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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA O MUNDO VER! Cumprindo o nosso compromisso de contribuir ao máximo para o desenvolvimento dos setores com os quais os trabalhos do IBTeC estão envolvidos, iniciamos o ano participando das feiras IFLS e EICI, em Bogotá, na Colômbia. E reforçando o seu empenho no apoio a toda cadeia produtiva brasileira, a Revista Tecnicouro apresenta um caderno especial para este momento, com conteúdo abrangente e versão em espanhol, que será distribuído para as empresas presentes nestes eventos. Esta publicação tem como objetivo principal evidenciar os diferenciais competitivos do setor calçadista brasileiro, tecnologias, investimentos em inovação, autossuficiência produtiva e alto nível de confiabilidade, assim como divulgar informações a respeito do mercado colombiano. A história da relação comercial dos calçadistas brasileiros com seus países vizinhos vem de longa data e atingiu um grau de maturidade exemplar, proporcionando uma espécie de cumplicidade na gestão e planejamento dos negócios de ambas as partes, garantindo assim o sucesso duradouro e relações cada vez mais fortes entre todos envolvidos. Assim sendo, nada mais justo que compartilharmos nossas ideais, conhecimento e planos para fomentarmos cada vez mais estas parcerias bilaterais, das quais no final todos saem ganhando e evoluindo. Façam bom proveito do conteúdo desta edição, que para nós foi extremamente prazerosa e gratificante, por nos dar a certeza de que estamos no caminho certo na infindável busca de cumprir os compromissos que nos são creditados. Ótimo leitura e sucesso a todos!
Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
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MERCADO Tendências para o inverno REPORTAGEM Grade tradicional em xeque INSTITUCIONAL Exportações rendem US$ 200 mi TECNOLOGIA Mais resistência elétrica em EPIs
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EXPEDIENTE
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Março 40 GRAUS 5, 6 e 7 Natal/RN www.feira40graus.com.br
Maio SICC 21, 22 e 23 Gramado/RS www.sicc.com.br
Setembro SEMANA DO CALÇADO 23 a 27 Novo Hamburgo/RS www.semanadocalcado.com.br
FIMEC 6, 7 e 8 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br
Julho FRANCAL 16, 17, 18 e 19 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br
Outubro FISP 3, 4 e 5 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br
INSPIRAMAIS Data a confirmar São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
FIRE SHOW - INTER.FAIR 3, 4 e 5 São Paulo/SP www.fireshow.com.br
Abril SIMPÓSIO BRASILEIRO DE BIOMECÂNICA DO CALÇADO 25 e 26 Novo Hamburgo/RS www.ibtec.org.br
Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
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IMAGEM LUÍS VIEIRA
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ADERE FITAS ADESIVAS
comemora 50 anos “ O segredo para 50 anos de existência é o relacionamento.” Foi assim que um jovem visionário vislumbrou uma oportunidade, acreditou nela e fundou a Adere, que hoje é a maior fabricante nacional de fitas adesivas. Em 2017, a empresa completou 50 anos desenvolvendo, fabricando e comercializando tecnologia e soluções que aderem. Há cinco décadas, o desafio da empresa é transformar matéria-prima nas melhores soluções para os mercados que atende. Movida a tecnologia e inovação, a marca avança cada vez mais próxima de seus clientes e consumidores e é aí que o relacionamento exerce seu papel. Ao longo destes 50 anos, criou relacionamento com seus colaboradores, que no início eram apenas seis e hoje são mais de 200, garantindo um ambiente de trabalho sau-
dável e amistoso com seus fornecedores, visando a oferecer os melhores insumos e matérias-primas para produzir suas soluções autoadesivas; e relacionamento com seus clientes cumprindo prazos, mantendo a qualidade padronizada e entregando as melhores soluções para o mercado. Em comemoração aos 50 anos foi lançado o novo site, que está ainda mais moderno, interativo e completo para que os clientes tenham todas as informações necessárias de forma rápida, eficiente e em um só lugar. Soluções tradicionais estão ganhando novas embalagens e novos produtos estão sendo desenvolvidos para atender desde o consumidor de uso geral até profissionais dos mais diversos mercados. Tudo isso para que os consumidores tenham uma experiência única e ainda mais completa com a marca.
Versatilidade no corte multicamadas Comelz, reconhecida mundialmente por seus avanços inovadores nos setores de corte, vem a passos largos aperfeiçoando o Corte Multicamadas. Percebendo a necessidade das indústrias têxteis, moveleiras, calçadistas e de artefatos, de obterem lotes de corte cada vez menores, com enorme diversidade de materiais e modelos, a marca italiana buscou desenvolver não somente uma máquina de corte multicamadas, mas sim um sistema produtivo para corte com poucas ou muitas camadas nos mais diversos tipos de materiais e produtos, contrariando o ponto de vista que máquinas com esta finalidade servem somente para grandes produções. O Sistema desenvolvido e patenteado pela empresa diminui consideravelmente o setup dos cabeçotes, pois permite trabalhos simultâneos de abastecimento e recolhimento em sincronia com a operacionalidade da máquina. Em con-
sequência disto, diminui-se custos de mão de obra, consumo de materiais, navalhas, moldes, plotagens, além da agilidade que a automação possibilita e que os diversos setores do mercado cada vez mais necessitam. FOTO DIVULGAÇÃO
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sem ftalatos A Sintex Laminados desenvolveu e patenteou uma nova tecnologia em plastificantes derivada de fontes renováveis isenta de ftalatos. Segundo o presidente da empresa, Reginaldo Amaral Milbradt, o produto visa a atender em especial o setor calçadista, que busca se adequar a todas as exigências do mercado internacional em relação a substâncias restritivas. “Até então não tínhamos um plastificante livre de ftalatos que atendesse as necessidades técnicas exigidas pelo setor. O Biotex não só é um plastificante desenvolvido livre de ftalatos, como apresenta melhores resultados de performance que os demais plastificantes com ftalato, aumentando a resistência à flexão e colagem no laminado sinté-
tico acabado”, garante o executivo. Ele explica que a tecnolologia teve origem no agronegócio e como tal é renovável e sustentável, trazendo desta forma um grande apelo ambiental. “Migramos de uma matéria-prima derivada do petróleo, para um derivado de fontes renováveis”, resume Milbradt. De acordo com o presidente, foram muitos anos de pesquisa e desenvolvimento para se chegar à solução almejada, numa adequação ao Regulamento Reach, que é a legislação europeia mais abrangente dentre as regulamentações de substância restritivas. “Assim como trabalhamos a questão dos ftalatos, também eliminamos das nossas plantas fabris as substâncias que contenham metal pesado, além do permitido”, conclui.
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LAMINADO SINTÉTICO
Mais de R$ 70 mil são doados à Abefi
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indústria química especializada em tintas e adesivos Killing realizou doação de 73.216,25 reais à Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi). O valor, arrecadado através do Meio Frango Simplesmente Juntos, comemorativo aos 55 anos de história da empresa, foi revertido para as mais de 1.500 crianças, adolescentes e adultos em estado de vulnerabilidade que são auxiliados diariamente pela entidade. A doação foi realizada pessoalmente por Milton Killing, o diretor-presidente da corporação, diretamente à diretoria da instituição beneficiada. Na ocasião, o empresário já antecipou que a ação beneficente se repetirá na comemoração dos 56 anos da Killing, em maio de 2018, e que o planejamento é ampliá-la significativamente, realizando o evento nos pavilhões da Fenac e firmando parceria com outras instituições beneficentes.
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Pastor Carlos Boff (diretor geral da Abefi), Elson Selson Muller (tesoureiro da Abefi), Milton Killing (diretor-presidente da Killing) e Roberta Muller Diehl (gerente de Marketing da Killing)
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COLUNA EPIs
A complexidade dos materiais têxteis
Marcos Braga de Oliveira
Técnico químico da divisão de EPIs - Luvas e Vestimentas do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
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uando se discute sobre equipamentos individuais de proteção (EPIs) sempre se analisa os materiais que os constituem. As normas que atestam se um EPI possui ou não as características de proteção para o qual foi desenvolvido utilizam-se desses materiais para diferir alguns dos ensaios aplicados. Em um maior grau, separa-se o couro dos demais materiais têxteis ou sintéticos, porém há outra divisão bastante importante quando se trata de materiais têxteis em vestimentas de proteção. As normas internacionais diferenciam os tecidos planos e os tecidos tramados (de malha). Os tecidos planos seriam aqueles nos quais há um ângulo reto (90°) entre as linhas que constituem a trama e o urdume, sendo elas entrelaçadas, podendo ou não ter linhas de viés (linhas que cortam de forma diagonal o tecido plano). Já os tecidos de malha são caracterizados pelo entrelaçar dos fios têxteis, sendo esses sempre no mesmo sentido - ou todos na trama (horizontal) ou todos no urdume (teia), na forma de laços (PEREIRA, Gislaine de Souza, IFSC, 2009). Quanto aos não tecidos, estes são agrupados juntamente com os tecidos planos e são caracterizados por não possuírem uma estrutura organizada. As malhas proporcionam benefícios quanto ao conforto, por serem mais maleáveis e macias, além de se moldarem melhor ao corpo do usuário. Já os tecidos planos, devido a sua rigidez (principalmente os que possuem gramaturas altas) perdem no quesito conforto, mas ganham quando se fala em proteção. Determinados ensaios que atestam a
qualidade do material, para aprovação, não devem permitir o acúmulo de líquidos (agentes químicos e metais derretidos) sobre as peças têxteis, fazendo com que os tecidos planos, devido à superfície mais lisa, tenham maior taxa de aprovação frente aos tecidos de malha. Em relação à aplicabilidade dos ensaios, para tecidos em malha, não é exigido resistência em ensaios de rasgo e tração. Esses são substituídos pelo ensaio de estouro que aplica uma força em forma de pressão no meio de tecido, mais aplicado para avaliar a qualidade dos tecidos em malha. Apesar das diferenças de construção, via de regra, o desempenho de ambos os materiais pode ser bastante satisfatório na proteção dos usuários, deixando a escolha mais voltada às limitações de fabricação pelo produtor e a busca pelo conforto ao usuário. ão tecido
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ACABAMENTO
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aspecto de aplicação muito abrangente, sendo utilizado em indústrias moveleiras (puxadores de móveis, acabamentos galvanizados), calçadistas (fivelas), moda (etiquetas, botões) e adornos (bolsas, bijuterias). O processo tem acabamento mais resistente em comparação aos encontrados no mercado, cura apenas em 35 minutos a 30° C, ganhando melhor produtividade em linha com uma sensível redução no gasto de energia, e o mais importante, é um acabamento totalmente diferente em graus de acetinamento nunca visto antes, totalmente agradável ao toque. FOTO DIVULGAÇÃO
Metal Coat tem como política em seu DNA desenvolver e oferecer sempre ao mercado de adornos, fiveleiros, entre outros, acabamentos que venham a se diferenciar do que é costumeiro se ver no mercado da moda. Mas isso é apenas uma das preocupações, pois por detrás destes acabamentos a empresa está sempre focada nos quesitos de durabilidade e resistência ao longo do tempo de uso em toda peça, onde o processo de eletrodeposição de verniz cataforético é utilizado. Um exemplo disso é a nova tendência em acabamentos à base de verniz cataforético com inserção de nanotecnologia. “O sistema oferece um acabamento uniforme entre o acetinado e o brilhante que agrada ao contato das mãos quando manipulado, sendo as cores preto fosco e cobre e acetinado os acabamentos mais requisitados”, pontua o diretor comercial Sérgio de Camargo Andrade Filho. Este lançamento, de acordo com Sérgio Filho, é um destaque a novas tendências, não apenas vislumbrando acabamentos diferentes como também a durabilidade dos produtos que sofrem a aplicação destes, considerando principalmente o dia a dia em uso aos quais as peças aplicadas se submetem. O acabamento oferecido é único, do fosco ao levemente brilhante, independente das cores a serem aplicadas, e o toque é muito amigável às mãos, trazendo uma sensação confortável quando se toca a peça. O sistema possui um
Aditivos de silicone para PU
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s aditivos de silicone da Dow Corning, empresa que foi integrada à Dow em 2016, passam a ser comercializados pela companhia sob a marca Vorasurf. As soluções são destinadas aos mercados de conforto (colchões e calçados) e eficiência energética (espumas em spray) e contribuirão com o atendimento à crescente demanda por materiais de alto desempenho. “São mais de 100 produtos da antiga Dow Corning voltados ao setor de poliuretanos que foram incorpo-
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rados pela Dow, expandindo nosso portfólio de surfactantes de silicone para espumas de poliuretano com desempenho superior”, afirma o gerente de Marketing de Perforance Silicones da divisão, Andres Posada. “Além de ampliar nossa linha, continuamos investindo em inovação, como os novos surfactantes automotivos, com baixo composto orgânico volátil (COV) e novas soluções para espumas rígidas compatíveis com os novos agentes de expansão hidrofluoroolefina (HFOs).”
A transição à marca Vorasurf começou em novembro de 2017 e será concluída no final de 2018. Todos os produtos de silicone da Dow Corning continuarão sendo oferecidos e, para ajudar a garantir uma passagem tranquila, os nomes atualizados dos produtos apresentarão o “DC” da Dow Corning e manterão os números originais de grau do produto (como DC 193, DC 2525 e DC 5950). A lista com todos os nomes atualizados está disponível no centro de informações da Dow Corning.
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UM PASSEIO
de cidadania O
s analistas tributários da Receita Federal, representados pelo Sindireceita, desenvolveram uma nova cartilha destinada a contribuir com ações de educação fiscal e conscientização da sociedade para os riscos e prejuízos causados pela pirataria. Foram mais de três anos de pesquisas que resultaram na elaboração da cartilha Um Passeio de Cidadania, que foi desenvolvida pelas Diretorias de Assuntos Aduaneiros e de Comunicação do sindicato. A publicação integra as ações da campanha Viva a Originalidade! Pirata: Tô fora!, lançada há mais de dez anos, tendo sido, inclusive, analisada e aprovada após amplo debate no Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) do Mi-
nistério da Justiça. O parecer favorável à cartilha foi apresentado e aprovado em Reunião Ordinária do conselho. O objetivo é tornar acessível, principalmente às crianças e aos adolescentes, conceitos como contrabando, descaminho e pirataria, bem como os prejuízos causados por esses crimes à sociedade. Com uma linguagem simples, a cartilha traz informações sobre riscos e prejuízos gerados pelo consumo de mercadorias ilícitas, como forma de conscientização da população. Os interessados em utilizar a cartilha, em ações de educação fiscal desenvolvidas em suas cidades, podem solicitar exemplares pelo endereço eletrônico comunicacao@sindireceita.org.br.
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Hospital da Criança Santo Antônio N o dia 9 de novembro, a marca de calçados infantis Ortopé visitou o Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre/RS, com artistas do espetáculo Korvatunturi, para levar muita alegria e diversão a aproximadamente 350 crianças atendidas no local pelo hospital e em média 150 familiares presentes. Na ocasião, a marca entregou um cheque simbólico referente a doação de mil pares de calçados infantis ao hospital. A ação faz parte da nona edição do Dia da Felicidade Ortopé, iniciativa da marca, que desde o primeiro aniversário de sua aquisição pelo Grupo Paquetá, leva alegria para crianças que precisam. Nesta edição, a Ortopé lançou um portal na internet com a causa Vida Mais Feliz, onde amigos, voluntários, parceiros, fornecedores e empresas do bem, que tem a intenção de compartilhar felicidade, e transmitir esperança de um futuro melhor para crianças de todo o Brasil, se unem para iniciativas como esta. Os personagens do Korvatunturi passaram pelos quartos para uma apresentação pocket às crianças internadas com entrega de presentes pela equipe de parceiros da Ortopé. Segundo o gerente de marketing da marca de calçados infantis, Fábio Schmitz, a intenção foi de lotar o hospital de felicidade, através de visitas aos quartos das crianças internadas com o grupo Korvatunturi, e também entregar presentes para elas, no saguão de entrada do hospital. Carlos Haack, gestor da Ortopé, salientou que a felicidade para a empresa está no sorriso de uma criança. “Não há valor maior do que o sorriso de uma criança feliz. Esta é a razão de ser da marca Ortopé e o Dia da Felicidade é o nosso compromisso com a causa de uma Vida Mais Feliz nessa fase da vida, onde pessoas são formadas”, destacou.
FOTOS PEDRO H. TESCH
MIL PARES DOADOS AO
Fábio Schmitz (Ortopé), Themis Reverbal, diretora médica do hospital e Carlos Haack (Ortopé) na entrega do cheque simbólico
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VERÃO 2019 TERÁ REFERÊNCIAS CLÁSSICAS
em produtos inovadores A Vicunha Têxtil, maior produtora mundial de índigos e brins, apresentou em novembro sua coleção Verão 19. Com olhar para o futuro, foco em sustentabilidade e valorização de artigos clássicos e atemporais, a fabricante reforça seu DNA inovador com o slogan The Future is Back, que traduz o conceito dos lançamentos para a temporada. Respeito ao meio ambiente, conforto e alta performance seguem como os pilares do desenvolvimento de novos artigos em denins e sarjas. O original denim, clássico com composição 100% algodão, nunca fica ultrapassado. Partindo de uma releitura de características icônicas dos índigos vintage, a Vicunha aposta em uma versão mais leve de um já consagrado artigo da linha Essential. Para os meses mais quentes do ano, Blaine Light chega versátil e cheio de estilo, permitindo customizações e efeitos de desgaste, dos puídos a processos mais agressivos. Ganham ainda mais força nesta temporada índigos e brins elastizados, com tecnologias que proporcionam rápida
recuperação do tecido e alta performance. A marca apresenta uma ampla gama de produtos com a tecnologia Extreme Power, com mais de 40% de stretch em sua composição. A malha denim, ideal para shapes oversized e com pegada streetwear, recebe dois lançamentos, que reforçam a tendência do Athleisure com alto conforto e stretch multidirecional. Já a linha de denims Perfect Fit, com a nova tecnologia High Recovery System, é ampliada nos índigos Lola e Muriel, que apresentam toque suave e perfeita recuperação. Como novidade, a linha de sarjas Ever White traz tecnologia que envolve o tecido com uma cobertura especial, repelindo líquidos e evitando lavagens excessivas. Confirmando o DNA sustentável da empresa, que investe em processos conscientes e artigos eco-friendly há muitas coleções, o denim verde aparece com novas opções, em tonalidades que vão do black ao azul vintage, conferindo diversidade e ainda mais estilo à já consagrada linha Eco Recycle.
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PREMIÈRE VISION MOSTRA NO BRASIL
o dia 28 de novembro, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) promoveu em Novo Hamburgo/RS um evento da feira de materiais premium Première Vision. Na ocasião o diretor da divisão de couros da mostra de luxo, Marc Brunel, e a especialista em moda da edição de Paris da feira, Olivia Merquior, apresentaram tendências para o verão 2019. Marc Brunel lembrou que foi a primeira vez que a feira divulgou abertamente para o mercado detalhes de uma edição. Antes esse tipo de apresentação era uma exclusividade para expositores confirmados. “A decisão é um reconhecimento à capacidade industrial e criatividade dos fabricantes brasileiros para atender o mercado europeu, alguns já sendo casos de sucesso na própria feira”, assegurou. Com duas edições por ano em Paris, a Première Vision congrega dois mil expositores de artigos de luxo e recebe 60 mil visitas de profissionais de 129 países. Na mostra são apresentadas inovações de diferentes setores, como o de têxteis e o de couro. Além dos materiais, os visitantes encontram fóruns de tendências com foco na criatividade, qualidade e alta tecnologia, com muita informação sobre o que está impactando mais no mercado de luxo. Olivia Merquior considerou que se uma empresa não trata o seu produto de maneira preciosa, quem se importará com ele? Logo em seguida
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afirmou que estar no Première Vision é respeitar o próprio trabalho dedicado à empresa e aos produtos desenvolvidos, pois os expositores posicionarão suas marcas juntos das grifes mais importantes do mundo. Ela também lembrou que na mais recente edição da feira em Paris, o Brasil foi um dos destaques positivos, com o curtume Nova Kaeru sendo, inclusive, premiado na seleção dos melhores materiais. Comentou ainda que o projeto Design na Pele, do CICB “encantou” os visitantes com produtos incríveis que utilizaram o couro brasileiro como elemento central. Ela lamentou que, de uma forma geral, os profissionais da moda retroalimentam o seu processo criativo a partir das mesmas influências, e considera que isso gera uma espécie de crise de criatividade, onde quase não se apresentam novidades impactantes. “É necessário se reinventar”, alertou a especialista em moda, lembrando que a pesquisa de tendências está no coração do que a Première representa para o mercado. De acordo com ela, são 27 pesquisadores alocados em diferentes partes do mundo, que estão constantemente fornecendo informações sobre o que acontece nos mais importantes mercados da moda. “O grau de comprometimento e profissionalismo da equipe é tão reconhecido que conseguimos obter informações sigilosas, como a cor que a Channel está desenvolvendo com dois anos de antecedência, por exemplo”, assegurou.
Olivia Merquior
FOTO LUÍS VIEIRA
tendências para o verão 2019 N
TENDÊNCIAS - Para o verão 2019 no Hemisfério Norte, a ideia é fertilizar a moda com o novo, a beleza, o florescer. A cartela de cores do couro converge com a dos tecidos, fugindo dos tons considerados óbvios. Nessa mistura tons naturais conversam com cores mais vibrantes e também com tons terrosos e cores sóbrias. Os temas trabalhados são Formidável, Tátil, Mimético, Inteligente e Eloquente, trazendo mais refinamento para a moda, que busca vestir o mundo com positividade através de cores novas, texturas fora do comum, misturas de materiais, proporcionando novas experiências a partir do visual e do toque. Falsos cortes, relevos, granulações infladas são algumas das propostas para apresentar algo novo ao consumidor, misturando várias técnicas e diferentes animais. “A moda tem sempre que trazer novidade. O medo não nos ajuda - ele nos paralisa. Temos que despertar a nossa criatividade e fazer com que os produtos reflitam isso”, concluiu. A participação dos curtumes brasileiros na feira é apoiada pelo Brazilian Leather – projeto desenvolvido pelo CICB e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
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A MAIS AVANÇADA EM
costura programada A
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nova máquina 911-210-6055 da Dürkopp Adler vem com campo de 600mm por 550mm sendo, segundo a empresa, a máquina mais avançada do mercado em costuras programadas. Além das simples costuras de contorno, tem como caraterística uma verdadeira base de automação com suas E/S elétricas e suas saídas pneumáticas programáveis criando funções automáticas em cima das formas. Baseada na aprovada tecnologia de cabeçotes M-Type de última geração, a 911 fornece costuras e operação mais confiáveis, ao longo de todas as costuras e todo o dia, com qualidade consistente e baixa manutenção. Uma caraterística única dessa máquina é a lançadeira vertical XXL: com 32mm de diâmetro de bobina de fácil troca devido ao dispositivo de acesso rápido, tem a maior capacidade de linha do mercado. Todas as funções são programáveis ponto por ponto podendo mudar os parâmetros de altura do calcador, tensão de linha e outros no percurso da costura para se adaptar facilmente às variações do material e operação. O sistema de formas simples e flexível permite uma operação com custos adequados perante a multiplicidade de formas.
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IBTEC CONFRATERNIZA COM OS PARCEIROS
os seus 45 anos de fundação E
m uma tarde de homenagens a ex-presidentes e funcionários mais antigos, o IBTeC celebrou, no dia 28 de novembro, os 45 anos de sua fundação. O presidente do Conselho Deliberativo do instituto, Claudio Chies, lembrou que o instituto foi criado em 1972 numa iniciativa de empresários calçadistas que desejavam exportar, mas sentiam que para obterem sucesso no mercado externo lhes faltavam informações, técnicas mais modernas de produção e tecnologias mais avançadas. “Hoje, o Brasil está consolidado como um dos maiores exportadores de calçados. As dificuldades são outras e nós temos que nos preocupar com inovação, tecnologia e globalização. Mas tenho certeza absoluta de que o IBTeC continuará a acompanhar esse desenvolvimento e, principalmente, que vocês - que fazem parte de toda essa cadeia - estarão nos apoiando para que continuemos mantendo firme aquilo que já se conseguiu”, comentou ele, que logo após fez um agradecimento especial a todos os dirigentes que fizeram parte das diretorias anteriores e aos parceiros do instituto. O próximo a se pronunciar foi o presidente-executivo do instituto, Paulo Griebeler. Ele comentou que, assim como acontecia no passado,
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os importadores exigem qualidade superior nos produtos, e esse desafio leva a indústria nacional a buscar sempre novas formas de se atualizar para a implantação de técnicas e equipamentos mais modernos nos processos. Destacou ainda que o IBTeC congrega o mais completo complexo de laboratórios do sistema-coureiro calçadista da América Latina e trabalha em um processo contínuo de capacitação da equipe e modernização do parque tecnológico, visando a aumentar a velocidade das respostas ao mercado, e que a garantia da confiabilidade dos resultados dos laudos emitidos pela instituição se dá através das acreditações, reconhecimentos e certificações junto aos mais importantes órgãos reguladores nacionais e internacionais. Em 2013, o IBTeC iniciou a profissionalização da gestão, tendo como bandeira se aproximar ainda das entidades setoriais, instituições de ensino e pesquisa, parques tecnológicos e agências de fomento, pois o trabalho conjunto facilita a identificação de necessidades de melhorias no sistema coureiro-calçadista e oportuniza a implantação de ações para atender as principais demandas do mercado. “Hoje, vivemos a era da Revolução Digital e a indústria do calçado deve avançar também neste quesito, objetivando a melhoria contínua em
todos os processos. Para que isso aconteça todos os elos da cadeia precisam crescer juntos, com equipes cada vez mais multidisciplinares, agregando saberes que se complementam”, comentou o presidente, que não deixou de agradecer aos colaboradores, ex-presidentes e conselheiros pela dedicação ao instituto. Por fim, também agradeceu aos clientes e associados. O fundador do IBTeC e primeiro presidente a assumir a direção do instituto, Cláudio Strassburger, reforçou a confiança de que o futuro do calçado brasileiro será brilhante. Também falou sobre as dificuldades enfrentadas no início da instituição, as quais foram superadas através da união dos empresários do setor. Emocionado, lembrou uma visita que fez à sede do IBTeC dias antes. “Fiquei impressionado com o avanço e aparelhamento do instituto, que nasceu de uma semente que foi plantada, adubada, cultivada e hoje se tornou uma grande árvore, frondosa”, comparou. Também considerou que o País tem matéria-prima, tecnologia, conhecimento, mão de obra capacitada e empresários competentes para que o setor consolide a sua vocação de grande exportador. “Eu acredito no instituto e na capacidade do empresariado em retomar à posição que já ocupamos nas exportações”, finalizou.
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Lideranças setoriais, imprensa, parceiros e associados prestigiaram o evento
Ex-presidentes foram homenageados pela atual gestão do instituto
O Parabéns a você foi cantado, com desejos de vida longa para o instituto e o setor
Equipe do IBTeC
Cláudio Chies - presidente do Conselho Deliberativo
Paulo Griebeler presidente-executivo
Grupo Sinos fez a entrega de uma placa emoldurada alusiva aos 45 anos da instituição Cláudio Strassburger - fundador e primeiro presidente do instituto
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PREVIEW COUROMODA OPORTUNIZOU
realização de negócios A
Couromoda realizou entre os dias 9 e 11 de novembro, em São Paulo/SP, o Preview Couromoda 2018, tendo como objetivo antecipar o lançamento das coleções outono-inverno e afinar os modelos que compõem a edição de janeiro da feira - que acontece de 15 a 18 de janeiro, no Expo Center Norte. Uma novidades foi o Preview European Shoe Case, que apresentou os resultados de uma pesquisa realizada nas vitrinas das principais capitais europeias, mostrando os calçados e artefatos que se destacam nas coleções outonoinverno 2017-2018. Aos lojistas as orientações ajudaram no entendimento sobre as compras a serem realizadas para a próxima temporada fria no Brasil. Já os fabricantes tiveram a oportunidade de, a partir das informações apresentadas, realizarem eventuais correções nas coleções que agora estão
sendo expostas na mostra calçadista. Outro ponto alto foi o Congresso Couromoda Digital, com uma série de palestras para mostrar como a tecnologia está revolucionando o consumo da moda, a relação da indústria com o varejo e o comércio online. A Couromoda escolheu os 150 expositores mais tradicionais e que estiveram presentes nas suas 44 edições anteriores, levando todos a convite para o preview. A mesma oportunidade foi oferecida aos maiores lojistas do Brasil, especialmente da região Sudeste, onde está concentrado o maior consumo do País. “O objetivo foi proporcionar ao varejo e à indústria uma nova experiência, dividindo os lançamentos e as vendas para a estação 2018 em dois momentos, novembro e janeiro”, explica o diretor geral da Couromoda, Jeferson Santos.
Informações para guiar as compras dos lojistas
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m dos pontos altos do evento foi a palestra European Shoe Case realizada pela Arsutoria School e Revista Fotoshoe, ambas de Milão e que trouxe a estilista e professora Georgia Roehe Turri para apresentar uma pesquisa feita em lojas físicas e virtuais da Europa mostrando os calçados que estão fazendo sucesso e vendendo nesta temporada inverno 2017/2018. Ela explicou que o conteúdo foi o resultado de uma ampla pesquisa que abrangeu várias cidades europeias, sites especializados e lojas físicas e online. Com base nessa pesquisa, as tendências foram divididas em três temas: DISRUPTED - diz respeito a um novo modo de usar o produto e isso se dá por meio de combinações inusitadas, formas avantajadas, volumes diferentes. Nos produtos citou escarpins com decotes fechados, saltos inclinados, bicos finos e alongados ou então quadrados acentuados. Mocassins e Derbies estilo masculino (no feminino), solados
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tratorados. O estilo texano invade vitrines com mules, botas e contrastes entre plataformas e saltos. Botas vazadas também se incluem nessa lista. Já no masculino, há um quê de clássico, mas com um ou outro detalhe diferente, como um solado original ou então um bico com uma ponta aprofundada. ON THE MOVE - busca no estilo atlético com elementos de lazer seu ponto forte. É dirigido a um público que busca o conforto de peças tecnológicas, leves, flexíveis e refinadas. Os calçados surgem em botas de material elástico, ankle boots com combinação de veludo, lurex, bouclê, gliterados e couro elástico. Os tênis confortáveis que se adaptam às formas dos pés e as sandálias e abotinados em veludo também estão em alta. No segmento masculino, o minimalismo do cabedal em materiais macios se alia a solados flexíveis. Os tênis aparecem em neoprene ou estilo meia, subindo nos tornozelos. GROTESQUE - inspirado no universo
decorativo traz o ornamental ao centro de tudo. Detalhes surreais e dramáticos compõem peças bem diferentes e teatrais. Seu consumidor pode ser considerado um novo excêntrico e atualmente é o tema mais importante na Europa. Os calçados dessa tendência vêm com bordados, aplicações de pedras e pérolas, modelos flat e com cabedal bem exagerado. Sofisticados, com salto alto para a noite, aparecem em veludo, couro, com tachas, pérolas e pedras. Slip-on e Derby são estilos utilizados, com muitos detalhes de bordados e aplicações. Metais dourados, correntes, pedras no salto e no cabedal são os detalhes requisitados. Os tênis trazem solados caixa e aplicações florais, relevos, pelos e patches. O pelo está em alta seja no solado interno, no cabedal ou apenas como detalhe. Botinas trecking também vêm em pelos, além de glitter e paetês. Os sapatos masculinos se encontram com couro encerado, acabamentos preciosos e solados emborrachados.
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CICB COMEMORA SEUS 60 ANOS
em defesa do setor coureiro N
o dia 7 de dezembro, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) realizou um jantar comemorativo aos 60 anos da entidade representando o setor. O presidente executivo da instituição, José Fernando Bello, iniciou a sua fala comentando sobre a série de quatro vídeos criada para contar a evolução do setor e do próprio CICB nessas últimas seis décadas, os quais foram apresentados ao longo de 2017, nos principais eventos do sistema coureiro-calçadista. “Neste trabalho, inevitavelmente, nos deparamos com a história da nossa indústria, que tanto nos orgulha: representamos um setor arrojado, valoroso e cuja atividade está enraizada na cultura de famílias e na economia de diversas regiões. Vimos, obviamente, que a tecnologia se transformou, houve uma verdadeira revolução no modo com que as pessoas se comunicam, trabalham, vivem,
de sustentabilidade. Porém, quem acompanhou todas as etapas desta transição para a era digital, como eu e a maioria de vocês, deve concordar: nada, absolutamente nada neste período, foi capaz de substituir o couro”, contextualizou Bello. Ele também falou sobre o orgulho do CICB em ser a entidade que há 60 anos representa todas as indústrias produtoras de couro do Brasil, independente do porte ou da localização. O presidente do Conselho Diretor, Gilmar Harth, destacou que o CICB conta com o apoio das entidades regionais do couro alocadas nos diversos polos espalhados pelo Brasil e comentou que o evento significa muito mais do que uma comemoração corporativa, mas um encontro de amigos e parceiros que acreditam e trabalham pelo couro brasileiro. “Estamos inseridos em uma atividade milenar, mas que muda de forma constante. Temos a variação do mercado, a ingerência da moda, os movimentos econômicos, novas regulações, e tantos outros fatores que exigem mais trabalho, conhecimento e adaptação a cada dia. Até por sua natureza humana, não se faz couro hoje como se fez ontem e certamente haverá algo novo a fazer em nosso processo em poucas horas. Mas não temos receio de nada disso. Nosso passado mostra que estaremos sempre prontos ao aprimoramento, à tarefa de fazer couro de uma forma cada vez melhor, mais responsável e sustentável, com tecnologia, qualidade e segurança. E sabemos que podemos contar com a nossa entidade nacional, o CICB, na busca dos nossos objetivos”, assinalou.
FOTOS FÁBIO WINTER
José Fernando Bello além das questões
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FIMEC ACONTECERÁ ENTRE OS DIAS
6 e 8 de março de 2018 A inspirar e direcionar os visitantes quanto às novidades para as próximas estações. A cada edição, um tema diferente e novidades em termos de materiais e direcionamentos para as coleções seguintes. Um universo lúdico e recheado de tendências de moda esperam os visitantes e proporcionam um direcionamento para suas criações.
Salão de Logística é novidade em 2018 O Salão de Logística é uma iniciativa criada para completar a gama de expositores e projetos existentes no evento, garantindo ainda mais experiências de conhecimento e oportunidades de negócios para os visitantes. O propósito é apresentar processos eficientes e automatizados no controle e organização da entrada, saída e movimentação de mercadorias que atendam os princípios da indústria moderna - inteligência em processos mais autônomos, automatizados, com acessos por dispositivos móveis.
Baseado em três pilares - identificação, processos e troca eletrônica de dados, o projeto tem como principal desafio difundir e criar a cultura de automação para processos integrados e eficientes dentro das indústrias, além de melhorar o gerenciamento de informações e dados, que são essenciais para a gestão do negócio.
Fórum Fimec: Moda e Negócios trará conhecimento para os visitantes Pensado especialmente para fornecer informação e capacitação de qualidade ao setor coureiro-calçadista, o Fórum Fimec: Moda e Negócios é um evento que acontecerá em paralelo à Fimec, no contraturno, e contará com palestras ministradas por profissionais nacionais e internacionais do setor calçadista. Em dois dias, os profissionais ligados à moda e a área de negócios, contarão suas experiências profissionais e darão conta de temas relevantes para os profissionais desse segmento. FOTOS LUÍS VIEIRA
42ª Fimec (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes), acontece entre os dias 6 e 8 de março, das 13 às 20 horas, nos pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo/RS. A mostra intitulada A única que tem tudo apresenta lançamentos em couros, produtos químicos, componentes, máquinas, equipamentos e tecnologias para calçados e curtumes aos visitantes qualificados e técnicos que passam pelos pavilhões do centro de eventos. Como a maior feira do setor da América Latina, a Fimec reúne mais de 500 expositores que trazem as novidades mais relevantes para o setor. A cada ano, a feira atrai novos visitantes profissionais em busca de fornecedores, conteúdos relevantes para seus negócios, novidades em tecnologia e inteligência de mercado. O evento consagrado a tantas edições recebe visitação técnica de 25 Estados brasileiros e também de 12 países da América Latina. “A Fimec é a feira de maior representatividade no setor coureirocalçadista. Nesta edição traremos mais novidades para os visitantes do evento, focando nossos esforços em apresentar soluções para seus negócios, tanto em relação à apresentação de produtos quanto de técnicas, processos e inteligência no setor coureirocalçadista”, afirma o diretor-presidente da Fenac, Márcio Jung.
Estúdio Fimec traz inspiração e tendências de moda O Estúdio Fimec é um espaço cativo no evento. Repleto de informação de moda, criado especialmente para
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Fábrica Conceito tem produção em tempo real
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entro da Fimec acontece a Fábrica Conceito, um espaço único no mundo com fabricação de calçados em tempo real, com foco na tecnologia e aumento da produtividade. No projeto, os visitantes podem se atualizar quanto as novidades em maquinário de produção e processos que otimizam custos e tempo. “O destaque será a integração virtual de sistemas entre fábrica, logística e o varejo. Tecnologia da informação a serviço do setor calçadista será o tema da edição de 2018. A proposta do projeto será ainda mostrar os níveis de avanço com o uso de tecnologias de automação nas três áreas”, afirma o presidenteexecutivo IBTeC, Paulo Griebeler. A fábrica utiliza máquinas e matérias-primas dos expositores da Fimec. O objetivo da ação, realizada pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Fenac e Coelho Assessoria Empresarial é apresentar a aplicabilidade dos processos tecnológicos e dos produtos. Além disso, os visitantes podem trocar informações com os profissionais que operam as máquinas, podendo ali mesmo conhecer mais sobre o funcionamento de cada equipamento ou a performance dos produtos utilizados.
Ramarim e Kildare serão as parceiras Serão seis linhas produtivas fabricando nove modelos de calçados masculinos e femininos, das marcas Ramarim e Kildare, num total de 2.500 pares nos três dias do evento. Dentre as linhas de produção, uma será composta por alunos do Senai, que produzirão perto de 1.000 pares de sapatilhas femininas, demonstrando o alto nível da formação recebida no Instituto de Tecnologia do Calçado Senai de Novo Hamburgo. Outra linha terá um alto nível de automação e controle dos processos, através de softwares desenvolvidos para fornecer todas as informações necessárias aos gestores de produção: condições de operação das máquinas, produção real a cada minuto, problemas de qualidade identificados nas linhas, com emissão de relatórios regulares durante o dia, permitindo a correção das rotinas de produção instantaneamente. “Neste espaço estará exposto o que há de mais moderno na tecnologia de máquinas e equipamentos no Brasil, processos
inovadores de fabricação de calçados, matérias-primas e componentes sustentáveis e, principalmente, ferramentas informatizadas para melhorar o planejamento, o controle e a execução dos processos”, afirma o diretor da Coelho Assessoria Empresarial, Luís Coelho. Nesse ano, a novidade fica por conta de um espaço diferenciado e central na feira que fará a integração da Fábrica Conceito com o Salão de Logística, novidade da edição 2018. Aliado ao Projeto Sola (Sistema de Operações Logísticas Automatizadas) da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), esse espaço apresenta processos que reduzem os custos, integram ações, permitem rastreabilidade, possibilidade de crossdocking e reposição automática, controles e organização para gestão dos negócios e inventário em tempo real. Indo muito além do transporte, a logística é indispensável para administrar os recursos da empresa, fazendo desde a gestão de compra, planejamento, armazenamento, transporte, bem como a distribuição dos produtos e o monitoramento.
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FOTO LUÍS VIEIRA
TENDÊNCIAS PARA O VERÃO E O INVERNO 2019
exaltam sustentabilidade O
s principais fabricantes de moda e design do Brasil, Europa e América Latina terão a oportunidade de conferir no mesmo espaço as referências que inspiraram o verão 2019, além do lançamento de mais de 900 materiais para a estação, entre componentes, tecidos, estampas, sintéticos, couros, saltos, enfeites, aviamentos e outros itens: é o Inspiramais, que chega a mais uma edição, nos dias 16 e 17 de janeiro, no Centro de Eventos Pró-Magno, em São Paulo/SP. Com entrada gratuita para profissionais do setor, o evento tem a missão de estimular e fortalecer o desenvolvimento de produtos com identidade 100% brasileira, num momento em que a indústria entra em contato com as matérias-primas para os segmentos de calçado, confecção, têxtil, artefatos, componentes, móveis, joias e
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outros setores produtivos, que buscam inspiração para o desenvolvimento de suas coleções. “O Salão Inspiramais é o ponto de encontro de estilistas e designers de todos os segmentos da cadeia da moda, e são muitas empresas prontas para mostrar novos caminhos a esses profissionais”, conta o coordenador do Núcleo de Design do Inspiramais, Walter Rodrigues. Resistência é o tema inspirador para o Verão 2019, que pode ser apreciado no Projeto Conexão Inspiramais e também durante a palestra ministrada pelo coordenador. Outros projetos anteciparão o Inverno 2019, como o Preview do Couro, + Estampa e o Referências Brasileiras.
Negócios - Para estimular a abertura e a geração de novos negócios, o Inspiramais promove também a realização de Missões Empresariais,
em parceria com os principais polos produtivos brasileiros, viabilizando a visita de fabricantes de calçados, acessórios e roupas ao Salão. Vale ressaltar a participação cada vez mais significativa de empresas de confecção e têxtil, setor que assume papel importante no Salão, que é o único do gênero na América Latina. Desde a edição realizada em janeiro de 2017 (esta será a terceira), o segmento já representa 30% dos visitantes por meio de importantes players de têxteis e confecções. Consagrado como referência e centro de negócios para fabricantes de moda e design interessados em ampliar seus mercados dentro e fora do Brasil, o Inspiramais também conta com o Projeto Comprador, recebendo empresas da América Latina e Europa. Na última edição, os negócios da moda realizados nos dois dias superaram a marca de US$ 3 milhões.
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Espaço Sustentabilidade Nesta edição, os visitantes conhecerão o Espaço Sustentabilidade, que apresenta matérias-primas desenvolvidas em integração com as demandas socioambientais, com minimização do impacto negativo ao meio ambiente e na sociedade, sob a curadoria de Flávia Vanelli, do Núcleo de Design da Assintecal. Estes lançamentos são identificados com ficha técnica e trazem a localização do estande do desenvolvedor, o que permite aos profissionais e compradores conhecerem em detalhes os produtos da empresa, fomentando novas oportunidades de negócios. “O espaço promove conhecimento aos empresários sobre soluções inovadoras em materiais sustentáveis no mercado brasileiro. As empresas participantes recebem curadoria, com intuito de assegurar a mostra de um produto sustentável, relevante e competitivo”, conta Flávia Vanelli. Varejo e Indústria - Cases de sucesso em Sustentabilidade de grande nomes do varejo são apresentados pela Associação Brasileira do Vestuário (ABVTEX) que, durante o Inspiramais, apresenta processos e resultados alcançados nessas organizações. Já o programa Origem Sustentável promove o alinhamento das indústrias de calçados e componentes nacionais com iniciativas globais de sustentabilidade.
Verão 2019 De acordo Walter Rodrigues, o tema do Verão 2019 está centrado na palavra Resistência - que traduz um sentimento de resistir ao que amamos, apesar das dificuldades e da intolerância tão visíveis atualmente. “Para suplantar esta sensação de pessimismo presente no nosso cotidiano, a moda deverá explorar a riqueza dos efeitos decorativos, no qual denominamos Over Info. Outro ponto importante é a questão da volumetria, as formas estão impactantes, elas expressam a teatralidade. Finalizando nossas inspirações para o Verão 2019, temos o Bloco de Cor, onde o dinamismo das cores é trabalhado em novas combinações”, informa o coordenador de design. O Verão 2019 estabelece ainda uma narrativa de otimismo, onde o folclore determina uma forte relação com as culturas do mundo. A intolerância representada por partidos políticos, os conflitos relacionados aos refugiados e a política externa do governo Trump, têm criado uma reação muito importante também no universo da moda. “Ao negar estas culturas, cria-se um movimento contrário que as valoriza, enfatizando as cores vivas e os desenhos tradicionais, direcionando o olhar da moda para outros povos e costumes. E como moda é comunicação esta combinação se torna explosiva e incontrolável”, analisa.
Salão tem Projeto Fábrica-modelo 4.0 que entregará roupa desenhada pelo consumidor em 30 minutos
O Inspiramais instalou a planta-modelo de confecção 4.0 do Senai CETIQT. O projeto marca a integração entre os espaços virtual e físico - ligando consumidor, produtos, máquinas, softwares, sistemas produtivos e a cadeia de suprimentos e distribuição. O protótipo, criado com apoio da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), tem como objetivo demonstrar como funcionará esta nova indústria, tornando possível visualizar uma operação que está sendo implantada no setor. A instalação mostra em espaço real como será essa confecção avançada e a interação entre máquina e sistemas, pessoas e seus produtos, num processo no qual o consumidor escolhe antecipadamente cada detalhe da peça que quer comprar. As roupas serão feitas de modo exclusivo, com as características propostas pelo comprador. Essa integração entre consumidor e indústria é o grande diferencial da manufatura. Tratase de customização em massa, possibilitada pela tecnologia.
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NOTAS PEGADA ROCKER
PARCERIA A Replay, grife italiana, apresenta em sua coleção bolsas, sapatos e acessórios inspirados na cultura da cidade de Los Angeles. Com detalhes de rebites podem ser combinados com sandálias finas de tiras e tachinhas que remetem ao espírito rocker.
BEM-ESTAR COM ESTILO
As sandálias do tipo slide seguem firmes, em mais uma temporada, na lista de desejos fashionistas. A trend é adotar uma versão repaginada, mais sofisticada do que nunca. Modelos em cores fortes, metalizados, com aplicações em pedrarias e laços dão aquele conforto que se quer, sem perder o estilo.
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A tradicional Pop Up Kamikaze Summer Oasis traz algumas parcerias inéditas para o Verão 2018. Nesta edição estarão presente as marcas Yael Sônia, Birkenstock, Betina De Luca, Haight, Adidas, D1 Milano, Abi Project e Helô Rocha, além da coleção NK Sun. A Birkenstock coloca à venda modelos clássicos em versões neutras e metalizadas, como Arizona (de duas tiras), Madrid (de tira única mais grossa) e Florida (de três tiras finas); todos com o solado anatômico de cortiça.
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VITRINE MODARE
DIVALESI
CRISALYS
PICCADILLY RAMARIM
AVERMELHOU O TOM VERMELHO É IMPERATIVO NO INVERNO 2018
WERNER
BEIRA RIO VIZZANO
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VITRINE DIADORA
DEMOCRATA
FERRACINI
CALVIN KLEIN JEANS
AMARRAÇÕES ABOTINADOS, COTURNOS, TÊNIS E SOCIAIS SEGUEM O PADRÃO
KILDARE
RAFARILLO
MORMAII
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VITRINE KIDY ACTION
SUGAR SHOES
MOLEKINHA
MOLEKINHO BIBI
DETALHE POMPONS, GLITTER E BICHINHOS EM ALTA
PESH
ORTOPÉ
MEMO
LILICA RIPILICA
TIGOR
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VITRINE
CALVIN KLEIN JEANS
ANDREA BOGOSIAN
NICOLE LEE WJ ACESSÓRIOS
DIFERENCIAL O TOQUE ESTÁ EM FRANJAS, BABADOS, LENÇOS E APLICAÇÕES RAFITTHY TONIN
MONFERRARO
BE FOREVER PETITE JOLIE
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IMAGEM INTOTHEMIDDLEKINGDOM.COM
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CRESCE A DEMANDA POR CALÇADOS COM NUMERAÇÃO FORA DA GRADE Assunto foi motivo para debate durante o Sicc • Luís Vieira
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do que a média para as mulheres e, no passado, também ter sobrepeso, sofria duplamente com a falta de oferta de calçados adequados para os seus pés. Para não usar modelos masculinos - que ofereciam um melhor calce, porém tinham um visual que não combinavam consigo - adquiria calçados com numerações menores do que a que necessitava, os quais evidentemente apertavam-lhe os dedos. Essa prática nada aconselhável acabou por causar danos que perduram até hoje. ”Foi um verdadeiro sacrifício realizado por falta de opções para as minhas necessidades particulares. Hoje, felizmente, a oferta é maior e as mulheres já não precisam tomar esse tipo de atitude. Os fabricantes investem cada vez mais no aumento das numerações em suas grades, mas precisam ser ainda mais ecléticos, pensando também nas diversidades de gênero, por exemplo. E o lojista tem que passar a acreditar mais no poder de compra destes públicos que não são pequenos”, enfatizou.
FOTOS LUÍS VIEIRA
urante a feira de calçados e artefatos Zero Grau, realizada em Gramado/RS de 20 a 22 de novembro, aconteceu um debate, realizado pelo Grupo Sinos e mediado pela editora-chefe do Jornal Exclusivo, Roberta Pschichholz. Na pauta a oferta de calçados para nichos específicos - dentre eles os públicos de pessoas idosas, com problemas como diabetes e joanetes, transgêneros e consumidores que calçam numerações acima do normalmente oferecido nas grades tradicionais. O diretor da mostra, Frederico Pletsch, comentou que a pluralidade é um assunto cada vez mais atual no segmento e os fabricantes estão aos poucos investindo para acompanhar esta evolução, porém, para que a oferta dos produtos adequados chegue ao ponto de venda, tanto o industrial quanto o lojista têm que se sensibilizar ao tema. Roberta Pletsch, também diretora da feira, contou sua experiência pessoal. Por ter uma estatura mais alta
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Em resposta a estas colocações, Augusto Sérgio, da Variettá Calçados, contou que 80% das coleções femininas ofertadas pelo seu negócio vão até o 43, mas em uma delas é oferecido também o número 44 - e com salto alto. Essa atitude, segundo ele, tem uma aceitação muito grande no mercado. “Quando a cliente encontra produtos em tamanhos especiais com a qualidade e o visual atualizado acaba contando para as amigas que, assim como ela, têm dificuldades para encontrar calçados de moda com numeração adequada ao seu pé, e isso se torna uma corrente positiva de informação”, considerou. Ele lamentou o fato de nas lojas físicas a oferta de números maiores ainda ser uma raridade. “Temos que nos esforçar um pouco mais para aumentar a variação da numeração disponível no ponto de venda, pensando também nas alturas dos saltos. A mulher alta também quer usar salto e se sentir linda; e tem ainda o público trans, que está crescendo e precisa ter ao dispor produtos que lhe agrade e atenda as suas necessidades”, contextualizou. O estilista da Usaflex, Eduardo Muller, lembrou que a essência da marca é atender com conforto mulheres com idade mais avançada, porém o comportamento de consumo desse público tem mudado nos últimos anos, passando a exigir mais apelo de moda nos produtos. “Além dos cuidados imprescindíveis às pessoas idosas, também nos preocupamos em atender a outras necessidades dos usuários que precisam de atributos especiais nos calçados, como portadores de diabetes, com joanetes ou esporão”, garante o profissional. Ele informou que para isso a marca usa materiais diferenciados, a exemplo do neoprene, além de componentes com propriedades comprovadas de conforto, garantindo a funcionalidade sem descuidar do visual dos produtos. Além disso, em algumas linhas, a numeração vai até o 43, e este é um grande diferencial que abre o leque de clientes para a marca. “O custo é grande e por isso ainda não aplicamos em todas as linhas, embora esta seja
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uma solicitação do mercado”, pontuou. Ele ainda comentou que não adianta só aumentar o comprimento da fôrma, também é necessário oferecer diferentes larguras. “Mas para esta oferta acontecer em larga escala o lojista tem que abrir a mente e aumentar as opções ofertadas ao seu cliente, saindo do básico na vitrina”, concluiu. O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, foi provocado a falar sobre a questão do meio ponto. “Para o consumidor essa pode ser uma excelente alternativa, o problema é que aumenta a grade e isso encarece a produção”, explicou o executivo. Ele comentou que o mundo está passando por uma revolução digital, e o consumidor está mais bem informado e exigente. “A população está envelhecendo e quer produtos com mais qualidade e sustentabilidade, que proporcionem melhor qualidade de vida. Por outro lado, o jovem também não se satisfaz com o básico e busca tecnologia e inovação com responsabilidade socioambiental. O IBTeC trabalha a tecnologia do conforto e sustentabilidade para atender a essas demandas. Todos temos que nos adaptar às necessidades do público, gostaríamos também de aplicar o meio ponto, mas no Brasil o tema é um paradigma a ser quebrado”, salientou.
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A gerente de vendas do Grupo Italianinho, Vera Carina da Silva, disse que a empresa começou produzindo calçados masculinos, mas com o passar do tempo também entrou no nicho de mercado feminino. “A ideia é sempre oferecer conforto em todos os produtos e isso também passa pela questão da numeração. Há meninas com 15 ou 16 anos que calçam 41 e temos que disponibilizar nossos produtos também a elas”, enfatizou. Outro cuidado é com o uso de materiais que possam facilitar o uso dos calçados por pessoas com problemas nos pés, como esporões, joanetes ou que tenham pés diabéticos. Para atender a diversidade são usados materiais diferenciados em todas as linhas da coleção, ao longo de toda a grade. Ela lembrou que as pessoas da terceira idade também querem produtos descolados. “Nós, daqui a pouco, também estaremos na terceira idade então é bom pensar sobre o tipo de produtos que vamos querer comprar”, sugeriu. A convidada especial drag queen Verônica Weiss argumentou que a primeira preocupação é com relação à grade disponibilizada pela marca, e só depois de garantir que encontrou um calçado adequado para o tamanho do seu pé é que considera os apelos de moda e o conforto oferecidos. “A falta de opções por diferentes larguras numa mesma numeração é um grande problema para o público trans, pois o pé masculino é diferente do feminino e este ajuste não é fácil de ser encontrado nos modelos tradicionalmente oferecidos, mesmo quando encontro o número correspondente. Muitas vezes é preciso abrir mão do conforto quando quero um produto com mais apelo de moda”, lamentou.
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O que dizem os fabricantes
AnaFlex
Calvest
Kidy
Contramão
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Ao transitar pela feira, para conversar com expositores sobre esta questão, alguns estandes se destacavam por informar na vitrina que ofereciam numerações fora da grade tradicional. É o caso da Ana Vitoria Calçados, que desenvolve a marca AnaFlex. Segundo Ana Paula Bertoldi, do setor de desenvolvimento, há cerca de 10 anos a empresa passou a vender tamanhos especiais para o pé feminino (40 ao 43). Nos últimos dois anos, porém, a procura por modelos com estas numerações tem crescido, principalmente dentre lojistas das regiões Sul e Sudeste. “Hoje, cerca de 30% do volume produzido é para este nicho”, assegura. Ela comentou que esta é uma particularidade do mercado interno, pois para a exportação a grade ainda permanece com calçados até o 39. Já a Calvest, que produz calçados masculinos, oferece na grade normal a numeração até o 45 em todas as linhas, mas desenvolveu duas fôrmas para linhas específicas que vão até o número 48. O gerente comercial, Reinaldo Oliveira, informou que esta expansão do tamanho do calçado é uma prática que foi adotada pela empresa há 15 anos. “Notamos que houve um deslocamento na grade. Há alguns anos os números mais solicitados eram 37, 38 e 39, mas hoje os que mais saem são os tamanhos 42, 43 e 44, que chegam a corresponder por 20% do total das vendas” contextualizou. Quanto ao número 48, ele afirmou que os calçados com este tamanho somam 0,5% do total das vendas, mas a empresa não costuma anunciar este diferencial. As exportações correspondem a 15% da produção, com embarques para a América Latina, o Mercado Árabe e a Oceania, porém os tamanhos especiais são mais para o mercado interno.
Fabricantes de calçados infantis, a Kidy oferece a grade tradicional, com a numeração variando do 16 ao 36. Hoje, não trabalha com numeração acima disso, por entender que números acima do 36 já são contemplados nas coleções para adultos. O gestor nacional de vendas Paulo Quim considera que isso implicaria em uma mudança de conceito e posicionamento da marca, que atende exclusivamente ao público infantil e passaria a focar também no juvenil. “A marca remete na cabeça do lojista que são produtos para crianças por isso a solicitação por números maiores acaba nem chegando ao setor de vendas”, determinou. Ele contou que a empresa já fabricou modelos femininos até o 38, com a marca Magic Teen. Porém o projeto se encontra congelado para a empresa fortalecer o atendimento exclusivo no universo infantil, mas não está descartada a possibilidade de, no futuro, este conceito ser retomado. Outra fabricante de calçados infantis, a Contramão, tem duas linhas em produção - uma para o segmento baby, com a numeração do 20 ao 27 e outra para atender ao público infanto-juvenil com produtos que variam do tamanho 25 ao 39. O diretor da empresa, Hermínio dos Santos, contou que há cinco anos passou a desenvolver modelos a partir do 36 e encontrou facilmente espaço para colocar estes produtos no mercado, principalmente em lojas especializadas onde um dos grandes apelos é calçar mães e filhas com modelos iguais. “O normal é as sapatarias comprarem somente até o 36, pois a partir daí entendem que se trata de calçado para adulto, embora tenha muitas meninas com o pé maior do que isso”, explicou o empresário, complementando que em torno de 20% dos calçados da grife são na faixa do 36 ao 39.
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Tema é recorrente Este tema foi capa algumas vezes na Revista Tecnicouro. Em 2013, por exemplo, mostramos na Reportagem Especial da edição 277 que a demanda por calçados com numerações estava crescendo. Num levantamento junto a 13 empresas calçadistas dos segmentos masculino, feminino e infantil, sete informaram já na época que tiveram de aumentar as opções de tamanhos em suas grades, num comparativo ao que ofereciam dez anos antes. A maioria implantou um ou dois números, mas houve um caso onde foram acrescidas três numerações para uma coleção masculina. Uma pesquisa desenvolvida pelo Proesp-BR mostra que a população brasileira na faixa infantojuvenil cresceu de altura, comparando 2003 com 2011 (veja no infográfico). Outro estudo realizado em 2008 pelo Ministério da Saúde revela que dentre os adolescentes na faixa dos 10 aos 19 anos o índice de déficit de altura em 2003 caiu 70% no Brasil, comparando com dados de 1974. No mesmo período, dentre a população adulta, as mulheres cresceram em média 3,3 centímetros enquanto os homens aumentaram 1,9 centímetros e isso está relacionado com o aumento do tamanho do pé dos brasileiros.
ARTE FÁBIO SCHERER
urante o debate realizado na feira, foi dito algumas vezes que o lojista não tem o hábito de buscar por modelos que tenham a fôrma fora da grade tradicional. Mas quando questionados pela redação, varejistas tiveram uma opinião diferente. Marcelo Martin (Grupo Lucobith), Alex Sandro (Alexsandro Muniz Queiros Calçados) e Nathor Maggi (Casas Maggi) foram unânimes em apontar que um dos grandes problemas para a diversificação do tamanho dos calçados no ponto de venda é a imposição, por parte do fabricante, de se comprar a grade fechada, que não contempla os números maiores. Mesmo assim todos garantem que procuram oferecer mais opções para seus clientes. Marcelo Martin disse que na sua loja as mulheres encontram modelos de calçados até o 43, enquanto os homens têm à sua disposição até o número 48. “A grade fechada impõe a compra de um par 34, dois 35, três 36, três 37, dois 38 e um 39. O ideal seria tirar um 36 e introduzir um 40”, sugeriu Martin. Nathor, por sua vez, considerou que há oito anos, aproximadamente, passou a comprar números maiores, por perceber esta tendência, no público consumidor que está na faixa infanto-juvenil. Hoje a sua loja oferece até o 41 no feminino e até 47 no masculino. Alex Sandro, no entanto, admitiu que a relação custo X rotatividade é um grande problema a ser considerado. “Algumas vezes o calçado fora do tamanho normal fica parado na prateleira e a moda não espera”, lamentou.
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FORNECEDORES RECEBEM CERTIFICADO PELA GESTÃO
das substâncias restritivas
Grupo de fornecedores Beira Rio
das por órgãos do País e do exterior.
Responsabilidade Esta adequação é cada vez mais uma necessidade para quem exporta, pois se no país de origem forem feitos testes cujos resultados determinam que existe alguma substância controlada que esteja acima do limite permitido, a carga toda é devolvida, o que causa problemas financeiros para os fabricantes. E se o produto chega a ser comercializado no país comprador e ficar comprovado que ele causou algum dano ao usuário ou ao meio ambiente, tanto o fabricante quanto quem o representa no exterior, vão responder criminalmente pelo mal causado, o que é péssimo para as finanças da empresa e também para a imagem da marca junto ao consumidor final. Nos encerramentos dos trabalhos em 2017, foram entregues certificados para as empresas que atingiram os objetivos. Tais fornecedores, além de contribuírem para a qualidade do produto dos seus clientes ainda garantem um importante diferencial, que é cada vez mais desejado pelo mercado.
FOTO FÁBIO SCHERER
FOTO LUÍS VIEIRA
seus produtos para diversos países e, assim como tantas outras, sentem que o mercado está cada vez mais disputado. Uma das maiores exigências dos importadores, e que inclusive tem sido utilizada como barreira para a entrada de artigos nos mercados, é justamente sobre o uso das substâncias restritivas. Mas a maior dificuldade é que cada país pode ter a sua própria legislação sobre este tema, e com isso algumas substâncias são controladas em uma determinada nação enquanto em outras não. Para complicar ainda mais a situação, mesmo quando uma substância é controlada, os limites de aceitação podem ser diferentes, além do mais, estas mesmas legislações estão em constante evolução, com a revisão desses índices e a entrada de novas substâncias nas listagens. O IBTeC estuda constantemente estas mudanças nos diferentes países para poder atualizar as empresas brasileiras quanto às limitações. Além disso testa os materiais para ver se estão dentro das especificações necessárias, e emite laudos comprovando os resultados, tendo o respaldo das mais importantes acreditações realiza-
FOTO FABIO WINTER/LU FREITAS
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os dias 7 e 11 de dezembro foram realizados os eventos de encerramento dos projetos de gestão das substâncias restritivas realizados respectivamente com as empresas Beira Rio e Usaflex, numa parceria com IBTeC e o Sebrae-RS. Com o término desta etapa, as empresas têm ainda mais segurança com relação à adequação dos seus produtos às normas internacionais que determinam o limite permitido para uma série de substâncias que podem surgir no produto acabado em decorrência dos materiais componentes neles utilizados. O Sebrae garantiu o aporte de recursos financeiros para que a cadeia de fornecedores das empresas pudesse testar os seus produtos e adequá-los às necessidades das duas fabricantes de calçados femininos. Cada empresa trabalhou a sua carteira de fornecedores de forma individual, em projeto personalizado, mas como algumas empresas atendem a ambas, o processo acabou sendo facilitado. As fabricantes de calçados são tradicionais exportadoras, embarcando
Grupo de fornecedores Usaflex
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AÇÕES INTERNACIONAIS GERAM QUASE US$ 200 MILHÕES
para calçadistas em 2017 A
gradual nos embarques do setor, apesar da desvalorização recente da moeda norte-americana sobre o real, o que torna o produto nacional mais caro no exterior. Segundo Roberta, o número do levantamento deve ser comemorado como mais um sucesso da parceria entre a Abicalçados e a Apex-Brasil desde o ano 2000. “Apesar das crises internacionais e domésticas que passamos, somadas aos problemas estruturais brasileiros que prejudicam a competitividade, nesses 17 anos de convênio conseguimos mudar a modalidade de exportação, substituindo a marca do importador por marcas próprias, levando o Made in Brazil para o mundo”, acrescenta Roberta. Outro ganho relevante em quase duas décadas de parceria foi o aumento no número de destinos, diminuindo a dependência de mercados específicos e pulverizando ainda mais as exportações do
calçado verde-amarelo. “Antes do convênio, exportávamos para 99 destinos, número que hoje ultrapassa 150”, conclui a gestora. Renovado a cada dois anos, atualmente o Brazilian Footwear para o biênio 2017/2018 tem um aporte total de R$ 36,46 milhões para ações de promoção internacional do calçado brasileiro, que incluem participação em feiras, missões comerciais, estudos de prospecção, projetos de imagem, projetos compradores - que trazem importadores para o Brasil, entre outros. São considerados mercadosalvo do programa a França, o Reino Unido, os Estados Unidos, a Colômbia, a China/Hong Kong e os Emirados Árabes Unidos. Atualmente, as 193 empresas associadas ao Brazilian Footwear respondem por mais de 80% do total gerado com as exportações de calçados. FOTO ALG24.NET
s exportações de calçados cresceram em US$ 195 milhões ao longo de 2017 por conta de ações internacionais do Brazilian Footwear - programa de apoio às exportações do setor mantido em parceria pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O resultado é fruto de dez eventos; nove feiras e uma missão internacional, cujos negócios realizados in loco somam de US$ 41 milhões. A gestora de Projetos da Abicalçados, Roberta Ramos, explica que a expectativa de negócios, de quase US$ 200 milhões, soma as vendas alinhavadas durante as ações. “Esse número é cerca de 20% do total de exportações brasileiras de calçados, que devem chegar acerca de US$ 1 bilhão em 2017”, comenta a gestora, que vê uma recuperação
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FOTO DIVULGAÇÃO
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Brazilian Footwear
Expo Riva Schuh - Itália Negócios imediatos: US$ 3,94 milhões - Alinhavados: US$ 21,41 milhões IFLS - Colômbia Negócios imediatos: US$ 2,88 milhões - Alinhavados: US$ 18,47 milhões TheMicam - Itália Negócios imediatos: US$ 8,75 milhões - Alinhavados: US$ 22 milhões FN Platform - Estados Unidos Negócios imediatos: US$ 1,6 milhão - Alinhavados: US$ 5,3 milhões
É um programa de incentivo às exportações desenvolvido pela Abicalçados em parceria com a Apex-Brasil. Este programa tem por objetivo aumentar as exportações de marcas brasileiras de calçados através de ações de desenvolvimento, promoção comercial e de imagem voltadas ao mercado internacional.
Junho Missão Rússia Alinhavados: US$ 4,12 milhões Expo Riva Schuh - Itália Negócios imediatos: US$ 7,5 milhões - Alinhavados: US$ 24,47 milhões Julho ColombiaModa - Colômbia Negócios imediatos: US$ 802 mil - Alinhavados: US$ 873 mil Agosto IFLS - Colômbia Negócios imediatos: US$ 1,55 milhão - Alinhavados: US$ 6,2 milhões FN Platform - Estados Unidos Negócios imediatos: US$ 2 milhões - Alinhavados: US$ 6,3 milhões Setembro TheMicam - Itália Negócios imediatos: US$ 12 milhões - Alinhavados: US$ 45 milhões Total de negócios imediatos: US$ 41 milhões - Alinhavados: US$ 154 milhões Total gerado em 2017: US$ 195 milhões
Apex-Brasil A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira. Para alcançar esses objetivos, a Apex-Brasil realiza ações diversificadas de promoção comercial que visam a promover as exportações e valorizar os produtos e serviços brasileiros no exterior, como missões prospectivas e comerciais, rodadas de negócios, apoio à participação de empresas brasileiras em grandes feiras internacionais, visitas de compradores estrangeiros e formadores de opinião para conhecer a estrutura produtiva brasileira entre outras plataformas de negócios que também têm por objetivo fortalecer a marca Brasil.
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PARA ONDE O MERCADO
de EPIs caminha O
para falar sobre o futuro do setor, e sobre o que viu na feira A+A, a maior do mundo no segmento de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), realizada em Dusseldorf, na Alemanha, em outubro. Com 70.000 metros quadrados, o evento teve 1.900 expositores de 63 nacionalidades e foi visitado por 67.000 pessoas do mundo todo. Deivis abriu a palestra lembrando que o mundo mudou, continua se transformando e as exigências das pessoas crescem na mesma velocidade. Por isso, mais importante que prever o futuro, é mudar a visão de mundo, adquirir a capacidade de enfrentar novas mudanças, adotar novas atitudes e inovar. “Não se sabe como o mercado estará daqui a dez anos, mas certamente quem souber inovar estará em vantagem em relação àqueles que não fizerem”, salientou o palestrante. De acordo com Gonçalves, para se posicionar de uma maneira diferenciada, a estratégia de marketing tem que vir junto com as informações sobre as tendências de mercado e de produtos de EPI. FOTO LUÍS VIEIRA
mercado de calçados de segurança no Brasil está cada vez mais competitivo e desafiador para os empresários do setor em que a luta acirrada por preços exige que os fabricantes se reinventem a cada dia. Atualmente o preço médio de um calçado de segurança está na faixa de R$ 33,00 segundo dados da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg), enquanto há 2 anos a mesma pesquisa apontava R$ 38,00 (redução de 15% do preço). Como, então, inovar as funcionalidades e performance, reduzindo custo e mantendo margens viáveis para perenidade das organizações? Para onde está caminhando o mercado de EPIs no Brasil, frente as tendências globais que vem acontecendo? Responder a estas e outras perguntas foi o objetivo do Happy Hour com Tecnologia realizado pelo IBTeC, no dia 5 de dezembro. O gestor de projetos da Sense Inteligência Organizacional, Deivis Fabiano Gonçalves, foi convidado
Deivis Fabiano Gonçalves
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Cenário Brasil Já se percebe alguns movimentos em relação ao visual, mas via de regra o mercado de EPIs no Brasil é de pouca inovação. O design é muito simples e todos os fabricantes têm os mesmos produtos. Esta semelhança dificulta a venda de valor das marcas, porque o consumidor nem consegue diferenciar uma marca da outra. O preço médio é baixo e, ao longo dos anos, se mantém, sem sofrer inflação, mesmo com os custos aumentando. Pois, como os calçados são muito básicos, não há uma percepção de valor e isso dificulta se discutir preços. O palestrante afirma que a indústria brasileiro de calçados de segurança produz 127 mil pares por dia, mas é lenta na absorção de inovações, sendo este um dos aspectos que precisa ser mudado para garantir agregação de valor aos produtos finais. Hoje, o setor atua de forma reativa, quando o ideal seria buscar inovações antes que elas sejam exigidas por normas regulatórias. Este posicionamento inclui os fornecedores, que também não apresentam novidades que auxiliem no desenvolvimento dos EPIs. Houve uma retração de vendas com a crise, mas o mercado é promissor, e tem crescido 10 pontos percentuais acima do aumento do PIB nacional.
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Tendências do mercado As megatendências apontam para consumidores cada vez mais exigentes. O mercado está mostrando descontentamento com a falta de conforto dos calçados de segurança, e este é um dos aspectos que precisam ser trabalhados. A tendência é de que o preço deverá deixar de ser prioridade, dando lugar à questão do bem-estar do profissional, antes do visual. O mercado europeu, responsável por 31% de todo o faturamento com a produção de calçados de segurança do Planeta, é referência para os fabricantes de calçados de segurança. A Europa produz cinco vezes mais calçados de segurança que o Brasil e é a região onde está o maior consumo destes produtos. Trata-se de um mercado de maturidade, pelo tempo que se dedica ao setor. Enquanto o valor
médio do produto básico na Europa é de R$ 104,00, no Brasil é de R$ 33,00. Os diferenciais dos produtos europeus estão em design, conforto, qualidade e desenvolvimento para contribuir com o desempenho do trabalhador que usa o EPI.
Caminho que temos que seguir Deivis falou da importância de conhecer as novidades tecnológicas para serem agregadas aos produtos, mas tão importante quanto é estabelecer estratégia de entrada para que estes produtos sejam absorvidos por um mercado que também é cada vez mais exigente. Para isto é preciso analisar a estratégia, definir o mercado e o produto, a tecnologia de processos e aí sim chegar à venda e distribuição. Uma forma de buscar diferenciação e sair da
concorrência por preço é atuar por nichos, atendendo necessidades específicas dos usuários. Entretanto, pra trabalhar por nichos, é necessário conhecer as necessidades daquele mercado e tornar-se especialista. O desenvolvimento de linhas de calçados femininos, com design, fôrma diferente, para atender às especificações delas, tornando o calçado mais atrativo, é um filão que precisa ser explorado no Brasil, defendeu o palestrante. Outra necessidade é a integração entre as áreas da indústria marketing, desenvolvimento, produção e comercial, para juntas definirem a forma de comunicar ao mercado as características do produto e os benefícios que ele traz para o usuário. Isso melhora a comunicação do setor, que ainda é uma área muito técnica e pouco entendida por quem compra os produtos.
O que se viu na A+A Conforme Deivis, o que se percebeu na feira é a inovação em design, para fazer calçados com identidade, o que exige investimentos em pesquisa e desenvolvimento. - Cabedal: substituição de materiais, com o uso de soluções tecnológicas que agregam valor a partir da leveza dos produtos e consequentemente conforto. Malha tricotada está sendo usada por fabricantes europeus - não para todos os setores, mas além de primar pelo conforto e design reduz a necessidade de costura em 90%. Os modelos em microfibra também tiveram destaque, assim como os cabedais com alta frequência – outra opção tecnológica que reduz custos com mão de obra.
- Palmilhas: transpirabilidade que permite que o calor do pé passe pelo solado, mantendo o pé mais seco. - Solados: amortecimento para melhorar a absorção de impacto da pisada, como forma de garantir mais conforto e reduzir dores na planta dos pés. - Calçados poliméricos: soluções para higienização sem afetar a qualidade do produto e para evitar escorregamento em ambientes como restaurantes, frigoríficos, e até mesmo na área da saúde; é um material com custo competitivo e oferece um calçado mais durável e mais confortável.
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ABICALÇADOS ABRE INSCRIÇÕES PARA PREMIAR MELHORES
práticas da indústria A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) está com inscrições abertas para as empresas do setor que desejam concorrer na 6ª edição do Prêmio Direções. A iniciativa, que reconhece os melhores cases realizados nos anos de 2016 e 2017 nas categorias Gestão Industrial, Marketing, Internacionalização, Design e Sustentabilidade, além do Jornalista responsável pela melhor matéria setorial escrita ao longo de 2017. Segundo o gestor de Projetos da Abicalçados, Cristian Schlindwein, a iniciativa busca fortalecer a imagem do setor calçadista brasileiro, estimulando a competitividade por meio do reconhecimento de cases de sucesso nas áreas relacionadas às categorias de premiação. “O prêmio, mais uma vez, irá gerar referências positivas para o desenvolvimento da indústria calçadista brasileira. No mundo contemporâneo, a concorrência deve coexistir com a sinergia de esforços para um bem maior, que é o desenvolvimento da cadeia e do País”, comenta o gestor. Neste ano, a festa de premiação, marcada para o dia 26 de abril de 2018, em local a ser definido, promete ser ainda maior, pois marca os 35 anos da Abicalçados. “Queremos fazer uma grande confraternização setorial, demonstrar a força do segmento que, mesmo com todas as crises, se manteve forte ao longo da história”, projeta Schlindwein.
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Democratização
Schlindwein destaca que serão duas premiações por categoria, totalizando dez vencedores, além do jornalista com a melhor publicação. “O reconhecimento de duas empresas por categoria, uma de médio/grande e outra de micro/ pequeno portes, demonstra o caráter democrático da premiação”, ressalta, acrescentando que, no entanto, só concorrem empresas que alcançarem no mínimo 80% dos critérios estabelecidos no regulamento da iniciativa. “Premiamos somente projetos fortes e que tragam uma mensagem positiva e de proatividade para o setor calçadista”, conclui. A divisão de porte é a definida pelo Banco Nacional de desenvolvimento (BNDES), ou seja, empresas com até R$ 3,6 milhões anuais de faturamento se enquadram na categoria micro/pequeno portes e as demais na categoria superior.
Cronograma Abertura de inscrições: 06/12/2017 Prazo para inscrições online: 28/02/2018 Prazo para envio dos cases: 22/03/2018 Evento de Premiação: 26/04/2018 Inscrições gratuitas via site www. premiodirecoes.com.br
Benefício O Prêmio Direções é uma promoção da Abicalçados que conta com os patrocínios da Couromoda e Francal Feiras. Mais informações, regulamento e inscrições no site www.premiodirecoes.com.brou pelo e-mail direcoes@abicalcados. com.br. Os vencedores, além de troféu, recebem divulgação nos canais de comunicação da Abicalçados e também em eventos realizados pela entidade ao longo do próximo ano.
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ABICALÇADOS APRESENTA RESULTADOS DE
Missão Exploratória à China A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), por meio do Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), apresentou, no último dia 30 de novembro, os resultados da Missão Exploratória à China, realizada em setembro do ano passado. A coordenadora e a analista de Promoção Comercial da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli e Ruísa Scheffel, explicaram que a Missão passou pelas cidades de Xangai, Hangzhou e Chongqing, para um mapeamento do varejo local. Porém, o que mais chamou a atenção foi a modalidade e-commerce, que tem mais de 700 milhões de compradores ativos. “A China consome 25% da produção mundial de calçados, sendo que muito desse consumo tem vindo via digital, especialmente pelo chamado cross border e-commerce”, ressaltou Letícia, acrescentando que, em 2018, o país deve ultrapassar os Estados Unidos e se tornar a economia mais “digitalizada” do mundo. Entretanto, o mercado chinês exige altos investimentos, por isso a importância da apresentação nos principais
polos calçadistas brasileiros em busca de engajamento das marcas. “Por ser um mercado muito grande, os investimentos para imagem e promoção comercial são altos”, comenta, acrescentando que, em 2018, a meta é construir, em conjunto com as marcas parceiras e o Brazilian Footwear, a estratégia mais assertiva de inserção, que una a modalidade online com offline, já que o consumidor chinês ainda valoriza muito a loja física como ponto de experiência. “É um mercado difícil, mas que certamente valerá o esforço”, frisou a coordenadora. Já Ruísa comentou que as marcas que conseguem uma boa performance em vendas geralmente tem o apoio de um agente local, que entende o conceito da marca, mas encontrar esse parceiro é a grande questão. “É ele quem coordena todo o processo de posicionamento da marca, bem como a venda e distribuição do produto”, salientou a analista Ruísa.
Mercado gigante Com 1,4 bilhão de habitantes, a China é o maior mercado consumidor de calçados do mundo, tendo consumido em 2016 quase 4 bilhões de pares. Desde 2010, a Abicalçados, através do Brazilian Footwear, participa de missões e feiras locais, junto com marcas de calçados nacionais. Desde aquele ano, as exportações de calçados para lá aumentaram mais de 400%, saltando de US$ 1,4 milhão para US$ 6 milhões.
Exportações Brasileiras em calçados para a China (2016) Total em US$: 6 milhões Sintético/plástico/borracha: 84% Couro: 13% Têxtil: 3% Outros: 0% Injetado: 0% Variação 2015/2016 Sintético/plástico/borracha: 60,7% Couro: -23,7% Têxtil: -29,1% Outros: -48,3% Injetado: -88,0% Resultado 35,6%
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SEBRAE E IBTEC
avaliam resultados N
o último dia 19 de dezembro, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empesas (Sebrae/ RS) realizaram uma reunião para avaliarem os resultados dos projetos coletivos realizados em 2017. Neste último ano, as duas instituições se aproximaram ainda mais, somando as respectivas expertises para proporcionar aos negócios de micro e pequeno porte o acesso à inovação e tecnologia, visando ao fortalecimento da cadeia de valor. Dentre os projetos realizados em conjunto, dois se destacam - um para a gestão das substâncias restritivas nos fornecedores da indústria calçadista e outro para a certificação ABVTEX. Na avalição do coordenador técnico do IBTeC, Paulo Model, os resultados foram alcançados e as empresas ficaram muito satisfeitas com os trabalhos realizados. “Os dois projetos coletivos terão continuidade no ano de 2018”, garante Model. O Projeto Substâncias Restritivas
proporcionou que 36 empresas fornecedoras das indústrias calçadistas Beira Rio e Usaflex recebessem consultorias técnicas para se adequarem frente as principais legislações internacionais que regulamentam uma série de produtos químicos com relação aos limites utilizados tanto nos materiais quanto nos produtos acabados. As empresas participantes receberam cartilhas técnicas sobre o assunto e treinamentos específicos. Já no Projeto de Certificação da ABVTEX, 20 empresas de pequeno porte receberam consultorias técnicas para se adequarem e conquistarem a certificação, que é uma exigência para quem se propõe a fornecer para redes de lojas brasileiras e internacionais que têm foco nas questões ambientais, trabalhistas e de responsabilidade social. O gerente regional do Sebrae/RS, Marco Copetti, salientou que o IBTeC se reestruturou tecnologicamente e evoluiu na oferta de soluções, o que aumenta a importância desta parceria. “Cada vez mais as empresas não vão conseguir prosperar sem parcerias
IBTeC realizará simpósio de biomecânica e workshop de tecnologia e inovação O instituto está finalizando a programação do X Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado e I Workshop de Tecnologia e Inovação no Calçado, que terão como tema A diferenciação como fator de competitividade. Os eventos serão realizados nos dias 25 e 26 de abril de 2018, no Hotel Locanda (rua Wendelino Henrique Klaser, no35, em Novo Hamburgo/RS), das 14h às 20h. O encontro tem como propósito ser o principal fórum de apresentação e discussão de pesquisas e recentes estudos relacionados com a área da biomecânica e inovação do calçado, além de soluções em conforto e saúde dos pés, com a aplicação de tecnologias que possam agregar valor aos produtos e ser diferencial aos consumidores. Para isso estão garantidas as presenças de palestrantes nacionais e internacionais.
estratégicas. E este trabalho conjunto com instituto é muito importante para o setor. Nesta soma de know-how - o Sebrae com o aporte financeiro e o IBTeC com a transferência de conhecimento e tecnologia -, se consegue atender pontualmente a importantes demandas das empresas, cujos resultados trazem benefícios a todo o segmento”, destacou. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, comentou que há um respeito mútuo entre as instituições, o que proporciona a sinergia necessária para a realização de muitos projetos em benefício das micro e pequenas empresas. “O Sebrae é a agência com a maior capacidade no Brasil para o fomento dos micro e pequenos negócios, que são a base de toda a cadeia do couro e calçado, e essa aproximação cresceu muito neste último ano, trazendo novas oportunidades para uma série de empresas que antes não eram atendidas pelo IBTeC. Continuamos, sim, a prestar nossos serviços para as empresas de grande porte, mas agora as pequenas também recebem a devida atenção”, avalia o presidente.
Palestrantes que já confirmaram, com os respectivos temas: - Dr. Daren Stefanyshyn (Calgary/Canadá) - Calçado ocupacional - Dr. Luis Mochizuki (USP/SP) - Biomecânica - Dr. Leonardo Tartaruga (UFRGS/RS) - Movimento humano - Ms. Eduardo Wust (IBTeC/RS) - Tecnologia do conforto - Dra. Cristiane Reis Martins (UNIFESP/SP) - Calçado sustentável - Dr. Milton A Zaro (IBTeC/RS) - Acelerometria/Efeito das vibrações no corpo humano As inscrições estão abertas no site do IBTeC www.ibtec.org.br. Associados do IBTeC, associados da Sociedade Brasileira de Biomecânica, micro e pequenas empresas e estudantes (mediante apresentação da carteirinha da UNE) pagam R$ 140,00. Para o público em geral, o valor cobrado pela inscrição será de R$ 280,00.
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VERIFICADA EXISTÊNCIA DE DUMPING NAS EXPORTAÇÕES DE BORRACHA NITRÍLICA
para o Brasil F oi divulgado no dia 23 de novembro de 2017, no Diário Oficial da União, a Circular nº 62 da Secretaria de Comércio Exterior de 22 de novembro de 2017, informando que foi verificada preliminarmente a existência de dumping nas exportações para o Brasil de borracha nitrílica (NBR) originárias da Coreia do Sul e da França, e o vínculo significativo entre as exportações objeto de dumping e o dano à indústria doméstica. A NBR é comumente classificada no subitem 4002.59.00 (NCM) da Nomenclatura Comum do Mercosul. O produto objeto da
investigação é a borracha nitrílica (NBR), não hidrogenada e não estendida em óleo, com teor de acrilonitrila maior ou igual a 20% e menor ou igual a 50%, viscosidade Mooney a 100ºC variando entre 20 e 120, exportada pela Coreia do Sul e pela França para o Brasil. Ressalta-se que não estão incluídas no escopo da investigação as borrachas NBR na forma líquida. A alíquota do Imposto de Importação desse subitem tarifário se manteve constante, em 25%, durante todo o período de análise de dano. Cabe destacar que o referido subitem é objeto de preferências tarifárias, concedidas pelo Brasil/ Mercosul, que reduzem a alíquota
do Imposto de Importação incidente sobre o produto objeto da investigação. De acordo com o art. 7° do Decreto n° 8.058 de 2013 -, considera-se prática de dumping a introdução de um bem no mercado brasileiro, inclusive sob as modalidades de drawback, a um preço de exportação inferior ao valor normal. Neste sentido, é importante termos uma visão dos impactos sobre aplicação ou não no setor de componentes. Aos possíveis impactados pela medida é solicitado entrar em contato com projetos. inst@assintecal.org.br, informando os possíveis efeitos para a indústria.
IBTeC participa de Workshop voltado a profissionais
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o último mês de outubro, o coordenador da Unidade de Materiais do IBTeC, Ms. Ademir Varga, e o Coordenador de Ensaios Masculinos em Biomecânica, Dr. Rudnei Palhano, integraram a programação de um workshop, realizado na cidade de Timbó/ SC direcionado para técnicos de segurança do trabalho e engenharia de segurança. O evento foi promovido pelas empresas Conforto Arte-
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fatos de Couro e Adam Distribuidora, com o objetivo de disseminar o conceito do conforto e os benefícios que ele pode gerar à saúde dos trabalhadores. Nesta oportunidade, também foram abordadas as diferenças entre calçados ocupacionais, de segurança e proteção, bem como as últimas atualizações em relação à legislação, principalmente contemplando as normas EN 388 e EN 374.
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da área de segurança
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OPINIÃO Colunista Economia, política e tributação: o que dizer de 2017 ou desejar para 2018
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redução da inflação e, por conseguinte, da os velozes dias que caracteriprópria Taxa de Juros. Não obstante, há de zam um ano que se finda, se se ter presente que os juros reais brasileifaz, de um lado, uma espécie ros (deduzida a inflação) continuam a ocude balanço dos fatos que marcaram o par o posto de maiores do mundo, o que período precedente e, por outro, tenta-se é especialmente dramático em tempos traçar um cenário factível para o ano que de déficit público recorde. O pífio crescivirá. Tradicionalmente, isso realiza-se sob mento econômico brasileiro é uma clara a inspiração do inescapavel otimismo que manifestação deste processo todo, sendo contagia o “final de ano”; porém o final que sua face mais visível reside no encode 2017 parece ter representado uma lhimento da atividade econômica para exceção a essa regra. De qualquer forma, níveis muito próximos (em relação ao PIB) o “balanço” é necessário para que ilusodaqueles alcançados no início do Século riamente se possa controlar, marcar e reXX, especialmente em relação à indústria. gistrar o tempo no qual transcorre a vida. Dr. Marciano Buffon No campo tributário, o ano de 2017 foi No plano internacional, quando se doutor em Direito, da Unisinos marcado pela insegurança jurídica cresexamina em retrospectiva 2017, percebe- professor marciano@buffonefurlan.com.br cente, alimentada por ações governamense que o fenômeno do nacionalismo - já tais que, simplesmente, mandaram “as apontado neste espaço há meia década atrás - consolidou-se perigosamente, ante aos efeitos da “Grande favas” a Constituição. Entre outras, vale lembrar o “fim da desoCrise”, iniciada em 2008, bem como em face do avassalador pro- neração” da folha, por meio de Medida Provisória, não convertida cesso de imigração forçada, seja em vista de guerras, seja como em lei, que foi revogada por outra Medida Provisória, situação essa uma fuga à pobreza extrema, ou ainda ao radicalismo religioso. O sem precedentes na história. Também, a já mencionada elevação “medo do outro” alimentou o renascimento de uma perturbadora das alíquotas de PIS/COFINS sobre combustíveis, sem observânforma de fascismo contemporâneo, o qual imaginava-se estar li- cia dos princípios constitucionais da legalidade e anterioridade. Por sua vez, o Supremo Tribunal Federal também deu vre com o fim de todos os malfadados e trágicos “ismos” do Século XX (nazismo, fascismo, franquismo, stalinismo, salazarismo etc.). sua parcela de contribuição à insegurança jurídica, na mediNo cenário interno, infelizmente não se encontrou ra- da que embora tenha julgado, depois de mais de vinte anos, zões para comemorar 2017. Também por aqui, o retrocesso que o ICMS não compõe a base de cálculo do PIS/COFINS, até e o radicalismo, de vertente fascista, vem conquistando as o momento não conseguiu definir para quando vale tal decimentes de muitos, que fazem da história uma verdadeira “tá- são, nem como apurar os valores pagos indevidamente pelos bula rasa”, da qual nada se aprende e a partir da qual nada contribuintes. Além disso, contrariando jurisprudência pacífica se constrói, a não ser uma versão real da fantástica obra fic- da própria Corte, entendeu como constitucional a contribuicional de George Orwell, 1984, na qual, entre outras, cabia ção para o FUNRURAL, gerando um passivo inestimável para o Ministério da Verdade reescrever a história e alterar os fa- a indústria que adquire matérias-primas dos produtores rurais. Diante deste cenário, limitadamente descrito acima, o que se tos, de tal forma que se encaixassem na doutrina dominante. No campo político, a crise transformou-se em algo tão igual pode desejar e esperar de 2018? Humildemente, pode-se comeà constância, que crise deixou de ser. Isso produz uma espécie çar não repetindo os erros de 2017, para pensar em como, cada de anestesia coletiva, a partir da qual governa-se como se o um de nós, pode ser alguém melhor no ano que se inicia. Melhor povo não existisse, ou como se esse fosse um conjunto que ne- em que? Isso é uma resposta construída num plano individual, cessita da completa tutela do Estado, que a pretexto de prote- sendo que um indicativo disso poderia ser o seguinte questionagê-lo de um futuro nebuloso, constrói um presente insuportável. mento: estamos fazendo tudo que nos é possível fazer com os Os efeitos recessivos foram inequivocamente sentidos, no dias que nos foram dados a existir, ou desperdiçamos nosso temcampo da economia. Embora os índices de desemprego tenham po cultivando um individualismo quase patológico, desprovido se mantidos quase estáveis, ainda há um contingente muito ex- de compaixão e tolerância? Tal reflexão é tendencialmente apta pressivo de trabalhadores sem emprego formal. Tais efeitos fo- a fazer que, quando do próximo balanço anual, estejamos mais ram, inclusive e paradoxalmente, uma das principais causas de leves, livres e orgulhosos do que estamos fazendo, com os dias um dos poucos aspectos positivos na área econômica, que foi a que nos foram dados a existir. Que 2018 seja um ano grandioso!
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IMAGEM LUÍS VIEIRA
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SISTEMA DE POLIURETANO DA BASF PARA CALÇADOS DE SEGURANÇA GARANTE
resistência elétrica a EPIs A Peter Bauwens, acrescenta: “nossa parceria, baseada em cooperação mútua e investimento em P&D, está alinhada a nossa abordagem orientada ao mercado. Nossa liderança nesse produto pretende oferecer o maior conforto possível a nossos usuários finais”.
Elastollan Safety O TPU desenvolvido para calçados de segurança Propriedades como resistência mecânica, à abrasão, diferentes graus de rigidez e boa resistência à derrapagem são características do Elastollan. O material é usado nos solados de calçados de segurança fabricados por meio de moldagem por injeção ou moldado no processo de injeção direta de PU. O portfólio personalizado para calçados de segurança também abrange agentes antiestáticos para atender aos requisitos de descarga eletrostática (ESD), segundo os padrões de calçados de segurança. A linha Elastollan Safety oferece grandes possibilidades de liberdade de design. A cor e o formato do solado podem ser escolhidos de acordo com o design do calçado, até mesmo para solados externos multicoloridos. Em combinação com geometrias do solado bem definidas e personalizadas, também é possível obter uma boa resistência à derrapagem. A boa aderência entre os sistemas em TPU e em PU oferece aos designers um ótimo equilíbrio entre conforto e segurança.
Sistema de botas de inverno Além disso, foi possível expandir ainda mais a gama de produtos Elastopan para botas e obter um desempenho ainda melhor. Além do Elastopan para botas padrões, a Basf oferece um novo sistema de PU especialmente adequado para botas de inverno. O produto avançou no que diz respeito às propriedades de isolamento e leveza, deixando a perna flexível até mesmo a -20°C, resultando em maior conforto mesmo em condições climáticas extremas.
FOTO DIVULGAÇÃO
Basf oferece soluções para componentes de calçados a partir de um portfólio inovador de sistemas de poliuretano (PU) e poliuretano termoplástico (TPU). Motivada pela Bekina Boots, empresa líder de botas de PU para fins profissionais e de lazer, a Basf desenvolveu um material especial para uma bota com resistência elétrica superior: a primeira bota com esta característica feita com sistemas de PU em vez de borracha ou PVC. A Bekina Boots, conhecida por seus altos padrões de conforto, design, qualidade, segurança e certificações em sua Tecnologia Neotane, sempre buscando soluções tecnicamente avançadas, criou este método inovador - uma solução de material compatível, resistente eletricamente e com base em sistemas de PU. “Além das melhores propriedades que definem um par de botas produzidas com a nova tecnologia, em termos de conforto, leveza, isolamento, resistência à derrapagem e flexibilidade mesmo em temperaturas muito baixas (-20ºC), fomos solicitados a desenvolver um material com resistência elétrica. Lado a lado com a Bekina Boots, que investiu em equipamentos de teste de primeira linha, e orientados por seu profundo conhecimento de mercado, os técnicos alcançaram o objetivo graças a sua grande expertise e seu compromisso”, afirma Patrick Bolze, gerente de Marketing de Calçados, Esportes e Lazer da divisão de Materiais de Performance da Basf. O CEO da Bekina Boots,
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A MENTE E A IMAGINAÇÃO COMO GERADORAS DE INÉDITOS ESPAÇOS DE SATISFAÇÃO PLENA
DOS MERCADOS E DOS CONSUMIDORES CAPÍTULO 5/6 - O NOVO NÍVEL DO AVANÇO DA CIÊNCIA DA FÁBRICA: O SEU GERENCIAMENTO QUÂNTICO MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - Um passo essencial para alcançar e promover a competitividade plena da fábrica em descrição: Consolidar as habilidades da sua visão organizacional quântica. A física quântica, mesmo sendo um tema recente nas ciências contemporâneas, já ocupa um lugar de destaque entre estas, e continua expandindo a sua influência em todos os campos do conhecimento humano. No caminho de sua expansão e de suas aplicações, está obrigatoriamente a Nova Fábrica de Calçados (NFC). Esta organização caminha a passos largos para esta condição - ser uma organização quântica -, pois esta é movida pelo fundamento da simultaneidade de suas operações produtivas e demais processos auxiliares e de apoio. Lembramos, ao iniciarmos este tema, que os fundamentos da simultaneidade operacional desta fábrica já foram amplamente detalhados em capítulos e descrições anteriores. Avançando mais ainda no desenvolvimento de competências - tanto pessoais quanto organizacionais - para dominar o fundamento da simultaneidade, deve-se passar necessariamente pelo crescimento de habilidades para dominar uma visão quântica desta produtora de calçados em descrição. Não é uma demasia lembrar que a mente e a imaginação dos operadores e gestores desta organização sapateira deve estar alinhada com as habilidades desta visão quântica, pois sem esta condição a simultaneidade operacional da fábrica não será alcançada. Simultaneidade e comportamento quântico são irmãos gêmeos. Não há como fugir desta verdade.
A habilidade e o pensamento quântico O pensamento quântico manifesta-se por uma capacidade
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de pensar sob uma visão de paradoxos. Para quem não está habituado com o termo, “paradoxo”, segue a sua definição buscada no dicionário Mini Aurélio: 1 - Conceito que é ou parece contrário ao senso comum. 2 - Afirmação que vai de encontro a sistemas ou pressupostos que se impuseram como incontestáveis ao pensamento geral. Estas colocações afirmam e consolidam os sistemas de produção simultânea como sistemas quânticos de produção, conduzidos, portanto, por um pensamento quântico. Este modo diferenciado de pensar requer competências e habilidades incomuns dos seus operadores e gestores. O pensamento quântico é uma competência e uma capacidade pessoal e grupal para pensar paradoxalmente, ou seja, esta habilidade faz com que as pessoas transcendam os limites da lógica binária que é o modo de pensar segundo o principio equivocado assentado no par “Certo ou Errado”. Isto representa dizer que os eventos que nos cercam ou estão certos, ou estão errados, e não existe uma condição intermediária. O pensamento quântico é uma diferenciada e inovadora habilidade para criar respostas inovadoras para todos os desafios da Nova Fábrica de Calçados (NFC) e, por consequência, para os seus operadores e gestores, buscando, assim, a satisfação plena dos consumidores dos calçados que lhes são disponibilizados. É preciso ser compreendido que o princípio da simultaneidade operacional ampla e irrestrita cria situações e respostas proativas, efetivas e inéditas para os desafios dos mercados. Ela, a prática continuada da simultaneidade, é uma “fábrica de habilidades incomuns” para gerar satisfação aos consumidores e aos mercados. Quando se afirma que esta fábrica de calçados em descrição tem habilidades operacionais incomuns, estamos nos referindo às habilidades das mentes de seus gestores e opera-
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dores. Podemos afirmar também que a prática continuada da simultaneidade operacional é uma habilidade impar em ação.
2 - A habilidade do pensamento quântico na condução e domínio da simultaneidade plena da Nova Fábrica de Calçados (NFC) Se pensarmos em sistemas de produção, acredita-se hoje fielmente que os sistemas de produção devem seguir a lógica da linearidade sequencial - modelo fordista. Outra lógica de produção não é possível de ser pensada. Temos aqui o binário. Produção sequencial é o sim e a produção simultânea é o não. Mas quando abrimos a nossa mente para alternativas que são lógicas e aparentemente possíveis, estamos pensando de maneira quântica. Por não termos um pensamento quântico, acabamos perdendo as oportunidades para avançar e desenvolver inovações. A habilidade do pensamento quântico nos empurra e nos desafia para pensar de maneira diferente - dar um salto quântico na maneira de ver e de entender as coisas. Sempre que achamos ou “bolamos” uma maneira efetivamente diferente, estamos dando um salto quântico no que estamos propondo ou procurando fazer. Uma característica dos saltos quânticos é o de gerar os incrédulos, ou seja, aqueles que processam a
cultura do não dá pra fazer! A solução quântica da produção simultânea, além de ser estranha para os profissionais em sistemas produtivos, é vista também como algo irracional. Tirando os nossos olhos e pensamentos da produção de calçados, passamos a olhar o mundo que nos cerca: voar de uma cidade para outra utilizando o avião é uma ação cotidiana para muitos pessoas. Porém, quando Santos Dumont voou com o seu avião, o 14-Bis, ele deu um salto quântico no transporte de pessoas, mesmo sofrendo pesadas críticas da sociedade e das pessoas daquela época que sustentavam firmemente a impossibilidade de se voar. Voltando ao nosso tema central, que é o da produção de calçados: as mentes e a imaginação dos produtores deste produto devem absorver o pensamento quântico e dar um salto quântico de abandono dos atuais sistemas de produção de calçados baseados na sequencialidade linear dos sistemas produtivos e adotar os sistemas de produção baseados na simultaneidade operacional da produção. Os sistemas de produção simultânea são regidos e estruturados por regras e princípios definidos pela natureza onde vivemos. São sistemas naturalmente corretos, impulsionados pelas forças quânticas do ambiente onde vivemos e, mais ainda, são impulsionados e dirigidos pela energia da mente dos seus gestores e dos seus operadores.
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ARTIGO Técnico ESTUDO DA INTRODUÇÃO DE ESPONJAS DE LOUÇA PÓS-USO NA FABRICAÇÃO DE PLACAS À BASE DE EVA Amanda Miranda de Souza e Camila Maurer Orientadora Schana Andréia da Silva Estudantes do Curso Técnico de Química da Fundação Liberato, premiadas na Febrace-SP 2017 pela Fetec-MS; Prêmio de Inovação IBTeC 2016; 4° lugar na Mostratec 2016 na categoria Engenharia e Materiais
Resumo Objetivou-se incorporar esponjas de louça na fabricação de placas à base de EVA, com o intuito de reaproveitar um material que até o momento não apresenta reciclagem. No processo desenvolvido parte-se de uma massa pronta de EVA, na qual as esponjas são adicionadas inteiras, uma a uma, com o auxílio de um misturador aberto. Com isso, foram produzidos compostos com concentrações variadas de esponjas. Na reticulação das placas, verificou-se que as que continham esponjas apresentaram menor expansão com relação às placas feitas apenas com EVA. Foi realizada a avaliação mecânica do material, com os seguintes testes: tração, dureza, densidade e abrasão. Ao final dos testes, a placa produzida apresenta maior elasticidade, dureza e durabilidade, em comparação à placa de EVA comum. Sendo assim, o produto é um bom substituto para algumas aplicações do EVA como na produção de tapetes, tatames, brinquedos e solados.
Introdução A industrialização no mundo se faz muito presente nos dias atuais, e como consequência o volume de resíduos gerados anualmente cresce consideravelmente. De acordo com o Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil, os brasileiros produzem 68 milhões de toneladas de lixo urbano. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, somente 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reaproveitados, e apenas aproximadamente 1/3 de todo o lixo urbano é potencialmente reciclável. Todos os resíduos não recicláveis acabam sendo encaminhados para aterros sanitários e, dependendo do material de que são feitos, permanecem na natureza por anos sem sofrer alteração alguma. Um destes resíduos que não apresentam forma de reciclagem e não são biodegradáveis são as esponjas de louça (eCycle , 2016). Esponja de louça é uma manta de não tecido composta por fibras sintéticas, unidas com resina e material abrasivo, aderida à espuma de poliuretano. São utilizadas na limpeza de utensílios de cozinhas e outras superfícies. A cada ano se produz cerca de 360 milhões de esponjas multiuso, que são posteriormente descartadas (Empresa 3M, 2016). Existem diversas pesquisas de reciclagem de materiais poliméricos em que diferentes resíduos são utilizados como carga, reduzindo a quantidade de matéria-prima nova e dando um destino adequado ao resíduo (GRISON, 2010). Uma das matérias-primas muito utilizadas na indústria é a resina de EVA, um material termoplástico derivado do petróleo, sendo usado para a fabricação de placas para calçados, forro para vestuário de inverno, roupas de mergulho, tapetes, pisos, pastas, flutuadores, pranchas, e uma série de outros produtos comerciais (GRISON, 2010). Diante a isso, objetivou-se encontrar meios de introduzir as esponjas de louça pós-uso na fabricação de placas à base EVA, e comprovar qualidades e benefícios do produto através de teste.
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Metodologia Nesta seção, são apresentados os métodos utilizados, testes realizados e especificações dos processos feitos.
Coleta e preparo das esponjas O material foi coletado nas residências e na vizinhança das integrantes do projeto, e também na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha. As esponjas foram higienizadas em água fervente, a fim de retirar possíveis resquícios de gordura e micro-organismos (CLEANPEDIA, 2015). A secagem das esponjas pôde ser realizada em exposição ao sol ou também com o auxílio de uma estufa.
Preparação dos compostos O equipamento utilizado na preparação dos compostos foi um misturador aberto conhecido como misturador de rolos ou cilindro. Para o reaproveitamento de todo material, optou-se por utilizar-se a esponja inteira, tanto a parte de espuma de poliuretano (amarela) quanto a parte de fibra sintética (verde). Antes de adicionadas ao composto, as mesmas foram trituradas para facilitar a incorporação. Para o processo desenvolvido, foi utilizada uma massa de EVA pronta, não reticulada, cuja composição está apresentada na Tabela 1. Esta massa foi previamente preparada pela empresa Lamiclas e doada para a realização do projeto.
Tabela 1 – Receita de EVA para 1kg de massa Fonte: as autoras, 2016.
Foram adicionadas diferentes concentrações de esponjas às massas de EVA, e estas passaram pelos cilindros quentes com abertura de 0,8mm durante 5min, onde foram aquecidas e amolecidas. As esponjas trituradas foram adicionadas na quantidade de 5% p/p. Nos compostos 2 e 3 foi adicionado peróxido de dicumila para aumentar o grau de reticulação e deixar a mistura mais resistente (GRISON, 2010). No composto 3, foi adicionado também uma quantidade de azodicarbonamida, com o intuito de melhorar sua expansão (GRISON, 2010).
Na Tabela 2, pode-se ver a composição de cada composto:
Tabela 2
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ARTIGO Preparo dos corpos-de-prova Para preparação dos corpos-de-prova, foi necessário realizar o processo de reticulação, que consiste na reação de cura e conversão de termoplástico para termofixo (Stevens, M.P, 1999). Nesta etapa foi utilizada uma prensa, nas seguintes condições: temperatura de 165ºC e pressão de 150 bar e tempos de 7 e 4 minutos, de acordo com o molde utilizado.
Avaliação Mecânica Para comprovar as características do material, testes mecânicos foram realizados, sendo eles: Densidade (ABNT NBR 14453/13); Dureza - Shore A (ABNT NBR 14454/07); Abrasão (ABNT NBR ISO 4649/14); e Tração (ASTM D 412). Todos os testes foram realizados no Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) em Novo Hamburgo/RS.
Resultados e discussão Todos os compostos apresentaram um resultado visual homogêneo. Em comparação à placa de EVA comum, as placas produzidas apresentam um aspecto mais rígido e menos maleável. Gráfico comparativo de densidades (g/cm³)
Gráfico 1 – Densidade Fonte: as autoras, 2016
As densidades dos compostos produzidos são superiores à densidade da placa feita somente com EVA. Verificou-se, ao realizar a expansão das placas, que quanto menor a densidade, maior a expansão do composto. Gráfico comparativo de durezas (Shore A)
Gráfico 2 – Dureza Fonte: as autoras, 2016
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Analisando-se o gráfico, pode-se dizer que as esponjas tornam as placas mais rígidas. A rigidez da placa se torna ainda mais significativa quando adiciona-se a ela os agentes reticulante e expansor. Gráfico comparativo de abrasão (mm³)
Gráfico 3 – Abrasão Fonte: as autoras, 2016
O gráfico indica que os compostos apresentam um menor desgaste por abrasão, ou seja, as esponjas aumentam a resistência do material.
Tração 1) Módulo Elástico (MPa) Gráfico comparativo de módulo elástico
Gráfico 4 – Módulo Elástico Fonte: as autoras, 2016
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ARTIGO 2) Tensão na Ruptura (MPa) Gráfico comparativo de tensão na ruptura
Gráfico 5 – Tensão na Ruptura Fonte: as autoras, 2016
3) Alongamento na Ruptura (%) Gráfico comparativo de alongamento na ruptura
Gráfico 6 – Alongamento na Ruptura Fonte: as autoras, 2016
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Conclusão Ao analisar os resultados dos testes mecânicos, conclui-se que todos os compostos produzidos apresentam maior dureza, sendo mais resistentes ao risco. A partir do teste de tração, observou-se que os compostos são menos resistentes à ruptura e o teste de abrasão apontou o aspecto positivo de menor desgaste das placas com adição de esponjas. Conclui-se então que as placas que sofreram adição de esponjas possuem maior módulo elástico, dureza e durabilidade que o EVA comum. Sendo assim o material é um bom substituto do EVA comercializado em algumas de suas aplicações, pela característica de maior resistência, como tatames, tapetes, brinquedos e solados. A próxima etapa do projeto é a obtenção dos compostos a partir dos reagentes iniciais, com o auxílio de um misturador fechado. Até o momento não se teve como comprovar que o projeto é economicamente viável de maneira industrial, tendo em vista que terá que ser feito um plano de coleta de esponjas de louça, de forma a gerar uma conscientização para a reciclagem do resíduo, e também terão de ser feitos cálculos diante dos custos obtidos no processo de obtenção da placa. Isto será feito pelo grupo após resultados totalmente satisfatórios com a obtenção do protótipo final. Além disso, o grupo entrará em contato com a empresa Lamiclas a fim de produzir algum produto com o material.
Referências Livros BIASOTTO, Eloísa. Polímeros como materiais de engenharia. São Paulo. Editora Edgard BlucherLtda, 2000 BIASOTTO, Eloísa; MENDES, Luis. Introdução a polímeros. 2° Edição. São Paulo. Editora Edgar Bluncher, 1999. GRISON, Élyo ET al. Borracha e seus aditivos,2010. MELCONIAN, Sarkis. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 8° Edição. São Paulo. Editora Érica Ltda, 1998. MERCK INDEX, 11th Edition,9669. STEVENS, M.P. Polymerchemistry: anintroduction 3rd, ed. Oxford UniversityPress, New York, 1999. Internet Como limpar esponjas e panos de prato: a higiene correta dos seus utensílios de limpeza. Dispoível em: <https://www.cleanipedia.com/br/banheiro-e-cozinha/como-limpar-esponjas-e-panos-de-prato> Acesso em: set. 2015. Esponjas de cozinha ainda não são recicláveis. Disponível em: <http://www.ecycle.com.br/component/content/article/35-atitude/823-esponjas-de-cozinhas-ainda-naosao-reciclaveis.html> Acesso em : set 2015. FIBRAS ABRASIVAS SCOTCH-BRITE E FIBRAÇO - 3M. Disponível em: <http://solutions.3m.com.br/3MContentRetrievalAPI/BlobServlet?locale=pt_BR&lmd=1272307022000&assetId=1258560260244&assetType=MMM_Image&blobAttribute=ImageFile>Acesso em: jun. 2015. Qual a diferença de termoplástico e termofixo? Disponível em: <http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/termo.aspv> Acesso em: set. 2016. Anexos Foto: anexo imagensat
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ARTIGO Anexo | fotos das diferentes fases do projeto
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A 40 GRAUS 51 3593.7889 www.feira40graus.com.br pág. 39 ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 41 ABRAMEQ 51 3594.2232 www.abrameq.org.br pág. 87 ALTA TRANÇADOS 11 2618.2203 www.altatrancados.com.br pág. 73 C CICB 61 3224.1867 www.brazilianleather.com.br pág. 91 CIFA FIOS E LINHAS 19 3808.7777 www.cifafioselinhas.com.br pág. 96 COLORGRAF 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 35 COMELZ 51 3587.9747 www.comelz.com pág. 05 COUROMODA 11 3897.6100 www.couromoda.com pág. 27 COVESTRO 11 2526.3137 www.covestro.com pág. 02 CURTUME BANNACH 47 3642.0941 www.bannach.com.br pág. 93 D DÜRKOPP 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 97 F FÁBRICA CONCEITO 51 3553.1000 www.fimec.com.br pág. 59 FGV 51 3065.6437 www.fgvrs.com.br pág. 19 FIMEC 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 33 FISP 11 5585.4355 www.fispvirtual.com.br pág. 37 FOAMTECH 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 FRANCAL 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 42 FREUDENBERG 51 3511.4900 www.freudenberg-pm.com pág. 17
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G GUIA ASSOCIADOS 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 65 I INSTITUCIONAL IBTEC 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 98 IQX 19 3305.2610 www.iqx-inove.com.br pág. 88 ISA TECNOLOGIA 51 3595.4586 www.isatecnologia.com pág. 99 ITM 54 3261.0700 www.itmtextil.com.br pág. 07 L LAB. BIOMECÂNICA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 50 LAB. EPI 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 81 LAB. MICROBIOLOGIA 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 63 M MÁQUINAS MORBACH 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 09 METAL COAT 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 25 P PRIME CHEMICAL 16 3720.7330 www.primechemical.com.br pág. 60 PROAMB 54 3085.8700 www.proamb.com.br pág. 21 S SMS 51 3587.8787 www.smsmetais.com.br pág. 92 STICK FRAN 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10
ENTIDADES DO SETOR ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 FEIRAS DO SETOR BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (51) 2131.0400 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889
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