Tema 2. EU A MENTE: a) COGNIÇÃO. b) EMOÇÃO. c) CONAÇÃO. Prof. Marina Santos
1 2007
Objectivos gerais: 1) Caracterizar a mente como um conjunto integrado de processos cognitivos, emocionais e afectivos. 2) Explicar o carácter específico dos processos cognitivos. 3) Explicar o carácter específico dos processos emotivos. 4) Explicar o carácter específico dos processos conativos. 2
O que é a mente? • A definição depara-se com o grande desafio que reside na tentativa de relacionar os processos eléctricos que ocorrem nos neurónios cerebrais e aquilo que ocorre na mente, mente ou seja, o que sentimos como sendo os nossos pensamentos. • A psicologia contemporânea reabilitou o conceito de “mente”, ao pressupor e exigir uma relação estreita entre processos mentais (privados), comportamento (sua manifestação pública) e estruturas neuronais (seu suporte material). 3
Uma nova concepção da mente
COMPORCOMPORTAMENTO TAMENTO
CÉREBRO CÉREBRO
MENTE MENTE
• A triangulação (cérebro, comportamento e mente) tornou-se evidente há cerca de século e meio, quando Paul Broca e Carl Wernicke descobriram a relação entre a linguagem e certas regiões do hemisfério direito. 4
Duas concepções da mente 1º Concepção linear da mente Tradicionalmente, defendeu-se um modelo abstracto, esquemático e depurado da mente: • Tem funções meramente cognitivas => só o pensamento. • Desqualifica a emoção e o desejo => a “afectividade” como algo que afecta, prejudica e interfere com a cognição.
2º Concepção integradora da mente Nos finais do séc. XX e sob a acção dos neurocientistas actuais, emerge um novo e mais abrangente da mente: • Integra processos cognitivos, emocionais e conativos. • Um sistema de interacções organizadas de modo complexo. 5
Uma nova concepção da mente • Actualmente, a mente é identificada com um eu situado no mundo, mundo em que a afectividade e subjectividade são categorias importantes na aquisição de conhecimentos. Ultrapassar as dicotomias clássicas: corpo-espírito, razão-afectos, cognição-emoção, hereditariedade-meio. A mente humana já não é concebida como um conjunto de componentes ou estados independentes, mas como um sistema integrador de processos dinâmicos em interacção ( cognitivos, emocionais e conativos). Cada processo tem uma importância vital na operacionalização dos outros processos, afectando-os e sendo afectado por eles. 6
1. PROCESSOS COGNITIVOS O SABER Actividades mentais implicadas na compreensão, processamento e comunicação do saber. • Em termos fisiológicos, a cognição é possível devido à comunicação entre os órgãos receptores e sistema nervoso central. • Em termos psicológicos, o conhecimento implica processos como a percepção, percepção a aprendizagem e a memória. memória Tendem para a objectividade e impessoalidade, em virtude de pressuporem o mundo exterior – que se constitui como referencial de avaliação dos estados mentais resultantes das nossas cognições. 7
2. PROCESSOS EMOCIONAIS O SENTIR Aspectos afectivos, agradáveis ou desagradáveis, que acompanham a vivência das diversas situações do meio. • Em termos fisiológicos, a emotividade é comandada pelo hipotálamo (estrutura do protencéfalo que desempenha um papel fundamental no comportamento motivado, nas emoções e nas funções homeostáticas).
• Em termos psicológicos, iremos verificar que as emoções são distintas dos afectos e dos sentimentos. Apresentam-se como subjectivos e individuais, na medida em que consistem em simples estados vividos por um sujeito, sendo que apenas este lhes tem acesso directo. 8
3. PROCESSOS CONATIVOS O FAZER Factores de personalidade associados às motivações e intenções que dinamizam o sujeito para a acção. => conação: termo usado para designar as tendências do ser humano para agir deliberada e intencionalmente no meio físico e social, isto é, de modo consciente e voluntário. • Em termos fisiológicos, a acção humana é condicionada pelos lobos frontais, sobretudo no córtex pré-frontal (área responsável pela reflexão, planeamento,vontade e tomada de decisão). • Em termos psicológicos, estudaremos os actos voluntários e intencionais, fruto da autonomia e liberdade humanas. Os processos conativos estão ligados à acção e, portanto, à vontade e tendem a expressar-se em comportamentos (directamente observáveis). 9
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