Unidade 2. Tema 6. Psicologia Aplicada
A PSICOLOGIA APLICADA EM PORTUGAL
Profª MARINA SANTOS 2007
Promoção do desenvolvimento e da autonomia INTERVENÇÃO
A PSICOLOGIA APLICADA (EM PORTUGAL) ÁREAS -Psicologia Educacional - Psicologia do Trabalho - Psicologia Profissional - Psicologia clínica - Psicologia Criminal - Psicologia Desportiva
TÉCNICOS DE SAÚDE MENTAL -Psicólogo clínico -Psiquiatra -Psicanalista - Psicoterapeuta 2
A Psicologia Psicologia Pura => vertente teórica Psicologia Aplicada => vertente prática
A investigação em Psicologia exige o recurso a metodologias adequadas à compreensão do funcionamento do Homem.
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Psicologia teórica O interesse dos psicólogos que se dedicam à psicologia teórica reside sobretudo na: Indagação de conhecimentos e Formulação de conceitos e teorias que expliquem os processos e os comportamentos do ser humano. => O uso de uma metodologia científica, para: Descrever, Explicar, Prever e Controlar os comportamentos. A investigação, em Psicologia, visa essencialmente ESTUDAR OS FUNDAMENTOS, NÃO AS APLICAÇÕES. 4
Psicologia aplicada
Um dos papéis da Psicologia Aplicada é a integração de crianças com deficiências em classes do ensino regular: é benéfico para todas elas.
Nesta área trabalham psicólogos que, baseando-se nas conclusões dos investigadores, procuram aplicá-las nos diversos contextos da vida – das escolas às prisões e tribunais, passando pelo desporto e as organizações. Os psicólogos exercem a sua actividade em consultórios privados, centros de saúde, clínicas e hospitais, empresas, clubes desportivos, centros de atendimento a toxicodependentes, etc. Através de diversas estratégias, procuram solucionar problemas psico-emocionais das pessoas elaborar planos e desenvolver acções de prevenção e promoção do desenvolvimento.
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Em Portugal... Em Portugal, a investigação psicológica está muito incipiente, e a maior parte dos psicólogos dedica-se a tarefas de intervenção essencialmente relacionadas com a resolução de problemas práticos. A intervenção faz-se a vários níveis – individual, grupal, familiar, profissional, comunitário, etc. – e em áreas diversificadas a psicologia escolar e educacional, do trabalho e das organizações, a orientação vocacional e profissional, a psicologia clínica, a psicologia forense e a psicologia desportiva.
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a)Técnicos de saúde mental As pessoas que trabalham na área da saúde mental apresentam diferenças a nível de: - Formação académica; - Objectivos terapêuticos; - Práticas e técnicas de intervenção.
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Psiquiatras e Psicólogos clínicos PSIQUIATRA: licenciatura em Medicina e especialização em Psiquiatria ou Pedopsiquiatria. PSICÓLOGO: licenciatura em Psicologia e especialização numa das suas áreas, por exemplo, psicologia clínica. Ambos trabalham no diagnóstico e tratamento de problemas psicológicos Mas... PSIQUIATRA: pode recorrer a terapias medicamentosas ou cirúrgicas; PSICÓLOGO: só pode recorrer aos meios terapêuticos de cariz psicológico.
Em psicologia clínica, só os profissionais c/ formação em Medicina podem recorrer a terapias que incluam a prescrição de medicamentos. 8
Psicanalista s Tanto um psiquiatra, como um psicólogo (ou pessoas de outras áreas) podem fazer uma formação complementar em Psicanálise, método de estudo e de intervenção terapêutica criado por Freud e que, actualmente, conta com diversas sub-correntes. Embora, teoricamente, psicólogos e psiquiatras possam tornar-se Psicanalistas, na prática, a maior parte dos psicanalistas provém da área da Psiquiatria. Psicólogos e psiquiatras recorrem frequentemente a abordagens de inspiração psicanalista, que combinam com outras técnicas terapêuticas. 9
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Psicoterapeutas A Psicoterapia visa o objectivo clínico de ajudar as pessoas a libertarem-se de problemas do foro psico-emocional, causadores de disfunções e mal-estar. Pode ser praticada por especialistas com formação em Psicologia e em Medicina, visando actuar sobre o comportamento e o psiquismo dos pacientes. As modalidades de terapia mais usuais são: Técnicas psicanalíticas Terapias cognitivo-comportamentais Terapias humanistas Terapias sistémicas. 11
b) Intervenção INTERVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO - intervenção realizada na presença de um risco de crise => Trabalho de prevenção em grupos de risco.
INTERVENÇÃO PARA A REMEDIAÇÃO - intervenção realizada numa situação de crise => O problema já existe e o psicólogo procura soluções.
INTERVENÇÃO PARA A PROMOÇÃO - num contexto sem crise ou potencial emergência desta Capacitação para as exigências futuras e para o desenvolvimento pessoal e interpessoal.
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O âmbito das Psicoterapias
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Técnicas Psicanalíticas
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Técnicas de terapia comportamental As terapias cognitivo-comportamentais baseiam-se nas teorias behavioristas e cognitivistas através do condicionamento, os pacientes (re)aprendam novas formas de sentir e de pensar. a técnica mais usada é a dessensibilização sistémica: consiste na submissão dos pacientes a programas de reforço, doseados, do mais leve ao mais intenso. só modificações comportamentais (não existenciais ou da personalidade) É a melhor terapia para os medos e as fobias. 15
Técnicas de inspiração humanista • Terapia centrada na pessoa => despertar as potencialidades do cliente. • Carl Rogers considerou que a relação terapêutica entre o psicólogo e o cliente só produziria resultados c/empatia, aceitação incondicional, autenticidade. • É a melhor terapia para os problemas ligados à auto-estima.
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Terapias sistémicas O modelo teórico é a teoria sistémica. Pressupõe que um problema só pode ser compreendido no(s) contexto(s) em que o indivíduo se insere. A compreensão dos problemas passa pela análise dos problemas comunicacionais de cada indivíduo ao nível dos diversos contextos em que se desenvolve e vive.
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FIM DA 1ª AULA – parte teórica VER um DOCUMENTÁRIO sobre “As Fobias e o seu tratamento”
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A intervenção do psicólogo como promotor do desenvolvimento e autonomia
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PREVENÇÃO PREVENÇÃO: conjunto de processos a desenvolver, para evitar a ocorrência de perturbações nos pacientes. - Voltada para o futuro, visa uma população generalizada.
Esta criança procura os pais, desparecidos no Tsunami que atingiu a Tailândia em 2004. Num caso como este, é indispensável que lhe seja prestada ajuda terapêutica, de modo a prevenir perturbações psicológicas que comprometam o seu desenvolvimento. 20
Tipos de prevenção Prevenção primária: pretende fazer diminuir a frequência de determinados problemas, mentais ou comportamentais, numa população ou comunidade. Prevenção secundária: visa a identificação precoce de determinados problemas mentais ou comportamentais. Prevenção terciária: tem como objectivos a (re)inserção social e a reabilitação de pessoas que sofrem, ou sofreram, de doenças mentais ou distúrbios de comportamento. Prevenção centrada na situação =>mudar/agir sobre os contextos Prevenção centrada nas competências => dotar os indivíduos com competências que aumentem a sua resiliência. 21
REMEDIAÇÃO REMEDIAÇÃO: tratamento dos distúrbios, uma vez verificada a sua ocorrência. -Visa extinguir distúrbios com origem no passado, em sujeitos particulares.
A morte inesperada de um combatente provoca graves perturbações emocionais na família, que um apoio psicológico adequado poderá minorar.
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Prevenção e Remediação
O trabalho dos psicólogos nas escolas constitui uma forma activa e eficaz de promover o desenvolvimento de todos os intervenientes no processo de ensino-aprendizagem. 23
Promoção do Desenvolvimento O conceito de desenvolvimento é muito complexo, envolvendo diversas significações: 1. É um processo pessoal, contínuo e integrado de mudanças. 2. Concretiza-se na capacidade de formular e reformular, autónoma e continuamente, projectos de vida. 3. Os projectos de realização pessoal, social e profissional assentam uma base realista, considerando a formação pessoal e social, as qualificações profissionais e as competências adquiridas, definindo assim os papéis sociais que desempenha e os estatutos correlativos. 4. Implica a capacidade de assumir e articular o desempenho pessoal e os papéis sociais de relacionamento com os outros. 24
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Desenvolvimento e Competências COMPETÊNCIAS: conjuntos integrados de saberes, a que as pessoas recorrem para resolverem as tarefas com que se deparam ao longo da sua existência.
DESENVOLVIMENTO: processo de aquisição e ampliação de competências, as quais são necessárias para cada pessoa poder sobreviver e adaptar-se.
A actividade dos psicólogos visa intervir junto das pessoas, de modo a que venham a adquirir competências funcionais e afectivas que lhes permitam uma adaptação bem sucedida nas diversas situações diárias. 26
Adaptação e Autonomia ADAPTAÇÃO: capacidade de um indivíduo viver em equilíbrio com o meio físico e social, estando apto para ultrapassar os obstáculos que enfrenta no decorrer do ciclo vital. Promoção do desenvolvimento e prevenção estão relacionadas: As medidas preventivas são formas de promover um conjunto de competências, visando dotar a pessoa com capacidade de resolver problemas eficazmente. Os psicólogos são promotores de mudança: apostam na formação da pessoa, para que esta ganhe autonomia e adaptação.
Estar adaptado é saber fazer uso da sua liberdade, assumindo regras e escolhas como suas, bem como as responsabilidades que resultem das opções que tomou.
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c) Áreas da Psicologia Psicologia clínica Psicologia educacional Psicologia do trabalho e das organizações Psicologia criminal/forense Psicologia desportiva
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Psicologia clínica (e da saúde) PSICOLOGIA CLÍNICA: ramo da psicologia que visa a promoção e a protecção da saúde (física e mental), bem como a facilitação da adaptação funcional e psicossocial, quando a doença se instala. • A maior parte dos psicólogos trabalha em psicologia clínica.
• Realizam avaliação e diagnóstico psicológicos, acompanhamento psicoterapêutico, prevenção e intervenção comunitária, promoção de competências, intervenção precoce e apoio em situações de risco ou de catástrofe. • As áres de intervenção são diversificadas: saúde, serviços sociais, educação, trabalho, serviços de reabilitação e judiciais.
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O método clínico Abrange um conjunto de metodologias e técnicas diversificadas, sobretudo de índole qualitativa, para estudar em profundidade um indivíduo, um assunto ou um problema. É um estudo de casos => trata cada caso como único e concreto É um estudo global => o indivíduo como totalidade dinâmica É um estudo compreensivo: a relação psicólogo-cliente => intersubjectividade+intuição+empatia É um estudo de processos => atenção ao percurso interior da pessoa (o que sente e pensa). O método clínico visa a compreensão global do sujeito, tendo em conta a sua personalidade como um todo: todas as variáveis que afectam a pessoa são consideradas.
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Técnicas de observação clínica Entrevista clínica => aceitar e ouvir a pessoa, para que esta exponha livremente aquilo que a preocupa. O psicólogo deve estar atento àquilo que é dito, ao modo como é dito, aos silêncios, às emoções manifestadas, etc. Serve de meio de diagnóstico e de psicoterapia Observação clínica => observação directa dos comportamentos. Anamnese (acto de chamar à memória) e dados biográficos => recolher um conjunto estruturado de informações significativas, passadas e presentes, relativas à vida da pessoa. Aplicação de testes => o psicólogo pode recorrer a testes, sobretudo os testes projectivos (de personalidade) como meio de diagnóstico. Contudo, o paciente não se deve sentir examinado e julgado, pois tal poria em causa a confiança interpessoal – base da atitude clínica. Pode ainda recorrer a técnicas psicanalíticas
1º) Elaborar um diagnóstico; 2º) Organizar um plano de intervenção. 31
Psicologia Educacional PSICOLOGIA EDUCACIONAL: ramo da psicologia que visa a intervenção, quer a nível da família e da escola, quer das instituições escolares, com o propósito de melhorar os processos de ensino-aprendizagem e, deste modo, contribuir eficazmente para o desenvolvimento global do aluno e da comunidade educativa.
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Como dominar o stress nos Exames?
A observação directa naturalista é um método privilegiado 33
Psicologia do Trabalho e Organizações PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL: ramo da psicologia centrado nas questões de desempenho, satisfação no trabalho, selecção e avaliação de pessoal, relações interpessoais, processos de liderança e gestão de conflitos. Procura articular as necessidades e características individuais com as estratégias macro-organizacionais.
Funções principais:
Operário a trabalhar com uma máquina ruidosa, susceptível de causar stress 34
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Orientação escolar e vocacional • Uma boa orientação deverá encaminhar os indivíduos para aquilo em que são competentes ou para aquilo que gostam de fazer? Geralmente, a competência e a satisfação pessoal estão associados, mas poderá não acontecer. • A orientação vocacional e profissional deverá ser um processo que acompanhe o trajecto escolar, intelectual e emocional dos jovens, e não um recurso de última hora. • O psicólogo, na escola ou no consultório, pode orientar as pessoas com problemas de escolha, sobretudo os jovens, para que prossigam um projecto de vida que corresponda a uma escolha pessoal, consciente e bem fundamentada.
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As 4 fases da Orientação Vocacional: 1. ENTREVISTA Incide sobre os contextos de vida do cliente, os seus gostos, interesses e aspirações; apresenta-se informação actualizada sobre as saídas profissionais; serve ainda para o psicólogo recolher dados e seleccionar os testes e outros materiais para as sessões 2. EXAME PSICOLÓGICO Aplicação de testes, sobretudo de inteligência. 3. ENCONTRO ENTRE O CLIENTE E O ORIENTADOR Os resultados dos testes não indicam, objectiva e automaticamente, o curso ou profissão a seguir. O psicólogo terá de promover uma série de diálogos com o cliente, após o que os dados serão interpretados e contextualizados. São redvisíveis. 4. RELATÓRIO Finalmente, o psicólogo elabora uma síntese escrita dos dados recolhidos nas etapas anteriores, que fundamentam as orientações e sugestões apresentadas. O jovem deve ser alertado para a necessidade de aprendizagem ao longo da vida num mundo em mudança e onde a readaptação é sempre necessária. 37
Psicologia criminal ou forense PSICOLOGIA CRIMINAL: ramo da psicologia ao serviço do direito e das instituições forenses. Assume especial importância a nível dos tribunais, onde prestam serviços:
A defesa deste criminoso teve por base a insanidade mental diagnosticada por um psicólogo.
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Psicologia criminal ou forense
Em alguns paĂses, os psicĂłlogos ajudam os advogados a preverem, de entre os jurados, o sentido do seu voto.
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Psicologia desportiva PSICOLOGIA DESPORTIVA: ramo da psicologia que se ocupa do comportamento dos indivíduos nas situações de prática desportiva, bem como dos fenómenos psicológicos ligados ao seu desempenho.
O psicólogo do desporto trabalha com os atletas para os ajudar a concentrar, controlar o stress e desenvolverem competências que melhorem o seu desempenho.
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