Tema 2. A MENTE
2.1. COGNIÇÃO Prof. Marina Santos
1 2007
COGNIÇÃO : • Designa o conjunto dos actos e dos processos de conhecimento; o conjunto de mecanismos pelos quais um organismo adquire, trata, conserva, pondera e explora informação (o processo). • Designa ainda o resultado mental desses processos, ou seja, os conhecimentos (o produto). PROCESSOS COGNITIVOS: Conceito que remete para o carácter plural e dinâmico da mente, para as transformações e etapas que colocam o sujeito em interacção com o mundo. A cognição tem uma importante função adaptativa, permitindo uma progressiva complexidade, flexibilidade e sofisticação da capacidade de 2 resolução de problemas.
PROCESSOS BÁSICOS DA COGNIÇÃO 2.1.1. A PERCEPÇÃO Captação significativa do mundo. 2.1.2. A APRENDIZAGEM Mudar com a experiência. 2.1.3. A MEMÓRIA Conviver com o passado. 3
• Pela percepção conhecemos o mundo. É a conduta psicológica pela qual organizamos as diversas sensações, de modo a termos conhecimento da realidade. • Pela aprendizagem obtemos novos conhecimentos. É uma modificação estável na conduta ou no saber, suscitada pelo treino, estudo ou exercício. • Pela memória viajamos no tempo e no espaço. É o processo de fixação, retenção e recordação daquilo que se aprendeu. Poderíamos ainda falar da inteligência, pensamento, imaginação e linguagem, uma vez que estão implicados nos processos atrás referidos. 4
2.1.1. A PERCEPÇÃO SENSAÇÃO: reacção dos órgãos receptores aos estímulos do meio. mas as sensações não existem isoladas. Assim, as sensações, base elementar do conhecimento, têm de ser organizadas em conjuntos mais vastos e significativos: as percepções.
PERCEPÇÃO: processo activo de organização e interpretação das informações sensoriais, permitindo identificar objectos e acontecimentos significativos. Difere da sensação por ser uma actividade cognitiva, pela qual conferimos sentido à informação sensorial. 5
Carácter bipolar da percepção
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Carácter selectivo da percepção • Existe um mecanismo selectivo que nos protege, impedindonos de viver com as impressões de excesso de estímulos, num estado próximo da confusão mental: esse mecanismo é a atenção. • Atenção voluntária: depende do indivíduo, dos seus interesses e motivações; • Atenção involuntária: desperta pelo meio exterior, em virtude da evidenciação de um objecto em relação aos outros.
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Serรก que o sistema visual humano funciona como uma mรกquina fotogrรกfica?
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Mecanismos fisiolĂłgicos da visĂŁo
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A retina está “detrás para a frente”!
LIGHT 12
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A organização perceptiva • Segundo os psicólogos de uma corrente designada por Gestaltismo, percepcionamos formas ou figuras que se destacam de fundos: a percepção dos objectos é imediatamente apreendida como totalidade. Figura e Fundo constituem o campo perceptivo que se organiza, independentemente do sujeito que percepciona, segundo determinados princípios ou leis: as leis da percepção. Na interpretação de estímulos visuais, o ser humano segue algumas estratégias, entre as quais a tendência à estruturação, segregação figurafundo e constância perceptiva. As ilusões ópticas revelam algumas dessas leis. www.psicologia.com.pt/areas/recursos.php?cod=d3&recurso=17
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Ilusões de óptica O que vê nas imagens ?
A Velha Nova Esta é uma imagem 2 em 1. As pessoas novas tendem a ver uma jovem e as mais velhas, a imagem duma velha.
O Índio Esquimó Um esquimó (de costas) e/ou uma cara 16 de um homem (tipo índio) de perfil.
Se leu “NÃO PARE NA PISTA” no cartaz ao lado é melhor olhar de novo. Há pessoas que olham várias vezes e não vêem onde está o erro. Esse fenómeno deve-se a uma mania muito comum de ver os padrões globalmente, sem notar os detalhes. Os psicólogos chamam a isso Gestalt (forma).
Na figura da esquerda, as linhas horizontais são sempre paralelas, mesmo quando o padrão se desloca. Na figura da direita, as linhas verticais também o são. A explicação mais aceite para essa ilusão diz que existem células no córtex visual encarregues de interpretar a linearidade de linhas contínuas. Se alguma coisa chama a atenção do nosso olho, o foco vai entrando e saindo dessas linhas. No caso das figuras, quem desvia a atenção do olho é o movimento dos padrões. Deste modo, a sensação de continuidade perde-se e vemos as linhas oscilarem.
www.seara.ufc.br/tintim/fisica/visao/tintim4-5.htm
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ILUSÃO DE MOVIMENTO:
"The time tunnel show"
Os anéis parecem mover-se, quando na verdade a imagem está parada. Copyright Akiyoshi.Kitaoka
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ILUSÃO DA COR: "Lemon-yellow spiral and cream-colored spiral" Paraece que na espiral existe amarelo-limão e a cor creme, mas as cores são idênticas (= amarelo: R255, G255, B0). Copyright Akiyoshi Kitaoka 2005 (April 22)
www.ritsumei.ac.jp/~akitaoka/index-e.html
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As leis da percepção Os gestaltistas (liderados por Wolfgang Kolher e Max Wertheimer) consideram que o objecto da nossa percepção é diferente da soma das suas partes, isto é, percepciona-se primeiramente formas unificadas (o todo) e não as partes ou fragmentos dos objectos.
Segundo eles, a 1ª coisa que percepcionamos é uma figura que se destaca sobre um fundo (que fica em segundo plano): é a lei da segregação figura-fundo. Existem ainda outras leis configurativas específicas, as quais definem a forma de agrupar os estímulos perceptivos e que explicam o facto de todos os seres humanos terem percepções idênticas para uma mesma figura, a saber: proximidade, semelhança, continuidade, fechamento e simetria. 20
a) Tendência à estruturação • O ser humano tende naturalmente a estruturar os elementos que percepciona. Nessa organização, tende a agrupar os estímulos, criando boas formas. Percepcionamos com mais facilidade as boas formas: aquelas que são mais simples, simples regulares, equilibradas e simétricas. simétricas Pregnância: qualidade das formas que faz com que as percepcionemos como figuras inscritas em fundos.
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b) Segregação figura-fundo
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c) Constância perceptiva
Habilidade de perceber um determinado objecto como relativamente estável ou constante no que se refere ao seu tamanho, forma ou luminosidade, independentemente das 24 variações sensoriais relativas desse objecto.
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