Revista inurban, edição de abril, nº 27

Page 1

Abril 2017 | Nยบ 27

O PODER DAS PALAVRAS ENTREVISTA COM YAN & YURI LIMA

AS PALAVRAS EM TERAPIA

ENTREVISTA COM

LUIS SANTIAGO


2


ÍNDICE 5 - Armário sem chave 6 - ENTREVISTA Yan & Yuri Lima 12 - CRÓNICA Ana Sofia Bexiga 14- As Palavras em Terapia 20 - Comunicação... como e desde quando 30 - Ser Psicólogo... da taoria à prática 36 - CRÓNICA Sónia Machado Araújo 38 - Por detrás do Pano by Eduarda Andrino 44 - Coluna Social by Eduarda Andrino 56 - Institucional 58 - Treino em dupla by Fitness Hut 64 - Cinema por Tiago Vaz Osório

FICHA TÉCNICA Coordenação Editorial Manuela Pereira Tiago Barreiro

Grafismo e Paginação Mónica Oliveira

Colaboração Editorial Ana Sofia Bexiga, António Oliveira, Áurea Venceslau, Diana Oliveira, Eduarda Andrino, Fitness Hut, Leonor Noronha, Lídia Santos, Manuela Pereira, Marisa Melo, Miguel Ferri, Nuno Campilho, Porto Editora, Sandra Cunha, Spazzio Vitta- Maria Leitão, Sónia Machado, Telmo Firmino, Tiago Vaz Osório, Vera Soares 3


ARMÁRIO SEM CHAVE

4


A COR BRANCA Cor branca é a cor de ordem desta primavera verão.

O

frio ainda não nos deixou mas não é por isso que devemos deixar de lado a nossa preocupação com o guarda-roupa para a próxima estação que se aproxima. As tendências vão ser bastantes fáceis de seguir, se alinharmos o branco a uma camisa ou túnica. Combinações perfeitas, fáceis de combinar com outras peças e super confortáveis. Este ano as camisas e as túnicas ganham uma nova vida nos nossos look`s e nos nossos armários, passando de peças básicas, clássicas e utilitários, para camisas e túnicas cheias de estilos, cortes e aplicações e personalizações. Dando a cada look um toque único e personalizado. O Armário sem Chave juntamente com a Marilene Faria autora do blog da Mary realizou um outfit onde uma túnica em seda branca com aplicação de tule e pérolas foi a chave. Uma combinação perfeita com uma túnica da nossa marca, Armário sem Chave, personalizada e exclusiva. Primamos pelo bom gosto, detalhe, exclusividade, peças distintas e personalizadas. Pode nos encontrar na loja online através do facebook ou loja física situada em Chaves. https://www.facebook.com/armariosemchaveforman/?fref=ts http://blogdamaryf.blogspot.pt/

5


ENTREVISTA ENTREVISTA

YAN & YURI L 6

os irmãos gémeos do santos que sonh


Y U R I & Y Y

LIMA

ham conquistar juntos o mundo do futebol

7


D

bol?

e que forma e com que idade surge o vosso percurso no fute-

YAN e YURI - O gosto pelo futebol veio do meio meu pai que é fanático, então desde pequeno ele sempre jogava bola connosco em um corredor do quintal lá de casa e quando fizemos 7 ou 8 anos ele colocou-nos na nossa primeira escolinha. - A Vossa formação base iniciou no Audax , passando em seguida pelo Palmeiras. Contem-nos um pouco desse trajecto. YAN - Para mim essa passagem não foi muito boa e tive uma lesão grave no tornozelo e acabei ficando o ano todo em que estive no palmeiras machucado, então não consegui mostrar o meu futebol na sociedade Desportiva Palmeiras e acabei retornando para o audax. YURI - Eu já tive bastantes oportunidades para jogar no Palmeiras, só que não consegui demonstrar o meu futebol lá. E como fui de empréstimo assim que acabou o contrato retornei para o audax. - Apesar do vosso percurso ter sido sempre juntos , o yuri chegou ao futebol profissional em 2015. No caso do Yan devido a algumas lesões, que te fizeram ficar sem jogar cerca de 1 ano... O que significou para ti , apesar dessa fase díficil, conseguir chegar ao Santos, clube que o Yuri já estava inserido? YAN - Para mim já tinha sido uma 8

alegria imensa de ver o meu irmão em um clube grande como o Santos, e assim que eu recuperei das lesões ter tido esse convite de ir para o Santos, foi uma surpresa muito grande! Fiquei muito feliz , foi uma conquista. É tudo o que sempre sonhámos, jogar juntos e estamos nessa caminhada firmes e fortes. - A que nível gostariam de chegar no futebol? A europa é um sonho? YAN e YURI - O nosso sonho sempre foi jogar no Barcelona. pelo estilo de jogo de toque de bola, esse é o nosso maior


sonho. Temos esse sonho juntos também, parece que somos gémeos. (risos) - Apesar de jogarem na mesma posição. O que vos diferencia enquanto jogadores? YAN - Acho que pouca coisa, eu sou canhoto, ele destro ou seja tenho mais habilidade (risos) , brincadeira. Creio que tenho uma força maior na marcação e ele é mais técnico. YURI - Ele disse acho que bem o que nos

diferencia, ele marca mais que eu, eu sempre fui mais de sair com a bola trabalhada de trás, um pouco mais técnico que ele. - Sendo raro acontecer, vocês gémeos conseguiram chegar juntos a um clube com a grandeza do Santos. O que significaria para vocês serem titulares na defesa da equipa ? YAN - Não tenho palavras para descrever de como seria esse momento, acho que resumindo bem seria o topo da felicidade 9


10


que nós alcançariamos. YURI - Se ser titular já é um passo díficil imagina os dois titulares juntos, acho que se acontecesse isso nós iríamos pirar de felicidade. (risos) - Como pretendem afirmar o vosso lugar na equipa principal? YAN e YURI - Acho que como tem de ser, treinando forte , mostrando serviço para na hora que surgir a oportunidade estar preparado para agarrar com unhas e dentes. - Que impacto vocês acham que causaria dois irmãos gémeos chegarem ao topo de conseguir servir a própria nação? A selecção brasileira. YAN - Acho que é algo díficil de acontecer, e quando acontece, surge muitos comentários, muitas brincadeiras, acho que a maioria das pessoas iria achar bem legal. YURI - E já aconteceu na selecção sub 20 se não me engano, dois irmãos gémeos e foi uma coisa nova na selecção brasileira, Fábio e Rafael. - Quais as vossas referências no futebol? YAN e YURI - Como gémeos nisso também pensamos igual. Somos muito fâs do Busquets do barcelona. É a nossa grande referência.

Melissa Casanova

11


ANA SOFIA BEXIGA

CRÓNICA

P

ara o tema da comunicação escolhi falar sobre o Chacra correspondente.

Na filosofia do Reiki existem 7 Chacras e um deles chama-se Chacra Laríngeo ou Chacra da Garganta, fica situado mesmo no local da garganta. A garganta é o centro da expressão, criatividade e comunicação.

12

Trabalha neutralizando sentimentos

como a raiva, hostilidade, sentimentos de nervosismo e medos do fracasso. Desenvolve a autoestima e a confiança. Desenvolve a calma, relaxamento, diminuição do senso crítico, bem-estar, claridade mental, tranquilidade e prazer de viver. Ajuda manter uma sintonia com a espiritualidade de forma mais criativa e sincera. É através deste Chacra que se exprime a forma única de sermos, a nossa originalidade e verdade, comunicamos o nosso interior, com os outros e


com o Universo. Este Chacra permite alcançar a sabedoria visto que se encontra entre a mente e o coração, ele é a ponte, a ligação entre os dois. Algumas condições emocionais que o Chacra manifesta quando está desequilibrado: -Engolir “sapos”; -Incapacidade de comunicar; -Falta de originalidade; -Mentira;

-Pensamentos negativos; -Incapacidade de lidar com a negatividade exterior. As roupas e alimentos verdes, o campo, a alegria e o estar com outras pessoas em doação, sabendo também receber, permite-nos trabalhar mais o Chacra Laríngeo. Podemos também passar com os dedos toda a área do Chacra, como se o fossemos despertando suavemente.

13


AS PALAVRAS EM TERAPIA

P

ara que nos servem as Palavras? Quando

pensamos em palavras pensamos imediatamente em comunicação, ou seja, o processo pelo qual os indivíduos partilham informação com o intuito de desencadear uma reação, gesto ou ideia por parte de quem a recebe. Sermos capazes de partilhar os nossos pensamentos e compreender e interpretar os sentimentos do outro são habilidades essenciais ao funcionamento de qualquer sociedade.

A comunicação é sem dúvida uma das maiores ferramentas da humanidade, no entanto a maioria de nós não sabe comunicar de forma adequada. Para que a comunicação seja eficaz é preciso medir o peso das palavras: o insulto verbal e o abuso do força das palavras está bem documentado pela ciência e é capaz de afetar as nossas emoções e ações de uma forma aparentemente discreta mas muito poderosa. Mas enquanto os cientistas se preocupam em descobrir os efeitos das palavras no comportamento, ficamos nós com a árdua tarefa de refletir sobre os nossos padrões de comunicação. Qualquer um de nós é capaz de perceber que há certas palavras que nos afetam mais, seja por influência dos nossos valores e preconceitos, seja simplesmente porque a nossa atenção é seletiva e procura ativamente os temas do nosso interesse. Há palavras que nos magoam porque foram ditas com maldade, há palavras que têm o poder de nos acalmar, outras que nos entusiasmam, que nos excitam. Todos conseguimos reconhecer o seu efeito, mas poucos de nós pensam sobre ele, acabando por desenvolver uma comunicação menos produtiva que pode condicionar tanto a qualidade como o resultado das nossas interações. Afinal, como funciona a comunicação?

14

Qualquer modelo de comunica implica elementos básicos: o emissor, o recetor e a mensage

mas o essencial é o processo d

codificação e descodificação d mensagem.

A forma mais simples que temos para codificar o que pretendemos transmitir é colocá-lo sob a forma de linguagem, falada, corporal ou escrita, que seja fácil de ser interpretada e compreendida pelo recetor. Por exemplo: se Pessoa A se sente com fome, pode comunicá-lo colocando a mão sobre o estômago ou simplesmente dizendo “Tenho fome!”, o que fará com que a Pessoa B possa tomar uma atitude em relação a essa informação. Parece simples, certo?


cação

em,

de

dessa

Mas a verdade é que as falhas de comunicação continuam a ser a principal dificuldade sentida nas terapias de casal ou familiares. A maneira como codificamos e descodificamos as mensagens baseia-se na forma como aprendemos a comunicar nas fases iniciais da nossa vida. Sem querer complicar muito: as palavras não são mais do que símbolos que representam imagens ou conceitos, e cada pessoa tem tendência a decifrá-los de maneiras ligeiramente diferentes.

O desenvolvimento da nossa linguagem deve-se a vários fatores: o conteúdo das nossas mensagens é determinado pela nossa cultura, educação, padrões familiares e contexto socioeconómico. Até o número de palavras que conhecemos e a sua complexidade aumenta com a nossa idade e experiência. Assim, os problemas de comunicação podem emergir em qualquer passo do modelo descrito, pois ninguém teve exatamente as mesmas experiências de vida para que consiga interpretar a mensagem exatamente da forma que pretendemos.

15


AS PALAVRAS EM TERAPIA Um dos problema mais comuns enquanto emissores de mensagens é codificar o nosso pensamento, sentimento ou necessidade de uma forma que será difícil de ser adquirida pelo recetor. Como no exemplo dado anteriormente, repare na forma como a sua mensagem de sentir fome teria de ser transmitida de diferentes formas para uma criança de dois anos, para alguém que não fale a sua língua ou ainda para o seu melhor amigo. Assim, escolher a melhor maneira de traduzir a sua mensagem é o primeiro passo para se certificar de que o recetor a compreende plenamente. Outro problema comum do emissor é que, por vezes, os nossos pensamentos, sentimentos ou ideias são de tal forma complexos que nem nós mesmos conseguimos traduzi-los por palavras. É necessário entender primeiro o que se passa dentro de nós, o que realmente queremos transmitir, antes de lançar a mensagem sem pensar. Também os recetores possuem os seus erros de descodificação, sendo o principal o não ouvir atentamente. É necessário ter uma escuta ativa capaz de dar o espaço necessário ao emissor, capaz de ler a sua linguagem corporal e, sobretudo, capaz de lhe prestar o foco necessário sem criar ilações antes do tempo. Nos tempos modernos, os imensos meios de comunicação de que dispomos dificultam este passo em vários pontos.

16

Vivemos

numa sociedade em

que a comunicação é muitas vezes construida detalhadamente para transmitir o oposto do que sentimos ou pensamos, uma sociedade que nos

envia sinais para interpretar a um ritmo que torna impossível a sua completa compreensão.

E se a esta velocidade de comunicação aliarmos os nossos próprios significados, fruto das nossas experiências e padrões de interpretação, então vamos ter o cocktail perfeito para mal entendidos. Vejamos o nosso exemplo: se a Pessoa B ouvisse a Pessoa A a dizer que tinha fome, e se por norma essa pessoa é muito crítica, então a mensagem“Tenho fome” poderia ser interpretada como algo do género “Ainda não foste fazer o jantar?”.


COMO MELHORAR A COMUNICAÇÃO O aconselhamento terapêutico pode ser uma ótima opção para compreender melhor o seu estilo interpessoal de comunicação e melhorar o seu padrão para que ela se torne mais eficaz. Existem dicas simples às quais pode estar atento: Seja consciente: O primeiro passo para que a comunicação se torne mais eficaz é precisamente ter a noção do quão confusas podem ser as nossas mensagens e tentarmos estar atentos às necessidades dos nossos recetores. Todos estamos sujeitos a não conseguir transmitir a nossa ideia de forma clara, e todos estamos sujeitos a descodificar a mensagem que nos é enviada de forma totalmente errada. Se tomarmos consciência da possibilidade desses erros, mais rapidamente ajustamos a forma como enviamos ou recebemos mensagens. Escolha as suas palavras com cuidado: Num mundo ideal as nossas palavras seriam interpretadas com o significado exato do que queremos transmitir. Mas para que isso aconteça, o importante é sermos bons remetentes e estarmos conscientes da pessoa com a qual estamos a comunicar e sobre a forma como ela irá receber a mensagem e adaptando a nossa linguagem e postura àquele momento específico de diálogo. Esteja sempre atento à pessoa com quem fala e às suas caraterísticas individuais e tente adaptar-se a ela!

Obtenha Feedback e seja um bom ouvinte: Tanto enquanto emissor como enquanto recetor temos de ter constante atenção aos sinais que nos são enviados, para nos certificarmos de estar a perceber a mensagem corretamente. Quando tal não acontece, tente esclarecer a mensagem fazendo perguntas ou reforçando a ideia que está a ser apresentada por palavras suas. Não tem necessariamente que concordar com o que é dito, mas para que a comunicação seja eficaz e para evitar ataques e conflitos, é importante não estar na defensiva. E, acima de tudo, nunca interrompa: a escuta ativa é a chave de uma boa comunicação! Mantenha as emoções controladas: Para comunicar eficazmente, precisamos de ter consciência das emoções que podem despertar através das palavras que são ditas. Para isso, o passo mais importante é aprender a gerir o stress, pois quando estamos stressados aumenta a probabilidade de interpretar mal as pessoas e de enviar de volta sinais confusos ou desagradáveis, acabando por cair num padrão de comportamento pouco saudável. 17


AS PALAVRAS EM TERAPIA

Esteja atento à linguagem não-verbal: Quando comunicamos fazemo-lo principalmente através de sinais não-verbais. A comunicação não-verbal, ou linguagem corporal, inclui expressões faciais, movimentos corporais e gestos, contacto visual, postura, o tom da voz e até mesmo tensão muscular e respiração. A maneira como nós olhamos, ouvimos, nos movemos ou reagimos a outra pessoa diz-lhes muito sobre como nos estamos a sentir. Mantenha sempre uma postura descontraída e confiante! 18

Seja assertivo: A assertividade torna a comunicação mais clara e objetiva, podendo ajudar também a aumentar a autoestima e tomada de decisão. Ser assertivo significa expressar os seus pensamentos, sentimentos e necessidades de uma maneira aberta e honesta, sem nunca desrespeitar os outros. A comunicação eficaz é sempre sobre a compreensão do outro e não sobre ganhar uma discussão ou impingir as nossas opiniões aos outros. Não seja hostil, agressivo ou exigente, acredite na validade das suas opiniões com tranquilidade!


AS PALAVRAS EM CONTEXTO TERAPÊUTICO

No que diz respeito à Hipnose, a linguagem é sem dúvida a sua principal ferramenta de trabalho: não existe transe sem palavras. Mas não se recorre a uma palavra qualquer: são as palavras certas ditas no momento certo que podem fazer toda a diferença na nossa forma de interpretar sinais. Infelizmente, as palavras ainda não são capazes de mudar a realidade, mas podem mudar a forma como percebemos ou absorvemos essa realidade. As palavras criam filtros através dos quais as pessoas vêem o mundo à sua volta: uma única palavra pode ajudar a construir ou destruir um conceito, como seja por exemplo a autoestima.

Na

avisar que essa pessoa é um pouco antipática. Como já mencionado, as palavras têm um certo peso que é necessário ter em conta quando se está a trabalhar com a mente inconsciente. Se tivermos a trabalhar um caso de obesidade, usar a palavra “Pesado”, mesmo que sendo com o intuito de relaxar, terá sempre uma conotação negativa que irá logo criar um entrave ao avanço tranquilo da terapia. Existem muitas palavras com alto impacto ao nível inconsciente e que, se usadas apropriadamente, nos podem trabalhar a mente e fazer-nos alcançar rapidamente os nossos objetivos!

verdade, todas as palavras

têm em si uma espécie de poder mágico, capaz de ativar

Não se esqueça: as palavras têm poder, aprenda a escolhê-las com sabedoria!

memórias, conceitos, valores e emoções que lhes estão associadas.

As palavras são capazes de estimular a nossa criatividade, de criar associações, são capazes de nos distrair, de nos fazer companhia, de ativar os nossos sentidos, de criar imagens na nossa mente. Se eu lhe pedir para fechar os olhos por um momento e se se imaginar a trincar um limão, facilmente consegue visualizar o fruto, as suas cores e texturas, sentir o seu sabor amargo, o seu cheiro. Se lhe for apresentar uma pessoa nova e lhe disser que é muito simpática, a sua atitude será bem diferente do que se o

Maria Inês Matos

19


COMUNICAÇÃO... COMO E DESDE QUANDO

E

20

timologicamente a palavra “Comunicação” deriva do termo latino “communicare” e significa partilhar, participar algo, tornar comum. O conceito de comunicação pode definir-se como um processo pelo qual ideias, informações e sentimentos se transmitem de pessoa para pessoa, levando à interação social entre os seres humanos. Comunicar é uma forma de exprimir afetos, é uma fonte de prazer, é interagir e trocar emoções, fantasias e pensamentos; é expressar necessidades e desejos, é partilhar e receber ideias. É um processo tão natural como essencial na nossa existência, que nos permite aprender e evoluir. Desde o princípio dos tempos que a comunicação detém uma importância vital para todos os seres humanos, representando uma ferramenta de integração, instrução, de troca mútua e de desenvolvimento. Através da comunicação, os seres humanos partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade imprescindível

para a vida em sociedade. Assim, o ser humano desde que nasce já está programado para falar e está inatamente propenso para a aquisição da linguagem. Segundo Inês Sim-sim (1998) “O ser humano é, por natureza, um comunicador”. Existem diferentes formas de comunicação, no entanto, todas elas são fundamentais para a transmissão de conhecimentos e experiências no seio da nossa comunidade, incutindo-nos regras, valores e tradições pelas quais nos regemos. “É impossível não comunicar (…) tudo é comunicação e todo o comportamento humano nos transmite uma mensagem”. (Paul Watzlewick) A comunicação pode ser classificada em Comunicação Verbal e Comunicação Não-verbal. A Comunicação Verbal (oral e escrita) é transmitida através de palavras faladas (oral) e através de cartas, cartazes, bilhetes… (escrita). É uma forma de comunicação exclusiva dos seres humanos e a mais importante nas sociedades


humanas. Na Comunicação Não-verbal encontramos formas físicas de comunicação, tais como o tom de voz, o toque, o contacto visual, as imagens e a linguagem corporal através de gestos e expressões. Como já sabemos, a comunicação é imprescindível para o ser humano e desde a sua nascença que este começa a comunicar e a interagir com o mundo exterior que o envolve. Após o seu nascimento, todos os bebés comunicam espontânea e naturalmente. Todos possuem um dispositivo de aquisição da linguagem, estando desta forma predispostos para comunicar, falar e compreender qualquer língua do mundo. Tal como Brazelton (2011) nos diz, “cada bebé vem equipado para se relacionar e comunicar com o mundo”. Tendo noção de como a comunicação se processa e de que assim que nascemos vamos adquirindo as ferramentas necessárias para estabelecer uma comunicação com o nosso mundo exterior, uma dúvida se coloca:

Será

que só após o nosso nas-

cimento estabelecemos comunicação com o exterior?

Será possível estabelecer algum

tipo de comunicação antes da nossa nascença?

Sim, é possível; durante a gravidez já se consegue estabelecer uma comunicação com a mãe e com o pai. O meio intrauterino é o primeiro universo que o ser humano conhece e é nele que surgem as primeiras perceções, reações e interações que irão determinar o modo como o recém-nascido se vai relacionar com o mundo. Longe vão os tempos em que se acreditava que o útero era uma espécie de cápsula isolada do mundo, que protegia o feto de qualquer estimulação e interferência exterior. Nesta altura considerava-se que só ao fim dos nove meses uma nova vida eclodia e que só a partir do nascimento se estabeleciam as primeiras relações e comunicações do bebé como mundo exterior (mãe/pai).

21


COMUNICAÇÃO... COMO E DESDE QUANDO

Atualmente, esta forma de encarar a gravidez está completamente ultrapassada pelos vários estudos que foram sendo efetuados como por exemplo a observação do desenvolvimento neuronal do bebé, que permitiu constatar a forma como o bebé se vai manifestando gradualmente e as respostas e comportamentos mais complexos e diferenciados ao longo da gravidez. Apesar de, no passado, se ter acreditado que a placenta funcionava como uma barreira protetora que impedia a passagem de substâncias nocivas para o bebé, hoje sabe-se que, para além dos nutrientes, também passam para o bebé as substâncias ingeridas pela mãe, tais como, o fumo, o álcool e as drogas. Por outro lado, sabe-se ainda que as emoções da mãe se refletem no bebé o que provoca alterações neuro hormonais. As perturbações emocionais sentidas pela mãe são sentidas de forma semelhante pelo bebé. O bebé irá, tal como a mãe (se for o caso), sentir medo, angustia, tristeza, melancolia e até mesmo sentimentos depressivos. A comunicação intrauterina vai contribuir para que o bebé e os seus pais desenvolvam capacidades de comunicação entre si, estabelecendo uma relação precoce, cujas raízes se desenvolvem para toda a vida. Com esta comunicação, contribui-se para a formação de uma nova família. A comunicação intrauterina é uma forma de interação recíproca, intencional e mútua entre bebé e mãe. Esta forma de comunicação implica um “diálogo” primário composto por trocas, que formam um “vai e vem” de ações e reações entre o bebé e a mãe, requerendo de ambos respostas ativas e passivas. O meio de comunicação do bebé com o exterior faz-se através dos seus movimentos. Estes podem ser divididos em movimentos espontâneos e movimentos intencionais.

22


A atividade do bebé parte da sua própria descoberta no meio intrauterino pelo que após o seu nascimento o seu repertório de movimentos mantem-se muito semelhante ao da atividade intrauterina.

Considera-se

que o bebé, antes

do nascimento, é um ser inteli-

gente, dotado de sentimentos, recordações e de consciência, sendo que tudo o que lhe aconteceu durante a gravidez se torna determinante na formação e na estruturação da sua personalidade.

Tudo o que ocorre durante a gestação fica como que gravado no inconsciente do bebé, uma vez que este já é detentor de uma vida afetiva e emocional. Ao longo do seu desenvolvimento, ao viver situações semelhantes, a criança terá comportamentos segundo os mesmos padrões adquiridos na vida intrauterina. O sucesso da comunicação e da interação com o bebé depende de uma estimulação mantida e repetida ao longo da gestação pois a interpretação que cada bebé colhe vai promover o início da construção de laços emocionais. A melhor altura para estabelecer e desenvolver a comunicação e a interação intrauterina é a partir das 22 a 24 semanas de gravidez uma vez que, por esta altura, o bebé já possui a capacidade de ouvir, sentir e responder aos estímulos do mundo exterior. É extremamente importante que esta comunicação se torne num hábito familiar, para que se estabeleçam laços afetivos e positivos. Estes geram sentimentos de segurança e de prazer no bebé.

23


COMUNICAÇÃO... COMO E DESDE QUANDO

24

Na relação intrauterina existem três tipos de vias de comunicação: a comunicação por via Fisiológica, por via Comportamental e por via Empática. A Comunicação por via Fisiológica é inevitável e é feita de forma natural uma vez que está relacionada com a troca de nutrientes e de oxigénio em que a placenta e o cordão umbilical suportam essa comunicação. Esta também se estabelece caso a mãe se sinta angustiada e transmita este estado por via hormonal. A Comunicação por via Comportamental estabelece-se através da troca de reações entre o bebé, a mãe e o pai. Estas reações são únicas pois cada família e cada membro tem formas diferentes de sentir e de expressar emoções. A Comunicação por via Empática (empatia) é um misto dos outros dois tipos de vias de comunicação, embora mais profunda, e está relacionada com os estados de tranquilidade e/ou ansiedade maternos devido à produção de hormonas pelo organismo face aos estados de stress ou de relaxamento. Sabe-se que o bebé consegue sentir se é ou não amado, se é ou não desejado, não só pelo facto de ser acariciado ou ser alimentado, mas também através da empatia resultante do amor e da disponibilidade da mãe para com o seu bebé. Esta via de comunicação é fundamental para o desenvolvimento psicoafectivo, da célula

ao feto, do feto ao bebé, do bebé à criança. Apesar da primeira via de comunicação ser exclusiva da mãe as restantes podem ser sentidas e estimuladas também pelo pai. Segundo Eduarda Carvalho, “a comunicação que os pais efetuam durante a gravidez com o seu bebé pode facilitar muito a interação futura”. Essa comunicação tem um certo efeito psico profilático, uma espécie de benefício preventivo. Pais que se envolvem nesta interação pré-natal ensaiam uma “primeira dança” a três que lhes permitirá um relacionamento mais fácil após o nascimento. Todas as vias de comunicação são de extrema importância. Segundo Eduardo de Sá, “as competências interativas do feto são muito expressivas a partir do quarto mês de gravidez. Emociona-se, angustia-se, constrange-se com as expressões mais rígidas da personalidade da mãe, alegra e aviva os seus ritmos, deprime-se a ponto de inibir o seu crescimento”. Estudos científicos demonstram-nos que existem diferentes técnicas de comunicar com o bebé. Estas devem ser promovidas num momento calmo e tranquilo para que o bebé e os pais desfrutem da troca de sentimentos positivos. A comunicação ao ser promovida em momentos de tranquilidade, estimula o bebé a desenvolver comportamentos de serenidade quer no meio intrauterino quer após o seu nascimento. De entre estas técnicas temos a Haptonomia; a Terapia Musical; as Conversas com o Bebé e os Pensamentos Positivos para o Bebé. A Haptonomia é a ciência da afetividade e foi criada há trinta anos por Franz Veldman. Esta ciência é o conjunto de leis que regem o campo do nosso coração e dos nossos senti-


mentos. Baseia-se na comunicação, durante a gestação, através do toque, por meio de massagens na grávida. Esta é uma das formas privilegiadas para o pai ter contacto com o bebé. Esta ciência procura perceber as reações dos bebés aos vários toques, ficando os pais mais aptos a prever os movimentos do bebé e a posição em que ele está.

O

bebé

consegue

sentir

a

diferença dos vários toques na barriga da mãe.

Esta

técni-

ca promove o desenvolvimento e aprofundamento dos laços afetivos e de confiança entre o bebé e os pais e estimula o desenvolvimento físico, psíquico e emocional do bebé.

Segundo Jaime Robert, os bebés estimulados através desta técnica são “mais seguros e autónomos e apresentam um desenvolvimento psicomotor precoce. São mais alegres, tranquilos, afetuosos e socializam mais facilmente”. A Terapia Musical recorre à música para promover os laços afetivos e de comunicação dos pais com o seu bebé e pode ser estimulada a partir das vinte semanas de gestação, altura em que o bebé já ouve e distingue os sons provindos do exterior. A Música constitui um canal facilitador de aproximação entre o bebé e os pais. Esta deve proporcionar um momen-

to agradável, relaxante e tranquilo de partilha de afetos. Para além de reforçar a relação entre o bebé, a mãe e o pai estimula a criatividade, a concentração e a coordenação. As Conversas com o bebé são uma fonte de estímulos externos relacionados com os diálogos dos pais. Ouvir as vozes dos pais é muito importante sendo que a voz da mãe é ouvida durante mais tempo durante a gravidez uma vez que sempre que a mãe fala, o bebé ouve, independentemente do discurso ser ou não ser direcionado para o bebé. Ao promover as conversas com o bebé, os pais ajudam a fortalecer os laços emocionais. Estes são responsáveis, posteriormente, pela preferência que o bebé demonstra pelas vozes que lhe foram mais significativas durante a gravidez. As conversas entre o bebé e os pais são estratégias positivas no fortalecimento da relação do casal e da construção do bebé como pessoa real e o ponto de partida para a busca de sintonia e equilíbrio familiar. Os Pensamentos Positivos assentam no que a mãe sente e pensa acerca da sua gravidez. Durante os meses de gestação o bebé está ligado a tudo o que a mãe pensa a seu respeito e a esta nova etapa. A mãe e o bebé estão em comunicação direta e permanente e esta relação de troca é fundamental para a formação e fortalecimento do vínculo materno-filial. Estes pensamentos são benéficos pois a nível fisiológico há uma resposta hormonal associada ao relaxamento e à tranquilidade. É importante que a mãe durante a gestação tenha uma vivência plena de harmonia e estabilidade para que viva esta fase com alegria e satisfação. Esta técnica vai contribuir para a saúde física e 25


COMUNICAÇÃO... COMO E DESDE QUANDO

26

emocional do bebé devido à troca de sentimentos caracterizados pela atração entre mãe e bebé. Estes sentimentos e pensamentos são transmitidos ao bebé e este sente o mesmo que a mãe e é moldado por estes. Após o nascimento do bebé chega-se a um novo nível de comunicação. Nesta fase, para além das massagens, toques, conversas, existe também o olhar e o sentir de uma forma diferente. Inicia-se um novo e progressivo processo de comunicação com o bebé onde, para além dos pais, outros intervenientes têm um papel ativo nas interações com o novo ser. Ao longo do seu desenvolvimento comunicativo, o bebé vai demonstrando outras formas comunicativas, como o gesto, a expressão facial e a expressão corporal. Estas competências comunicativas, como o choro, o sorriso ou o contacto

ocular, vão permitir ao bebé comunicar e estabelecer o vínculo com a mãe e com o pai. “O choro e o sorriso são as primeiras formas de comunicação efetiva entre o recém-nascido e os seus pais” (João Costa e Ana L. Santos, 2003). Desde cedo que os pais são, naturalmente, os principais intérpretes linguísticos dos filhos, descodificando todas as mensagens, verbais ou não verbais, que estes querem transmitir. É fundamental que o bebé seja envolvido por um ambiente comunicativo e linguístico em que se interaja, se fale e brinque com ele, ou seja, um ambiente cognitivamente estimulante. “Ao conversar com a criança, o adulto desempenha o papel de “andaime” interpelando-a, clarificando as suas produções, expandindo os enunciados que a criança produziu e providenciando modelos” (Sim Sim, Silva e Nunes, 2008).


O nosso papel, enquanto pais, para além de educar os nossos filhos, deve ser o de motivar e incentivar a aquisição do modelo de linguagem correto através de uma atitude positiva, incentivadora e valorizadora das tentativas verbais das crianças. Para estimular as competências comunicacionais, podemos utilizar algumas estratégias, tais como: falar muito e falar devagar com a criança; explorar momentos em que a criança se mostre predisposta para falar; incentivar a troca de palavras e de ideias; usar uma linguagem correta, rica e diversificada e evitar expressões “abebezadas”; incentivar a aquisição de novo vocabulário, através de cantigas, lengalengas, rimas e histórias; colocar questões abertas sobre o dia-a-dia da criança para que ela possa refletir sobre as suas ações e situações produzindo assim memórias duradouras; investir em momentos de qualidade, tranquilidade e harmonia familiar de forma a estimular o diálogo e a incentivar a criança a interagir e a comunicar.

A

criança, ao longo do seu cresci-

mento

e

desenvolvimento

mente os mecanismos necessários para o desenvolvimento da linguagem, sendo que durante o desenvolvimento da linguagem distinguem-se duas fases principais:

Pré-Linguística Linguística. a fase

e a fase

A fase Pré-Linguística persiste até ao primeiro ano de vida. É um período crucial para o desenvolvimento da linguagem, durante o qual se estabelecem as bases da comunicação entre o bebé e os outros que o rodeiam. Nesta fase, o bebé comunica através do choro, do olhar, das vocalizações, da produção de sons isolados, desenvolve capacidades de perceção e de discriminação auditiva, sendo capaz de diferenciar os sons da fala. O bebé aprende a reconhecer os sons da fala através da forma como os pais articulam certos sons. O aparecimento das primeiras palavras determina o início da fase Linguística. Nesta fase, a criança começa a usar enunciados de uma só palavra (holófrase), começando depois a fazer combinações de palavras, a construir frases simples e, posteriormente, frases mais complexas. Progressivamente, vai aumentando a sua compreensão e desenvolvendo uma forma de expressão mais complexa, aproximando-se da gramática do adulto. A criança passa a usar uma linguagem mais abstrata, encontrando-se preparada para a aprendizagem da linguagem escrita. Por volta dos seis anos, a criança domina a linguagem compreensiva e expressiva nos vários domínios: fonológico (sons/fonemas), morfológico (estrutura interna das palavras), sintático (organização das palavras na frase), semântico (significado das palavras) e pragmático (uso da linguagem no contexto).

vai

adquirindo gradual e progressiva-

27


28


COMUNICAÇÃO... COMO E DESDE QUANDO

Concluímos assim que desde muito cedo podemos e devemos ir incentivando, quer a comunicação quer a linguagem. Ao comunicar com o bebé vamos contribuindo para que o seu mundo se abra a novas experiências e estímulos que o ajudarão a ir construindo

uma

personalidade

curiosa, a observar e a refletir sobre tudo o que o rodeia.

Desta

forma vamos ajudando a criança a ter uma mente mais aberta a todos os estímulos externos.

Para além dos pais e de outros membros da família, a creche também desempenha um papel ativo e promotor da estimulação e do incentivo do desenvolvimento das competências comunicacionais e linguísticas nas crianças. A creche é um ótimo local para interagir, brincar, explorar novos objetos, descobrir um novo mundo. A criança é naturalmente curiosa, está desejosa de aprender e fá-lo ao brincar sozinha e com os outros. Quando brinca sozinha aprende a ser mais autónoma e quando o faz em conjunto pode aprender com o outro, desenvolvendo competências de interação como esperar a sua vez, manter diálogo, responder a questões, fazer comentários, expressar as suas emoções e desenvolver o seu imaginário. A creche é mais uma oportunidade de exercitar a fala e ouvir falar. A criança estará exposta a contextos variados, com crianças distintas linguisticamente, praticando o saber escutar e exprimindo-se noutros contextos. Pode também adquirir com

maior facilidade competências de literacia, uma vez que existe material linguístico e escrito em vários jogos, materiais e atividades (cantar fazendo gestos, ouvir músicas, ler histórias). A creche deve proporcionar à criança um ambiente com diversos materiais de aprendizagem como por exemplo livros e brinquedos educativos, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento da linguagem e aprendizagens das crianças. A creche ao estar devidamente equipada com o material adequado, irá proporcionar trocas entre a criança, os seus pares e os adultos, irá funcionar como ferramenta na troca de informação, favorecendo o diálogo. Concluindo podemos afirmar que existem três aspetos importantes no ambiente educativo que favorecem o desenvolvimento da linguagem, sendo estas atividades de aprendizagem (leitura de histórias), qualidade das habilidades “parentais” (responsividade) e materiais de aprendizagem (brinquedos e livros). Em suma podemos dizer que o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem é contínuo e gradual ocorrendo de forma ordenada e sequencial, mas é importante preservar a noção de que cada criança o fará ao seu ritmo e passará por cada etapa de forma singular. É e será sempre fundamental a estimulação em todas as fases de desenvolvimento comunicativo e linguístico da criança.

Olga Muro e Silva

29


SER PSICÓLOGO... DA TEORIA À PRÁTICA

A

30

psicologia é muitas vezes entendida de forma errada pela sociedade. Ainda há muito a ideia que “os psicólogos é para os tolinhos”, e essa ideia é completamente errada. Contudo cada vez se começa a ver uma maior aceitação da psicologia e do trabalho de um psicólogo, um maior respeito e validação da sua importância no dia a dia de muitas pessoas. Também se ouve muito por aí, “ah todos temos um bocadinho de psicólogo”, ou então “um psicólogo só nos ouve, não faz mais nada”… Como psicóloga não há nada que me irrite mais do que determinados comentários à minha profissão. Desengane-se quem ache que é uma profissão fácil, ou que não necessita de muita preparação e treino. Mas vamos então esclarecer alguns pontos, que são fundamentais para que se entenda o que é um psicólogo e que trabalho desempenha.

O Psicólogo é um profissional licenciado em Psicologia, licenciatura essa em que se estuda uma série de teorias sobre porque as pessoas se comportam da forma como se comportam e como é possível ajudá-las a superar as suas dificuldades e/ou desenvolverem-se de algum modo. O trabalho de um psicólogo pode variar de acordo com o campo e método de trabalho do profissional. Na clínica, o Psicólogo busca ajudar o cliente a compreender as causas do seu sofrimento e encontrar formas de superá-lo. Ele não atende apenas portadores de transtornos psiquiátricos (depressão, esquizofrenia, pânico, entre outros), mas qualquer pessoa que esteja insatisfeita com algum aspecto de sua vida e queira melhorá-lo, como por exemplo, casamento, trabalho, educação dos filhos, entre outros. O contexto de trabalho pode também, contexto este, que pode ser clínico, organizacional, educacional, social/ comunitário, hospitalar/ saúde, desporto, jurídico, outros.


31


32

Cada um destes contextos possui um conjunto de necessidades específicas, que exigem do Psicólogo um conjunto de estratégias específicas para atendê-las. Estas estratégias também podem variar conforme seu método de trabalho. O Método de trabalho do Psicólogo é baseado na sua teoria de estudo, que pode ser Comportamental, Cognitivista, Psicanalítica, Sistémica ou outra, dentre as tantas reconhecida. Cada uma delas possui uma forma particular de compreender e explicar o comportamento humano, e a partir dessas particularidades, variam também as formas de lidar com os problemas apresentados. Enquanto alguns psicólogos prezam por um método que estimula mais a escuta diante dos

problemas relatados, outros trabalham fundamentados em abordagens que incentivam o diálogo constante e vínculo colaborativo entre terapeuta e cliente. Os Psicólogos Comportamentais, por exemplo, participam activamente do processo terapêutico fazendo perguntas, comentários e propondo actividades que levem o cliente a compreender melhor o seu problema e desenvolver estratégias para superá-lo. A intervenção é feita a partir de uma análise cuidadosa do que o levou a procurar ajuda e da sua vida de forma geral, tem por objectivo a promoção da autonomia daquela pessoa, de forma que ela própria seja capaz, no futuro, de identificar factores desencadeadores de problemas e eliminá-los, evitando recaídas.


SER PSICÓLOGO... DA TEORIA À PRÁTICA

Este é o lado teórico da psicologia e do seu trabalho. De forma prática, e também errada, muitas vezes se confunde o psicólogo com um amigo, com o qual se desabafa, se deixa transparecer qualquer emoção ou sentimento, qualquer comportamento mais ou menos positivo e que estará ali para nos ouvir. Efectivamente esta última parte é verdade, ele estará ali para nos ouvir, é esse também o seu papel, ouvir de forma activa, ouvir sem qualquer juízo de valor, sem qualquer cobrança, auxiliando o cliente na busca da plenitude emocional, mas… NUNCA o psicólogo é O AMIGO. Assim sendo, podemos então dizer, e esta é a minha visão, por mais fria que possa parecer, o psicólogo NUNCA:

A) é o amigo b) chora com o cliente c) vive os problema do seu cliente d) faz juízos de valor e) opina sobre qualquer temática

E pode-se fugir a estes parâmetros, pode claro que pode, quantos de vós já não viram o vosso psicólogo como o vosso amigo? Quantos de vós já não fizeram o vosso psicólogo chorar? Quantos colegas já não trouxeram consigo depois de um dia de trabalho os problemas dos seus clientes? Mas há dois parâmetros que efectivamente NUNCA deverão acontecer: os juízos de valor e opinar.

Xani Sousa Ramos

“o nosso momento de introspecção” Clarisse Ribeiro

“É aquele que escuta o que o que ninguém quer ouvir.” Teresa Silva

“O que nos ajuda a voltar ao equilíbrio emocional, e voltar a viver” Mar Sereno

“Um psicólogo é… A âncora que nos segura á vida quando nos sentimos engolidos pelo abismo” Marta Carvalho

“Um psicólogo é... um ser capaz de nos tirar lá do fundo... capaz de nos mostrar que é possível sobreviver... que nos pode ajudar a levantar a cabeça e deixar de sentir medo de viver. “

Isabel de Matos “Um psicólogo serve para nos ajudar a encontrar mecanismos de defesa ou desenvolvimento de técnicas que nos ajudam a ultrapassar os nossos medos e corrigir a forma como encaramos situações do dia a dia em que a frustração ou falta de entendimento, nos fazem sentir menos felizes ou que provocam falta de auto estima, ensinando a reagir ou orientar da melhor forma os nossos objectivos e obstáculos na nossa vida.”

Mas é como as pessoas veem os psicólogos. Após questionar algumas delas eis as diversas respostas que obtive: 33


SER PSICÓLOGO... DA TEORIA À PRÁTICA Lorena Laranjeira

SANDRA CUNHA

Filipa Casanova

“Um psicólogo é alguém que nos ajuda nas nossas fases de dor e angústia, a ultrapassar uma perda seja ela qual for ou até mesmo um medo , por vezes um psicólogo é um amigo que sem sabermos está lá para nós, para nos dar o seu ombro para chorar e nos ouvir. Um psicólogo é uma profissão dura pois muitas vezes esquecem os problemas deles para pensar nos nossos.” Conceição Vaz

“ quem nos faz ver que tudo tem um significado, que não existe nada mau , mas sim, menos bom, nos mostra que a vida vale sempre a pena viver.” Carla Lopes

“um psicólogo é alguém que tem que ser muito especial para ser bom profissional... não é qualquer ser humano q tem a empatia e sensibilidade necessárias . Serve para nos ajudar 34

a encontrar a felicidade, a tranquilidade e estarmos bem connosco e com os outros.” Carolina Resende

“é a nossa luz ao fundo do túnel” Patricia Santos

“Psicólogo... um facilitador do processo de crescimento pessoal... um “farol” nas vivências mais escuras...” Ana Araújo

“No meu caso, foi alguém que me fez regressar à vida, que me ensinou como sobreviver quando só nos apetece desistir. Alguém que nos faz ver que o futuro é possível.” Lena Freitas

“É quem nos cuida quando as forças se vão...e quem nos segura quando à nossa volta ninguém se apercebe que estamos a cair no abismo...É quem nos ouve sem juízos...sem questões...Um psicólogo é um porto seguro no meio da tempestade...”


35


CRÓNICA

SÓNIA MACHADO ARAÚJO

AS PALAVRAS QUE SOMOS

36

F

aço-me de palavras. Dou-lhe notoriedade na minha existência. Gosto do que elas podem transmitir, treino a assertividade que colo em cada uma e junto-lhes uma boa pitada de gestos comprovativos. As palavras são a minha vida, a minha missão, a base do que faço, no melhor que sei e no tanto que me apaixona. Sei bem de que poder as palavras se fazem, conheço-lhes bem o contorno, as cores e a escuridão. Sei bem, que podem destruir, que podem maldizer, que podem amaldiçoar e cravar o coração de dores e feridas internas. Eu sei. Na mesma medida e dimensão, que também sei que elas podem ser bênçãos espalhadas a sete ventos, que trazem consigo a magia de fazer a diferença e de transformar o mundo, o meu e a dos outros. Trato-as com cuidado, com zelo e esmero. Sei o impacto que podem ter e uso-as como se de joias preciosas fossem.

Nem sempre corre bem. As palavras precisam de sentimentos, de autenticidade, mas também de treino. Fundamentalmente, de treino. Elas não vivem só por si, são eternas aliadas das ações, da vontade que brota do peito de fazer de todas as palavras proferidas uma verdade vivida. E como podemos ter controlo sobre tudo isso? Se a comunicação que fazemos connosco e com o mundo está sujeita a tantos fatores. Como poderemos ser imunes e escolher delicadamente, de forma consciente e com empatia todas as palavras que dizemos? Só com treino. E por mais que tudo mais seja importante, só o treino - o tempo reti-


rado para refletir, a capacidade de observar, sentir e olhar os outros - nos permite comunicar de forma cada vez mais eficaz. Só com aceitação, empenho e foco somos capazes de nos olhar ao espelho da vida e comunicar connosco mesmo de forma mais amável. O mundo arrebenta de palavras. Selecionar é a chave. Escolher é a diferença. Talvez, muitos estranhem. Estamos a cair num silêncio assustador. Parece que nos esquecemos de agradecer, de valorizar e elogiar passou a ser olhado com estranheza, como se fosse uma pistola apontada de assalto – “Que me estará a pedir com este elogio?”. Vivemos desconfiados e perdidos entre problemas, dificuldades, aborrecimentos. Precisamos de mudar o discurso, de dar

“bom dia” com mais entusiasmo, de perguntar “Como estás?” com mais frequência. Precisamos de usar e treinar a nossa interação com mais envolvência e coração aberto. Precisamos de rever o nosso discurso, a forma como nos expressamos. Precisamos de tirar tempo e ouvir as nossas palavras. Fazer uma revisão completa e detetar possíveis erros. Precisamos de mudar. E só assim se faz a mudança. E talvez, com treino em vez de problemas iremos encontrar situações transitórias, em vez de dificuldades iremos vislumbrar verdadeiros desafios e em vez de aborrecimentos vamo-nos deparar com novas oportunidades de recomeço. Troquem as palavras, desmontem os discursos, coloquem esperança, positivismo em cada palavra dita. Obriguem-se a desafios diários ausentes de queixas, lamúrias ou críticas, mudem as comunicações… testem e surpreendam-se! A vida é realmente uma questão de perspetiva e as palavras proferidas, ditas com convicção são grandes impulsionadores do melhor ângulo. Selecione. Escolha. E dê às palavras o poder de lhe fazer feliz! 37


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

38


LUIS SANTIAGO

Uma força da Natureza!

T

enho vivido varias experiencias boas na minha vida. Conheci pessoas, lugares e culturas que me enriqueceram como pessoa mas também como ser humano. Cruzei-me com Luís Santiago, de uma forma virtual, diferente das minhas vulgares formas de conhecer pessoas. Devo dizer que fiquei rendida as imagens que estavam no seu perfil de Facebook. A minha ligação com o mar intensificou-se há 8 anos atras, quando conheci o meu marido que praticava bodyboard. Talvez por isso tenha sentido através das imagens que me ligaram a Luis Santiago que este era uma força da natureza. Não tardei em convida-lo a ser meu entrevistado na minha rubrica Por detrás do pano By Eduarda Andrino para a revista Inurban. Foi imediata a sua disponibilidade e rapidez de resposta a este convite. Dotado de uma simplicidade única (bem próprio de quem lida com o mar), senti-me completamente rendida a sua essência. Trocamos emails, conversas pelo chat e a sua história foi-me partilhada com alma e total transparência. Estávamos no ano de 1962. Nascia a 20 de Abril no estado de Massachusetts – USA debaixo de uma forte queda de neve um lindo bebe de nome Luís Santiago . Um nascimento problemático que incorria em perigo de vida. Um bebe de cor azulada, respirava os primeiros minutos de vida com dificuldade, pela falta de oxigénio no sangue, devido a uma anomalia numa das válvulas do coração.

39


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

O pai de Luís pertencia as forças armadas e rapidamente decidiu internar o seu filho no hospital militar para que pudesse ser tratado. Uma transfusão de sangue foi a solução mais viável para o caso, e o que lhe salvou a vida de uma morte certa. Luís sobreviveu com alguma dificuldade, e ao longo do seu crescimento tornou-se num jovem problemático devido ao uso drogas, consequência de enfrentar situações complicadas na sua vida. Foram tempos difíceis e a morte tocou varias vezes a sua vida. Anos mais tarde, consciente da necessidade urgente de mudar, iniciou um processo de restruturação da sua vida e do seu modo de atuar perante a mesma. Foram muitas as perdas, dificuldades, e anos de estar perdido, o que o levou a um tardio amadurecimento tornando-o numa pessoa diferente e com novas rotinas. Traçou um percurso de trabalho diário, sempre com base em ser uma pessoa

40

melhor para si mesmo e para os que o rodeavam. Encontrou novas formas de libertação e consequente refúgio no budismo, yoga e as artes e filosofias orientais. “ Todos os dias são uma bênção para mim. Eu encorajo as pessoas a encontrar a magia que transcende os nossos sentidos físicos! “ Luis Santiago assentou a conduta da sua vida em Allan Watts, Carl Sagan e Khalil Gibran,e refere: “Se gostarias de encontrar uma perspectiva diferente sobre a vida, não importa o que aconteceu com essa vida...cabe a ti fazeres o melhor com isso! “ O mar foi o grande responsável pelo seu novo percurso e pelo desgaste saudável das suas energias, e a prova disso esta nas palavras que partilhou comigo numa entrevista simplista e bem transparente, bem ao jeito de alguém que se destaca pela forma corajosa como leva a vida.


L.S - Honestamente eu não gosto de ser elogiado, eu considero-me um velho muito sortudo que se sente juvenil e se alegra em fugir das ondas.

Eu uso a perda do

meu braço em minha vantagem para libertar as ondas.

Os tempos de prática do bodyboard permitiram-me fazê-lo com facilidade e prazer. A ENTREVISTA Eduarda Andrino - Qual e o teu país de origem? Luís Santiago - Porto Rico E.A - A tua prática em desportos de mar começou quando? L.S - Aos 14 anos gostava de apanhar um autocarro num percurso de 10 kms para a praia. Comecei com o bodysurf e só depois bodyboard. E.A - Fala-me do que sentes quando estas no mar. Fala-me da tua proximidade com este mundo? L.S - Quando estou no mar sinto total liberdade e felicidade. E.A - És um homem de objetivos? Qual e o teu maior target? L.S - Meus principais objetivos são manter o meu orçamento e fazer o que eu preciso fazer todos os dias para uma vida melhor e tempo para surfar.

E.A -Tens noção que a tua atitude e louvável, principalmente num desporto que utiliza todo o corpo. Como encaras tudo isto? E.A - E possível saber o que te aconteceu, qual o motivo desta ausência do teu braço? L.S - Eu estava a pedir boleia, tinha 19 anos quando um carro me atropelou e arrastou uma grande distância. Na altura a minha sorte foi um médico e uma enfermeira que estavam a passar no local, e com a ajuda de polícias eu ainda estou vivo! Obrigado Dr. Chacon (Pediatra) onde quer que esteja! E.A - São muitos os quilómetros que nos separam, mas tenho a dizer-te que és uma referência viva para mim e um exemplo máximo de vontade de viver. Certamente que tens momentos menos bons na tua vida, como os encaras? L.S - Uau! Eu sinto-me humilde ao ouvir as tuas palavras, mas se a inspiração é dada, que ela seja poder para quem a recebe, e o que eu desejo. 41


POR DETRÁS DO PANO BY EDUARDA ANDRINO

E.A - Sei que viajas muito a procura de ondas perfeitas e lugares fantásticos para a prática do Bodyboard. Fala-me dos sítios por onde passas-te e qual o que mais te marcou? L.S - Visitando e vivendo no Hawaii tem sido o sonho da minha vida toda tornada realidade. Partilhando e vivendo com varias pessoas oriundas do Brasil no Hawaii é uma grande bênção. Tenho muito apreço pela sua cultura. E.A - Fala-me de um dia teu do acordar ao deitar? L.S - O meu dia começa com um chá verde e aveia orgânica, enquanto eu verifico as condições para as ondas na internet, ou caminhar pela minha rua ate a praia. Num dia de sorte, eu poderei surfar 2 ou 3 vezes por dia, e se não houver ondas, eu vou ate a praia fazer Tai Chi, Yoga e as minhas tarefas diárias. E.A - Quando viajas para outros lugares, trazes novas aprendizagens de outros praticantes do mesmo desporto? L.S – Não. Prefiro ficar com meus conhecimentos e capacidades, são o suficiente para mim. E.A - Um nome do mundo do Bodyboard e do Surf que seja uma referência para ti? L.S - Mike Stewart, Jack “The Ripper” Lindholm, e Gerry Lopez foram as primeiras influências que me inspiraram com seu estilo suave de surfar as ondas. Muitos mais continuam a fazê-lo todos os dias. E.A - Bethany Hamilton e também um exemplo no feminino. Conheces? 42

Créditos: Gabriel Omar Padial, Jo


onathan Colo Alayon, Babby Quiñonez

L.S - Tive a honra de conhecer Bethany Hamilton e seus pais quando morava no Hawaíi, surfamos no mesmo local várias vezes. Ela é uma senhora muito talentosa e inspiradora com uma grande família para apoiála, bem ao estilo havaiano. E.A - Praticas Bodyboard por desporto ou com objetivos competitivos? L.S - Eu competi sem sucesso e isso trouxe o melhor e o pior fora de mim, eu não gosto muito da concorrência e acho que se opõe ao verdadeiro propósito de surfar uma onda. E.A - Uma praia que gostarias de visitar? L.S - Eu gostava de voltar a surfar a minha esquerda favorita na costa norte do Havaii, com 3-5 pés com ondulação de noroeste e uma brisa de vento offshore.

Todas as perguntas, que construíram esta entrevista foram partilhadas por email, devido a distancia que me separa de Luís Santiago, mas tenho a plena certeza que sentiria o mesmo numa entrevista presencial, talvez pela forma tao genuína com que as mesmas foram respondidas. Se fiquei rendida a este ser humano? Sim, e mais uma vez fiquei com a certeza que a distância não interfere com o que se recebe de pessoas que nasceram para nos fazer ver a vida de uma forma tao particular. Obrigada Luís. Obrigada mesmo de coração. Ate um dia aqui... ou em qualquer parte do mundo.

ALOHA! Eduarda Andrino 43


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

F

LUÍS MENDONÇA “A BELEZA DA FORMA”

oi no dia de Março que se inaugurou a exposição de fotografia a preto e branco do fotógrafo Luís Mendonça na galeria de arte do Casino Estoril. 30 registos fotográficos com carácter e personalidade, revelam o excelente trabalho captado pela lente do artista.

Corpos nus com atitude e sensualidade falam de jogos de sombra e luz únicos, que Luís Mendonça teve o privilégio de registar. Vários colegas e amigos estiveram presentes onde se destacam os nomes de Pasma Almeida, José António Marques, João Feijó, Henrique Gabriel, entre outros. PARABÉNS Luís.

44

Eduarda Andrino, Luís Mendonça e Cristina


Pasma Almeida, Luís Mendonça e José António Marques

Créditos: José António Marques - Visage

Henrique Gabriel e Luís Mendonça 45


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

UHF

SINFÓNICO

46


47


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

A

s palavras são poucas para falar do que se viveu a 18 de Março no Campo Pequeno em Lis-

boa. Começo pelo fim e com as palavras proferidas ao público por António Manuel Ribeiro “ Nós amamos-vos! “ Arrepiante e único. 90 minutos de pura emoção onde cada musica roubava a alma aos presentes. António Manuel Ribeiro, António Côrte-Real, Luís Simões, Fernando Rodrigues e Ivan Cristiano Gama,

48

presenteavam o público com um reportório de 39 anos de carreia. O maestro Cristiano J. Silva dirigiu a Orquestra Nacional de Jovens numa simbiose perfeita com os UHF. Mais de 100 músicos deram uma nova vida ao reportório da banda.

INCOMPARÁVEL. INIGUALÁVEL. Ficam as imagens desta grande noite através da lente do fotógrafo David Monge que fazem na perfeição justiça ao que se viveu.


Crรกditos: David Monge 49


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

F

EXPOSIÇÃO RETRATOS CONTADOS RUY DE CARVALHO

oi também no Casino do Estoril que Retratos Contados homenageou o actor Ruy de Carvalho com uma exposição fantástica de fotografias a preto e branco de todo o percurso de vida e carreira do actor. Nelson Mateus mentor do projecto levou a público fotos únicas que nunca tinham sido vistas num harmonioso trabalho com entrega

Créditos: Eduarda Andrino 50

total. PARABÉNS Nelson Mateus. Vários convidados estiveram presentes para felicitar Ruy de Carvalho que recebeu quem visitou a exposição sempre com a sua simpatia que lhe e tao particular. Os filhos Paula Carvalho e João Carvalho junto com o genro e netos do actor viveram este momento com muito orgulho.


Henrique Carvalho, Paula Carvalho, Ruy de Carvalho, Joao de Carvalho e filho

Rejane, Ricardo Diniz, Joรฃo Feijรณ e Eduarda Andrino 51


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

A LU C I N A ÇÕES

N

ENCENAÇÃO DE NUNO LOUREIRO

uno Loureiro actor e encenador na companhia de teatro Palco na Linha, levou até ao público mais uma peça com carisma e atitude, bem a sua maneira, marcando assim a ante estreia no dia 20 de Março no mediático Auditório Lurdes Norberto em Linda-a-Velha. Com um elenco fantástico composto por Mário Santos, Ana Paula Mota e Dina Santos, a peça fala de alucinação classificada como perceção real quando há convicção inabalável da pessoa que alucina em relação

ao objeto alucinado. 45 minutos com diferentes quadros psiquiátricos, como a psicose e a patologia psiquiátrica são retratados pelos actores criando um afastamento com a realidade. Duas mulheres. Um homem, dividido entre a realidade, ficção e essas mulheres ou perdido em si mesmo? Imperdível! Em cena até 18 de Abril (ver Cartaz)

João José Castro,, Dina Santos, Ana Paula Mota, Mário Santos e Nuno Loureiro

52


Créditos: José António Marques - Visage

André Cruz, Mário Santos, Nuno Loureiro e Eduarda Andrino

53


COLUNA SOCIAL BY EDUARDA ANDRINO

HOMENAGEM A RUY DE CARVALHO 90 ANOS

O

Salão preto e Prata do Casino do Estoril foi o local escolhido para homenagear o actor Ruy de Carvalho pelo seu 90ºaniversario em simultâneo com os 75 anos de carreira. Família, amigos e uma selecção de artistas fizeram da noite de 1 de Março uma noite inesquecível.

Entre os presentes destacavam-se colegas do actor como, Eunice Muñoz, Manuela Maria, Júlio Isidro, Luís Aleluia entre outros. Paula Carvalho, e João de Carvalho filhos do actor foram incansáveis na organização desta grande festa.

PARABÉNS Ruy De Carvalho

Ruy de Carvalho, Eunice Muñoz, Paula Carvalho e Manuela Maria

54


Créditos: Pires Isau, Juvenal Candeias, José António Marques - Visage Luís Aleluia e Zita Favretto

Cinha Jardim

Zulmira Ferreira

Vasco Moleiro e Eduarda 55


INSTITUCIONAL

BANCO DE VOLUNTARIADO PARA A CIDADE DE LISBOA

O

Banco de Voluntariado para a Cidade de Lisboa é um serviço da Câmara Municipal de Lisboa que funciona desde 2003 como um elo de ligação entre a oferta e a procura de oportunidades de voluntariado, sendo um dos seus grandes objetivos estabelecer o encontro de interesses entre voluntários e entidades.

diferentes áreas, nomeadamente em recolhas alimentares, dinamização de eventos socioculturais, desportivos e lúdicos, acompanhamento a atos médicos, apoio na organização de eventos, vendas solidárias, apoio escolar, tutoria e apoio psicossocial, acolhimento ao público, ações de defesa do património e do ambiente, entre outras.

No que se refere aos voluntários, a preocupação tem-se centrado na mobilização das suas motivações e competências com vista a um exercício solidário que vá ao encontro dos objetivos das entidades. A entrevista com o voluntário é um momento crucial para conhecer o seu perfil e procurar o enquadramento mais adequado.

A participação dos cidadãos na vida da cidade afigura-se como um elemento chave para a coesão social, permitindo o desenvolvimento de capacidades e competências sociais que contribuem para o reforço do trabalho desenvolvido pelas numerosas entidades que atuam no território.

No que se refere às entidades, é facultado apoio no recrutamento de voluntários, na gestão dos seus programas de voluntariado e na divulgação das suas atividades. A equipa do Banco de Voluntariado visita regularmente as entidades, o que permite conhecer os seus projetos e fazer o acompanhamento dos voluntários. O Banco de Voluntariado conta atualmente com cerca de 5000 voluntários inscritos e 250 entidades parceiras da cidade de Lisboa, promove o voluntariado através da divulgação de oportunidades, do recrutamento e enquadramento em projetos. Lisboa, como capital, concentra uma diversidade de potenciais contextos de participação de voluntários, em 56

Com uma equipa multidisciplinar, o Banco de Voluntariado tem procurado contribuir para o desenvolvimento da cidadania participativa através de iniciativas que visam a reflexão, a partilha e a disseminação de boas práticas no âmbito do voluntariado, em colaboração com entidades locais, nacionais e internacionais. Siga o seu impulso solidário… Junte-se a nós! Poderá dirigir-se ao Banco de Voluntariado da Cidade de Lisboa via e-mail, telefone ou presencialmente no Balcão Social Único, a funcionar no Edifício Central da Câmara Municipal de Lisboa - Campo Grande, nº. 25. Poderá inscrever-se através do site http://www.cm-lisboa.pt/viver/intervencao-social/voluntariado


57


TREINO EM DUPLA

C

om o(a) namorado(a), uma amiga, entre irmãos… seja lá com quem for, o importante é sen-tir-se motivado e desafiado para se superar em cada treino. Realizar diferentes estímulos no tipo de treino é fundamental para trazer bons resultados.

TREINO EM CIRCUITO Através desta metodologia de treino, conseguimos melhorar o condicionamento cardiopul-monar e neuromuscular num curto período de tempo. É a sua maior vantagem, além de um gasto calórico acima da média.

Os exercícios devem ser realizados sequencialmente e sucessivamente, sem interrupção (não há intervalos). Realizar 3 voltas completas com 1 minuto de descanso entre as voltas.

Fonte: Sheila Fagundes e Bruno Andrade - Pesonal Trainers @ Fitness Hut Oeiras. 58


1

20 Agachamento com snatch unilateral Com os pés afastados à largura da bacia e ligeiramente apontados para fora, com as costas encostadas no seu companheiro e de mãos dadas, fletir os joelhos e voltar a subir, concen-trando-se para manter o equilíbrio entre os dois.

2

50 Jumping jacks Em pé, em estilo “tropa”, afastamos os pés juntando as mãos sobre a cabeça e voltamos.

59


3

20 Remadas com extensão de tríceps em prancha + Salto lateral: Em prancha, seguramos os halteres em baixo dos ombros, puxamos o cotovelo à cintura e em seguida estendemos o cotovelo, retomamos e fazemos o mesmo para o outro lado. Rea-lizar de maneira alternada. Enquanto um completa as remadas o companheiro fica a saltar de lado, passando para o outro lado das pernas de maneira contínua.

4 60

50 Saltos à corda em dupla:


5

20 Avanços com rotação : Dar um passo longo à frente, tocando o joelho de trás no chão, e simultaneamente, rodar o tronco em direção ao companheiro passando o disco; voltar à posição inicial sem o peso, num passa/repassa sincronizado com o avanço. Realizar 20 repetições em cada perna.

6

50 Corridas alta: Pés paralelos, trazemos os joelhos o mais alto possível, numa corrida estacionária.

61


7

1 minuto em Prancha com toque de mãos: Iniciar na posição de prancha sobre as mãos, frente a frente, e de maneira alternada tocar as mãos de forma cruzada com seu companheiro.

62


8

20 Saltos com rotação 180º Salto vertical seguido de uma rotação no ar do corpo todo.

Fotografia: Liete Couto Quintal - LCQ Photography - https://www.facebook.com/lietecoutoquintal Mais informações em: http://www.fitnesshut.pt 63


CINEMA POR TIAGO VAZ OSÓRIO

LOGAN, O ADEUS A WOLVERINE Ao fim de tantos anos já não

TIAGO VAZ OSÓRIO

queremos que mais ninguém encarne o Wolverine a não ser Hugh Jackman. O papel acenta-lhe que nem uma luva e hoje o australiano é sinónimo do herói dos X-Men. Se houve um bom casting para escolher um actor para vestir a pele de uma personagem de banda desenhada este é “o tal”. Em “Logan” encerra-se a saga de filmes sobre o mutante das garras de adamantium que apaixonou os fãs da bandas desenhadas e dos filmes dos X-Men. Mas é neste filme que Hugh Jackman se despede de Wolverine. Estamos em 2029 e a espécie mutante está quase extinta e deixaram de nascer novos mutantes. Logan vive na fronteira com o México onde esconde o já velho Professor Xavier que devido ao Alzheimer se tornou numa perigosa arma de destruição maciça. O Wolverine que encontramos é também uma sombra do poderoso mutante que nos acostumamos a ver.

64

No entanto o aparecime de volta os tumultos à v ver envolvido numa via anos até ao estado do D

A jovem Laura esconde o rumo da vida de Wolv timentos que o próprio Quebrar um durão nun do se trata de Wolverin

Numa versão mais emo de acção, Logan encerra história de Wolverine, d maior densidade emoci que assistimos em filme

Os fãs de Wolverine apr você?


Com os poderes a enfraquecerem e com menos capacidade de sarar as feridas, o adamantium torna-se num veneno que o começa a matar por dentro.

Entregue e postulado perante o seu destino Logan vive apenas com o objetivo de juntar dinheiro, comprar um barco e fugir para longe com o Professor Xavier. ento de Gabriela vai trazer vida de Wolverine que se vai agem para levar Laura de 11 Dakota do Norte.

e um segredo que vai mudar verine e arrancar dele seno teria esquecido existirem. nca ĂŠ fĂĄcil, ainda mais quanne.

otiva do que propriamente a com chave de ouro a dando Ă personagem uma ional comparativamente ao es anteriores da saga.

rovaram, eu aprovei. E

65


Descubra o tema da próxima edição!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.