Argumentação e Retórica

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III.2. Argumentação e Retórica

2011/ 2012

III.2.1. O discurso argumentativo - A Procura de adesão do auditório. A abordagem da racionalidade do discurso pode assumir duas vertentes: formal e argumentativa. RACIONALIDADE LÓGICO-FORMAL: prescinde-se do conteúdo e considera-se apenas a obediência a regras e princípios lógicos na estruturação dos raciocínios, isto é, a sua forma. 

Estamos no campo da Lógica formal (demonstração, dedução)

RACIONALIDADE ARGUMENTATIVA: não é possível separar forma e matéria, ou seja, estruturação e conteúdo, pois encontramo-nos no campo do debate de opiniões. Não se pode ignorar o contexto nem o assentimento (positivo ou negativo) daqueles com quem falamos - o auditório.  Trata-se de uma Lógica da discussão e das preferências, em que aquilo que se defende entra em linha de conta no modo como se raciocina e se argumenta.  Estamos no campo dialético da Lógica informal (argumentação). «Enquanto a Lógica formal é a lógica da demonstração, a Lógica informal é a da argumentação. Enquanto a demonstração é correta ou incorreta (constringente no primeiro caso e sem valor no segundo), os argumentos são mais ou menos fortes, mais ou menos pertinentes, mais ou menos convincentes. Na argumentação não se trata de mostrar (como na demonstração) que uma qualidade objetiva, como a verdade, passa das premissas para a conclusão, mas que se pode fazer admitir o carácter razoável ou aceitável de uma decisão, a partir daquilo que o auditório já admite, a partir das teses a partir às quais este adere com uma intensidade suficiente.» (Charles PERELMAN, Da Metafísica à Retórica)

Dedução: operação intelectual em que, a partir de uma ou mais premissas gerais, tomadas como antecedentes, se chega a uma conclusão. A validade depende unicamente da sua forma lógica e a conclusão é necessária. Argumentação: ato comunicativo com o qual se defende uma opinião, apresentando provas que permitam persuadir o recetor, visando interferir nas suas atitudes e comportamentos.  Um argumento não é correto e constrangedor ou incorreto e sem valor, mas é relevante ou irrelevante, forte ou fraco, em função de razões que justificam o seu emprego na ocorrência. Marina Santos

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