FILOSOFIA 10ยบ ano - Marina Santos
O início da Pop Art
Andy Warhol, Mick Jagger, 1975, Museum of Fine Arts, Boston
A Pop Art constituiu-se nos anos 50 com o Independent Group, no Reino Unido. Surgiu como movimento artístico no início dos anos 60, também nos E.U.A. O objectivo era promover novas formas de pensamento em relação à arte moderna, tornando as obras acessíveis e apelativas.
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O início da Pop Art
Andy Warhol, Brillo Soap Pads Box, 1964 AWF
Os artefactos representam objectos do dia-a-dia e temas comuns nos meios de comunicação. O termo POP sugeria que esta arte se apoiava na cultura popular da sua época, marcada pelo poder da imagem, destinada ao grande público. Os artistas Pop esbateram a distinção entre as Belas-Artes e a arte/design comercial.
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O início da Pop Art A Pop Art é um movimento estético que nasce no período pós-guerra => prosperidade. Sobretudo nos E.U.A., assiste-se a um domínio dos meios de comunicação de massas e da publicidade, que criou um desejo desenfreado de bens de consumo => consumismo. O recurso aos anúncios publicitários para deles retirar imagens e criar arte é simultaneamente irónica e sincera.
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O início da Pop Art Richard
Hamilton
O
Que É Que precisamente Torna os Lares de Hoje tão Diferentes e Apelativos? , 1956
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Colagem sobre madeira, 26 x 25 cm
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“O Que É Que precisamente Torna os Lares de Hoje tão Diferentes e Apelativos?” Resposta à questão colocada por Hamilton :
As casas tornaram-se diferentes e atraentes porque as novas
tecnologias – cinema sonoro, televisão e gravadores de som – vieram oferecer um novo escape lúdico, dentro e fora de casa;
Porque os artigos de utilidade doméstica, como os aspiradores e o fiambre de conserva, libertam os consumidores para que possam experimentar novos prazeres;
Também o casal que ocupa a casa parece tão esplendoroso e bem concebido como os objectos que o rodeiam: a atitude de confiança masculina parece dominar o espaço, enquanto a figura feminina, elegante e de formas generosas, adorna o sofá.
=> A vida urbana permite conforto, sofisticação, luxo e prazer. => Um mundo de fantasia consumista, disponível pelo preço certo. FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Um novo ideal estético O cartaz de Hamilton estabeleceu vários dos temas que dominariam a Pop Art. O cartaz era composto por anúncios recortados de revistas de grande circulação: - O reconhecimento da existência destes materiais e a sua inclusão numa colagem, sugere uma valorização dos objectos comuns nos meios de comunicação de massas e do design industrial. => O fim das distinções culturais tradicionais (entre o alto e o baixo, o elitista e o democrático): a arte torna-se compreensível e acessível ao grande público.
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Um novo estilo hedonista
Hamilton retirou imagens preexistentes dos seus contextos originais, transpondo-as para uma composição nova e cuidadosamente organizada, sem as alterar => oscilação constante entre publicidade e arte. A arte moderna celebra frequentemente o prazer físico, remetendo para o hedonismo: ao prazer da experiência estética estão associados produtos comerciais específicos => oferece prazeres tangíveis A arte deveria ser “popular, transitória, consumível, de baixo custo, de produção em massa, jovem, espirituosa, sexy, sugestiva, deslumbrante e um grande negócio.” A arte deve imitar a vida. FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Um novo ideal estético
Hamilton pretendia o reconhecimento instantâneo do design, a comunicação sem ambiguidades - Comprem! e o colorido sensual e altamente saturado típico das revistas. Esta concepção estética foi apoiada por outros: Alloway apelava a uma “estética da fartura”, “estética do consumismo”: as Belas-Artes necessitavam de responder ao gosto do público, sob pena de se tornarem irrelevantes numa cultura muito visual moldada pela tecnologia. Um “contínuo Belas-Artes – arte popular” iria substituir a divisão tradicional hierárquica e elitista que separava os artefactos por categorias fixas e considerava uns melhores do que outros, transformando a arte numa definição democraticamente abrangente da expressão humana. FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Andy Warhol, Three Coke Bottles, 1962, AWF
“Os artistas Pop produziram imagens que qualquer pessoa, ao caminhar na rua pode reconhecer quase instantaneamente… todas as grandes coisas modernas que os Expressionistas Abstractos procuraram arduamente não fazer notar de modo nenhum.” ---Gretchen Berg.
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Os artistas Pop afastaram-se do Expressionismo Abstracto, que se tornara no estilo de arte mais famoso nos anos 50. Os Expressionistas Abstractos evocavam emoções, sentimentos e ideias através de elementos formais, como: linhas, cores, sombras, formas, texturas. Jackson Pollock torna-se uma das figuras centrais do “action paiting”: uma pintura onde o gesto é o significado em si mesmo e todas as tensões e emoções do artista são reveladas sem condicionantes.
Jackson Pollock, Number 4, 1950 Carnegie Museum of Art; Gift of Frank R. S. Kaplan/ARS
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Os artistas Pop usavam cores fortes sobre superfícies lisas, em composições vigorosas retiradas do design comercial e industrial, tal como podiam ser encontradas em:
• Jornais • Revistas • Anúncios • Placards publicitários Andy Warhol,Campbell's Soup II, 1969 AWF FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Os Artistas Pop usavam imagens comuns retiradas da cultura do dia-a-dia. As suas fontes incluíam:
• Banda desenhada • Celebridades • Bens de consumo
Roy Lichtenstein, Masterpiece, 1962 FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Os artistas Pop reflectiam a cultura dos anos 60 ao usarem novos materiais nas suas obras, tais como: • Pintura em Acrílico
• Plástico • Fotografias
• Cores Metálicas e Fluorescentes.
Robert Rauschenberg, Retroactive II, 1963 FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Os artistas Pop também recorriam a novas tecnologias e novos métodos de produção:: • Produção em série
• Impressão rápida • Maquinaria industrial
• Linha de montagem
Claes Oldenburg, Floor Burger, 1962.
Claes Oldenburg
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Andy Warhol (1928-1987) Andy Warhol foi dos mais famosos artistas Pop. Produziu imagens grandes e bem definidas de objetos e temas populares, de gente famosa nessa época e de coisas comuns numa sociedade de consumo. As suas representações dos famosos (Elvis Presley, Marilyn Monroe, Jacqueline Kennedy) e de produtos comuns (latas de sopa da Campbell, caixas de detergente Brillo, garrafas de Coca Cola) tornaram-se ícones da arte americana do séc. XX.
Citações: “As Máquinas têm menos problemas. Eu Andy Warhol, Self-Portrait, 1986 gostaria de ser uma máquina, e você?” (1963) “No futuro, todos terão 15 minutos de fama” (1975) FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Pop Art “ Uma vez que te tornes Pop, nunca mais verás um símbolo da mesma maneira. E uma vez que penses Pop, nunca verás a América da mesma maneira novamente.” “ O melhor deste país é que a América iniciou a tradição em que os consumidores mais ricos compram essencialmente a mesma coisa que os mais pobres." ---Andy Warhol FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Warhol apropriou-se (após obter permissão) de imagens de revistas, jornais e fotografias das figuras mais mediáticas/ famosas da sua época:
©2006 Life Inc.
A. Warhol,Silver Liz [Ferus Type], 1963, AWF FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Warhol usou a repetição de eventos publicitados na imprensa para criticar e refazer os ideais culturais através da sua arte:
Jackie paintings, 1964, AWF FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Warhol foi buscar objectos comuns e conferiu-lhes uma nova importância e lugar como “arte” => problematização sobre a natureza da arte
Andy Warhol, Green Marilyn, 1962
Andy Warhol Knives, 1981, AWF
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Os artistas Pop redefinem aquilo que pode ser considerado uma obra de arte e como pode ser feita.
Foto: Hervé Gloaguen
“A ideia central da Pop Art, afinal, foi a de que qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa, por isso naturalmente todos estamos a tentar fazer tudo isto…” (Andy Warhol) FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Produção e Consumo
Seria a Pop Art apenas uma melhor e mais “artística” forma de publicidade? ou Tentaria distanciar-se das suas fontes de inspiração para criticar o mundo dos meios de comunicação de massas e o consumismo?
“O artista na vida urbana do séc. XX é, inevitavelmente, um consumidor da cultura de massas e, potencialmente, alguém que contribui para a mesma.” (Hamilton)
“Ser bom no negócio é a mais fascinante forma de arte... Ganhar dinheiro é uma arte, trabalhar é uma arte, e fazer bom negócio é a melhor de todas as artes.” (Warhol)
Os artistas Pop comportavam-se como empresários agressivos numa economia de mercado.
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Listerine Bottle, 1963, AWF
A arte Pop era muito
apelativa para o público, mas alguns críticos consideravam que estes ridicularizavam o cidadão comum e o quotidiano. Era difícil compreender a razão pela qual os artistas Pop exibiam objectos baratos do diaa-dia, quando a função da arte sempre fora representar e enaltecer os mais elevados ideais de uma época.
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Mais recentemente, o mundo da arte reflecte muitas das ideias, métodos e materiais usados pelo movimento da Pop Art: • Em 1991, Barbara Kruger usou a iconografia da bandeira americana e grandes caracteres para levantar uma série de questões provocatórias acerca dos valores culturais norte-americanos.
Barbara Kruger, Untitled, 1991 Courtesy: Mary Boone Gallery, NY
• Em 1986, o artista Jeff Koons apresentou um modelo de um coelho da Páscoa insuflável produzido em série , mas construído em aço inoxidável. Esta escultura tornou-se um ícone artístico nos anos 80 do séc. XX . Jeff Koons, Rabbit, 1986, Jeff Koons
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Para além da Pop Art:
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Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat
"Andy Warhol & Jean-Michel Basquiat," Vista da instalação na Galeria Tony Shafrazi, 2000 FILOSOFIA 10º ano - Marina Santos
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Jean-Michel Basquiat (1960–1988)
Jean-Michel Basquiat no seu estúdio, 1985 Fotografia © Lizzie Himmel
Artista americano, ganhou popularidade primeiro como graffiter e depois como neo-expressionista. Tinha ascendência porto-riquenha e haitiana. Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um amigo, Al Diaz, começaram a fazer graffitis em prédios abandonados em Manhattan. A assinatura era "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit", ou, traduzindo, "a mesma merda de sempre"). Isso gerou curiosidade, principalmente pelo conteúdo das mensagens. Em 1978 o projecto "SAMO" acabou com o epitáfio "SAMO IS DEAD" (SAMO está morto) escrito nas paredes de construções do SoHo nova-iorquino. Em 1982, Basquiat era visto frequentemente na companhia de "neo-expressionistas". Namorou com Madonna e conheceu Andy Warhol com quem colaborou e cultivou amizade. Morreu de overdose, mas as suas pinturas ainda são uma influência para vários artistas e costumam atingir preços altos em leilões de arte.
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Jean-Michel Basquiat começou pelo graffiti como artista-poeta Samo, cujas observações acerca do estado do mundo divertiram e provocaram os nova-iorquinos.
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Jean-Michel Basquiat (1960–1988) Basquiat afirmou: “Estou interessado em pintar a pessoa negra. Ela é a protagonista na maior parte das minhas obras. “ Griots: Griots (gree-ohs) são os contadores de histórias africanos que mantêm as tradições orais, recitando uma história (da família, comunidade e cultura tradicional) para as pessoas da aldeia. Música: O Hip-hop está relacionado com os “griots” da África ocidental e retoma tradições africanas. Basquiat, que adorava jazz e ritmos latinos, produziu um registo de rap para o seu amigo Rammellzee e foi muito amigo do produtor de hip-hop Fred Brathwaite (Fab 5 Freddy). Criou a sua própria banda "noise music" denominada Gray e por vezes tornava-se DJ .
Gold Griot, 1984. Acrylic and oil paintstick on wood. The Estate of Jean-Michel Basquiat
FONTE: Wikipédia
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https://www.youtube.com/watch?v=nkMWow08a60 https://www.youtube.com/watch?v=IxBX2orLe5c
Andy Warhol e Jean Michel Basquiat, Ten Punching Bags (Last Supper), 1985-1986. Acrylic and oil stick on punching bags, 106.7 x 35.6 x 35.6 cm. The Andy Warhol Museum, Pittsburgh © AWF
https://www.youtube.com/watch?v=uKwby1q-_-U
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Bibliografia David McCarthy (2001). Pop Art. Lisboa: Editorial Presença. http://edu.warhol.org/ http://www.brooklynmuseum.org/exhibitions/ba squiat/street-to-studio/english/explore.php Wikipédia (artigos vários)
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