Unidade III. Racionalidade argumentativa e Filosofia
Prof. MARINA SANTOS 2011
O que é a Lógica?
Etimologicamente, “Lógica” provém do termo grego logos, que significa palavra, razão, pensamento, discurso, etc. Logos Discurso interior
Discurso exterior
O pensado
O dito
Prof. MARINA SANTOS 2011
2
O que é a Lógica?
É uma área argumentos.
da
filosofia
que
estuda
os
Procura distinguir os argumentos dos nãoargumentos, bem como os argumentos válidos dos inválidos.
=> Pensar sobre o pensamento. => Garantir a correcção formal dos raciocínios e a coerência dos discursos/argumentação. Prof. MARINA SANTOS 2011
3
Prof. MARINA SANTOS 2011
4
Para pensar...
Não há pensamento sem linguagem; Não há linguagem sem pensamento.
Pensamento
Linguagem
Prof. MARINA SANTOS 2011
5
Quais são os instrumentos lógicos do pensamento?
O pensamento opera com conceitos, juízos e raciocínios.
Conceito Juízo Raciocínio Prof. MARINA SANTOS 2011
1ª operação
Relação entre conceitos Relação entre juízos 6
Como se relacionam as operações lógicas com a sua expressão linguística? Ao comunicarmos, o conceito é expresso por um termo (nome ou palavra); o juízo, através de uma proposição; o raciocínio, constitui argumentos (alguns são silogismos).
Prof. MARINA SANTOS 2011
7
Logos Discurso interior
Discurso exterior
O pensado
O dito
Operações lógicas
Expressão linguística
1ª
CONCEITO
TERMO
2ª
JUÍZO
PROPOSIÇÃO
3ª
RACIOCÍNIO
ARGUMENTO Prof. MARINA SANTOS 2011
8
O que é um conceito? É
um instrumento mental que serve para pensar. É a 1ª operação lógica, através da qual representamos diferentes realidades na mente. É uma construção mental que resulta de um processo de abstracção e de síntese. «Representação mental, geral e abstracta, que reune as características comuns a um conjunto de seres da mesma espécie e que os distingue dos demais».
Prof. MARINA SANTOS 2011
9
Como se constroem conceitos? Como me classificas ?
Conhecendo vários animais e comparando-os entre si, diferenciando-os e agrupando-os segundo as suas semelhanças. Construimos então uma imagem mental geral e abstracta de uma classe de seres (ex: cães).
Prof. MARINA SANTOS 2011
10
O que é um termo? É a expressão linguística de um conceito, o nome convencional atribuído à imagem mental (representação). Ex: Cão, chien, dog, perro, etc.
Prof. MARINA SANTOS 2011
11
O que é um juízo? É um acto mental pelo qual se afirma ou nega uma relação entre conceitos. É a operação lógica que compara e relaciona conceitos. Ex: Alguns S não são P; Alguns cães não são caniches
conceito
conceito
Nega a relação
entre os 2 conceitos Prof. MARINA SANTOS 2011
12
O que é uma proposição? É a expressão linguística de um juízo. É uma frase declarativa, uma asserção afirmativa ou negativa, susceptível de ser verdadeira ou falsa. Algumas, são proposições categóricas: aquelas que estabelecem uma relação entre dois conceitos, sem restrições.
Prof. MARINA SANTOS 2011
13
Qual é a estrutura de uma proposição ou juízo?
A estrutura implica 3 elementos: 2 conceitos e 1 cópula. Conceito-sujeito (S): aquele acerca do qual se afirma ou nega algo; conceito-predicado (P): a característica que é atribuída a S; a cópula (é ou não-é ): une e relaciona S e P.
Ex: Os homens são Sujeito
Cópula
mortais Predicado
Prof. MARINA SANTOS 2011
14
Como se classificam as proposições? Segundo:
- a quantidade* (universais, particulares, singulares). - a qualidade* (afirmativos, negativos, infinitivos/ indefinidos). - a relação (categóricos, hipotéticos, disjuntivos). -a modalidade (problemáticos, assertóricos, apodícticos). - a matéria (a priori, a posteriori, analíticos, sintéticos). Prof. MARINA SANTOS 2011
15
O que é um raciocínio? É uma relação entre juízos. É o estabelecimento de um nexo lógico entre premissas (antecedentes) e conclusão (consequente). Antecedentes/ Ex: M é P 1º juízo Premissas SéM 2º juízo Consequente/ SéP 3º juízo Conclusão
Prof. MARINA SANTOS 2011
16
Em que consiste um argumento? É a expressão linguística de um raciocínio, uma relação entre proposições.
Ex: Todos os homens são mortais Sócrates é homem Sócrates é mortal
Prof. MARINA SANTOS 2011
1ª Proposição 2ª Proposição
3ª Proposição
PREMISSAS
CONCLUSÃO
17
Como identificar argumentos?
Prof. MARINA SANTOS 2011
18
Como distinguir a verdade da validade dos argumentos? A
validade diz respeito ao aspecto formal (estruturação) dos argumentos; a verdade, ao seu aspecto material (conteúdo). A validade é averiguada no modo como as premissas e a conclusão estão encadeadas; a verdade, na adequação da informação à realidade. A validade diz respeito à coerência e correcção do pensamento consigo mesmo => total abstracção do conteúdo empírico dos argumentos. A verdade diz respeito às afirmações, as quais são verdadeiras ou falsas consoante aquilo que se afirma está ou não de acordo com a realidade dos factos. Prof. MARINA SANTOS 2011
19
Distinção Validade / Verdade L Ó G I C A
VALIDADE => Forma
VERDADE => Matéria/Conteúdo
Refere-se à estruturação do pensamento => Mera conformidade com regras e princípios lógicos
Refere-se à adequação daquilo que é dito com a realidade => Atenção ao conteúdo empírico
Validade: Propriedade que os argumentos têm quando é impossível (dedução) que as suas premissas sejam verdadeiras e a sua conclusão falsa. As proposições não podem ser válidas nem inválidas, só os argumentos podem sê-lo. As proposições são verdadeiras ou falsas. Verdade (valor de): A verdade ou falsidade de uma proposição.
Prof. MARINA SANTOS 2011
20
A Lógica formal não se preocupa com a matéria ou conteúdo empírico dos argumentos/ raciocínios, mas com a sua estrutura formal, isto é, a sua validade. Prof. MARINA SANTOS 2011
21
Quais são os princípios lógicos a que o pensamento deve obedecer? Princípio da identidade: -Toda a coisa é igual a si mesma; - A=A. Princípio da não-contradição: - A mesma coisa não pode simultaneamente ser e não-ser; - Nada pode ser A e não-A. Princípio do terceiro excluído: - Uma coisa deve ser, ou então não ser, não há terceira alternativa; - Tudo é A ou não-A. Aos 3 princípios fundamentais, Leibniz acrescentou o Princípio da razão suficiente (todo o ser é inteligível e tem a sua razão de ser).
Prof. MARINA SANTOS 2011
22
Quais são os principais tipos de raciocínio? Indutivos*, dedutivos*, por analogia e por abdução. A indução refere-se às generalizações e às previsões. Uma generalização é um tipo de argumento cujas premissas são menos gerais do que a conclusão. Uma previsão é um argumento cujas premissas se baseiam no passado e cuja conclusão é um caso particular. A dedução é um argumento cuja validade depende unicamente da sua forma lógica. Baseando-se em 2 ou mais premissas, conclui uma nova proposição, que delas decorre necessariamente.
*No âmbito dos raciocínios por dedução, estudaremos os Silogismos. *A indução será abordada no âmbito da temática da Epistemologia. Prof. MARINA SANTOS 2011
23
ANALOGIA
INDUÇÃO
DEDUÇÃO
Baseando-se numa Baseando-se em 2 ou mais comparação de objectos Parte de proposições partipremissas, conclui uma diferentes, a partir de culares e conclui uma uni- nova proposição, que delas certas semelhanças versal (generaliza) ou prevê. decorre necessariamente. conhecidas infere outras. Particular geral Geral particular - A conclusão vai mais além do que as premissas. - A verdade da conclusão não é garantida com base na verdade das premissas. - Partem do conhecido para o desconhecido => Salto lógico.
A conclusão é apenas provável
Prof. MARINA SANTOS 2011
A verdade das premissas e o cumprimento de regras garantem a verdade da conclusão. A conclusão é necessariamente verdadeira (se respeitarmos as regras) 24
Qual é a utilidade da Lógica? » Analisa e Clarifica o pensamento e a linguagem. A Lógica é um instrumento ao serviço do pensar;
A Lógica é um instrumento ao serviço da comunicação
serve para corrigir os erros em que o pensamento e/ou o discurso incorre, de modo a reintroduzir rigor e precisão nestes;
põe ao dispor do ser humano um conjunto de padrões de raciocínio e de técnicas argumentativas que tornam mais eficazes as suas capacidades intelectuais e linguísticas. Prof. MARINA SANTOS 2011
25