos e de sábios, a Irlanda
foi berço de muitos escritores famosos de língua inglesa, como W.B.Yeats, James Joyce, Samuel Beckett, Oscar Wilde ou George Bernard Shaw, entre outros, bem como de grupos musicais e de cantores mundialmente famosos como os U2, os The Corrs ou da irreverente Sinéad O’Connor, entre outros. A Irlanda aderiu à União Europeia em 1973 e desde então foi considerada um sucesso nas reformas económicas, sociais e culturais. As tecnologias de informação (TI) e as actividades de agropecuária e da indústria alimentar foram a chave para o sucesso, gerando um crescimento anual de dois dígitos. Ao «boom» económico seguiu-se uma crise que se iniciou com a recessão (quase) mun- dial de 2008, com origem nos Estados Unidos, que veio revelar que os investimentos de alguns bancos irlandeses no outro lado atlântico foram catastróficos, transformando essas entidades em repositórios de produtos tóxicos, o que levou à entrada da Troika (BCE / UE / FMI) no país em 2010 e à adopção de um duro pacote de medidas de austeridade.
provocou um dos maiores surtos de fome da Europa moderna, matando milhares de irlandeses e obrigando outros tantos a emigrar para o Novo Mundo, cerca de 250 mil, especialmente os EUA, o Canadá e a Austrália. «Poucas vezes na história a vida de um povo inteiro foi tão afectada por uma desgraça como aquela» refere Kevin Sheedy, reformado de um matadouro. Com um novo governo, a Irlanda conseguiu «bater o pé» à Troika e manter o imposto sobre as empresas bastante baixo (IRC), continuando assim a captar o investimento estrangeiro, sobretudo norte-americano. Semelhante política foi seguida com os impostos sobre o trabalho, embora os cortes salariais fossem aceites «porque as pessoas perceberam que seria bom para toda a gente», referiu-nos José Isidro, um emigrante português que encontrámos a trabalhar num
Os irlandeses ficaram furiosos por causa do plano de resgate da Troika, dos cortes orçamentais e, sobretudo, dos muitos milhões de euros dos dinheiros públicos que foram injectados em bancos falidos atascados de produtos tóxicos. No entanto, perceberam que a situação era muito grave e que havia de unir esforços para se sair da crise. Eles guardam ainda na memória colectiva a grande fome que abalou o país na segunda metade da década de 1840, quando as terras desta sua ilha, então uma possessão da Grã-Bretanha, foram acometidas por um terrível fungo que atacou as plantações de tubérculos, de nome «Phytophtora infestans». Tratou-se da tristemente célebre praga da batata, que
matadouro irlandês. A austeridade imposta pela Troika fez-se sentir na pele das famílias irlandesas, no entanto, devido ao equilíbrio da medidas face ao esforço de crescimento que era preciso fazer, os irlandeses podem observar hoje os efeitos positivos tanto na redução do desemprego como no aumento do consumo. A Irlanda, que é o primeiro país sob um programa de assistência financeira a assumir a presidência semestral rotativa da União Europeia (UE), aproveitou a oportunidade para afirmar, através do seu ministro das Finanças, Michael Noonan, que tem como objectivo libertar-se da Troika ainda em 2013. Para cumprir o ajustamento exigido pelo programa de ajuda internacional, o governo irlandês tinha que reduzir este ano o défice em 3,5 mil milhões de euros, o que foi feito numa combinação de aumento das receitas, aumento da produtividade, carne [055
aumento do consumo, aumento das exportações e redução na despesa pública. Quanto aos impostos, foi anunciado um novo imposto sobre os imóveis, com uma taxa de 0,18% sobre as propriedades com valor inferior a um milhão de euros e 0,25% sobre as de valor superior. Foi também proposto um agravamento da carga fiscal sobre as bebidas alcoólicas e sobre o tabaco. A redução da despesa pública foi feita à custa de cortes sociais, como o subsídio de família e a redução de três meses da duração do pagamento do subsídio de desemprego (que desceu de 12 para 9 meses), tendo sido determinados cortes substanciais nas despesas dos políticos e no financiamento dos partidos. Por outro lado, apresentou um plano para estimular as pequenas e as médias empresas, reiterando a intenção de manter a taxa de imposto sobre as suas receitas em 12,5%, a mais baixa da zona euro. A República da Irlanda é dos países da zona euro com melhores perspectivas económicas para os próximos anos, prevendo-se um crescimento económico de 1,5% para 2013, 2,5% em 2014 e 2,9% em 2015. Existe alguma fórmula secreta para esta recuperação?
Origin Green A Irlanda goza de uma forte reputação internacional por ser uma fonte de recursos naturais de alta qualidade nos produtos alimentares. Investigações independentes, quer da Comissão Europeia, quer da Bord Bia, organismo estatal para a alimentação, confirmam que as indústrias dos lacticínios e das carnes da Irlanda são das que na UE deixam menor pegada de carbono. No entanto, como dizem os irlandeses: «Um bom começo, é apenas uma parte da viagem». A quem visita este país, sobretudo o seu tecido empresarial, tanto as entidades empregadoras como as ligadas aos empregados, não passa despercebido que apesar de todas as dificuldades paira no ar um desígnio nacional de recuperação, uma motiva-
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ção para levar as coisas a bom porto. Este estado de espírito deve-se ao esforço que o governo tem feito para explicar aos cidadãos, passo a passo, de uma forma pedagógica, as medidas a tomar e todas as decisões governamentais, criando uma consciência colectiva que faz que estes se envolvam voluntariamente nos sacrifícios para a recuperação do país. Quando tal se justifica têm recorrido ao referendo. No sector agrícola esse esforço é notável e a estratégia adoptada tem tido o apoio da comunidade agropecuária. Por exemplo, a Irlanda vê no fim das quotas em 2015 um potencial para o crescimento da sua produção de leite na ordem dos 25%. Neste momento de crise a agricultura é na Irlanda não só um dos poucos sectores produtivos que tem um bom comportamento como também um dos poucos que oferece oportunidades significativas de desenvolvimento no futuro. Pretendem, por isso, beneficiar nos próximos anos tanto da recuperação do mercado da carne de bovinos e de ovinos como também do fim das quotas para produzir até 50% a mais de leite. Hoje, os 18 mil produtores entregam 5,5 milhões de toneladas deste produto, ou seja, 4,5% da produção europeia. De acordo com Cecília Ruiz, directora da Bord Bia para Portugal e Espanha, os irlandeses já se estão a preparar para o período pós-quotas, conservando o dobro das novilhas até 2016. Os produtores de leite para serem competitivos dependem da produção de forragem à base de erva, abundantemente disponível e barata nesta ilha verdejante. E estão conscientes de que as suas explorações são mais viáveis com rendimentos mais elevados do que outros sistemas de produção noutros países, mesmo em período de queda do preço do leite.
85% da produção pecuária é para exportação As reflexões levantadas por Aidan Cotter REVISTAserviram «CARNE»de porta NA BTA / HISPACK de entrada para a apresentação doCOM programa Origin GreBIZERBA en. O CEO da Bord Bia falou de sustentabilidade a partir do tema «Como será depois de 2020?», tendo apresentado dados sobre a vulnerabilidade da humanidade nos próximos anos: Nos próximos 20 anos 3 biliões de pessoas juntar-se-ão à classe média, 40% do milho produzido será utilizado na produção de etanol e, em 2025, 2/3 da população beberá água de má qualidade. O que vamos comer? Foi a pergunta que Cotter deixou suspensa na sala, a qual dá muito que pensar. A Origin Green é uma parte da resposta, ou pelo menos o quinhão de sustentabilidade com que a Irlanda quer contribuir; e isto ao mesmo tempo que quer criar as condições ideais para os seus 32.000 criadores de gado bovino e ovino. É que quase 85% da sua produção destina-se à exportação.
Mas de que trata afinal o programa Origin Green? A Irlanda é o único país do mundo com índice zero de stresse hídrico. Chove praticamente todos os dias e as suas terras estão permanentemente verdes. Há pastos para «dar e vender» como em quase nenhum outro lugar do mundo. É com estas condições idílicas que se desenvolve o programa Origin Green. Trata-se de um programa de desenvolvimento sustentável, promovido pela Bord para assegurar mostrar comStandBia, Bizerba: plano parcial daezona dedicadao ao retalho. promisso do sector agro-alimentar irlandês em relação à sustentabilidade, portanto, desde a produção ao consumo. É baseado no compromisso, e no desempenho do sector agrícola e da sua produção em melhorar substancialmente certas áreas como a emissão de gases de efeito estufa, a poupança de energia, a gestão da água, a biodiversidade, as iniciativas comunitárias e a saúde e nutrição. em circulação: será necessário gerir a informação e imprimi-la nos rótulos ou nas etiquetas, incluindo informações detalhadas sobre os potenciais alergénicos, as percentagens de gordura, os carbohidratos (também conhecidos por hidratos de carbono, glicídios, glucídeos, glúcidos, glúcides, sacarídeos ou açúcares), o açúcar branco, o ovo, o sal em formato tabular, a origem da carne de suíno, de ovino, caprino e aves.Até agora a obrigatoriedade da indicação da origem da carne era aplicada só à carne de bovino. Nesta linha tecnológica de segurança alimentar surge em primeiro lugar uma poderosa etiquetadora, a GLM-i Imaxx, com um CPU mais poderoso, um novo processador muito mais rápido, gráficos e uma arquitectura de comunicação de alta performance preparada para grandes fluxos de informação, com integração sistemática da impressão do código QR em todos os sistemas de impressão, o que significa que a Bizerba já dispõe hoje daquilo que será obrigatório somente a partir de 2014.Além disso, pode ser utilizado na GLM-I Imaxx um interface WS-Food, um novo padrão de recolha de dados, e ligá-lo ao sistema «plug-and-play» (em que o computador reconhece e configura automaticamente qualquer dispositivo que seja instalado) da rede de computadores da empresa.A rotulagem C-Wrap traduz em informação todo o conteúdo numa única etiqueta, a qual envolve os três lados do produto em forma de «C».
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“O programa Origin Green é quase uma consequência natural, porque a Irlanda está muito bem adaptada à sustentabilidade, o que não quer dizer que não continuem a existir preocupações que passam por gerir os recursos assim como a reputação verde no exterior, que deve ser sempre melhorada”, disse Simon Coveney, ministro da Agricultura, Alimentação e Mar. O programa Origin Green é, portanto, quase uma consequência natural, porque a Irlanda está muito bem adaptada à sustentabilidade, o que não quer dizer que não continuem a existir preocupações que passam por gerir os recursos assim como a reputação verde no exterior, que deve ser sempre melhorada. Isto significa, por exemplo, que as explorações pecuárias participam num programa de garantia de qualidade com acreditação de sustentabilidade. Após essa acreditação, feita por uma entidade independente, especializada na medição e na gestão da certificação ambiental, a Bord Bia introduziu um sistema de monitorização como um instrumento de flexibilização dos compromissos de redução das emissões de gases efeito estufa, os chamados GEE, com o registo de emissões nas cerca 30.000 explorações de bovinos aderentes, num processo que inclui o «feedback», a medição e a melhoria contínua. Neste capítulo, a Irlanda já é líder mundial. Em nenhum outro país do mundo um organismo tem o cálculo diário das emissões de gases de efeito de estufa.
As explorações As explorações são tradicionalmente pequenas, de tipo familiar, e em regime extensivo, o que à primeira vista já se pode considerar bastante ecológico; no entanto, o ministro da Agricultura, Alimentação e Mar, Simon Coveney, um jovem do centro-direita, propõe que se caminhe para uma «política económica de emissões reduzidas». Para Coveney, «a oportunidade que oferece a sustentabilidade não só é uma aposta para com o meio ambiente como é também económica. Há que encontrar novos mercados e novos consumidores em tempos de escassez. E a sustentabilidade é um valor acrescentado muito relevante nesse aspecto».
Regime extensivo No coração deste programa está a Carta de Sustentabilidade, que compromete os participantes a envolverem-se directamente com os desafios que este desiderato, a sustentabilidade, coloca. As credenciais verdes da Irlanda são muito fortes. De acordo com uma investigação da Comissão Europeia, a indústria irlandesa de carne de bovino, o maior exportador liquido do hemisfério norte, é uma das que menor pegada de carbono deixa na Europa. E num mundo em que a escassez de água cada vez é maior, com a agricultura a usar setenta por cento de água doce para a irrigação, o índice de stresse hídrico da Irlanda está entre os mais baixos do mundo, com 0%, mais baixo não era possível, enquanto nos Estados Unidos é 21% e na Austrália é 46%. 058]carne
Pelas condições climáticas intrínsecas da Irlanda, os animais pastam no exterior quase todo o ano. Isto permite que comam erva fresca com as inúmeras vantagens que daí advém, evitando-se as doenças e os parasitas, porque os estábulos são pequenos. Reduzem-se assim também os resíduos e a necessidade de lhes administrar fármacos e outros tratamentos. Durante dois a três meses permanecem estabulados, no período de maior frio, no entanto, a sua alimentação continua a ser a erva dos pastos, agora seca após ter sido recolhida previamente. Nestas circunstâncias os criadores irlandeses utilizam também rações de milho. A carne de bovino da Irlanda é de grande qualidade do ponto de vista organoléptico.
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Apesar de tudo isto, o ministro Coveney considera que é indispensável continuar a trabalhar na diminuição da pegada de carbono, afirmando: «desenvolvemos um trabalho progressivo sobre sustentabilidade real em colaboração com os criadores, as empresas e a Bord Bia. A nossa ideia é fazer da Irlanda um país protagonista no caminho da economia de baixo carbono. Esta aposta no novo mercado global trás grandes vantagens ao meio ambiente e também vantagens económicas, porque há que encontrar novos mercados e isto só é possível com produtos diferenciados». O programa Origin Green estende-se este ano aos criadores de ovinos, de suínos e de aves.
A Bord Bia, um valor acrescentado A Bord Bia é um organismo estatal que se ocupa do sector agro-alimentar. Em conjunto com a empresa privada Carbon Trust criou uma espécie de selo que certifica a menor pegada em emissão de gases, cuja garantia abrange de momento os produtos de carne e os lácteos. Para já estão cerca de 200 explorações inscritas. Prevê-se que no futuro, a curto prazo, a totalidade das explorações estejam abrangidas por esta garantia e a funcionar sujeitas aos procedimentos de medição, regulação, certificação, controlo e recomendações da Carbon Trust. Esta
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parceria criou os standards para calcular a pegada de carbono por quilo de carne, por exemplo. E segundo os resultados obtidos as explorações cumprem as recomendações e fazem as devidas alterações para baixar ou afinar melhor o custo energético e ambiental. Com esta parceria pretende-se criar valor acrescentado que se torne atractivo para o consumidor e a preços bastante convidativos.
Estrutura da Carta de Sustentabilidade Esta carta é a bíblia da sustentabilidade e na sua estrutura está o cerne da questão, pois estabelece um compromisso para a redução do consumo de energia e o seu impacto no meio ambiente. Ao fazer isso, a indústria também vai aumentar a sua eficiência e competitividade globais, porque se é verdade que a sustentabilidade representa uma série de riscos, também não é menos verdade que representa uma série de oportunidades para o sector agro-alimentar.
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A Carta de Sustentabilidade foi projectada para que todas as explorações, independentemente da sua dimensão, possam determinar quais as medidas que pretendem adoptar com base nos seguintes factores: Áreas de acção Definição do período Prazos e objectivos Relatório Apreciação anual
Áreas de acção A Carta de Sustentabilidade prevê, para empresas de dimensão familiar, estratégias e objectivos em qualquer uma das seguintes áreas de acção:
Matérias-primas / Processos de produção / Biosfera local O plano de sustentabilidade desenvolvido por cada empresa/ exploração deve incluir, pelo menos, um objectivo central de redução de energia, de emissões e de resíduos, bem como, pelo menos, uma outra área a ser selecionada a partir de uma lista de opções relevantes. No entanto, todas as empresas deverão ser avaliadas pelo seu desempenho em todas as áreas relacionadas com a sustentabilidade. Para cada uma das questões as empresas terão de definir uma linha base e estipular objectivos a curto, médio e longo prazo. 062]carne
Dentro das áreas de acção, o desempenho é classificado tendo em conta os seguintes aspectos: Energia Resíduos Biodiversidade Bem-estar animal Água Emissões Este programa Origin Green acelera a transição para uma economia de baixo carbono aumentando a confiança dos consumidores. Credibilidade: verificação por terceiros dos impactos dos meios de ambiente. Consistência: proporcionando orientação para agricultores e consumidores Compromissos: São os compromissos medíveis? A Irlanda exporta cerca de 10.000 toneladas para Portugal, cujo destino: é o Continente e Pingo Doce. Pudemos constatar directamente que o sector agrícola irlandês tem excelentes perspectivas e que o povo irlandês está empenhado em libertar-se da Troika em 2013, tudo apontando para que tal aconteça. Para avaliarmos até que ponto os irlandeses estão empenhados no desenvolvimento e recuperação do país, Saoirse Ronan, a actriz irlandesa que participou no vídeo de promoção ao programa Origin Green, abdicou receber «cachet». Pode ver o vídeo em www.origingreen.ie, olhe que vale a pena. A revista Carne agradece o convite da Bord Bia
Da criação à distribuição Todos os nossos produtos seguem um sistema de rastreabilidade, garantindo o mais alto nível de segurança alimentar
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ALENTEJO Casa Agrícola Joaquim Arnaud
Presunto de vaca e apego à terra
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uilherme Arnao é descendente dos condes de Arundel e veio de Inglaterra a acompanhar a princesa D. Filipa de Lencastre, ficando em Portugal como seu vedor e mordomo-mor. Posteriormente acompanhou o Infante D. Pedro na batalha que este travou contra seu sobrinho, o jovem rei D. Afonso V, em Maio de 1449, às portas de Lisboa, nas margens da ribeira do lugar de Alfarrobeira, perto de Vialonga, acabando por morrer com ele. Desse nobre descendem os actuais Arnaud, que se instalaram na bonita freguesia alentejana de Pavia, concelho de Mora, ainda antes de 1640. Passados quase 400 anos, a Casa Agrícola Joaquim Arnaud trava outras «batalhas», mais pacíficas, embora às vezes também duras e exigentes. Conhecida pela excelente produção de porco preto, de bovinos de raça alentejana, de azeite e de vinho, surpreendeu tudo e todos, os paladares «gourmet» e outros igualmente sofisticados, com a sua nova criação: o presunto de vaca. A ideia não é nova, é verdade, e Joaquim Arnaud nem precisou ir muito longe para se inspirar, afinal de contas, inspirou-se na «cecina», a carne seca da região de León, aqui na vizinha Espanha, cujas referências remontam ao século IV a.C., ainda antes do domínio do Império Romano. «Esta produção é uma tradição espanhola, ainda que muito restrita, e o que fizemos foi aliar o bom de Portugal com o bom de Espanha», começou por nos explicar o produtor agrícola.
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A ideia nasce a partir das vacas de raça alentejana (ou cruzadas com esta raça), que pastam tranquila e livremente nas suas terras, criadas de forma biológica, isto é, sem a aplicação de agro-químicos, de promotores de crescimento ou de herbicidas nos pastos. Os animais são criados no Alentejo e as suas peças são transformadas em presunto na região de Salamanca, no «taller» de um pequeno artesão, um especialista de transformação de carnes, sob o controlo do gosto português que Joaquim Arnaud lhe transmite com toda a paixão. O presunto de vaca é sujeito a sete meses de cura, no frio natural e com um toque de fumeiro. Na nossa opinião, tem um travo diferente da «cecina» espanhola, mas conquista-nos o palato de forma mais sofisticada, tem um toque subtil mais apaladado que realça o sabor, sem, contudo, o intensificar demasiado, como certas «cecinas» espanholas que já provámos. Apresenta uma textura mais macia, revelando, embora de forma parcimoniosa, uma fragrância a fumado de madeira de azinho, que lhe dá o perfume e o «bouquet» como num bom vinho. É um produto que se pode degustar como um bom pata nega, bem cortado, com as fatias bem finas, transparentes, para realça o paladar, e a sua textura na boca é muito mais agradável. O presunto de vaca «Joaquim Arnaud» é uma alternativa deliciosa ao «carpaccio». Quando é servido em fatias extremamente finas, com um fiozinho de azeite, um pouco de queijo parmesão e de manjericão em cima resulta numa irresistível e sofisticada entrada.
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Mas a gama de produtos deste agricultor é um cardápio de sabores para paladares exigentes. «Tentamos fazer brilhar o nosso Alentejo de uma forma moderna através de produtos novos e depois transformá-los o melhor possível seja onde for, valorizando assim a terra». Para já, Joaquim Arnaud aposta no lançamento do presunto de vaca em algumas lojas «gourmet», num circuito de restauração do tipo «very trendy chic» e no Club Gourmet do El Corte Inglês. Mas a introdução deste presunto pode resolver alguns problemas, pois, «para quem não gosta de carne de porco é uma excelente alternativa, como é o caso das pessoas nos países árabes», salientou o nosso interlocutor, adiantando que já estabeleceu contactos com importadores do Dubai com vista à exportação. «O potencial é muito grande, já estamos a exportar para pequenas lojas «gourmet» de Inglaterra. Vamos começar a exportar para a Bélgica e para a Suíça, onde, curiosamente, produzem presunto de vaca, embora tenham achado graça ao nosso porque tem travos diferentes», rematou. O preço recomendado é 38 euros o quilo, cada 100 gramas custam, portanto, 3,80 euros, um preço bastante razoável tendo em conta a qualidade e a originalidade da iguaria. O produto apresenta-se ao consumidor em pequenas quantidades embaladas a vácuo e para o circuito da restauração em embalagens de um quilo. Mas a gama de produtos não se fica pela produção de presunto de vaca. A criação do porco preto puro, alimentado a bolota, é uma tradição daquela casa agrícola de Pavia, que produz anualmente cerca de 300 destes animais, abatidos e transformados em Espanha. «Não temos abate, nem abatemos em Portugal. A desmancha em Espanha é de melhor qualidade porque eles estão mais vocacionados para este tipo de animais. Nota-se, sobretudo, na limpeza das peças e no tipo de cortes. Em Portugal há pouca vocação para a desmancha do porco preto», confessa Joaquim Arnaud. Os porcos são abatidos e transformados na região de Aracena, na província de Huelva, também por mestres artesãos, sendo depois os enchidos, os presuntos e as paletas comercializados em Portugal com a marca que criou em 2010, uma marca própria e personalizada, à qual atribuiu o seu nome, e que pretende potenciar os outros recursos que já produz ou está em vias de produzir, como o vinho, o azeite, os enchidos, os bombons e outras iguarias de grande qualidade. A produção de vinho não é grande, mas os vinhos são premiados em concursos e referenciados por especialistas internacionais. O Arundel Petit, o Arundel e o Arundel Great estão à venda no El Corte Inglês. Do Arundel Great (topo de gama) só existem 1200 garrafas (15,4 graus), a 49,5 euros cada. O Terras de Pavia, que é um vinho de entrada de gama (a 5, 6 euros), pode ser encontrado em pequenas lojas e restaurantes das redondezas. O azeite é excelente e também está à venda no El Corte Inglês. As terras da Casa Agrícola Joaquim Arnaud estendem-se por 800 hectares, nos concelhos de Mora e de Arraiolos, e nelas pastam 220 vacas reprodutoras e uma vara de porcos pretos de raça pura, havendo ainda 7 hectares de vinha onde estão 066]carne
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plantadas videiras das castas Bouschet, Trincadeira, Sirah, Aragonês e Alicante, sendo esta última a predominante, além de um belíssimo olival da variedade galega que se estende, orgulhoso, por 44 hectares, exibindo oliveiras das quais as mais antigas ultrapassam os quinhentos anos e as mais novas não têm menos de 50 anos. Em conjunto, o chefe pasteleiro Francisco Siopa e Joaquim Arnaud fizeram uma parceria para harmonizar o chocolate com o vinho. Francisco usou toda a sua imaginação e, com o Arundel Petit, criou o recheio do seu novo bombom, cujo exterior é de chocolate branco: «A ideia foi fazer um chocolate com vinho mas em que a combinação fosse harmoniosa», revelou o produtor. O sabor do chocolate não se sobrepõe ao do vinho nem o deste ao do chocolate. Bombom puxa bombom e desta parceria surgiram outros sabores da terra: a toucinho, a vinagre e a bolota, que exprimem a alma da terra alentejana. No decorrer de 2013 os objectivos de Joaquim Arnaud passam por apresentar uma série de produtos novos, alguns irão, mais
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Joaquim Arnaurd
uma vez, surpreender positivamente, garante este pequeno-grande agricultor; uma das novidades passa por abrir um espaço «gourmet» em Cascais, aumentar as exportações e, no prazo de cinco anos, triplicar a facturação que é actualmente de pouco mais de meio milhão de euros. Francisco Arnaud, está ciente de todas as dificuldades. Tem muitos planos e como ele próprio diz «muita falta de dinheiro». A sua ambição é lícita e passa por produzir com mais-valia produtos saídos da sua «safra», renovar o espaço físico da Casa Agrícola e exprimir toda a sua paixão pela terra e pelo Alentejo. Homem de trato simples, deixa transparecer alguma ansiedade e até irreverência. Diz-se por Pavia que é um homem genial e, por isso, nem sempre bem compreendido, mas também se diz que é determinado nos objectivos que fixa. Pelo pouco tempo que estivemos com ele apercebemo-nos de que a sua paixão pela terra e pelo desenvolvimento sustentável não é um capricho, porque, conforme ele nos diz: «Temos de ter um apelo à terra muito forte, porque a terra não é nossa, é das gerações que nos sucederão».
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FAST-FOOD
Colossos alimentares
A
multinacional OSI – A World of Food Solutions teve origem numa empresa familiar fundada em 1909, em Chicago, pelo imigrante alemão Otto Kolschowsky. Desenvolve uma actividade transversal e os seus produtos são mundialmente famosos. Tem uma capacidade de produção fabulosa, por isso muitas marcas mundialmente famosas e líderes de mercados colocam nas mãos deste colosso alimentar o compromisso de corresponder à exigência de novos produtos,
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com métodos de processamento que acrescentam mais valor e qualidade. A OSI tem mais de 50 fábricas em todo o mundo, distribuídas pelos cinco continentes, o que justifica o conceito de uma cadeia de fornecimento global. E se dúvidas houvesse, estas dissipavam-se pelo facto de ser desde sempre o fornecedor de hambúrgueres, imagine-se, da cadeia de restaurantes McDonald’s, o que lhe confere uma dimensão mundial.
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Em 1991 a McDonald’s estabeleceu-se em Portugal, desenvolvendo então um novo conceito na restauração, uma nova forma de estar: um serviço conveniente, acessível, num espaço informal e familiar. Irresistível! Vinte e dois anos depois esta marca mundial está enraizada na economia e nas comunidades locais, ocupa um lugar relevante no sector da restauração de serviço rápido e totaliza 136 restaurantes. A gestão está completamente entregue a portugueses, através de diversas empresas nacionais, concretamente 106, as quais são responsáveis por mais de 80% dos restaurantes nacionais. Actualmente, conta com cerca de 6300 colaboradores em Portugal. Enquanto empresa que sempre teve a qualidade, o serviço e o rigor como prioridades, a McDonald’s Portugal, desenvolveu, desde sempre, uma cultura de excelência e uma parceria permanente com os seus fornecedores, baseada no acompanhamento continuado. O rigor da empresa na escolha dos ingredientes e na implementação dos procedimentos, bem como na formação específica recebida pelos colaboradores para a manipulação dos alimentos, tem sido uma preocupação constante. Os requisitos definidos pela McDonald’s são elevados de forma a garantir a máxima qualidade das matérias-primas, dos padrões de qualidade e da segurança alimentar. Por isso, a lógica de re-
lação entre a empresa e estes fornecedores baseia-se em parcerias nas quais ambas as partes trabalham em conjunto para melhorar continuamente o desempenho e a oferta. O processo de qualificação é complexo e a malha de exigências é apertada, pois uma cadeia que representa mais de 33500 restaurantes de «fast-food», 1.700.000 trabalhadores e vende 190 hambúrgueres por segundo não pode correr riscos; no entanto, abre a porta para que fornecedores qualificados fiquem habilitados a fornecer qualquer dos seus restaurantes em qualquer parte do mundo. Todavia, a cadeia de fornecimento não é propriamente da McDonald’s, que não passa de um colossal comprador dos produtos que usa a fornecedores independentes 072]carne
Marta Moreira, gestora de qualidade da McDonald’s com quem mantêm relações profissionais e parcerias de longo prazo. Por exemplo, na Europa os maiores fornecedores trabalham para a McDonald’s há 31 anos, em média. Por sua vez, esta estrutura de fornecimento suporta um grupo significativo de empresas fornecedoras e cria um clima de estabilidade que permite aos fornecedores desenvolver os seus negócios perspectivando o futuro, como é o caso da OSI Food Solutions, o fornecedor exclusivo de 100% da carne de vaca. Na Europa, o negócio da McDonald’s é responsável por 21 mil empregos indirectos nos produtores e na indústria alimentar. Actualmente a McDonald’s Portugal trabalha com 35 fornecedores nacionais, sendo o nosso país o segundo mais representativo para a empresa quanto a fornecedores. Em 2011 as compras a estes fornecedores corresponderam a cerca de 24 milhões de euros, o que representa 28,5% do volume total de compras da empresa neste ano. Em 2012 esta percentagem atingiu os 21% e estima-se que atinja um novo auge em 2013, com 34%. À medida que a McDonald’s diversifica as suas ementas, as adapta ao gosto dos portugueses e introduz novos serviços e produtos como, por exemplo, o café em chávena, as sopas ou o Mcbifana, tem vindo a criar oportunidades de negócio para novos fornecedores locais bem como para o crescimento dos actuais parceiros.
A OSI Food Solutions e os dois fornecedores nacionais de carne A OSI Food Solutions, enquanto fornecedor exclusivo da McDonald’s, abastece diferentes mercados, entre os quais o português, e compra a matéria-prima a diferentes fornecedo-
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res, sendo a carne (das abas e dos quartos dianteiros de vacas adultas) proveniente de fornecedores europeus de vários países, como Portugal, a Espanha, a França, a Holanda e a Alemanha. Em Portugal, a OSI Food Solutions trabalha com a empresa Campicarn, S.A., de Pousada de Saramagos, Famalicão, e com o matadouro Linda Rosa, em Barcelos. A carne portuguesa incorporada na OSI Food Solutions representa 15% das necessidades da McDonald’s Portugal para hambúrgueres de 100% de carne de vaca, ou seja, cerca de 800 toneladas. Estima-se que em 2013 o volume de carne portuguesa incorporada na produção OSI Food Solutions atinja os 30%.
Selecção dos fornecedores O abastecimento proveniente de fornecedores nacionais é um projecto que tem vindo a ser desenvolvido directamente com o departamento de compras da McDonald’s Portugal, para identificação e certificação dos fornecedores nacionais. A empresa exige e os seus fornecedores estão obrigados a rigorosos procedimentos na rastreabilidade, nas auditorias, nas normas de qualidade, na higiene e na segurança alimentares, que todos têm que cumprir, assim como estão obrigados a garantir a qualidade das matérias-primas e o cumprimento da legislação e do caderno de encargos da McDonald’s, de modo a poderem ser fornecedores desta cadeia de restaurantes de nível mundial. Os níveis de exigência na qualificação dos fornecedores são um garante da qualidade mas também um desafio para os fornecedores de matérias-primas.
A OSI Food Solutions, empresa transformadora de carnes, que fornece em exclusividade os hambúrgueres para a McDonald’s, é o maior comprador mundial de carne de bovino A unidade da OSI Food Solutions que produz os hambúrgueres para Portugal, Espanha, Andorra e Marrocos está situada em Toledo, embora tenha capacidade para fornecer outros países se tal for necessário. O fornecimento ao abrigo deste contrato com a McDonald’s rege-se pelas regras de exigência instituídas por esta empresa
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e estipuladas num exigente caderno de encargos denominado MAAP (McDonald’s Agricultural Assurance Program), que obrigam a que todos os procedimentos sejam observados e avaliados por auditorias internas e externas independentes. «A fim de proporcionar qualidade e refeições seguras para os nossos clientes, temos que usar ingredientes de excelente qualidade, produzidos num ambiente sustentável e eticamente exigente. A transparência na nossa cadeia de fornecimento é fundamental para que possamos saber a história das matérias-primas que compõem os nossos menus. A nossa exigência começa nos animais quando estão no campo e passa pela alimentação com pastos, pelo bem-estar animal, por todos os procedimentos de transporte, aturdimento, sacrifício e desmancha, que também têm uma série de regras que é necessário cumprir e que nós exigimos que a OSI Food Solutions controle», começa por nos dizer Marta Moreira, gestora de qualidade da McDonald’s para o sul da Europa.
Procedimentos A carne das abas e dos quartos dianteiros chega às instalações da OSI Food Solutions em Toledo de duas formas, ambas sem osso: congelada e refrigerada. Aí, «just-in-time», vai para a picagem, mistura e moldagem dos hambúrgueres. A picagem conjunta de carne refrigerada e congelada facilita a manutenção da temperatura da operação a menos de 1ºC. Após o sacrifício, a carne tem que ser transformada em hambúrgueres num prazo máximo de cinco dias. «Faz todo o sentido a fábrica de Toledo abastecer-se em Portugal e Espanha, embora, por vezes, haja a necessidade de se procurar carne noutros mercados porque a carne de vaca adulta não abunda. Nós usamos as abas e os quartos dianteiros porque a legislação para os hambúrgueres de 100% de carne de vaca diz que têm que ter no máximo 20% de gordura e a mistura das abas e dos quartos dianteiros proporciona essa percentagem», explica a gestora de qualidade. Na pré-picagem a carne é limpa dos nervos e das cartilagens, que são separados por navalhas acopladas ao veio central e depois eliminados através de um tubo. A carne é picada com um ralo ou disco de picagem de 5 mm, mantendo uma textura uniforme, pelo que «ao ser mastigada não provo-
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ca a sensação desagradável da repentina alteração de textura como acontece com outros hambúrgueres», sublinha Marta Moreira. A carne é moldada em hambúrgueres sem adição de qualquer ingrediente, sendo o sal e a pimenta adicionados nos restaurantes imediatamente antes da entrada na grelha. Depois de moldados, os hambúrgueres são embalados em caixas de 13 quilos independentemente do seu tipo, peso ou espessura e à temperatura negativa de 7ºC. Mantendo a cadeia de frio, são armazenados e transportados para o centro de distribuição de cada país e daí, através de uma requisição, para os restaurantes onde são consumidos; diariamente são vendidos entre 1500 a 3000 hambúrgueres por restaurante. Os hambúrgueres têm um prazo de validade de 3 meses, no entanto, o espaço de tempo entre o fabrico e o seu consumo, na prática, nunca ultrapassa as duas semanas, em média. Nos restaurantes as cozinhas estão estruturadas de forma que sejam evitadas contaminações – existe uma área para cada tarefa, os grelhadores e as fritadeiras estão separados e as matérias-primas chegam bem acondicionadas, quer as congeladas, quer as frescas (no caso dos legumes). Os grelhadores são de campânula e grelham os hambúrgueres uniformemente e dos dois lados ao mesmo tempo. Cada produto tem o seu tempo de grelha pré-programado e não é possível ao operador, por exemplo, retirar um hambúrguer da grelha antes do tempo estipulado. No McDonald’s não é possível pedir um hambúrguer mal passado, ou mesmo mediamente passado, saem todos da mesma forma, igualmente passados. Durante muitos anos o McDonald’s foi renitente em relação aos fornecedores portugueses por achar que não correspondiam às exigências? Perguntámos à responsável as razões deste procedimento, tendo-nos respondido: «Não teve que ver nem com uma coisa nem com a outra. Como sabe, durante muitos anos Portugal teve o embargo e a quantidade da chamada vaca adulta diminuiu de tal forma que se tornou muito diminuta em Portugal. Depois de levantado o embargo à carne de bovino foi feito um trabalho por parte dos criadores, potenciais fornecedores nacionais, que nos levou a olhar para o mercado na perspectiva de criar parcerias de fornecimento da matéria-prima dentro de casa. Desde 2010, e não posso deixar de destacar o papel da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), que nos ajudou bastante, sobretudo, a dar o chamado pontapé de saída; desde esse ano temos estabelecido inúmeros contactos, os quais transmitimos à OSI Food Solutions para que lá percebam se estão reunidas as condições para uma parceria de fornecimento da matéria-prima de que necessitamos. Neste momento os técnicos da OSI estão a trabalhar com alguns pretendentes a fornecedores no sentido de implementar ou melhorar procedimentos que se coadunem com as nossas exigências», respondeu Marta Moreira. Acrescentou ainda: «Queremos realmente aumentar o leque dos fornecedores nacionais. Existem condições para a entrada de novos fornecedores mas também para o aumento da produção dos actuais». 076]carne
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Na Suécia os menus exibem a pegada de carbono dos seus produtos e os responsáveis neste país mantêm a estratégia de adquirir a carne a fornecedores locais para evitar o excesso de emissões. Por exemplo, um MaxBurguer tem uma emissão de 0,3 Kg de CO, para compensar, a McDonald’s planta anualmente naquele país cerca de 89.000 árvores. Pela primeira vez no Brasil, a produção de biocombustível é realizada em ciclo fechado graças a uma iniciativa da McDonald’s. Trata-se de um projecto de logística reversa, no qual os veículos da empresa de logística e de distribuição que abastecem os restaurantes recolhem o óleo de cozinha utilizado e levam-no para transformação em biodiesel. Para fechar o ciclo, o combustível gerado abastece os camiões que fazem a distribuição e recolhem mais óleo para a produção de biocombustivel. Os exemplos são muitos. A McDonald’s já deu os primeiros passos na construção da sua rede de restaurantes «verdes», sob as exigências da LEED (Leadership in Energy and Enviromental Design), a entidade americana que certifica os estabelecimentos «verdes» no mundo. Também é uma das empresas que oferece o maior número de oportunidades de primeiro emprego. «Faz parte da nossa estratégia de sustentabilidade, temos vindo a diminuir as embalagens de plástico e trabalhamos em parceria com várias universidades para encontrar soluções sustentáveis em todas as áreas», concluiu Marta Moreira.
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