www . onveniência & onveniência eniência CARNE Nº160 I DISTRIBUIÇÃO POR ASSINATURA I OS PROFISSIONAIS NÃO DISPENSAM
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A CARNE NÃO É FRACA! Maquigomes
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“O TALHO” SEM TALHANTES do chefe Kiko Martins
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EDITORIAL
Como alimentar 9.000 milhões de pessoas dentro de 30 anos por M. Oliveira
O
s estudos mais recentes concluem de forma unânime que estamos a dar passos substanciais na direção de um problema sócio demográfico que levará a um grande aumento da população mundial o que, obviamente, causará notáveis dificuldades alimentares. Os estudos calculam que em 2015 a população mundial chegará a 9.000 milhões de pessoas e que grande parte delas residirá em megacidades. Assim o indica também o “Global Strategic Trends-Out to 2014” realizado pelo Ministério da Defesa Britânico, que assinala que as zonas geográficas de influência vão reordenar-se ao redor destas cidades gigantescas que chegarão, inclusivamente, a ser mais importantes que os países que as albergam. No entanto, este crescimento espectacular da população implicará também grandes dificuldades na hora de produzir alimentos em número suficiente para satisfazer a procura. Segundo a FAO (Organização da Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), será preciso que a produção mundial de matérias-primas aumente cerca de 70% nos próximos 40 anos se queremos cobrir as necessidades do planeta, o que coloca enormes desafios. Por um lado, vai exigir novas estruturas de abastecimento e distribuição, e em segundo lugar, porque no terreno meramente 04]carne
produtivo, os especialistas afirmam que se continuarmos a crescer a este ritmo, e se as classes médias dos países emergentes continuarem a aumentar, não será possível alimentar toda a população em meados do século. Se a primeira dificuldade, aparentemente, parece ter solução a segunda é mais complicada asseguram os cientistas ligados à indústria, salvo que se continue avançando com investigação e inovações em plantações e cultivos. O surgimento de novas técnicas que permitem melhorar a produtividade das explorações agrícolas e que vão desde a produção de novas sementes até à análise e tratamento de dados com o objectivo de saber qual é o melhor momento e o melhor lugar para o plantio, rega e colheita, é a esperança de muitas organizações e empresas para encontrar novas oportunidades de negócio e, sobretudo, para satisfazer essa demanda premente. Por outro lado, haverá a necessidade de alimentar uma população cada vez mais idosa mas com condições financeiras equilibradas. As condições sanitárias das últimas décadas e um nível superior de vida faz com que os humanos vivam mais tempo em melhores condições, existe um envelhecimento com mais qualidade, é um facto! Estudos recentes da FAO referem que a classe média crescerá substancialmente, concentrando-se sobre todas as zonas da
Ásia, América do Sul e parte de África, e que por sua vez duplicarão a população mundial de pessoas com mais de 65 anos. Na Europa, e concretamente em Portugal cerca de 80% da população portuguesa será dependente e envelhecida em 2050. Esta tendência internacional e nacional implicará ajustes profundos quer em relação às necessidades e exigências dos consumidores, quer em relação à oferta da industria. Em primeiro lugar, porque a consideração do setor de alimentação como estratégico ganhará novas expressões num futuro próximo. No passado, quando os meios de transporte e os instrumentos técnicos estavam muito menos desenvolvidos, a produção estava ligada ao âmbito nacional. Hoje, essa restrição geográfica não faz sentido nenhum e abre muitas oportunidades aos produtores de todas as partes do mundo. Em segundo lugar, porque esta população envelhecida surge mais consciente da necessidade de uma alimentação saudável, a qual implicará uma procura de produtos específicos, que conservem o sabor dos alimentos tradicionais, e dos quais tenham desparecido os seus nutrientes nocivos. Em ambos os sentidos, parece estar a trabalhar uma industria que percebe o futuro a médio prazo como muito esperançoso, dado as grandes possibilidades que se perspectivam para os mais inovadores.
S
SUMÁRIO
A FOME NÃO É UM PROBLEMA OSSAMOS RESOLVER HOS”
Revista bimestral nº 160
Os Estados-membros registaram uma produção muito heterogénea, com Julho/Agosto 2014 drásticas reduções, como na República Checa, com menos 14 por cento; a Dinamarca, menos 6,6, e com ligeiras quebras na Alemanha e na Polónia, Revista Carne. ou com aumentos como na Itália, com mais três por cento.
Os profissionais
Os preços altos dos cereais nos últimos anos ajudaram para melhorar a A solução de negócio TI para não dispensam posição competitiva de mercado da produção industrial das rações em toda a sua empresa questão frente à elaboração na exportação. Contudo, este ganho foi
store considera que a fome que assola o mundo não é uma ossa ser resolvida por apenas uma agência.A FAO este tema no topo da agenda da cimeira Rio+20. Annamaria O, defendeu no “Rio+20 Live Connected Lisboa” que a m problema que podemos resolver sozinhos”.“Não é uma apenas uma agência”, acrescentou.A FAO sustenta assim ria a colaboração de todos: empresas, sociedade civil co a nível mundial.
os essenciais apontados pela responsável para que a fome dicada é melhorar as condições da produção agricultura. úmeros da organização mais de mil milhões de pessoas me no mundo e neste sentido “temos de melhor aquilo que mos de fazê-lo em conjunto”, porque “o que temos feito até tido o resultado pretendido”.
Sucesso é uma questão do sistema nvolvimento sustentável sem colocar um ponto final na
-nutrição é uma tarefa impossível defende a FAO.
desgastado por estratégias alternativas de alimentação.
Na União Europeia dos 27 a Alemanha mantém o primeiro lugar como 4 pela EDITORIAL produtor de alimentação animal, seguida França e Espanha.
8 NOTICIAS PAULO PORTASVENDE CARNE NO 14 “O TALHO” SEM TALHANTES CAZAQUISTÃO 22 FEIRA DE BARCELONA Mais internacional, inovadora A carne de 44 empresas portuguesas pode chegar agora a um mercado potencial de 170 milhões de pessoas que inclui Rússia, Bielorrússia e de sempre e gastronómica Cazaquistão. Segundo um comunicado oficial do Palácio das Necessidades, o ministro 42 MAQUIGOMES dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, realizou uma viagem-relâmpago Em com de 24 horas a Astana, capital do Cazaquistão, paralinha desbloquear as o seu negócio exportações para Rússia de carne nacional, que estavam dependentes de
DUÇÃO DA PRODUÇÃO DE uma autorização de Moscovo e Minsk da Bielorrússia), além da 52(capital COMPANHIA DAS LEZÍRIAS rne Ca dos cazaques. da s ria st dú In ra pa l na NTAÇÃO ANIMAL EM 2011 io ac rn A carne não é fraca Seminário Inte
FoodTec Brasil Os três países – Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão – fazem parte de no âmbito da Feira 14 20 to os Ag uma união aduaneira, o que significa que o acesso a um destes mercados de 7 é em Curitiba de 5 at 62 existindo CARMONTI significa o acesso a todos: pelo contrário, objecções por parte ar na nos vinasitUnião nhaanimais de um deles, isso é o suficiente para bloquear as exportações todos. e alimentos compostosVepara Europeia dos ! Stand C09 Aumentar aparacapacidade imeduma ExopoqueUnsupõe 51 milhões de toneladas, redução de 0,3 relação ao ano anterior.
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ações para o gado bovino e suíno diminuíram cerca de , 6 por cento, respectivamente, a alimentação para aves ca de 1,1 por cento, confirmando a sua posição de líder no alimentos compostos.
eterminantes para o panorama da alimentação animam em o Europeia (UE) foi a frágil situação económica e o elevado érias-primas No caso dos ruminantes, também contribuiu a uziu a uma menor produção de forragens.
Há vários anos que as autoridades portuguesas tentavam ultrapassar a de produção falta de autorização de exportação por parte do Cazaquistão em relação à carne nacional. Depois de alguns anos de espera e de insistência de Portugal, o ministro dos Negócios 67 DÉLIO Estrangeiros concluiu agora o COUTINHO processo negocial, com as autoridades do Cazaquistão a credenciar 44 emnão discurso direto empresas portuguesas para poderem exportar apenas para aquele país como para todo o mercado regional.
69Palácio LEGISLAÇÃO Ainda de acordo com fonte oficial do das Necessidades, a partir desta decisão, as exportadoras portuguesas de carne terão Carne de porco preto acesso a um mercado potencial de 170 milhões de consumidores. com novas regras
Empresas líderes a nível mundial no setor da carne confiam com sucesso na CSB-System. Aumente a sua Açores e Madeira_€60 Portugal Continental_€60 Estrangeiro_€120 competitividade com as nossas soluções de TI. ASSINATURA DE 12 NÚMEROS
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Julho / Agosto 2014
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FICHA FICHATÉCNICA TÉCNICA
REVISTA BIMESTRAL
Isenta de registo a ERC ao abrigo do Decreto-Lei 8/99 de 9/06 artº12 nº1 A
Azitania Global Expedition S.L.
Redação:
28014 Madrid e. revistacarneportugal@gmail.com
Design gráfico, paginação e impressão: Azitania Global Expedition, SL
Propriedade: Maio / Junho de 2012 nº 154
PROPRIEDADE E EDIÇÃO: GLOBAL EXPEDITION, S.L.Luis Almeida, Francisco Neves, Glória C.I.F. JUAN b8662786 CALLE DE LA CIERVA 6 NAVE 2 Oliveira, João Morais e Rodrigo Pereira. Calle Génova 15 ROMPECUBAS POLÍGONO INDUSTRIAL 28341 PisoVALDEMORO, 3 DerechaMADRID Contacto: (00 351) 964024683
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N.º160
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COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Colaboraram nestaartigos edição: Adelina Ferreira, João David, Nuno Porfírio, Assinatura, e publicidade: Fernando Sanchez, Filipe Ribeiro e Diogo Abreu. A todos, muitoRevista obrigado. Carne é associado de:
e. revistacarneeuropa@gmail.com
junto envio cheque à ordem de Revista Carne junto envio vale postal ordem de Revista Carne
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Maitre- Open Plataform for journalists Design gráfico: 8mmViDPRO/email: info@8mmvidpro.com and Researchers e Impressão: GLOBAL EXPEDITION, S.L. Versão em português 10.000 exemplares SPJ Society of Professional Journalists Depósito Legal: M-10570 -2012
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BREVES
Rússia, come ou não come, carne de suíno com ractopamina?
PROTEC A Rússia proibiu a importação de carne de porco da União Europeia (UE) e, para compensar estes fornecimentos, tentou importar, sem sucesso, dos Estados Unidos, pelo que resolveu concentrar as suas compras no Brasil, considerando-o um fornecedor privilegiado. A Rússia, como aliás a UE, proíbe terminantemente o uso de “fatores de crescimento”, concretamente, a ractopamina, que é autorizado no continente americano. Com esta política comercial, o Brasil aumentou as exportações para a Rússia, tendo, em março, atingindo as 36.600 toneladas. Acontece que grande número das últimas análises à carne de porco brasileira acusaram ractopamina, o que está a dar muitas dores de cabeça às autoridades russas. Os serviços veterinários russos Rosselkhoznadzor já fizeram saber que estão muito preocupados com a situação. O mais curioso da situação é que a Rússia tinha fechado as suas fronteiras à carne brasileira em 2011, devido à detenção de ractopamina na carne. Para a UE, o aparecimento de quatro javalis mortos levou ao fecho de todas as fronteiras e, agora, a presença de substâncias proibidas na carne vai dar que falar. A recente decisão da Rússia em suspender a compra de carne suína de 18 frigoríficos brasileiros que utilizam a ractopamina na produção de carne, alertou a comunicação social generalista e provocou uma onda de indignação nas redes sociais. Mas o que é a ractopamina? A molécula ractopamina é um agonista beta-adrenérgico (se liga a recetores β), grupo este classificado como ingrediente alimentar que atua como modificador do metabolismo, pois direcionam os nutrientes da dieta para o aumento da quantidade de carne magra, melhorando a conversão alimentar e o rendimento de carcaça. Especialistas, em todo o mundo, defendem que a ractopamina é utilizada pelos países
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mais desenvolvidos do mundo e não representa qualquer perigo para o consumidor. Por que se utiliza ractopamina na produção de carne suína? Trata-se de um promotor de crescimento? Segundo, especialistas nos EUA, a ractopamina não é um promotor de crescimento mas sim um repartidor de energia. Atua principalmente na conversão alimentar (menor consumo de alimento para produzir um quilo de carcaça), no ganho de peso diário (atinge o peso desejado de abate mais cedo) e faz com que a carcaça do suíno tenha uma percentagem menor de gordura, ou seja, traz benefícios econômicos ao produtor e carne com menor percentagem de gordura que é mais saudável para o consumidor. Só atua em suínos ou é extensível a toda a agro pecuária? A sua maior utilização é em suínos, a sua utilização teve inicio no final da década de 1990. Mas existem produtos específicos, por exemplo, para bovinos, desde 2004.Os Estados Unidos e o Canadá, grandes exportadores de carne de suíno, são os grandes utilizadores da ractopamina. Existe algum contra indicação no uso da ractopamina? Não há conhecimento científico nem está comprovado que o uso deste produto possa fazer mal ao ser humano. Na União Europeia é proibido utilizar este produto, no entanto, e pelo que a revista CARNE apurou, é mais pelo facto de não existirem dados concretos sobre os malefícios para o ser humano. O que no fundo pode parecer uma incongruência... Os consumidores podem ficar tranquilos? A pergunta parece ficar sem resposta, porém, é importante realçar que os Estados Unidos e o Canadá, países com muita tecnologia e avanço científico ao mais alto nível consomem carne de suíno que foram alimentados com ractopamina sem restrição nenhuma. Estamos perante um braço de ferro, mais um, entre a UE e os EUA?
A ICEL assumiu o objetivo de produzir cutelarias da mais alta qualidade. A constante atualização de matéria primas utilizadas, e da tecnologia de ponta aplicada à produção, fazem da ICEL uma empresa madura, com produtos de elevada qualidade e sempre atenta às necessidades dos seus consumidores. É com base na experiência e com a análise constante do presente, que esta empresa prepara o futuro. Neste contexto, surge a linha de facas Protec, pensada para os profissionais da indústria de processamento de alimentos/ talho. Utilizando, como sempre e em todas as suas facas, lâminas de aço inoxidável de qualidade superior, o interessante nesta linha é o cabo que foi desenvolvido com uma guarda maior de segurança e apresenta um design ergonómico para maior proteção. É também injetado com Proflex, que garante uma maior resistência ao impacto, a temperaturas elevadas e à deterioração, e também texturado para que proporcione uma maior aderência. O cabo Protec é também impregnado com MICROBAN, ou seja, tem uma proteção antibacteriana que confere aos produtos um nível extra de proteção contra micróbios prejudiciais, como, por exemplo, as bactérias, o bolor e o míldio, que provocam manchas, odores e deterioração do produto. A proteção antibacteriana do MICROBAN não desaparece com o tempo, dando aos profissionais uma maior segurança nas facas que usam diariamente. Assim, esta faca garantirá um menor cansaço aos profissionais e um maior desempenho das suas funções. ICEL, a colocar valor nas suas mãos desde 1945! Para mais informações contacte directamente a ICEL através de 262 925030 ou info@icel.pt www.icel.pt
BREVES
CSB-System participará na feira FoodTec Internacional de Curitiba (Brasil) Hoje em dia, a lista dos desafios que a indústria de carnes enfrenta é muito extensa: preços elevados das matérias primas, maiores exigências na rastreabilidade e segurança alimentar, redução dos custos, internacionalização, etc. Com certeza muitas das empresas questionam: Posso dispor de forma imediata de os dados de rastreabilidade? Que posso fazer para que a minha empresa seja mais eficiente e competitiva no mercado? Essas e outras muitas questões terão resposta durante a celebração da feira Internacional FoodTec na Expo Unimed em Curitiba (Brasil). Durante a feira serão apresentadas diversas soluções para gestão completa de processos produtivos dentro do setor alimentar. Oferecendo mais de 35 anos de experiência, a CSB-System, tem no controle, eficiência e otimização de processos um dos sistemas mais internacionais e especializados na área alimentar. Abrangendo o conjunto de processos produtivos dentro da indústria da carne como abate, desmancha, processos de produção, controle de qualidade, rastreabilidade, logística e soluções móveis para cada um desses processos, permite às empresas ter um retorno
de investimento muito rápido, resultando nas soluções integrais que atualmente são necessárias no mercado global. A CSB-System investe continuamente na inovação, a Feira FoodTec Internacional de Curitiba, que vai se realizar de 5 a 7 de agosto, representa também para CSB-System um evento obrigatório, para poder apresentar novas tecnologias. Neste certame serão discutidos temas atuais e entrarão em debate as tendências de futuro direcionadas para empresas de alimentação. Teremos muito prazer em recebe-lo no stand C09 onde poderá informar-se sobre alguns dos temas como: Otimização de processos com ERP (Rastreabilidade, controlo de qualidade, classificação, planejamento de produção (PPS), processos de abate e desmancha, otimização de receitas, cálculo da desmancha e produtos, gestão de valores nutricionais). Soluções de automatização para produção e
Designação “porco preto” passa a obedecer a regras
Lunax entrega Túnel de lavagem A Lunax é uma empresa nacional que se dedica ao fabrico de equipamentos para matadouros de frangos, perus, patos, codornizes e coelhos. Conta com um departamento técnico especializado na aplicação de revestimentos para paredes e tetos, assim como para pavimentos. Em parceria com a Tesa projeta, constrói e equipa matadouros de suínos, bovinos e caprinos, na modalidade chave-na-mão. A par disso, representa algumas das principais marcas internacionais, como a SKA, linhas de alimentação para aves, a SUTECA máquinas para a industria alimentar, ME-
010]carne
administração (Etiquetagem, CSB-LineControl, preparação de encomendas, gestão da energia e sustentabilidade, gestão de armazéns automáticos, sistema de gestão de documentos, CRM y SCM, EDI, BPM). Integração de Mobile Business dentro e fora da empresa (ERP Móvel, Field Service Management, gestão de rotas, Webservices, gestão de representantes comerciais). Se procura um software ERP, um sistema completo ou de uma solução Best-of-Breed para gerir os seus processos produtivos e logísticos, a CSB-System, com independência, terá para si a solução que procura para o sucesso de a sua empresa. Para maior informação junto com a opção de agendar uma visita ao nosso Stand C09 na Expo Unimed em Curitiba poder visitar a nossa web www.csb.com. E também pode ficar em contato via e-mail a info-spain@csb-system. com ou ligando para +34 973 28 27 38.
CATRONIC, etiquetadoras diversas e a TAESA, equipamentos para matadouros de bovinos, suínos e caprinos. Como fabricante de equipamentos para o setor das carnes, não só fabrica equipamentos <<standard” como tem a capacidade de agir em conformidade com as necessidades do cliente. A construção de um túnel de lavagem para uma empresa de tratamento de subprodutos é prova disso mesmo. O túnel de lavagem, projetado e construído pela Lunax, tem um virador de paletes em aço inoxidável AISI 316, e tem um capacidade de lavagem de 60 a 75 paletes por hora.
A referência ‘porco preto’ vai passar a obedecer a regras para acabar com a utilização abusiva desta designação nos produtos de carne e nos restaurantes, segundo um decreto-lei recentemente publicado no Diário da República (ver decreto-lei na página 69 desta edição). O diploma salienta a crescente procura dos produtos de “porco preto” nos últimos anos, considerando que esta referência é utilizada no mercado nacional de forma indiscriminada na carne fresca e nos produtos à base de carne, muitas vezes sem correspondência com as características do animal, o mesmo acontecendo na restauração. A fixação de regras para o uso desta referência na rotulagem dos alimentos pretende evitar “que os consumidores sejam induzidos em erro e, por outro lado, situações de concorrência desleal entre os operadores económicos”. Quem não cumprir com os novos requisitos será penalizado com multa que pode ir até aos 25 mil euros. Esta era uma exigência há muito feita pelos produtores que se queixavam da utilização abusiva da denominação por falta de regras claras.
O TALHO PARTE & REPARTE
O Talho sem
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O TALHO PARTE & REPARTE
talhantes
N
’O Talho há pessoas fardadas de avental vermelho às riscas brancas e chapelinho a condizer, ao jeito dos talhantes ingleses, mas não são talhantes. Na montra a carne está pendurada em ganchos, existem câmaras frigoríficas, mas não é um talho convencional. Funciona como bar do restaurante, mas é possível comprar carne até às 23 horas. Sente-se confuso? Assim é “ O Talho”. É um estabelecimento de carnes paredes meias com um restaurante ou, se quiser, um restaurante paredes meias com um talho. Já está a imaginar?... “O Talho” é um projeto do Chef Francisco Martins, conhecido por Kiko, autor do livro <<Comer o Mundo>>, um novo espaço no centro de Lisboa que partilha o lema: “quem parte e reparte e dá a melhor parte, vive a vida com mais arte” Um projeto é consequência de vida e no caso do Chef Kiko, um irremediável passageiro do mundo, os seus projetos refletem-no enquanto viajante, pessoa e cozinheiro. “O Talho”, um nome que tem tanto de simples quanto de ambicioso, pois fica a ideia de querer estabelecer um paradigma no mercado das carnes, é o reflexo das suas vivências, das suas experiências e viagens pelo mundo afora mas, sobretudo, da viagem constante e intrínseca. Ainda bem que a fez! Depois de assomar os 7 vãos de escada de acesso à loja, é natural que fique de pé-atrás; entra-se num ambiente arquitetonicamente bem conseguido, num misto entre o casual e o chique, mais próximo de uma boutique com assinatura de um designer famoso, com recepção e direito a uma simpática recepcionista que lhe dá as primeiras explicações acerca do espaço.
Entrada para o restaurante
carne [015
O TALHO PARTE & REPARTE
Aspecto parcial do restaurante.
A zona da loja funciona como antecâmara, como sala de visitas do restaurante. Tem um horário alargado onde se pode comprar carnes quer fatiadas quer transformadas de origem certificada. Nas carnes frescas, a oferta vai desde a vitela maronesa, com peso de carcaça de 7 meses, passando pelas carnes marmoreadas e maturadas entre duas a três semanas, até às “picanhas” da carne Wagyu (“wa” de Japão e “gyu” de gado, ou seja, “gado japonês”). O Wagyu destaca-se na gastronomia internacional como sendo uma carne extremamente tenra, suculenta, saborosa e com um aroma incomparável. Isto deve-se a uma das suas principais características: o alto nível de marmoreio (gordura intramuscular). Depois, saltam aos nossos olhos os preparados, como um rolo de alheira envolto em massa kataifi, ou salsichas merguez ( à base de borrego e especiarias com origem nos países árabes) feitas em casa com o “dedo” criativo do Chefe ,e, claro, os hamburguers que podem ser temperados com parmesão e tomate seco ou cebolinho e molho de soja. A oferta pode ser 016]carne
complementada com puré de batata com manteiga noisette ou couscous de legumes e molhos diversos. O cliente pode comprar um lombo ou um entrecosto e ficar surpreendido com a pergunta: “Quer que tempere?” pode levar a carne já temperada para casa. Pode ser temperada com azeite, tomilho, alecrim, erva-príncipe, alho, entre outros. As alheiras podem ser servidas com compota de cebola e rucla. O Chefe Kiko Martins chama-lhe “fazer coisas giras”. Mas “coisas giras” são também as empadas de cabidela, os croquetes de cozido à portuguesa ou as sugestões do Chefe para 4 pessoas, por 4,50€ cada: 4 panados de peru com parmesão e tomilho, 1 pacote de batata palha e 4 minis Heineken. Por mais 50 cêntimos (por pessoa) pode levar 4 hamburguers (180 gramas cada um), 1 embalagem de esparregado e uma garrafa de vinho.
Algumas das especialidades caseiras que se podem encontrar N’O Talho.
O TALHO PARTE & REPARTE
O restaurante é uma consequência do Talho mas funcionam lado-a-lado. Por exemplo o foie-gras que é servido no restaurante é feito no Talho e pode ser adquirido ao balcão. O mesmo acontece com a alheira, que se pode comer no restaurante sem pele e envolvida numa massa típica do médio-oriente, o frango recheado com 018]carne
bacon e queijo mozarella, as asas de frango com alho, tomilho e colorau embaladas a vácuo para levar ao micro-ondas, ou ainda, os panados que em vez de pão ralado levam “pang” que é típico do Japão e faz com que fiquem mais crocantes. Qualquer uma destas iguarias é acompanhada de um papelinho bem elaborado, em termos
de marketing, com as instruções. “O nosso rolo de carne leva beringela grelhada, se não tivéssemos cozinha não conseguíamos grelhar a beringela, se não tivesse cozinha não conseguia fazer broa de milho ralada que é aquilo que eu ponho em cima do rolo de carne, que provoca um efeito completamente diferente na boca”,
O TALHO PARTE & REPARTE
O Talho
adianta o Chefe Kiko enquanto nos faz uma visita guiada ao restaurante passando pela cozinha.
O Chefe “Kiko” Martins Francisco Martins “Kiko” é o mais novo de 7 irmãos e nasce no seio de uma fa-
mília tradicional transmontana, que cultiva o culto da mesa e incentiva os filhos a seguirem carreiras profissionais “sérias”. Sobretudo, para o pai era impensável que o seus filho Kiko seguisse uma carreira no mundo da cozinha. “Empurrado” pelo peso familiar e “a muito custo” licenciou-se em gestão, entretanto, durante o curso já estagiava em restaurantes para saber se era mesmo aquilo que queria para o seu futuro. Em 2003 acabou o curso e foi para Paris, onde iniciou um curso de formação de cozinheiro profissional no célebre Cordon Blue. Ficou algum tempo na cidade luz “ a ganhar calo, sempre em restaurantes com 3 estrelas Michelin, sempre com equipas muito grandes para servir poucos jantares”. De regresso a Lisboa , trabalha numa primeira fase no restaurante Eleven, até que este recebe a primeira estrela Michelin, e em seguida aventura-se como empresário inaugurando o seu primeiro restaurante. Pouco mais tarde conhece Maria “a mulher da minha vida” e decidem avançar com um projeto muito pessoal: abdicar de tudo e partir para Moçambique trabalhar como voluntários, numa missão, em projectos especiais de ajuda às populações. O período que passaram em Moçambique foi na opinião do Chefe Kiko “uma experiencia pela avaliação pessoal, pela carne [019
EDITORIAL O TALHO PARTE & REPARTE
introspecção, pela análise intrínseca. Foi uma altura boa para repensarmos o sentido das coisas” Foi a partir dessa experiencia que nasce o projeto “Comer o mundo” que passou por visitar 26 países e estar à mesa com 26 famílias diferentes. O objectivo era perceber como é que a pessoas do mundo estavam à mesa. Perceber o que comem e como é que vivem o momento da mesa. O projeto durou 14 meses e resultou na edição de um magnifico livro ilustrado “Comer o mundo” que pode ser adquirido no Talho.
Os 7 mandamentos do Talho
“Quem parte e reparte e dá a melhor parte , vive a vida com mais arte.”
Somos pela carne
Um ingrediente que faz parte da nossa herança gastronómica e da boca da maior parte dos portugueses. Pelo sabor inesquecível de um bom prego, de uma sandes de courato antes de um jogo da bola ou de uma alheira no ponto crocante.
Somos pela mesa
Pelo prazer das conversas sem fim, de olhar nos olhos, de discutir temas importantes, de rir de coisas verdadeiramente alegres. Gostamos de momentos felizes, da partilha entre amigos e da reunião familiar. As iguarias são preparadas na hora
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Layout SEL Salsicharia Estremocense
Projectos de engenharia e arquitectura Orçamentação Execução de obras \ instalações técnicas Licenciamento de instalações Assistência técnica
Somos pelo mundo
Pela curiosidade de experimentar sabores de outros povos, pela riqueza alimentar inesperada, pela incorporação de novos produtos na nossa tradição culinária. Promovemos a diversidade.
Desenvolvemos projectos no âmbito da nossa área de negócio, abrangendo todas as fases de projecto, desde a sua concepção e organização do espaço, às suas necessidades técnicas.
Somos pelo conhecimento
Pelo tempo dedicado a aprofundar o caminho que queremos seguir. Investigamos, lemos e observamos quem sabe. Procuramos sempre mais.
Somos pela inovação
Pelo apurar de paladares, pela reinvenção do que já é feito e pela descoberta de novas conjugações. Queremos criar, movidos pela vontade de acrescentar alguma coisa.
Somos pela sustentabilidade
Trabalhamos com animais e produtos criados em condições dignas, de acordo com os nossos valores alimentares. E, no final, esforçamo-nos para que nada seja desperdiçado.
Somos pela história
Olhamos para Portugal com respeito e admiramos todo o trabalho desenvolvido. Damos os parabéns a cozinheiros, donas de casa e produtores. Queremos honrar o seu legado.
Beira Lamego
Frio industrial \ comercial e equipamentos para salas de desmancha, estabelecimentos de venda de carne e hoteleiros .
CONTACTOS ------------------------Rua da est. De Condeixa nº1 Lugar Vales de Cima 3045-283 Ameal
-----------------------------------------Telfs. +351 239 942637 | +351 239 981 280 Fax +351 239 948807 Telm. +351 96 3085499 Email: geral@cni.pt web: http://www.cni.pt
ALIMENTARIA BARCELONA 2014
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ALIMENTARIA BARCELONA 2014
Alimentaria abre as suas portas mais internacional, inovadora e gastronómica de sempre Alimentaria de Barcelona, a maior manifestação da industria agro-alimentar do país vizinho, abriu as suas portas com 3800 empresas representadas, com o objectivo de atrair compradores dos cinco continentes. Reflectiu as últimas tendências do sector e reforçou a conexão entre a industria e a gastronomia. Prova disso, foi o espaço “The Alimentaria Experience” que juntou mais de 50 estrelas Michelin. Alimentaria 2104 ocupou praticamente a totalidade do recinto de “Gran Via Fira de Barcelona”. Esta edição foi promovida em todo o mundo com o objectivo de atrair e identificar principalmente compradores dos mercados emergentes e de países europeus. Neste sentido, a entrada de visitantes estrangeiros suplantou as expectativas, mais de 140 nacionalidades diferentes e mais de 600 importadores/distribuidores-chave dos mercados latinos-americanos, norte-americanos e asiáticos que participaram em mais de 8000 encontros de negócios com expositores. carne [023
ALIMENTARIA BARCELONA 2014 Industria e gastronomia em 14 salões monográficos O presidente da Alimentaria, Josep Liuís Bonet, reafirmou a vontade da feira contribuir para a internacionalização do sector do país vizinho que, curiosamente, é formado por 96% de pequenas e médias empresas: “A adaptação à globalização é hoje um desafio inevitável. Alimentaria é uma boa via de acesso a novos mercados e uma oportunidade para estabelecer contactos com agentes internacionais”, referiu. Os produtos cárneos, o vinho e o azeite lideram a exportações espanholas e este peso reflecte-se na oferta do evento. Para o director geral da Alimentaria Exhibitions, J António Valls, “ a dieta mediterrânica, o reconhecimento internacional da nossa cozinha e o carácter inovador da industria agro-alimentar são bases sólidas para aumentar as exportações”. A revista Carne teve oportunidade de trocar impressões com técnicos superiores de grandes cadeias de distribuição como City Super (Taiwan e China), Metro e Sinodis (China), Fortune Gourmet, L-Spencer e Future Retail (Índia), Mail Group e Central Group Retail (Tailândia). Também estiveram presentes importadores e distribuidores do Japão, Indonésia, Singapura e Malásia com especial atenção para o sector Horeca (hotelaria, restauração e catering). A emblemática feira de Barcelona apresentou 14 salões monográficos: Intervin (vinhos e espirituosos), Intercarn (produtos cárneos e derivados), Olivaria (azeites), Interlac (produtos lácteos e seus derivados), Multiproduto (produtos alimentares em geral), Mundidulce (doçaria, bolachas e confeitaria), Expobebidas (águas, bebidas refrescantes e cervejas), Expoconser (conservas e semi conservas), Interpesca ( produtos do mar, aquicultura e criação de peixes e mariscos) , Congelexpo (produtos congelados), Alimentação Ecológica, Restaurama, Pavilhões das Regiões Autónomas de Espanha, e o pavilhão Internacional, com empresas, representações e instituições de 50 países. Alimentaria ampliou a sua oferta com proposta especificas como a Zona Premium, para a alta gastronomia e delicatessen; o espaço “Sem glúten” com produtos celíacos e soluções para outras intolerâncias. 024]carne
Grandes experiências gastronómicas A grande novidade desta edição foi “The Alimentaria Experience” , um grande espaço de actividades que reuniu 50 chefes de cozinha com mais de 50 estrelas Michelin que protagonizaram demonstrações culinárias em directo. Ao mesmo tempo, o certame levou a efeito um espaço de prova de vinhos ”Vinorum” que este ano apresentou os 50 melhores vinhos de momento, em Espanha. Logo ali, ao lado, os visitantes podiam passar pela barra de azeites gourmet onde se podia provar mais de uma centena de azeites de alta gama e ainda degustar a evolução da queijaria espanhola dos últimos 20 anos, sob o tema “Espanha, o país dos 100 queijos”.
Outro dos espaços importantes que tivemos oportunidade de visitar foi o “The Alimentaria Hub”, com muitas actividades, onde nos cabe destacar o Congresso Internacional da Dieta Mediterrânica, centrado na prevenção de doenças crónicas a partir de uma alimentação saudável; Innoval, um exposição de produtos recentemente lançados e a nova iniciativa “The Food Factory”, que colocou em contacto start-ups (empresas jovens e extremamente inovadoras em qualquer área ou ramo de atividade, que procuram desenvolver um modelo de negócio bem sucedido e sustentável), com Business Angels ( business angel é a pessoa ou a empresa disposta a investir em outras empresas que estando a iniciar a sua actividade empresarial -star-ups - não têm o apoio financeiro para alcançar os objectivos), dispostos a investir.
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ALIMENTARIA BARCELONA 2014 Especialistas revelaram na Alimentaria como prevenir as doenças crónicas a partir da dieta mediterrânica A dieta mediterrânica reduz o risco de sofrer de diabetes, obesidade, infecções cardiovasculares e neurodegenerativas e cancro. As últimas evidências científicas sobre o papel da alimentação na prevenção de doenças crónicas, demonstram que a partir de alimentos tipicamente mediterrânicos como o azeite, o vinho, a cerveja, os cereais integrais, as frutas e os legumes, reduzem substancialmente o risco de doenças crónicas.
X Congresso da Dieta Mediterrânea A Dieta Mediterrânea é um estilo de vida que combina o padrão alimentar ligado aos pratos tradicionais e a produtos frescos associando-os à prática diária de exercício físico moderado, num clima ameno. Esta forma de vida determinada pelo clima e pelos espaços mediterrâneos, manifesta-se através da confraternização e de celebrações que propiciam gestos de reconhecimento mútuo, hospitalidade, amizade, transmissão de valores e dialogo intercultural. O resultado é um excelente modelo de vida, saudável e reconhecido a nível mundial como património imaterial da humanidade. O objectivo deste congresso foi apresentar e debater as últimas evidências científicas que avalizam este modelo de vida como a coluna vertebral da prevenção de muitas doenças, assim como a promoção da saúde, tanto física como psíquica. O X Congresso da Dieta Mediterrânea que, mais uma vez, não teve qualquer participação portuguesa, o que nos parece, no mínimo estranho, deu a conhecer na conferência inaugural novos resultados sobre como evitar o aparecimento de doenças cardiovasculares a partir do consumo de alimentos tipicamente mediterrânicos como o azeite, o vinho, a cerveja, os cereais integrais, a carne, o peixe, o presunto, as frutas e as verduras. O congresso reuniu cerca de 300 especialistas de diferentes âmbitos da genética, nutrição, pediatria, medicina, saúde pública, psicologia a antropologia para analisar as causas do peso excessivo das populações e propor soluções para reverter esta tendência nociva. 026]carne
Com esta edição do congresso iniciaram-se as celebrações do Ano Internacional da Dieta Mediterrânea, cujo principal objectivo é potenciar e difundir um estilo de vida com impacto benéfico para a saúde. Além disso, fez-se a apresentado o projecto europeu MedDiet, pioneiro a nível internacional para a promoção da dieta mediterrânea e dos produtos tradicionais e de proximidade que contou com a participação da Espanha, Egito, Grécia, Itália, Líbano e Tunísia.
Intercarn. Carne, o epicentro da feira Intercarn, o salão dedicado aos produtos cárneos e seus derivados, voltou a ser um dos principais motores da <<Alimentaria>>. A quatro meses do inicio da feira já tinha 100% do espaço reservado, o que
obrigou a organização ampliar mais 1000 metros para satisfazer a procura, que superou os 11.000 metros quadrados. A procura de exposição cresceu mais de 12%. Mais de 600 empresas, estiveram representadas no Intercarn, que também contou com uma destacada presença internacional. Participaram países como Itália, Portugal (com a presença da Campicarn), Reino Unido, Holanda, Grécia, Dinamarca, Roménia, China, Japão, Austrália, entre outros. O êxito desta forte presença internacional foi a aposta clara da organização da <<Alimentaria>> em potenciar a presença de operadores internacionais na feira, onde o comprador encontrou uma completa mostra da oferta actual e as últimas tendências do sector cárnico. Carnes maturadas e marmoreadas de alta qualidade marcam as tendências.
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Grupo de operadores portugueses- Esq/Dir: Paulo Soares (Pig carnes), Miguel Pontes (Pura Paixão), António Jorge, Dionísio Fiuza ( Buy All Trade), Francisco Pontes (Carpotel), Paulo Ferreira (Pig Carnes), Luís Miguel, Nuno Costa (NC Gourmet) e Carlos Alberto Viçoso.
<<La Selva>> apresenta a primeira lata de fiambre, de abertura fácil. Esta inovação é o resultado de uma melhoria significativa no que diz respeito à concepção, composição, qualidade, tecnologia, embalagem e design.
<< Paladin>>. A empresa portuguesa Mendes & Gonçalves SA teve honras de inovação com a sua gama de molhos. Desde os molhos sofisticados e cosmopolitas até ao exóticos e gourmet, a empresa da Golegã captou as atenções dos visitantes com os seus originais e saborosos molhos de piripiri com laranja, molho picante com ananás, africane pepper entre outros, apresentados em atrativas embalagens.
<<Wemax>> . “ Pedra para grelhar carne com sal incorporado. Qualidade sensorial e sofisticação. As pedras são feitas com vários tipo de sal: sal negro, rosa do Himalaia, havaiano, flor de sal, entre outros.
Erre de Vic, empresa da Catalunha, apresentou o fiambre em lata com a designação ecológico. Finalmente, começa aparecer a designação correta para produtos erradamente chamados e biológicos.
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ALIMENTARIA BARCELONA 2014 Innoval Innoval, é por assim dizer a grande montra de <<The Alimentaria HUB>>. Uma exposição com produtos inovadores e recentemente apresentados ao mercado. Mais de duas centenas de novos produtos forma apresentados a um público profissional, convertendo-se com toda a autoridade, num dos espaços mais frequentados da feira. Sem dúvida, um ponto de referência, dado que os produtos ali expostos são o fruto da criatividade dos fabricantes, tendências em inovação e a inspiração de todos os intervenientes.
Governo Regional apoiou presença de empresas açorianas na Alimentaria. O Governo Regional, através da Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores (SDEA), apoiou a participação de seis empresas açorianas na Alimentaria de Barcelona. Esta participação, desenvolvida em parceria com a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, teve como objetivo promover os produtos agroalimentares produzidos na Região, com ênfase nos produtos com maior capacidade exportadora, e contribuir ativamente para o aumento da base económica de exportação. As empresas açorianas, dos sectores dos lacticínios, da transformação de carnes, da indústria de conservas, da fruticultura e da produção de outros produtos agroalimentares, expuseram cerca de três dezenas de produtos regionais, e realizaram provas e diversos encontros de negócios durante o certame. Os dados divulgados pelo Serviço Regional de Estatística indicam que a Espanha era, em 2011, o principal destino das exportações açorianas, recebendo 31,5 por cento do total das exportações para fora de Portugal, com destaque para o peixe, carne e lacticínios.
A revitalização do sector da carne passa por proteger o consumo tradicional, mas também pela aposta da inovação e pela procura de mercados exteriores. Com o ressurgir das proteínas como elemento nutricional chave numa dieta equilibrada e sã, muitos produtos cárneos estão
A Espanha continua a ser o principal destino das exportações açorianas.
a viver uma revitalização que mais tarde ou mais cedo dará os seus frutos num setor que necessita de um “pequeno” impulso. Dados do INE referente ao ano de 2013 mostram que o consumo de carne manteve-se praticamente inalterável havendo, apenas, alguma transferência de consumo.
Suínos O ano, em termos de mercado, estava a correr bem, com um mês de Setembro atípico, pois os preços, em vez de descerem, como é habitual, mantiveram-se, o que antevia um bom fim de ano, o que, infelizmente, não aconteceu, com os preços a descer, pressionados pelo mercado alemão, o que levou a um fim de ano com valores mais baixos do que em 2012. Em termos de produção, este ano temos uma considerável baixa, pois, apesar de o consumo por habitante ter descido pouco em 2013, para 41,8 kg/ano (42,6 kg em 2012), a nossa taxa de auto aprovisionamento baixou substancialmente, de 60,6% para 54,7%. As nossas exportações de carne mantiveram-se estáveis, tendo, em 2012, sido exportadas 28 053 toneladas, contra 26 252 toneladas nos primeiros 10 meses de 2013, o que até pode antever um ligeiro aumento global para 2013. No entanto, nas importações, nos primeiros 10 meses de 2013 já importámos 105 789 toneladas, o que se aproxima do valor de todo o ano de 2012, que foi de 113 630 toneladas.
No que respeita a animais vivos, as nossas exportações baixaram, tendo exportado, nos 10 primeiros meses de 2013, 12 000 toneladas, enquanto em todo o ano de 2012, esse valor foi de 19 914 toneladas. Por outro lado, as importações aumentaram, pois em 2012 o valor foi 110 817 toneladas e, nos primeiros 10 meses de 2013, já atingimos o valor de 98 244 toneladas. Estes valores mostram um aumento das importações, o que aliado a uma ligeira baixa no consumo, nos leva a uma baixa significativa da produção nacional. Com estes números penso que é importante parar para reflectir, para encontrar as razões pelas quais este sector passou de uma taxa de autossuficiência de 100% em 1974, para 54,7% em 2013 e, mais grave do que isso, o porquê de descer de 60,6% para 54,7% num único ano. Pode-se invocar que a adaptação das explorações às novas normas do bem-estar animal implicaram uma redução da produção. É um bom argumento. No entanto, não pode explicar tudo, uma vez que hoje em dia a produção está organizada e os níveis de produtividade estão acima da média europeia. Boa produtividade, grande défice de produção interna, boas condições para a produção, que, contudo, não aumenta, antes pelo contrário, recua. Porquê? Permitimo-nos avançar duas razões. A primeira, a burocracia que existe no nosso país, que proíbe, praticamente, a construção de novas instalações, devido ao tempo carne [029
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que levam as aprovações. O licenciamento das existências e o plano de gestão de efluentes, completamente desajustados da realidade nacional, levam à subida dos custos de produção, perdendo-se, inclusive, matéria-prima, que é importante para a fertilização dos terrenos. A segunda, a situação de grande debilidade da indústria de abate, devido, por um lado, a uma má estruturação (excesso de matadouros) e, por outro lado, à pressão da grande distribuição (consequência, também, dessa deficiente estruturação), que pressiona o preço da carne para valores que retiram qualquer rentabilidade ao sector. Em Portugal a carne de porco é vendida nos grandes supermercados a preços muito mais baixos do que no resto da Europa, o que traz consequências diretas na indústria e indiretas na produção. No momento em que o consumidor português começa a preferir o produto nacional e em que a União Europeia vai impor a etiquetagem obrigatória da carne com indicação do país de origem, está chegado o momento da grande distribuição analisar e reflectir se a política que tem seguido até aqui é a que melhor vai servir o consumidor no futuro.
Bovinos O consumo da carne de bovino manteve-se estável em 2013 relativamente a 2012, situando-se nos 15,6 kg/habitante/ ano. No que respeita à produção, verificamos uma descida da mesma, tendo passa030]carne
do a nossa taxa de autossuficiência de 65% em 2012 para 59,3% em 2013. Não se nota uma diminuição nas vacadas, pelo que a justificação desta baixa pode ser explicada pelo elevado número de abates de vitelões, que são animais que não vão ser engordados. Em relação a preços, a situação foi muito boa a nível europeu e, também, a nível nacional, atingindo valores que há muitos anos não se verificavam. A situação de escassez de carne tem levado a grande procura de vitelos para engorda, o que aliado ao abate dos vitelões, tem levado o preço dos animais de engorda para valores, diríamos, recorde. Os donos das vacadas agradecem esta situação, que tem contribuído consideravelmente para um aumento do seu rendimento, mas trazido problemas aos engordadores, que têm de despender muito dinheiro na compra dos vitelos e, apesar dos preços altos da carne e da baixa do preço das rações, estão longe de terem a sua rentabilidade assegurada. Este ano, nos 10 primeiros meses, importámos 72 807 toneladas de carne, contra 79 380 toneladas em todo o ano de 2012 e exportámos, respectivamente, 5 815 toneladas e 8 990 toneladas, em iguais períodos. No que diz respeito aos animais vivos, exportámos, nos 10 primeiros meses de 2013, 12 884 toneladas, contra 15 156 toneladas em todo o ano de 2012, sendo que as importações para períodos idênticos,
registaram os valores de 1 914 toneladas e 1507 toneladas, respectivamente.
Aves Frango – a produção de frango, ao contrário das outras carnes, tem levado a uma autossuficiência nacional. Em 2012, a taxa de autossuficiência foi de 101%, valor esse que desceu para 99,5% em 2013.O sector tem vindo a atravessar uma crise de preços, que se acentuou após o Verão, com a retirada das restituições à exportação da carne de frangos para países terceiros, pela Comissão Europeia. Em Portugal, a produção está perfeitamente organizada e assente em 2 grandes grupos de nível europeu, não se compreendendo muito bem como é que os preços podem chegar a valores tão baixos nos supermercados. O consumo da carne de frango está estável, com um ligeiro aumento, tendo passado de 22,4Kg/habitante em 2012 para 22,6kg/habitante em 2013. Em termos de trocas comerciais, exportámos, em 2012, 9 509 toneladas e importámos 6 901 toneladas, enquanto nos primeiros 10 meses de 2013, importámos 6 284 toneladas e exportámos 6 431 toneladas.
Caprinos Este sector tem muito pouca relevância no nosso país e, uma vez que as explora-
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ALIMENTARIA BARCELONA 2014 ções são, na maior parte dos casos, familiares, é muito difícil ter dados estatísticos corretos. Por exemplo, se calcularmos o consumo na base dos abates aprovados oficialmente, chegamos a um valor por habitante de 190 gr/carne/ano, o que é, manifestamente, muito abaixo da realidade. Os abates caseiros continuam a ser uma realidade neste sector. De toda a maneira e, em termos de trocas comerciais com o exterior, temos a registar em 2012, a exportações de 56 toneladas de carne e a importação de 1 129 toneladas. Já em relação aos primeiros 10 meses de 2013, importámos 1 147 toneladas de carne, tendo exportado 377 toneladas.
ção. Apesar de tudo, o setor de carnes, em Portugal, moveu-se em termos razoáveis, graças também a uma maior intensificação na exportação. Apesar de tudo, as tendências do futuro são marcadas pelos consumidores. Todos os números indicam que os consumidores procuram produtos melhores; saudáveis, mais baratos e que contribuam para um meio ambiente sustentável e só a inovação pode satisfazer plenamente estas exigências. Os consumidores mudaram os seus hábitos, são mais exigentes e sabem o
a transformar completamente o tipo de necessidades. A industria alimentar vê-se obrigada a dar reposta a uma procura ampla e variada para clientes que procuram qualidade, segurança e preço, mas também que os métodos de produção sejam compatíveis com a defesa do meio ambiente. E tudo isto num ambiente económico, como o actual, de estagnação de consumo e de dificuldades para a recuperação dos salários para a maioria da população. Neste contexto, a inovação posiciona-se como a melhor saída para as empresas do setor e a única que pode prover esse valor acrescentado tão necessário para continuar a senda de êxito.
Ovinos
Novas tecnologias
Este sector, apesar de já ter rebanhos de boa dimensão, ainda regista muitos abates familiares, pelo que os dados estatísticos são de pouca fiabilidade. Estes dados indicam que o consumo per capita em Portugal situa-se em 1,4kg/ ano. Em termos de trocas comerciais, temos que em 2012 importámos 5 380 toneladas de carne e exportámos 362 toneladas, enquanto nos primeiros 10 meses de 2013 importámos 2 234 toneladas de carne exportámos 548 toneladas. No que diz respeito a animais vivos, exportámos, em 2012, 1 440 toneladas e importámos 930 toneladas, enquanto nos primeiros 10 meses de 2013, importámos 846 toneladas e exportámos 2 009 toneladas. Regista-se, pois, um aumento nas exportações de animais vivos e de carne e uma estabilidade nas importações. O período de crise tem sido relativamente dolorosos para o setor de carnes assistindo-se a uma série de fatores negativos que têm dificultado uma recuperação adequada. Com menos dinheiro disponível nas carteiras dos consumidores, os custos da alimentação animal aumentaram, registaram os preços mais elevados da história devido, sobretudo, a dois fatores: as secas e a crescente procura dos países emergentes. Tampouco cresceu o volume de compras, que se manteve praticamente nos mesmos níveis durante a crise, com uma clara tendência do consumidor na procura de preços menores para a sua cesta de compras, comparando avidamente os preços entre todos os canais de distribui-
Responder a este desafio, a esta tarefa inovadora não será possível sem a inclusão de novas tecnologias que favoreçam os processos e que ajudem a gerar novas vantagens. Assim, à medida que os hábitos quotidianos dispararam para a procura de pratos preparados e para a funcionalidade, desenvolvem-se tecnologias de cozedura a vácuo e de micro-ondas que permitem oferecer melhores produtos. Do mesmo modo, a procura de alimentos mais naturais influencia o desenvolvimento de produtos ecológicos (preferimos chamar-lhe ecológicos em vez de biológicos) através do emprego de metodologias de produção de matérias-primas que não utilizam produtos químicos. Além disso e semelhante ao que ocorreu com a cozinha mais prestigiada, o uso de tecnologia permite tratar os alimentos de formas inovadoras. O gesto decisivo da industria de gerar novos produtos e o aparecimento de melhores meios técnicos para os conseguir resultaram numa gama mais alargada de alimentos, um núcleo de opções muito mais extenso do que no passado, e cujas características fundamentais podem resumir-se em dois: alimentos mais saborosos, que conseguem atrair o consumidor com produtos com pouco teor de sal, açúcar, gordura e, por outro lado, proporcionar alimentos mais saudáveis e mais ajustados à vontade do consumidor. Neste sentido, combater as intolerâncias alimentares, as alergias ou simplesmente reduzir a quantidade de gorduras e de açucares de alguns produtos passaram a ser prioritários para
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que querem. Quer seja porque anseiam novas experiencias, porque dão prioridade à saúde ou porque a comida pode ser fator social distinto, a oferta está a ampliar substancialmente o seu leque. Foi um facto relevante na Alimentaria. O aumento da classe média, sobretudo, nos países emergentes, a aspiração geral a uma vida mais saudável e os novos estilos de vida (familiares monoparentais, unipessoais, pais que trabalham fora) está
ALIMENTARIA BARCELONA 2014 a maioria dos consumidores. Essa mesma tendência levou a que alimentos para celíacos, probióticos ou funcionais tenham sido adotados como produtos habituais nos lineares das grandes cadeias de distribuição, ou que produtos light e sem glúten sejam cada vez mais solicitados.
Investigação científica A obtenção de resultados neste campo deve-se à investigação científica recente, que tem apresentado avanços significativos. Os alimentos saudáveis não implicam só a redução de gordura ou de calorias, sem que não esteja em causa a segurança alimentar. Neste campo também se implantaram estratégias de melhoramento para garantir a qualidade, a fiabilidade e a rastreabilidade dos produtos. A necessidade de melhores controlos impulsionaram o desenvolvimento de métodos de análises rápidas e especificas para avaliação microbiológica , química e sensorial dos alimentos. Também se desenvolveram tecnologias que permitem evitar irregularidades na composição dos alimentos ou alterar produtos na origem.
Embalagem de alimentos Outro dos pontos nucleares da inovação gira em volta da embalagem de alimentos. Os avanços da embalagem resultam na funcionalidade e na utilidade de alargar a vida útil dos produtos, mantendo as propriedades organolépticas e de segurança alimentar exigíveis para consumo.
É o caso da pasteurização , que permite uma embalagem asséptica e que é um dos métodos mais utilizados. Ligado à embalagem, podemos citar dois aspectos que são de extrema importância para o consumidor: a etiquetagem que contenha toda a informação precisa do produto, aspeto que passa no momento atual por uma revisão para poder fornecer informação mais clara e inteligível para o consumidor médio, e a aspiração de que as embalagens produzidas e utilizados contribuam para um meio ambiente sustentável. É neste conjunto de áreas que está
focalizada a inovação e que, por sua vez, a Alimentaria de Barcelona não deixou passar despercebido. Só no país vizinho, nos últimos dois anos, mais de 300 milhões de euros foram investidos em projectos I+ D+ i ( Investigação, desenvolvimento e inovação) . A criação de novos produtos , a evolução da sua conservação, juntamente com processos produtivos com os olhos na sustentabilidade, quer seja pela redução de matérias-primas ou da energia necessária para a sua transformação e o emprego de metodologias produtivas mais seguras são, sem sobra de dúvidas, as prioridades gerais.
As linhas mestras da Inovação Proibido gastar mal. Os consumidores adaptam os seus hábitos aos tempos de austeridade e as empresas também, analisando cada vez mais onde e porque se produzem percas nas diferentes fases da cadeia produtiva e de consumo com o objectivo de lhe pôr fim. A confiança está primeiro. E ganha-se com atitude: o consumidor deve saber a origem dos ingredientes alimentares que consome. É essencial oferecer melhor alimentos com uma rastreabilidade muito clara. Prazeres simples. Os consumidores viram-se para o tradicional e para o caseiro.
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A pequena inovação funciona. As pequenas empresas estão a desenvolver produtos diferenciados de alta qualidade que têm um grande potencial para se converterem em “tendência” com a ajuda das redes sociais. A saúde está primeiro. Não se pode esquecer que a grande obsessão da época é compatibilizar o prazer da comida e da bebida com a aspiração de ter uma vida saudável. Inovar para satisfazer ambas as necessidades é acertar na “muche”. Inclusivamente, está-se a trabalhar na industria de alimentos para prevenir e melhorar algumas patologias.
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O veneno invisível do Primeiro Mundo PREVENIR DOENÇAS ATRAVÉS DE UMA DIETA SÃ É UM IMPERATIVO E ESSENCIAL NUM MUNDO EM QUE A ESPERANÇA DE VIDA ALCANÇA OS 70 ANOS. A Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo dados de 2011, situou em 80 anos a esperança de vida em Portugal. Num contexto mais amplo, na Europa é de 76 anos e, se a perspectiva é planetária, os habitantes do planeta vivem uma média de 70 anos. Mas se retrocedermos duas décadas a esperança de vida no nosso país era de 65 anos para os homens e 72 para as senhoras. Os restantes europeus tinham uma esperança de vida de 72 anos e a esperança global era de 64 anos. Vistas as cifras e considerando as diferenças entre o primeiro e terceiro mundo, o certo é que a população envelhece e que, inclusivamente um continente tão castigado como é o de África, a esperança de vida passou de 50 para 56 anos em duas décadas. Fora bálsamos anti-envelhecimento e outras poções mágicas, longevidade e doenças (crónicas ou não) são dois conceitos indissociavelmente unidos. Por isso, um dos desafios que a sociedade enfrenta é a prestação de cuidados de saúde adequados à nova realidade demográfica. Todavia, este marco também contempla a necessidade de educar os pacientes no autocontrolo, impondo ao individuo o maior protagonismo do controlo da sua saúde. Giuseppe Russolillo, dietista-nutricionista, presente na Alimentaria de Barcelona, é peremptório: “Existem duas formas
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ALIMENTARIA BARCELONA 2014 de cuidar bem da saúde: o exercício físico e a alimentação. Cada vez, há mais cidadãos sensibilizados em participar no seu processo de saúde através da alimentação”. Os benefícios de levar uma dieta saudável e equilibrada foi assumido “preto no branco” pela própria OMS em 2010, quando determinou que entre as 10 causas de morte mais comuns em todo o mundo, cinco estão relacionadas com a alimentação. Falamos de sobrepeso e obesidade, o escasso consumo de frutas e legumes, a insuficiência de ferro, o aumento do colesterol e o abuso de sal. Além disso, apresentou dados bastante eloquentes, 1,7 milhões de pessoas morrem por ano devido à baixa ingestão de frutas e legumes. <<Insistimos que os cidadãos devem comer 5 refeições ligeira por dia (três de fruta e duas de legumes, uma com carne, outra com peixe. Não é deixar de comer carne que torna as pessoas mais saudáveis. O que torna as pessoas mais saudáveis é fazer uma dieta equilibrado, sem exageros. Esta dieta diminuiria substancialmente esta carga de mortalidade, apenas com este 650 a 800 gramas diária>> , sublinha Russolillo. O autocontrolo na alimentação, para evitar o sobrepeso e a obesidade reduziria o risco de doenças cardiovasculares, a hipertensão, a diabetes e o cancro. << As
frutas e os legumes contém fitoquímicos vegetais que defendem o organismo de vírus, bactérias e fungos. Está demonstrado que essas substâncias previnem problemas cardiovasculares e cancro. Muitas delas ainda estão por descobrir, mas sabemos que funcionam>>, disse Russolillo. É uma evidencia que cuidar da saúde resulta numa melhor qualidade de vida, e que <<em alguns casos perder cinco a 10 quilos pode aumentar a esperança de vida em 10 anos>>, reconhece o especialista. Além disso, o autocontrolo gera menos gastos do Estado, ou seja, aos cidadãos. Portugal gasta todos os anos 600 milhões de euros no tratamento das doenças associadas à obesidade, em fármacos para reduzir o colesterol , quando esses pacientes, simplesmente com um ligeiro cuidado na alimentação e exercício físico podiam baixar substancialmente os níveis de medicação. Os especialistas defendem que falta uma política alimentar planificada por parte das instituições. O autocontrolo reduziria os custos sanitários, por exemplo, com politicas sobre alimentação, sobretudo, de educação nas escolas. Mas aqui há um inconveniente, as nossas escolas não têm nutricionista a leccionar nem há uma política de educação nesse sentido. Aliás, nos “bares” das escolas ainda se vendem produtos que fazem parte do veneno invi-
sível da nossa sociedade. A conclusão é que urge ações para favorecer e educar o autocontrolo da saúde. O sector privado lidera alguma iniciativas, como a publicação de manuais para pacientes. No entanto, estas iniciativas privadas são estimuladas mais pelo ímpeto mercantil do que pela saúde dos cidadãos. Cabe, portanto, ao Estado em colaboração com técnicos e especialistas desenvolver uma política de alimentação e autocontrolo de saúde em prol da saúde dos cidadãos e redução substancial de custos. A obesidade atinge 1 milhão de adultos em Portugal e 3,5 milhões são pré-obesos. É um assunto muito sério. Os portugueses comem mal, fazem pouco exercício e, se não houver uma intervenção, a nossa sociedade será uma “fábrica” bastante produtiva de obesos. Por isso, longe de pensar que a educação e o autocontrolo em nutrição é assunto da população mais idosa. Os especialistas insistem na necessidade de se começar esta tarefa desde a infância. Nota final a destacar: no final da feira, os alimentos e bebidas expostos na mesma foram entregues ao Banco Alimentar e mesmo os pratos cozinhados nos bares e restaurantes do recinto que não foram consumidos foram distribuídos em cantinas sociais, através da ONG Nutrição Sem Fronteiras.
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Consórcio do Presunto Serrano Espanhol NA SUA ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO INTERNACIONAL A ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE PRESUNTO SERRANO “CONSORCIOSERRANO” ESTEVE, NATURALMENTE, EM BARCELONA.
O Consórcio do presunto serrano espanhol é uma associação que que nasceu no ano de 1990, da necessidade da industria espanhola afirmar o presunto serrano, nos mercados internacionais, como um produto de qualidade. Actualmente, agrupa as 24 empresas mais importantes da produção de presunto serrano do país vizinho. O objectivo é salvaguardar nos mercados internacionais a imagem e a qualidade do autentico presunto serrano espanhol. Para isso foi criado um selo de qualidade “ConsorcioSerrano” que identifica os presuntos serranos que cumprem os requisitos dos controlos de qualidade fixados pela associação.
Ao mesmo tempo desenvolve campanhas de promoção do dito selo de qualidade nos diferentes mercados internacionais. Degustações nos pontos de venda, publicidade quer em meios especializados como dirigidos ao consumidor, jornadas de informação focalizadas para os profissionais do sector, campanhas nas redes sociais, participação em feiras,...são algumas das actividades desenvolvidas. Após 23 anos de experiencia, a associação conseguiu melhorar a imagem do presunto serrano espanhol nos mercados internacionais, oferecendo um presunto de qualidade e mostrando a diferenciação do mesmo. Assim, os consumidores foram
valorizando o produto e, neste momento, é colocado no carrinho de compras como um produto gourmet. O Consórcio do Presunto Serrano Espanhol agrupa actualmente 23 empresas. Todas elas estão avalizadas para exportar presunto com o selo de qualidade da associação, que acompanha cada peça destinada à exportação. Fazem parte da associação , as seguintes empresas: Grupo Alimentario Argal, Aroma ibérica Serrana, Campofrio Food Group, Casademont, Jamones Centelles, COREN, Elpozo Alimentación, Embutidos e Jamones España e Hijos, FAR Jamón Serrano, Embutidos Goikoa, Hermanos Morán carne [039
ALIMENTARIA BARCELONA 2014 (Hemosa), Jamondul, Embutidos La Hoguera, Julián Mairal, Hijo de José Martinez Somalo, Pirenaica de Jamón, Jamones El Castillo, Jamones Segovia, Nico Jamones, Noel Alimentaria, Ramón Ventulá, Sánchez Alcaraz, Cárnicas Serrano e Industrias Cárnicas Villar.
A história do presunto Serrano O presunto curado é um produto arraigado à história e à cultura do país vizinho e é considerado como um dos elementos essenciais da sua cultura. Os celtas converteram o porco em objeto de culto e o consideraram um alimento básico na sua alimentação. No século II A.C., durante o Império Romano, aparecem as primeiras referencias escritas da salga e conservação de carne de porco. Com o passar dos séculos foi-se desenvolvendo um método tradicional de cura, aproveitando as vantagens climatológicas naturais que ofereciam ar frio e seco das montanhas, dando lugar a este produto que conhecemos internacionalmente como presunto serrano. O presunto serrano é um produto rico em proteínas, minerais e vitaminas. Graças a estas qualidade nutritivas, converteu-se num dos elementos básicos da dieta mediterrânica. A arte de salgar e curar presuntos é uma herança gastronómica que sobreviveu através dos séculos e que hoje se mantêm na elaboração do presunto “ConsorcioSerrano”
Processo de seleção do presunto O Consórcio do presunto serrano estabelece normas de qualidade quer nas especificações que deve obedecer a matéria-prima, quer como se deve desenrolar todas as fases de produção. O processo para elaborar um presunto serrano começa com a estabilização microbiológica do presunto em fresco mediante baixas temperaturas e humidade alta. A esta seguem-se as seguintes:
Salga Incorpora-se o sal marinho na peça em fresco, o que favorece a desidratação e a conservação das peças. 040]carne
Secagem e maturação
Selecção
Aumenta-se progressivamente a temperatura à medida que a humidade reduz, o que provoca uma fusão natural da parte das gorduras e da sua protecção dos tecidos adiposos, conseguindo uma distribuição uniforme da gordura na massa muscular. Assim ,se conseguem apurar as características sensoriais, cor, aroma e sabor, próprios de um bom presunto serrano.
Uma vez que o presunto está pronto para ser comercializado, uma equipa de inspetores do “Consorcio Jamón Serrano Espanhol” seleciona um a um todos aqueles que pela sua configuração e características organolépticas, reúnem todos os requisitos estabelecidos nas normas da associação.
Envelhecimento no secador
Todos os presuntos serranos que superaram satisfatoriamente o processo de selecção são marcados e identificados com o selo de qualidade “ConsorcioSerrano”. Este selo, é por assim dizer, a sua carta internacional de apresentação.
Fase final do processo de cura: o presunto termina de maturar de uma forma muito lenta até se converter num produto gourmet.
Selado
ALIMENTARIA BARCELONA 2014 O Consorcio em números 24 Empresas associadas 41 Unidades de produção + 60 Países destino de exportação 700.000 Presuntos selados ao ano
Normas de qualidade
Diferença de outro presuntos europeus Espanha
França
Itália
Principais denominações ConsorcioSerrano
Bayonne
Parma
Período de cura sem fumagem 9 a 24 meses
7 a 12 meses
12 a 18 meses
Utilização de sal Totalmente cobertos de sal 20 a 30 dias
Superficialmente 20 a 30 dias
Superficialmente 6 a 15 dias
Formatos mais comuns Com pata Em forma de V (também sem osso)
Sem pata e com pele (também sem osso)
Sem pata e com pele (também sem osso)
Textura, cor e sabor Menos humidade Textura consistente Mais Infiltração de gordura Cor púrpura Sabor intenso
Mais humidade Textura mais branda Pouca infiltração de gordura Cor rosada Sabor suave
Mais humidade Textura mais branda Pouca infiltração de gordura Cor rosada Sabor suave
O departamento de qualidade da associação, mediante o controlo e a seleção, peça a peça, pretende garantir não só um produto de alta qualidade mas também homogéneo. Em sua, assegurar a textura, aroma e sabor que caracteriza o presunto serrano. Para isso, se realiza um controlo constante e sistemático de 3 elementos imprescindíveis na elaboração de um presunto serrano: unidades de produção, processo produtivo e produto final. Desta maneira, mediante a realização de controlos e auditorias continuadas consegue-se avaliar estritamente cada unidade produtiva, verificando que cumpre todas as normas de higiene, ao mesmo tempo que se controla a matéria-prima, o processo de elaboração e, por último, e não menos importante , o produto acabado. Matéria-prima de qualidade, uma cura mínima de 9 meses e uma quebra de 34% são as três normas principais para se pode submeter ao controlo de qualidade e seleção que permitirá comercializar com o aval e o selo de qualidade “ConsorcioSerrano”.
Selo de Qualidade “ConsorcioSerrano”
O selo de qualidade “ConsorcioSerrano” (“S”) é um elemento físico que identifica que as peças de presunto serrano foram elaboradas de acordo com as exigentes normas de qualidade da associação e passaram por rigorosos controlos de qualidade essenciais para a exportação do produto. Segundo os dados disponíveis , em 2013 as exportações de presuntos e “paletas” espanhol registou um aumento de 16, 4% em volume, alcançando 31.072 toneladas, facturando 277 milhões de euros. O “Presunto ConsorcioSerrano” está em mais de 60 países. Portugal é o terceiro país que importa mais presunto serrano, superado só pela Alemanha e pela França. De 2012 para 2013 o aumento de presunto serrano para o nosso pais cresceu cerca de 37%. carne [041
MAQUIGOMES
EM LINHA COM O SEU NEGÓCIO
Q
uando há mais de 20 anos abandonou o cargo de diretor de manutenção de uma conhecida unidade industrial de carnes e começou a trabalhar sozinho num armazém emprestado, Vítor Gomes, já magicava no negócio que queria desenvolver como empresário. 042]carne
Com a experiencia adquirida no seu percurso profissional, verificara que o mercado aceitaria uma nova forma de abordar a assistência técnica. O objectivo era criar uma empresa especializada e completamente dedicada à assistência técnica e manutenção. Na época era uma aposta inédita, os técnicos não abundavam e ha-
via muita carência de manutenção. O negocio tinha pernas para andar. O empreendedorismo é considerado por todos um fenómeno positivo, embora, em muitos casos seja “a necessidade que aguça o engenho”. Ou seja, onde as oportunidades escasseiam, a muitos não resta outra alternativa senão o empreendedoris-
MAQUIGOMES
mo. No entanto, neste caso, a oportunidade surgia por uma necessidade de mercado e pela visão aguçada do nosso interlocutor. Tendo em conta que se vivia o inicio da década de “90” e, porventura, a década em que tudo o que reluzia era ouro , Vítor Gomes, teve a visão de aproveitar os ventos favoráveis mas sem embandeirar em arco.
“ Nem sempre somos nós que escolhemos o nossos percurso de vida. As coisas vão surgindo e temos que aproveitar as ocasiões. Algumas boas outras nem tanto e, aí, temos que fazer as nossas escolhas e tomar as nossas decisões. É isso que faz um percurso de uma vida. Como não vim de uma empresa que era do meu pai, ou
de uma empresa já bem definida e alicerçada, fui navegando à vista mas sempre com os pés bem assentes na terra. O meu percurso foi sinuoso e exigiu muito trabalho e sacrifício. Talvez por isso sou muito sensível às dificuldades dos clientes”, sublinhou o empresário de 50 anos e natural da Malveira. Vinte anos depois a “ Maquigomes” está de pedra e cal, conquistou pergaminhos e é uma referência no mercado nacional. A resiliência contra as perspetivas negativas têm sido o “Cavalo de Tróia” da empresa que começou dedicada exclusivamente à assistência técnica e, actualmente, dá trabalho direto a 14 colaboradores; fabrica equipamentos em inox, tapetes transportadores, máquinas de almôndegas, equipamentos especiais “à medida do cliente”, repara e recondiciona qualquer tipo de máquina e representa, em exclusivo, algumas das mais importantes siglas internacionais de tecnologia de máquinas e equipamentos. Para Vítor Gomes, os objectivos da sua empresa são muito claros, “passam pela consolidação, esperar por novas perspetivas e agarrar todas as oportunidades quer no mercado interno quer no externo”. A exportação já é uma realidade, sobretudo, para Angola e Moçambique mas Vítor Gomes é peremptório” “Temos feito algumas coisas para esses países mas sempre através de empresas nacionais que instalaram lá as unidades de produção. Sinceramente, não me seduz a ideia de abrir instalações em Angola ou Moçambique. Neste momento estou mais empenhado no nosso projecto de aumentar a nossa gama de fabrico de equipamentos. Tudo com o seu tempo. Já entramos no mercado dos lacticínios, ultracongelados e frutas. Neste momento, estamos a tentar entrar nos legumes, um mercado completamente novo para a Maquigomes”. Apesar do contexto de forte contração do mercado e desinvestimento, a Maquigomes tem conseguido contornar os obstáculos que a conjuntura coloca, junto dos seus clientes e, de forma consistente, conquistar quota de mercado, um cenário que se tem vindo a concretizar, consecutivamente, nos últimos anos. A base para esse sucesso assenta em eixos bem definidos: uma gama de produtos adaptados à realidade do nosso país e uma equipa totalmente preparada para responder às solicitações dos clientes empresas e um nícarne [043
MAQUIGOMES
Para Vítor Gomes a aposta é na inovação.
vel de satisfação de cliente muito elevado. De entre os muitos atributos que tornam a Maquigomes especialmente apta para cumprir as exigências destaca-se o ADN da empresa: a assistência técnica. “Em relação à assistência técnica temos tido muito boa aceitação no mercado. O grande desafio é que 90% das assistências técnicas solicitadas são, como se costuma dizer, “para ontem”. Por outro lado, a assistência é uma coisa complicada para os clientes. Uma assistência feita em Braga ou em Vila Real é uma assistência cara, nós compreendemos a situação do cliente, mas não temos outra forma de o fazer, temos os nossos custos. Temos clientes de norte a sul que nos trazem as máquinas às nossas instalções, quando são máquinas pequenas, obviamente. Combinam previamente, deixam aqui de manhã, vão fazer a vida deles e ao fim da tarde levantam a máquina reparada. Outros clientes, enviam as máquinas por empresas transportadoras o que torna menos onerosa a operação para o cliente. Além disso, tem a vantagem de termos tudo aqui: tornos, fresas, material eléctrico, muitas peças em stock, temos tudo aqui para resolver o problema. Quando o técnico vai à casa do cliente podem surgir condicionalismos, embora tenhamos sempre a preocupação de saber concretamente quais são os sintomas da avaria para levar as peças e solucionar o problema do cliente. Em Portugal, há muitas empresas que ainda não interiorizaram a importância da assistência técnica e a manutenção. Embora não sejamos um empresa cara 044]carne
Helena Gomes, sócia gerente, com os dois filhos, Vítor e Cláudia Gomes.
A unidade fabril abrange 2400 m2. André Cipriano , informática e design e (de pé), Paulo Plácido, departamento comercial.
MAQUIGOMES em termos de manutenção, seja qual for o preço que se leve por hora é sempre caro. O cliente tenta pagar o mínimo possível”. Outras das vertentes especializadas da Maquigomes é o recondicionamento de máquinas e venda com garantia. Para Vítor Gomes, “ o risco é o mesmo que comprar uma máquina nova. Quando pegamos numa máquina usada, os procedimentos são meticulosos e conscientes: desmanchamos, reparamos, analisamos o grau de fiabilidade da máquina e substituímos o material que, embora possa estar a funcionar bem, revele algum desgaste. Um máquina que sai recondicionada das nossas instalações dá a mesma segurança que uma máquina nova”. Vítor Grazina, sócio-gerente da Grazicar, Comércio e Industria de Carnes, Lda, corrobora: “Adquirimos uma desossadora MDM, recondicionada pela Maquigomes e ficamos positivamente surpreendidos. Quem olhasse para a máquina não diria que a máquina não era nova. Foi um excelente trabalho e ficamos muito bem servidos”. O recondicionamento de máquinas é abrangente e transversal à industria alimentar desde, enchedoras, misturadoras, picadoras, transportadores, máquinas de vácuo, linhas de embalamento, etc. Também nesta vertente a Maquigomes apostou na inovação mas, naturalmente, surge a pergunta: qual é o ponto de vista dos fabricantes e representantes dessas máquinas? Vítor Gomes justifica: “ Talvez ao principio não vissem com bons olhos, no entanto, actualmente já existe uma cultura de colaboração. Temos algumas parcerias e eles vêem com bons olhos o recondicionamento dos seus equipamentos, afinal de contas, vendem as peças e consolidam a imagem de longevidade dos equipamentos que, na minha opinião, só traz vantagens para a marca. Já trabalhei com a CFS e trabalho com muitos outros... na maior parte dos casos os fabricantes já vendem directamente e daí surgem outras oportunidades de negocio”. Responder às exigências de mercado A vertente de venda de equipamentos novos não é propriamente nova na Maquigomes mas, tem sido incrementada com especial atenção nos últimos anos. A empresa de Vítor Gomes representa, em exclusivo, algumas das mais importantes siglas mundiais de fabricantes de equipa046]carne
Liliana Soraia, responsável de logística e armazém.
Osvaldo Carreira, responsável pela gestão de peças e ferramentas.
Esq/Dir: Alberto Cipriano , Luis Rodrigues, Ricardo Mota, Nuno Lourenço, António Ginja e José Estefânia, equipa técnica especializada e multifuncional.
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MAQUIGOMES mento para o setor alimentar e em especial para o setor industrial de carnes. Desde a Nock, marca alemã que voltou a vender em Portugal pela “mão” do departamento comercial da Maquigomes, passando pela Frimaq, fabricante espanhol de termoformadoras e termoseladoras e cuja parceria tem sido um êxito assinalável ou pela mais recente representação, as enchedoras a vácuo HTS de fabrico austríaco, não esquecendo as restantes 17 representações activas (consultar www.maquigomes.com), a Maquigomes assume-se, definitivamente, como um player a ter em conta. “ Hoje em dia, as empresas estão munidas de bons técnicos que avaliam as verdadeiras necessidades da sua produção. O cliente actual quer testar, quer confirmar a rentabilidade e a eficácia da máquina, saber ao pormenor o que ela representa para a sua produção. O preço é fundamental. Nos tempos que correm a industria de carnes passa por dificuldades que faz com que a procura se concentre em soluções mais económicas. Por vezes o custo da máquina sobrepõe-se à qualidade da máquina, ao nome do fabricante e às necessidades do cliente. É muito importante que o cliente saiba e explique claramente o que pretende fazer. É verdade que existem marcas implantadas no mercado de excelente qualidade mas também é verdade que, actualmente, é possível ombrear com soluções mais económicas. Por exemplo, uma máquina de uma grande marca tem o potencial de fazer “n” funções, evidentemente, pelo valor adequado, no entanto, há muitos clientes que não têm necessidade de tantas funções e podem optar por uma máquina mais acessível. Hoje em dia, é essencial conciliar corretamente as capacidades tecnológicas às reais necessidades da produção. É a diferença entre ganhar e perder dinheiro”. Concluiu. A Maquigomes é uma empresa de inovação, relacionamento e suporte à industria alimentar, garantindo sempre o melhor prazo de entrega, inteiramente voltado às necessidades de cada parceiro e produtos de excelência comprovada, desenvolvidos com tecnologia aliada ao mais amplo conhecimento da sua experiencia. e.mail: geral@maquigomes.com
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COMPANHIA DAS LEZÍRIAS
A Carne não é fraca!
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COMPANHIA DAS LEZÍRIAS
A
dois passos do bulício da capital com as lezírias e charnecas por companhia e as correspondentes beleza, tranquilidade e paz por acréscimo que se encontra a Companhia das Lezírias. Fundada em 1836 dedica os seus cerca de vinte mil hectares à produção de vinho, arroz, milho, azeite, madeira, cortiça, criação do cavalo lusitano e criação de gado bovino. A Companhia das Lezírias é a maior exploração agropecuária e florestal existente em Portugal, compreendendo a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do infantado, o Catapereiro e os Pauis de Magos, Belomonte e Lavouras. Embora não seja percetível, a verdade é que a Companhia das Lezírias fica situada numa ilha cercada pelos rios Tejo e Sorraia. Aliás, como a própria palavra lezíria indica, uma vez que deriva do árabe al-jazirâ, que significa ilha. Daí a riqueza dos seus solos consequência de zonas húmidas ricas em biodiversidade.
Questões geográficas à parte, este lugar é, sobretudo, um oásis de tranquilidade. Dentro dos seus limites encontra-se a maior área de montado de sobro em mancha contínua de Portugal, extensos arrozais, pinhais, olivais, vinhas de onde se extraem alguns dos néctares premiados e, claro, a lezíria que lhe emprestou o nome. A sua criação em meados do século XIX deveu-se à necessidade do Governo da altura alienar terras para fazer face a um tesouro exaurido devido a circunstância várias. Digamos que, em Portugal, a história repete-se ciclicamente. Portugal entrou com o pé esquerdo no século XIX. Primeiro, as invasões francesas, iniciadas em 1807 e prolongadas por 4 anos com as suas pilhagens e destruição; mais tarde, em 1822, o grito do Ipiranga no Brasil, logo seguido pela guerra civil entre partidários de D.Miguel e D. Pedro IV.
carne [053
COMPANHIA DAS LEZÍRIAS
Engº Rodrigo Pereira, responsável pela produção de bovinos de carne “Premium” da Companhia das Lezírias.
Quando esta terminou, o país encontrava-se perto, senão mesmo, na bancarrota: sem industria por falta de quadros classificados e mão de obra suficiente, a sua maior riqueza era a terra e aquilo que nela se conseguia produzir. Perante a conjuntura e já durante o reinado de D.Maria II, o ministro Silva Carvalho decidiu vender em hasta pública vários latifúndios pertencentes à Coroa, à Casa da Rainha, ao Infantado e à Patriarcal, cujas fronteiras se estendiam entre a Golegã e a Comporta num total de 50.000 hectares. E assim, com seis grandes acionistas , é constituída
em 1836 a Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, que viria arrematar o lote de terras por dois mil contos (10.000 euros), uma fortuna para a época. Desde então, inúmeras alterações foram levadas a cabo nesses terrenos, algumas das quais haviam de modificar para sempre a própria morfologia da região. Através de complexas obras de hidráulica transformaram-se zonas pantanosas em solo aproveitável para a agropecuária, com a construção de canais e um sistema de comportas que permitem controlar as marés. Até o próprio Tejo tinha, na altura,
um traçado diferente, dividindo-se em Salvaterra de Magos em dois leitos: um deles é o atual, enquanto o outro, o Tejo Velho, seguia por aquele que é agora o curso do Sorraia. A Companhia das Lezírias passou, entretanto, por várias transformações ao longo da sua existência, sendo nacionalizada em 1975 e tendo passado, em 1989, a Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos. Desde então, a Companhia das Lezírias tem vindo a consolidar a sua situação, quer sob o ponto de vista tecnológico, quer financeiro baseada numa filosofia de desenvolvimento sustentado.
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Produção de gado bovino A criação de gado bovino é muito acarinhada pela Companhia das Lezírias e, ao mesmo tempo, é uma das suas imagens de marca. Com condições excecionais para a criação dos ruminantes, a Companhia da Lezírias conta com cerca de 1600 vacas de ventre que pastam em regime extensivo num total de 1800 hectares na lezíria e cerca de 3000 hectares na charneca. Mas no total são cerca de 3200 animais que pastam em regime transumância; na primavera e verão estão na lezíria, e no outono e inverno resguardam-se na charneca, na região de Samora Correia. Os bovinos criados provêm de vacas das raças autóctones Mertolenga e Preta exploradas em linha pura, do seu cruzamento com reprodutores das raças Charolês e Limousine e de vacas já resultantes destes cruzamentos. A raça Preta é a que comporta o maior número de animais. Existem duas manadas cruzadas de F1 e F2 e duas linhas puras de charolês e Limousine para obtenção dos reprodutores machos para fazer o cruzamento industrial e para a respetiva reposição, com as autóctones e fazer F1 ,
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F2 e F3 com as cruzadas. Todas as vacas, touros reprodutores e novilhas de substituição da Companhia das Lezírias estão identificados electrónicamente, no âmbito do projeto-piloto europeu “IDEA” – garantia da máxima fiabilidade da sua identificação e rastreabilidade. O bem-estar animal e a qualidade da carne são preocupações sine qua non na criação de bovinos na Companhia das Lezírias. ”Sabemos que o bem-estar animal tem muita influencia na qualidade da carne. A nossa carne tem muita qualidade e por isso os nossos animais pastam tranquilamente em regime natural, em Modo de Produção Biológica. Os animais comem apenas erva em pastos bio diversos produzidos de modo biológico e depois a suplementação, na charneca, na altura de maior carência são suplementados com fenos produzidos cá, também em Produção de Modo Biológico. A tranquilidade dos nossos pastos e a alimentação completamente natural faz com que os nossos animais produzem carne da mais alta qualidade”. referiu Rodrigo Pereira, engenheiro, responsável pela produção de bovinos da Companhia das Lezírias. As pastagens e forragens têm uma
composição florística característica dos ecossistemas ( lezíria e charneca) em que as vacadas pastoreiam ao longo de todo o ano. As pastagens naturais e melhoradas, a bolota do montado, os restolhos das culturas cerealíferas, os pousios e os fenos e palhas produzidos na própria exploração, constituem a alimentação das vacadas da Companhia das Lezírias, ao longo de todo o ano. “A pastagem da lezíria é superior à da charneca, é uma pastagem com uma riqueza forrageira muito superior. Só que no inverno os animais ficam mais abrigados na charneca. Na lezíria os terrenos são aluvião, argilosos e com muita humidade. Ficam muito pesados para os animais e a pastagem também se estraga com o pisoteio. Durante as estações de outono e inverno tiramos os animais da lezíria para que na primavera e no verão tenham uma pastagem de qualidade”, explica Rodrigo Pereira. Para a eventualidade de ocorrência de carência forrageira decorrente de condições climatéricas adversas e para garantir forragem da melhor qualidade aos animais em cria, recria e engorda,
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COMPANHIA DAS LEZÍRIAS
a companhia das Lezírias produz, todos os anos, fenos (luzerna e consociações de gramíneas mais leguminosas), palhas (trigo, cevada e aveia) e eventualmente silagem de milho, em quantidades suficientes para todo o efetivo. Além das pastagens para pastoreio, a Companhia das Lezírias produz cerca de 3000 toneladas/ano de palhas e fenos, incluindo 1500-2000 toneladas de feno de luzerna para a alimentação na cria, recria e confinamento dos animais destinados à produção de carne. O ciclo natural é o seguinte: os animais nascem, fazem o primeiro terço de vida, até ao desmame; as crias acompanham sempre as suas mães na pastagem. Após o desmame são separados e agrupados por grupo homogéneos, de forma a melhorar e a potenciar as fases da recria e acabamento consoante o objetivo a que se destina cada grupo (reposição do efetivo reprodutor ou produção de carne). Os animais escolhidos para a produção de carne entram no processo de confinamento, durante os últimos três meses de vida, de modo convencional, alimentados com rações de alta qualidade, produzidas garantidamente sem OGM (Organismo Geneticamente Modificado).
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Além disso, a alimentação dos animais é enriquecida com óleo de linho extrudido (como fonte de ácido linolénico), ou seja, com a riqueza que só o Omega 3 pode dar. Os animais são abatidos, entre os 15 e 18 meses e com um peso que varia entre os 550 e 600 kg. Na simpática conversa que mantivemos com o nosso interlocutor era inevitável não deixar de tocar no assunto dos custos de produção e da rentabilidade dos produtores. Um assunto que já tem “barbas” em Portugal mas, infelizmente, nunca deixa de ser atual. “ Como sabe a nossa produção vai praticamente toda para o Grupo Sonae. Nós temos algum valor acrescentado porque a nossa carne é considerada “Premium” e por isso temos alguma valorização. No entanto, os valores são valores perfeitamente aceitáveis” justificou Rodrigo Pereira. Perante a resposta politicamente correta, insistimos: “ mas ganham dinheiro com esta carne? Rodrigo Pereira deu uma gargalhada e respondeu: “O negocio da carne, como sabe, é um negocio muito fino. Muito no limite. Anda-se sempre a contar tostões. O gado é bem conformado mas o negocio é magro, muito magro”.
A Companhia das Lezírias conta com 80 trabalhadores, dos quais 10 estão ligados diretamente à produção agropecuária e embora seja uma S.A. com capitais exclusivamente públicos, não é subsidiada, é financeiramente autónoma e tem apresentado resultados positivos nos últimos anos. Além das atividades agrícolas, desenvolve um papel muito importante no turismo de campo e proporciona um conjunto alargado de atividades em plena harmonia com a natureza, como visitas guiadas, passeios pedestres, provas de vinho, BTT, jogos tradicionais, orientação, acampamentos, observação de aves, aulas de equitação, passeios a cavalo e em carros com cavalo. Por sua vez, o restaurante “A Coudelaria” é um argumento de peso para um passeio até à lezíria. Situado junto ao hipódromo, dispõe de uma sala ampla, onde a vista e a luz entram pelas vidraças e convidam a uma refeição tranquila em pleno ambiente campestre. Os pratos são muito bem confecionados e bastante apetitosos. Recomenda-se marcação prévia (t. 263 654 985). Encerra à segunda-feira. www.cl.pt
CARMONTI
”Ampliar a fábrica, aumentar postos de trabalho e a capacidade de produção”
062]carne
O
incêndio que ocorreu a 24 de agosto de 2013 consumiu cerca de 6000 m2 das instalações da Carmonti, incluindo toda a unidade de transformação de carnes. No rescaldo, temeu-se o pior. Num momento, em que tinham sido feitos grandes investimentos para renovar esta unidade de transformação de carnes, com cerca de três décadas de existência, situada no Montijo, um golpe destes deixou muita gente apreensiva, inclusive, os 200 trabalhadores.
CARMONTI
Mas quem conhece a família Ferreira, sabe que não é gente para ficar de braços cruzados. O processo de recuperação teve inicio imediatamente e durante o tempo em que decorreram os trabalhos, alguns funcionários contribuíram para a reconstrução das instalações da fábrica, enquanto outros estiveram em formação profissional para manusear os novos equipamentos. Na Carmonti, o incêndio pertence ao passado porque é o futuro que move as pessoas. Passados 6 meses e cerca de vinte milhões de euros de investimento, a família Ferreira não só reergueu a Carmonti como manteve todos os postos de trabalho. Passado quase um ano, a empresa está a laborar a 100%, as instalações foram ampliadas, sobretudo, na capacidade de frio, e a cumprir todos os objetivos a que se propôs. Um dos mais ambiciosos é atingir anualmente um faturação perto dos 100 milhões de euros (até agosto de 2013, a faturação cifrava-se em 52 milhões de euros). Se, o casal Palmira e Amândio Ferreira tiveram um percurso louvável e crucial, o futuro da Carmonti passa inevitavelmente pelos continuadores, os filhos, Sónia e José Ferreira. O futuro da Carmonti está a ser projetado de forma sustentável numa estratégia de gestão familiar, a longo prazo. O futuro passa pela construção de uma nova nave industrial “Estamos a ampliar a fábrica, vamos aumentar os postos de trabalho e a capacidade de produção. Com este crescimento, pretendemos alcançar novos mercados e consolidar os mercados internacionais onde já estamos presentes” afirmou Sónia Ferreira.
Família Ferreira. Esq/Dir: José, Palmira, Amândio e Sónia Ferreira.
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CARMONTI
A Carmonti processa diariamente mais de 3.000 lombadas de porco.
A Carmonti quer aumentara produção de produtos transformados.
A empresa do Montijo exporta atualmente carne de porco congelada para vários países da Europa e também para a China. Em relação aos produtos transformados, Angola representa a maior fatia do mercado externo. O Brasil e outros países do continente sul americano também estão na mira da empresa do Montijo. “ Candidatámo-nos a uma auditoria para começar a exportar para o Brasil e para o Chile”, referiu Sónia Ferreira. “ Em Angola, temos um parceiro sólido, de longa data, e já começamos a exportar os novos produtos enlatados para aquele país africano. O mesmo acontecendo para os EUA onde existe uma grande comunidade portuguesa” referiu José Ferreira.
brica, vamos avançar com a construção de uma nova nave industrial de cerca de 8000 m2 onde vamos produzir fatiados transformados, fatiados frescos e fazer produtos à base de carne de bovino. Além disso, vamos aumentar o número de túneis de frio e fazer uma nova sala de desmancha para que a atual fique só para desossa.” A Carmonti tem capacidade para abater até 2500 suínos por dia e acondicioná-los nas câmara frigorificas sem qualquer problema logístico. A capacidade de abate é a mesma, mas a reconstrução das instalações proporcionou o alargamento da capacidade de frio. Um dos objetivos é equilibrar a per-
Há males que vem por bem, diz o povo, nem sempre com razão mas José Ferreira é perentório: “ o que aconteceu aqui foi muito triste, foi muito duro para a nossa família, mas por outro lado, obrigou-nos acelerar alguns projetos que tínhamos na “gaveta”. Não queremos ser os primeiros, nem os segundos, nem os terceiros...nem é isso que nos preocupa. Queremos criar condições para fazer mais: ampliar a nossa gama de produtos, sobretudo na área dos enlatados, criar mais postos de trabalho, no fundo, cumprir os desígnios da nossa família. E, como achamos que temos capacidade para fazer tudo isso, estamos a trabalhar nesse sentido: vamos ampliar a fá-
A Carmonti tem capacidade para abater até 2500 suínos por dia e acondicioná-los nas câmara frigorificas sem qualquer problema logístico.
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CARMONTI
om este crescimento, pretendemos alcançar novos mercados e consolidar os mercados internacionais onde já estamos presentes” - Sónia Ferreira.
centagem estre produtos transformados (20%) e venda de carne fresca (80%). Outro, é fomentar a marca “Carmonti” ou outra que venha ser criada pela empresa. Neste sentido, a marca está mais vocacionada para a exportação, conforme explica José Ferreira: “em Portugal, o que faz girar os produtos transformados são as grandes superfícies. Neste momento, preferem incrementar as sua próprias marcas. Nós trabalhamos para todas as cadeias de distribuição mas não podemos mandar na casa dos outros. Em relação à marca Carmonti vamos apostar na exportação, sobretudo, nos enlatados. Vamos começar pelos mercados internacionais, avaliar a aceitação, e, de-
pois, abordar naturalmente no mercado nacional”. No caso dos fatiados, a Carmonti assume uma estratégia diferente. A aposta no trade marketing, com a intenção de maximizar as vendas e a diferenciação do seu produto e serviços nos pontos de venda, é uma aposta natural, nomeadamente, junto do canal tradicional e talhos. A família Ferreira tem pergaminhos no setor das carnes. Oriundos da zona oeste, atravessaram o Tejo para adquirir a Carmonti. “A nossa família já opera no negocio da carne desde os tempo do meu bisavô, quando adquirimos a Carmonti nada disto era novo para nós. Foi uma questão de adaptação”, refere José Ferreira.
Este legado familiar vem contradizer a filosofia que se tornou quase um lugar comum na área empresarial, em Portugal, quando se diz que a primeira geração constrói, a segunda mantém e a terceira destrói. No caso da família ferreira a 4ª geração empresarial continua a construir futuro, consolidando o presente. Como nota de rodapé deixamos aqui a sugestão ao Senhor Ministro da Economia, António Pires de Lima: visite a Carmonti. Visite uma empresa 100% portuguesa, dinâmica, empreendedora e com uma gestão familiar, ao abrigo da sua própria frase: “Portugal está a transformar-se numa economia mais empreendedora”.
“Queremos criar condições para fazer mais: ampliar a nossa gama de produtos, sobretudo na área dos enlatados, criar mais postos de trabalho, no fundo, cumprir os desígnios da nossa família” - José Ferreira.
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ENTREVISTA
Délio Coutinho em Discurso Direto
“Queremos colocar os nossos serviços de assistência e de manutenção ao nível de topo” DÉLIO COUTINHO É DIRETOR-GERAL DA SIMIA, EMPRESA ESPECIALIZADA EM PROCESSOS TÉRMICOS, ESTUFAS, UNIDADES TÉRMICAS, SECADORES, SALAS DE CLIMA E FRIO INDUSTRIAL, HÁ MAIS DE 35 ANOS. EM “DISCURSO DIRETO” REVELA-NOS A ESTRATÉGIA DA SIMIA EM RELAÇÃO ÀS 3 PRINCIPAIS CORRENTES DA EMPRESA: O FABRICO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, VENDA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE RENOME INTERNACIONAL E A ASSISTÊNCIA E MANUTENÇÃO. COM OS DOIS PRIMEIROS, JÁ CONSOLIDADOS, O LIDER DA EMPRESA DO MONTIJO ABORDOU A TEMÁTICA DA MANUTENÇÃO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA. Qual é a estratégia da Simia em relação à assistência técnica e manutenção? A nossa estratégia passa por melhorar o nosso departamento técnico. Neste momento, aumentámos a nossa equipa técnica, com técnicos formados e especializados ao nível de frio, eletricidade e mecânica, entre os quais, contamos com um técnico com muita experiência na área, que foi até há muito pouco tempo, responsável da manutenção de uma empresa lider no setor das carnes, em Portugal. Conhece praticamente todos os equipamentos de área e além disso em termos organizacionais, em termos de projeto, da organização da assistência técnica e atendimento de pedidos é uma mais valia para a nossa empresa. Estamos apostar forte e os técnicos que agora fazem parte da nos-
sa equipa vieram dar uma nova amplitude aos nossos serviços de assistência e manutenção. A vossa assistência técnica é permanente? Em termos de contactos está disponível a qualquer hora. Em termos de intervenção, depende da necessidade do cliente, do grau de urgência. Por exemplo, pode haver equipamentos que avariam mas o cliente pode esperar 2 ou 3 dias e há aquela máquina que avaria e que exige uma intervenção rápida porque é essencial para a produção. E, nem sequer tem a ver com a complexidade da máquina. Tanto pode acontecer com uma máquina de clipsar, que temos de lá estar duas horas depois, como um secador ou uma câmara
de frio, que são equipamentos que não podem esperar. O conceito de avença de manutenção, preconizado pela Simia, há algum tempo, não funcionou? Já abordamos os clientes nesse sentido, mas até agora não obtivemos êxito. O cliente prefere pagar, isoladamente, quando tem uma avaria, ou pelo seu planeamento interno programar essas intervenções e, adjudica-nos essas intervenções, nomeadamente em equipamentos de frio e secadores, do que optar por uma avença que, no fundo, é prática corrente em toda a Europa. A instalação de um equipamento ou a venda de uma máquina pela Símia tem a carne [067
garantia de uma assistência técnica inerente? Nem faz parte da política da Símia outra coisa. Não vamos vender equipamentos que à posteriori sabemos que não temos capacidade para fazer uma serviço de manutenção ou assistência técnica adequados. Depois depende do tipo de equipamentos. Por exemplo, no caso da enchedoras elas têm programado um alerta de manutenção, no caso dos secadores exige-se uma intervenção anual. As maioria das avarias resulta por desgaste ou por mau manuseamento? São máquinas. Todas as máquinas avariam. Os clientes quando adquirem um equipamento ficam bem informados sobre os tramites de manuseamento e até de manutenção que o equipamento exige. Por vezes acontece que a disponibilidade dada, por um ou outro cliente não é suficiente para a formação ser a ideal, mas na maioria dos casos funciona bem. Aliás quando vendemos qualquer equipamento a formação está implícita. O que acontece por vezes é que a azáfama do cliente é tão grande que desperdiça essa informação. Não lhe chamaria avaria, mas pode desperdiçar o alto rendimento da máquina por falta de conhecimento. O que eu gostava que ficasse claro é que só vendemos equipamentos que consequentemente podemos dar garantias que estamos aptos para um eficaz serviço pós-venda. Daí a nossa aposta em marcas que nos garantam o serviço pós-venda. E ao nível dos custos de manutenção? Ao nível dos custos da estrutura da empresa e funcionamento temos feito uma adaptação e uma análise de forma que, aquilo que seja debitado ao cliente, seja na assistência técnica quer na venda de equipamentos seja o preço justo, de forma que sejamos competitivos e que consigamos cumprir as nossas obrigações e os nosso objetivos. Qual é a estratégia da empresa em relação aos anos mais próximos? É ter uma equipa jovem, com uma atitude diferente perante o cliente, e conseguirmos passar a imagem do que realmente está acontecer na Símia. A inovação, organização, consolidação... É uma empresa de futuro? Sim. Tendo em conta as dificuldades que experimentamos nos últimos anos cinco, seis anos, nomeadamente, com a saída da Handtmann para Espanha e com algumas reestruturações internas que a crise assim nos obrigou, temos confiança no futuro.
LEGISLAÇÃO
NOVAS REGRAS PARA A CARNE DE PORCO PRETO
Nos últimos anos, tem vindo a registar -se uma procura crescente, por parte dos consumidores, de produtos de «porco preto». A referida procura deve -se essencialmente às características específicas da raça dos animais em causa e do seu maneio. Verifica -se, contudo, que a referência a «porco preto» é utilizada no mercado nacional de forma indiscriminada na carne fresca, nos preparados de carne e nos produtos à base de carne, não correspondendo, na maior parte dos casos, às características subjacentes àquela expressão. Do mesmo modo, no sector da restauração, constata-se igualmente a utilização, por vezes abusiva, da referência «porco preto». Importa, por isso, fixar as regras subjacentes ao uso facultativo da referência «porco preto» na rotulagem dos géneros alimentícios, evitando, deste modo, por um lado, que os consumidores sejam induzidos em erro e, por outro lado, situações de concorrência desleal entre os operadores económicos. Tendo em conta a aplicação do princípio do reconhecimento mútuo, admite-se a utilização da referência «porco preto» em produtos produzidos em Espanha, atentas as semelhanças a nível genético e de maneio, nos termos dos acordos celebrados entre as autoridades de Portugal e de Espanha sobre a produção, a preparação, a comercialização e o controlo dos produtos ibéricos. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas. Foi promovida a audição do Conselho Nacional do Consumo. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objeto 1 — O presente decreto -lei estabelece as regras a que deve obedecer a denominação de venda dos géneros alimentícios provenientes de «porco preto», em estado fresco ou transformado. 2 — O disposto no presente
decreto -lei não afasta o cumprimento da legislação geral e específica aplicável. Artigo 2.º Âmbito de aplicação 1 — O presente decreto -lei abrange todos os produtos frescos e transformados, cuja rotulagem inclua a referência «porco preto» ou lhe faça qualquer tipo de alusão. 2 — O presente decreto -lei é aplicável aos operadores das empresas do setor alimentar em todas as fases da cadeia alimentar, incluindo a restauração, sempre que as suas atividades impliquem a prestação de informações ao consumidor final sobre os géneros alimentícios. 3 — À utilização da referência «porco preto» na denominação de venda dos produtos a que se refere o presente decreto -lei não se aplica o disposto no Decreto -Lei n.º 71/98, de 26 de março, que cria um sistema voluntário de rotulagem da carne de suíno destinada ao consumidor final e estabelece os princípios e regras gerais a que o mesmo deve obedecer. Artigo 3.º Definições Para efeito do disposto no presente decreto-lei, entende-se por: a) «Lote de abate», o conjunto de animais provenientes da mesma exploração suinícola, homogéneos quanto ao fator racial, regime alimentar e peso, abatidos no mesmo dia e no mesmo estabelecimento, mensurável pelo número e peso de carcaças; b) «Lote de desmancha», o conjunto de peças resultante da desmancha de carcaças de porcos pretos provenientes de um ou mais lotes de abate, mensurável por tipo e peso por tipo; c) «Lote de produção», o conjunto de ingredientes específicos para transformação, também constituído por matéria- -prima cárnea pertencente a um ou vários lotes de abate ou de desmancha, mensurável por tipo e peso por tipo;
d) «Marca», o código que permite individualizar, no território nacional, a exploração ou o centro de agrupamento autorizado, cuja atribuição é feita pela autoridade competente; e) «Operador do setor alimentar», a pessoa singular ou coletiva responsável pelo cumprimento da legislação em matéria alimentar na empresa do setor alimentar sob o seu controlo. Artigo 4.º Competências e atribuições 1 — Sem prejuízo das competências legalmente atribuídas às entidades intervenientes, cabe: a) À Direção -Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), definir as medidas de política relativas à qualidade e segurança dos produtos abrangidos pelo presente decreto -lei; b) Ao Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do Ministério da Agricultura e do Mar (GPP), no âmbito das suas atribuições em matéria de acompanhamento das medidas nacionais da regulação económica no setor agroalimentar, avaliar os resultados da aplicação do presente decreto -lei 2 — Para efeito do disposto na alínea b) do número anterior, o GPP apresenta, ouvidas as entidades mais representativas da fileira, um relatório de impacto quando se completarem três anos de vigência do presente decreto -lei. Artigo 5.º Denominação de venda 1 — Os produtos resultantes da desmancha e transformação da carne dos animais a que se referem os artigos 6.º e 7.º podem utilizar na sua denominação de venda a referência «porco preto». 2 — Os produtos resultantes da desmancha e transformação da carne de animais a que se refere o artigo 8.º, que devem necessariamente respeitar o artigo seguinte, apenas podem ostentar a referência «porco preto de produção intensiva».
3 — É proibida a utilização de designações «tipo preto», «pata negra» ou outras similares que, através de imagens ou menções, possam induzir em erro o consumidor. 4 — Para efeitos de registo, as designações «porco preto» e «porco preto de produção intensiva» só podem integrar uma marca, um logótipo ou qualquer outra figura que confira direitos de propriedade industrial se forem cumpridos os requisitos previstos no presente decreto-lei. Artigo 6.º Condições genéticas dos animais 1 — A denominação de venda associada à referência «porco preto» só pode ser utilizada nos animais ou nos produtos deles derivados que cumpram um dos seguintes requisitos: a) «Animais de raça pura», porcos de raça alentejana, registados no Livro Genealógico Português de Suínos (LGPS) — secção raça alentejana, conforme o anexo II do Decreto -Lei n.º 79/2011, de 20 de junho, alterado pelo Decreto -Lei n.º 260/2012, de 12 de dezembro, inscritos no livro de nascimentos e filhos de progenitores inscritos no livro de adultos; b) «Animais resultantes de cruzamento de raças», suínos inscritos ou registados no livro de nascimentos de cruzados de alentejano, obtidos a partir do cruzamento de porcas puras e registadas no livro genealógico da raça «alentejana» com varrascos da raça «Duroc» em linha pura (100 %), ou cruzados de alentejano (50 % ou 75 %), inscritos no livro de cruzados, certificados como válidos pelas entidades gestoras do LGPS. 2 — A denominação de venda associada à referência «porco preto» pode ser utilizada ainda em animais, ou nos produtos deles derivados, que sejam provenientes de «Cerdo Ibérico», desde que seja cumprido, com as necessárias adaptações, o disposto no número anterior.
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Artigo 7.º Condições de maneio 1 — A denominação de venda de produtos associada à referência «porco preto» deve ser proveniente de animais, que: a) Tenham permanecido pelo menos 60 dias consecutivos antes do abate em explorações registadas na classe
o natural nas suas mãos • Distribuidor de todo o tipo de carnes • Cortes especiais • Entreposto Frigorifico • Distribuição • Restauração e hotelaria • Distribuição moderna • Canal Horeca A nossa carne de porco preto é produzida como dantes, naturalmente! A nossa experiência, e a nossa capacidade de manter a tradição com procedimentos modernos sob rigorosas normas de qualidade e segurança alimentar, posiciona-nos COMO O FORNECEDOR QUE LHE CONVÉM Monte Vinha Sampaio 7800-650 Neves Beja-Portugal
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2 — extensivo ou intensivo ao ar livre, ou na classe 3 — extensivo, em conformidade com o Decreto -Lei n.º 81/2013, de 14 de junho, e com a Portaria n.º 636/2009, de 9 de junho; e b) Cumpram os requisitos estabelecidos nos artigos 14.º a 18.º da Portaria n.º 636/2009, de 9 de junho, que estabelece as normas regulamentares aplicáveis à atividade de detenção e produção pecuária nas explorações e nos núcleos de produção de suínos (NPS). 2 — Para efeito do disposto na alínea a) do número anterior, o período de permanência mínima dos leitões para abate pode ser inferior a 60 dias. Artigo 8.º Porco preto de produção intensiva Para a utilização da denominação de venda de produtos associada à referência «porco preto de produção intensiva», os animais devem ter um peso vivo superior a 110 kg, ser provenientes de explorações registadas na classe 1 ou numa categoria da classe 2 não prevista no n.º 1 do artigo anterior com uma superfície mínima de 2 m2 por animal na fase de engorda, em conformidade com o disposto no artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 81/2013, de 14 de junho. Artigo 9.º Rastreabilidade 1 — Sem prejuízo do disposto nos Regulamentos (CE) n.os 178/2002, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 28 de janeiro de 2002, 852/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, e 853/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de abril de 2004, em matéria de rastreabilidade, os operadores do setor alimentar que produzam, abatam, transformem, armazenem, distribuam ou vendam animais ou produtos, frescos ou transformados, deles derivados cuja rotulagem inclua a referência «porco preto» ou «porco preto de
produção intensiva» ou de qualquer forma façam alusão àquelas referências, devem possuir um sistema de rastreabilidade que permita comprovar que os mesmos respeitam o disposto no presente decreto -lei. 2 — Para dar cumprimento ao disposto no número anterior, os operadores do setor alimentar devem evidenciar documentalmente, em termos de rastreabilidade, o lote de abate, o lote de desmancha e, quando aplicável, o lote de produção. Artigo 10.º Condições de utilização da referência «porco preto» na denominação de venda, na rotulagem e na publicidade 1 — Os produtos resultantes de misturas cárneas provenientes de «porco preto» e de «porco preto de produção intensiva» só podem conter a referência «porco preto de produção intensiva». 2 — É proibido o uso da referência «porco preto» ou «porco preto de produção intensiva» nos produtos resultantes de misturas cárneas, sempre que aquelas incluam carne que não cumpra os requisitos fixados no presente decreto-lei. Artigo 11.º Produtos provenientes de Espanha É permitida a utilização de uma denominação de venda que inclua a referência «porco preto» ou «porco preto de produção intensiva» nos produtos legalmente produzidos em Espanha, desde que cumpram os requisitos previstos no presente decreto -lei, com as necessárias adaptações. Artigo 12.º Contraordenações 1 — Constituem contraordenações, punidas com coima de € 500 a € 2 500, no caso de pessoa singular, e de € 2 000 a € 25 000, no caso de pessoa coletiva: a) A utilização da referência «porco preto», ou equivalente, ou «porco preto de produção intensiva» nos produtos que não cumpram as condições exigidas no presente decreto -lei, em violação do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 5.º; b) A utilização de qualquer designação, imagem ou menção que possa induzir em erro o consumidor, em violação do disposto no n.º 3 do artigo 5.º;
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LEGISLAÇÃO c) A falta de instalação de um sistema que permita comprovar o respeito pelo disposto no presente decreto -lei, em violação do disposto no artigo 9.º; d) A utilização da referência «porco preto», ou equivalente, ou «porco preto de produção intensiva» nos produtos resultantes de misturas cárneas, sempre que aquelas incluam carne que não cumpra os requisitos fixados no presente decreto -lei, em violação do disposto no n.º 2 do artigo 10.º 2 — A negligência é punível, sendo os limites mínimos e máximos das coimas reduzidos para metade. 3 — A tentativa é punível com a coima aplicável à contraordenação consumada, especialmente atenuada. Artigo 13.º Sanções acessórias 1 — Consoante a gravidade da contraordenação e a culpa do agente, podem ser aplicadas, simultaneamente com a coima, as seguintes sanções acessórias: a) Perda de objetos pertencentes ao agente, incluindo animais; b) Interdição do exercício de profissões ou atividades cujo exercício dependa de título público ou de autorização ou homologação de autoridade pública; c) Encerramento de estabelecimento cujo funcionamento esteja sujeito a autorização ou licença de autoridade administrativa;
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d) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás. 2 — Sem prejuízo do prazo máximo previsto no número seguinte, quando seja aplicada a sanção acessória de encerramento de estabelecimento ou de suspensão de autorizações, a reabertura do estabelecimento e a emissão da referida autorização apenas devem ocorrer quando estiverem reunidas as condições legais e regulamentares para o seu normal funcionamento. 3 — As sanções referidas nas alíneas b) a d) do n.º 1 têm a duração máxima de dois anos, contados a partir da decisão condenatória definitiva. Artigo 14.º Fiscalização, instrução e decisão 1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras autoridades policiais e fiscalizadoras, a fiscalização do cumprimento do disposto no presente decreto -lei compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). 2 — Quando qualquer autoridade ou agente de autoridade, no exercício das suas funções de fiscalização, presenciar contraordenação por violação ao disposto no presente decreto -lei, levanta ou manda levantar o correspondente auto de notícia. 3 — Quando o auto de notícia for levantado por entidade diversa da ASAE, o mesmo é -lhe remetido no prazo de 10 dias. 4 — A instrução dos processos
de contraordenação compete à ASAE, cabendo ao inspetor-geral da ASAE a aplicação das coimas e das sanções acessórias. Artigo 15.º Distribuição do produto das coimas O produto da aplicação das coimas é distribuído da seguinte forma: a) 60 % para o Estado; b) 30 % para a ASAE; c) 10 % para a autoridade que levantar o auto de notícia. Artigo 16.º Direito subsidiário Às contraordenações previstas no presente decreto -lei é subsidiariamente aplicável o regime geral do ilícito de mera ordenação social, constante do Decreto -Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado pelos Decretos -Leis n.os 356/89, de 17 de outubro, 244/95, de 14 de setembro, e 323/2001, de 17 de dezembro, e pela Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro. Artigo 17.º Regiões autónomas 1 — Nas regiões autónomas, a execução administrativa do presente decreto -lei, incluindo a fiscalização do seu cumprimento e a instrução e a decisão dos processos de contraordenação, cabe às entidades das respetivas administrações regionais autónomas com
atribuições e competências em razão das matérias. 2 — O produto das coimas, quando aplicadas nas regiões autónomas, constitui receita própria destas. Artigo 18.º Disposição transitória 1 — Os produtos resultantes dos abates realizados em data anterior à da entrada em vigor do presente decreto- -lei podem ser comercializados até ao esgotamento das existências. 2 — Os produtos associados a marca, a logótipo ou a qualquer outra figura que confira direitos de propriedade industrial que se encontrem registados na data da entrada em vigor do presente decreto -lei podem ser comercializados durante o prazo de um ano a contar dessa data. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 de maio de 2014. — Pedro Passos Coelho — Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete — António de Magalhães Pires de Lima — Manuel Pinto de Abreu. Promulgado em 17 de junho de 2014. Publique-se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 19 de junho de 2014. O Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho.
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