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3.2 O carnaval do centenário da abolição
3.2 O Carnaval do centenário da abolição
No ano de 1988 foi marcado pelo centenário da abolição da escravidão no Brasil. A notoriedade deste fato se desdobrou em diversos seguimentos da sociedade de diversas vertentes ideológicas que não ficaram indiferentes a este centenário, o governo Brasileiro emitiu moedas de CZ$100,00 em memória da abolição, veículos de comunicação reproduziam constantemente a história escravagista do Brasil, as questões raciais daquela contemporaneidade, assim como as discussões sobre o papel da nova constituição em relação às leis contra o racismo e posses das terras das populações quilombolas e indígenas. Dentro deste contexto de discussão pública, surgem instituições civis que lidam com questões relacionados às diferentes formas de racismo e segregação, como o Instituto da Mulher Negra – Geledés, em São Paulo, Projeto Vida de Negro, no Maranhão, União de negros pela igualdade (UNEGRO) em Salvador, Criação da Fundação Cultural Palmares,145 assim como já conhecidas frentes de resistência como o Partido dos Trabalhadores surgido em 1982 de origem sindical e principal partido de oposição ao Governo Sarney também se manifestou formalmente sobre a realidade racial no Brasil naquele contexto de centenário da abolição.
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O movimento Negro do PT pretende participar ativamente dos “festejos” do Centenário da Abolição. Mas irá participar de forma crítica e desmistificadora. O que significa abolir? Extinguir, acabar, revogar. Doutrinariamente, a Abolição deveria corresponder à consagração do abolicionismo, à redenção do agente do trabalho escravo. No entanto, ocorreram simultaneamente dois movimentos convergentes de caráter abolicionista. Um, que era expressão do liberalismo e do humanitarismo radicais dos brancos, com frequência nascidos na casa-grande ou aliados aos interesses senhoriais, e que queriam libertar o Brasil da nódoa e do atraso da escravidão. Outro, que vinha da senzala e exprimia a luta do escravo para passar da condição do escravo para a condição de homem livre. O primeiro movimento era pacífico e em essência, libertava a sociedade dos entraves ao desenvolvimento capitalista, que resultavam da mobilização do capital e da inibição dos dinamismos do capitalismo comercial e industrial, que provinham da persistência do modo de produção escravista e do trabalho escravo. O segundo associava-se a violência, à fuga, ao aparecimento de quilombos e à fermentação de conflitos sociais nas fazendas, nas zonas de plantação e mesmo nas cidades. Joaquim Nabuco e José do Patrocínio representavam o primeiro moviment o. Negros escravos e libertos anônimos eram os paladinos do segundo
145 Bi s po, Deni s e Mari a Souza. Ens ai o s obre
movimento, que ganha corpo aos poucos na última década do século XIX, leva a desorganização às fazendas e inquietações sociais aos lares dos grandes proprietários. (...)146
Dentro do mesmo panorama crítico aos festejos dos cem anos da abolição, na terça feira de carnaval o então deputado federal por São Paulo Luis Inácio Lula da Silva escreve na coluna tendências e debates da Folha de S. Paulo que abordará um assunto que: “nem sempre a constituinte aborda”, ele ressalta que no período muito vai se elogiar as festas e a contribuição negra na cultura brasileira, mas na quarta feira ninguém mais lembra.
“Mas é preciso não esquecer, é preciso não esquecer que a grande, a imensa maioria do povo brasileiro é constituída de gente pobre, isto é, de gente que não tem do que se alegrar, porque vive em condições de miséria extrema, ou de acentuada pobreza, tem baixíssimos salários, mora em condições péssimas, não tem atendimento médico adequado e não tem acesso à educação. E, não por acaso, a maior parte dessa imensa maioria de pobres é constituída de negros. Esses brasileiros são duplament e marginalizados: porque são pobres e porque são negros. É um grande mito a tão decantada “democracia racial”(...)”147
Uma grande marcha na cidade do Rio de janeiro intitulada de “Marcha contra a farsa da abolição” gerou um grande embate com o poder público, especificamente com o exército. A marcha foi realizada no dia 13 de maio de 1988, palavras de ordem eram repedidas como: “Vamos caminhar até onde o racismo deixar”, “Aqui no Rio de Janeiro não tem diferença nenhuma com a África do Sul” ou ainda “O negro existe para constituinte”148
A tentativa do exército de impedir a manifestação que ocorreria no final da tarde, se deu quando pela manhã do dia 11 o centro da cidade encontra-se repleto de militares e o palanque montado pela RIOTUR é destruído por eles149 .
146 El aborado e publ i cado como documento na Comi s s ão Peti s ta do Centenári o da l ei Aurea; Raça e Classe. Bras íl i a, Ano 1, nº4, 1988. Conti do em Fernandes , Fl ores tan. O s i gni ficado do Protes to Negro. São Paul o: Expres s ão Popul ar co-edi ção Edi tora da Fundação Pers eu Abramo, 2017. P. 103. 147 Fol ha de S. Paul o, 16 de feverei ro de 1988. P. A3.
148 Imagens fei ta pel a produtora Enugbari jo, di s ponível no s i te MAMATERRA. 149 Rel ato de Amauri Mendes Perei ra em arti go di s ponível no s i te MAMATERRA.
Sobre a repressão do exército neste ato, o aparato de vigilância ainda funcionava no governo José Sarney como descreve Miriam Lopes Cardira sobre os estudos do pesquisador Lucas Pedreti.
Dois pontos chamaram a atenção do Historiador. Primeiro, a repetição já no Governo José Sarney dos mesmos métodos de investigação, modelos de relatórios, linguagem e linha de pensamento adotados nas duas décadas de autoritarismo. Depois, a convicção dos militares em negar o racismo e impedir qualquer versão da história que não confirmasse o protagonismo da princesa Isabel e de figuras como José do Patrocínio, Rui Barbosa, Castro Alves e Joaquim Nabuco- todos citados no relatório periódico mensal (RPM) de 10 de maio de 1988(... )
Ainda sobre o RPM do dia 10 de maio há uma menção sobre o carnaval: “ não foi por acaso que quatro escolas abordaram o tema da escravidão, saindo vencedora a Unidos de Vila Isabel com : Kizomba, festa de uma raça, uma manifestação revolucionária negra contra os brancos” o texto ainda cita a presidente da escola, Russa, identificada pelos militares como “mulher do conhecido Martinho da Vila e comunista filiada ao PCB”.150
Sobre essa movimentação no ano de 1988 a professora Sueli Carneiro faz a seguinte análise:
Em 88 o movimento negro brasileiro deu a resposta adequada ao Estado Brasileiro, as tentativas de manipular o sentido do centenário da abolição. Aquilo que a gente tinha definido anos atrás como uma data de denúncia, acho que a gente havia feito isso cabalmente no contexto do centenário. Tanto que, no Rio, a repressão foi em torno da Marcha Contra a Farsa da Abolição. É a medida de quanto a gente conseguiu confrontar aquela tentativa de mistificação das condições a que se deu a abolição.151
Pela proximidade cultural e ideológica, muitas escolas de samba de várias cidades no Brasil escolheram como enredo este tema, produzindo canções memoráveis, muito presente nos ensaios e rodas de samba ainda nos dias atuais.
150 Reportagem de Mi ri an Lopes Cardi a, di s ponível no s i te do Arqui vo Naci onal .
151 Entrevi s ta de Suel i Carnei ro em 1/7/2004. In: Depoi mentos ao CPDOC. Ri o de Janei ro: Pal l as; CPDOCFGV, 2007. P 252.
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A da Rede Globo apresenta uma vinheta nada convencional no final de 1987 com aproximadamente 3 minutos. Reuniu muitos artistas brasileiros negros e desejava axé para o novo ano. Através desta peça publicitária, podemos perceber a grande notoriedade sobre o centenário da abolição no Brasil. Os jornais ampliaram a cobertura anterior ao desfile, publicam as letras dos sambas enredos, os históricos das escolas, os quesitos a ser julgado, a grande procura por ingresso e a intervenção da prefeitura e Estado na organização do evento, ainda que realizado pela iniciativa privada, fato corrente até o recorte final da pesquisa, além da greve dos motorista e cobradores no dia do desfile principal. Fato marcante no desfile de 1988 é o impasse entre os enfeites por toda a passarela com a temática da abolição e o prejuízo a cobertura televisiva, destacado pelo Jornal O Estado de S. Paulo, a prefeitura se recusa a tirar a decoração feita pelo carnavalesco carioca Raul Diniz.152 Neste ano em que os ingressos se esgotaram antes do desfile, apesar dos grandes problemas enfrentados por aqueles que queriam adquirí-lo
152 O Es tado de São Paul o 4 de feverei ro de 1988, p 13.
antecipadamente, duas personalidades relacionadas a representações artísticas negras foram homenageadas. Uma delas é Oswaldo Sargentelli, radialista, apresentador de televisão e empresário de casas noturnas com apresentações de samba, onde as mulatas eram o grande destaque das apresentações.
Sargentelli nos mostrou ô ô A sua arte e a criação E na Lapa este menino Ao nascer quis o destino Lhe entregar à canção popular uma força concedida Por seu tio Mestre Lálá E no Rio "viva meu samba" No meio de gente bamba E a Portela à desfilar
Salve a mulata, bela e faceira Com orgulho leva nossa bandeira O mundo inteiro já conheceu Este gingado da mulata brasileira
Foi aí que a vida lhe sorriu Que fascinação E foi tão grande o grito que lhe surgiu Cinquenta anos de rádio e televisão Iemanjá sua fé Que lhe dá muito axé E empolgação
Nesta avenida colorida O Águia mostra sua vida De emoção153
Este enredo vai de encontro a hipersensualização do corpo da mulher negra, que foi amplamente explorado na segunda metade da década de 1980 pela televisão nas transmissões dos desfiles das escolas de samba. Além disso, reativa as homenagens a personalidades já conhecidos na mídia, e traz de volta a exploração deste tipo de enredo pelas escolas. Outra personalidade homenageada neste ano foi Jorge Amado pela Vai-Vai.
Bahia O seu nome principia Com o canto e a magia Que o negro sopra pelo ar Cantando Sua terra sua gente Seu passado, seu presente
153 Enredo: Menino da Lapa (Sargentelli). Compositores: Pindaia, Cachaça, Dengo.
O futuro só Deus dirá Jorge Amado Mestre na literatura Fez da epopeia de um povo A sua arte em romance e ternura Olha a folha da mangueira Ae Bahia Quando venta cai no chão Ae bahia E na “Tenda dos milagres” Lindos sonhos ressurgiam Retratando a esperança Para o renascer de um novo dia Negros, índios e brancos Oh! Linda aquarela Daí surgiu a pele da mulata E a morena cor de canela A formosa “Gabriela” Tem afoxé, tem candomblé, feitiçaria Devoção na escadaria, vou rezar E põe as cartas, joga búzios, tira a sorte Se o milagre é muito forte Vou mandar riscar154
A obra de Jorge Amado recebeu, ao longo de sua construção, algumas críticas em relação à estereotipagem de seus personagens, o que nos cabe neste trabalho é analisar a representação sobre a negritude nos desfiles. Segundo o jornalista Moises da Rocha que comentou o desfile televisionado pela Rede Globo naquele ano, a pesquisa do carnavalesco Ulisses da Cruz baseouse no livro Tenda dos Milagres, o que lhe ofereceu muitos elementos. Vale salientar que além do trabalho como carnavalesco em São Paulo e no Rio de Janeiro, Ulisses da Cruz foi diretor artístico, musical e teatral, além de diretor artístico da Rede Globo, dirigindo famosos artistas brasileiros de diferentes âmbitos.155 O desfile da Vai Vai apresentava um universo negro como senário, principalmente, a cidade de Salvador, que já se construirá pela ótica de Jorge Amado e já havia se consagrado na televisão por meio de mini series, novelas e filmes como Dona Flor e seus dois maridos, Capitães de areia, Gabriela Cravo e
154 Enredo: Amado Jorge, a História de uma raça brasileira. Compositores: Oswaldinho da Cuíca, Namur, Macalé do Cavaco. Vai-Vai, 1988.
155 Informações obti das nos s ites www.cruz.art.br e da revi s ta el etrôni ca de críti ca e es tudos teatrai s ISSN 1983-0300
Canela, Tenda dos Milagres e Tiêta do Agreste. A apresentação da escola foi dividida em duas partes: a primeira quando o negro chega ao Brasil e a segunda sobre a miscigenação.
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Na Foto do LP de 1989 com um carro alegórico do desfile da Vai-Vai em 1988 representando um navio negreiro e em destaque na frente da alegoria os orixás. O perfil panorâmico ilustrativo da foto tirada de um plano superior dificulta o destaque dado pelo carnavalesco. Não há nenhuma referência do fotografo, apenas departamento gráfico Continental. A ambivalência da narrativa que enaltece a cultura negra e reforça a ideia da miscigenação como identidade, o sincretismo religioso e hipersensualização da mulher negra, indo de encontro à exploração televisiva do nudismo nos desfiles das escolas de samba no período tem relação com a prática social em que o telespectador passa a ser uma realidade muito concreta nos desfiles de São Paulo. Outro enredo que merece destaque nesta nova realidade dos desfiles de São Paulo é o do Unidos do Peruche.
Atoto oabaluaê Atoto oabaluaê Vem oh claridade A Peruche canta a liberdade Ê! Mãe África Espalhando os seus filhos no mundo Esse banzo tão profundo Que despertam num segundo Quando alegre a caminhar Tantas estrelas a brilhar ao léo Não são brinquedos de Isabel Pixinguinha e Clementina Uma força que domina Uma luz que vem do céu Oiá, ieo Da raiz a flor mais bela Oiá, ieo É zumbi é Luther King e Mandella Negras pedras preciosas Levam o barco a remar Essa gente tão formosa Ilumina o meu cantar Quilombo Um canto livre ecoou Malê gegê filho de zambi Anuanas que vem de nagô Filhos de mãe preta Netos de Yorubá Contagiando o mundo Exaltando os orixás.156
Este enredo, tinha como carnavalesco Raul Diniz, respeitado artista e considerado pela imprensa ligada ao carnaval como discípulo de grandes carnavalescos cariocas como Fernando Pinto, Joãozinho Trinta, entre outros. Em entrevista com o jornalista Odirley Sidoro no site Sydney Resende Raul Diniz afirma: “Após a criação da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, criaram novos regulamentos e o carnaval começou a se profissionalizar.” Desmembrando a palavra “profissionalização” atribuída pelo carnavalesco do período que analisamos neste momento, percebemos que o
156 Enredo: Filhos de Mãe Preta. Compositores Joaquinzinho e Benê. Unidos do Peruche, 1988.
rigor da produção artística em relação ao desfile se desenvolve, assim como as exigências do concurso que eram amplamente divulgadas pela televisão. As novas características do desfile vão de encontro com algumas escolhas, incluindo a homenagem a Sargentelli e Jorge Amado, em que as subjetividades das apresentações se tornam menos presentes e, consequentemente, a facilidade de interpretação agrada ao público. Contudo, no enredo da Unidos do Peruche “ Filhos de mãe preta”, canção de Joaquinzinho e Benê, interpretado por Eliana de Lima e Jamelão durante o desfile, aborda a questão da abolição de uma forma diferente do “mito verde e amarelo”. O início da canção menciona Obaluaê, orixá relacionado ao poder da cura, da mesma forma que enaltece a liberdade. Além das referências artísticas de Pixinguinha e Clementina de Jesus, as questões políticas também são citadas com nomes emblemáticos, como de Marthin Luter King, Nelson Mandela e Zumbi dos Palmares. De forma sutil, a canção não coloca a Princesa Isabel como uma heroína, mas exalta a ação dos quilombos. E mostra a questão da vulnerabilidade social da população negra com a frase: “tantas estrelas a brilhar ao Leo. Não são brinquedos de Isabel” O samba encerra fazendo uma referência aos antepassados, muito presente nas tradições negras, à beleza da cultura negra e à devoção religiosa. Elementos da massificação presentes nesta apresentação não apagaram a essência crítica da sociedade contemporânea em relação à exclusão social e a luta pela igualde. Ainda em 1988 e o centenário da abolição, a Sociedade Rosas de Ouro, que homenageou Paulo Machado de Carvalho, se manifesta politicamente em relação ao dia para a celebração da consciência negra, exibindo uma faixa que não tinha relação com o enredo, mas se posiciona pelos dizeres: consciência negra o dia é 20 de novembro. Tal posicionamento torna-se paradoxal se compararmos com a canção do ano anterior que afirma que não há racismo em São Paulo. Juntamente com a questão simbólica de pressionar o poder público e sensibilizar o espectador para a importância do reconhecimento do dia da
consciência negra ligado a imagem de Zumbi dos palmares, estão presentes dezenas de reivindicações ligadas às diversas formas de segregação.
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A Colorado do Brás homenageou uma comunidade quilombola da região de Diamantina, MG que manifesta canto e dança de origem Bantu na festa de Nossa Senhora do Rosário. O enredo era “Cotopes do Milho Verde, de escravo a rei da Festa”.
É manhã de paz Que abraça e faz as peles mais unidas Que beleza Não criou raças, deus apenas criou vidas
Quilombo espalhou suas raízes E fez sua semente germinar Em ricas terras mineras Do milho verde vem um canto pelo ar Grupo de negros legendários Catopês tradicionais Fazem do festejo do Rosário Cenário dos nossos ancestrais
É bambaquerê que faz o corpo remexer É bambabará que sacode pra lá e pra cá É arruda de guiné Espantando todo o mal do olhar
Em forma de quilombo na avenida Colorado se agita no desfile principal
(e vem) vem mostrar ao mundo inteiro Que o negro brasileiro Canta livre e faz seu carnaval Cantando amor eu vou Porque feliz estou
É que a felicidade não tem cor.
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Na mesma linha, a Barroca Zona Sul trouxe para o carnaval o enredo “Nova mente”, fazendo um trocadilho com uma projeção de futuro para uma possível percepção diferente para as questões negras. Ambos os enredos fazem menção aos quilombos e à maestria da arte negra brasileira contido nos enredos. A canção da Colorado do Brás, afirma “Não criou raças, Deus apenas criou vidas”. Denunciando, indiretamente, as segregações ocorridas historicamente pelo olhar cristão. A fantasia das alas das baianas eram uma menção a nossa senhora do Rosário, proporcionando uma outra dimensão de justiça e religiosidade das comunidades quilombolas e reforçando a questão do hibridismo cultural, pois se o juízo de valor é cristão, a prática religiosa é africana quando o samba diz: Arruda de guiné espanta todo o mal olhado. Símbolo da luta negra no século XVIII, a irmandade de Nossa senhora dos homens preto se faz lembrar justamente na ala das baianas.
Meu samba Vida e arte dessa gente A barroca novamente Num cenário multicor Mãe África Seu mistério e magia Sob a luz da poesia É beleza e esplendor
Oia Zumbi Colhi o fruto que ele deixou Liberdade a semente Germinou a "nova mente" Oxalá iluminou Ai minha mãe menininha Olhai por nós Clementina de Jesus No céu ecoa sua voz
Negras raízes Que sedução primaveril Casa Grande e Senzala Obra de Gilberto Freire Um retrato do Brasil Que rei sou eu?
157 Enredo: Catoppes do Milho Verde, de escravo a rei da festa. Compositores: Dom marcos, Roná Gonzaguina, Edinho, Xixa, Minho. Colorado do Brás, 1988.