UNIDADE II. Processos Cognitivos e Emocionais Tema 2.1. PROCESSOS COGNITIVOS
Tema 2.1.1. A PERCEPÇÃO
Profª MARINA SANTOS
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a) ILUSÕES ÓPTICAS / PERCEPTIVAS
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Porquê as ilusões?
O que vemos é sempre, em certa medida, uma ilusão, isto é, uma representação mental. A nossa imagem mental do mundo só vagamente tem por base a realidade. Porque a visão é um processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem das nossas memórias => é uma construção do sujeito. Os nomes, as cores, as formas usuais e a outra informação sobre as coisas que nós vemos surgem instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e influenciam a representação da cena. As propriedades percebidas dos objectos, tais como o brilho, tamanho angular, e cor, são “determinadas” inconscientemente e não são propriedades físicas reais. As ilusões surgem quando os “juízos” implícitos na análise inconsciente da cena entram em conflito com a análise consciente e raciocinada sobre ela.
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Como funciona o nosso cérebro?
Leia, em voz alta, o texto seguinte: “De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qeu odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo”. Profª MARINA SANTOS
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Como funciona o nosso cérebro?
Eis outro efeito interessante: Observe o painel e diga, em voz alta, o nome da cor (não da palavra):
O hemisfério direito do seu cérebro tenta dizer a cor, mas o hemisfério esquerdo insiste em ler a palavra.
LARANJA ROSA CINZA VERDE BRANCO AZUL CASTANHO PRETO VERMELHO AZUL PRETO ROSA AMARELO CINZA LARANJA PRETO VERDE CASTANHO BRANCO
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Como funciona o nosso cérebro?
Se leu “NÃO PARE NA PISTA” no cartaz ao lado é melhor olhar de novo, pois contém um erro. Esse fenómeno devese a uma mania muito comum de ver os padrões globalmente, sem notar os detalhes. Os psicólogos chamam isso de Gestalt.
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Mulher e flores
Nesta dupla imagem pode ver algumas flores que formam um rosto da mulher. Que imagem tinha visto antes? Consegue ver as duas ao mesmo tempo? Os neurocientistas têm realizado estudos para saber a razão pela qual não podemos ver as duas imagens em simultâneo (só as flores ou só a mulher enquadrada pelas flores).
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Uma ilusão de mudança da rotação
O círculo gira na direcção oposta aos ponteiros do relógio (à esquerda). No entanto, se mantiver os seus olhos fixos e sem pestanejar, no ponto central por alguns segundos, chegará um momento em que parece que existe uma mudança de turnos no sentido oposto (sentido horário) e mais lenta. Contudo, a imagem é sempre a mesma e nada muda.
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Uma ilusão de rotação
© Akiyoshi Kitaoka "Trick eyes" Tokyo: KANZEN 2002 Profª MARINA SANTOS
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Uma ilusão de expansão
© Ophtasurf, 2000-2006
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Uma ilusão de espiral
Nestas figuras, é difícil crer que as curvas são círculos concêntricos. Não há uma explicação simples para esses efeitos. Algumas teorias dizem que dependem dos movimentos involuntários dos músculos ciliares, associados à confusão criada pelo fundo das figuras. Fazendo essas figuras deslocarem-se na tela do computador, as curvas parecem girar. Profª MARINA SANTOS
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Uma ilusão de assimetria
Na 1ª figura, as linhas horizontais são sempre paralelas, mesmo quando o padrão se desloca. Na 2ª figura, as linhas verticais também são sempre paralelas. A explicação mais aceite para essa ilusão diz que existem células no córtex visual encarregadas de interpretar a linearidade de linhas contínuas. Se alguma coisa chama a atenção do nosso olho, o foco vai entrando e saindo dessas linhas. No caso destas figuras, quem desvia a atenção do olho é o movimento dos padrões. Com isso, a sensação de continuidade perde-se e vemos as linhas oscilarem.
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Ilusões de comparação
Figura 1
Figura 2
Figura 3
As ilusões óptico-geométricas, que em parte derivam da influência de objectos próximos, formam um grupo mais vasto. A mais conhecida é o exemplo dos círculos rodeados por outros círculos, num caso maiores e noutro menores (fig. 1). Contudo, ambos os círculos interiores são iguais. Devido às linhas exteriores concorrentes da figura 2, a linha horizontal inferior parece maior do que a superior, quando ambas têm igual comprimento. Também as duas diagonais dos dois paralelogramos têm o mesmo comprimento (fig.3).
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Uma ilusão de luminosidade
A luminosidade é uma variável subjectiva que não corresponde de um modo preciso a uma quantidade física. É uma estimativa da reflectância real dos objectos (a proporção de luz incidente que é reflectida por uma superfície), feita pelo sistema visual. Vemos o quadrado A como sendo mais escuro do que o quadrado B. No entanto, como se vê pela figura da direita (em que simplesmente se adicionou duas barras com a mesma cor de A), ambos têm exactamente a mesma cor - têm a mesma luminância (a quantidade de luz visível que chega ao olho vindo da superfície é a mesma).O que se passa é que o sistema visual não se limita a medir a quantidade de luz que chega ao olho, que é influenciada pelas sombras. Parece ter em conta o contraste e sabe que as mudanças de luz na transição entre superfícies de cores diferentes são geralmente mais abruptas do que as causadas por sombras. É uma «ilusão» que mostra o sucesso do sistema visual. Não é um bom medidor de luz, mas esse não é o seu propósito: se o sistema visual se baseasse apenas na luminância, não distinguiríamos uma superfície branca mal iluminada de uma superfície negra muito iluminada. A capacidade que o sistema tem para o fazer é aquilo a que se chama a «constância da luminosidade».
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Uma ilusão de distância
O sistema visual «conhece a perspectiva», e isso é-nos muito útil para interpretar uma imagem tridimensional. Mas isso gera algumas ilusões, quando numa figura plana há pistas que enganam o sistema visual e o levam erradamente a fazer uma interpretação usando a perspectiva. Na figura, vemos a linha que está em baixo como sendo mais curta do que a outra. Mas têm exactamente o mesmo tamanho. Isso acontece porque o sistema visual usa o ângulo entre as duas rectas laterais para estimar o ângulo do nosso olhar relativamente ao solo. E isso faz com que pense que a linha de baixo está mais próxima. Ora, se ambas têm a mesma aparência visual e a linha de cima está mais longe, então ela deve ser na realidade mais longa. E é assim mesmo que a vemos. O sistema visual engana-se redondamente. Mas esta é uma «ilusão» que mostra o sucesso do sistema visual na estimativa da perspectiva. A capacidade que ele tem para o fazer é aquilo a que se chama a «constância do tamanho» dos objectos. É essa capacidade que faz com que, quando uma pessoa se afasta de nós, não a «sintamos» a diminuir de tamanho. E, quando vemos uma pessoa ao longe, não temos geralmente a sensação de que ela é minúscula.
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Uma ilusão de cor e movimento
Os pontos de intersecção são brancos ou pretos?
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Para finalizar...
Aqui está a razão pela qual os japoneses têm olhos diferentes! Tente ler o texto da imagem abaixo (Caso não consiga perceber nada, puxe a pele do lado exterior dos olhos!)
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