Educação Leonense: Professores em Ação

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Educação Leonense: Professores em Ação Organização Lilian Zieger Lisiane Couto Denisia Baldez de Freitas


Educação Leonense: Professores em Ação Organização Lilian Zieger Lisiane Couto Denisia Baldez de Freitas

Publicação da ASSERS Porto Alegre - RS 2009

ISBN 978-85-60524-05-1


E x p e d i e n t e Comissão Editorial Denisia Baldez de Freitas Lisiane Couto Lilian Zieger Revisão Lisiane Couto Diagramação e editoração eletrônica marcon.brasil Comunicação Direta correio@marconbrasil.com.br - Fone: (51) 3221.7878

Responsável pela publicação Consultoria Pedagógica Lilian Zieger e Equipe

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Educação Leonense / Lílian Zieger, Lisiane Couto, Denisia Baldez de Freitas (org.) – Porto Alegre: ASSERGS, 2009. 57p.

Inclui artigos de educadores do município de Capão do Leão/RS, participantes do Curso de Capacitação de Educadores 2009. ISBN: 978-85-60524-05-1

lilian.zieger@terra.com.br - Fone: (51) 3286.6898

Apoio Prefeitura Municação de Capão do Leão - RS Secretaria Municipal de Educação e Cultura

1. Educação. 2. Educação inclusiva. 3. Ensino de Nove Anos. 4. Magistério. 5. Inteligência emocional. 6. Educação infantil. 7. Ensino Religioso. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Simone Sessegolo Petrolli, CRB-10/1239

ASSOCIAÇÃO DOS SUPERVISORES DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL AV. Borges de Medeiros, 308/106 - 10º Andar - 90020-020 - Porto Alegre -RS Fone/fax: (51) 3228.3498 / 3286.7634 www.assers.org.br

Prefixo Editorial nº 60524


A p r e s e n t a ç ã o Estamos num momento histórico-político-social em que as exigências demandadas para a formação do cidadão, que a sociedade está a cobrar, trazem “à tona” novas discussões acerca do currículo, provocando um olhar diferenciado sobre suas faces e interfaces. Frente às novas expectativas da sociedade na formação do sujeito que deve atuar como agente transformador da realidade em que se encontra, vários fatores interferem diretamente, além do currículo escolar. Começamos apontando os primeiros passos dessa formação, que se dá no seio da família e continua com a instituição escolar. Atualmente, a aliança que existia entre a família e a escola está em processo de conflito, dificultando os primeiros passos da formação do ser humano. O que se percebe é que existem rupturas nessa parceria: a escola expressa uma linguagem, a família já não é mais a mesma, a sociedade tem suas exigências e apresenta inúmeras situações de aprendizagem diferenciadas. Como conseqüência, os professores não estão conseguindo desenvolver plenamente um “currículo” que contribua para a formação do sujeito, pois esse não está compartilhado com o atual contexto social. Essas rupturas e as suas conseqüências levam ao surgimento de vários problemas, que dificultam o desenvolvimento do trabalho nas escolas. Nesse contexto, as escolas começam a se “dar conta” e admitir de que existem outras instâncias que instigam e provocam aprendizagens, como a televisão, a internet e o próprio convívio nos grupos sociais onde se inserem os alunos e educadores, entre outros, que fazem parte do rol das mudanças “galopantes” pelas quais a sociedade passa cotidianamente. A escola é uma das responsáveis pela construção do sentido do saber e, muitas vezes, a relação dos conteúdos desenvolvidos com a vida humana somente é percebida em longo prazo. Volta-se, portanto, mais uma vez, à importância do professor e sua prática pedagógica, dando sentido a tudo que “ensina” e constrói junto aos seus alunos. O professor. sendo o mediador no processo da ação educativa. estabelece vínculos com o currículo, com a aprendizagem e a vida dos alunos. Um dos grandes desafios da escola do mundo hodierno é motivar alunos e educadores para o encantamento do aprender! O cotidiano da mídia, a televisão e seus apelos de imagens e sons, o fantástico espaço virtual e suas múltiplas possibilidades de comunicação e descobertas, entre outros motivadores, instigam

crianças, adolescentes, jovens e adultos ao surfar por sobre as ondas do conhecimento. Tais processos trazem consigo valores indiscutíveis, porém carregam a superficialidade e o imediatismo. A escola precisa assumir o compromisso com valores essenciais à manutenção da vida planetária e da felicidade humana: a reflexão aprofundada sobre o próprio conhecimento, as conseqüências das ações humanas e a continuidade da vida em sua plenitude. Historicamente os papéis de professores e alunos vem passando por ressignificações, deixando esses de serem detentores e reprodutores de saberes, mas ressurgem na cumplicidade entre querer ensinar e se permitir aprender a cada solução trazida, despertar dúvidas. Numa visão mais avançada, o conteúdo é o objeto e as habilidades são as ferramentas que geram a desestabilização. A simples explanação de um conteúdo representa o fim do problema, porém o desenvolvimento das habilidades em sua análise instiga a inteligência e a aprendizagem significativa. Por este motivo, é essencial que a práxis educativa desenvolva as capacidades e competências e propicie uma aprendizagem significativa, desmobilizando no educando a passividade e indo além dos conteúdos factuais. . Como aposta Zieger (1998) “a escola é um lugar pra ser feliz!” e felicidade se vislumbra na valorização dos saberes e fazeres dos educadores, da ludicidade permeada pela poesia como parte integrante do contexto escolar, do envolvimento de professores, alunos e comunidade na construção das aprendizagens. O vínculo, tão enfocado hoje como necessidade humana de sobrevivência e sentido de vida, somente se estabelece quando somos parte e não apêndices de uma realidade, quando nos sentimos vivendo junto, pensando junto, sem perder nosso próprio espaço individual de ser, sentir e agir. A revista que apresentamos resulta da reflexão de educadores do município de Capão do Leão, desenvolvidas durante Curso de Capacitação de Educadores no ano de 2009. Esperamos contribuir para a reflexão de educadores! Lilian Zieger Pedagoga/Consultoria Pedagógica Lilian Zieger e Equipe


Í n d i c e APRESENTAÇÃO

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O CONSELHO DE CLASSE COMO ESPAÇO PEDAGÓGICO

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Adriana Trautmann Bandeira José Inácio Garcia Campos Maria Cardelita Medeiros Costa

INCLUSÃO DE ALUNOS PPDS: PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

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A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NO COMBATE A VIOLÊNCIA 13 Carla Maria Becker Pertuzatti Denisia Baldez de Freitas

SUPERVISOR PEDAGÓGICO: ASSESSORAMENTO E COMPROMETIMENTO 17 Cátia Maria Bönemann Borges Paula Fernanda Costa de Oliveira

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Helena Madeira Costa Maria do Carmo Alves Schmalfuss da Rosa

APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO: PROBLEMA RELATIVO À METODOLOGIAS INADEQUADAS OU À FALTA DE RECURSOS? 41 Luciane Moreira Maria Inês Neumann Marques

UMA ESCOLA ESTRUTURADA PARA TODOS

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Maria Cristina Garcia de Castro Maria Tereza Brum Argoud

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A INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR

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Marlene Oliveira de Oliveira Mariela Castro Rodrigues

Eloisa Recaman de Oliveira

Eva Maria Morales Manke Maria Izabel Mendes Duarte

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Glaci Ferreira Ávila Nazi Oliveira Berny Medeiros

LÚDICO NO ENSINO RELIGIOSO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Ana Cristina Cantarelli Masseron Simonne Agrello Santos

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Gilciane Saes Baldassari Maria Anaurelina Gonçalves Carrett

EDUCAÇÃO INFANTIL COMO SUPORTE PARA SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

VALORIZAÇÃO DE EDUCAÇÃO: COMO TER UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE 11

O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS E A ESPERANÇA DE UMA APRENDIZAGEM EFETIVA

Eva Mara Soares Itatiana Duarte Borges

A PRÁTICA PEDAGÓGICA SE CONSTRÓI A CADA DIA

Alessandra Nizolli da Rosa Mariza Belleia Cavalheiro

UM OLHAR SOBRE A CARREIRA DOS PROFISSIONAIS DO ENSINO DE CAPÃO DO LEÃO

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMO TRABALHAR COM NOSSOS ALUNOS 27

ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA DE NOVE ANOS 23

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Neusa Ribas Ribeiro Gilsiara da Silva Zacarias Dutra

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA O EDUCADOR Santa Rute Costa Novo

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O CONSELHO DE CLASSE COMO ESPAÇO ESPAÇO PEDAGÓGICO Adriana Trautmann Bandeira José Inácio Garcia Campos Maria Cardelita Medeiros Costa

Resumo Este artigo se propõe a sistematizar as discussões feitas pelo grupo de estudos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Elberto Madruga, por ocasião da participação no Curso de Formação Continuada, promovido pela SMECD do Capão do Leão e tem por objetivo resgatar a importância de o Conselho de Classe ser entendido como um espaço pedagógico, no qual o processo ensino-aprendizagem como um todo é avaliado. Palavras-chave: Conselho de Classe. Avaliação. Fazer Pedagógico.

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INTRODUÇÃO

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O texto que segue tem por objetivo sistematizar uma das questões abordadas no Curso de Formação Continuada, promovido pela Secretaria Municipal de Educação Cultura e Desporto - SMECD - da Prefeitura Municipal de Capão do Leão, realizado sob a Coordenação da Consultora Pedagógica Lilian Zieger e Equipe, entre os meses de abril e maio de 2009. O tema central do presente artigo é o resgate do reconhecimento do Conselho de Classe como espaço pedagógico. Trata-se de uma ideia repensada e construída em conjunto por uma parte do grupo de coordenadores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Elberto Madruga. Pretendemos apresentar essa sistematização a partir de três momentos bem definidos. Em princípio, buscaremos esclarecer o conceito de Conselho de Classe, com o qual trabalharemos. Em seguida, faremos uma análise, uma autocrítica a respeito da forma como a escola vem desenvolvendo esse espaço. Por fim, procuraremos indicar caminhos para modelar o Conselho de Classe como espaço realmente pedagógico.

2 CONSELHO DE CLASSE: UMA CONCEITUAÇÃO O Conselho de Classe vem sendo entendido, em primeiro lugar, como uma reunião de professores. Em determinados momentos e ocasiões, conta com a participação de alunos, sob a orientação do setor de apoio pedagógico, e com a presença da Coordenação, Direção e Orientação escolar. Seu objetivo central consiste em proceder à análise do rendimento individual dos alunos, e coletivo das turmas, bem como a observação de


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procedimentos metodológicos e disciplinares. Dessa forma, o Conselho de Classe deve ser visto como um espaço no qual se discutem, não só o aproveitamento dos alunos, mas os métodos que podem ser adotados para melhorá-lo; um espaço de troca de experiências entre os professores e um momento de repensar suas práticas e metodologias.

Conselhos acabam acompanhando esse processo e também se transformando de acordo com as novas tendências. Por isso, quando abordamos a questão dos Conselhos de Classe, temos em mente os Conselhos reais, que são desenvolvidos na atualidade, sem objetivar comparações com outros tempos e lugares.

Teoricamente, acreditamos que o lugar ocupado pelo Conselho de Classe no quotidiano escolar esteja de acordo com o que vem sendo previsto pela literatura, tanto pedagógica como jurídica. A título de exemplo, citamos o que diz o Regulamento do Conselho de Classe da Escola Agrotécnica Federal de Sombrio/SC, em seu Artigo 1º: "O Conselho de Classe tem caráter deliberativo, sendo instância de reflexão, discussão, decisão, ação e revisão da prática educativa". Fizemos questão de frisar o "teoricamente", pois é justamente essa distância que existe entre teoria e prática, reflexão e ação, o ponto central desse artigo, ou seja, a ideia de que exista um efetivo Conselho de Classe não vem sendo atingida em nossa prática. Pretendemos nos valer desse espaço para refletir sobre esse tema.

Outro cuidado que precisamos ter é o de reconhecer que uma escola, cuja clientela se distribui em turmas de Séries Iniciais e Séries Finais do Ensino Fundamental, bem como em turmas de Educação de Jovens e Adultos, desenvolve, por natureza, Conselhos com características e dinamismos diferentes. Assim, deixamos claro que, quando nos referimos ao Conselho de Classe, estamos abordando as experiências obtidas com as reuniões envolvendo as Séries Finais do Ensino Fundamental.

Enfim, o Conselho de Classe é um espaço pedagógico e, por isso, possui um dinamismo e uma complexidade próprios desse; logo, não nasce pronto, não é mecânico, é construído por todos que dele participam.

3 CONSELHO DE CLASSE: UM ESPAÇO PEDAGÓGICO POR EXCELÊNCIA A E.M.E.F. Prefeito Elberto Madruga, ao longo de seus vinte e três anos de existência, vem acumulando diferentes experiências em se tratando de Conselhos de Classe. Parece-nos evidente que, pela própria historicidade do fazer pedagógico, os

Nesse sentido, o grupo vem tendo o reconhecimento que os Conselhos de Classe precisam ser melhor construídos, na intenção de resgatar o sentido pedagógico desse espaço, ou seja, existem algumas características nessas reuniões que necessitam ser remodeladas para que seu principal objetivo seja atingido: a reorganização do fazer pedagógico e, consequentemente, do melhor aproveitamento dos alunos. Uma das principais questões levantadas pelo grupo é o reconhecimento da necessidade de um tempo mais qualificado para a efetivação dos Conselhos. Nossa escola, com dezoito turmas de Séries Finais em apenas um dos turnos de funcionamento, muitas vezes, não consegue dar conta das inúmeras questões que deveriam ser abordadas nesse espaço. Em vista disso, na maioria das vezes, o foco do Conselho acaba por ficar restrito ao rendimento (geralmente ao baixo rendimento) de dados alunos em determinadas disciplinas, Educação Leonense: Professores em Ação

relegando-se para outro momento, portanto, uma discussão mais sólida sobre métodos e instrumentos de avaliação, troca de experiências concretas e alterações de procedimentos. Além disso, questões de caráter disciplinar, de atitudes e de comportamentos, acabam ocupando um lugar central no Conselho, em detrimento de questões de aprendizagem propriamente dita. De certa forma, a questão de um tempo mais qualificado para a realização dos Conselhos de Classe gera uma série de problemas que, de uma forma ou de outra, interferem nos resultados obtidos. Um Conselho produtivo precisaria contar com a presença do maior número de professores possível, bem como dos coordenadores, orientadores e direção, o que nem sempre é viável, uma vez que professores que possuem mais de um nível de ensino nem sempre conseguem se fazer presentes em diferentes espaços. Isso, às vezes, traz prejuízo à dinâmica da reunião. Outra questão bastante polêmica e delicada é a participação, ou não, dos alunos ao Conselho de Classe. Temos certeza da importância da presença dos alunos ao Conselho, pois, afinal, são eles a razão de ser da escola, e por sua vez do próprio Conselho de Classe. Logo, a leitura dos sujeitos acerca do processo de ensino-aprendizagem torna-se fundamental para o enriquecimento desse processo. No entanto, muitas questões se conjugam para que essa participação se torne produtiva, como, por exemplo, o reconhecimento da função do aluno representante de turma, o seu papel de porta-voz de um grupo e não de suas expressões. Muitas vezes, esse momento torna-se conflitante, pois nem todos os professores se sentem confortáveis com críticas ou mesmo observações. No Conselho de Classe, todos precisam aprender a saber ouvir e respeitar a opinião do outro,


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levando em consideração que esse outro também se encontra numa condição pouco favorável, a de porta-voz, e que ainda é um cidadão em formação, com poucas experiências de exposição como essa. O Conselho de Classe precisa ter o entendimento que o momento reservado ao aluno representante a ele pertence e, portanto, o espaço de suas manifestações deve ser garantido, sem prejuízos ou constrangimentos. Por fim, mas não sem menos importância, cabe lembrarmos a necessidade de os professores estarem com o seu trabalho em dia, ou seja, ao final de um bimestre, as avaliações precisam estar concluídas, principalmente se partimos do princípio de que a avaliação é um processo contínuo e cumulativo. Pode parecer impensável, mas, por vezes, acontece de nem todos os professores terem suas avaliações concluídas a tempo, o que traz prejuízo à dinâmica e à operacionalização do Conselho.

4 CONCLUSÃO Concluindo, fica nossa certeza de que o momento do Conselho de Classe deve ser entendido como um espaço pedagógico, justamente pelo fato de não ser somente um momento de avaliação do outro, mas um instante de auto-avaliação. Isto é, um momento em que a escola se auto-avalia, analisa, corrige, transforma e reconstrói sua prática. Por ser um espaço pedagógico, todos que dele participam aprendem de alguma forma: alunos representantes, professores, coordenadores, direção. Todos aprendem, pois é o momento de parar, pensar, refletir,

analisar, julgar, criticar, enfim, construir uma educação de qualidade e uma escola melhor para todos. Um Conselho de Classe, como uma aula, não nasce pronto, não possui manual de instruções; é complexo, dinâmico, interativo, dialógico; constituído por erros e acertos, com idas e vindas, perdas e ganhos. Como todo processo pedagógico, possui uma lógica própria, um ritual repleto de significados e representações, mas que ocupa um lugar crucial dentro desse organismo vivo que é a escola. Muitas vezes, é a partir dele que se decide, determina, define o futuro de um cidadão em formação: o nosso aluno.

BIBLIOGRAFIA ENGERS, Maria Emília Amaral; GOMES, Vanise dos Santos. Conselhos de Classe como espaço de Educação Continuada de Professores. (S/d) DE ONDE CONSEGUISTE O DOCUMENTO? Escola Agrotécnica Federal de Sombrio - EAFS Regulamento do Conselho de Classe. (S/d) DE ONDE CONSEGUISTE O DOCUMENTO? GONZALES, Elias Nunes. Conselho de Classe Participativo: Fator de Integração na Escola. São Paulo: Edições Loyola, Coleção Escola e Participação, 1987.

Resumen Este artículo se propone a sistematizar las discusiones hechas por el grupo de estudios de la EMEF Prefeito Elberto Madruga por ocasión de la participación en el "Curso de Formação Continuada", ofrecido por la SMECD de Capão do Leão, y tiene por objetivo rescatar la importancia del "Conselho de Clase" ser entendido como un espacio pedagógico donde el proceso enseñanza-aprendizaje como un todo es evaluado. Palabras llave: Clase del Consejo. Evaluación. Hacer Pedagógica.

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Professora da rede Municipal de Educação de Capão do Leão/RS. Professor da rede Municipal de Educação de Capão do Leão/RS. Professora da rede Municipal de Educação de Capão do Leão/RS.

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INCLUSÃO DE ALUNOS PPDS: PESSOAS PORTADORAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA

Alessandra Nizolli da Rosa* Mariza Belleia Cavalheiro**

Resumo No Brasil há 300 mil alunos matriculados em classes regulares. O conceito e o tratamento para Pessoas Portadoras de Deficiência têm passado por muitas transformações ao longo do tempo. Desde termos pejorativos a tratamentos absurdos nos tempos antigos. O termo “deficiente” abrange várias deficiências, tais como: mental, física, auditiva, visual e múltipla. O deficiente ainda é olhado com estranheza pelas pessoas, mas nossas escolas estão abrindo as portas para a inclusão. A Escola precisa passar por uma reestruturação nas suas dependências, no currículo e nas metodologias de ensino, assim como o professor deve ser preparado para trabalhar com alunos com essas necessidades. Todo este processo deve ser acompanhado sempre com muito apoio da família.

INCLUSÃO DE ALUNOS PPD (PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA) Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), existem 500 milhões de pessoas portadoras de deficiências no mundo. Dessas, 80% vivem em países em desenvolvimento. Do total de 400 milhões de pessoas portadoras de deficiência existentes nos países em d e s e n v o l v i m e n t o , aproximadamente 320 milhões são crianças. No Brasil, segundo o Censo realizado em 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência. • No Brasil, há 280 mil alunos com deficiência matriculados em escolas especiais de 1ª a 8ª séries. • Há outros 300 mil em classes regulares nessas mesmas séries. • Apenas 9 mil alunos conseguiram chegar ao ensino médio. • Há 18,2 mil escolas públicas para alunos portadores de necessidades especiais no país. Somente 120 títulos didáticos têm versão em braile, segundo informações do MEC. (Fonte: O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência, Instituto Ethos, 2002)

Quem são as Pessoas Portadoras de Deficiência? Há várias maneiras de conceituarmos quem pode ser classificado como portador de deficiência. Ao longo da história esses conceitos Educação Leonense: Professores em Ação


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mudaram, assim como as palavras utilizadas para exprimi-los. Termos como retardado, doentinho, mudinho, excepcional, mongolóide e outros não são mais aceitos, pois carregam consigo muitos preconceitos. Atualmente, os termos mais corretos e adequados são: Pessoa Portadora de Deficiência, Pessoa com Deficiência ou Pessoa com Necessidades Especiais. Sempre salientando o termo Pessoa. No Brasil, considera-se pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: • Deficiência Física: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física. • Deficiência Auditiva: Perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras. • Deficiência Visual: Perda total ou parcial da visão. • Deficiência Mental: Funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, que existe concomitantemente com déficit no comportamento adaptativo e que se manifesta durante o período de desenvolvimento. • Deficiência Múltipla: É a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam consequências no seu desenvolvimento global e na sua capacidade adaptativa. Em paralelo ao exposto, Jairo de Paula (2004) diz que No outro extremo da escala das habilidades intelectuais estão as pessoas que são consideradas superdotadas ou com altas habilidades, que se caracterizam por um notável desempenho e

elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: • Alta capacidade intelectual geral; • Aptidão acadêmica específica; • Pensamento criativo ou produtivo; • Capacidade de liderança; • Talento especial para artes; • Capacidade psicomotora.

POR QUE AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIAS SÃO “INVISÍVEIS”? Em certos momentos temos a impressão de que as pessoas com deficiência não existem, são vistas como fantasmas e raramente aparecem na televisão ou na política. Quando vistas, são observadas e tratadas como seres de outro mundo. Certamente, desde que o mundo é entendido da forma como conhecemos existem pessoas com deficiência, mas nem sempre esses indivíduos foram considerados da mesma maneira. O processo de reconhecimento das pessoas portadoras de deficiências na sociedade apresenta um histórico de exclusão, segregação institucional, integração e, recentemente, de inclusão. Numa retrospectiva histórica da Educação Especial, pode-se observar que aos poucos se desenrolou um processo de aceitação e foram descobertas as qualidades individuais das pessoas portadoras de deficiência. Em épocas anteriores, pessoas com necessidades especiais eram sacrificadas. A história registra as políticas extremas de exclusão de crianças deficientes. Em Esparta, eram atiradas de cima das montanhas. Em Roma, atiradas nos rios. Na Idade Média, os “diferentes” eram associados à imagens Educação Leonense: Professores em Ação

diabólicas, possuídos por maus espíritos e, por isso, perseguidos e sacrificados. No século XIX, temos relatos do começo dos primeiros estudos científicos da deficiência. Registrase aí a história do médico Jean Marc Itard (17741838), que se dedicou à recuperação do Selvagem Aveyron, o “menino lobo”, mostrando a educabilidade de um deficiente mental. No Brasil, em 1835, o deputado Cornélio França apresentou um projeto propondo a criação do cargo de professor de primeiras letras para o ensino de surdos-mudos, tanto no Rio de Janeiro quanto nas províncias. Seu projeto não prosperou. José Álvares de Azevedo, após seis anos de estada no Instituto dos Cegos de Paris, retornou ao Brasil com uma coleção de livros impressos e manuscritos em pontos salientes, cartas geográficas, pranchas e grades para escrita e operações aritméticas, objetos até então aqui nunca vistos. Azevedo foi convidado a expor seus ensinamentos ao imperador D. Pedro, que proclamou: “A cegueira já não é uma desgraça” e, imediatamente planejou a fundação, na corte, de uma instituição para a educação de meninos cegos. Em 12 de setembro de 1854, o imperador D. Pedro II fundou no Rio de Janeiro o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje denominado Instituto Benjamin Constant. Segundo a Constituição Brasileira, a educação inspirada no princípio da unidade nacional e nos ideais da liberdade e solidariedade humana é um direito de todos e deve ser dada no lar e na escola. A Declaração de Salamanca nos diz que o objetivo deve ser de promover a Educação para Todos, analisando as mudanças fundamentais de políticas necessárias para favorecer o enfoque da educação/integração, capacitando realmente as escolas para atender todas as crianças, sobretudo as que têm necessidades Educativas Especiais.


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CONCLUSÃO Numa Educação para todos, inclusive para os deficientes, é necessário que o ensino se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas. O sucesso da inclusão se dará nas possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. Nossas universidades não preparam os professores para receberem alunos deficientes. O que se vê na prática por parte dos educadores é uma busca por conhecimento inclusivo apenas quando se deparam com alunos especiais em sua classe. Nota-se a necessidade de uma redefinição de antigas práticas e o uso de novas alternativas pedagógicas, que favoreçam a todos os educandos. O professor não predetermina a extensão e a profundidade dos conteúdos a serem absorvidos pelos alunos. É o aluno que se adapta ao novo conhecimento e só ele é capaz de regular o seu processo de construção intelectual, de acordo com seu ritmo próprio. Os trabalhos em grupo na sala de aula ensinam a dividir responsabilidades, repartir as tarefas. O exercício dessas ações favorece a cooperação, o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e o trabalho de cada um no grupo. O apoio dado ao colega com dificuldade, pelo aluno dito “normal”, é uma atitude de extrema utilidade e crescimento. Torna-se primordial ao educador a troca de experiências com os outros professores, supervisão e direção das escolas. Através desses momentos, surgem sugestões criativas e também são avaliados os instrumentos de trabalho quanto ao entendimento

do aluno portador de deficiência. Utilizando esse compartilhamento de ideias, nessa ação conjunta, surgem as melhores maneiras de atender os alunos com necessidades especiais. O aluno especial dever ser valorizado pelas suas potencialidades, pelos sucessos (às vezes poucos, mas significativos) obtidos ao longo dos dias e não pela sua deficiência, ou seja, pelo que ele não pode fazer. O educador que possui um aluno especial em sua classe fica mais sensível até mesmo para perceber as dificuldades nos outros colegas. A inclusão é benéfica a todos os discentes, pois os mesmos compreendem e aceitam uns aos outros, respeitam-se, constroem uma sociedade solidária, desenvolvem amizades e preparam-se para uma comunidade de suporte e apoio.

Durante a vida escolar do aluno, a família e a escola devem caminhar juntos, pois somente através de incentivos positivos, tanto na escola como em sua casa, desenvolver-se-á o processo de ensino-aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA PAULA, Jairo de. Inclusão: Mais que um desafio escolar, um desafio social – São Paulo: Jairo de Paula Editora, 2 ed., 2004. MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é: Por quê? Como fazer? – São Paulo: Moderna, 1 ed., 2003.

Resumen En el Brasil hay 300 mil alumnos em clases regulares. El concepto y el tratamiento para las personas portadoras de deficiencia han pasado por muchas transformaciones a través del tiempo, desde términos peyorativos hasta tratamientos absurdos en los viejos tiempos. El término “deficiente” abarca algunas deficiencias, por ejemplo: mentales, físicas, auditivas, visuales y multiplas. El deficiente es visto con rareza por las personas, pero nuestras escuelas están abriendo las puertas para la inclusión. La escuela necesita pasar por una reorganización en sus dependencias, el currículo y las metodologías de la educación. Así como el profesor debe ser preparado para trabajar con los alumnos con estas necesidades. Todo este proceso siempre debe ser acompañado con mucha ayuda de la familia. * Alessandra Nizolli da Rosa Licenciada em Estudos Sociais/UCPEL Especialista em Psicopedagogia Institucional Universidade Castelo Branco. E-mail: esc.santoangelo@gmail.com – Capão do Leão. ** Mariza Belleia Cavalheiro Licenciada em Matemática/UCPEL Especialista em História e Geografia do Brasil Faculdades Integradas de Amparo. Educação Leonense: Professores em Ação


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VALORIZAÇÃO V ALORIZAÇÃO DE EDUCAÇÃO: COMO TER UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Ana Cristina Cantarelli Masseron* Simonne Agrello Santos**

Resumo O presente artigo visa apresentar algumas reflexões e estudos feitos sobre a questão da valorização da educação brasileira. A preocupação e a responsabilidade em resgatar os significados e a qualidade da educação tendo em foco a importância da colaboração e participação de todos (pais, professores, supervisores, gestores...) na construção de uma escola democrática, mas com uma educação que tenha como fins, desenvolver as potencialidades e a capacidade de socialização e aprendizado de todos os envolvidos nesse processo. A educação brasileira passa por uma serie de transformações e muitos valores precisam ser repensados. É importante e fundamental repensar sobre o papel da escola. Palavras-chave: Educação. Valorização. Qualidade.

Educação Leonense: Professores em Ação

INTRODUÇÃO Com o mundo em constante movimento, os avanços e as mudanças sociais, políticas e educacionais, alcançaram a sociedade com um impacto de extrema velocidade, fazendo com que a sociedade encare uma crise de valores que exigem que várias posições e decisões sejam repensadas. Lembrando que a educação visa formar cidadãos, produzir conhecimentos, conhecer sua historia, analisar e refletir sobre os fatos, aprender a valorizar atitudes, comportamentos e preparar para a vida e o trabalho, é importante repensar sobre o papel da escola e de todos nela envolvidos. Ressalta-se então, que o trabalho desenvolvido nas instituições escolares precisa de uma preparação de um planejamento prévio, uma direção a ser delineada e de profissionais competentes e compromissados com a tarefa de proporcionar uma educação de qualidade. Já que o ato de educar vai além, abrange muito mais que transferir informações, avaliar o certo e o errado, pois, compreende em ajudar, conhecer a realidade, questionar, obter informações, pois o educador pode e deve priorizar as aprendizagens significativas. O planejamento é a marca fundamental, através dele é possível avaliar as atividades curriculares, elaborar e ordenar, organizar objetivos, direcionar as atividades e associa-las aos conteúdos que sejam significativos a realidade local, assim discutindo e ampliando conhecimentos, que visem melhor desempenho, organização, oportunidades da apresentação dos conteúdos, contribuindo significativamente para a satisfação dos educando. O projeto político pedagógico deve atender as necessidades e realidade local de nossa comunidade escolar, traduzindo e expressando o que de fato e importante, atrativo e significativo.


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Além de planejar, discutir e elaborar são necessária disposição, disponibilidade e responsabilidade do corpo docente para que o trabalho de fato se efetive. Dentre planejar, elaborar e discutir há ainda a necessidade de avaliar os pontos positivos e negativos, pois o planejamento além de explorar saberes, produzir conceitos, promover o ensino-aprendizagem, deve ser flexível e estar sujeito a adaptações para melhorar a qualidade de trabalho. A escola deve oferecer para seus educando oportunidades, onde aprendam a compartilhar, desenvolvam suas habilidades de expressão, comunicação, diálogo e todas suas potencialidades, visando sua superação e seu aprendizado consciente, significativo. Silva (1981:10) afirma que: A escola é um sistema social, exigindo, para subsistir, que os papéis estejam claramente diferenciados Os indivíduos que desempenham papéis devem ser adequadamente treinados e distribuídos entre as diferentes posições Enfim, todos os atores podem relacionar-se, uma vez que, aceitem as mesmas normas sobre os objetivos que buscam e os meios que empregam para alcançá-los.

que permite uma analise concreta dos problemas existentes e a definição de estratégias de ação. Nesse contexto, formar cidadãos não é tarefa apenas da escola, “quando a escola não é importante para os pais, também não é para os filhos”. A historia da educação brasileira nos mostra que, sem luta, sem a ação dos interessados na melhoria da educação, nada se altera. Se quisermos uma comunidade participante, tendo com fim ultimo um ensino de qualidade, devemos agir coletivamente nesse sentido.

BIBLIOGRAFIA FERREIRA, Naura e AGUIAR, Márcia. Gestão da Educação. São Paulo: Cortez 2000 RAMOS, Cosete. Excelência na Educação: a escola de qualidade total. Rio de Janeiro: Quality mark, 1992. PARO V. H. Gestão Democrática da escola pública. São Paulo: Ática, 2001. SILVA, Naura Syria Corrêa. Supervisão Educacional. Petrópolis, RJ Vozes, 1981

Resumen Este artículo tiene como objetivo presentar algunas reflexiones y estudios sobre la cuestión de la recuperación de la educación brasileña. La preocupación y la responsabilidad de recuperar el sentido y la calidad de la educación se centran en la importancia de la colaboración y particiapação de todos (padres, maestros, supervisores, gerentes...) en la construcción de una escuela democrática, pero con una educación que tiene como propósito, desarrollar el potencial y la capacidad de socialización y aprendizaje para todos los implicados en este proceso. La educación brasileña a través de una serie de transformaciones y los valores deben ser importantes y muchas repensados. É replanteamiento fundamental sobre el papel de la escuela. Palabras llave: Educación. Valoración. Calidad.

O professor, o educando, o supervisor, o quadro administrativo, os pais e toda a comunidade, precisam desempenhar adequadamente suas funções. É justamente a integração desses elementos *Pedagoga com habilitação em series iniciais – Universidade Federal de Pelotas. Especialista em Psicopedagogia Clinica e Escolar – Universidade de Joinville **Pedagoga com habilitação em series iniciais – Universidade Federal de Pelotas. Especialista em Gestão Escolar com Ênfase em Orientação e Supervisão – Faculdades Portal Educação Leonense: Professores em Ação


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A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA NO COMBA TE A VIOLÊNCIA COMBATE Carla Maria Becker Pertuzatti* Denisia Baldez de Freitas**

Resumo O presente artigo busca refletir a função social da escola diante da crescente onda de violência que enfrentamos atualmente, intra e extramuros escolares. Afinal, fazem parte das responsabilidades da escola e dos profissionais que nela atuam formar o cidadão para interagir no mundo. Palavras-chave: Escola. Violência. Cidadania. Valores.

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O homem exerceu e foi alvo de violência desde os primórdios. A história da humanidade narra uma série de crueldades: a violência à qual Jesus Cristo foi submetido; o regime de escravidão imposto aos negros em vários países do mundo; no período do Brasil Colônia, o enforcamento dos líderes de movimentos republicanos; perseguição e morte aos judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, entre tantos outros. Para Rosseau (2006) "os homens não nascem naturalmente maus, a sociedade é que os transforma". Freud acreditava que o homem tem uma predisposição inata para a violência, porque nasce e cresce num ambiente violento. Para ele, a sociedade também era violenta. Sabemos que o homem não nasce uma "folha de papel em branco", como afirmava Rosseau (2006), mas reconhecemos a influência positiva ou não que o meio exerce na formação do ser humano. O fato é que, mesmo de posse dos conhecimentos da Psicologia, da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia e da Medicina Genética, continuamos a nos deparar com atitudes violentas, com a violação dos direitos humanos, assistindo, perplexos, aos noticiários da televisão e nos sentindo impotentes diante de tanta atrocidade. E, dentro desse contexto, encontra-se a escola, na qual se pode perceber que quando professores, diretores e demais trabalhadores em educação se reúnem para palestras, encontros, reuniões pedagógicas ou até mesmo na informalidade dos intervalos de recreio o assunto mais comentado e debatido é a onda de violência, que já vinha crescendo muito fora dos muros escolares, e que agora parece ter invadido a sala de aula, nos mais diversos cantos do país. São professores sendo agredidos verbal e fisicamente por alunos e até por familiares dos mesmos; são


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crianças e adolescentes cada vez mais se agredindo entre si. E, infelizmente, temos visto até professores agredindo seus alunos - como o lamentável caso da professora que colocou esparadrapo na boca do aluno. O que se constata é que a realidade social em que vivemos é repleta de relações contraditórias, muitas vezes, responsáveis pelas desigualdades sociais, e que têm como filha a violência. Assim, as mais diversas formas de violência invadiram todas as esferas do nosso cotidiano, estando presentes nas relações interpessoais, no trânsito, nos lares, nos órgãos estatais (em forma de corrupção), nas ruas, nas escolas e, sobretudo na mídia. A violência é um produto humano que deteriora a vida social e contamina toda a sociedade. Portanto, o que se pode ver é que violência e a cidadania estão travando uma verdadeira batalha ética, e que a primeira vem vencendo de goleada. E ficamos a nos perguntar onde está a falha, o que estamos fazendo de errado para que essa onda de violência venha a aflorar de forma tão séria. Todas as relações humanas através da história são intermediadas por ideologias que por elas perpassam. A expressão ideologia designa em sentido denotativo a teoria (genérica) das idéias. Marx retoma o termo e lhe confere um sentido distinto: A ideologia é um sistema de idéias, de representações, que domina o espírito de um homem ou de um grupo social. A ideologia de cada um é uma representação da relação imaginária do indivíduo, com suas condições reais de existência. É moldada basicamente pela relação do indivíduo com as figuras de autoridade que o cercam (ou melhor, pelos exemplos que lhe são dados por elas), principalmente nos anos iniciais de sua vida (época da formação e consolidação da personalidade). A ideologia religiosa, moral, jurídica, política,

familiar são concepções de mundo, formadas pela relação do indivíduo com o meio que o cerca. Embora essas concepções de mundo sejam em grande parte imaginárias e nem sempre correspondam à realidade, elas se referem à realidade de cada um e basta interpretá-las para encontrar a realidade, que controla as ações de cada ser humano em particular. Tais concepções são ou foram profundamente influenciadas pelas figuras básicas de autoridade que até o momento histórico atual normalmente servem de modelo para o ser humano em sua relação homem x meio, a saber, a autoridade familiar (pai e/ou mãe), a autoridade religiosa (padre/pastor/pai de santo) e a autoridade escolar (professor (a) /direção). Desde o seu nascimento, o ser humano se encontra envolto numa rede de valores herdados (transmitidos pelas figuras de autoridade que o cercam), porque o "mundo" é um sistema de significados estabelecidos por outros, ao longo da história. Inúmeros são os valores: econômicos, vitais, éticos, religiosos, culturais, escolares, estéticos, lógicos, que cobrem todos os campos de ação do homem, sem os quais, se não impossível, é extremamente difícil viver. Estando assim os valores profundamente presentes na ideologia que guia cada homem ou mulher em suas ações, são eles que emitem o parecer final antes de cada ação humana. Embora esse conjunto de valores, ou melhor, sua ausência, não seja tão facilmente explicitada e demonstrada, está presente naquelas ações ditas inexplicáveis, que vemos cada vez mais, tais como, pais matando filhos e vice-versa. Talvez o nosso maior erro seja o de querer qualificar e quantificar os valores que pautam cada ação, como filósofos de todos os tempos, muito já quiseram fazer. É o que Platão fez no mito da caverna, no qual as realidades deste mundo não passam de sombras, o Educação Leonense: Professores em Ação

reflexo de realidades transcendentais, que nos são inacessíveis. Para Comte, todos os valores se agrupam em três categorias: a Verdade, a Beleza e o Bem. Kant subordina toda a moral a um imperativo categórico: considerar o outro como um fim e não como um meio. Dessas reflexões bastante genéricas, surgiram conceitos paradigmáticos, como o de violência ou de paz. Tais conceitos não têm a concretude, a neutralidade da natureza, por exemplo, na qual todos os seres vivos, em todos os tempos, terão sempre suas especificidades e suas diferenças marcadas nitidamente. Os conceitos paradigmáticos, entretanto, estão comprometidos com o universo sócio-político e histórico no qual estão inseridos. No caso específico da violência, um universo que diz respeito ao uso do poder. Assim, embora os valores sejam categorizáveis, eles efetivamente valem para a práxis social, como diz o filósofo Garcia Morente: "Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valer." ( MORENTE in ARANHA, 2002, p.11 8 )

A violência só pode ser combatida se não formos indiferentes a ela, quando não tentarmos banalizá-la, mas, ao contrário, agirmos eficazmente contra ela aprimorando valores que se encontram esquecidos, pois as principais figuras de autoridade ou deixaram de transmiti-los com eficácia ou encontram-se ausentes da formação pelo exemplo, da construção do ser humano pelas bases sólidas e bem formadas que sempre foram dadas pelas


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instituições Família, Escola e Igreja. Esses aparelhos ideológicos se encontram capengas e com tremenda dificuldade de cumprir seu papel. Em famílias cuja figura de autoridade não existe, ou apresentam grande dificuldade para identificar tal representação, não ocorrem momentos de reunião e diálogo entre os membros que as compõem. Igrejas, das mais diversas denominações, perderam seu poder de mediação das relações humanas, ou porque já não tem a frequência de antigamente ou pelos escândalos, que levam sua autoridade ao descrédito, ou ainda, simplesmente porque a maioria dos jovens não mais questiona o amanhã (O 'para onde vou' não tem mais o mesmo peso na vida das pessoas. O aqui e o agora prevalecem). A escola tem priorizado a transmissão do conhecimento científico e incorporado o discurso de que "educação se traz de casa". O que vemos é um grande jogo de empurra, no qual uns tentam colocar a culpa nos outros, por erros ou, no mínimo, omissões de todos. Muitos ainda preferem se deter ao conceito simplista de que a função da escola deve consistir na transmissão de conhecimentos, tanto que o papel atribuído ao ato de ensinar por muito tempo priorizou as capacidades cognitivas, consideradas por serem relevantes para a transmissão do conhecimento cientifico. Entretanto, embora a escola não seja a única instituição responsável pela formação do ser humano, para determinados indivíduos e em determinados momentos, figura como única a se preocupar com eles como pessoas, em relação ao conhecimento por eles construído e suas atitudes. Em pleno século XXI precisamos abandonar a visão unilateral que define o ser humano pela racionalidade (homo sapiens) e pela técnica (homo faber). A educação não pode mais apenas se preocupar com o ensino de conceitos e

procedimentos, pois o homem da racionalidade é também o da afetividade (homo demens). Como bem nos coloca MORIN, somos "... seres infantis, neuróticos, delirantes e também racionais. Tudo isto constitui o estofo propriamente humano". (2000, p.15) A eterna dialógica sapiens/demens cria e destrói, nesta dupla pilotagem das construções humanas. Demens inibiu, mas também favoreceu sapiens, como observa PLATÃO: "Diké, a lei sábia, é filha de Übris, o descomedimento."(REFERENCIAS) A afetividade se levanta e destrói a escravidão, como por exemplo, na tomada da Bastilha e, ao contrário, o desenfreado culto à razão nutre a guilhotina. O exercício da verdadeira cidadania constrói um mundo melhor, em contraposição, a carência de poder usufruir direitos básicos de cidadão gera a violência. A educação sempre teve a preocupação básica de trabalhar no aprimoramento do homo sapiens, de aprimorar o intelecto: trabalhando apenas a inteligência acadêmica, as capacidades puramente cognitivas (aquelas centradas na lógica, no neocórtex cerebral, medidas pelo QI) com vista a preparar o homo faber adequado ao mercado; esquecendo-se por muito tempo que existe uma inteligência muito mais importante, que é a inteligência emocional. Conforme nos coloca GOLEMAN "inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e o dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos"(2000, p.64). Ousa-se dizer que a inteligência emocional é muito mais importante, pois apenas a afetividade é capaz de controlar os desmandos da razão técnica que criaram as armas atômicas, as bombas nucleares e validam a morte de inocentes na tentativa de parar o monstro que ela mesma criou (a Guerra do Iraque Educação Leonense: Professores em Ação

é o maior exemplo). Precisamos cada vez mais, em nossas escolas, nos preocupar com as atitudes de nossos alunos, com sua formação moral. Internalizam-se objetivos atitudinais quando uma pessoa possui um valor, age segundo ele e legitima as normas dele decorrentes; quando, sem precisar de controle externo, pauta sua conduta por essas normas, segue-as independentemente de ser observada. Por exemplo, não rouba porque, para ela, o não roubar representa um bem moral e não puro e simples medo de punição. De um lado a formação moral se dá processualmente, no contexto de socialização dos indivíduos, através dos exemplos de conduta moral com os quais convive. De outro, constata-se que, inter-relacionadas, encontram-se presentes as naturezas sapiens e demens, ou seja, a racionalidade e a afetividade. Numa sociedade como a nossa, em que a valorização do sucesso é um traço marcante, começando pela as formas de avaliação escolares, o que se vê são as pessoas lutando para alcançá-lo a todo custo, mesmo que o valor a ser pago seja o de passar por cima dos outros, das formas mais desonestas e até mesmo violentas. A violência impera nas ruas, nas escolas e até dentro dos lares. De forma que, para que as regras morais sejam efetivamente legitimadas, para que o ser biológico se torne cidadão, é preciso que haja a vivência de um sentimento de pertinência e inclusão. Na escola, o aluno precisa se sentir parte da coletividade, precisa ter alavancado o seu autorespeito, do qual dependerá em grande parte a realização de seus projetos de vida, de seu respeito pelos valores e pelas normas morais. O respeito pelos valores e pelas normas morais é parte integrante da identidade pessoal, da imagem positiva de si, é a ação conjunta da inteligência emocional (parte


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afetiva, demens) legitimados pela racionalidade (sapiens). Valorizar a presença da racionalidade na esfera moral significa ter a capacidade de dialogar, essencial a convivência democrática, e a discussão e reflexão dos valores morais gera o cidadão, gera o político honesto, comunhão equilibrada de demens e sapiens, afetividade e inteligência.

violência. A escola deve se contrapor à cultura de agressões no desenvolvimento de suas atividades, oferecendo projetos educativos, que possam discutir as situações de violência na escola e à escola, o papel da família e do Estado na formação dos seus filhos, a importância dos valores em nossa vida e tantos outros temas.

A intermediação dos adultos que rodeiam a criança e o adolescente, entre eles o professor, é de fundamental importância para a formação mental dos conteúdos, principalmente dos conteúdos morais que irão mediar à relação homem x mundo, ou seja, a ação do cidadão na sociedade.

Para finalizar, lembramos Paulo Freire e sua pedagogia libertadora (mas consciente), que nos coloca a escola como um dos cenários para se tratar dos conflitos, certamente através de muito diálogo e amor pelos demais.

A LDBN 9394/96 é clara no seu artigo 2º quando diz: ...a educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A escola não é a única instituição responsável pela formação plena do indivíduo, mas ela ratifica em suas propostas pedagógicas esse compromisso. E, em muitos momentos, ela (escola) é a única a se preocupar com o educando, tanto no que se refere à construção de seu conhecimento como a formação de seus valores e de sua percepção de mundo. A escola enquanto instituição de ensino precisa assumir o seu papel de trabalhar na formação da cidadania, continuar gritando por ajuda e cobrar a parcela de colaboração dos outros atores no processo educativo, principalmente a de um Estado combativo, que auxilie no combate à

Escola é... o lugar onde se faz amigos não se trata só de prédios, salas quadros, programas horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece e se estima. O diretor é gente, o coordenador é gente, o aluno é gente, cada funcionário é gente. A escola será cada vez melhor na medida em que cada um se comporte como colega, amigo, irmão. (FREIRE, 1992, p.34)

BIBLIOGRAFIA FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a pratica educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996. FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. São Paulo, Paz e Terra, 1992. FREUD, Sigmund. Resumo das Obras Completas. Editora Atheneu, 1998. GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com a Inteligência Emocional. Porto Alegre, Artmed, 2000. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à Educação do Futuro. São Paulo, Cortez, 2000. ROUSSEAU, Jean Jacques. O Contrato Social. Editora Martins Fontes, 2006. TIBA, Içami. Ensinar Aprendendo. São Paulo, Gente, 1998. ZABALLA, Antoni. A Prática Educativa. Porto Alegre, Artmed, 1998.

Resumen Este artículo pretende reflejar la función social de la escuela delante de la creciente ola de violência que nos enfrentamos hoy em dia, dentro y fuera de la escuela. Después de todo uma parte de lãs responsabilidades de la escuela y de trabajo de los profisionales que los ciudadanos, para actuar en el mundo. Palavras llave: La escuela. La violencia. La ciudadanía y los valores. *Supervisora da SMECD. Graduada em Pedagogia pela UCPEL. Pós-graduada em Educação pela UCB. **Supervisora da SMECD. Graduada em Pedagogia pela UCPEL. Pós-graduada em Educação e Sociedade pela UFPEL. Educação Leonense: Professores em Ação


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SUPERVISOR SUPER VISOR PEDAGÓGICO: ASSESSORAMENTO E ASSESSORAMENTO COMPROMETIMENTO COMPROMETIMENTO Cátia Maria Bönemann Borges* Paula Fernanda Costa de Oliveira**

Resumo Na atual realidade da educação brasileira, constata-se que a cada dia cresce a necessidade do supervisor pedagógico em nossas escolas, nas quais esse profissional deve impulsionar e direcionar um trabalho de qualidade em que o processo ensinoaprendizagem seja contínuo e claro, a partir de parcerias, integrando e interagindo com o grupo no qual está inserido. Palavras-chave: Supervisor Pedagógico. Professor. Processo Educacional.

Fazendo uma retrospectiva de como o supervisor pedagógico era visto em décadas passadas, constata-se que por volta dos anos 70, ele era reconhecido como um sujeito que tinha a responsabilidade de fazer com que a escola funcionasse muito bem em todos os setores, era ele quem detinha o super poder orientador e controlador. Isso sob uma influência taylorista, na qual se valorizava a racionalidade. Etimologicamente falando, a palavra supervisão é derivada de dois vocábulos latinos: super, que significa sobre, excesso, grau superior e visão, ação ou efeito de ver, enfim, ter uma visão sobre ou olhar de cima. Com o passar dos anos, passa-se a ter uma nova visão, um olhar de totalidade, onde todos na escola fazem parte de um coletivo, contrapondo à ideia de supervisor controlador. Começa-se a propor a realização de momentos em que as decisões são tomadas em grupo, concebendo a ideia de liderança compartilhada. Portanto, o supervisor é concebido como um agente que busca e abre espaços para a participação democrática de todos, passando-se, assim, de supervisão escolar para supervisão pedagógica. Essa concepção se caracteriza por assistência ao professor, tendo a preocupação com a qualidade da aprendizagem, bem como com a criação de ambientes agradáveis para seu grupo e a conquista da liderança. Desta forma, o supervisor poderá fazer com que o grupo o veja como um profissional engajado, e não como um chefe que impõe regras e atitudes. Atualmente, discute-se acerca de uma educação de qualidade, pois se acredita que essa discussão se faz necessária, porque educar é mais que transmitir conhecimentos, é uma tarefa que exige dedicação, flexibilidade e envolvimento, em se deve ter claro que o processo de aprendizagem é construído diariamente, buscando inovações para

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que o sucesso escolar seja contemplado. Visualiza-se a presença do supervisor pedagógico como de extrema importância dentro da escola, embora haja a necessidade de conquista dos professores para que se tornem confiantes e participativos, buscando em conjunto soluções para as dificuldades encontradas. O supervisor deve ser um articulador, que apoia, assessora e se posiciona, quando necessário, para que o processo ensinoaprendizagem seja efetivo, tendo clareza que o somar e o dividir são necessários. Deve-se também salientar que o papel desse especialista não é fácil, pois enfrenta dificuldades como, por exemplo, o comprometimento do professor, o respaldo do diretor da escola e uma legislação que precisa ser cumprida. Mas esses desafios são superados se o profissional estiver engajado na proposta de uma educação de qualidade, baseada na igualdade de direitos, comprometido com o grupo. Se as relações interpessoais estejam presentes, com certeza será mais fácil vencer as dificuldades encontradas. Acredita-se na possibilidade de fazer do ambiente escolar um espaço construtivo e agradável, que desperte o interesse do educando para aprender, que leve o professor a ser um mediador do saber, em que exista preocupação com a formação moral e com a construção de uma cultura de paz, na qual nossos alunos estão obtendo os conhecimentos. E é nesse contexto que novamente se caracteriza o papel do supervisor pedagógico, pois ele faz parte do grupo e tem o dever social e profissional de expor seu modo de pensar e direcionar o trabalho pedagógico, para que se efetive a qualidade com um planejamento pedagógico que vise à interdisciplinaridade, no qual os conteúdos sejam vistos coletivamente, estejam baseados em valores morais e sociais.

Não se pode deixar de salientar a importância das relações interpessoais no contexto escolar, pois em todos os setores da vida encontramos problemas de relações humanas, no serviço, na administração de empresas, no matrimônio, na família, nos esportes e etc. Quando dois indivíduos se encontram, há problemas de relações humanas, que decorrem da diversidade de pensamento ou de filosofia de vida. Ao analisar todos os setores da vida moderna verifica-se que o homem não pode viver sozinho. As exigências do trabalho e até mesmo do lazer o tornam cada vez mais dependente do seu grupo, ou seja, dos indivíduos que o rodeiam. Percebe-se que o homem está sendo pressionado a se tornar máquina, sendo bombardeado com uma visão individualista, cujo objetivo é o bem-estar de cada um e o ter é mais importante do que o ser sem considerar o outro. Dessa forma, o manter-se humano é esquecido, deixando de lado o participar do grupo, para apenas fazer parte do mesmo, sem tomar decisões grupais e sem mesmo ter parte nas vantagens obtidas pelo grupo, então vimos a diferença entre participação ativa e passiva. Para que haja participação ativa, é necessário ser humilde, paciente, criativo, ter boa vontade, respeitar as opiniões e colocar-se no lugar do outro. Na participação passiva, as pessoas se consideram parte, mas em um nível de adesão bem precário, visto que participar não significa apenas integrar um grupo ou usufruir de seus benefícios; é mais do que isto, é concebido como uma troca. Com isso percebe-se que o especialista de educação deve facilitar a participação de todo o grupo discente e docente, onde se possa construir um trabalho produtivo, pois o grande sucesso do supervisor depende do seu bom relacionamento com as pessoas envolvidas no processo ensinoaprendizagem. Nesse momento, as relações Educação Leonense: Professores em Ação

interpessoais assumem papel de destaque, em que o respeito pelo próximo esteja presente, não praticando com hipocrisia ou visando a fins escusos, mas com propósitos de uma melhor qualidade, viabilizando a valorização do ser humano. Silva afirma que: A escola é um sistema social, exigindo, para subsistir, que os papéis estejam claramente diferenciados e designados. Os indivíduos que desempenham papéis devem ser adequadamente treinados e distribuídos entre as diferentes posições. Enfim, todos os atores podem relacionar-se, uma vez que, aceitem as mesmas normas sobre os objetivos que buscam e os meios que empregam para alcançá-los. (1981, p.10)

Sendo assim, tanto o supervisor como o orientador e o diretor devem visar ao bom andamento do processo curricular. Cabe a esses especialistas desempenhar seus papéis conjuntamente, respeitando as funções específicas de cada um. A contribuição destes reside na especificidade técnica, buscando na unidade a interdisciplinaridade da ação, dando ênfase ao trabalho pedagógico com o objetivo de buscar melhoria nas relações humanas. Atualmente o supervisor pedagógico representa um ser ativo e consciente de seu trabalho. Deve estar longe de ser um profissional que só reclama de tudo e de todos, colocando as culpas sempre nos outros, e nem aquele que está presente de corpo, mas de alma muito ausente, só pensando em ir embora, ou aquele que vive sozinho, e que só encontramos nos conselhos de classe. Sabe-se que o papel desse especialista é de grande valia, pois


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BIBLIOGRAFIA

ele é a mola mestra da escola. O supervisor é, muitas vezes, rígido, mas não deixa de ter ética, pois é necessário fazer cumprir a legislação que rege a educação.

MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar da ação exercida a ação repensada. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 15ª ed, Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1995.

A presença desse especialista na escola é de grande necessidade, pois é ele quem impulsiona e direciona o grupo, baseado na igualdade, na liderança, para que as relações interpessoais sejam harmônicas e o processo ensino-aprendizagem seja contínuo. Acredita-se que o supervisor pedagógico é um mensageiro da esperança, que chora, sorri, reclama, articula, oferece, solicita, ouve, busca respostas e, acima de tudo, valoriza o ser humano. Portanto, conclui-se este artigo com a certeza de que ser supervisor pedagógico é nascer a cada dia e acreditar no ser humano crítico, ativo, compreensivo e comprometido com uma educação de qualidade.

LUCK, Heloisa. Ação Integrada, Administrador Supervisor e Orientador Educacional. 3ª ed, Petrópolis: Editora Vozes, 1982 . LUCK, Heloisa. Ação Integrada, Administrador, Supervisor e Orientador Educacional. 16ª ed. Petrópolis: Editora : Vozes. 2000. MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal. 3ª ed. Editora Livros Técnicos e Cientificos S. A , 1985. RANGEL, Mary. Supervisão Pedagógica: Um Modelo. 5ª ed, Petrópolis Editora Vozes,1988. RANGEL, Mary. Et al Supervisão Pedagógica Princípios e Práticas. 3ª ed : Editora Papirus,2002. SILVA, Naura Syria F. Corrêa da. Supervisão Educacional: Uma reflexão Critica .8ª Ed. Editora Petrópolis,1997.

Resumen En la situación actual de la educación brasileña es que cada día aumenta la necesidad de que el supervisor de enseñanza en nuestras escuelas, donde debe conducir y dirigir un trabajo de calidad en el proceso de enseñanza-aprendizaje es continuo y claro, hacer alianzas, la integración de e interactuar con el grupo donde pertenece. Palavras llave: Supervisor de la Educación. Profesor. Proceso educativo.

*Pedagoga com habilitação em séries iniciais - Universidade Federal Especialista em Psicopedagogia Clinica e Escolar - Universidade **Pedagoga com habilitação em séries iniciais e supervisão pedagógica - Universidade Católica Especialista em Educação Infantil - Universidade Castelo Educação Leonense: Professores em Ação

de Pelotas. de Joinville de Pelotas. Branco R.J


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UM OLHAR SOBRE A CARREIRA DOS PROFISSIONAIS DO ENSINO DE CAPÃO DO LEÃO Eloisa Recaman de Oliveira*

Resumo O presente artigo aborda a necessidade da adequação do Plano de Carreira do Magistério Público de Capão do Leão às novas diretrizes do Conselho Nacional de Educação a partir de uma perspectiva histórica. Comenta sobre a importância de uma legislação que valorize a carreira do profissional de ensino, enfim, que estimule sua formação e desempenho. Palavras-chave: Magistério. Adequação. Plano de Carreira.

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Não se pode pensar em educação de qualidade sem antes se reconhecer a necessidade da valorização dos profissionais do magistério. A busca pela excelência do ensino nas redes públicas está diretamente ligada à valorização do magistério, não apenas no que se refere aos salários, mas, sobretudo à capacitação. O inciso V do artigo 206, da Constituição Federal de 1988, refere-se à valorização dos profissionais do ensino público e garante a ele três prerrogativas: plano de carreira para o magistério público, piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos. Ressalta-se a diferença entre ingresso e admissão, uma vez que o primeiro depende de aprovação em concurso de provas e títulos, e a segunda pode se dar por acesso à função pública através de contratação temporária. A trajetória histórica dos docentes no município de Capão do Leão apresenta dados significativos que permitem reconhecer os avanços que a carreira destes profissionais obtiveram ao longo da recente história emancipatória deste município. Em 27 anos de emancipação política, o acesso à função pública acontecia inicialmente por contratação e posteriormente também por concurso de provas e títulos. A lei municipal 003/83, que dispunha sobre a criação e organização do quadro de pessoal e estabelecia regime jurídico, criava a função de professora, no quadro de contratados pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas e estabelecia os vencimentos desta função. No artigo 3º, a lei ressaltava que o quadro de contratados destinavase ao atendimento de atividades especializadas; além de afirmar no artigo 4º que oportunamente seria criado o quadro permanente de cargos, de provimento efetivo, a serem providos mediante


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concurso público. Importante ressaltar que esta lei foi concebida nos primeiros momentos de independência política do município que necessitava de uma organização técnico-administrativa para dar autonomia a seus passos. Em meio à necessidade de estabelecer diretrizes próprias para sua gestão, o município promulga sua Lei Orgânica dispondo no capítulo V, artigo 69, sobre o magistério municipal. O artigo 69 assegura, através de lei ordinária, a implantação do Plano de Carreira, no qual deverão ser considerados, entre outros, os seguintes itens: titulação, regime horário, tempo de serviço, difícil acesso, fórmula de escolha dos diretores. O artigo 74 assegurava todas as vantagens e direitos adquiridos em conseqüência de legislação ou atos administrativos anteriores à promulgação desta constituição; e o artigo 79 afirma que as disposições contidas na lei abrangiam todos os funcionários, incluindo sem distinção o magistério.

Municipal 474/93 garante a admissão dos professores e especialistas de educação através de concurso de provas e títulos. Embora tenha sido aguardado por mais de 10 anos e festejado quando de sua promulgação, o Plano de Carreira do Magistério Público de Capão do Leão apresenta disparidades em relação às novas concepções de educação produtiva e aos novos paradigmas educacionais. Assim, percebe-se que mudanças são necessárias para adequar a lei que regulamenta a carreira dos profissionais de ensino às novas necessidades de ajustes do Estado.

É possível observar que tanto na Lei municipal 003/83, como na Lei Orgânica, há um cuidado em relação ao magistério e o reconhecimento da necessidade de estabelecer legislação própria, diferenciada, para os profissionais do magistério. A política nacional de melhoria da educação pública, visando à valorização do profissional de ensino, e a necessidade de viabilizar recursos exigem que esta legislação seja sistematizada através do Plano de Carreira do Magistério Público Municipal.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96 de 23 de dezembro de 1996 propõe no Art.67 que os sistemas de ensino deverão promover a valorização dos professores enquanto profissionais, com estatutos e planos de carreira definidos. O ingresso no magistério público deve-se dar exclusivamente por concurso público de provas e títulos, devendo ser assegurado aos professores aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive em serviço, piso salarial profissional e incentivo à titulação e produtividade. Fica estipulado também que devem ser incluídas na carga horária de trabalho, horas de estudo, planejamento e avaliação; e as redes públicas deverão oferecer, ainda, condições adequadas de trabalho. Ressalta-se que a atual LDB serve à implantação de um projeto social e econômico no país, relacionado ao chamado processo de globalização.

Neste contexto, é concebida a Lei Municipal 474/93 que institui o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal. Esta lei observa as diretrizes básicas da Lei Federal n° 5.692, de 11 de agosto de 1971. O Plano de Carreira do Magistério é estruturado em número de cargos e empregos, especificação das classes que integram e definição dos respectivos níveis salariais. Assim, a Lei

É certo que os ajustes são necessários e a adequação do Plano de Carreira do Magistério de Capão do Leão às novas diretrizes do Conselho Nacional de Educação, fixadas na Resolução Nº. 3, de outubro de 1997 é um desafio a ser enfrentado no atual contexto político e econômico. Ressalta-se que as mudanças já consolidadas no que dizem respeito ao controle e distribuição de verbas, como Educação Leonense: Professores em Ação

o FUNDEF, e posteriormente FUNDEB, que estabelece em sua legislação a exigência de novo Plano de Carreira e Remuneração do Magistério, reforçam a necessidade desses ajustes. Assim fica clara a necessidade de adequar o Plano de Carreira do Magistério de Capão do Leão às novas diretrizes educacionais, sociais e econômicas. A princípio o desafio para os segmentos envolvidos nas alterações do Plano de Carreira do Magistério de Capão do Leão é privilegiar não apenas a remuneração, mas a carreira do profissional de ensino, valorizando e estimulando a formação em serviço. Além disso, é importante despertar também o interesse de novos talentos pela área da educação, pois os planos devem privilegiar a carreira não só de quem está na rede, mas também daqueles que vão ingressar futuramente. Cabe considerar que as adequações necessárias no Plano de Carreira do Magistério também devem procurar manter os direitos adquiridos ao longo do tempo de exercício, no entanto é preciso que estes direitos sejam amparados por lei. O panorama social e econômico exige que medidas voltadas para a eficiência e para a melhoria da qualidade do ensino sejam empreendidas e conseqüentemente algumas das vantagens observadas na Lei 474/93 deverão ser revistas, outras reestruturadas e algumas eliminadas, no novo plano. "Até mesmo para modificar uma lei é preciso conhecê-la em sua inteireza. Por outro lado, o conhecimento das leis representa um modo de cobrar sua efetivação dentro das regras do jogo". (CURY, 2002)

Trata-se de uma tarefa desafiadora, mas necessária para que a legislação que normatiza o exercício dos profissionais de ensino de Capão do


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Leão não apresente discrepâncias em relação às leis federais que regulamentam o exercício do magistério. Para corrigir as distorções existentes entre a lei municipal em vigor e a Resolução Nº. 3 do Conselho Nacional de Educação, é preciso que sejam observadas e consideradas as legislações federais, estaduais e municipais que envolvem o exercício do magistério e a distribuição de verbas para o ensino público. Para Cury (2002), esta exigência se justifica na capacidade que o contorno legal tem de indicar possibilidades e limites de atuação, os direitos, os deveres, proibições, enfim, regras.

BIBLIOGRAFIA BRASIL, LDB. Lei 93.94/96 - Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em < www.planalto.gov.br >. Acesso em 22/06/09. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº. 03/97, de 08 de outubro de 1997. Disponível em < www.planalto.gov.br. > Acesso em 25/06/09. CAPÃO DO LEÃO. Lei Nº. 003/83, de 04 de março de 1983. Disponível em < www.camaracapaodoleao.rs.gov.br > Acesso em 12/ 05/2009. CAPÃO DO LEÃO. Lei Orgânica Municipal. Disponível em <www.camaracapaodoleao.rs.gov.br > Acesso em 18/05/2009.

Historicamente o magistério configura-se como uma profissão árdua, onde são vastas as exigências e difíceis as condições de trabalho. O baixo reconhecimento social e o descrédito da profissão estão presentes na jornada dos educadores. Garantir a dignidade desses profissionais é respeitar sua carreira, buscar ações concretas de política de estado, construindo-as e as colocando em prática. Nessa perspectiva, tanto os educadores quanto o poder público devem dirigir esforços para que o novo Plano de Carreira do magistério de Capão do Leão tenha um perfil atual, moderno, condizente com o novo panorama social e, viável do ponto de vista financeiro. A valorização do profissional do ensino necessita ter como base uma legislação que respeite sua carreira, estimule a formação contínua e reconheça a qualidade do seu desempenho.

CAPÃO DO LEÃO, Lei Nº. 474/93, de 15 de junho de 1993. Disponível em <www.camaracapaodoleao.rs.gov.br > Acesso em 18/ 05/2009. CURY. C. R. J. Legislação Educacional Brasileira. Rio de Janeiro: D&PA, 2002, 2ª ed.

Abstract This article addresses the need of the adequacy of the Teaching Career Plan Public Capão do Leão to the new guidelines of the National Council of Education from a historical perspective. It commented on the importance of legislation that enhances the professional career of education, finally, to encourage their formation and performance. Keywords: Teaching. Adequacy. Career Plan.

Professora e coordenadora pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental Barão do Arroio Grande em Capão do Leão - RS, licenciada em letras pela Universidade Federal de Pelotas, habilitação Português - Inglês, especialista em Pedagogia Gestora pela Portal Faculdades. E-mail isarecaman@hotmail.com Educação Leonense: Professores em Ação


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O ENSINO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS E A ESPERANÇA DE UMA EFETIVA APRENDIZAGEM EFETIVA Eva Maria Morales Manke* Maria Izabel Mendes Duarte**

Resumo Este trabalho apresenta um breve estudo sobre a legislação educacional brasileira até os dias atuais, na qual se encontra o amparo para a implantação do Ensino Fundamental de Nove Anos, relacionando-a com a possibilidade de uma qualidade efetiva da Aprendizagem na Educação das crianças brasileiras. Palavras-chave: Legislação. Qualidade. Educação.

Foto 1 - "Entendo que ganhamos muito com a implantação do Ensino Fundamental de 9 anos, tanto na qualidade do ensino quanto na formação de alunos leitores e críticos." (Depoimento da Profa Renata Cristina Lima Kath, Profa alfabetizadora da E.M.E.F Comunitária Parque Fragata - Capão do Leão - RS).

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INTRODUÇÃO Depois de décadas de funcionamento, as leis que regulam um tema essencialmente fundamental na vida do ser humano - a educação sofrem novas alterações. A legislação e as normatizações existentes que regem a organização e o funcionamento da educação brasileira merecem toda a atenção dos profissionais que trabalham nesse campo ou que são gestores públicos. Voltando no tempo, encontramos na história da educação brasileira, os primeiros ensinamentos sistematizados, proporcionados pelos Jesuítas, quando em 1549, na Bahia, criaram a primeira escola jesuítica. Fazendo um breve estudo e analisando a legislação educacional brasileira, encontramos a Lei 4024/1961(referência???) que estabeleceu quatro anos de escolaridade obrigatória. Com o Acordo de Punta Del Este e Santiago de 1970, no entanto, estendeu-se para seis anos o tempo de ensino obrigatório. Nessa época, quando estávamos começando nossos estudos, tínhamos o ensino estruturado em cinco anos de primário e quatro de ginásio. A passagem do ensino primário ao ensino ginasial dava-se pelo exame de admissão, pelo qual eram testados os conhecimentos em Língua Portuguesa, Matemática e Conhecimentos Gerais, que abrangiam História e Geografia. Em 1971, a Lei 5692 (referência???) que fixava as Diretrizes e Bases para o Ensino de 1o e 2o Graus e dava outras providências - trouxe novos enfoques para a educação brasileira, dentro de princípios de atualização, descentralização articulada, concentração de meios e integração vertical e horizontal. Essa lei determinou a extensão da obrigatoriedade para oito anos, fazendo a fusão entre primário e ginásio, inclusive diminuindo um ano

da estruturação do ensino. A Lei 5692 trouxe ainda uma nova orientação educacional e preconizou uma escola transformadora da educação sistemática, um meio de desenvolvimento individual, social e econômico. Essa escola deveria ser compreendida como um sistema social, cujos objetivos seriam alcançados pela interação e participação de todos, alunos, pais e especialistas. O seu objetivo maior era proporcionar aos educandos a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, preparação para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania. Em 1988, a nova Constituição Federal foi promulgada e seu artigo 208 afirmou: "O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I. Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. [...] IV. Atendimento em creche e préescola as crianças de zero a seis anos de idade."

A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal no 9394/96), apresentada em 20 de dezembro de 1996, veio consolidar e ampliar o dever do poder público para com a educação em geral e em particular com o ensino fundamental. Em seu art. 5o, reforçava esse princípio ao afirmar que o acesso ao ensino fundamental era direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. Essa Educação Leonense: Professores em Ação

lei, anterior à alteração de alguns de seus artigos, já sinalizava para um ensino obrigatório de nove anos de educação, a iniciar-se aos seis anos de idade. A Lei no 11.114, de 16 de maio de 2005, veio alterar os artigos 6o, 32 e 87 da Lei 9394/96, tornando obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade. As modificações introduzidas na Lei nº 9394/ 96 pela Lei 11.114/2005 apenas alteraram a idade da matrícula, mas não tornaram obrigatória a ampliação do ensino fundamental para nove anos de duração. No entanto, a Lei no 11.274/2006 manteve a obrigatoriedade da matrícula no ensino fundamental aos seis anos e tornou obrigatória a duração de nove anos, apresentando um dispositivo que garantia ao Poder Público um prazo até 2010, para implementação do ensino fundamental nos termos exigidos pela Legislação. Com a resolução no 03, de 03 de agosto de 2005, que definiu normas nacionais para a ampliação progressiva do Ensino Fundamental de oito para nove anos, a organização desta adotou a seguinte nomenclatura: • Educação Infantil - até 5 anos de idade • Creche - até 3 anos de idade • Pré- escola - até 4 ou 5 anos de idade • Ensino Fundamental - até 14 anos de idade (9 anos) • Anos Iniciais - de 6 a 10 anos de idade (5 anos) • Anos Finais - de 11 a 14 anos de idade (4 anos) A Resolução do CNE/CEB nº 18, de 15 de setembro de 2005(referência???), já esboça o entendimento do órgão, no sentido de que o ingresso aos seis anos de idade exige a duração de nove anos para o ensino fundamental e estabelece a administração pelos gestores, da convivência dos


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planos curriculares do Ensino formação do cidadão. Entendemos Fundamental de 8 anos para as que o conhecimento é uma crianças de 7 anos e as turmas construção individual ou coletiva. É na troca dos sentidos construídos, ingressantes nos anos através do diálogo, que a anteriores, e de 9 anos para as aprendizagem se dá. Por isso, esse turmas de crianças de 6 anos de idade que ingressaram a trabalho, requer orientações partir do ano letivo de 2006. pedagógicas que respeitem as Essa resolução também crianças como sujeitos da esclarece que cada sistema de aprendizagem. Elas precisam de ensino deve orientar a uma proposta curricular que atenda adequação do projeto as suas características, pedagógico escolar de modo a potencialidades e necessidades permitir a matrícula das crianças específicas. de 6 anos na instituição e o seu Convivendo com tantos desenvolvimento para alcançar problemas, neste momento, vivemos os objetivos do Ensino a ampliação do ensino fundamental Fundamental em 9 anos, para nove anos, como uma inclusive definindo se o primeiro possibilidade de qualidade ou de ano ou os primeiros anos de qualificação do ensino e da estudo/série se destina(m) ou aprendizagem da alfabetização e do não à alfabetização dos alunos letramento, pois a criança terá mais a o e estabelecendo a nova Foto 2 - 1 Turma de 1 ano (2006) do Ensino Fundamental de 9 anos de tempo para se apropriar desses o organização dos anos iniciais do duração, na E. M. E. F. Comunitária Parque Fragata, hoje no 4 ano. conteúdos. Mas não é só isso. É Ensino Fundamental, nos necessário que a reorganização das propostas termos das possibilidades dos art. 23 e 24 da fundamental para nove anos como uma significativa pedagógicas e dos projetos pedagógicos das escolas LDBEN. proposta para solucionar esses dois problemas da assegure o pleno desenvolvimento das crianças em educação brasileira. Abre-se, desse modo, uma Um dos objetivos e prioridades do PNE, seus aspetos físicos, psicológicos, intelectual, social possibilidade para se trabalhar uma transformação e cognitivo, ampliando as possibilidades de aprovado pela Lei 10.172/2001(referências), é a mais completa, num processo de alfabetização mais melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis. aprendizagem. sólido e coerente, obtendo-se um tempo maior para Todavia, deparamo-nos, em nosso dia-a-dia, com Muitas perguntas aparecem no momento de o desenvolvimento da leitura, da escrita e da inúmeros problemas, entre eles o de Evasão e o de organizar e planejar o trabalho, a ação pedagógica: interpretação. Repetência de alunos, nas escolas públicas e que conhecimentos são fundamentais e particulares. Tanto a evasão quanto a repetência são, Acreditamos que um processo de indispensáveis à formação da criança? Quanto à dentre outros, relacionados ao tardio ingresso do alfabetização, bem fundamentado e respeitando o metodologia indagamos: que intervenções do aluno na escola. O desempenho dos alunos com tempo e o ritmo de aprendizagem de cada aluno, professor contribuem para o desenvolvimento menos idade é melhor e maior do que dos alunos leva a uma base que auxiliará muito o integral das crianças? Para que serve a Escola? com idades mais avançadas, segundo pesquisas desenvolvimento de competências - habilidades, Qual o seu papel social? O que fazer para que as realizadas. Logo, vimos na ampliação do ensino conhecimentos e atitudes - fundamentais para a Educação Leonense: Professores em Ação


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crianças aprendam mais e melhor? E as crianças? Será que também surgem perguntas para elas? Como é a Escola? O que acontece lá dentro? O que podemos fazer e o que não podemos? O que vamos aprender?

escrever corretamente, calcular, resolver problemas são conhecimentos e habilidades indispensáveis para o aluno na educação básica e é no Ensino Fundamental que são construídos.

Muitos fatores condicionaram a organização do trabalho pedagógico. Por exemplo: o espaço físico da própria escola, as características individuais dos professores e as peculiaridades de sua formação e a história de vida. Todos aqueles que integram a comunidade escolar precisam participar da organização do trabalho pedagógico e agir para que o trabalho pedagógico de ensinar e aprender aconteça. Dessa forma, todos se beneficiam dele e se comprometem com ele.

CONCLUSÃO

Ensinar - aprender envolve certa intimidade. Aprendemos com os outros; histórias puxam histórias e envolvem-nos, gerando assim relações de confiança e cumplicidade, elementos básicos para consistentes relações de ensino-aprendizagem. A organização do trabalho pedagógico deve ser pensada em função de que as crianças sabem, dos conhecimentos que já adquiriram, que serão os prérequisitos necessários a aprendizagem posterior. Tudo deve ser trabalhado de forma que as crianças possam, ludicamente, ir construindo outros modos de estudar a realidade, estabelecendo novas condições de vida e de ação. Para isso, é importante o desenvolvimento de competências e então estaremos respondendo a questão sobre conhecimentos fundamentais à formação da criança. As competências são compostas de conhecimentos, habilidades e atitudes, estas, construídas sobre uma hierarquia de valores. Logo, ler, saber ler, interpretar,

BIBLIOGRAFIA BRASIL. Constituição Federal, 1988. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução. Ensino Fundamental de Nove Anos - Orientações para a Inclusão da Criança de seis anos de idade. Lei 4024/61. CITAÇÃO DE LEI NÃO É ASSIM!

Acreditamos que uma criança e/ou um adolescente, ao desenvolver essas competências, demonstrará condições de por si próprio, buscar e ampliar seus conhecimentos. Os conteúdos programáticos, nesse caso, serão apenas meios e não fins em si próprios. Caberá então ao professor, através de um planejamento coerente, da utilização de metodologia adequada, com de atividades interessantes e variadas, além da avaliação contínua e sistemática, o desenvolvimento dessas competências-habilidades durante o processo ensino-aprendizagem. É preciso retomar a discussão de objetivos e conteúdos da educação básica - do Ensino Fundamental - para que a Escola se torne um lugar para aprender e aprender a viver. Afinal: de que saberes, de que habilidades, de que posturas precisa uma criança e/ou adolescente, ao final do 9o ano para ser um cidadão bem informado, bem formado? A solução desse problema está nas mãos do professor.

Lei 5692/71. Lei 9394/96. Lei 10.172/2001. Lei 11.114/2005. Lei 11.274/2006. Resolução no 03/03-08-2005. Resolução CNE/CEB, 18/15-9-2005. Revista Educação. Faculdade de Educação. Porto Alegre-RS: PUC/RS.

Resumen Este trabajo presenta un breve estudio sobre la legislación educativa brasileña hasta la actualidad, donde encontramos el amparo para la implantación de la Enseñaza Fundamental de Nueve Años, relacionándola con la posibilidad de una cualidad efectiva del Aprendizaje en la Educación de niños brasileños. Palabras llave: Legislación. Cualidad. Educación.

*Normal II Ciclo - C. N. S. Aparecida, Canguçu - RS. Pedagogia com Hab. Sup. Esc. - UCPel, Pelotas - RS. Especialização Sup. Esc. - FAFIUR/PUC, Porto Alegre - RS. **Magistério - IEAB, Pelotas - RS. Pedagogia S. Iniciais - UFPel, Pelotas - RS. Especialização Ed. Inf. - IESD, Rio de Janeiro - RJ. Educação Leonense: Professores em Ação


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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMO TRABALHAR COM NOSSOS ALUNOS

Eva Mara Soares* Itatiana Duarte Borges**

Falar em inteligência é falar em ser humano, é acreditar no ser humano, como ser cognitivo, relacional, com habilidades intelectuais e emocionais. Nós não nascemos humanos, nós nos tornamos humanos. O equilíbrio emocional não é inato, se adquire e, não necessariamente em colégios caros, as crianças aprendem em casa ou com os pares a não se atirar no chão, aos berros, para obter determinado brinquedo, aprendem a entender que a satisfação instantânea dos desejos não é sempre o melhor. Equilíbrio emocional quer dizer sentir as emoções. (IZQUIÉRDO, 1996). As emoções dependem dos afetos e sentimentos e elas possuem um papel importante na história de vida da pessoa. A característica principal do ser humano é a sua capacidade de amar.

Resumo O presente artigo busca mostrar que além das possibilidades intelectuais dentro do processo de ensino aprendizagem é preciso trabalhar a inteligência emocional. Desde Daniel Goleman essa prática vem sendo anunciada e defendida por vários autores que discutem a educação para a vida, sendo que, é sabido por todos nós a importância da busca de superação do homo-animal (instinto) pelo homo-sapiens ( inteligência) pelo qual o homem precisa se tornar mais humanizado. O aluno precisa gradativamente alcançar o equilíbrio do pensar antes de reagir e as suas mudanças de atitudes na escola e no comportamento social que influenciarão em suas escolhas para uma vida digna. Hoje podemos pensar que os efeitos da inteligência emocional trazem grandes aspectos positivos se bem trabalhados na arte de educar para a vida onde a escola é um macro ambiente na promoção do bem estar social. Palavras-chave: Inteligência. Alunos. Escola.

Segundo Maturana (1998), o amor é um fenômeno biológico cotidiano, não é eventual ou especial e mais, o amor é um fenômeno biológico básico e cotidiano. E são partes do amor o conjunto de atitudes que denominamos civilidade ou educação (IZQUIÉRDO,1996). Diante dessas idéias eu pergunto: a educação tem haver com o amor? Nossos alunos são estimulados a se tornarem emocionalmente equilibrados? A maioria dos alunos estão perturbados emocionalmente como alguns dizem: "simplesmente não consigo raciocinar." A perturbação emocional cria deficiências nas aptidões intelectuais da criança, mutilando a capacidade de aprender. Acreditamos que todas as crianças são inteligentes, os talentos é que são diversos, cabe a nós professores, descobrir as possibilidades de desenvolvê-los, usando para isso atividades criativas, interessantes que ajudem a desenvolver as inteligências.

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(...) as lições emocionais que aprendemos na infância, seja em casa ou na escola, modelam os circuitos emocionais, tornandonos mais aptos - ou inaptos - nos fundamentos da inteligência emocional. Isso significa que a infância e a adolescência são ótimas oportunidades para determinar os hábitos emocionais básicos que irão governar nossas vidas. (Goleman, 1995, p.13).

Segundo este autor, a redefinição do que é "ser inteligente", que engloba o conhecimento e o uso apropriado de sentimentos e emoções com o mundo é chamada por ele de Inteligência Emocional (Q.E.). "(...) na verdade, temos duas mentes - a que raciocina e a que sente." (GOLEMAN, 1995, p. 23). Este autor debruça-se sobre essa tarefa de explicar que temos duas inteligências distintas. Além daquela tradicional medida pelos testes de Q.I. (coeficiente intelectual), que podem avaliar principalmente a capacidade lógica e a de raciocínio, haveria outra, a emocional. E para ele, a emocional é que realmente conta, o Q.I. é importante, mas o Q.E. é mais. Para isso, Goleman resumiu o Q.E. a cinco princípios: - O auto conhecimento - capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e usá- los para tomar decisões que resultem em satisfação pessoal. - Administrar emoções - habilidade de controlar impulsos, dispersar a ansiedade ou direcionar as emoções. - A auto motivação - habilidade de colocar-se no lugar do outro, perceber sentimentos não verbalizados num grupo. - A arte do relacionamento - capacidade de lidar com as reações emocionais dos outros,

interagindo com tato. Que contribuições esse referido assunto traz á educação? Que aluno estamos educando? O que é um bom aluno? É aquele muitíssimo bom na obtenção de boas notas ou aquele que reage ás vicissitudes da vida como: frustrações, controla as emoções e se relaciona com os outros? Penso que sem afetividade fica muito difícil para um professor aproximar-se de um aluno, procurando entender suas atitudes, sem culpá-lo, mas aceitando-o e proporcionando a conscientização gradativa da sua conduta e da mudança que esse aluno precisa. Goleman (1995), diz que duas posições morais nossos tempos exigem e que devemos ensinar às crianças: uma, a piedade e outra o autocontrole. A piedade exige a empatia, essa habilidade de colocar-se no lugar do outro, de aprender na escola a ajudar o colega quando este está em dificuldade de resolver o "probleminha matemático", a emprestar-lhe o material escolar quando este esqueceu, ou não tem; a trabalhar em grupo aprendendo que todos os elementos componentes do grupo, são diferentes, e que essas diferenças são essenciais, essa diversidade contribui para formação pessoal. O auto-controle, significa controlar as emoções, ou saber trabalhá-las, aprender o significado do diálogo (se você conseguir colocar em palavras o que está sentindo, o sentimento fica sob seu controle) e do respeito às opiniões do outro. "(...) o impulso é o veículo da emoção, a semente de todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos impulsos - os que não têm autocontrole - sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de Educação Leonense: Professores em Ação

controlar os impulsos é a base da força de vontade e do caráter" (GOLEMAN, 1995, p. 12)

Crianças e adolescentes sem controle, são pessoas propensas a entrar para o mundo do crime e da marginalidade, por não terem aprendido a controlar as suas emoções. O homem precisa ser educado e as emoções são a porta para esse aprendizado. Se analisarmos o currículo escolar, veremos muitos conceitos, fórmulas, sistematizações de conhecimento adquiridos pelo homem no decorrer da história, mas sem educação de aptidões para a vida. "A maior contribuição que a educação pode dar ao desenvolvimento de uma criança é ajudá-la a escolher uma profissão onde possa melhor utilizar os seus talentos, onde ela será feliz e competente (...) deveríamos gastar menos tempo avaliando as crianças e mais tempo ajudando-as a identificar suas aptidões e dons naturais e a cultivá-los". (GOLEMAN, 1995, p. 50).

A inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo nelas e é no início da vida que ela desabrocha e pode determinar o nosso futuro. Ex.: um fraco controle de impulso na infância é também um poderoso previsor de delinqüência futura. Mas, as aptidões emocionais, controlar os impulsos, administrar as emoções e as circunstâncias podem ser aprendidas. E acredito que, esse trabalho deve ser nos dias atuais, a ação pedagógica das escolas e dos professores. Uma prática pedagógica voltada às relações inter-pessoais, deve ao invés de utilizar o


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afeto como um meio para a aprendizagem, ensinar o afeto em si. A relação-professor aluno é a base para que isso aconteça. Imaginemos uma professora descontrolada emocionalmente frente a uma turma, provavelmente seus alunos serão influenciados por este desequilíbrio. As emoções são contagiantes. Goleman (1995), diz que a sincronia entre professores e alunos indica a intensidade de relação estabelecida entre eles. Estudos realizados em sala de aula mostram que quanto mais estreita for a coordenação de movimentos entre professores e alunos, mais amigos eles serão, mais satisfeitos, entusiasmados, interessados e abertos na interação. O papel do professor pode ser amplo, suas ações mais ainda, mas como educador, uma aptidão muito importante é necessária: a de ser alguém que procure conhecer o ser humano. Muitas situações ocorridas em nossas salas de aula, requerem do professor, principalmente, essa capacidade de saber se colocar como alguém que medie a situação presente e o aluno. Para isso, a aproximação, o conhecer o aluno é muito importante. Não é raro acontecer problemas com alunos, como uso de drogas, brigas etc. e transferirmos a nossa posição como educador, a outro profissional da escola, não que este não seja importante e possa contribuir significativamente no caso, mas, a responsabilidade também é nossa. A reflexão que venho aqui propor, tem a pretensão de auto-analisarmos o nosso ser profissional, de como estamos fazendo? O por quê? Se precisamos mudar alguma coisa? Em meio a essas indagações, a esses questionamentos emocionais, queremos propor algumas orientações e atividades, que poderão fazer parte do trabalho pedagógico, pois: "o aprendizado não pode ocorrer de forma distante dos sentimentos das crianças. Ser emocionalmente alfabetizado é tão

importante na aprendizagem quanto a matemática e a leitura". (GOLEMAN, 1995, p.271). Penso que temos que ter muito tato ao lidar com as crianças, achegar-se a alguém que apresenta problemas emocionais, fazer críticas e orientar requer habilidade e conhecimento. Diante de tais situações Goleman (1995) propõe que ao chamar a atenção do aluno, fazer criticas sobre seu comportamento precisamos ter alguns cuidados. Claros - pegue um incidente importante, um fato que ilustre um problema crítico, concentrese nos detalhes, diz o que o aluno fez bem, o que faz mal, dando-lhe a oportunidade de mudar, não faça rodeios, nem seja indireto, nem evasivo. Faça a crítica pessoalmente - as críticas, como os elogios, são mais eficazes cara a cara e em particular, procure não chamar a atenção do aluno na frente da classe, isto poderá deixá-lo frustrado, e dependendo do que aconteceu, da sua participação no incidente ocorrido, ele poderá sentir-se desmoralizado ou desmotivado. Olhe nos olhos, quando estiver falando com ele, e o deixe falar sobre o que aconteceu estando com ele a razão ou não. Seja sensível - este apelo é para a empatia (estar sintonizado com o impacto que você provoca com o que diz e como diz sobre a pessoa a quem você se dirige). Evite uma correção que crie um revide de ressentimento, raiva e que o aluno se distancie. Baseada nessas idéias propomos outras orientações que podem ajudar no trabalho do professor na educação das emoções. Procure desenvolver suas atividades escolares de acordo com a realidade da turma, respeite o grau do desenvolvimento cognitivo de seus alunos. Não exagere enchendo o quadros e quadros de leituras exercícios repetitivos. Cuide as suas Educação Leonense: Professores em Ação

exigências. Para Goleman (1995), as pessoas parecem concentrar-se melhor quando o que lhes é exigido é pouco e elas podem dar mais. Se o que lhes é exigido é muito pouco, elas se entendiam. Se tiverem que lidar com coisas para elas excessivas, ficam ansiosas. Proponha situações vivenciadas que façam florescer as emoções, o recurso do jogo, das brincadeiras, pois a fantasia permite o aluno expressar os seus sentimentos, ainda mais aqueles sentimentos que o incomodam. Sugira a produção de textos em que os alunos possam escrever sobre seus sentimentos, faça a lista dos sentimentos bons e dos ruins que aconteceu no dia anterior e avaliem o que sentiram, propondo soluções novas frente a esses sentimentos. Interaja com seus alunos, relatando-lhes histórias (histórias com moral), discuta com eles vários finais. Façam os alunos perceberem que as emoções estão presentes naquele fato, e se fosse um deles, como agiriam? Muitos alunos, estão nos dias de hoje envolvendo-se com tóxico, entrando para a marginalidade, permita a discussão dessa questão em sala de aula, realize pesquisa junto a comunidade procurando observar modos de vida, tipo de valores, discuta com seus alunos e dê a sua opinião. Entre tantas outras atividades, o professor poderá ser aquela pessoa de que além de trabalhar o intelectual da criança, saiba trabalhar o emocional também. Educar as emoções, estabelecer uma relação afetiva com o aluno, se posicionar respeitando e sendo respeitado. ...talvez não haja outro tema em que a qualificação do professor seja mais importante, uma vez que


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a maneira como ele lida com a classe é, por si mesma, um modelo, uma lição, de fato, de competência - ou incompetência - emocional. Sempre que um professor responde a um aluno, vinte ou trinta outros aprendem uma lição (GOLEMAN, 1995 p.293).

É preciso, portanto, encontrar caminhos para que o nosso fazer pedagógico dê mais ênfase, dentro do processo ensino-aprendizagem, ao afeto, a valorização das relações humanas e que a escola possa resgatar, valores e princípios, já que ela trabalha com a informação e a formação do ser humano.

BIBLIOGRAFIA CAJAZEIRAS, Franscisco. O Valor Terapêutico do Perdão. 8ª ed. Editora EME, Capivari, SP. 2008 CURY, Augusto. O código da Inteligência. Ed. Ediouro. Rio de Janeiro, 2008 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 10. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. 67. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

É preciso se ensinar que cada um é responsável direto para dirigir adequadamente,suas emoções,sua razão e medir a consciencia ( equilíbrio de balança) e construir formas de avaliar quais são as escolhas úteis, é auto observar-se e identificar o que não serve para um ser comprometido consigo mesmo e com o meio social. "Pensar nas consequëncias dos comportamentos é a base para construirmos um futuro saudável alicerçado em um presente saudável.¨ (CURY, 2008, p.110). Penso que como educadores somos responsáveis pelos alunos, nossas ações podem influenciar o comportamento e as atitudes deles. Para Menezes (1996) o que acontece na sala de aula afeta a vida do professor, a vida do aluno e a da comunidade. E vice-versa: o que acontece na comunidade e na vida dos alunos afeta o professor. As pesquisas mais recentes,nos proporcionam a magnitude da vida emocional, da necessidade de aprendermos a vivenciá-la e da sua influência na saúde e nas relações sociais. Então como diz Cajazeiras ¨Faz-se urgente uma estratégia educacional específica e bem elaborada para lograrmos alcançar tal capacidade,desenvolvendo a inteligência emocional¨ (CAJAZEIRAS, 2005 p.37).

IZQUIÉRDO, Iván. Córtex Cerebral, Amor e Equilíbrio Folha de São Paulo, 14 jan. 1996. MATURANA R, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. - Belo Horizonte: Ed UFMG, 1998. MENEZES, Maria Silvia Carvalho de. Amor-exigente para professores: prevenção na escola. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1996.

Resumen El presente artículo busca mostrar que allá delas habilidades intelectuales dentro de la instruccion aprendizajen es preciso trabajar la inteligencia emocional. Desde de Daniel Goleman esa practica viene sendo anunciada y defendida por varios autores que discuten la educación para la vida, sendo que, es sabido por nosotros la importancia de la busca de superación del homo -animal (instinto) por el homo-sapiens (inteligencia) por el cual el hombre precisa tornarse más humanizado. El alumno necesita gradualmente alcanzar el equilibrio del pensamiento antes de reaccionar y las sus mudanzas de actitudes en la escuela y en el comportamiento social que influenciarón en sus opciones para una vida digna. Hoy podemos pensar que los efectos de la inteligencia emocional traen grandes aspectos positivos si bien trabajados en la arte de educar para la vida donde la escuela es un macro ambiente en la promoción del bien-estar social.

*Graduada em Licenciatura Plena em Educação Artística- Habilitação em Desenho Especialização em Educação - Educação Popular, Diretora e Professora de Educação Artística nas Series Finais do Fundamental da Rede Pública Municipal de Capão do Leão/RS. **Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia- Séries Inicias . Especialização em Educação- Ensino e Prática Pedagógica, Coordenadora Pedagógica e Professora nas Series Iniciais do Fundamental da Rede Pública Municipal de Capão do Leão/RS. Educação Leonense: Professores em Ação


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A PRÁTICA PEDAGÓGICA SE CONSTRÓI A CADA DIA Gilciane Saes Baldassari* Maria Anaurelina Gonçalves Carrett**

Resumo O texto consiste numa reflexão a respeito da prática do professor, enfatizando a relação professor-aluno no processo ensino-aprendizagem. Focaliza caminhos para tornar a prática prazerosa e enfatiza a valorização do aluno, pois ele é o tema central do trabalho do professor. Palavras-chave: Escola. Aluno. Prática pedagógica.

INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a prática do professor tendo de lidar com as atribuições e desafios que se apresentam no seu trabalho diário. Pois afinal, o que é ser um bom professor? Quando se fala em perfil do professor, percebemos que se deve partir da indagação sobre o que determina o seu desempenho na prática pedagógica e como se realiza o ato pedagógico. Em matéria de mau desempenho, avaliado pelas taxas de repetência e evasão, o professor está deixando muito a desejar, pois ainda não está dando conta da tarefa de garantir aos alunos, cada um com seu ritmo e suas características, o acesso ao conhecimento e às habilidades indispensáveis para o trabalho e a cidadania. Muitas vezes, o que se percebe é que os alunos esperam receitas prontas e gostam de professores que esquematizam tudo. Mas os alunos não sabem esquematizar. Sendo assim, alguns professores repetem uma pedagogia passiva, com muito pouca crítica e criatividade. È necessário que haja professores que tenham compromisso, com uma prática transformadora, a qual oportunize o crescimento e o desenvolvimento em todos os sentidos, buscando novas metodologias, novos conhecimentos, investigando e, o principal, despertando no aluno essa vontade de descobrir o inusitado.

1 DESAFIOS DA PRÁTICA Na instituição escolar se aprendem valores, onde interagem alunos, professores, funcionários e direção, ambos participando do processo de produção do conhecimento. Pode ser democrática, quando dela participarem pessoas com decisões Educação Leonense: Professores em Ação


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conjuntas, mas também pode ser limitada, sem qualidade, se na mesma só forem dadas ordens. A escola no desempenho de seu papel, de preparar o indivíduo para o exercício de sua cidadania, deve provocar a reflexão sobre sua realidade e que essa pode ser modificada, a partir, da tomada de consciência e do dinamismo do professor. Ela "...é o chão da educação, onde não só germinam os conhecimentos, fruto do processo de ensino aprendizagem, como os valores da cultura e as forças sociais, o poder político" (MONLEVADE, 2000, p. 38) As pesquisas educacionais lançam alguns questionamentos que podem estar auxiliando na reflexão pedagógica da escola. Por exemplo: o que se tem feito para despertar o interesse do aluno? A responsabilidade por tudo isso passa a ser do professor, que muitas vezes, admite ser culpado, acomoda-se e não procura buscar alternativas que venham a contribuir com a qualidade do ensino. No cotidiano escolar, o profissional convive com a falta de recursos, salas superlotadas, diversas séries, turmas heterogêneas e, além disso, pelo fato de ter um baixo salário, vê-se obrigado a mais de uma jornada de trabalho, o que contribui para a sua baixa capacidade profissional. A escola é sempre responsabilizada pelo fracasso do aluno. Segundo Paro: "Dizer que a escola é produtora porque deu boa aula, mas o aluno não aprendeu, é o mesmo que dizer que a cirurgia foi um sucesso, mas o paciente morreu". (2000, p. 14). Quando o autor comparou na escola o trabalho do professor ao trabalho do médico, é importante lembrar que ao professor cabe ainda uma maior responsabilidade pelo fracasso dos alunos, pois se o médico não tem êxito em seu trabalho com um paciente, esse é prejudicado, podendo vir a

morrer, e se o fato ocorre com o professor, uma classe inteira é lesada, ficando as marcas para a vida toda. Portanto, "...quando o professor se percebe como indivíduo em contínua aprendizagem, ele muda a relação que tem com o saber. Mas não é só isso: ele precisa voltar a ser aluno para aprender a ensinar por outra perspectiva" (LIMA 2000, p. 10). O conhecimento será construído quando o professor deixar de dar respostas prontas e estimular o aluno a expressar o seu pensamento. Devem-se ter concepções de cidadania que coloquem a educação no campo dos direitos sociais e dos direitos humanos. A transformação no ensino é muito lenta, não ocorre de um dia para o outro. Tudo se torna muito difícil quando se tem presente uma série de concepções pedagógicas de mais de trinta anos. As pessoas aprendem de modo diferente, mesmo que a troca de conhecimentos aconteça entre todos em uma turma. É muito complexo alguém aprender para por em prática alguma inovação. Quando se fala em inovações, logo se imaginam ideias novas, esquecendo de tudo o que foi aprendido sobre educação (ARROYO, 2002). Porém não se trata disso: inovar é tornar completas as técnicas já existentes. Para que isso ocorra professor, escola e comunidade devem estar unidos. Somente assim a educação ultrapassará os muros da escola. Uma das causas da dificuldade da aprendizagem do aluno é a distância entre as ciências, visto que o currículo permanece dividido em disciplinas. Para que o conhecimento interdisciplinar seja construído, todas as disciplinas são importantes, nenhuma mais do que outra e cada uma com seu valor. O trabalho interdisciplinar é Educação Leonense: Professores em Ação

possível acontecer toda vez que uma atividade proposta envolva todos os professores das mais variadas áreas, contribuindo a sua maneira, para fazer com que essa instituição desenvolva uma relação de reciprocidade, de mutualidade e de coparticipação entre as disciplinas, na construção de uma prática humanística. Assim o professor faz com que suas aulas tenham significado no seu trabalho diário, porque "[...] caba ao pedagogo (entre outros) compreender a razão da apatia das massas e a briga pela esperança. Eu sei que não posso continuar sendo humano se eu faço desaparecer de mim a esperança e a briga por ela [...]" (FREIRE, 1993, p.9). O imobilismo não cabe ao professor, que deve estar sempre buscando uma nova maneira de desenvolver seu trabalho e despertando interesse nos alunos. E, muitas vezes, despertar o interesse dos alunos implica em mudar o rumo do trabalho. Não existe uma metodologia pronta, mas ocorrerão inúmeras situações em sala de aula nas quais o professor precisará ter habilidade de saber como será conduzido o conteúdo a ser desenvolvido, bem como a metodologia a ser aplicada. É necessário que o professor tome consciência do seu papel enquanto educador, propiciando ao aluno condições de aprendizagem para atender às suas características individuais. Agindo dessa maneira, o professor está criando um novo sentido para a escola, lutando para que seja de qualidade, que prime pela permanência do aluno nela. Mulheres e homens, somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de aprender. Por isso, somos os únicos em que aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do


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que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. (FREIRE, 1997. p.77).

O professor precisa inovar a cada dia, o que não quer dizer ideias novas, desprezando tudo o que foi aprendido anteriormente sobre educação. Inovar significa aprimorar as técnicas já existentes. Para que isso ocorra, o professor precisa mostrar que é um profissional competente em seu trabalho. Freire ao se referir à aprendizagem, salienta como algo dramático, pois: O educador educa a dor da falta, cognitiva e afetiva, para a construção do prazer. É da falta que nasce o desejo. Educa a aflição da tensão da angústia de desejar. Educa a fome do desejo. Somos movidos pelo desejo de crescer, de aprender, e nós, educadores, também de ensinar. (In GROSSI, 1994, p.11).

CONCLUSÃO As leituras realizadas sobre educação e o ato de educar mostraram que, a diferença na profissão de professor está no comprometimento com a aprendizagem. Para isso ocorrer é necessário uma interação professor-aluno, onde a base de tudo seja o respeito e a convivência com as diferenças.

Ao assumir a tarefa de educar, o professor pode contribuir para uma mudança social, onde a esperança deve sempre estar presente, pois sem ela, sua missão não tem sentido. No caminho de muita incerteza, que essa não seja uma fonte de angústia.

BIBLIOGRAFIA

Em nosso trabalho cotidiano nas salas de aula, precisamos projetar um futuro com sentido e ações diferentes. Respeitar toda a expressão de vida e levar à pratica a ideia de que o 'o homem seja irmão do homem' são atitudes resultantes de uma vida sustentada no desenvolvimento dos valores. (PUEBLA,1997, p.20).

____________ Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: Imagens e auto-imagens. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. FREIRE, Paulo. Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1993.

GROSSI, Esther Pillar; BORDIN, Jussara (org.). Paixão de aprender. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1994. LIMA, Elvira de Souza. A função antropológica de ensinar. Revista Nova Escola nº 138, p.10, Dez. 2000. PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2000. PUEBLA, Eugenia. Educar com o coração. São Paulo; Pierópolis, 1997.

Resumen Este artículo hace uma reflección de la práctica del professor, enfatizando la relación professor-alumno em el proceso de enseñanza y de aprendizaje. Además, focaliza caminos para que la práctica docente se convirta em al placentero valorizando el estudiante como centro de la práctica docente. Palabras llave: Escuela. Estudiante. Practica docente.

*Diretora - Escola Municipal de Ensino Fundamental Barão do Arroio Grande. Especialista em Educação Infantil e Psicopedagogia **Professora - Escola Municipal de Ensino Fundamental Barão do Arroio Grande Especialista em Metodologia do Ensino da Geografia. Universidade Federal de Pelotas E-mail: lina_geo@hotmail.com Educação Leonense: Professores em Ação


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EDUCAÇÃO INFANTIL INFANTIL COMO PARA SÉRIES INICIAIS SUPORTE PARA DO ENSINO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL Glaci Ferreira Ávila* Nazi Oliveira Berny Medeiros**

Resumo Com maior participação da mulher no mundo do trabalho, está se tornando necessária a atenção dos governantes às crianças de zero a seis anos de idade. O intuito é de proteger e, ao mesmo tempo, educar e preparar a criança para o ensino fundamental. Ingressando neste nível de ensino com os aspectos motores, emocionais, intelectuais e sociais mais desenvolvidos, a criança terá maiores possibilidades de obter sucesso na aprendizagem. Palavras-chave: Educação Infantil. Melhor desempenho. Ensino Fundamental.

POR QUE A EDUCAÇÃO INFANTIL? Nos últimos tempos, com o crescente desempenho da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na estruturação da família, os governantes vêm demonstrando uma atenção maior ao atendimento de crianças de zero a seis anos. Há alguns anos, a escola infantil era somente uma instituição de atendimento à crianças, sem ter o cuidado com o seu desenvolvimento. A educação infantil tem como meta um atendimento diferenciado, no qual as habilidades de crianças sejam trabalhadas e, assim, distinguindo-se do assistencialismo. Segundo a Política Nacional de Educação - MEC (1994), è fundamental que o aluno de Educação Infantil ingresse no Ensino Fundamental com os aspectos motores, emocionais, intelectuais e sociais desenvolvidos, contribuindo para sua interação e convivência na escola. Hoje se percebe que a criança egressa da Educação Infantil tem um desenvolvimento educativo bem melhor que outra que não teve esta oportunidade. Ao Ingressar no Ensino Fundamental, a criança carrega uma bagagem de valores morais que são assimilados, a partir, dos quatro anos de idade, nas chamadas regras de conduta. Como diz Yves de La Taille: "A criança deve convencer-se de que não há apenas boas regras, mas há também- e, sobretudo- boas pessoas". ( 2005, p.12). Para melhor entendimento do desempenho da criança que teve a oportunidade de freqüentar a educação infantil, se buscou o relato da Coordenação da Escola Professor Elmar da Silva Costa por ser, este educandário, aquele que abriga o maior número de crianças oriundas da Escola Infantil Girassol no Bairro Jardim América de Capão do Leão/RS no primeiro ano do ensino fundamental: As crianças que chegam em nossa escola, vindas de uma

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escola de educação infantil, são mais desinibidas, extrovertidas e mais determinadas, mas algumas são ainda imaturas, apesar de ter contato com a escrita. A aprendizagem se dá de forma mais tranqüila, pois estas já passaram por uma experiência escolar, uma vez que o ambiente da escola infantil viabiliza o despertar para aprender. Observo e fico realizada ao ver nosso educando feliz e integrando-se. (Paula Fernanda Costa de Oliveira, Coordenadora da Escola Professor Elmar da Silva Costa, Capão do Leão/RS.)

ensinar os valores essenciais na formação de cada criança e a escola precisa consolidar os valores ensinados na família, agregando a convivência em diferentes grupos e com diferentes pessoas: criança vê, criança faz. A Escola deve oportunizar ao aluno, a educação sistemática, através de organização de experiências que possibilitem a aproximação de saberes conceituais, atitudinais e procedimentais. Segundo o Referencial Curricular Nacional/ MEC, para que se garantam as oportunidades de aprendizagem às crianças, é necessário que os objetivos de ensino, nesta fase, sejam aprofundados e ampliados, de forma que ela seja capaz de: ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com

A criança é um ser social que nasce com capacidades afetivas, emocionais e cognitivas. Tem desejo de estar próxima às pessoas e é capaz de interagir e aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente. Para que tal desenvolvimento aconteça, é necessário também que os professores, além de vocação, estejam comprometidos em transmitir conhecimentos. A família, também, deve ser a mola mestre desta aprendizagem, durante todo o processo educacional, acontecendo, assim, uma interação famíliaescola. A

família

elas; identificar e enfrentar situações de conflito e seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade; valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivências; brincar; adotar hábitos de auto-cuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene, alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência; identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõem. Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como: a atenção, a imitação, a memória e a imaginação. As brincadeiras alimentam o espírito imaginativo, exploratório e inventivo do fazde-conta e a isso chamamos de lúdico. Olhando atentamente, as brincadeiras das crianças acontecem em todo lugar. Em casa ou na rua, a criança está alerta para qualquer tipo de realidade que provoque nela o estado lúdico. Toda atividade infantil, seja ela nos jogos, nas brincadeiras ou nos brinquedos, faz parte do momento histórico e cultural de cada sociedade. Graças ao faz-de-conta, a criança pode

deve Educação Leonense: Professores em Ação


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BIBLIOGRAFIA

imaginar, imitar, criar ou jogar simbolicamente, e, com tudo isso, pode ampliar seu mundo, entrar no universo de sua cultura ou sociedade aprendendo costumes, regras e limites.

Revista Pátio- Educação em valores na primeira infância. ANO III março/ junho 2005. Revista Pátio - O futuro da educação Infantil. ANO VI novembro 2008/fevereiro 2009. Revista Nova escola - Educação Infantil. Fundação Victor Civita. O que trabalhar todo dia na creche e na pré-escola. Pag. 48. ANO XXIII nº217 - novembro de2008.

CONCLUSÃO O professor e pesquisador norte americano Thomas Armstrong, em entrevista à revista Pátio, afirma acreditar que as crianças pequenas precisam brincar e que esse significa aprender. Não deveríamos fazer do brincar algo educacional, mas, sim, oferecer às crianças uma ampla gama de material para brincar (aparelhos, materiais artísticos, marionetes, blocos, etc.) e criar um espaço seguro para que elas possam explorar sua imaginação sem preocupação. Afirma, ainda, para que as crianças tenham um desenvolvimento mais pleno e saudável, é preciso parar nossas práticas de estreitamento e criar centros onde a imaginação e as idéias dos alunos possam manifestar-se plenamente em palavras, desenhos, música, dança, invenções e outras formas de expressão. Isto nos mostra a importância de criarmos modelos de acordo com nossa realidade e provocar a criança para que sinta a necessidade de criar, explorar a sua imaginação, aplicando seu raciocínio, desenvolvendo assim o seu potencial para dar continuidade à caminhada que é sua própria vida.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Formação Pessoal e Social. Ministério da Educação e do Desporto. Vol. 2 Brasília, 1998. Parâmetros de Qualidade para Educação Infantil. Ministério da Educação Sec. de Educação Básica. Vol. 1 e 2. Brasília, 2008.

Resumen Con el incremento del rendimiento de las mujeres en el mundo del trabajo, se está convirtiendo en la necesaria atención de los gobiernos a los niños de cero a seis años de edad con la intención de proteger y al mismo tiempo, educar y preparar al niño para la escuela primaria. entrar en este nivel de educación con los aspectos de motor, emocional, intelectual y social más desarrolladas, el niño tendrá mayores posibilidades de éxito en el aprendizaje. Palabras llave: Educación de niños. Rendimiento. Escuela Primaria

*Pedagoga , Coordenadora da Escola de Educação Infantil **Diretora do Departamento de Educação Infantil -SMECD Capão do Leão Educação Leonense: Professores em Ação


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LÚDICO NO ENSINO RELIGIOSO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL FUNDAMENTAL Helena Madeira Costa* Maria do Carmo Alves Schmalfuss da Rosa**

Resumo Através da ludicidade no Ensino Religioso podemos, pelos jogos e brincadeiras, trabalhar as questões morais, sociais, afetivas e espirituais. A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação do ser humano, possibilita um crescimento sadio, um enriquecimento permanente. Integra-se a uma prática democrática que investe em uma produção séria do conhecimento e exige a participação franca, criativa, livre e crítica, promovendo a socialização, tendo em vista um forte compromisso com a transformação de indivíduos autônomos, aptos à cooperação e à vivência do transcendente. O Ensino Religioso, trabalhado de maneira lúdica, tem a possibilidade de despertar a beleza da vida em todos os sentidos, levando os alunos a perceber o valor da própria existência e também da do próximo, estimulando sentimento de respeito e amor. Palavras-chave: Escola. Ludicidade. Ensino Religioso.

Iniciamos nossa reflexão acerca do Ensino Religioso nas séries iniciais do Ensino Fundamental, com a abordagem de OLENIKI e DALDEGAN: O Ensino Religioso precisa assumir num primeiro momento o papel da borboleta, despertando no educando a curiosidade e a admiração pelo conhecimento religioso. Num segundo momento, proporcionar ao educando transportar-se para o lugar da borboleta, que em seu vôo olha a natureza de cima e descobre o que há além dela mesma, percebendo as diferenças e o mundo sobre o outro prisma (2003. p.13.)

O Ensino Religioso ocupa um papel de destaque na escola junto com as outras disciplinas, porém sabe-se que ele não pode possibilitar tudo. Proporciona um "mais" em termos de vida humana, pois o Ensino Religioso tem sempre a ver com relação de sentido num dinamismo permanente de apelo e resposta que encanta e toma a vida mais lúdica nas suas diferentes dimensões. Os PCNER - Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso apresentam como proposta educacional o transcendente. A Educação Religiosa é uma das dez áreas do conhecimento, conforme a resolução da CEB de CNE nº 2/1998 e parecer nº 4/1998: Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental(1). Como área do conhecimento(2) , o Ensino Religioso aborda diferentes dimensões: sensorial, intuitiva, vivencial e celebrativa, além da racial. Entra em contato com a subjetividade religiosa dos discentes, não abordando uma só tendência religiosa. O Ensino Religioso promove um sentido à Vida, estabelecendo um contato com a transcendência, levando a relação consigo mesma, com as outras pessoas e com o "extra-nos", a

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dimensão divina, desempenhando um importante papel como fonte de esperança. A escola, sendo responsável pelo desenvolvimento integral do ser humano, deve contemplar em seu currículo a disciplina do Ensino Religioso, pois ela desenvolve nos alunos suas potencialidades, afeto, inteligência e vontade, forma a mente e o coração. O aluno não pode ser visto somente como um ser pensante, a educação deve atingir o aluno nos três níveis: físico, psíquico e espiritual. Coll nos fala que: A escola não só intervém na transmissão do saber cientifico organizado culturalmente, como influi em todos os aspectos relativos aos processos de socialização e individualização da criança, como são o desenvolvimento das relações afetivas, a habilidade participar em situações sociais, a aquisição de destrezas relacionadas com a competência comunicativa, o desenvolvimento do papel sexual, das condutas pró-sociais e da própria identidade (auto-conceito, auto-estima,autonomia (1955, p. 254)6.

O Ensino Religioso precisa ser trabalhado de uma maneira a mostrar o sentido e a valorização da vida em geral, resgatando o respeito com a alteridade de cada um. Pois quando entramos em contato com o outro é que nos conhecemos, percebemos nossas capacidades, nossas habilidades, mas também nossos limites e conflitos. O grande desafio nos dias de hoje é mostrar que é possível acreditar, confiar no outro, e isto o Ensino Religioso pode trabalhar resgatando a valorização da vida e o convívio com o próximo de uma maneira harmoniosa e afetiva, construindo uma auto-estima compatível com sua condição de ser humano consciente, inteligente e livre.

Falar sobre o sentido da vida no Ensino Religioso, mais do que buscar respostas é medir o desenvolvimento de uma competência, pois a busca do sentido da vida não é um ato solitário do ser humano. Ele acontece na convivência com o outro. BROWN nos diz que: A interação cooperativa com os outros é necessária para o desenvolvimento da auto-estima, da confiança e da identidade pessoal, que são elementos importantes para o bem estar psicológico [...] A cooperação é um caminho que pode ajudar a solucionar criativamente problemas e conflito (1994, p.38).

O Ensino Religioso pode também tornar a vida mais alegre, quando é desenvolvida com atividades lúdicas. OLENIKI e DALDEGAN abordam essa dimensão do Ensino Religioso: As atividades lúdicas no ensino religioso, [...] desempenham um papel muito importante no desenvolvimento do educando, pois tornam-se recursos para a apropriação de conhecimentos religiosos, proporcionando a possibilidade de ver o mundo em suas diferentes formas, despertando-o para a realidade que o envolve. (2003, p.60).

A atividade lúdica deve estar em sintonia com o conteúdo religioso programático que se deseja explorar, favorecendo a interação e a realização de novas descobertas, de maneira prazerosa. Há múltiplas atividades lúdicas em cada faixa etária para serem usadas de forma criativa, tais como: brincadeiras, jogos, desenhos, pinturas, dramatização, música, dança, teatro... Porém, na escola é reservado pouco lugar para a cultura infantil: Educação Leonense: Professores em Ação

brincadeiras, jogos e outras atividades pertencentes ao saber popular. Ao negar esses conhecimentos, ela nega também a cultura corporal e esportiva das crianças. Elas, ao chegarem na escola, são impedidas de assumir sua corporeidade, passando a serem violentadas, através de longas horas em que ficam imobilizadas na sala de aula. Cientes de que essas experiências geralmente não são valorizadas, hoje, nós, enquanto educadores buscamos ter como ponto de partida esses conhecimentos. Nossa intenção é dar voz ao corpo, que também a escola silencia e, a partir de nossa escuta, apontar a possibilidade de uma educação com prática de liberdade. A sociedade em que vivemos é gestada em um longo processo de formação de instituição que molda o indivíduo, articulando-o ideologicamente à ordem, reprimindo as manifestações "anormais" e recompensando as "normais". A escola, como parte dessa sociedade, está marcada também por estas ações. Geralmente, é vista como um local impróprio para as atividades lúdicas e manifestações corporais que expressam os sentimentos, a sensibilidade, os desejos, a sexualidade, os anseios das crianças. Percebemos que, em todos os instantes, há uma preocupação não explícita em determinar a corporeidade das crianças através de normas, posturas, enfim, uma variedade de ações. No entanto, o pátio é percebido pelas crianças como um espaço de relativa liberdade, visto que, na sala de aula, permanecem a maior parte do tempo imobilizadas a espera das determinações do professor. A escola leva as crianças sistematicamente a controlarem seus sentimentos, seus desejos, introjetando outros, que nunca são o presente, o agora, mas algo que acontecerá no futuro. As crianças, sempre que possível, transformam qualquer situação na sala de aula em


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ludicidade. Elas criam formas de resistência ao controle do professores. Pedem para fazer ponta do lápis, para ir ao banheiro e ficam a brincar nos corredores. A escola detém a mobilidade das crianças para racionalizar seus movimentos, enfatizando a produção de gestos mecânicos e estereotipados. Assim, ao chegarem à escola, são condicionadas a obedecerem ao toque da sineta. É hora de iniciar a produção. Na sala de aula, seus corpos passam a ser imobilizados, presos às cadeiras, tal qual o operário que fica preso á maquina no seu trabalho. A educação fascinada pelo conhecimento do mundo esqueceu-se de que sua vocação é desperta o potencial único que já faz adormecido em cada estudante [a alegria] (ALVES, 1994, p.17).

Dentro desta proposta do Ensino Religioso conectado à ludicidade, o lúdico torna-se um meio de liberar tensões, fonte de prazer, alegria, descontração, convivência agradável e educativa. Brincando é que, seguidamente, a criança precisa improvisar decisões, raciocinar rápido e ser criativa. As atividades lúdicas contribuem para que o Ensino Religioso não se desenvolva num processo rígido. Elas canalizam os ensinamentos sérios e importantes, através do dinamismo do prazer e da alegria. Nelas os alunos, com facilidade, se relacionam espontaneamente e são capazes de respeitar as regras impostas, sem dificuldades. OLENIKI e DALDEGAN apontam que: No Ensino Religioso, o brincar, o lúdico, é uma ferramenta que contribui para envolver o educando e sua cultura religiosa. É por meio do lúdico que irá reconhecer-se pertencente a um grupo, na sua própria identidade,

conceitos e determinação papéis (2003, p.60).

de

Assim, as crianças vão se preparando para a vida, assimilando a cultura do meio em que vivem, a ele se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhes oferece, aprendendo a cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social mais solidário. Trabalhar dentro de uma proposta que, potencialmente, dá lugar às constrições mais significativas, à alegria e ao prazer, requer do professor o constante repensar de sua prática. Criar, inovar, inventar, e reinventar são características importantes para investir e transformar a sala de aula em um espaço prazeroso de aprendizagens, tornando-as realmente significativas e transcendentais. Cabe ao Ensino Religioso e à Ludicidade, portanto, abrirem e ampliarem os horizontes, educando a consciência religiosa na busca da felicidade e da convivência pacífica, levando os educando a perceberem que a identidade religiosa é única e que cada um deve ser respeitado pela sua opção (OLENIKI e DALDEGAN, 2003). Acreditamos como professoras, que as relações cooperativas devam ser enfatizadas no Ensino Religioso, pois propiciam a evolução do senso de justiça, tão necessário nessa sociedade capitalista, onde o maior problema ambiental é a pobreza (material e imaterial), devido à grande injustiça, pecado social em que vivemos. Enfatizamos que as relações cooperativas promovem os valores humanos que o Ensino Religioso desenvolve através de seu conteúdo programático. A cooperação é um caminho que pode ajudar a solucionar criativamente problemas e conflitos [...] a cooperação ensina a comunicação e a confiança. A competição ensina que a trapaça Educação Leonense: Professores em Ação

e a esperteza são mecanismos válidos para conseguir o objetivo, que alguns ganham e outros perdem e que é preciso aceitar os resultados (BROWN, 1994, p.3841).

As relações cooperativas são desenvolvidas em todas as atividades cooperativas em detrimento das solitárias, individuais, competitivas generalizadas em nossa sociedade, onde o que se promove é ser "o melhor" para "vencer o outro". A violência está generalizada, uma vez que a fraude e a mentira estão quase que instituídas no dia-a-dia, na atualidade. Portanto, o Ensino Religioso tem uma missão importante ao desenvolver as normas morais e o senso de justiça social, tão necessários para a edificação de uma sociedade mais justa, voltada para a paz.

CONCLUSÃO A escola, em seu contexto, ao valorizar a ludicidade, ajuda as crianças a formarem um bom conceito de mundo, um mundo onde a afetividade e a sociabilidade são acolhidas e vivenciadas, em que a criatividade é estimulada e os direitos das crianças respeitados. Através do Ensino Religioso, aliado à ludicidade, podemos mostrar aos nossos alunos outra visão de mundo, diferente da que estamos acostumados a viver, onde alguns valores como solidariedade, justiça, respeito mútuo são considerados. Com o Ensino Religioso aliado ao lúdico, podemos mostrar que necessitamos uns dos outros para nos mantermos vivos em todas as dimensões: física, intelectual, emocional e espiritual. Ninguém se basta, precisamos uns dos outros sempre. É necessário estimular relações cooperativas, em que


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NOTAS

possamos passar valores e atitudes mais saudáveis, resgatando a sensibilidade humana de interação e de preocupação com o próximo. Dessa forma, estaremos favorecendo e estabelecendo relações equilibradas e saudáveis, sem precisar passar por cima de ninguém para vencermos; pois é mister desenvolver os valores éticos e espirituais para a construção de uma sociedade mais justa, equilibrada e feliz.

(1) FONAPER , Ensino Religioso referencial para a proposta pedagógica da escola, p.16. (2) Laude BRANDENBURG, Polígrafo Metodologia do Ensino Religioso, p. 2-4. BIBLIOGRAFIA ALVES, Rubem. A alegria de ensinar. São Paulo: Poética, 1994. BRANDENBURG, Laude. Polígrafo metodologia do Ensino Religioso.

Resumen A través de la atividad ludica en la educación religiosa puedemos trabajar las cuestiones morales, sociales, emocionales y espirituales. La educación religiosa contribui y influi en la formación del ser humano, proporciona un crecimiento saludable, un enriquecimiento permanente. Integra es una práctica democrática que invierte en una seria producción de conocimiento, y exige la participación honesta, creativa, libre y crítica, la promoción de la socialización, por un fuerte compromiso con la transformación de individuos autónomos, capaces de cooperación y experiencia lo trascendente. La educación religiosa, que trabajen en juego, tienen la capacidad de despertar la belleza de la vida en todas las direcciones, dando lugar a los estudiantes a comprender el valor de su propia existencia y también de lo otro, estimular sentimientos de respeto y el amor.

BROW, Guilherme. Jogos cooperativos: teoria e prática. São Leopoldo: Sinodal, 1994. COLL, César, PALÁCIOS, Jesus, MARCHESI, Álvar. Desenvolvimento psicológico e educação. V.I. Porto Alegre:Artes Médicas, 1955. FONAPER - PCNER. São Paulo: Ave Maria, 1977. PP. 5 -43 OLENIKI, Marilac Loreine R., DALDEGAN, Viviane Mayer. Encantar: uma prática pedagógica no Ensino Religioso. Petrópolis: Vozes, 2003.

Palabras llave: Escuela. Juego. Educación Religiosa.

*Pedagoga com habilitação em séries iniciais - Universidade Federal de Pelotas. **Pedagoga com habilitação em séries iniciais - Universidade Federal de Pelotas. Especialista em Ensino. Religioso - Pós - Graduação Lato Sensu Escola Superior de Teologia. Educação Leonense: Professores em Ação


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REPROVAÇÃO: APROVAÇÃO APROV AÇÃO E REPROVAÇÃO: PROBLEMA RELATIVO RELATIVO À METODOLOGIAS INADEQUADAS METODOLOGIAS OU À FAL ALT FAL TTA A DE RECURSOS? Luciane Moreira* Maria Inês Neumann Marques**

Resumo Este artigo tem como objetivo refletir sobre um dos fatores que mais angustiam professores, alunos e direção de escolas: a aprovação e a reprovação. Busca refletir sobre os motivos dos altos índices de reprovação normalmente apresentados pelas escolas e as possíveis soluções para tais problemas. Palavras-chave: Educação. Aprovação. Reprovação. Solução.

Educação Leonense: Professores em Ação

INTRODUÇÃO Cremos que, como educadores, o que mais angustia é perceber as dificuldades que os alunos encontram no aprender. Temos consciência que vários são os fatores que dificultam seu aprendizado: falta de concentração e atenção, problemas psicológicos ou familiares, desinteresse pelos conteúdos, falta de maturidade, enfim, os fatores que podemos enumerar são diversos; para o professor é sempre motivo para reflexão perceber, ao aplicar qualquer método de avaliação, que os alunos encontram dificuldades na assimilação dos conteúdos. É preciso que haja, portanto, uma reflexão constante e uma reformulação de métodos para que se alcance o objetivo que é, em última análise, o aprendizado e consequente aprovação. O que temos analisado, no decorrer dos vários anos de magistério, tem sido uma sucessão de métodos e tentativas de busca por aprovação com constantes repetições de conteúdos e avaliações na tentativa de buscar aprovação. Percebemos com isso que muitas vezes nossos alunos conseguem ser aprovados, porém já estão esgotados de tanta repetição dos mesmos conteúdos, o que não gera propriamente aprendizado. Isto nos faz refletir quanto à eficácia de trais métodos. Vivemos em uma época de qualificação constante de professores o que parece refletir negativamente em sua prática. Questionamos então o porquê de resultados negativos quando nossos alunos têm por professores profissionais qualificados. Onde reside exatamente o problema? Como estão aparelhadas nossas escolas? Que recursos o professor dispõe para envolver o aluno em um ambiente de aprendizado eficaz? Em uma era tecnológica, que recursos a escola possui para competir com ambientes mais atrativos a este aluno? Por que ainda existe a visão de que o professor utiliza


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o instrumento de avaliação como forma de controle dos alunos, quando na realidade a maioria dos alunos não está muito preocupada com a aprovação e menos ainda com o aprendizado.

1 QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES x EFICÁCIA NA APRENDIZAGEM Nunca houve tanta pressão por qualificação como nos tempos atuais. A nova LDB, Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996, prevê a obrigatoriedade de formação universitária para o profissional do magistério, segundo Juçara Vieira: [...]Em 1996, quando foi sancionada, a LDB previu, nas disposições transitórias, a Década da Educação, a ser contada a partir de um ano da publicação da Lei, ou seja, de 1997 a 2007: Até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço. ( LDB § 4º do Art. 87.)

A partir destas determinações, grandes esforços foram feitos para elevar o nível de formação de muitos professores. As Universidades acolheram inúmeros professores pertencentes à educação básica e especificamente às séries iniciais do ensino fundamental e procuraram qualificá-los, oferecendo a estes profissionais principalmente o curso de Pedagogia. Através destes cursos de formação, o meio acadêmico tenta incutir no professor ideias críticas quanto à necessidade de atualização constante e planejamento de suas aulas através de pesquisas atualizadas sobre métodos variados de aprendizado, buscando focar o aprendizado na análise de como cada aluno aprende de modo a

buscar uma eficácia maior em seu trabalho. Neste contexto, percebemos a angústia do professor que, sendo mal remunerado, necessita trabalhar mais horas para se manter e ainda necessita desempenhar suas atividades pessoais, como o trato da casa e dos filhos, e assim não encontra tempo para qualificação constante, estudo de novas teorias e planejamento de suas aulas. Diante da necessidade de melhoria da qualidade do ensino no país, o problema dos baixos níveis de aprendizagem do aluno foi centrado na qualificação dos professores. Porém faltou analisar as condições em que se dá esta qualificação do professor e também as condições que ele terá para se manter atualizado: tempo que terá para planejar suas estratégias de ensino e recursos que disporá para tanto. Estas questões não estão sendo refletidas adequadamente e o professor passou a ser visto como alguém que por mais qualificado que esteja nunca está preparado para lidar com os problemas constantes relativos ao aprendizado dos alunos e consequente aprovação.

2 DISCIPLINA x APRENDIZADO No cotidiano de nossas escolas passou-se a enfrentar problemas cada vez mais sérios quanto à disciplina dos alunos. Passamos de um período repressor, quando o aluno não tinha voz, para um período em que só o aluno tem voz. A partir do momento em que o meio acadêmico e os intelectuais começaram a teorizar sobre o autoritarismo que existia dentro das escolas, impondo a disciplina aos alunos de forma opressora, de forma que ele aceitasse as determinações que lhe eram impostas sem questionamentos, passou-se a não mais ser aceito determinadas posturas por parte dos Educação Leonense: Professores em Ação

administradores de escola e professores. A interpretação errônea de leis que surgiram em vista dos abusos ocorridos por parte dos adultos e a falta de formação e informação dos profissionais que administram a escola ocasionaram o caos que se verifica em muitos estabelecimentos de ensino. Os administradores desconhecem os meios que dispõem para reprimir excessos e o professor, ao sentir-se abandonado diante de situações conflitivas, perde a autoridade diante de alunos que não valorizam seu papel e não possuem uma consciência formada sobre a necessidade de qualificação constante que o mercado exige. Além disso, os últimos anos têm se caracterizado pela problemática da desestrutura familiar e crescente uso de drogas entre os alunos, ocasionando problemas de violência extremamente graves, que a escola não está preparada para solucionar, pois não possui uma estrutura de apoio, composta por assistentes sociais e psicólogos, para assessorar na busca de soluções para estes problemas. Diante deste quadro, percebemos que não é possível pensar avaliação e aprendizado, sem pensarmos em condições adequadas de ensino. Somente em um ambiente em que o aluno sinta-se acolhido e seguro poderá existir condições de valorização do ensino.

3 NOVAS TECNOLOGIAS x FALTA DE RECURSOS Estamos vivendo uma era de constantes modificações. Tudo ocorre de forma muito rápida gerando angústia no ser humano em geral. Isto reflete no comportamento tanto do adulto quanto da criança. Nem o adulto, nem a criança ou adolescente passa por um período de sedimentação de ideias e


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valores. Vivemos um período em que tudo parece ser relativo e que normas pré-estabelcidadas são constantemente questionadas.

material atualizado para os alunos, tanto nos laboratórios de informática quanto nas bibliotecas.

Tudo ocorre em um ritmo muito acelerado: muitas pesquisas surgem em todas as áreas e a tecnologia toma conta de todos os setores da vida humana. Somente a escola parece não acompanhar estes avanços tecnológicos. Muitas escolas não dispõem sequer de uma máquina copiadora para impressão de material a ser distribuído para os alunos. Faltam livros didáticos e inclusive folhas. A maioria das escolas ainda utiliza o velho mimeógrafo, com uma qualidade de impressão péssima.

4 POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA O PROBLEMA

Quanto ao acesso às novas tecnologias, o professor muitas vezes não consegue acompanhar o desenvolvimento da informática, não tendo acesso a um computador e muito menos acesso à internet, que favoreceria seu acesso a novas pesquisas relacionadas à educação. Embora muitas escolas já estejam sendo contempladas com a implantação de laboratórios de informática, não está havendo qualificação dos professores de modo a utilizar de forma eficaz estes recursos em suas disciplinas. Ocorre também a falta de um profissional que possa assessorar os professores em questões relativas ao uso do equipamento em geral. Outro aspecto importante a ser analisado é a falta de bibliotecas nas escolas ou, quando possuem, a falta de profissional especializado, que desenvolva um trabalho dinâmico, não apenas burocrático, de estímulo à leitura e pesquisa. Portanto, é fator essencial para o desenvolvimento de aprendizado o acesso a novas tecnologias, a qualificação profissional dos professores, a disponibilidade de profissionais especializados para assessorar os professores e

Jussara Hoffman (2008, p.10), em suas reflexões sobre avaliação no livro Avaliar para Promover, salienta que os métodos de avaliação precisaram ser repensados devido ao fato de apresentarem características classificatórias e elitistas. Segundo esta pesquisadora, avaliação é substancialmente reflexão de pensar sobre seus atos, de analisá-los, julgá-los, interagindo com o mundo e com os outros seres. Quando a avaliação é reflexiva, segundo ela, auxilia a transformação da realidade avaliada. Salienta ainda que a avaliação deve ser discutida em seu conjunto: de valores, organização curricular, preceitos metodológicos, visão política, comunitária. Portanto, a avaliação deveria ser uma preocupação não só do professor, mas da comunidade, incluindo pais e alunos. Para ela, é somente desta forma reflexiva que poderemos efetivamente implantar métodos avaliativos que promovam o aluno. Hoffmann (2008, p.11), afirma que não há como ensinar métodos avaliativos, que a metodologia implantada dependerá da reflexão conjunta das pessoas envolvidas, surgindo do confronto de ideias, valores e princípios. A autora salienta (HOFFMANN, 2008, p. 17) que a questão não reside propriamente nos métodos avaliativos, mas na finalidade ao avaliar. A finalidade deve residir na observação permanente das manifestações de aprendizagem para que o professor consiga analisar individualmente cada aluno e adaptar sua metodologia de forma a alcançar todo o grupo. Educação Leonense: Professores em Ação

O que se deve buscar através da avaliação, segundo Hoffman (2008, p 19), é uma prática pedagógica consciente, utilizando a avaliação de forma reflexiva sobre o aprendizado do aluno, buscando assim alcançar o respeito à individualidade de cada um, demonstrando confiança na capacidade de todos, buscando a socialização e a integração. Através da reflexão de Hoffman podemos perceber que, como não existem fórmulas exatas de como avaliar, os professores deveriam ter oportunidade de refletir sobre suas práticas em grupo. Que cada escola deveria ter momentos específicos de discussões para que as práticas sejam repensadas de modo a alcançar melhores resultados. É preciso que, para tanto, os professores tenham acesso aos resultados das pesquisas que são efetuadas, tanto pelo governo quanto pelo meio acadêmico. Que busquem constantemente repensar a sua prática e aprender a planejar seu trabalho de acordo com a sua realidade, mas também é preciso que as escolas possam contar com toda uma estrutura de apoio, pois para que se possa alcançar resultados eficazes quanto à aprendizagem, e consequente aprovação,segundo Hoffman é preciso: [...] uma ampla fundamentação em teorias do conhecimento, maior tempo para o planejamento, para a análise das tarefas dos alunos e, principalmente, apoio e orientação permanentes de supervisores e especialista. (2008, p.43)

5 CONCLUSÃO Percebemos que nossa sociedade passa por um momento de questionamentos de valores e constantes avanços tecnológicos e da pesquisa


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científica. Não há muito espaço para a sedimentação daquilo que se aprende e há pouco acesso às novas pesquisas e novas tecnologias. A angústia impera em todos os meios e não poderia deixar de refletir no ambiente escolar. Como vimos, é preciso que encontremos tempo para refletir sobre o momento histórico e o que é preciso fazer para que a Escola continue tento seu valor, podendo contribuir para a formação não somente profissional, mas do cidadão como um todo. Um ser capaz de conviver com os demais de forma a respeitar as individualidades de cada um e com postura autônoma, capaz de compreender que ele é agente de seu saber, que sua postura tem de ser ativa e dialógica, construindo seu conhecimento através do questionamento constante. Não deve ser mais alguém que recebe passivamente uma série de informações e assimila dados que para ele não fazem muito sentido e parecem não ter utilidade. Cremos que ao refletir sobre aprendizagem, reprovação e aprovação, terminamos por refletir sobre todo o contexto escolar, pois não há como pensar situações de aprendizagem sem levar em conta todos os aspectos que a este se relacionam.

BIBLIOGRAFIA Hoffmann, Jussara. Avaliar para promover. Porto Alegre: Editora mediação, 2008 Vieira, Juçara. Formação pode mudar. Disponível em <http://blog.falaeducador.com/2009/05/31/formacaoldb-pode-mudar> Acesso em 01.jun.2009

Resumen Este artículo tiene como objetivo reflexionar sobre un de los fatores que más angustian profesores, alumnos y dirección de escuelas: la aprobación y la reprobación. Busca reflexionar sobre los motivos de los altos índices de reprobación normalmente presentados por las escuelas y las posibles soluciones para tales problemas. Palabras llave: Educación. Aprobación. Reprobación. Soluciones.

É preciso que exista uma conscientização maior de todos os agentes envolvidos no processo, desde o governo até as instituições, de que sem recursos e pessoal especializado não se faz a educação. Enquanto não houver planejamento, assessoramento e investimento não haverá solução efetiva dos problemas enfrentados no cotidiano escolar.

*Professora da Rede Municipal de Educação de Capão do Leão/RS. **Professora da Rede Municipal de Educação de Capão do Leão/RS. Educação Leonense: Professores em Ação


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UMA ESCOLA ESTRUTURADA PARA PARA TODOS TODOS

Maria Cristina Garcia de Castro* Maria Tereza Brum Argoud**

Resumo Este trabalho tem por objetivo relatar algumas dificuldades enfrentadas pela escola com relação à educação inclusiva. Apresenta a importância da qualificação e formação dos professores, que são, sem dúvida, os atores deste processo de inclusão. Salientar a importância da participação da família, assumindo o papel de co-autores neste processo inclusivo. Pretende enfim, apontar aspectos que dificultam esta inclusão e sinalizar algumas alternativas para que ela se efetive no contexto escolar. Apresenta, também, um levantamento de documentos oficiais que traram da Educação Especial. Palavras-chave: Educação. Inclusão. Qualificação.

inclusivas tem no sucesso da inclusão. A formação e qualificação destes professores que irão trabalhar com esta clientela a ser incluída, dependem da expansão da oferta de cursos de formação e especialização pelas universidades e escolas normais. Para demonstrarmos as dificuldades que a escola encontra diante da inclusão, objetivo deste trabalho, foram feitas pesquisas bibliográficas através de obras, artigos publicados em revistas, jornais, internet e outros.

2 DESENVOLVIMENTO De acordo com os princípios e fins da educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, deve haver o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, porém, isto tudo nos remete à reflexão sobre a falta de oportunidades de pessoas com necessidades especiais exercerem esta cidadania. A Constituição Federal de 1988, em seu art.203, estabelece:

INTRODUÇÃO Muito se tem falado sobre o processo de inclusão, e quase sempre com a conotação de que inclusão e integração escolar seriam sinônimos. Na verdade, a integração insere o sujeito na escola, esperando uma adaptação deste ao ambiente escolar já estruturado, enquanto a inclusão escolar implica em redimensionamentos de estruturas físicas da escola, de atitudes e percepções dos educadores e adaptações curriculares. Implantar a inclusão

torna-se uma tarefa árdua quando se entende por incluir mudança de postura, quebra de paradigmas, uma reformulação no sistema de ensino, buscando uma educação de qualidade na qual, o acesso, o atendimento adequado e a permanência de todos os alunos na escola, sejam garantidos independente de suas diferenças e necessidades. Ao tocar no aspecto das práticas inclusivas, é necessário comentar a importância que a preparação do professor que atuará nas classes Educação Leonense: Professores em Ação

"A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social". Mais adiante acrescenta: "(...) a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração comunitária". A referência a este artigo se justifica para enfatizar a responsabilidade do Estado no que diz respeito à assistência ao indivíduo que necessita, longe de desejar sugerir uma prática assistencialista, tão presente na história de nossas práticas


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educativas. O art.208 da mesma Constituição ressalta que: "o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de, dentre outros, (...) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial na rede regular de ensino". A Lei nº 9394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, normatiza a Educação Especial por meio dos artigos abaixo relacionados: "Art.4º, III atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência será feito preferencialmente na rede regular de ensino". "Art.58 - entende-se por Educação Especial, para os efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para portadores de necessidades especiais".

Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinam para uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. O grande desafio que a inclusão impõe a escola é lidar com a diversidade e buscar respostas para as diferentes necessidades educacionais, implica ainda em mudanças do atual paradigma. A inclusão é produto de uma educação plural e democrática. Ela provoca uma crise escolar, ou melhor, uma crise de identidade institucional que, por sua vez, abala a identidade dos professores e

faz com que seja ressignificada a identidade do aluno. O aluno da escola inclusiva é outro sujeito, que não tem uma identidade fixada em modelos ideais. Em uma escola inclusiva o professor não diversifica o ensino, mas as atividades que propõe a todos os alunos, com e sem deficiência. Na sala de aula ensinar é um ato coletivo e aprender é um ato individual e intransferível. Com isso queremos dizer que não se pode exigir que todos aprendam dados, conhecimentos, igualmente, e pelos mesmos caminhos. As respostas de uma turma de alunos refletem esses caminhos do saber que são próprios de cada um de nós e, portanto, devem ser reconhecidos e valorizados nas suas diferenças. O ensino curricular de nossas escolas, organizado em disciplinas, isola, separa os conhecimentos, em vez de reconhecer as suas interrelações. Os sistemas escolares também estão montados a partir de um pensamento que recorta a realidade, que permite dividir os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino regular e especial, os professores em especialistas nesta e naquela manifestação de diferenças. A lógica desta organização é determinada por uma visão determinista, mecanicista, formalista, própria do pensamento científico moderno, que ignora o subjetivo, o afetivo, sem os quais não conseguimos romper o velho modelo escolar, para produzir a reviravolta que inclusão impõe. A finalidade das adaptações curriculares é conseguir a maior participação possível dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais em todas as atividades desenvolvidas no projeto curricular da escola e na programação da sala de aula. Também levar tais alunos a atingirem objetivos de cada nível do fluxo educativo, por meio de um currículo adequado às suas necessidades. Educação Leonense: Professores em Ação

Deve-se evitar a elaboração de currículos específicos para alunos em situação de deficiências ou para outros que, no processo de aprendizagem, apresentam características significativamente diferenciadas de seus pares, no que se refere à aprendizagem e à participação. A inclusão é possível, necessária e desejável. Para que dê certo, sem que se criem núcleos de reclusão, ou exclusão na inclusão, faz-se necessário que sejam removidas todas as barreiras. Para tanto precisamos conhecê-las. E a pesquisa é estratégia indispensável na consecução do objetivo de evoluirmos para uma escola para todos, com todos para toda vida. Uma escola que ofereça respostas educativas de boa qualidade, com intenção de favorecer, o desenvolvimento pleno do cidadão, contido em cada aluno. (CARVALHO, 2008, p.148).

Ensinar, neste contexto, é disponibilizar o conhecimento da melhor maneira possível, para que os alunos aprendam e tenham garantido o seu lugar na escola, conquistando com esforço próprio, interesse e desejo de conhecer cada vez mais. A inclusão mobiliza a família, os professores, a escola e os profissionais de apoio especializado. Nos primeiros meses pode gerar medo, angústia, tensão, dúvidas, tanto para família, como para escola. A inclusão é extremamente favorável à eliminação de posturas excludentes, pois a partir da convivência na heterogeneidade as crianças aprendem, desde cedo, a não discriminar. A maior demanda encontra-se nas atitudes, posturas, formas de lidas com a diversidade e a diferença significativa


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de cada aluno. Essa não deve ser responsabilidade só do professor, mas do coletivo escolar.

3 CONCLUSÃO A inclusão educacional traz benefícios para todos e também lança novos desafios para instituições, professores e sociedade. Historicamente, o atendimento educacional às crianças com deficiência era realizado apenas em escolas especiais, fato que trouxe conseqüências negativas e segregacionistas, pois se imaginava que elas eram incapazes de conviver com crianças sem deficiência. A medida que as práticas educacionais inclusivas ganham maior visibilidade, as famílias entendem os benefícios dos espaços heterogêneos de aprendizagem para seus filhos. A inclusão não se faz somente por meio do aluno e da escola. A família tem um papel muito importante neste processo. Os sentimentos da família sobre deficiência são cíclicos e podem transitar entre a aceitação e a negação, especialmente nas mudanças de fases das crianças. Quando o filho entra na adolescência, é comum que os pais comparem com os demais jovens e, na maioria das vezes, o resultado desta comparação é negativo, desconsiderando o quanto já evoluiu. A escola também pode colaborar dando sugestões aos familiares de como estes podem agir em casa, de maneira que se tornem co-autores do processo de inclusão de seus filhos. Muitas vezes as estratégias educacionais que são desenvolvidas em sala de aula não têm uma continuidade dentro

de casa.

BIBLIOGRAFIA

A garantia de acesso e permanência com sucesso nas escolas comuns, regulares significa um patamar imprescindível de cidadania para pessoas com deficiência, na opinião de especialistas. A sua inclusão nos ambientes comuns de aprendizagem, oferecendo todas as condições de acessibilidade, possibilita o preparo para inserção nos espaços sociais, incluindo o mercado de trabalho.

BRASIL, Lei 9.394 de 20/12/1996, Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União. 23/12/1996.

Muitos são os desafios da inclusão escolar, mas este é um movimento irreversível, cabe aos profissionais de educação, aos estabelecimentos de ensino, familiares e a sociedade em geral, a busca de instrumentalização para o sucesso da educação inclusiva.

BATISTA, Cristina; MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Educação inclusiva: Atendimento educacional especializado para a deficiência mental. 2ªed. Brasília: MEC SEESP, 2006. 68p. il. BRASIL, Constituição Federal. CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva. 1 ed. Editora Mediação. Porto Alegre. 2008. PAULA, Jairo de; Inclusão: Mais que um desafio escolar, um desafio social. 2ª ed. Ed. Jairo de Paula Editora. SERRA, Dayse Carla Gênero. Teorias e Práticas da Psicopedagogia Institucional. Curitiba: IESDE, 2004.

Abstract This paper aims to report some difficulties the school faces in relation to inclusive education. Want to point out aspects that hinder the inclusion and present some alternatives for it to really happen. Also, emphasize the importance of qualification and training of teachers, who are undoubtedly the actors of this process of inclusion. Also, stress the importance of involving the family, assuming the role of co-authors in this inclusive process. Keywords: Education. Inclusion. Qualification.

*Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação em Orientação Educacional, Pós-Graduação em Psicopedagogia. **Licenciatura Plena em Pedagogia com habilitação em Supervisão Educacional, Pós-Graduação em Psicopedagogia. Educação Leonense: Professores em Ação


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A INDISCIPLINA NO CONTEXTO CONTEXTO ESCOLAR

Marlene Oliveira de Oliveira* Mariela Castro Rodrigues**

INTRODUÇÃO O tema que tratamos é assunto amplamente debatido em bancos acadêmicos de formação de profissionais da educação, no meio dos educadores e até mesmo profissionais que atuam na área da proteção dos interesses da criança e do adolescente. Esse fato demonstra a importância do assunto em pauta. O objetivo desse trabalho é fazer uma reflexão sobre o tema que, apesar de tão discutido, ainda, infelizmente, é atual e preocupante.

1 CONCEITOS E DIFERENÇAS Conceituar indisciplina e diferenciá-la de violência é fundamental para um entendimento claro do assunto.

Resumo Esse trabalho apresenta algumas causas da indisciplina escolar, trazendo soluções práticas para o problema. Palavras chave: Escola. Indisciplina. Educação.

Indisciplina, segundo o dicionário Michaelis, significa: "falta de disciplina. Ato ou dito contrário à disciplina. Desobediência, desordem, rebelião". Já violência: "qualidade de violento. Qualidade do que atua com força, ímpeto, impetuosidade. Ação violenta. Opressão, tirania. Intensidade. Veemência. Irascibilidade. Qualquer força empregada contra a vontade liberdade ou resistência de pessoa ou coisa. Dir. constrangimento, físico ou moral, exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem, coação".

2 INDISCIPLINA NO CONTEXTO ESCOLAR A indisciplina no âmbito escolar pode ser encarada como a manifestação de um indivíduo ou um grupo com um comportamento inadequado, um sinal de rebeldia, intransigência, desacato, traduzida na falta de educação ou de respeito pelas Educação Leonense: Professores em Ação


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autoridades, na bagunça ou agitação. Pode ser vista também como incapacidade do aluno (ou alunos) em se ajustar às normas e padrões de comportamento esperados. A disciplina parece ser vista como obediência a um conjunto de prescrições e, principalmente, como um pré-requisito para o bom aproveitamento do que é oferecido na escola. Nessa visão, as regras são imprescindíveis ao ordenamento, ajustamento e controle desejados de cada aluno e da classe como um todo. É curioso observar que qualquer inquietação, questionamento, discordância, conversa ou desatenção por parte dos alunos é entendida como indisciplina, já que a disciplina busca obter a tranqüilidade, o silêncio, a docilidade e passividade dos alunos de tal forma que não haja nada nelas nem fora delas que as possa distrair dos exercícios passados pelo professor, nem fazer sombra à sua palavra.

sofrem contrariedades choram, gritam, esperneiam, alegam doenças. No contexto escolar, tornam-se rebeldes, não respeitando as regras, desafiando a autoridade dos professores. Yves de La Taille diz que: crianças precisam sim aderir a regras (que implicam valores e formas de conduta) e estas somente podem vir de seus educadores, pais ou professores. Os limites implicados por estas regras não devem ser apenas interpretados no seu sentido negativo: o que não pode ser feito ou ultrapassado. Devem também ser entendidos no seu sentido positivo: o limite situa, dá consciência de posição ocupada dentro de algum espaço social- a família, a escola, a sociedade como um todo. (1994, p.???)

3 FENÔMENO SOCIAL

4 O PAPEL DOS PAIS

O psicólogo do Seminário Teológico de Sumaré, Esron Ribeiro, relata que a educação recebida em casa, no âmbito familiar, assim como a dissolução do modelo nuclear familiar, contribuem para o comportamento indisciplinado. Todo o excesso acaba por prejudicar a criança e/ou adolescente.

É na família que o aluno recebe modelo de comportamento que vai exteriorizar na sala de aula.

Aquelas crianças que são oriundas de um ambiente autoritário, onde são surradas com freqüência e sofrem castigos severos, a dificuldade reside em se adaptarem a ambientes democráticos, e no contexto escolar, a criança torna-se agressiva. No outro extremo estão as que convivem com a falta de firmeza, em que impõem suas vontades e caprichos. Acostumadas a decidirem e fazerem somente o que têm vontade, essas crianças, não sendo habitualmente contrariadas, quando

O problema da indisciplina também está associado à desvalorização da escola por parte dos pais, que dificilmente aparecem na escola, muito menos nas reuniões, além de não acompanharem as lições dos filhos e não tomar conhecimento de seu comportamento na escola. A educação e imposição de limites devem vir de casa. Muitos pais acabam dando liberdade excessiva a seus filhos, criando filhos indisciplinados, cheios de dengos, que não conseguem conviver com obrigações rotineiras e sentem-se frustrados quando não são o centro das atenções. A maior parte dos alunos vem de lares desestruturados, por isso apresentam um comportamento tão agressivo. Educação Leonense: Professores em Ação

A comunicação dos pais deve ser direta com a escola. Eles devem ter participação ativa, devem estar ligados à escola e à rotina do filho em idade escolar, atualizados nas tarefas e propostas escolares. O envolvimento dos pais está relacionado positivamente com o rendimento escolar da criança e/ou adolescente, melhorando assim não apenas o desenvolvimento do aprendizado da criança, mas também a imagem da escola, auxiliando no envolvimento da mesma com a comunidade, já que não se aprende só na escola.

5 O PAPEL DO PROFESSOR O professor não pode desistir e nem se acomodar, não pode deixar que a educação silencie e limite os alunos, e que impeça seu desenvolvimento criativo e participativo em sala de aula. Precisa-se de uma educação que valorize as organizações coletivas e que contribua para a construção da autonomia e para o desenvolvimento intelectual dos alunos, a fim de que conquiste uma sociedade democrática. Deve estar também comprometido com a transmissão do conteúdo, tornando-o interessante e prático para a vida do aluno. O professor deve estar bem planejado para criar, junto com os alunos, espaços pedagógicos interessantes , desafiando-os e estimulando-os para que neles ocorra a construção de um conhecimento escolar significativo.

6 A FUNÇÃO DA ESCOLA Para Paulo Freire, um projeto de escola que busque a formação da cidadania precisa ter como objetivo: tratar todos os indivíduos com dignidade, com respeito à divergência, valorizando o que cada


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um tem de bom; fazer com que a escola se torne mais atualizada para que os alunos gostem dela; e, ainda, garantir espaço para a construção de conhecimentos científicos significativos, que contribuam para uma análise crítica da realidade. Deve interagir com a comunidade onde se situa, ser parte ativa dela, com projetos que vão além dos muros escolares, que contem com efetivo envolvimento da população.

ambiente, um clima, que ajude as pessoas a aprender. Cada um deve contribuir com o seu modo de ser, conforme exposto acima, e estar pronto para ajudar a construir um ambiente escolar estimulante.

BIBLIOGRAFIA

A educação, o bom aprendizado, é que vai trazer liberdade para o aluno. Dará a ele o idealismo, a oportunidade de mudar seu futuro, modificando assim a sociedade.

DAMON, Willian. Disponível em www.revista.inf.br/ pages/artigos/edic11-anovi-art03.pdf.

7 CONCLUSÃO

"Disciplina é liberdade"- Renato Russo.

LA TAILLE, Yves de. Indisciplina: ética moral e a ação do professor. Ed. Meditação, 1994.

AQUINO, Júlio Groppa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. Ed. Summus, 13ª edição. FREIRE, Paulo. Educação mudança. Ed. Paz e Terra, 1985. REVISTA ESCOLA. Ed. de janeiro de 2002.

Assim como a sociedade, a educação escolar não é fator social estagnado; logo, é preciso que haja uma mudança de comportamento por parte dos pais, professores e escola. Os pais, os primeiros educadores, deverão impor limites em casa, sendo ativos na vida escolar. Aos professores incumbe um bom planejamento das aulas que envolvam e desafiem seus alunos. À escola, cabe adaptar-se, conhecendo e interagindo com a comunidade em que se situa. Segundo Damon (1995), para uma sociedade melhorar é preciso que as crianças tenham algum idealismo. É preciso que se insira nelas um sentido de comunidade e de auto sacrifício. É essencial que as crianças sejam desafiadas para serem melhores do que são, caso contrário, cai-se no império do cinismo desde muito cedo e não se realiza nada.

RIBEIRO, Esron. Revista escola; ed. Nº 149, 01/2002.

REVISTA ESCOLA. Ed. de junho de 2008. REVISTA ESCOLA. Ed. de novembro de 2008. CADERNOS DE PESQUISA. V. 37 n. 131, maio/ago. 2007; Fundação Carlos Chagas. DICIONÁRIO MICHAELIS

Resumem El trabajo presenta causas sobre la indisciplina en la escuela, trae solución práctica para el gran y actual problema social.

A disciplina como criadora de condições para aprender, não pode cuidar só de condições individuais, deve cuidar também de criar um *Pedagoga- Graduação em Pedagogia - Licenciatura Plena com Habilitação em Supervisão Escolar- Universidade Católica de Pelotas. E-mailmarlene.oliveira1953@bol.com.br **Pedagoga- Graduação em Pedagogia - Licenciatura Plena com Habilitação em Supervisão Escolar- Universidade Católica de Pelotas- Especialista em Metodologia do Ensino, Universidade Católica de Pelotas. E-mail- esc.santoangelo@bol.com.br Educação Leonense: Professores em Ação


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ABETIZAÇÃO NA ESCOLA DE ALFABETIZAÇÃO ALF NOVE ANOS

Neusa Ribas Ribeiro* Gilsiara da Silva Zacarias Dutra**

Resumo Através da Lei Federal nº 11.274, promulgada em 6 de fevereiro de 2006, o Ensino Fundamental brasileiro passa a ter a duração de nove anos, com a inclusão das crianças de seis anos de idade. O presente artigo busca refletir sobre o momento de transição e de grande expectativa por parte da comunidade escolar quanto à "qualidade em educação" defendida pela referida Lei que favorece a alfabetização, desde que entendida não como a volta a paradigmas do passado, mas como integração com o processo de letramento. Palavras-chave: Ensino Fundamental de Nove Anos. Alfabetização. Letramento.

ALFABETIZAÇÃO NA ESCOLA DE NOVE ANOS: UM DESAFIO AOS EDUCADORES Toda prática pedagógica reflete uma concepção teórica. Nesse sentido, os métodos adotados se baseiam numa determinada concepção sobre o processo de aprendizagem. É preciso rever que conhecimentos estão sendo oferecidos aos professores. Eles são a matéria-prima com a qual temos que contar para iniciar um trabalho efetivo de ensino da leitura e da escrita para atender as especificidades do desenvolvimento da criança nesta faixa etária. Independentemente do "método" e das propostas de alfabetização utilizadas, das atividades desenvolvidas em sala de aula, das concepções de leitura e escrita que sustentam as práticas, devemos pensar em propiciar ás crianças um "ambiente alfabetizador". É preciso trabalhar com situações de uso social da leitura e da escrita, mostrando para as crianças as suas funções. Outra dúvida diz respeito ao que ensinar no primeiro ano. É necessário, mesclar a experiência da educação Infantil, garantindo a todos um espaço para brincar, se divertir, se socializar, com o espaço do aprender. Partindo desses pressupostos, trilhamos o caminho da busca de instrumentos teóricos necessários para enfrentar esses desafios.

2 PENSANDO SOBRE A ALFABETIZAÇÃO Para começar essa reflexão sobre alfabetização na escola de nove anos, nos reportamos a Frade (in Silva, 2007), que nos dá uma bela contribuição sobre essa temática. Primeiramente, a autora nos chama a atenção sobre algumas problemáticas atuais da alfabetização brasileira e os novos problemas e desafios envolvidos na implantação da política de nove anos Educação Leonense: Professores em Ação


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no Ensino Fundamental e a repercussão na questão da alfabetização. Discute as formas que a escola encontra para lidar com os fatores externos e os modos que tem construído para transmitir e dar mais sentido à transmissão dos saberes da cultura escrita, visto que muitos problemas enfrentados nos resultados da alfabetização são, em parte, conseqüências das desigualdades sociais, culturais e econômicas. Ainda, segundo a autora, nem sempre as metodologias empregadas para desenvolvimento da compreensão e uso da cultura escrita dão conta de um conteúdo específico envolvido nessa própria cultura, que é a aprendizagem do sistema alfabético e ortográfico de escrita que exige ações específicas para seu ensino. Para Frade, são inegáveis os benefícios para os alunos a entrada aos seis anos no Ensino Fundamental, visto que, se as crianças são matriculadas mais cedo, a escola pode dispor de condições mais adequadas para alfabetizá-las, incluindo aquelas pertencentes a meios populares e pouco escolarizados. Uma importante base de alfabetização consiste na familiarização com o mundo da escrita e com a cultura escolar. Além disso, essa nova concepção traz impactos na cultura dos docentes e dos gestores, assim como na política educacional provocando mudança estrutural.

de idéias voltadas para uma compreensão da complexidade desse processo, visando um enfrentamento crítico da dificuldade desse processo, bem como uma atitude menos ingênua ante as causas que determinam o fracasso do ensino da alfabetização e o congelamento das práticas de letramento. Enfim, as reflexões de Silva objetivam a construção de propostas objetivas e conseqüentes que tornem a passagem da oralidade para a escrita menos traumática, frustrante e, por vezes, calamitosa. Conduzir pedagogicamente uma criança para o mundo da escrita nos dias de hoje não é uma tarefa das mais fáceis e, por isso mesmo, o condutor (professor) necessita de uma síntese permanente de conhecimentos provindos de diferentes áreas, além de uma sensibilidade ou aconchego muito grande, quando das interações com as crianças nos passos de alfabetização. (SILVA, 2007)

Essa política de cunho estrutural repercute, de maneira geral, nas questões de financiamento, na abertura de vagas, na construção de novas salas de aula, na compra de mobiliário, na demanda de material didático e numa mudança da cultura pedagógica e na estrutura curricular. A alfabetização passa a ser vista, segundo a autora, como um processo de inclusão, o que não se faz sem mudança nas práticas pedagógicas.

Silva (2007), ao tecer algumas reflexões sobre a alfabetização e novos problemas e desafios envolvidos na implantação da política de nove anos do Ensino Fundamental, ressalta que os problemas que temos enfrentado nos resultados da alfabetização brasileira são, em parte, conseqüência das desigualdades sociais, culturais e econômicas. Em contrapartida, analisando as mudanças nas práticas de leitura e escrita, constatamos que o conceito de alfabetização/instrução, antes ligado ao ensino das primeiras letras, também tem sido alterado. Sendo assim, não basta decifrar: é preciso, além dessa habilidade constitutiva dos saberes envolvidos no ler e escrever, participar ativamente dos benefícios envolvidos na cultura escrita para construir atitudes, representações e disposições necessárias para essa participação.

Silva (2007) faz reflexões e estudos acerca do processo de alfabetização como uma densa teia

tempo

O autor segue afirmando que a variável de escolarização tende a reduzir Educação Leonense: Professores em Ação

desigualdades de desempenho em leitura e escrita entre grupos sociais. Assim, precisamos discutir as formas que a escola encontra para lidar com os fatores externos e os modos que tem construído para transmitir e dar mais sentido à transmissão dos saberes da cultura escrita.

3 CONCLUSÃO A partir das idéias, fomos em busca de algumas reflexões sobre alfabetização e letramento e nos deparamos com a ênfase nas suas diferenças e em sua interdependência. Segundo Ferreiro (2001) a alfabetização é um processo contínuo, que não se inicia e nem se fecha nos primeiros anos escolares, pois a criança está sendo alfabetizada também quando pede para alguém ler uma história para ela, ou quando tenta fazer a leitura de um desenho. As crianças de classe média, que vivem em um ambiente onde a escrita se encontra por toda a parte neste mundo circundante, estão todas as letras, não em uma ordem pré-estabelecida, mas com a freqüência que cada uma delas tem na escrita da língua. Ninguém pode impedir a criança de vê-las e se ocupar delas. Portanto, existe um processo de aquisição da linguagem escrita que precede e excede os limites escolares. Ainda, de acordo com Ferreiro, crianças com a mesma idade, porém pertencente à classe baixa, socialmente marginalizada, demonstram ter dificuldades para diferenciar atividades de ler e escrever. A distância da informação que separa um grupo social de outro não pode ser atribuída a fatores puramente cognitivos. A criança que cresce em um meio "letrado" está exposta à influência de uma série de interpretações, se vê continuamente envolvida como agente e observador, no mundo "letrado". Assim sendo, entendemos que se faz necessário


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aprofundar questões teóricas em relação ao fenômeno letramento. Partimos do princípio de que esta temática, "letramento", é considerada, ainda por muitos educadores e educandos como uma dimensão teórica e metodológica estranha em sua prática pedagógica em sala de aula. Esse tema exigiria uma pesquisa mais aprofundada em bases teóricas amplas e mergulhada na prática escolar.

BIBLIOGRAFIA BRASIL. Senado Federal. Lei nº11.274, de 6 de fevereiro de 2006. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 7 de fevereiro de 2006. Disponível em: www.senado.gov.br. Acessado em 29/05/2009. FERREIRO, Emília. Com todas as letras. São Paulo,2001 __________Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001 SILVA, Ezequiel Theodoro da. Alfabetização no Brasilquestões e provocações da atualidade. São Paulo: Autores Associadas Ltda., 2007. SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Resumen Por la Ley Federal nº 11.274, promulgada el 6 de febrero de 2006, la Educación Fundamental brasileña ha cambiado por el duración de nueve años, con la inclusión de los niños de seis años de edad. Este documento reflexiona acerca del momento de la transición y la gran expectativa de la comunidad escolar acerca de la "calidad de la educación" preconizado por la ley que promueve la alfabetización, ya no entendida como el retorno a los paradigmas del pasado, sino la integración con el proceso de alfabetización. Palabras llave: Escuela primaria de nueve años. La alfabetización. Alfabetización.

*Supervisão Escolar. Graduada no curso de Pedagogia na UCPEL. Pós-Graduação "Lato Sensu" em Pedagogia Gestora: ênfase em Administração, Supervisão e Orientação Educacional. Portal Faculdades - Capão do Leão-RS **Licenciatura Plena em Geografia. Pós-Graduação em Educação Infantil Educação Leonense: Professores em Ação


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A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA PARA O EDUCADOR PARA Santa Rute Costa Novo*

Resumo Como em qualquer profissão, a atualização docente é importante, pois a sociedade está em constante evolução; os valores alteram-se, e o professor não pode usar "sempre" a mesma linguagem, o mesmo método de ensino, a mesma pedagogia. A pesquisa deflagra ao professor a formação reflexiva passível de superar as visões do senso comum, tão arraigada entre os docentes, para que a sala de aula não seja apenas um espaço de reprodução, mas sim espaços criadores e inovadores, condizentes às novas gerações aprendentes. Palavras-chave: Pesquisa. Atualização do professor. Reflexão. Metodologia.

A pesquisa, prática através da qual descobrimos o mundo, é considerada, por grande parte dos professores, como passível de ser ensinada na escola e, principalmente, no ensino fundamental. A curiosidade acerca do mundo e a busca incessante para resolver os problemas do cotidiano são atividades de pesquisa, em que o homem procura melhorar-se e melhorar o mundo em que se vive. A criança, quando entra para a primeira série, tem o ato de pesquisar como inerente a sua vida. Nas brincadeiras, aventura-se a descobrir, através da pesquisa informal, soluções para seus problemas imediatos com muita criatividade, porém é ensinada na escola a reproduzir aquilo que o professor reproduz e a copiar aquilo que a professora copiou (de algum livro didático, normalmente). Todas as suas criações são trabalhadas, a fim de que se padronize sua espontaneidade tolhida. Aprende a se descomunicar, ou seja, não troca mais com os colegas, nem produz junto, caindo num intenso e estressante individualismo competitivo, completamente desvinculado do prazer de viver e conhecer. A Escola deve considerar e incentivar a atitude de pesquisa dos aprendentes frente ao mundo a descobrir, colaborando para formar o cidadão reflexivo e que interage com o mundo ao seu redor com desenvoltura e tranquilidade. Na instituição educacional pela qual passou o professor, que não por caso denominava-se Escola Normal, ensinavam a copiar e dizer palavras de outros como se fossem próprias, onde o amor à Pátria significava não questionamento, a fim de evitar a revisão de conceitos. Nesta escola, aprende-se que prática pedagógica consiste em transmitir informações, e que ao professor não é preciso refletir, repensar e recriar o que já foi cientificamente

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descoberto. Assim, o professor ensina da mesma forma como foi ensinado (Vejam a diferença de gerações!) argumentando que o conhecimento produzido pela humanidade durante séculos, deve ser repassado para as crianças. E deve mesmo, mas com que sabor? Ao invés de ouvir História, decorar nomes e datas, quem sabe contar histórias e entender os fatos? Mas a construção do conhecimento é considerada prática exclusiva da comunidade científica, a única capacitada para refletir e produzir, socializando depois este conhecimento que será repassado ponto por ponto, vírgula por vírgula, para um grupo de alunos que não pode criticar nem duvidar. Ouvem-se, constantemente, observações de protesto por parte dos professores quanto à teoricidade de cursos, palestras, seminários relativos à educação, bem como dos cursos de graduação e pós-graduação. Consideram que as teorias são boas, porém, na prática, a situação é outra, mas não percebem que o aluno não é o mesmo em todos os lugares e situações, que as pessoas são mutáveis e que não existem regras predeterminadas para o relacionamento e envolvimento do mundo e com a humanidade, exceto claro, as de boas maneiras. Este profissional que procura soluções prontas para seus problemas pedagógicos é aquele que "...passa a vida contando para os alunos que aprendeu de outrem" (DEMO, 1997, p. 13) e que não tem o costume de frequentar bibliotecas, nem o hábito de ler. É obvio que existem aqueles que lêem diariamente o seu jornal, muito elogiável atitude e nem pensaria que fosse ao contrário, no caso de professores, mas quando falo em leituras, refiro-me àquelas, especificamente, relacionadas à educação e à atualização pedagógica. Assim, o professor estaria promovendo para si uma atitude de pesquisa que viria em benefício de todos; muitas atividades criativas e inovadoras estão sendo feitas por todo lado, basta

que se pegue o livro certo (e há muitos), onde se encontram registrados pesquisas e trabalhos, às vezes até com orientações bem práticas. Contudo, estes livros não se encontram na estante da maioria dos professores, principalmente, no ensino básico: são caros alguns. E mesmo que se encontrem na biblioteca de sua escola, eles nem o percebem e continuam, talvez por comodismo ou medo, reclamando que a teoria não leva a nada, o que se quer é o exemplo prático. Perde o professor, perde o aluno, perde a sociedade. Todo professor tem necessidade de refletir sua prática pedagógica para que possa ser socialmente respeitado como profissional da educação, atualizando-se e renovando seus conhecimentos continuamente, para não envelhecer ante o "ritmo avassalador de mutação" da sociedade atual (DEMO, 1998, p. 69). Neste mundo em constante mudança, profissional não é aquele que apenas executa sua profissão, mas, sobretudo quem sabe pensar e refazer sua profissão. E, para isso, mais do que conhecer novas teorias e inventar novas práticas é necessário que o professor conscientizese do seu papel social de transformador da realidade, de formador de opiniões, assim irá em busca de subsídios necessários que o permitam modificar sua prática pedagógica. A pesquisa deve deixar de ser vista como algo completamente fora da realidade e, além da capacidade do professor, deve-se entender que "a palavra difícil é diferente da impossível" (VIGNERON, 1987). É certo que não fomos treinados pela escola para promovermos pesquisas, mas não podemos esquecer, também, que todos os grandes pesquisadores e pensadores passaram e passam pelas mãos do professor. E será que eles são tão especiais? Alguma coisa fez destes professores pessoas especiais, com o "dom" de ensinar a Educação Leonense: Professores em Ação

pesquisar e a pensar? Ou será que, simplesmente, tinham ou tem uma visão de mundo e de homem diferente da dominante? Será mesmo que somos incapazes, ou menos capazes, porque o sistema de ensino "esqueceu" de nos ensinar a pensar? Creio, que não, pois chegamos onde estamos. Precisamos de perseverança para não desanimar ante os tropeços que daremos nesta caminhada rumo ao desconhecido. Precisamos alimentar nossa curiosidade e aprender a despertá-la no aluno. Devemos criar no aprendente a vontade de criar perguntas para as respostas imagináveis que por ventura tenham e não podemos perder nunca a esperança de possuir em nossa sala de aula um ou dois futuros pesquisadores potenciais, ou melhor, professores - pesquisadores em potencial, para que a prática não seja desvinculada da teoria, mas seja uma constante ação-reflexão-ação, a ponto de tornar a pesquisa a maneira escolar e acadêmica própria de ensinar (DEMO, 1998). É necessário que a escola se organize de modo a trazer a pesquisa para a sala de aula, o que se precisa entender é que "sem pesquisa não há ensino" (DEMO, 1997, p. 51) e que, "para transmitir conhecimentos alheios, se esta é a função da escola, aula já não é o instrumento mais produtivo, desde muito tempo, pelo menos desde a invenção dos modernos meios de comunicação" (DEMO, 1997, p. 53). Fazê-lo pressupõe, acima de tudo, uma mudança de postura dos professores frente aos fatos sociais e sua maneira de relacionar-se com eles, entendê-los e discuti-los com os alunos, valorizando as observações e o questionamento criativo da realidade. Além disso, é preciso uma incessante vontade de aventurar-se, de descobrir, apesar dos muitos percalços, trilhando caminhos consistentes e criativos para promover a aprendizagem, não cessando nunca de aprender; que os professores não estejam apenas à procura de um emprego


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BIBLIOGRAFIA

qualquer, mas que sejam educadores pelo amor de ensinar e ao aprender e que se encontrem constantemente buscando a "escola. chamada utopia (VIGNERON, 1989). Assim, esse lugar vai ser o local onde as crianças continuarão a buscar (porque não é possível, e nem justo, coibir o uso de suas capacidades naturais), com a sua curiosidade peculiar, as perguntas certas que os transformarão em homens.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo, 5 ed. São Paulo: Cortez, 1997. DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 3 ed. São Paulo: Autores Associados, 1998. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e Ousadia - O cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998. FREITAS, Lia. A Produção de ignorância na escola: uma análise crítica do ensino da língua escrita na sala de aula. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1998. VIGNERON, Jacques, GOTTLIEB, Liana. Diálogos sobre educação… e se Platão voltasse? São Paulo: Iglu Editora, 1998.

Resumen Como en cualquier profesión, para mejorar la enseñanza es importante que la sociedad estea cambiando constantemente, los valores cambiaron, y el profesor no puede utilizar "siempre" el mismo idioma, el mismo método de enseñanza, la misma pedagogía. La búsqueda reflexiva desencadena la formación de docentes abiertos a superar los puntos de vista de sentido común, tan arraigada entre los docentes para que el aula no se resume sólo a un área de reproducción, pero creativos e innovadores espacios, en consonancia con la generación de nuevos alumnos. Palabras llave: Investigación. Actualización del maestro. Reflexión. Metodología.

*Acadêmica do curso de Pedagogia - Habilitação em Supervisão Escolar - Universidade Católica de Pelotas. Educação Leonense: Professores em Ação



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