Filosofia da ação

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II. A Ação humana e os Valores II.1. A ação humana - análise e compreensão do agir II.1.1. A rede conceptual da ação


A AÇÃO  O conceito de “ação” é, na linguagem do

senso comum, um conceito lato e genérico.

 Ora, a Filosofia é uma atividade conceptual => define com rigor os conceitos a utilizar => “ação” tem sentido mais restrito e preciso.

 FILOSOFIA DA AÇÃO: Estuda a natureza da ação humana; o problema do livre-arbítrio; etc. Filosofia 10º ano - Marina Santos

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Conceitos-chave • Acontecer: implica sofrer os efeitos de um ato que não iniciámos.

• Fazer: a produção técnica centrada num objeto. • Agir: interferência consciente e voluntária de um agente no normal curso das coisas.

• Agente: o sujeito , autor e ator da ação => QUEM? • Voluntário: algo realizado por querer (liberdade da vontade). • Consciente: algo que sabemos que realizámos. • Intencional: aquilo em vista do qual se age => O QUÊ visando um propósito/objetivo/fim => PARA QUÊ? • Motivo: fornece a razão que explica a ação => POR QUÊ? Filosofia 10º ano - Marina Santos

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Conceitos-chave AÇÃO HUMANA (em sentido restrito) = Atos HUMANOS = Atos voluntários

 Quem age? Cada ação humana é atribuível a um ser humano, isto é, a um agente. A ação é do sujeito A, depende dele e este tem o poder de a executar.

 O que faz? A ação humana é intencional, pois o agente visa obter algo

ao elaborar um projeto, i.e., age “com a intenção de...” alcançar um objetivo e motivado por desejos, necessidades ou ideais.

» Para quê? Cada ação humana é executada por um agente com vista a atingir um determinado fim (finalidade ou objetivo). Faço A como meio para alcançar o fim/objetivo B.

 Porquê? Cada ação humana pode ser explicada através de motivos,

isto é, razões que levam o agente a comportar-se de determinada maneira. Filosofia 10º ano - Marina Santos

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Momentos do ato voluntário (Paul Ricoeur) 1º momento CONCEÇÃO Desejo e motivação;  Planeamento; Intenção; Projeto de ação. Motivo; Fim

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DELIBERAÇÃO DECISÃO => Escolha.  Ponderação das alternativas em jogo.

4º EXECUÇÃO => Comportamento observável; passagem da intenção ao ato (propriamente dito).

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Momentos do ato voluntário (Paul Ricoeur) 1º momento: conceção da ação - Estabelecer conscientemente uma meta/fim a atingir; - Esboçar os meios para alcançar esse objetivo;  Delinear um plano de ação/projeto, que está orientado para o futuro e antecipa possibilidades realizáveis (o que pressupõe ter em conta as circunstâncias e os condicionalismos/limites).

2º momento: deliberação - Analisar os motivos que nos levam a agir (ou não), a agir desta ou daquela maneira; - Neste processo, intervém a nossa capacidade intelectual, pois temos de avaliar os “prós” e os “contras” da realização do projeto concebido => Ponderação de razões: que opção (ou opções) vale mais? Filosofia 10º ano - Marina Santos

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Momentos do ato voluntário (Paul Ricoeur) • 3º momento: decisão - Entre as opções disponíveis, escolhemos uma delas; - Decidir, é determinarmo-nos a agir => “Corte” com as diversas possibilidades de ação ainda em aberto, optando definitivamente por determinado modo de agir Decidindo, o agente torna-se um criador ao afirmar: faça-se!

• 4º momento: execução - Pôr em prática a decisão tomada; - Realizar o ato que concebemos e temos vontade de concretizar. => Passagem da intenção ao ato propriamente dito.

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Conceitos-chave • Conceção: planificação consciente de fins e dos meios para os alcançar. • Deliberação: poder de escolha/opção por determinado modo de agir. => escolha e eleição, tem mais a ver com a ponderação de razões. • Decisão: momento de ‘deixar cair’ as alternativas admitidas como possíveis, optando definitivamente por uma delas. => não basta escolher, preferir, eleger racionalmente uma das alternativas; é necessário optar, querer efetivamente o que se escolheu => a decisão tem mais a ver com a vontade • Execução: passagem da intenção ao ato propriamente dito. • Responsabilidade: implica assumir as consequências de um ato livre e voluntário => dizer “sim, fui eu” • Liberdade: atividade centrada na construção do próprio agente.

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Momentos do ato voluntário (Paul Ricoeur) AÇÃO HUMANA (em sentido restrito) = Atos HUMANOS = Atos voluntários

• As coisas que fazemos voluntária, consciente e intencionalmente, querendo realmente fazê-las.

• Comportamentos cujo agente é o Homem, enquanto usa a sua racionalidade e liberdade para se transformar a si mesmo, aos outros e ao próprio mundo em que habita. Filosofia 10º ano - Marina Santos

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Momentos do ato voluntário (Paul Ricoeur) AÇÃO HUMANA (em sentido restrito)

 A identificação do agente é necessária para a atribuição da responsabilidade pelas consequências dos atos que livremente realizou e de que foi, simultaneamente, autor e ator.

 Assim, atribuir a ação a alguém é considerar que teve a intenção de a executar e, portanto, foi livre e é responsável pelo ato.

* A conceção, deliberação e decisão são etapas interiores ao sujeito, prévias e imprescindíveis à concretização da ação (execução).

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Momentos do ato voluntรกrio (Paul Ricoeur)

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Ação (definição filosófica) • “A ação é, assim, um acontecimento no qual um agente, consciente e dotado de vontade, impulsionado por um motivo, causa um ato visível no mundo, do qual pode resultar uma alteração significativa no curso dos acontecimentos.” Manual “Reflexão” 10º ano Filosofia 10º ano - Marina Santos

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