Ano 13 - No 52 maio 2014
R$ 15,00
Casas gêmeas
Uma solução arquitetônica criativa e inteligente cria duas casas em uma, recorrendo a elementos pré-fabricados de concreto
nesta edição
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entrevista
O engenheiro e consultor colombiano Germán Madrid, um dos maiores especialistas internacionais sobre pavers, fala do estágio atual desse setor, os progressos internacionais e a situação brasileira nessa área
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pro leujfnihih hih3
A jkj jj pjpoj opjphoihg iugiuf uyf iugu giuf uyf uigiu iug iufuy duyf uigh uoh uoiuoi hi hoh iougiu giug iug uiogui giug uig iuoi joi hoiu giufg ifuyd yts ytfosas
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revista prisma soluções construtivas com pré-moldados de concreto www.revistaprisma.com.br publicação bimestral maio 2014
urou ughiug ismo
O masd jadk´pi jójo jpoh oighuoi giug iugui gui giug gu ytdtr s boi p´´p ,´p kpoj ipoh iohouigavados
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pavojoj oj ojoj poo
A k ojoj pojpo jopjo j hug fuyf uyf ufuy fygi ugo oig oigo uiguig uig iug ughui guig fuy fui guoig og uig uioguiogoiiuipopotravados
SEÇÕES 6 agenda
8 curtas
12 produtos 36 profissional top 50 destaque
39 caderno técnico Os Xersperis qui dolupta erfernatecae velit, temquam unte et quo qui blatur alis voluptatusa con postinto volorum et voluptat lacianihicto blaut atiis volestrum aut doluptatque quidemquis as aut aceperspid mollatur?
EXPEDIENTE Prisma é uma publicação bimestral da Editora Mandarim www.mandarim.com.br DIRETORES
Marcos de Sousa e Silvério Rocha EDITOR RESPONSÁVEL
Silvério Rocha – MTb 15.836-SP EQUIPE TÉCNICA
Abdo Hallack, Cláudio Oliveira, Germán Madrid Mesa (Colômbia), Hugo da Costa Rodrigues, Kátia Zanzotti, Marcio Santos Faria, Paulo Sérgio Grossi, Rodrigo Piernas Andolfato e Ronaldo Vizzoni COLABORADORES
Texto: Graziela Silva, Henrique Rodrigues, Marcos de Sousa e Regina Rocha Fotos: Patrícia Belfort PROJETO GRÁFICO
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ABCP ABTC BlocoBrasil ISSN: 1677-2482
Na próxima edição - Os pré-fabricados e a qualidade - Shopping RioMar Fortaleza - Conjunto residencial em São Paulo
editorial A Editora Mandarim, responsável pela publicação, há 13 anos da Revista Prisma, firmou acordo de parceria como Sinaprocim/Sinprocim para a publicação de uma revista, que inicialmente será encartada na Prisma e será lançada na edição deste ano do Concrete Show. A nova revista abordará temas relacionadas à indústria de produtos de cimentos, em seus diversos segmentos, representados pelo Sinaprocim/ Sinprocim e certamente trará informações preciosas sobre tecnologia, inovação, questões relativos a processos produtivos, tributárias e empresariais de maneira geral, além de entrevistas e obras exemplares. Aguardem! Nesta edição, trazemos alguns exemplos de obras realizadas com pré-fabricados de concreto, em que, apesar da escala relativamente pequena, foram obtidos grandes resultados, do ponto de vista arquitetônico e funcional. A casa 2 em 1, desenvolvida pelo escritório do arquiteto Edson Elito para a residência de seus dois filhos, é uma solução original, que aproveita as características do terreno e consegue implantar duas residências em um único terreno, compartilhando funções comuns, como a lavanderia e áreas de lazer, entre outras. A combinação de estrutura convencional com o uso intensivo de blocos e lajes prémoldadas de concreto, aliada a um desenho singular e de alta qualidade, resultou num projeto inovador e muito interessante. Na pequena cidade mineira de Dom Silvério, uma praça foi revitalizada com muita arte, tendo o pressuposto de oferecer o maior número de usos possível à população, com os pisos intertravados ocupando espaço destacado. E, para finalizar, o 6º Congresso Brasileiro de Cimento, ocorrido em São Paulo, em maio, após um intervalo 15 anos, trouxe discussões muito importantes sobre esse setor; a questão da sustentabilidade percorreu todos os três dias de palestra, demonstrando que a indústria brasileira de cimento está bem posicionada neste quesito, mas que pode avançar mais, conforme afirmou o diretor executivo do Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável/Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento (WBCSD/CSI), o franco-belga Philippe Fonta, em entrevista à PRISMA. Boa leitura!
- Aeroportos com pré-moldados 5
agenda CONSTRUIR MINAS - FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO
7a CONFERÊNCIA DE PROJETO URBANÍSTICO
6 a 9 de agosto, em Belo Horizonte
1o a 3 de setembro, em Adelaide, Austrália
A Minascon/Construir Minas – Feira Internacional da Construção – foi idealizada para unir em um mesmo local, durante quatro dias, todos os segmentos da indústria da construção civil do mercado mineiro, para apresentar as novidades do setor, principais tendências, produtos e as mais modernas soluções Informações: www.construirminas.com.br
A cidade australiana promove sua 7a conferência sobre urbanismo, abordando o tema Projetando cidades produtivas para um público multidisciplinar, que inclui arquitetos-paisagistas, urbanistas, arquitetos, engenheiros e profissionais ligados ao planejamento urbano. Informações: http://urbandesignaustralia.com.au/
8a BIENAL EUROPEIA DA PAISAGEM CONSTRUSUL - FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO 6 a 9 de agosto, em Novo Hamburgo-RS
A Construsul é uma das maiores feiras de construção civil da América Latina, consagrada por geração de negócios, congregando toda cadeia produtiva e englobando os setores de construção, acabamentos e infraestrutura. Acontece nos Pavilhões da Fenac, em Novo Hamburgo-RS e conta com área de mais de 30 mil m2. O evento recebe em média 76 mil visitantes entre lojistas, construtores, engenheiros, órgãos de governo, fabricantes, importadores, arquitetos, técnicos, incorporadores, entre outros. Informações: www.construsul.tjw.com.br
CONSTRUNORTE - FEIRA DE CONSTRUÇÃO DO AMAZONAS 7 a 10 de agosto, em Manaus
A maior feira da construção da região Norte do país acontece na capital amazonense. Informações: www.facebook.com/Construnorte/info
3a FEIRA DA HABITAÇÃO E DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO ALTO VALE DO ITAJAÍ 14 a 16 de agosto, em Rio do Sul-SC
A feira da habitação e da construção do Alto do Vale do Itajaí, em Santa Catarina, acontece no Centro de Eventos Hermann Hinrich Purnhagen. Informações: habitavi.com.br, e-mail: habitavi@habitavi.com.br
25 a 27 de setembro, em Barcelona, Espanha
A 8a Bienal da Paisagem de Barcelona pretende ser um catalisador que busque responder às dúvidas e sirva de guia para mudanças no campo da arquitetura paisagística. Sob o tema Uma paisagem para você, as discussões enfocarão o desenho da paisagem e o planejamento hoje em dia, com o objetivo, segundo os organizadores, “de proporcionar um futuro plausível (e emocionante)”. Informações: www.coac.net/landscape/default_eng.html
CONSTRUIR – FEIRA INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO - RIO 1o a 4 de outubro, no Rio de Janeiro
A Construir Rio, Feira Internacional da Construção, é o maior evento do estado do Rio no segmento da construção. Em sua 19a edição, o evento reúne profissionais do setor em um espaço aberto ao debate de tendências e apresentação de lançamentos.Aberta ao público em geral, tem como perfil de seus visitantes lojistas e atacadistas, arquitetos, engenheiros, administradores de condomínio, profissionais da construção em geral, designers de interiores, decoradores e paisagistas; construtores, empreiteiros e estudantes de áreas afins. Além da feira, ocorre também o Fórum Construir, um conjunto de mostras e palestras e workshops que trazem os assuntos mais importantes do momento para a construção civil e a sociedade. Informações: www.construirrio.com.br
56o CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO
CONCRETE SHOW 2014
7 a 10 de outubro, em Natal
27, 28 e 29 de agosto, em são Paulo
O Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon) promove, de 7 a 10 de outubro, em Natal, no Rio Grande do Norte, o 56o Congresso Brasileiro do Concreto. Fórum de debates sobre a tecnologia do concreto e seus sistemas construtivos, o evento objetiva divulgar as pesquisas científicas e tecnológicas sobre o concreto e as estruturas de concreto, em termos das inovações de produtos e processos, melhores práticas construtivas, normalização técnica, análise e projeto estrutural e sustentabilidade. Pesquisadores de universidades, institutos de pesquisa e empresas do Brasil e do exterior estão convidados a apresentarem seus trabalhos técnicos e científicos sobre os temas:Gestão e Normalização, Materiais e Propriedades, Projeto de Estruturas, Métodos Construtivos, Análise Estrutural, Materiais e Produtos Específicos, Sistemas Construtivos Específicos e Sustentabilidade. Informações: http://www.ibracon.org.br/eventos/56cbc/
O maior evento relacionado ao mundo do cimento e do concreto acontecerá em São Paulo, entre 27 e 29 de agosto, no Centro de Exposições Imigrantes. O evento reunirá expositores de serviços, produtos, máquinas e equipamentos ligados ao cimento e ao concreto, além de contar, em paralelo, com o Concrete Congress, que promoverá palestras sobre os mais variados temas ao longo dos três da feira. Mais informações: www.concreteshow.com.br
ARCTEC - 3a FEIRA INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA PARA ARQUITETURA E URBANISMO 10 a 13 de setembro, em São Paulo
A feira bienal voltada para a arquitetura e urbanismo acontece no Centro de Exposições Imigrantes, na rodovia dos Imigrantes, km 1,5 - Água Funda, em São Paulo. Informações: www.feiraartech.com.br
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curtas Seminário Nacional de Resíduos Sólidos Estão abertas as inscrições para o XI Seminário Nacional de Resíduos Sólidos (SNRS) – Desafios para implantação da política nacional, que será realizado de 6 a 8 de agosto, na sede da Fundação Oswaldo Cruz, no Campus da UnB, em Brasília-DF. Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), o evento visa discutir os desafios da implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na programação, destaque para os
Terceira fase do Minha Casa, Minha Vida A presidente Dilma Rousseff anunciou em Goiânia, na abertura do 86º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que lançaria a terceira edição do programa Minha Casa, Minha Vida em 29 de maio último. A presidente não antecipou aporte de recursos, mas afirmou aos empresários que eles poderiam confiar em um horizonte de quatro anos. O programa, portanto, terá continuidade, mas é preciso cobrar a plena reparação de suas falhas e seus defeitos. O programa Minha Casa, Minha Vida tem registrado irregularidades como a demora na entrega das moradias e defeitos de construção. Na última semana de maio, o Ministério Público Federal pediu a suspensão do programa em 85 municípios goianos onde identificou problemas.
MCMV: faixa intermediária O setor da construção, representado pela CBIC e Abrainc, propôs no final de abril, durante audiência
seguintes assuntos: resultados e desdobramentos da IV Conferência Nacional de Meio Ambiente; planos nacional, estaduais, regionais e municipais de Resíduos Sólidos; consumo sustentável e logística reversa; desenvolvimento institucional na gestão de resíduos sólidos; tecnologias apropriadas para o tratamento dos resíduos sólidos; encerramento de lixões e recuperação de áreas degradadas; gestão regionalizada de resíduos sólidos e consórcios públicos.
com a presidente da República, Dilma Rousseff, uma faixa intermediária entre as já existentes Faixas I (renda bruta até R$ 1.600,00) e II (renda bruta de R$ 1.601,00 a R$ 3.275,00) para o programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV). A ideia é ter regras que propiciem às famílias com renda entre essas faixas terem um melhor acesso ao imóvel. A proposta é uma solução de mercado para a faixa intermediária, o que não provoca aumento de custo de subsídio para o Estado.
Carta de Fortaleza para candidatos Documento contendo um diagnóstico sobre o “Brasil urbano” e diretrizes estratégicas para planejamentos de curto,
BlocoBrasil lança coletânea de normas de blocos e pisos A Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto (BlocoBrasil) lançou, em maio último, duas coletâneas contendo todas as normas da ABNT, por meio de acordo com a associação brasileira de normas, relativas a blocos e pisos intertravados de concreto. Assim, as empresas associadas à BlocoBrasil podem ter acesso a todas as normas setoriais, em vigor e atualizadas, em apenas duas publicações, o que facilita consultas e resolução de dúvidas. Para mais informações, falar com Katia, pelo tel. (11) 3768-6917 ou pelo e-mail: blocobrasil@blocobrasil.com.br.
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prisma
médio e longo prazo foi aprovado ao final do XX Congresso Brasileiro de Arquitetos (XX CBA). O texto, chamado de Carta de Fortaleza, deverá ser entregue este ano aos candidatos à Presidência da República. “Nosso objetivo é expressar o pensamento da inteligência arquitetônica e urbanística brasileira”, afirmou o vice-presidente do IAB Nordeste e presidente da comissão organizadora do XX CBA, Odilo Almeida. O texto da carta, elaborado pelas entidades regionais do IAB, foi discutido e consolidado durante o evento. Entre os principais temas do documento estão planejamento e mobilidade urbana, lei de uso e ocupação dos solos, habitação e programas habitacionais e o acesso à arquitetura.
curtas Financiamento para projetos de arquitetura A iniciativa do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) foi anunciada na Conferência Nacional que o órgão promoveu em abril, em Fortaleza. A viabilização se dará a partir da criação de uma cooperativa dos arquitetos em parceria com uma grande instituição que atua no setor. A cooperativa permitirá que o arquiteto recém-formado equipe seu primeiro escritório com móveis e equipamentos financiados a juros baixos. Os escritórios já constituídos, por sua vez, poderão oferecer aos clientes a possibilidade de financiar seu trabalho através da cooperativa. “Não é raro um cliente que deseja o serviço de um determinado arquiteto, por afinidade com seus projetos, acabar contratando outro profissional, por questão de custos. A cooperativa resolverá o problema, via financiamento, com juros menores que os dos bancos comerciais, em benefício de ambos os lados”, afirma Haroldo
Projeto do parque Restinga de Mambucaba/RJ é selecionado para apresentação no Congresso da Ifla O projeto do arquiteto-paisagista Eduardo Barra, de transformação de um areal inóspito situado na
Pinheiro, presidente do CAU/BR.Tudo será feito
foz do rio Mambucaba, em Paraty-RJ, situado em área de regeneração ambiental voltada para práticas
sem aplicação de recursos do CAU/BR, ressalta
de educação ambiental foi um dos seis trabalhos selecionados, entre os inscritos em todo o mundo,
ele. Esse modelo já existe no exterior, com
para apresentação oral no 51o Congresso Internacional da International Federation of Landscape
experiências de sucesso na Espanha.
Architects (IFLA), que ocorre em Buenos Aires nos dias 5 e 6 de junho próximo. Compromisso antigo de compensação ambiental assumido pela Eletronuclear, coube ao arquiteto paisagista Eduardo Barra,
CMN libera R$ 5,5 bilhões para saneamento e mobilidade urbana
em conjunto com o corpo técnico da Gerência de Meio Ambiente da empresa, a tarefa de selecionar e
As prefeituras e os governos estaduais poderão
as relações ecológicas entre fauna e flora.Painéis informativos distribuídos pelas trilhas ao longo dos
introduzir 30 mil mudas de espécies características do ecossistema de restinga, visando restabelecer
tomar mais R$ 5,5 bilhões em financiamentos
7.600 m2 do parque permitem ao visitante a compreensão da importância biológica do ecossistema e
de obras de saneamento e de mobilidade
das peculiaridades de cada espécie ali representada, sem a necessidade de guias ou professores. As
urbana. O Conselho Monetário Nacional (CMN)
trilhas conduzem ao mirante instalado no ponto culminante do terreno, onde um grande pergolado cria
autorizou, em maio, a ampliação dos limites
uma zona de sombra e abre uma janela para a visão do mar e uma pa panorâmica de todo o parque.
de crédito para os entes públicos contratarem empréstimos para projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nessas áreas.
Saneamento no RJ: só 14,7% do previsto O governo do Rio de Janeiro estima que seja aplicado apenas um total de R$ 1,3 bilhão em obras de
Dos R$ 5,5 bilhões, R$ 3,5 bilhões destinam-se a
drenagem e saneamento (14,7% do previsto) na baía da Guanabara e na região da Barra e Jacarepaguá.
obras de saneamento ambiental. Os R$ 2 bilhões
Em 2009, a poluição que atingia a baía de Guanabara e as lagoas da Barra e Jacarepaguá há décadas
restantes financiarão projetos de transporte
parecia ter solução. Naquele ano, ao se candidatar como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio
coletivo, como corredores de ônibus, Bus Rapid
de Janeiro prometia investir mais de R$ 8,8 bilhões (valores atualizados) para coletar e tratar 80% do
Transit (BRT), veículo leve sobre pneus (VLP) e
esgoto despejado nesses cursos d´água. Mas, a pouco mais de dois anos do evento, a cidade não tem
veículo leve sobre trilhos (VLT). O CMN atendeu
a menor chance de atingir essas metas ambientais. Divulgado pelos governos em abril, o Plano de
a pedido do Ministério das Cidades para ampliar
Políticas Públicas do legado, que consolida os investimentos em infraestrutura dos Jogos, prevê agora
os limites de crédito. O valor máximo que as
que seja aplicado apenas o total de R$ 1,3 bilhão em obras de drenagem e saneamento (14,7% do
prefeituras e os governos estaduais podem tomar
previsto) na baía da Guanabara e na região da Barra e Jacarepaguá. No entanto, muita coisa ainda não
emprestado no sistema financeiro passou de
começou. É o caso do plano de drenagem e dragagem das lagoas da Barra (R$ 563 milhões), cujo prazo
R$ 19,4 bilhões para R$ 21,4 bilhões para os
para ser concluído é de 30 meses. Ou seja, se as intervenções tivessem início hoje, só acabariam em
projetos de mobilidade e de R$ 25,95 bilhões
outubro de 2016 dois meses após a Olimpíada. Da lista oficial de propostas, está de fora, por exemplo,
para R$ 29,45 bilhões para as ações de
a implantação de Unidades de Tratamento de Rios (UTRs), para filtrar a água e reduzir a carga de
saneamento.
poluentes que chegam à Baía de Guanabara e às lagoas da Barra, Jacarepaguá e Camorim.
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prisma
produtos
WEBER OFERECE SOLUÇÕES DE ALTO DESEMPENHO PARA A CONSTRUÇÃO: A Weber Saint-Gobain, oferece ao mercado brasileiro da construção a Monocapa, argamassa mineral decorativa, com tecnologia Weber e desenvolvido para construtoras. Trata-se de revestimento monocamada que agiliza o acabamento das obras, com destaque para uso em edifícios comerciais e residenciais. Aplicada diretamente sobre os blocos cerâmicos e de concreto, tratados ou não com chapisco a rolo, também funciona como barreira natural contra a água e outros líquidos. As monocapas são encontradas nas cores dos quatro elementos, Fogo, Terra, Água e Ar. Mais informações: www.weber.com.br
FABRICANTES DE BLOCOS TÊM NOVA OPÇÃO COM A QUADRA : A Quadra America, filial da matriz francesa
GRUPO MERC lança parede hidráulica : O Grupo Merc,
Quadra, vem oferecendo ao mercado brasileiro soluções
especializado na comercialização de produtos hidráulicos
de alto nível para fabricação de artefatos de concreto,
e elétricos para construtoras e instaladoras, apresenta a
tais como blocos, pavers etc. Após a instalação da quarta
Parede Hidráulica, que contempla toda a parte hidráulica de
fábrica de seus clientes no país, a empresa consolidou
um banheiro, com o sistema de água
sua posição de fornecedor de tecnologia de ponta, visando
quente e fria, esgoto, caixa de descarga,
a um grande aumento de produtividade e de redução de
lavatório e kit chuveiro instalados.
custos. A Quadra está oferecendo uma família completa
Segundo Eduardo Alves, diretor do
de soluções adaptadas a cada tamanho de fabricante.
Grupo Merc, “a parede é muito usada
Suas máquinas podem produzir de 10.000 até 47.000
na Europa e Estados Unidos e, no Brasil,
blocos de concreto em turnos de oito horas. Em 2014, a
utilizada em hotéis e hospitais”. Mais
empresa apresenta uma novidade que acrescenta ainda
informações: www.portaldopex.com.br
mais versatilidade para quem pretende diversificar sua produção e atender ao mercado da construção civil. Tratase de novo dispositivo automático de troca de fôrma na prensa que permite essa operação em poucos minutos, facilitando alternar o processo de fabricação para outro produto várias vezes no mesmo dia, caso necessário. Mais informações: Quadra America – Equipamentos e Soluções para a Indústria do Concreto, tel. (24) 3371-6167, 78121638, 78121638 e Nextel 55*124*324, ou pelo e-mail contato@quadra-america.com ou no site www.quadra-america.com
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NOVA LINHA DE ACESSÓRIOS BOSSANOVA DA DOCOL: Os assessórios Bossanova são produzidos em metal cromado
NOVA PRENSA MENEGOTTI: A nova prensa de tubos da Menegotti, a PRA-15.20,
com acabamento biníquel de alta
que é um equipamento automático para fabricação de tubos de concreto para
durabilidade e combinam com
águas pluviais, com e/ou sem armação, com encaixe macho/fêmea ou ponta
diversos tipos de ambientes. Sua
e bolsa será mostrada ao mercado na edição 2014 da Feira Concrete Show
estrutura, fixada diretamente na
(27 a 30 de agosto). Nesse novo projeto, o diâmetro do tubo pode variar de
parede, não deixa parafusos à
400 a 1.500 mm e o comprimento de 1.000 a 2.000 mm. Os tubos são produzidos
mostra, o que torna o produto mais
através dos processos de compressão radial e vibração da bolsa. A cada tubo
elegante e a dupla fixação em cada
produzido, seu transporte poderá ser feito através de empilhadeira ou ponte rolante.
base de apoio garante firmeza e
Desenvolvida para atender os requisitos de segurança da NR-12, a prensa é uma
segurança no uso diário. A bandeja
grande aposta da Menegotti para atender à demanda do setor de saneamento,
da saboneteira é composta por
que ainda está bastante defasada, mas que começa a tomar mais corpo no Brasil.
material acrílico de alta qualidade
Mais informações: www.menegotti.net
e possui dois orifícios centrais e uma leve curvatura, por onde a água escoa, não permitindo o
CSM LANÇA CARRINHO DE MÃO SUPER FORTE: Para atender com qualidade o
acúmulo de resíduos em sua base,
transporte de materiais no canteiro de obras,
forma, a estrutura da Prateleira
a CSM acaba de lançar o CSM Super Forte
Bossanova é de metal com
60 litros, um carrinho de mão, cujo diminutivo
acabamento cromado e a base em
está apenas na maneira carinhosa de chamar
acrílico. O diferencial desse item
esse braço forte da construção. O CSM Super
está no seu distanciamento da
Forte 60 litros foi desenvolvido para suportar
parede, favorecendo o visual, pois
até 150 kg de material, tem estrutura robusta,
dá a impressão que a prateleira
toda em aço, com caçamba fabricada em
flutua no ar.A linha completa é
chapas de aço 1,5 mm e varal em tubo de aço
composta por porta-toalhas rosto
de mesma espessura. A pintura é anticorrosiva
e bastão, prateleira, papeleira,
eletrostática a pó, para garantir uma maior
saboneteira e cabide. Mais
proteção contra a oxidação. Mais informações:
informações: www.docol.com.br
www.csm.ind.br
facilitando a limpeza. Da mesma
entrevista
Philippe Fonta
“Há espaço para melhorar a performance ambiental da indústria cimenteira”
O engenheiro franco-belga Philippe Fonta tem longa experiência e aprofundado conhecimento quando o assunto é desenvolvimento sustentável. Diretor-executivo desde 2006 do Conselho Mundial Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável/Iniciativa para a Sustentabilidade do Cimento (WBCSD/CSI) e, desde 2012, diretor de Eficiência em Energia em Edificações (EEB), outro grande projeto do WBCSD, ele esteve no Brasil, mais precisamente em São Paulo, para ministrar palestra na sexta edição do Congresso Brasileiro de Cimento, evento promovido neste mês de maio pela Associação Brasileira do REPORTAGEM: Silvério Rocha FOTO: Divulgação ABCP
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prisma
Cimento (ABCP) e pelo Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic). O tema foi, claro, a sustentabilidade na indústria de cimento, no mundo, na América Latina e no Brasil. A CSI conta atualmente com a participação de 24 players globais da indústria cimenteira, entre eles, algumas das principais companhias brasileiras. Na ocasião, concedeu esta entrevista à PRISMA, na qual teceu elogios às ações desenvolvidas pela indústria brasileira de cimento, que ocupa lugar de destaque no cenário internacional no quesito sustentabilidade. Mas Fonta foi claro: “É possível avançar mais no Brasil”.
Como surgiu e o que são o WBCSD e a CSI e quais são os seus objetivos? O WBCSD surgiu em 1992, na esteira da Rio+20, criado inicialmente pelo empresário e filantropo suíço Stephan Schmidheiny, que acreditava que o mundo empresarial tem o papel fundamental de contribuir para o desenvolvimento sustentável. O WBCSD, então, tinha o objetivo inicial de dar voz a esse fórum empresarial no evento da ONU sobre o meio ambiente que ocorreu no Rio de Janeiro. Sua meta fundamental é a de galvanizar os principais líderes empresariais globais para auxiliar na criação de um futuro sustentável para os negócios, à sociedade e ao meio ambiente. Como cerca de 40% das emissões globais de CO2 vêm das atividades ligadas à construção e, nessa cadeia, a indústria de cimento é responsável por cerca de 5% das emissões, decidiu-se criar a CSI em 2002, a fim de ajudar a indústria mundial desse setor a aumentar seus índices de sustentabilidade. Hoje, integram a CSI 24 grupos globais da indústria de cimento, que operam em mais de cem países e são responsáveis por cerca de 30% da produção mundial de cimento. Os maiores grupos brasileiros fabricantes de cimento participam dessa iniciativa.Hoje, empresas de países como Índia e China estão presentes na CSI. Quais são os instrumentos utilizados pela CSI para atingir seus objetivos? A CSI sempre defendeu que a abordagem setorial para a mitigação das alterações climáticas pode efetivamente melhorar a resposta em grande escala para a mudança do clima. Em 2009, publicamos os resultados de um exercício de modelagem, no qual demonstramos o potencial para grandes reduções de emissões de gases de efeito-estufa na indústria de cimento em todo o mundo através da adoção de uma abordagem política setorial. A CSI considera os mecanismos de mercado setoriais como a ferramenta mais eficaz e eficiente, como eles podem ser construídos com base nas prioridades nacionais e, assim, alavancar os esforços de redução de emissões existentes, que podem ser compensados com créditos negociáveis. Embora, em última análise um acordo climático global precisa ser colocado em prática, a CSI reconhece que as atividades de redução de emissões em larga escala podem começar em nível regional e /ou em cada país. Para ter sucesso, os mecanismos de mercado setoriais devem basearse em uma medida consistente, o sistema (MRV) de relatórios e verificação para que seja possível a conexão posterior ao mercado global. As normas MRV devem ser harmonizadas em nível mundial ou, pelo menos, ser compatíveis e comparáveis, pois padrões divergentes levariam a preocupações sobre a qualidade
Para isso ser adotado na indústria de cimento no Brasil, seria necessário haver acordo com os municípios e, no caso do lixo, a adoção de coleta seletiva em larga escala. Este seria um passo muito importante para diminuir ainda mais as emissões da indústria de cimento brasileira ambiental dos créditos, A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) tem papel importante a desempenhar no desenvolvimento deste sistema MRV em escala mundial. Mas o que são esses mecanismos de mercado setoriais? Um mecanismo de mercado setorial consiste na redução de emissões de acordo com metas estabelecidas em conjunto por governos e empresas para setores da indústria. Ela é aplicada em nível regional ou nacional e inclui metas de redução de emissões setoriais, recompensadas por créditos negociáveis, desde que as emissões sejam reduzidas abaixo dos marcos de referência. Para implementar um mecanismo de mercado setorial, é necessário um banco de dados para coletar informações precisas e verificáveis sobre CO2 e o desempenho energético das instalações industriais em nível setorial. Nesta base, as métricas de desempenho setoriais podem ser desenvolvidas e expressas como objetivo de melhoria. Enquanto as métricas de desempenho devem, idealmente, ser as mesmas em nível mundial, os valores atribuídos a melhorias de desempenho que podem ser definidas em nível nacional / regional, de acordo com as capacidades técnicas e econômicas de um país ou região. A CSI está disposta e capaz de trabalhar com os governos para a elaboração de aspectos práticos de um sistema de participação do setor adequado e compromissos de carbono apropriados. Ela desenvolveu uma série de ferramentas que podem apoiar a ação: Uma metodologia comum MRV (“O CO2 Cimento e Protocolo de Energia”), utilizado hoje pela maioria da indústria cimenteira mundial; um banco de dados global sobre CO2 e de desempenho energético para o setor ( “Getting the Numbers Right” ), para permitir a análise e avaliação comparativa de desempenho da indústria. Ela representa melhores dados 15
entrevista do mundo disponíveis para qualquer setor, com cerca de 80% dos dados verificados de forma independente; e um roteiro de tecnologia mundial para o setor de cimento até 2050, avaliando a viabilidade técnica das várias alavancas de redução de emissões na produção de cimento. Este trabalho foi desenvolvido em conjunto com a Agência Internacional de Energia (AIE) e atualmente está sendo replicado na Índia
Se quisermos agir para evitar as mudanças climáticas, precisamos implementar um plano de trabalho para que cada companhia faça mais para mitigar os impactos ambientais e que mais indústrias passem a integrar esse time
Isto quer dizer que um aspecto fundamental do trabalho da CSI é medir as emissões de carbono e o uso de tecnologias sustentáveis na indústria? Sem dúvida. Nossa atividade é baseada nas informações que nos são passadas pelas indústrias de cimento associadas de todas as partes do mundo e, a partir delas, emitir os relatórios. Os principais itens monitorados são o consumo de água, de energia e matérias-primas e a quantidade de emissões. As informações são sigilosas e só são conhecidas pela empresa e o relatório é gerenciado por uma entidade independente. Eu mesmo não tenho acesso a elas individualmente. Com o relatório, podemos identificar quem está bem e quem não está. As empresas podem verificar pelos nossos relatórios como estão situadas em relação às demais e, a partir daí e caso necessário, adotar medidas para melhorar sua situação em termos de sustentabilidade. Temos clareza que outra questão importante é a de que as ações que desenvolvemos devem estar alinhadas em relação às prioridades nacionais. Para trabalhar melhor, é preciso medir a fim de fornecer números objetivos às empresas. Com as ações de mitigação dos impactos ambientais, as companhias podem obter créditos de carbono. Nosso banco de dados foi estabelecido em 2006 e, com ele, podemos demonstrar as emissões, ano a ano, em nível mundial e regional. Temos um resumo desses relatórios no nosso website (http://www.wbcsdcement.org), disponíveis para download. E como estão as indústrias brasileiras de cimento em relação ao geral? Hoje, podemos dizer que as indústrias da América Latina, Brasil incluído, claro, estão muito alinhadas com as suas congêneres da Europa e dos Estados Unidos. A indústria brasileira utiliza muita biomassa e o coprocessamento de resíduos em seus processos produtivos. Estudos internacionais mostram que aproximadamente 5% das emissões de CO2 de origem antrópica no mundo provêm da produção de cimento [no Brasil, esse percentual é de 1,4%, segundo o último Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa, divulgado em 2010]. 16
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Mas há espaço para melhorar esse desempenho ambiental das indústrias brasileiras, não? Sim. As indústrias brasileiras de cimento utilizam muita biomassa, cerca de 12% de sua matriz energética vêm da queima de carvão vegetal e, secundariamente, de resíduos da agricultura, como a palha de arroz. Além disso, os fabricantes de cimento brasileiros fazem a queima de resíduos por coprocessamento, representando cerca de 8% de sua matriz energética. Mas o grande espaço para aumentar essa ação ambientalmente positiva seria na utilização do lixo urbano e rejeitos de esgoto, que na Europa respondem por 70% do coprocessamento de energia. No Brasil, esse percentual é zero. Se pensarmos que, das 63 milhões de toneladas de lixo produzidas no Brasil por ano, das quais 30% têm potencial de reciclagem, mas apenas 3% são reciclados, podemos medir o quanto poderia ser reaproveitado aqui, não? Sim. Mas, para isso ser adotado na indústria de cimento no Brasil, seria necessário haver acordo com os municípios e, no caso do lixo, a adoção de coleta seletiva em larga escala. Este seria um passo muito importante para diminuir ainda mais as emissões da indústria de cimento brasileira, tornando-a mais ecoeficiente do que já é. Qual a sua visão em relação ao futuro, na questão ambiental e da indústria? Acredito que, se quisermos agir para evitar as mudanças climáticas, que já estão acontecendo e de forma drástica, precisamos implementar um plano de trabalho para que cada companhia faça mais para mitigar os impactos ambientais e que mais indústrias passem a integrar esse time que busca fazer mais para reduzir os efeitos negativos no clima. Mas creio que isso – a participação das indústrias - já está acontecendo. Precisamos trabalhar para que aconteça cada vez mais rápido e em maior escala, se quisermos ter um planeta melhor para as futuras gerações.
indústria
Congresso Brasileiro de Cimento retorna com grande sucesso O 6o Congresso Brasileiro de Cimento (6o CBC), evento que reuniu cerca de 300 profissionais, entre eles especialistas da indústria cimenteira, seus fornecedores e pesquisadores nacionais e internacionais, aconteceu em São Paulo, em maio. Foram três dias de intenso relacionamento técnico, troca de experiências, debates e exposições de soluções, tecnologias e tendências para a indústria de cimento. O evento, o principal do setor, retorna após sua quinta edição ter ocorrido em 1999. De acordo com o diretor de Comunicação da ABCP, engenheiro Hugo Rodrigues, o planejamento da reedição do congresso foi desenvolvido após ouvir intensa e plenamente os fornecedores, especialistas e representantes do setor. O resultado foi um evento com muito conteúdo
tecnológico de alta qualidade. Profissionais do Brasil e de países como China, Alemanha, Estados Unidos, Índia, Guatemala, Argentina, Bélgica, Suíça circularam pelo evento. Entre os destaques do evento, a palestra de Philippe Fonta, diretor do Programa Iniciativa de Sustentabilidade do Cimento, do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento da Sustentabilidade (CSI/WBCSD) abordou os desafios para a sustentabilidade da indústria cimenteira mundial, chamando a atenção sobre como os impactos do clima podem ser gerenciados; como a segurança dos empregados pode ser melhorada; porque o concreto é considerado material de construção sustentável e questões sobre o uso da água, bem como o impacto das pedreiras na biodiversidade.
São Paulo sedia a 6a edição do Congresso Brasileiro de Cimento, que reuniu em três dias de evento cerca de 300 profissionais brasileiros e estrangeiros
REPORTAGEM: Divulgação IMAGENS: Divulgação
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indústria
ERO NOMER TRENA VERTIO LOMBAR FETA GRUMIO ASDA UNADE POLA DERETE GROMA LUMINO DESTAR RPOLOIS SUMPRE QUETA DEMANIO EST IU MONUS Fonta mostrou que, no trato dessas questões, o cimento, o concreto e seus produtos serão a chave para o desenvolvimento econômico e sustentável de uma sociedade em constante expansão e em rápidas mudanças. “O concreto é consumido atualmente pela humanidade numa quantidade duas vezes superior a todos os demais materiais de construções juntos” , ressaltou ele. Vagner Maringolo, gerente de meio ambiente e recursos da Associação Europeia de Cimento 18
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(Cenbureau) nos últimos seis anos e ex-colaborador da ABCP, onde atuou por mais de 15 anos, enfatizou no evento como o conceito de eficiência de recursos na indústria do cimento pode ser maximizado, ou seja, como se produzir mais com menos material, dentro dos limites do planeta. A estratégia apresentada pelo Cenbureau mostra o uso otimizado dos recursos através de toda a cadeia da construção, desde a exploração e extração, passando pelo uso, reuso e reciclagem dos produtos à base de cimento. Martin Schneider, presidente executivo da Associação Alemã de Cimento (VDZ) discorreu sobre inovações da indústria em novas tecnologias. Ele enfatizou as técnicas de captura, armazenamento e principalmente uso do carbono como solução de futuro da indústria na mitigação do CO2, bem como novos cimentos, no que foi complementado pela palestra de Vanderley John, professor associado da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). O professor trouxe para o congresso o conceito de cimento do futuro, cimento com baixo teor de clínquer e baixa emissão de CO2. Já a palestra de Luis Carlos Busato, sócio-diretor da Signus Vitae Projetos Ambientais Inteligentes, trouxe um novo olhar sobre a sustentabilidade com foco nos recursos naturais esgotáveis que devem estar em constante harmonia com a atividade, os impactos da indústria cimenteira e o desafio de se produzir cimento com sustentabilidade. A palestra de Cary O. Cohrs, presidente do Conselho de Diretores da Associação Norte-Americana de Cimento (PCA), mostrou o conceito da resiliência aplicada ao concreto, ou seja, a capacidade que o concreto tem de ser adaptar a mudanças e recuperar-se rapidamente. Ele apresentou, por exemplo, cases de habitações em concreto, que foram as que mais resistiram frente a outros
sistemas construtivos, após serem submetidas a catástrofes naturais nos Estados Unidos e como esses exemplos vem estão sendo inseridos na elaboração dos códigos de obras, regulamentos e legislação. Em tempos de economia de energia, vários expositores trouxeram soluções de eficiência energética em todas as etapas do processo de fabricação do cimento. A Schneider Electric, por exemplo, destacou o novo modelo de geração de energia elétrica a partir do aproveitamento dos gases quentes dos fornos de cimento, palestra que foi apresentada pela chinesa Rosy Wang, diretora de Soluções Mundiais para Cimento da empresa.
sustentabilidade O terceiro dia do evento foi marcado com as contribuições de representantes da indústria cimenteira. A palestra de Edvaldo Araújo Rabello, diretor da Votorantim Cimentos abordou o crescimento com sustentabilidade e o compromisso que a empresa tem com ações sociais para proteção ambiental como áreas karsticas, cavernas e remanescências da Mata Atlântica. Daniel Mattos, gerente de Ecologia Industrial da Lafarge Brasil, mostrou que os índices de sustentabilidade do grupo no Brasil são superiores em relação à participação da Lafarge em outros países e de uma forma geral. Francisco José Leme, coordenador mundial de Coprocessamento do Grupo InterCement trouxe cases de coprocessamento de Portugal, abordando desafios e oportunidades, entre eles legislação e comparação com as políticas de aterro e incineração naquele país. Mostrou a tendência de aumento do coproces-
samento de resíduos de demolição e reconstrução (entulho) e lodos urbanos, mas enfatizou que esses resíduos estão cada vez mais sendo vistos como um recurso potencial, embora para tal necessitem ser primeiramente tratados. Palestras do público acadêmico e de expositores também abrilhantaram o congresso, com destaque para as tecnologias de fornos de cimento que ajudam ainda mais a mitigar os impactos das emissões para o meio ambiente, a contribuição do uso da nanotecnologia na indústria, e também o uso de equipamentos e segurança para aplicabilidade em fábricas de cimento. Além de serviços completos que podem aperfeiçoar as operações das fábricas cimenteiras. O congresso trouxe também vários trabalhos que foram expostos na sessão pôster. Todas as apresentações estarão disponíveis no Portal da ABCP.
Ecoeficiência De acordo com o presidente da ABCP, e também presidente do Congresso, engenheiro Renato Giusti, o 6o CBC mostrou que os investimentos em novas fábricas e
em novas tecnologias deram ao Brasil um parque industrial moderno, posicionando o cimento brasileiro como um dos mais tecnicamente evoluídos e de alta qualidade, apropriado para o desenvolvimento do País. “O nosso desafio é fabricar cimento com menor impacto ambiental e nesta linha a indústria já pratica os três pilares da sustentabilidade e é considerada a mais ecoeficiente do mundo” , explica Renato.
Homenagem Durante a apresentação da Votorantim Cimentos, o diretor da empresa, Edvaldo Araújo Rabello, solicitou a presença de Hugo Rodrigues, diretor de Comunicação da ABCP e de Arnaldo Forti Battagin, diretor dos Laboratórios da ABCP, para juntos homenagearem o diretor de Tecnologia da associação, Yushiro Kihara, que foi aplaudido de pé pelos presentes no auditório do Congresso. Segundo ele, Yushiro em seus 45 anos dedicados a ABCP, é um dos grandes professores de diversos profissionais da indústria cimenteira.
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urbanismo
A cidade de Dom Silvério-MG revitaliza a maior de suas cinco praças, com projeto premiado que buscou recuperar o espaço, com a forte participação de pisos intertravados de concreto
REPORTAGEM: Silvério Rocha IMAGENS: Divulgação
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prisma
A praça é do povo A cidade mineira de Dom Silvério, localizada a 180 km de Belo Horizonte, possui cerca de cinco mil habitantes e cinco praças. A maior delas, a praça São Vicente de Paula, com cerca de 1.500 m2, passou por uma completa reformulação, que visou a recuperá-la do estado ruim em que se encontrava. “A praça antiga estava em péssimo estado e havia pouco espaço utilizável, além de conter equipamentos deteriorados e obsoletos” , explica o então secretário de Obras, arquiteto Euler Cunha Soares. Os objetivos principais dessa revitalização eram os de permitir a apropriação de seus espaços pela população, em especial dos moradores de seu entorno; a criação de uma concha acústica para abrigar as apresentações públicas da banda da cidade e de outros
eventos culturais; e a concepção da praça como lugar propício à prática esportiva, com a implantação de equipamentos de ginástica ao ar livre. Esse programa/exigências foi definido de comum acordo entre os autores do projeto arquitetônico/paisagístico, os arquitetos Eduardo França e Letícia de Azevedo, do escritório Estúdio Arquitetura, de Belo Horizonte, e os secretários responsáveis e o prefeito do município. “Dentre essas condicionantes, a que considero mais relevante foi a de permitir a apropriação da praça pela população” , explica o arquiteto Eduardo França. A praça possui formato triangular em planta e, a partir do desnível de aproximadamente 1 m entre a cota mais alta e a mais baixa, foram criados platôs grama-
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urbanismo
O piso intertravado foi preponderante para obtermos a integração visual que desejávamos para a praça e, além de oferecer fácil manutenção, também tEm certa permeabilidade para as águas pluviais
Diagramas de condicionantes, usos e potencialidades do projeto Concha acústica Usos componentes do programa de necessidades
Área p/equips. de ginástica Assentos cobertos
Apropriação potencial
Fluxos: caminhos em diferentes níveis
Relação com o entorno
dos. Esses platôs, escalonados, possibilitaram a criação de um número maior de áreas verdes do que as existentes antes da reforma. Além disso, segundo França, “o desnível entre eles permitiu a criação de assentos em sua porção pavimentada, possibilitando a desejada apropriação por parte dos habitantes” . Na cota mais baixa, paralelamente a um dos maiores lados da praça, foi projetado um conjunto de assentos, voltados para todo o espaço público existente a concha acústica. 22
prisma
Materiais e técnicas de fácil manutenção Outra premissa importante, relata o arquiteto, foi a de reforçar o caráter de forte imagem pública para esse importante equipamento de uso coletivo. Assim, tanto na pavimentação das vias de circulação quanto na cobertura dos assentos e de seus arremates verticais foram utilizados os pavers (blocos de concreto para pisos), numa paginação em que a cor predominante foi a vermelha.
“O piso intertravado foi preponderante para obtermos a integração visual que desejávamos para a praça” , avalia França. Ele destaca ainda o fato de que os pisos intertravados, além de oferecerem fácil manutenção, também têm certa permeabilidade para as águas pluviais. A praça São Vicente de Paula realmente impressiona pela unidade visual, funcionalidade e beleza estética, com forte presença da concha acústica, pintada na cor amarela. “O resultado foi muito positivo” , diz o ex-secretário Euler Soares. A pavimentação obedeceu à paginação na proporção de quatro blocos na cor vermelha para um na cor natural. Os pisos foram fornecidos por empresa da região, que segue as normas da ABNT em sua produção, de acordo com ensaios realizados por laboratório da Universidade Federal de Viçosa-MG. As obras duraram quatro meses, tendo sido iniciadas em 2011 e concluídas em 2012. A avaliação positiva dos resultados também é feita pelo arquiteto Eduardo
França, que considera ser esse projeto, que foi premiado em concurso promovido em 2014 pela revista Arquitetura&Construção, “a materialização de estudos sobre desenho urbano e reflexões sobre a apropriação do espaço público” . Além das condicionantes constantes do programa de necessidades (concha acústica, área para equipamentos de ginástica e os assentos cobertos), ele ressalta ainda o fato de que o projeto foi pensado com as rampas e escadas utilizadas não apenas como pontos de acesso, “mas também como potenciais espaços de descanso ou apropriação por parte de quem usa skate ou bicicleta, por exemplo” . Segundo ele, em visita para fotografar o local, algum tempo após a conclusão da obra, ele constatou que os estudantes de uma escola pública frontal à praça se apropriaram do espaço, para diversos usos. Aparentemente, a praça voltou a ser do povo.
FICHA TÉCNICA Obra: Revitalização da praça São Vicente de Paula Localização: Dom Silvério-MG Contratante: Prefeitura Municipal Arquitetura: Eduardo França e Letícia de Azevedo (Estúdio Arquitetura, autores); Ana Maria Castro, Mariana Cretton, Sofia Monteiro e Thomas Whyte (colaboradores) Construção: Proen Engenharia Projeto estrutural da concha acústica: Dilermando de Aranda Lima Área construída: 1.500 m2 Data do projeto: 2011 Conclusão da obra: 2012
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arquitetura
Volumes sobrepostos e uso intensivo de materiais à base de cimento compõem as duas casas que parecem ser uma só
REPORTAGEM: Marcos de Sousa IMAGENS: Divulgação
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prisma
Casa Dois em Um Duas letras, T e J, identificam as campainhas dos moradores da “Casa 2 em 1” , curiosa solução de arquitetura adotada numa discreta construção em rua calma da Vila Madalena, São Paulo. Na verdade, são duas casas sobrepostas, encaixadas num terreno em formato de L, com 170 m2 de área útil. “As duas têm exatamente 85 m2 úteis cada, compondo um
total de 300 m2 de área construída, o limite máximo permitido pela legislação da área” , explica o arquiteto Edson Elito, do escritório Elito Arquitetos. Uma leitura das plantas e do esquema de montagem (ver ilustração) mostra que apenas as cozinhas das duas unidades coincidem exatamente, permitindo aproveitar as prumadas de água e esgo-
tos. De resto, a distribuição dos espaços ajusta-se aos desníveis do terreno, em escadarias que dão acesso aos dormitórios, salas de estar e agradáveis terraços, voltados para jardins internos. “A casa lembra uma obra do Escher (Maurits Cornelis Escher, artista holandês, www.mcescher. com), brinca Elito. O terreno originalmente era destinado à construção da sede do escritório, mas por volta de 2009, uma das sócias, a arquiteta Joana Elito, filha de Edson, su-
geriu sua utilização para outros fins. Nasceu daí a proposta das casas, construídas entre 2010 e 2012, em um projeto que foi evoluindo com a própria obra. Basicamente a casa é feita de cimento, areia, brita, aço e vidro, explica Joana. As fundações, vigas e pilares foram construí das da forma convencional, com fôrmas de madeira e concreto moldado in-loco. Paredes foram realizadas com blocos de concreto para vedação e todas as lajes são constituídas com pe-
São duas casas sobrepostas, com formato em L, com 170 m 2 de área construída, 85 m 2 para cada residência
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arquitetura
WC 1
WC Jardim
Escrit贸rio 1
Jardim
Cozinha 1 WC 2
Copa WC
Jantar 1 Dormit贸rio 2 Garagem Estar 1
Planta subsolo
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prisma
Planta pavimento t茅rreo
A
WC 1
Dormitório 1
Cozinha 2 WC 2
B
B Jantar 2
Cobertura Terraço WC
Estar 2
Placas solares
Lavanderia
Escritório 2
Planta cobertura
A
Planta primeiro pavimento
N
Isométrica ilustra a maneira engenhosa com que foram sobrepostas as duas residências
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arquitetura
A solução arquitetônica empregou blocos de concreto na vedação e pré-fabricados de concreto, como lajes e elementos vazados
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prisma
ças pré-moldadas de concreto, treliçadas e pós-solidarizadas. Pisos e paredes também foram finalizados com soluções à base de cimento pigmentado com “pó xadrez” , mesmo nas áreas úmidas da construção, como cozinhas e banheiros, incluindo os boxes de banho, explica Joana Elito. Além dos revestimentos, as bancadas e pias foram igualmente moldadas in-loco com um concreto preparado com agregados miúdos. Nessas peças, um polimento mecanizado propiciou um acabamento bem liso, que fez aflorar a textura do pedrisco utilizado no concreto.
Laje terraço No topo, a construção ostenta um futuro terraço de lazer, por enquanto reduzido a uma série de lajes ligadas por pontes, com uma bela vista do bairro boêmio. Lá também está a lavanderia “coletiva” das duas casas, varrida perma-
nentemente pelo vento da região. Co roando o conjunto há uma torre de água e serviços, posicionada sobre os volumes habitados, na única localização possível para compatibilizar a solução estrutural com os recuos exigidos pela legislação, lembra Edson. Caixilhos de aço, desenhados especialmente para a obra, completam o modo meio “brutalista” como os arquitetos fizeram esta máquina de morar. No verão, essas áreas envidraçadas, que cobrem todo o pé-direito, abrem-se inteiramente, permitindo a circulação do ar e o contato agradável com os jardins internos. “Fizemos as casas da forma mais racional, econômica e simples possível, tal como trabalhamos nos projetos de habitação para baixa renda, diz Edson. “Esse é o nosso jeito de pensar. Não saberíamos trabalhar de outra forma” , completa Joana Elito.
FICHA TÉCNICA Casa Dois em Um Local: Vila Madalena, São Paulo Projeto: 2009/2010 Construção: 2010/2012 Área do terreno: 170 m2 Área da construção: 300 m2 Arquitetura: Elito Arquitetos (Edson Elito, Joana Elito e Cristiane Otsuka Takiy) Fundação: MaG Projesolos Estrutura: Kurkdjian FruchtenGarten Engenheiros Associados Instalações Elétrica e Hidráulica: Sandretec Consultoria Construção: Francisco Nobre Fornecedores: Polimix (concreto), Lajes Anhanguera (lajes)
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mesa-redonda
Evolução do sistema de concreto moldada O sistema construtivo em paredes de concreto armado foi tema do 15º Fórum InterCement, realizado em São Paulo, no dia 18 de março. O evento reuniu representantes de concreteiras e de construtoras, além de consultores, para debater questões relacionadas a esse sistema, que vem sendo utilizado, sobretudo, em empreendimentos habitacionais voltados ao segmento de baixa renda. Participaram os seguintes profissionais: Ivan Carlos Alves Barbosa (Rossi) Carolina Pertiga (Concrelongo), Holger Schimidt e Renato Lopes (MC Bauchemie), Dener Altheman (Concrepav), Rafael Francisco da Costa (Extracon), Bernardo Brasil De Aquino Porto (Realmix), George Beato (InterCement), Eduardo Tem-Pass (Concrepedra), Marcelo Morás, Arnoldo Wendler e Ary Fonseca (consultores). A mediação ficou a cargo do jornalista Hermano Henning. 30
como uma boa opção para atender a essa demanda”. “É um sistema muito rápido e de muita qualidade, pois utiliza concreto autoadensável”, destacou Holger Schimidt. Atualmente, informou Arnoldo Wendler, 98% da aplicação da tecnologia ocorrem na construção de empreendimentos habitacionais de baixa renda. A tendência de migração para outras tipologias estaria condicionada à evolução da tecnologia. “Já existe uma segunda vertente do sistema, com paredes mais grossas, lajes mais espessas, por meio do qual podem ser construídos prédios de 30, 40 pavimentos.”, disse. Segundo Eduardo Tem-Pass, a Concrepedra já está executando projetos de empreendimentos de médio padrão com as paredes de concreto. “Ainda vejo restrições para a utilização em projetos industriais ou corporativos, em função da maior rigidez em relação a instalações”, disse. Ivan Barbosa apresentou a visão da construtora Rossi sobre a tecnologia: “A empresa tem buscado industrializar suas obras o máximo possível. Há alguns anos utilizamos o sistema de paredes de concreto e, como todos, apanha-
de paredes as no local
mos bastante no início, mas hoje a curva de aprendizado está bem-executada. Entretanto, ainda o enxergamos apenas como solução para o segmento habitacional popular, porque realmente é preciso um grande nú-
Nas contas de Ary Fonseca, já foram cons-
mero de repetições para o sistema se via-
truídas no Brasil 400 mil unidades habitacio-
bilizar”.
nais com o sistema de paredes de concreto.
Um dos motivos é o alto custo das fôrmas.
O grande impulso para a difusão da tecnolo-
“É uma variável importante, porque é um in-
gia veio, na visão do consultor, do programa
sumo caro e que, por isso, precisa ser utili-
Minha Casa, Minha Vida. “No final de 2006,
zado diversas vezes. Em cerca de 90% das
tivemos um momento de grande euforia e
vezes, as fôrmas são compradas”, observou
crescimento do setor da construção. Isso
Wendler.
gerou alguns gargalos, um deles a falta de mão de obra, e criou a necessidade de utili-
Normas técnicas
zação de sistemas construtivos mais eficien-
Outro fator que tem facilitado a incorpora-
tes, racionalizados. Em 2008, foi lançado o
ção da tecnologia nos canteiros é o fato
MCMV, indicando que era grande o número
desta estar normatizada. De acordo com
de obras a serem feitas em curto prazo. En-
Ary, a NBR 16.055:2012 (Parede de Con-
tão, o sistema começou a ser identificado
creto Moldada no Local para a Construção 31
mesa-redonda
de Edificações - Requisitos e Procedimen-
lanças maiores ou outros equipamentos,
tos) foi desenvolvida em tempo recorde e
que fogem até do portfólio de equipamen-
com a participação de toda a cadeia pro-
tos tradicionais e, também, adaptações na
dutiva. “É altamente positivo, para o con-
dinâmica de trabalho. Tradicionalmente, a
sumidor, o construtor, o agente financiador,
concretagem é feita no início do dia. Nes-
utilizar um sistema que conta com todas as
se sistema, a concretagem se inicia ao final
referências técnicas.”
da tarde, pois pela manhã o pessoal está
Sobre o tema, Wendler destacou: “A NBR
desenformando, montando e deixando tudo
16.055 é o que chamamos de norma pres-
pronto para a concretagem. Para atender às
critiva de sistema. A vantagem da parede de
demandas do Ministério do Trabalho, é pre-
concreto é que desenvolvemos a norma no
ciso alternar turnos da equipe, pois as con-
período em que já existia a discussão so-
cretagens podem ir até às 19h.”
bre a norma de desempenho. Então já in-
“O sistema de paredes de concreto não
corporamos os parâmetros da 15.575, pois
convive com improvisos e atropelos. Para
já sabíamos que ela entraria em vigor. Além
trazer benefício para o negócio, ele deve
disso, desde 2007, temos um grupo forma-
ser executado seguindo fluxo, e todos os
do por membros da ABCP e de outras ins-
players têm de se ajustar”, considerou Ary
tituições, que já redigiu mais de 40 textos
Fonseca. O profissional finaliza: “Completa-
normativos sobre o sistema”.
mos sete anos de discussão sobre as paredes de concreto. Passamos pelo ciclo da in-
Futuro da tecnologia
formação, hoje estamos no ciclo da prática:
“Temos visto que o volume de concreto
com conhecimento e experiências avança-
para essas obras executadas com o siste-
mos muito, mesmo com todas as dificulda-
ma tem aumentado”, afirmou Bernardo Bra-
des. Visualizo que em 2015 há uma grande
sil, que falou também sobre as demandas
possibilidade de começar o ciclo de popu-
que a tecnologia traz para as concreteiras.
larização. Tal qual a alvenaria estrutural, em
“O sistema de paredes de concreto molda-
que se gastou 15 anos até se tornar com-
das no local exige investimentos por parte
petitiva”.
das concreteiras, como, por exemplo, em 32
ANUNCIO NOVA REVISTA
profissional top
Carreira dedicada à construção Com pai e irmão construtores, foi natural para Luiz Antônio Póvoas optar pelo curso de engenharia civil. Graduado pela PUC-RS, no início da década de 1980, o profissional encontrou a primeira oportunidade de trabalho na Gus Livonius, àquela época a principal construtora do estado no segmento habitacional. “Trabalhei em obras em várias cidades do Rio Grande do Sul e também na Paraíba. Construímos utilizando fôrmas metálicas e também o processo francês outinord, com fôrmas túneis”, recorda-se. O fim do Banco Nacional de Habitação (BNH) e a falta de outro agente financiador para projetos de conjuntos populares determinaram, como diz Póvoas, o desaparecimento nos canteiros de obras do país desses métodos
Luiz Antonio Póvoas é engenheiro, diretor da Tecmold e diretor da regional Rio Grande do Sul da BlocoBrasil
construtivos industrializados a partir de 1986. “Apenas nos últimos oito anos, após o Minha Casa, Minha Vida, é que a construção brasileira retomou esses processos. Mas temos aí uma lacuna de mais de duas décadas, nas quais a velocidade na execução da obra foi deixada de lado.” A experiência seguinte foi na construtora Encol, onde trabalhou por 12 anos. Primeiro na área de suprimentos, em Porto Alegre, e posteriormente nas unidades industriais e no setor comercial, em Brasília. “Me orgulho muito dessa experiência. Na parte da engenharia, a Encol foi muito inovadora: ela queria buscar volume e com boas técnicas de construção. Tinha parcerias com diversas universidades, para desenvolver sistemas”. Depois da Encol, Póvoas retornou à capital gaúcha e recebeu um convite de trabalho da Tecmold. Atualmente, é diretor-executivo da empresa, que fabrica blocos de alvenaria estrutural e para vedação, além de pisos de concreto. Ele tem atuação destacada no fomento ao mercado para soluções em pré-fabricados de concreto, tendo sido um dos fundadores da Blocosul, associação de fabricantes da região Sul, considerada o núcleo originário da BlocoBrasil. Foi o primeiro presidente da entidade nacional e hoje está à frente da regional Rio Grande do Sul. É gratificante, avalia Póvoas, acompanhar ao longo dos anos a evolução da
PARA FALAR com Luiz Antônio Póvoas, ligue para (51) 3432-5000, ou pelo e-mail: povoas@tecmold.com.br
tecnologia de produção dos blocos de concreto e também a consolidação do uso do sistema no Brasil. Nos estados do sul, sempre dominados pelo uso do bloco cerâmico, cerca de 40% das unidades habitacionais já optam pelo sistema construtivo com blocos de concreto estruturais. Sobre o futuro desses sistemas, Póvoas crê em cenário promissor. “Há ainda um potencial muito grande de utilização. Não só para o bloco de concreto, mas também para o pavimento intertrado“O mercado cada vez mais percebe as vantagens do uso bloco de concreto como elemento estrutural ou de vedação. É um sistema muito mais racional, com tremenda produtividade. E, sem dúvida, mais adequado à realidade brasileira”.
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Sistemas Industrializados de Concreto NOVA MODELAGEM PARA ÁNALISE DA INTERAÇÃO ENTRE PAINÉIS DE ALVENARIA E ESTRUTURA DE SUPORTE O artigo apresenta um novo modelo computacional para avaliar a interação entre parede de alvenaria e estrutura de suporte, para que as análises sejam desenvolvidas de forma simples e rápida, e para qualquer situação de projeto. Esse novo modelo consiste na discretização da alvenaria e da estrutura de suporte, com o emprego de elementos do tipo barra, que apresentam características específicas para representar o comportamento do sistema parede-viga.
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
CT 27
Artigos Técnicos podem ser encaminhados para análise e eventual publicação para alvenaria@revistaprisma.com.br
Palavras-chave: Modelo computacional para avaliar a interação entre parede de alvenaria e estrutura de suporte, discretização da alvenaria e da estrutura de suporte, elementos do tipo barra, sistema parede-viga
Joel Araújo do Nascimento Neto; Klaus André de Sousa Medeiros; Francisco Quim
EXPEDIENTE O Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto é um suplemento da revista Prisma, publicado pela Editora Mandarim Ltda. ISSN 1809-4708 Artigos para publicação devem ser enviados para o e-mail alvenaria@revistaprisma.com.br Conselho Editorial: Prof. Dr. Jefferson Sidney Camacho (coordenador); Prof. Dr. Guilherme Aris Parsekian (secretário); Eng. Davidson Figueiredo Deana; Prof. Dr. Antonio Carlos dos Santos; Prof. Dr. Emil de Souza Sanchez Filho; Prof. Dr. Flávio Barboza de Lima; Eng. Dr. Rodrigo Piernas Andolfato; Prof. Dr. João Bento de Hanai; Prof. Dr. João Dirceu Nogueira Carvalho; Prof. Dr. Luis Alberto Carvalho; Prof. Dr. Luiz Fernando Loureiro Ribeiro; Prof. Dr. Luiz Roberto Prudêncio Júnior; Prof. Dr. Luiz Sérgio Franco; Prof. Dr. Márcio Antonio Ramalho; Prof. Dr. Márcio Correa; Prof. Dr. Mauro Augusto Demarzo; Prof. Dr. Odilon Pancaro Cavalheiro; Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos; Prof. Dr. Valentim Capuzzo Neto; Profa. Dra. Fabiana Lopes de Oliveira; Profa. Dra. Henriette Lebre La Rovere; Profa. Dra. Neusa Maria Bezerra Mota; Profa. Dra. Rita de Cássia Silva Sant´Anna Alvarenga. Editor: jorn. Silvério Rocha (editor@revistaprisma.com.br) - tel. (11) 3337-5633
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Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
NOVA MODELAGEM PARA ÁNALISE DA INTERAÇÃO ENTRE PAINÉIS DE ALVENARIA E ESTRUTURA DE SUPORTE 1. RESUMO Usualmente, a interação entre paredes de alvenaria e estrutura de suporte é avaliada via Método dos Elementos Finitos com o emprego de elementos do tipo chapa ou casca. Nes-
Parede agindo como um arco
te caso, tanto as paredes quanto a estrutura de suporte podem ser discretizadas com esses elementos finitos e, como uma variação da modelagem, a estrutura de suporte pode ser simulada com elementos-barra. Além de
Concentração do carregamento nesta região
uma abordagem numérica, há modelos simplificados que tomam partido de expressões
Viga agindo como um tirante
analíticas e ábacos para obtenção das ten-
Comprimento de contato
sões na alvenaria e dos esforços na viga de apoio. Entretanto, os modelos numéricos são
Figura 1 - Ação conjunta do sistema parede-viga. [Fonte: HASELTINE; MOORE, 1981]
ainda de difícil utilização no cotidiano de projetos, e os modelos simplificados são descarta-
ses desses resultados permitiram evidenciar
dos para o desenvolvimento de projetos usu-
a consistência do novo modelo proposto na
É importante atentar para a região central
ais devido à limitação de aplicação imposta.
simulação numérica da interação entre pare-
da base da parede, pois pode surgir a neces-
des de alvenaria e a estrutura de suporte.
sidade de utilizar armaduras para combater
Dessa forma, foi idealizado e testado um
tensões de tração na alvenaria, evitando-se,
novo modelo computacional para avaliar a interação entre parede de alvenaria e estru-
40
nos extremos das paredes.
2. INTRODUÇÃO
dessa forma, o descolamento entre a parede
tura de suporte, de modo que as análises se-
De acordo com Paes (2008), uma parede
jam desenvolvidas de forma simples e rápi-
estrutural apoiada sobre uma viga em con-
Ainda segundo Paes (2008), o primeiro
da, e para qualquer situação de projeto. Esse
creto armado comporta-se como um arco
a discutir a ação conjunta parede-viga sobre
novo modelo consiste na discretização, tanto
atirantado. O arco forma-se na parede e a
apoios discretos foi Wood (1952). Posterior-
da alvenaria quanto da estrutura de suporte,
viga funciona como tirante, conforme ilus-
mente, na tentativa de criar métodos ade-
com o emprego de elementos do tipo barra
trado pela Figura 1. Esse comportamento in-
quados para o dimensionamento das vigas,
que apresentam características específicas
fluencia a transferência da carga vertical da
foram realizados ensaios experimentais por
para representar o comportamento do siste-
parede para seu elemento de apoio. Parte da
Rosenhaupt (1962), Burhouse (1969), Staf-
ma parede-viga. Esse novo tipo de modela-
carga antes localizada no centro da viga en-
ford Smith, Khan e Wickens (1977) e Nava-
gem foi avaliada mediante comparação com
caminha-se para a região dos apoios. Des-
ratnarajah (1981) e propostos modelos ma-
modelos em elementos finitos do tipo casca,
sa forma, os esforços solicitantes da viga,
temáticos simplificados por Stafford Smith e
comparando-se os resultados obtidos para
em especial os momentos fletores, tendem
Riddington (1973), Davies e Ahmed (1977) e
as tensões na base da parede e os esforços
a ser diminuídos, verificando-se, como con-
Riddington e Stafford Smith (1978).
e deslocamentos na viga de apoio. As análi-
sequência disso, concentrações de tensões
e a viga,
Barbosa (2000) e Silva (2005) não reco-
levando em consideração a não-linearidade
Para avaliação dessa nova modelagem,
cos simplificados para determinação de es-
física, associada ao material e à fissuração,
foram elaborados dois exemplos: um painel
forços em vigas contínuas. Em trabalho mais
para avaliação e definição de modelos repre-
de alvenaria com abertura centrada e outro
recente, Moraes et al. (2011) elaboraram
sentativos do comportamento até a ruptu-
com abertura excêntrica em relação ao vão
um estudo paramétrico numérico de pare-
ra. Essas modelagens numéricas, apesar de
da viga de apoio. A viga de apoio foi con-
des de alvenaria sobre vigas simplesmente
bastante consistentes, apresentam a dificul-
siderada simplesmente apoiada, e as análi-
apoiadas, com o objetivo de avaliar alguns
dade de emprego em projetos usuais devido
ses foram desenvolvidas considerando-se
modelos simplificados. Os autores concluí-
ao alto custo computacional intrínseco aos
comportamento elástico linear para os ma-
ram que, para os casos estudados, tais mo-
modelos, especialmente os que consideram
teriais. A análise dos resultados compreen-
delos podem ser utilizados com segurança
os efeitos não-lineares. Na grande maioria
deu a avaliação das tensões normais e de ci-
na previsão da concentração de tensões na
dos casos de projeto, se faz necessário tomar
salhamento na base da parede, assim como
alvenaria e com muita ressalva na previsão
partido da simetria do problema, quando isso
os esforços (forças cortantes e normais, e
dos esforços na viga de apoio, com suges-
é possível, de modo a reduzir a quantidade de
momentos fletores) e deslocamentos da viga
tão, inclusive, de reavaliação do coeficiente
incógnitas da solução numérica.
de apoio. Esses resultados foram compara-
de segurança para esses esforços. Nasci-
Além de uma abordagem numérica, tam-
dos com os obtidos por modelagem, utili-
mento Neto et al. (2012) realizaram análises
bém é possível encontrar na literatura mode-
zando-se elementos finitos do tipo casca, o
numéricas de paredes sem e com abertura
los simplificados para avaliar os efeitos da
que comprovou a eficiência e a segurança do
sobre vigas simplesmente apoiadas, tendo
interação, alguns dos quais utilizam expres-
novo modelo computacional proposto.
como um dos objetivos avaliar os modelos
sões analíticas e ábacos para determinar as
simplificados. Os resultados obtidos permi-
tensões na alvenaria e os esforços na viga de
tiram concluir que os modelos simplificados
apoio. Entretanto, vários autores comprova-
são limitados quanto à aplicação em situa-
ram a limitação de tais modelos, restringindo
A simulação numérica foi desenvolvida
ções usuais de projeto, podendo ser, inclusi-
sua aplicação unicamente aos casos de pa-
com o pacote de programas computacionais
ve, contra a segurança no caso da ocorrên-
redes sem abertura ou com abertura central
SAP2000 e com a nova versão do módulo de
cia de aberturas excêntricas em relação ao
sobre viga simplesmente apoiada. Dessa for-
edifícios de alvenaria estrutural TQS Alvest.
vão da viga de apoio. Além disso, os autores
ma, os modelos simplificados atuais não têm
O estudo compreendeu a análise de duas
destacaram a impossibilidade de os mode-
capacidade de representar o comportamento
situações: uma correspondente a paredes
los simplificados representarem outros as-
da interação em situações usuais de projeto.
com abertura centrada, e a outra a paredes
pectos, tais como o efeito do grauteamento
Diante desse contexto, o estudo ora apre-
com abertura excêntrica em relação ao vão
vertical e o efeito de ortotropia da alvenaria,
sentado tem como objetivo principal propor
da viga, cujos vínculos correspondem a sim-
dificultando ainda mais sua aplicação.
um novo modelo computacional com capa-
ples apoios No topo das paredes foi aplicado
Usualmente a interação entre paredes de
cidade de prever de forma consistente os
carregamento vertical de intensidade 295,8
alvenaria e estrutura de suporte é avaliada via
efeitos da interação. Esse novo modelo con-
kN/m, representativo de edifícios de alvenaria
Método dos Elementos Finitos com o empre-
siste em discretizar tanto a alvenaria quan-
de blocos de concreto com 16 pavimentos.
go de elementos do tipo chapa e/ou casca.
to a estrutura de suporte, utilizando-se ele-
Os painéis apresentam ainda as seguintes
Neste caso, tanto as paredes quanto a es-
mentos-barra, constituindo-se, dessa forma,
características geométricas:
trutura de suporte podem ser discretizadas
um pórtico equivalente capaz de representar
- Bloco de concreto na modulação M15
com elementos finitos de chapa ou de cas-
o comportamento do sistema parede-viga. A
ca e, como uma variação da modelagem, a
esse pórtico equivalente devem se associar
- Viga de concreto armado com vão igual
estrutura de suporte pode ser simulada com
dois outros pórticos: um que simula a alve-
a 5,85 m e seção transversal medindo 30
elementos-barra. Vários estudos já foram
naria e outro a estrutura de apoio, de modo
cm x 70 cm;
desenvolvidos com esse tipo de abordagem
que, para cada um deles, devem ser atribuí-
- Paredes com 14 fiadas (2,8 m) contendo
numérica, empregando-se análises lineares
das propriedades físicas e geométricas cor-
cinta de respaldo, verga e grauteamento
para avaliação da distribuição dos esforços,
respondentes aos elementos que represen-
vertical, conforme ilustrado pela Figura 2
principalmente na viga de suporte, e modelos
tam (alvenaria ou viga).
e pela Figura 3.
3. MODELOS NUMÉRICOS ADOTADOS NAS ANÁLISES
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
mendam a aplicação de modelos matemáti-
com fbk = 16 MPa;
41
qual o painel não contém abertura. As análises apresentadas no estudo indicaram que, tanto a distribuição de tensões no painel de alvenaria quanto os diagramas de esforços na viga de apoio, sofreram modificações em seus aspectos, entretanto, as máximas intensidades apresentaram valores muito pró-
14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
76
280
ram, além dessas, uma terceira tipologia na
q = 295.8 kN/m
A
70
ximos daqueles do painel com abertura centrada. Tais resultados são concordantes com A
os apresentados na literatura, que indicam que painéis com abertura centrada podem
254
ser avaliados como painéis sem abertura. Por essa razão, embora também avaliados,
584 76
Uma modelagem bastante eficiente do efeito da interação consiste naquela em que se utilizam elementos finitos de casca na discretização do painel de alvenaria. Esse modelo foi empregado em análises desenvol-
q = 295.8 kN/m
A
14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
76
280
3.1. PAINÉIS MODELADOS COM ELEMENTOS FINITOS
Corte AA
254
Figura 2- Esquematização do painel com abertura central de porta.
os resultados do painel sem abertura foram omitidos do estudo ora apresentado.
30
70
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
Nascimento Neto et al. (2012) avalia-
vidas por Barbosa (2000) e Silva (2005), sendo que o primeiro ainda incorporou os
584
30
A
efeitos da não-linearidade de contato entre a 104
base da parede e a viga de concreto. O primeiro modelo utilizado no estudo aqui apresentado, daqui em diante denomi-
76
Corte AA
404
Figura 3 - Esquematização do painel com abertura lateral (excêntrica) de porta
nado Modelo 1, consistiu em elementos finitos de casca para a alvenaria, com malha medindo 15 cm x 20 cm, e elementos finitos de barra para a viga-suporte, com comprimento igual a 15 cm para cada trecho. Para a viga de suporte foi adotada seção medindo 30 x 70 cm2 com material isotrópico, en-
Tabela 1 – Propriedades físicas dos materiais adotados na modelagem. Material
Peso específico y (kN/m3)
Módulo de deformação (MPa) Longitudinal
Transversal
25
23.800
9.917
Alvenaria grauteada
22
16.320
8.160
Alvenaria não-grauteada
14
9.600
4.800
Concreto da viga
quanto que a alvenaria estrutural foi consi-
42
derada como material ortotrópico, atribuindo
co, cujos valores adotados para as proprie-
concreto com fck = 25 MPa e blocos com
para o módulo de deformação longitudinal
dades físico-mecânicas estão indicados na
fbk = 16 MPa.
horizontal metade do valor daquele na dire-
Tabela 1, todos referidos à área bruta da se-
A Figura 4 ilustra a parede com abertu-
ção vertical, no caso de alvenaria não-grau-
ção. Os módulos de deformação longitudinal
ra central discretizada com elementos finitos
teada. Nos trechos de alvenaria que dispu-
e transversal do concreto e da alvenaria fo-
de casca sobre a viga de concreto discretiza-
nham de grauteamento, tanto vertical como
ram determinados com base nas prescrições
da com elementos finitos de barra. É possí-
horizontal, foi considerado material isotrópi-
da NBR 6118 e NBR 19561-1, considerando
vel observar os vínculos na extremidade e o
Neste modelo foram inseridas
distribuída no topo com intensidade igual a
barras verticais em cada furo
295,8 kN/m.
de bloco e barras horizontais na junta de argamassa, com
3.2. NOVA MODELAGEM PROPOSTA
as devidas características geo-
O modelo proposto neste trabalho con-
métricas e físicas levando em
siste na discretização da parede utilizando
consideração o grauteamento.
um pórtico equivalente para simular a rigi-
Da mesma forma que nos Mo-
dez do painel de alvenaria em seu próprio
delos 2, as barras verticais têm
plano, doravante denominado Modelo 2. A
a extremidade articulada na in-
discretização consistiu na disposição de
terseção com as barras que si-
barras verticais espaçadas a cada 15 cm e
mulam a viga de apoio. Quanto
barras horizontais a cada 20 cm, com se-
aos materiais, foram conside-
cm2
e
rados isotrópicos com o mó-
14 x 20 cm2, respectivamente, para o caso
dulo de deformação longitudi-
de alvenaria não-grauteada. Nos trechos
nal das barras horizontais igual
com grauteamento, a seção transversal das
ao das barras verticais, cujo
barras foi modificada de modo a levar em
valor está indicado na Tabela 1.
consideração o correspondente acrésci-
Esse modelo foi implementado
mo de área. As barras verticais têm ainda
na versão 18 no módulo espe-
a extremidade articulada na interseção com
cífico de alvenaria estrutural do
as barras que simulam a viga de concreto
programa computacional TQS.
armado. Essa disposição de barras foi es-
É importante enfatizar as di-
colhida de modo a se aproximar o máximo
ferenças que os Modelos 2 e 3
possível da discretização com elementos
apresentam em sua constitui-
finitos de casca pela coincidência de cada
ção básica. No Modelo 2, as
uma das barras com as faces desses ele-
barras verticais foram dispos-
mentos. Quanto aos materiais, foram utiliza-
tas coincidentes com as faces
das as mesmas propriedades indicadas na
dos elementos casca do Mode-
Tabela 1, com a consideração aproximada
lo 1, enquanto que no Modelo 3
da ortotropia.
essas barras foram posiciona-
ções transversais medindo 14 x 15
Figura 4 – Discretização com elementos de casca (Modelo 1).
Figura 5 – Discretização com elementos barra (Modelos 2).
Figura 6 – Discretização com elementos barra (Modelo 3).
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES
É muito importante comentar sobre essa
das no centro de gravidade do furo dos blo-
discretização, pois foram testadas inúmeras
cos, o que corresponde aproximadamente ao
Os resultados foram obtidos a partir de di-
outras disposições de barras, cujos resulta-
centro de gravidade dos elementos no Mode-
ferentes modelos denominados da seguinte
dos apresentaram variações consideráveis,
lo 1. Por esse motivo, o Modelo 2 apresenta
forma:
especialmente no se refere aos esforços na
as seguintes diferenças em relação ao Mode-
- Modelo 1: paredes discretizadas com ele-
viga de suporte, indicando que o modelo de
lo 3 na geração do pórtico:
mentos finitos do tipo casca, levando em
pórtico se mostra muito sensível à discreti-
- É constituído por uma barra a mais em
consideração a ortotropia da alvenaria;
zação realizada. A Figura 5 ilustra a distribuição das barras
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
carregamento nodal equivalente a uma carga
cada trecho de alvenaria que se situa ao
- Modelo 2a: paredes discretizadas por um
lado da abertura;
pórtico equivalente, conforme descrito anteriormente, levando em consideração a orto-
no Modelo 2, na qual se observa o carrega-
- Apresenta duas barras verticais e uma
mento no topo e as barras da viga de apoio
horizontal para representar o grauteamen-
tropia da alvenaria;
na base da parede.
to vertical;
- Modelo 2b: variação do Modelo 2a considerando a alvenaria como material isotró-
Para esse modelo, foi considerada uma
- Apresenta vão um pouco maior para a
variação em sua constituição básica, sen-
viga de apoio: 5,85 m no caso do Modelo
pico;
do denominado daqui em diante Modelo 3.
2 e 5,75 m no caso do Modelo 3.
- Modelo 3: paredes discretizadas por um 43
Tensão Normal (MPa)
0 -25
1
2
3
4
Tensão Normal (MPa)
5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
-20 -15 -10 -5
viga de apoio obtidos pelos vários mode-
teamento vertical. As máximas intensidades
los. Observam-se picos dessas tensões,
obtidas na extremidade esquerda da parede
alternando-se entre tração e compressão,
foram respectivamente iguais a 21,6 MPa,
mais intensos no Modelo 2a e atenuados no
20,1 MPa e 20,4 MPa, segundo os Modelos
Modelo 2b, e coincidentes com as regiões de
1, 2a e 3, e na extremidade direita iguais a
grauteamento da parede.
0
É muito importante destacar o efeito da
5
se como referência o Modelo 1, verifica-se
interação parede de alvenaria e viga de apoio
que ao Modelo 2a corresponde uma diferen-
na concentração de tensões normais na
ça máxima igual a -7,5% na extremidade es-
base. A tensão uniforme no topo da parede
querda, e ao Modelo 3 diferença máxima igual
apresenta intensidade igual a 2,11 MPa, en-
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
2
a -6,9% na extremidade direita. Com relação
quanto que, ao se considerar a interação, a
0
às tensões de cisalhamento, ilustrada pela Fi-
tensão máxima na região de concentração,
-1
gura 7b, ocorreram diferenças maiores entre
foi igual a 20,1 MPa, segundo o Modelo 2a, o
-2
os resultados dos Modelos 1 e 2a, com res-
que corresponde a um valor 9,5 vezes maior
pectivas máximas intensidades iguais a 2,54
que a tensão uniforme. Faz-se necessário es-
MPa e 1,60 MPa na extremidade à esquerda,
clarecer que numa situação real de projeto há
e -2,42 MPa e -1,64 MPa na extremidade à
condições não avaliadas nesse estudo, tais
direita. É importante comentar que, embora
como a extensão do apoio associada à di-
esses resultados correspondam a grandes
mensão da seção dos pilares e a continui-
diferenças percentuais, as intensidades são
dade entre vãos de viga. Tais aspectos mo-
relativamente baixas. Também é importante
dificam a distribuição e a concentração das
0
comentar que o Modelo 2a captou o efeito da
tensões no painel, de modo que o fator de
1
concentração dessas tensões nas extremida-
amplificação poderá ser menor que o aqui
des do trecho. Tais aspectos também podem
apresentado.
1
-3 0
1
2 3 4 5 Extensão da parede (m)
6
Extensão da parede (m) 0 -5 -4
1
2
-3 -2 -1
3
4
5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
2 3
ser observados no Modelo 3, que resultou
A Figura 8 ilustra os esforços e os deslo-
Figura 7 – Tensões na base da parede com abertura centrada: (a) Tensões normais verticais; (b) Tensões de cisalhamento e (c) Detalhe da distribuição de tensões normais no trecho intermediário.
em máximas intensidades iguais a 1,81 MPa
camentos na viga de apoio. Observa-se ini-
e -1,87 MPa, nas extremidades à esquerda e
cialmente tendência semelhante no diagrama
à direita, respectivamente.
de forças cortantes, inclusive nos picos in-
O efeito da ortotropia, desconsiderado
termediários. Entretanto, as máximas inten-
pórtico equivalente, conforme descrito an-
no Modelo 2b, mostrou-se importante ao se
sidades apresentaram certa diferença para
teriormente, considerando a alvenaria como
adotar a modelagem com o pórtico equiva-
cada modelo avaliado. Na extremidade es-
material isotrópico.
lente. A máxima tensão de compressão nas
querda foram obtidas intensidades máximas
extremidades esquerda e direita apresentou
iguais a 489,7 kN, 510,8 kN, e 392,1 kN, se-
intensidades iguais a 18,8 MPa e 17,6 MPa,
gundo os Modelos 1, 2a e 3, respectivamen-
As análises consistiram na avaliação dos
respectivamente, correspondentes a diferen-
te, correspondendo a diferenças percentuais
deslocamentos verticais e dos esforços na
ças iguais a -6,5% e -6,4% em relação ao
iguais a +4,3% e -19,9% dos Modelos 2a
viga de apoio (forças cortante e normal, e
Modelo 2a, e -13% e -5,4% em relação ao
e 3 em relação ao Modelo 1. Na extremida-
momento fletor), e das tensões na base da
Modelo 1. Quanto às tensões de cisalhamen-
de direita obtiveram-se intensidades iguais a
parede (normais e de cisalhamento). Inicial-
to não foram observadas diferenças consi-
521,2 kN, 540,9 kN e 464,4 kN, de acordo
mente foram apresentados os resultados do
deráveis.
com os Modelos 1, 2a e 3, respectivamente.
Em todos os modelos, a viga de suporte foi discretizada com elementos barra.
44
presentam os trechos de alvenaria com grau-
18,6 MPa, 18,8 MPa e 17,3 MPa. Tomando-
3
Tensão Normal (MPa)
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
Extensão da parede (m)
painel com abertura de porta centrada, sendo
Apesar de apresentar distribuição de ten-
Considerando o Modelo 1 como referência,
a Figura 7(a) ilustrativa das tensões na base
sões com intensidade muito menor, o resul-
as diferenças se igualam a +3,8% e -10,9%,
da parede. Percebe-se a proximidade entre
tado obtido no trecho intermediário, ilustrado
respectivamente relativas aos Modelos 2a
os valores e a semelhança no aspecto das
pela Figura 7c, é importante para justificar
e 3. Uma razão que pode explicar essa maior
curvas, em que os picos intermediários re-
algumas diferenças entre os esforços na
diferença associada ao Modelo 3 é o menor
400 200
0 0
0 -200 -400 -600 0
1
2 3 4 Extensão da viga (m)
5
6
Momento Fletor (kN·m)
Força Cortante (kN)
600
respondem a um carregamento vertical de
Extensão da viga (m)
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
1
2
3
Modelo 1 Modelo 2a
50
4
5
6
Modelo 2b Modelo 3
baixo para cima na viga de apoio. Tal efeito pode explicar o abaulamento ocorrido no trecho central do diagrama de momentos obtido
100
com o Modelo 1, assim como as diferenças
150
em relação aos valores máximos dos demais
200
modelos. A Figura 8c ilustra o diagrama de for-
250
ça normal, inexistente no caso de modelos
Força Normal (kN)
0 0 100 200
1
2
3
4
sem consideração da interação. Verifica-se
Extensão da viga (m) 5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
300 400 500
Deslocamento da viga (cm)
Extensão da viga (m) 0 0,00 -0,05 -0,10 -0,15
1
2
3
4
5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
que as máximas intensidades foram iguais a 473,9 kN, 436,6 kN e 402,3 kN, relativas aos Modelos 1, 2a e 3, respectivamente, cor-
-0,20
respondendo a diferenças iguais a -7,9% e
-0,25
-15,1% dos Modelos 2a e 3 em relação ao
-0,30
Modelo 1. Ao desconsiderar o efeito de orto-
-0,35
Figura 8 – Esforços e deslocamentos na viga-suporte da parede com abertura centrada: (a) Força cortante; (b) Momento fletor; (c) Força normal; e (d) Deslocamentos verticais.
tropia (Modelo 2b), a força normal se igualou a 458,6 kN, representando um acréscimo de 5% em relação ao Modelo 2a. A partir desses resultados pode-se comentar que o
vão da viga e a característica de apresentar
finitos de casca contempla o efeito da orto-
efeito de ortotropia pouco influenciou a força
duas barras verticais a menos que o Mode-
tropia de modo que, para se manter a cor-
normal, e que a maior diferença do Modelo
lo 2a. Os estudos realizados para as várias
respondência com o modelo de casca, os
3 pode ser atribuída, mais uma vez, à carac-
configurações do pórtico ilustraram a enor-
modelos de pórtico equivalente também de-
terística particular do menor vão e da menor
me sensibilidade do modelo, em especial os
vem considerar tal efeito.
quantidade de barras que os Modelos 2.
esforços na viga, ao se modificar o posicio-
Outro aspecto muito importante que ex-
No que se refere aos deslocamentos da
plica essa maior diferença para o momento
viga, foram obtidos os seguintes valores má-
Ao se desconsiderar o efeito da ortotropia
fletor, segundo o Modelo 2a, são os picos de
ximos: 0,23 cm, 0,33 cm e 0,29 cm, segun-
(Modelo 2b), as forças cortantes assumem
tensão normal na base da parede e no tre-
do os Modelos 1, 2a e 3, respectivamente.
intensidades iguais a 536,6 kN e 565,4 kN,
cho central do vão da viga, ilustrado pela Fi-
Ao se desconsiderar a ortotropia (Modelo
nas extremidades à esquerda e à direita. Ob-
gura 7c. Ao Modelo 2a correspondem picos
2b), como era de esperar, obteve-se o des-
serva-se que esses valores são 5,0% e 4,5%
de maior intensidade que os demais. Sendo
locamento máximo igual a 0,29 cm, idênti-
respectivamente maiores que os do Modelo
essas tensões o carregamento aplicado na
co ao do Modelo 3. Com relação a esses re-
2a, e 9,6% e 8,5% em relação ao Modelo 1.
namento e a quantidade das barras.
viga, tal aspecto justifica as maiores intensi-
sultados, mais importante que as diferenças
Com relação aos momentos fletores,
dades da força cortante e do momento fletor
percentuais é a ordem de grandeza muito pe-
Figura 8b, verifica-se que as máximas in-
obtidos com o Modelo 2a. Da mesma forma,
quena dos valores obtidos em correspondên-
tensidades foram iguais a 158,3 kN.m,
verifica-se que o Modelo 2b apresentou pi-
cia ao vão de 5,85 m.
202,7 kN.m e 173,8 kN.m, segundo os Mo-
cos com menores intensidades, o que pode
É importante destacar que um modelo
delos 1, 2a e 3, respectivamente, corres-
justificar os menores valores de esforços na
sem a consideração da interação, no qual a
pondendo a diferenças percentuais de 28%
viga associada a esse modelo. No caso do
carga vertical distribuída é aplicada direta-
e 9,8%, dos Modelos 2a e 3 em relação ao
Modelo 1, além de os picos terem ocorrido
mente sobre a viga, conduz à força cortante
Modelo 1. Quando não se considera a or-
de modo mais suave, devido à característi-
e momento fletor máximos iguais a 769,6 kN
totropia (Modelo 2b), o momento máximo
ca contínua do elemento finito, verifica-se
e 984,2 kN.m, respectivamente, e desloca-
se iguala a 180,6 kN.m e se aproxima do
também que, no trecho central compreendi-
mento vertical máximo igual a 1,86 cm.
resultado do Modelo 3. Sobre esse aspec-
do entre 1,0 m e 4,5 m, surgiram quase que
As análises seguintes tratam dos resul-
to comenta-se que o modelo em elementos
exclusivamente tensões de tração, que cor-
tados obtidos para a configuração do painel
Caderno Técnico Sistemas Industrializados de Concreto - CT27
800
45
Tensão Normal (MPa) Tensão de Cisalhamento (MPa)
0 -30 -25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15
1
2
3
4
5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
23,4 MPa e 24,6 MPa, segundo os Modelos
Assim como descrito por Nascimento
1, 2a e 3, respectivamente, e na extremida-
Neto et al. (2012), percebe-se na Figura 9
de direita 18,5 MPa, 18,7 MPa e 16,8 MPa.
que o efeito da ortotropia não alterou subs-
Novamente considerando o Modelo 1 como
tancialmente as tensões normais e de cisa-
referência, ao Modelo 2a corresponde dife-
lhamento na base da parede.
rença máxima igual a -5,6%, na extremidade
Os esforços na viga obtidos com os vá-
esquerda, e ao Modelo 3 -9,2% na extremi-
rios modelos estão ilustrados pela Figura 10,
dade direita. Considerando agora os cantos
na qual se observa o potencial dos mode-
da abertura, naquele disposto à esquerda fo-
los de pórtico equivalente para representar
ram obtidas tensões de tração com intensi-
o comportamento da viga de apoio no sis-
dades iguais a 11,6 MPa, 11,8 MPa e 10,3
tema parede-viga. Grande destaque deve ser
MPa, segundo os Modelos 1, 2a e 3, e na-
dado às forças cortantes, tendo sido obtidas
quele disposto à direita tensões de compres-
intensidades na extremidade esquerda iguais
-1
são com intensidades iguais a -11,45 MPa,
a 430,6 kN, 440,1 kN e 269,5 kN, segun-
-2
-10,00 MPa e -12,03 MPa. Esses resultados
do os Modelos 1, 2a e 3, correspondendo
indicam diferença máxima igual a -12,7%
a diferenças iguais a +2,2% e -37,4%, dos
para o Modelo 2a, associada ao lado tracio-
Modelos 2a e 3 em relação ao Modelo 1. Na
nado da abertura, e -11,2% para o Modelo
extremidade direita foram obtidas intensi-
3, associada ao lado comprimido. Tal como
dades segundo os Modelos 1, 2a e 3, res-
para a configuração de porta centrada, veri-
pectivamente iguais a 520,8 kN, 544,8 kN e
fica-se grande proximidade entre os resulta-
449,8 kN, e correspondentes às diferenças
dos dos modelos de pórtico equivalente com
de +4,6% e -13,6% em relação ao Modelo 1.
o modelo em elementos finitos de casca nas
Ressalta-se mais uma vez que as grandes di-
extremidades da viga, e um pouco maiores
ferenças atribuídas ao Modelo 3 se devem à
ao lado da abertura. A Figura 9(c) ilustra os
menor dimensão do vão da viga nesse mo-
picos de tensão que ocorrem nos pontos de
delo. De modo a se avaliar a influência do vão
grauteamento vertical no trecho intermedi-
da viga, as barras verticais da extremidade
ário entre a abertura e o apoio à direita da
no Modelo 2a foram reposicionadas para se
viga. Percebem-se picos mais intensos nos
obter o mesmo vão do Modelo 3. Esse Mo-
3
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
2 1 0
-3 0
1
2 3 4 5 Extensão da parede (m)
6
Extensão da parede (m)
Tensão Normal (MPa)
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Extensão da parede (m)
0 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3
1
2
Modelo 1 Modelo 2a
3
4
5
6
Modelo 2b Modelo 3
Figura 9 – Tensões na base da parede com abertura excêntrica: (a) Tensões normais verticais; (b) Tensões de cisalhamento; e (c) Detalhe das tensões normais no trecho intermediário ao lado da abertura.
Modelos 2a e 2b, o que pode ser explicado
delo 2a ajustado foi utilizado exclusivamente
com abertura de porta excêntrica. A Figura 9a
pela consideração de duas barras verticais
para avaliar as variações da força cortante
ilustra a distribuição de tensões normais na
nos furos grauteados.
com a redução do vão da viga, cujos resul-
base da parede, na qual se observam qua-
Com relação às tensões de cisalhamen-
tro regiões de concentração de tensão, sen-
to, obtiveram-se na extremidade esquerda
do uma em cada apoio da viga e uma em
intensidades iguais a 2,30 MPa, 1,86 MPa
Os momentos fletores estão ilustrados
cada lado da abertura. Esses aspectos foram
e 1,65 MPa, segundo os Modelos 1, 2a e
pela Figura 10b, na qual se observam in-
bastante discutidos por Nascimento Neto et
3, respectivamente, e na direita 2,28 MPa,
tensidades máximas iguais a 236,1 kN.m,
al. (2012), de modo que as análises aqui
1,60 MPa e 1,82 MPa. Tal como na configu-
285,6 kN.m e 291,8 kN.m, de acordo com
apresentadas trataram apenas da compara-
ração de porta centrada, as diferenças per-
os Modelos 1, 2a e 3, respectivamente, cor-
ção entre os modelos numéricos. Observa-
centuais em relação ao Modelo 1 foram bem
respondendo a diferenças percentuais iguais
se também que há semelhança no aspecto
maiores para essas tensões, entretanto as in-
a +21,0% e +23,6%, dos Modelos 2a e 3
da distribuição das tensões normais segun-
tensidades são relativamente menores. Ape-
em relação ao Modelo 1.
do os quatro modelos avaliados, com algu-
sar disso, os modelos com pórtico equiva-
Com relação às forças normais, ilustra-
mas diferenças nas máximas intensidades.
lente foram representativos o bastante para
das pela Figura 10c, foram obtidas intensida-
Na extremidade à esquerda da parede, fo-
captar os locais exatos das concentrações
des associadas aos Modelos 1, 2a e 3, res-
ram obtidas intensidades iguais a 24,8 MPa,
das tensões de cisalhamento.
pectivamente iguais a 472,6 kN, 409,1 kN e
tados apresentaram tendências muito semelhantes daquelas observadas no Modelo 3.
400 200
0 0
0 -200 -400 -600 0
1
2 3 4 Extensão da viga (m)
5
6
Momento Fletor (kN·m)
Força Cortante (kN)
600
5. CONCLUSÕES
Extensão da viga (m)
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
1
2
3
4
5
6
O estudo apresentado consistiu na proposição de um novo modelo computacional
50
para avaliação da interação entre paredes de
100
edifícios de alvenaria estrutural com eventu-
150 200
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
250 300 350
ais estruturas de suporte em concreto armado. Esse novo modelo consistiu na discretização da alvenaria estrutural e da viga de apoio por meio de um pórtico equivalen-
Força Normal (kN)
0 0 100 200
1
2
3
4
te, e se mostrou suficientemente eficaz para
Extensão da viga (m) 5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
300 400 500
Deslocamento da viga (cm)
Extensão da viga (m) 0 0,00 -0,05 -0,10 -0,15 -0,20 -0,25 -0,30 -0,35 -0,40 -0,45
1
2
3
4
5
6
Modelo 1 Modelo 2a Modelo 2b Modelo 3
Figura 10 – Esforços e deslocamentos na viga suporte da parede com abertura excêntrica: (a) Força cortante; (b) Momento fletor; (c) Força de tração; e (d) Deslocamentos verticais.
simular de modo adequado todos os efeitos relacionados ao fenômeno da interação. A validação do modelo foi realizada comparando-se seus resultados com aqueles obtidos a partir de modelagem com elementos finitos do tipo casca. Para tanto, foram avaliadas duas configurações de paredes com abertura e dispostas sobre vigas simplesmente apoiadas, cujos resultados permitiram concluir o seguinte:
372,4 kN. Isto corresponde a diferenças per-
rença de +9,4% em relação ao Modelo 1. No
- A discretização da parede com o emprego
centuais de -13,4% e -21,2%, dos Modelos
que se refere às forças normais e aos des-
de elementos-barra se mostrou bastante
2a e 3 em relação ao Modelo 1.
locamentos da viga, não foram identificadas
sensível à disposição dessas barras no
Quanto aos deslocamentos da viga foram
diferenças apreciáveis, obtendo-se valores
pórtico equivalente. Os esforços na viga,
obtidos valores máximos iguais a 0,30 cm,
máximos iguais a 415,1 kN e 0,37 cm. Sobre
especialmente a força cortante, podem
0,38 cm e 0,37 cm, de acordo com os Mo-
o efeito da ortotropia, comenta-se que sua
apresentar variações consideráveis caso
delos 1, 2a e 3. É notória a pequena diferen-
consideração implica em alterações nos es-
a disposição não seja feita de forma coe-
ça entre esses resultados, evidenciando-se
forços da viga, em que se observou redução
rente com a rigidez da parede;
mais uma vez a capacidade de simulação
na intensidade dos momentos fletores acom-
- O modelo também se mostrou sensível a
do comportamento do conjunto atribuída ao
panhada de acréscimo das forças cortantes.
variações no vão da viga, apresentando,
Como comentário final das análises, res-
entretanto, modificações maiores ape-
Da mesma forma do observado por Nas-
salta-se a importância do emprego de mode-
nas na distribuição de esforços na viga,
cimento Neto et al. (2012), verifica-se que a
los eficientes e seguros para avaliação da in-
notadamente as forças cortantes máxi-
não consideração da ortotropia, Modelo 2b,
teração entre parede de alvenaria e estrutura
implicou em alterações na distribuição dos
de suporte, pois as diferenças em relação aos
- Com relação às tensões na base da pare-
esforços (força cortante e momento fletor)
que não consideram essa interação são de-
de, o modelo proposto se mostrou muito
na viga de apoio. Com relação às forças cor-
masiadamente elevadas. No caso específico
eficiente na previsão da concentração de
tantes, foram obtidas máximas intensidades
da configuração com abertura de porta excên-
tensões normais, apresentando diferen-
iguais a 470,4 kN e 568,8 kN nas extremi-
trica avaliada, os resultados obtidos a partir
ças muito pequenas em relação ao mo-
dades esquerda e direita da viga, correspon-
de modelos sem interação conduzem a máxi-
delo em elementos finitos. No caso das
dendo a acréscimos de 6,9% e 4,4% em re-
mos valores iguais a 826,5 kN, 1.134 kN.m e
tensões de cisalhamento, o modelo foi
lação ao Modelo 2a, e 9,2% em relação ao
2,01 cm para a força cortante (apoio à direita),
menos eficiente na obtenção das máxi-
Modelo 1. Relativamente aos momentos fle-
o momento fletor e o deslocamento da viga,
mas intensidades, contudo se mostrou
tores, foi obtida intensidade máxima igual a
respectivamente. Esses resultados represen-
adequado para representar a distribuição
258,3 kN.m, o que corresponde ao decrésci-
tam diferenças muito elevadas em relação aos
dessas tensões, principalmente a locali-
mo de 9,6% em relação ao Modelo 2a e dife-
obtidos, por exemplo, a partir do Modelo 2a.
zação dos picos;
modelo de pórtico equivalente.
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mas;
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- No que diz respeito aos esforços na viga de apoio, o modelo de pórtico equivalente foi muito eficaz para representar sua distribuição, inclusive a localização dos picos intermediários, sempre apresentando valores um pouco maiores no caso da força cortante, do momento fletor e dos deslocamentos, e um pouco menores para o caso da força normal; - A consideração da ortotropia na modelagem não alterou consideravelmente as tensões na base da parede, entretanto ocorreu redistribuição de esforços na viga de apoio, traduzida por acréscimo nas forças normal e cortante e nos deslocamentos, e decréscimo nos momentos fletores em ambas as configurações, tendo ocorrido, porém, com menor intensidade no painel com abertura excêntrica. Por fim, destaca-se o enorme potencial do modelo de pórtico equivalente para aplicação em projetos usuais de edifícios de alvenaria estrutural, balizando-se nos seguintes aspectos: - Facilidade para interpretação e avaliação dos resultados, pois são expressos em termos de esforços em barras; - Possibilidade de simular adequadamente a interação parede-viga para qualquer configuração do painel, com ou sem abertura e disposta em qualquer posição; - Simulação adequada e segura da distribuição de tensões na base da parede e dos esforços na viga de apoio, sempre se verificando semelhança em seu aspecto com intensidades maiores que as obtidas a partir da modelagem com elementos finitos de casca.
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AUTORES Joel Araújo do Nascimento Neto Eng. Civil, Professor Associado do Departamento de Engenharia Civil e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil PEC/UFRN E-mail: joelneto@ct.ufrn.br.
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Klaus André de Sousa Medeiros Eng. Civil, Aluno de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil PEC/UFRN.
Francisco Quim Eng. Civil, Mestre em Engenharia de Estruturas, Engenheiro de Estruturas – TQS Informática.
Foto: divulgação Texto: Silvério Rocha
À moda brasileira
A tendência que cada vez mais vem sendo adotada em diversas cidades brasileiras, a de recorrer a arquitetos talentosos para projetarem conjuntos habitacionais populares cuidadosos e de alto nível na sua concepção, teve mais um representante por intermédio do arquiteto Samuel Kruchin, que concebeu a arquitetura do conjunto residencial Jaboticabeiras, na Zona Leste de São Paulo. O empreendimento, que possui um total de 24 unidades residenciais, tem como traços característicos a referência às cores e à modulação da tradicional arquitetura brasileira. Desenvolvido com alvenaria estrutural com blocos de concreto, o conjunto oferece apartamentos com metragens entre 69 m2 e 110 m2, que impressionam por sua distribuição volumétrica e a composição de cores fortes e primárias, como o amarelo e o vermelho, que trazem à memória a (boa) arquitetura praticada em moradias populares na primeira metade do século passado.