HELVETIA POLO YEARBOOK 2014/2015

Page 1

YEARBOOK 2014/2015

64700 6 9 772237

ISSN 2237647-X

40 Anos Helvetia 1975 – 2015





YEARBOOK 2014/2015



YEARBOOK 2014/2015

FOTOS MELITO CEREZO





Guabi, 40 anos de amor aos animais. Há 40 anos, a Guabi sabe que valorizar a vida é proporcionar uma relação harmoniosa entre as pessoas e os animais. E faz isso pesquisando, produzindo e comercializando o que há de melhor para suprir as necessidades de equinos de alta performance. Para a Guabi, nutrir com saúde proporcionando bem-estar e respeitando os princípios da sustentabilidade é um compromisso ético, que se complementa com o respeito nas relações com colaboradores, parceiros e clientes. Guabi, 40 anos valorizando a vida.

As marcas que você conhece e confia são da família Guabi:

guabi40anos.com.br






CONFORTO

QUALIDADE

REFERÊNCIA

TECNOLOGIA Fotos: Erick Martinho, Márcio Jumpei e Ricardo Beccari.

Manutenção AgustaWestland, Airbus Helicopter, Bell Helicopter, Robinson e Russian Helicopters Hangaragem - Abastecimento - Pintura - Tapeçaria - Avaliação pré-compra - Importação de peças Aber to 24 horas - 360 o de visibilidade - 230m de pista - Taxiway iluminada - Torre de controle Escritórios para locação - Salas de descanso para pilotos - Sala vip - Restaurante - Revistaria - Catering Centro de Serviço Autorizado:


E

SEGURANÇA

A

ari.

rs as e g

To d o s o s s e r v i ç o s p a r a o s e u h e l i c ó p t e r o e s t ã o a q u i . SIAV - S 23 O 33’ 53’’ W 46 O 49’ 48’’ www.helipark.com.br - www.facebook.com/helipark Rua For tunato Grilenzone, 417, Carapicuíba - SP 55 (11) 4186.9599 - Freq. 131.325 MHz


Diretores Claudio Schleder Claudio Schleder Filho

YEARBOOK 2014/2015 Editor e Diretor Claudio Schleder Diretor Executivo Claudio Schleder Filho Fotos Melito Cerezo Redatora Colaboradora Tatiana Sasaki Direção de Arte RL Markossa Circulação Maria Adelina de Oliveira Revisão Maria Dolfina Diretora Administrativa e Financeira Tábata Schleder Impressão e Acabamento Prol Gráfica POLO YEARBOOK é uma publicação de INBOOK EDITORA Rua Jerônimo da Veiga, 428 – 8º Andar – CEP 04536-001 – Tel. (11) 3078-7716 – São Paulo – Brasil www.inbook.com.br © INBook 2014 Todos os direitos reservados ISSN: 2237-647X POLO YEARBOOK não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e anúncios ou mensagens publicitárias desta edição. As pessoas que não constam do expediente não têm autorização para falar em nome de POLO YEARBOOK. É proibida a reprodução parcial ou total desta publicação sem autorização.



Um quarentão elegante Era uma tarde de domingo nos anos setenta, e o chofer do Galaxie procurava a entrada do clube após passar Viracopos. O carro, de um gringo amigo meu, meio argentino meio americano, embicou na rua da sede para chegar ao campo 1 do Helvetia, já lotado com um mix de figuras paulistanas. Logo avistei o Tavares de Miranda que era o grande colunista social da cidade na Folha, rebocando um fotógrafo do jornal e borboletando nas mesinhas do bar. Andrea Moroni, a primeira dama era hostess perfeita, e os vários grupos de bate-papo se juntavam em torno de sobrenomes como Souza Aranha, Herreros, Meirelles, Diniz, Kalil, Matarazzo e Mansur e o assunto era polo, bien sûr. Aconteceria logo mais um jogo de final da Copa Vogue e um belíssimo troféu decorava a mesa principal, cuja disputa era turbinada por quatro flamejantes Rolex colocados em volta da taça, prêmio ao quarteto vencedor do jogo. Tendas abrigavam um tentador buffet e um balcão servia champagne e cerveja. As mulheres ficavam descalças para andar na grama, dando ao evento certo ar de picnic. Quem comandava as ações era um italiano divertido, vindo da Argentina onde negociava com cimento e freqüentava o Tortugas Country Club, que lhe serviu de modelo para criar aqui o Helvetia Polo Country Club. Era Giorgio Moroni, casado com a elegante Andrea. Ele gostava de cavalos e dos cavallinos da Ferrari, chegando a correr em Interlagos numa Testarossa com Chico Landi. Tudo cheirava a novidade, uma garden party e jogo de polo no country side, paulistanos adoram modismos. Estava muito claro que este ia pegar e que o polo finalmente encontrara seu pied-à-terre. Anos depois, em 1988 cheguei ao Helvetia em busca de refugio à agitação paulistana, para curtir os fins de semana e proporcionar vida saudável para as crianças. Passado mais um ano, inauguramos nossa casa numa das rosáceas, neste que seguramente foi o pioneiro em condomínios top da região. O polo já estava sedimentado no pedaço. Corria o mês de abril e a estação das chuvas tinha ido embora, e circulando de carro você cruza toda hora com tropas de cavalos pela avenida que dá no clube, em meio ao tráfego, indo e vindo para a prática do esporte bretão. Os campos verdes, “virgens” porque desde outubro do ano anterior não eram pisoteados pelas velozes éguas. O assunto tratado nos jantares de sábado a noite continuam a ser inevitavelmente sobre... cavalos. É que laços de respeito unem homens, cavalos e meio ambiente, e amigos novos se fazem em cada torneio. Segue um lifestyle sofisticado, mas casual, e ao mesmo tempo tradicional e moderno. Um ritmo de vida acelerado e intenso. Adrenalina é a palavra chave e nos torneios só se destacam aqueles que, além de estrutura de primeira, tenham fixação por perfeição. Para muitos, toda a atividade social está ligada ao polo: pais, filhos, netos, jogadores e criadores e as crias dos animais. As tropas melhoraram, as exigências aumentaram, a geração anterior jogava numa grama em que os cavalos não viravam na velocidade de hoje na grama tifton. A impressão que ficou nestes anos é que o polo exerce uma atração indomada para quem joga, é uma espécie de desafio, verdadeira obsessão, um jogo de audaciosos, empresários, fazendeiros, banqueiros, que também no seu cotidiano tomam riscos em seus diferentes business. E para uma turma dos hoje veteranos do Helvetia, aposentar os tacos ou se afastar do polo, nem pensar. Embora só ocasionalmente joguem torneios, eles não abrem mão dos treinos no fim de semana. Agora quarentão, o Helvetia Polo Country Club valoriza o esporte e o lazer e continua ditando os tons de tradição e elegância que o tornaram um espaço de referência para a sociedade paulista desde o longínquo ano de 1975. Claudio Schleder Editor


O Haras V illa Hana ocupa lugar de destaque entre os criadores nacionais, com descendentes de éguas jogadoras de Abertos, de reconhecidas linhagens internacionais. Sua primeira geração de potros, nascidos a partir do ano 2000, se originou da tropa de Alcides Diniz, que nos anos 70 e 80 muito contribuiu para o aprimoramento da cria nacional. Vale destacar as éguas Tarsila e Noêmia, e entre as novas aquisições, as éguas e garanhões argentinos Nueva Reina, Julita, Astrônoma, Coppola e Vento.


A palavra do Presidente “É a nossos filhos que pagamos nossa dívida para com nossos pais”

(Joaquim Nabuco, 1849 a 1910)

Definitivamente 2014 foi um ano inesquecível na história do Helvetia. Novamente batemos recordes, e os números impressionam: jogados nos mais variados handicaps, entre nacionais e internacionais, um feminino e dois infantis, sediamos 26 torneios e realizamos nada menos que 312 partidas. Além de nossos já tradicionais e reconhecidos torneios, é de se dar destaque àquele realizado em parceria com o Guards, tradicionalíssimo clube inglês, que foi o início de um promissor relacionamento, com o qual temos bastante a aprender e que certamente será mais um marco na história do polo nacional. Criamos também mais uma disputa infantil, a “Helvetia Kids Cup”, que fez vibrar nossos pequenos polistas (pais idem... ou mais!) e deve ser inserida em nosso calendário anual. Não tivemos só flores, no entanto! O mormo assombrou imensamente nosso início de temporada, causando medo e desorientação em quase todos nós. Graças a Deus, à publicidade dada ao assunto e, acima de tudo, ao incansável esforço de nossa equipe de veterinários, funcionários e colaboradores, o temor serenou, transformando-se em cautela e precaução. As inspeções veterinárias vieram para ficar e agora temos controle sobre a situação. Também a histórica seca nos atingiu, mas felizmente nossas reservas de água foram suficientes, aliadas àquelas que, com extrema gentileza, alguns sócios nos franqueiam. Por outro lado, voltando às flores, nossa nova sede social foi inaugurada! Trata-se sem dúvida de uma grande virada na vida do Clube, agora com instalações adequadas à sua verdadeira dimensão, que oxalá resultarão em uma convivência social ainda mais intensa e agradável. Seguem em nosso radar central os desafios econômicos, contra os quais estamos em persistente e obstinada luta, confiantes na superação estribada no apoio de nossa Diretoria, do Conselho Diretor e sobretudo dos associados. Como diz o grande brasileiro citado no pórtico, são nossos filhos que, no futuro, receberão o Helvetia engrandecido, em tardio reconhecimento aos que nos antecederam. Por ora, agradeço a todos e em especial aos associados, pela surpreendente paciência e incondicional apoio com os quais contou esta Presidência. Tenham todos um ótimo 2015! Afranio Affonso Ferreira Neto Presidente do Helvetia Polo Country Club


A AERONAVE QUE OPERA EM QUALQUER LUGAR. Aonde o Pilatus PC-12 NG se encaixa em seu departamento de voo? Em qualquer lugar que precise. Sua economia é convincente e a performance vai além da versatilidade. Com custos de aquisição e operacionais consideravelmente mais baixos que seus concorrentes biturbina, você terá velocidade, alcance, cabine para nove passageiros e a vantagem de operar em pistas curtas e não pavimentadas, transformando suas preocupações em soluções. www.pilatus-aircraft.com

Mais informações: 11 2089.8020 | WWW.SYNERJET.COM A Synergy Group’s Company


torneios de

alto

Handicap 2014 26 • 22 • 18 gols Copa Vogue Copa Giorgio Moroni Copa ouro Aberto do Estado de São Paulo Campeonato Brasileiro Aberto do Helvetia

22


Luiz Paulo Martins Bastos e Rodrigo Pinheiro

23


24


Aluísio Villela, João Paulo Ganon, Cadu Camargo e GG Garcia 25


Pedrinho Zacharias e Rafael Villela

Pedro Zacharias e Nando Pelosini

26


Willian Rodrigues e Ricardo Mansur

Renato Diniz Junqueira e Eduardo Diniz Junqueira

27


28


HĂ­pica Polo versus Invernada no Campeonato Brasileiro de 18 gols de handicap 29


30


Gustavo Toledo disputa com Ezequiel “Gallego” Ferrario

31


Noberto Pinheiro

32


Gaston Otamendi 33


34


Olavo Novaes e Fabio Diniz Junqueira

35


36


Henrique Junqueira e Renato Diniz Junqueira

37


38


AndrĂŠ Diniz

39


Cachico Bastos e Oswaldinho Mendonรงa

40


41


Ubajara Andrade do Invernada

Momento de quebra do taco de JosĂŠ Klabin 42


Rico Mansur e André Diniz

Ezequiel “Gallego” Ferrario e Henrique Junqueira 43


SequĂŞncia da disputa entre Leandro Rodrigues com Rodrigo Andrade

44


45


Nando Pelosini

Renato Diniz Junqueira 46


Rodrigo Andrade

Jo達o Gaspar Martins Bastos 47


Rafael Villela e JosĂŠ Eduardo Matarazzo Kalil

Guilherme Ribeiro e Pedrinho Zacharias 48


Chico Junqueira, “Gallego” Ferrario e Aluísio Villela

Queda de Leandro Rodrigues 49


torneios abertos e de

alto

Handicap 2014

Temperatura máxima Adrenalina, competitividade e alta performance são as palavras de ordem As disputas foram quentes nos torneios de alto handicap do Helvetia. Para colocar a mão na taça, as mais fortes esquadras do país tiveram de suar a camisa nesta temporada outra vez marcada pelo equilíbrio. Hoje não há um favorito, um papa títulos. E prova disso é que o primeiro lugar do pódio se alternou com frequência ao longo do ano. Na Copa Vogue, torneio que em abril dá a largada no alto handicap, quem deu provas de que pode competir em pé de igualdade com os grandes foi Hípica Polo. Sob o comando de Luigi Cosenza, o time resolveu subir de nível e arriscar-se nos torneios de 18 gols. E o fez, diga-se, com extrema competência, vencendo o Carapuça de Rubens Zogbi e Olavo Novaes. A final, como era de se esperar, foi parelha e decidida apenas no último chukker. Hípica Polo, que chegou invicta à decisão depois de desbancar São Martinho na semi, saiu na frente ao abrir o marcador com um gol de André Diniz. Com Aluísio Villela Rosa e Gustavo Garcia fazendo uma dobradinha que promete dar o que falar, o time liderou as ações na primeira metade da partida. O Carapuça, contudo, não é do tipo que se deixa abalar. Com Olavo Novaes, João Novaes e Guilherme Ribeiro puxando o ataque, o time de Rubens Zogbi resistiu bravamente e deixou o jogo em 10 a 10 ao fim do quinto tempo. Com o marcador igualado, a vitória seria do time que mais acertasse. E quem mais acertou foi Hípica Polo – que, com gol de André Diniz, artilheiro da partida, desempatou o duelo. Carapuça ainda esboçou uma reação, mas uma falta em cima de Aluísio Villela Rosa, e cobrada por ele mesmo, definiu em 12 a 10 a vitória para o Hípica Polo. Para o vice-campeão Olavo Novaes, ainda que o primeiro alto da temporada seja sempre mais complicado porque todo mundo ainda está meio fora de ritmo, inclusive os cavalos, tudo saiu como esperado. “Nosso principal objetivo, chegar à final, foi alcançado. 50

O Aluísio vem fazendo ótimas temporadas e faz ótima dupla com o Gegê. O André somou muito aos dois e deu a consistência que a defesa deles precisava”. Gustavo Garcia foi o melhor jogador da final, e a égua Vitamina, montada por Olavo, foi eleita a melhor da partida. “No tempo da Vitamina chegamos a empatar, mas infelizmente ela é só uma! É um animal diferenciado, que pode mudar qualquer jogo; tem apenas 6 anos e tem tudo para melhorar ainda mais”, afirma Olavo. Para Luigi Cosenza, a boa campanha do Hípica Polo é resultado do trabalho sério, realizado independentemente do handicap do torneio. “Investimos em tropa, em treinos para a saúde da tropa e buscamos a melhoria contínua em todas as nossas ações”, comenta. “Criamos um clima competitivo, mas de amizade e de muito respeito, todos jogamos um pelo outro”. Ponto para o Hípica Polo, que com a conquista da Copa Vogue entra com o pé direito na temporada altamente competitiva do Helvetia.

Copa Giorgio Moroni

Primeiro torneio da Tríplice Coroa Brasileira 2014, a Copa Giorgio Moroni reuniu 9 equipes de até 22 gols. Dessas, foram Tigres e Agudo Stella Artois que, crescendo a cada partida, alcançaram a chance de brigar pelo título no campo 1 do Helvetia. Ambos os times vinham com atuações muito boas. Em sua campanha, a equipe Agudo de Francisco Junqueira foi derrotada por Itanhangá RP Sports e venceu São José Polo Audi, classificandose para a semifinal após definição por pênaltis entre os segundos colocados das chaves. Na semi, a vitória apertada sobre o Santa Márcia de Pedrinho Zacharias garantiu a vaga na final. “Contra o São José foi o jogo chave, porque se perdêssemos cairíamos fora já na classificação. Na semi estávamos realizados, mas queríamos ganhar para ir à final. Ambos foram difíceis demais”, comenta Guilherme Ribeiro, back da equipe Agudo Stella Artois.


AluĂ­sio Villela 51


torneios abertos e de

alto

Handicap 2014

Tigres, por sua vez, venceu Carapuça e Maragata Julius Bär, passando direto para a fase seguinte. Na semi, fez sua melhor performance na competição, vencendo por 10 a 5 o Itanhangá RP Sports que tinha o 9 de handicap Rodrigo Andrade. “A semifinal foi atípica pelo placar, ainda mais se tratando de um jogo contra o Rodrigo. Entramos muito focados em marcá-lo, e principalmente em deixar a bola longe dele quando tínhamos a posse. O Gallego conseguiu neutralizá-lo bem. Estava tão bem montado ou mais que o Rodrigo, e está acostumado a marcar craques do mundo inteiro”, diz Cachico Bastos. Tigres, além disso, soube atuar com posições bem definidas, aproveitando as características técnicas de cada jogador. Cachico, que é um back de tradição, posicionou-se na defesa, enquanto Renato Diniz Junqueira, um jogador veloz, trombador, se entrosou rápido com o argentino Ezequiel “Gallego” Ferrario no meio campo, revezando-se nas funções de 2 e 3, e sempre buscando o gol junto com o atacante José Klabin. Se na semi a equipe Tigres não enfrentou grande dificuldade, na final contra Agudo o jogo foi bem diferente, muito mais duro e truncado. Com Aluísio Villela Rosa de 3 e Gabriel Villela Rosa atuando na marcação, Agudo estava muito bem organizado, deixando pouco espaço para Tigres armar suas jogadas. O fato é que o equilíbrio era enorme: ao fim do terceiro tempo, a partida estava empatada em 5 a 5. “Nós começamos bem e eles encostaram, estavam prestes a superar nosso esquema tático e nos golpear. Mas fomos fortes e resistimos o quanto pudemos para não deixar que eles tomassem conta do jogo”, comenta José Klabin. Ainda que não conseguisse impor seu ritmo, Tigres soube manter-se na liderança por um ou dois gols, com o argentino Gallego tirando cartas da manga nos momentos decisivos. No início do sexto chukker, Tigres estava dois gols à frente, mas ciente de que não seria fácil manter essa vantagem. “Tomamos um gol no meio do tempo, e houve algumas chances para os dois times marcarem. Com certeza o momento mais tenso foi a última jogada, quando o Chico, por falta de sorte, não empatou!”, conta Cachico Bastos. Assim, quando o sino soou marcando o fim do jogo, o placar em 10 a 9 deu a vitória a Tigres. “O Agudo era uma equipe parecida com a nossa, que entrou no torneio desacreditada, foi ganhando seu espaço e chegou à final com as mesmas chances que a gente”, diz o campeão Cachico. “O Gallego foi muito decisivo durante todo o torneio. Além de jogar para o time, quando precisávamos do talento individual dele, raramente ele errava”, completa.

Copa Ouro

Disputada nos campos do São José Polo Club, a Copa Ouro 2014 ficou nas mãos dos donos da casa. Na quinta edição do torneio, a esquadra de José Eduardo Kalil obteve o bicampeonato ao vencer Itanhangá RP Sports no tempo suplementar. A grande final, como de costume, aconteceu em um ambiente de festa, com direito a brunch, arquibancada lotada e premiações que, sem dúvida, são um incentivo para qualquer jogador. Devido a uma lesão no joelho sofrida nas preparações para o torneio, José Eduardo não entrou em campo. O time teve seu capitão substituído pelo argentino Gerardo Mazzini, de 6 gols de handicap, mas manteve a base formada por Willian Rodrigues e Gustavo “Gegê” Garcia. O quarto elemento foi Sylvio Coutinho, que atuou no meio campo, marcando. 52


AndrĂŠ Ribeiro e Alfredo Khouri Jr.

53


torneios abertos e de

alto

Handicap 2014

Derrotado no primeiro confronto classificatório da Copa Ouro para o Itanhangá, de virada, o São José Polo Audi se viu diante desse mesmo Itanhangá na final. Mas o time anfitrião não se intimidou e partiu para o ataque em busca do bicampeonato. Com formação homogênea, baseava suas ações na dupla Gegê e Willian, goleador nato que teve papel fundamental para levar o jogo a 5 a 2 ao fim do terceiro chukker. Na segunda metade da partida, a sorte mudou. O adversário, afinal, era o Itanhangá de Rodrigo Pinheiro, que nesta temporada contratou Rodrigo Andrade como reforço. Com 9 de handicap e atuando nos Estados Unidos e na Argentina, o craque agora está do outro lado – e não mais vestindo a camisa do São José com a qual por tantos anos jogou. E foi com Rodrigo Andrade que o Itanhangá começou a reagir. Com o apoio de Nando Pelosini e do jovem Ziza Meirelles, ele puxava os companheiros para o ataque e, como um maestro, anotava gols e conduzia seu time à frente do rival pela primeira vez na partida. “O Rodrigo Andrade se encaixou muito bem no time. Ele é o principal jogar brasileiro e, nesse nível de torneio, está entre os 5 melhores do mundo. Eu aprendi muito jogando com ele nessa temporada”, elogia o capitão Rodrigo Pinheiro. O placar marcava 7 a 6 para o Itanhangá, e o fantasma da derrota nas classificatórias, de virada, ameaçava o São José. A história iria se repetir ou era possível voltar a assumir a liderança? Gerardo Mazzini e Willian Rodrigues decidiram pela segunda opção e viraram o jogo para o São José. A briga continuou acirrada, com gols para um lado e para outro. Até que, no fim do sexto tempo, Rodrigo Andrade marcou para o Itanhangá, igualando o jogo e levando a decisão para o chukker suplementar. “O momento mais crítico foi quando eles empataram no sexto tempo. No sétimo tempo, tudo pode acontecer”, comenta Gustavo Garcia, atacante do São José. No chukker adicional, quem fizesse o gol levaria o título. E Gustavo Garcia, rápido e de olho em todas as oportunidades, anotou o ponto que garantiu ao São José a vitória por 10 a 9. “É muito bom ser campeão da Copa Ouro. Melhor ainda é ganhar com gol de ouro meu, é uma alegria indescritível. É um torneio cobiçado por todos, sem contar que tem grandes prêmios e isso faz a diferença”, diz Gegê, que foi eleito o melhor da partida e recebeu uma moto Ducati. Ele e os demais jogadores do São José foram também premiados com relógios da Piaget. Vice-campeão, Rodrigo Pinheiro faz um balanço positivo da participação do Itanhangá RP Sports na competição. “Jogamos todo o torneio muito bem, e a cada jogo fomos ajustando o time e melhorando até chegar à final. Perdemos por detalhe! Quando o jogo se define no sétimo tempo, o resultado pode ser para qualquer um”, conclui.

Aberto do Estado de São Paulo

Torneio de mais alto handicap jogado no Brasil, o Aberto do Estado de São Paulo teve no embate final de sua 84ª edição dois protagonistas diferentes dos que haviam entrado em cena na temporada. No Aberto de 26 gols, estrearam em uma decisão Invernada e Guabi Polo Team, ambas um pouco sumidas até então. O duelo decisivo aconteceu após uma maratona de quatro jogos contra times de muita tradição. De um lado, o Guabi Polo colecionava três vitórias e uma única derrota, esta contra São José; 54

de outro, Invernada vinha de uma campanha semelhante, com saldo positivo em três jogos e derrota em apenas um, justamente para o Guabi Polo com quem voltava a se encontrar na final. “No Aberto do Estado, todos os times são muito duros e competitivos”, comenta Luiz Paulo Bastos, do Invernada. “Destaco o desafio que foi o jogo contra o São José, que tinha uma formação com 4 profissionais de excelente nível e muito bem posicionados. O jogo foi parelho até o quinto tempo, quando eles abriram dois gols. Com essa desvantagem, entramos no último tempo muito concentrados e bem montados. Fizemos quatro gols, e ganhamos a partida que nos colocou na semifinal”, lembra ele. Assim, com trajetórias bastante equivalentes, Invernada e Guabi Polo encararam o duelo pelo título tendo em mente que a briga seria boa, e que era preciso entrar com garra, espírito de equipe e entrega total. O começo da partida foi bastante travado, e um verdadeiro festival de faltas se impôs em campo porque ninguém arriscava ceder um metro de espaço para o adversário jogar. No segundo e terceiro tempos, Invernada conseguiu dois gols de vantagem apoiando-se tanto no ataque encabeçado por Pedrinho Zacharias como também no sistema defensivo. Enquanto Renato Junqueira atuava como back, LP Bastos abria caminho para que, no meio campo, Pedrinho armasse as jogadas junto a Fábio Diniz Junqueira. Muito experientes, todos tinham um papel importante no bem elaborado jogo coletivo. A reação do Guabi Polo veio no quarto chukker. O time, afinal, tinha uma formação muito coesa: além de Gustavo Toledo, Henrique Junqueira e Alexandre Junqueira formarem uma base super entrosada devido às várias temporadas jogando juntos, Aluísio Villela Rosa, em excelente forma, chegara ao time para somar. Rapidamente Guabi impôs seu jogo e, com Henrique Junqueira deslocando-se rumo ao gol, o time criou oportunidades para liderar o placar pela primeira vez na partida, levando o marcador a 10 a 9. “Acho que o nosso pior momento foi o quarto tempo, quando eles conseguiram mais domínio de bola, tiraram a velocidade do jogo e cavaram muitas faltas”, lembra JP Bastos, do Invernada. Os dois chukkers seguintes foram tensos e repletos de faltas. Se de um lado Guabi marcava um gol, Invernada logo descontava a diferença. Ninguém queria ficar para trás, e o placar igualado fazia crer que aquele duelo seria decidido apenas no tempo adicional. Mas não foi preciso: Aluísio Villela Rosa, no fim da sexta parcial, escapou da marcação e mandou a bola direto ao gol em tacada por debaixo do pescoço de seu cavalo! Por 13 a 12, Guabi Polo celebrou o título de campeão do Aberto do Estado, e Henrique Junqueira, com dez gols na partida, o prêmio de melhor jogador. “A final segue engasgada até hoje e ficará por muito tempo”, lamenta o vice-campeão Renato Junqueira, do Invernada. “Queríamos muito o título, mas sabíamos da dificuldade de enfrentar o Guabi, que já havia nos derrotado na primeira fase. Jogamos e lutamos o que pudemos, mérito dos adversários”. Apesar disso, Renato teve uma boa notícia: sua égua Xantina foi eleita a melhor da partida. “Xantina foi uma grande surpresa. Com apenas 6 anos, em sua primeira temporada, ganhar esse título mudou o status dela na cocheira, passou a ser a queridinha do peticeiro junto com sua mãe Libanesa”, conta. “Ela foi amadurecendo durante a temporada e já na Copa Moroni percebi que tinha uma velocidade diferenciada”.


Gustavo “GG” Garcia

55


torneios abertos e de

alto

Handicap 2014

Campeonato Brasileiro

Disputado nas modalidades 18, 6 e 2 gols, o Campeonato Brasileiro de Polo é o torneio que tradicionalmente mais equipes atrai às canchas do Helvetia. Com polistas vindos do interior de São Paulo, do Rio de Janeiro ou do Rio Grande do Sul, todos os times sonham com esse título tão valorizado. Na 58ª edição, a presença numerosa se repetiu, assim como a qualidade dos duelos travados. Nove times disputaram o alto handicap, mas apenas dois tiveram um lugar ao sol na grande final. Um deles foi Invernada, que se manteve em ritmo desde o vice-campeonato no Aberto do Estado. Sua formação, devido à diferença de handicap dos torneios, manteve Renato Diniz Junqueira e incluiu Eduardo Parisi e Luiz Gustavo Diniz Junqueira. Já Fabinho Junqueira, lesionado na semifinal, foi substituído na grande decisão por Luiz Paulo Bastos, o que se mostrou uma boa solução dado o entrosamento dele com Renato. O outro finalista, Hípica Polo, entrou em campo com a mesma escalação com a qual abocanhou a Copa Vogue, primeiro torneio de 18 gols do ano. Sob a batuta de seu comandante Luigi Cosenza, o time contou com André Diniz, além da base Aluísio Villela Rosa e Gustavo Garcia, para chegar invicto à final. Logo no primeiro tempo, ficou claro que a disputa seria brigada ponto a ponto. O início foi marcado por uma profusão de faltas, o que tornou o jogo truncado e um tanto vagaroso. A partir do terceiro chukker os ânimos esquentaram de verdade com Hípica Polo partindo para cima do adversário. André Diniz, marcando gols em jogo ou de falta, se mostrava decisivo na arrancada que garantiu ao time uma pequena vantagem. Mas Invernada, que gosta de uma boa disputa, não demorou para mostrar seu poder de fogo: levou o jogo a 8 a 8 no fim do quinto tempo, em reação movida pelas atuações ofensivas de Renato Junqueira. Vale destacar a performance de Eduardo Parisi, habilidoso e muito bem montado, avançando e dando trabalho para a marcação rival. Não por acaso ele seria eleito o melhor jogador da partida. No último tempo, saíram gols para um lado e para outro, o que levou a decisão para o chukker suplementar. Foi então que veio o gol de ouro: Aluísio pegou a posse da bola e partiu para cima dos adversários. Depois de um belo drible, acabou travado. Mas Gegê, que estava imediatamente atrás dele na porta do gol, aproveitou a sobra da bola e finalizou a partida com o gol que deu a vitória por 10 a 9 ao Hípica Polo. “O André teve uma atuação impecável, convertendo mais de 70% das faltas e dando muita segurança para o resto do time. Isso permitiu ao Aluísio e ao Gegê explorarem ao máximo a grande habilidade e entrosamento que ambos têm rumo ao gol adversário”, comenta Luigi Cosenza. O papel do capitão do Hípica Polo não foi menos importante: contribuiu auxiliando na marcação e permitindo que se abrissem espaços adicionais para a equipe avançar. Para Luigi, a vitória no Brasileiro de 18 gols significa a premiação de um trabalho que começou anos atrás, quando decidiu voltar ao mundo dos cavalos depois de pausa de quase 20 anos. “Acho que o conjunto, isto é, jogadores, tropa e entrosamento, além de treino, dedicação, atenção aos detalhes e muita garra, levaram o Hípica Polo a este resultado”, comemora.

Aberto do Helvetia

Último campeonato de alto handicap do ano no Brasil, o Aberto

56

do Helvetia marcou a despedida dos times antes do recesso – e do movimento migratório que conduz uma boa turma à temporada na Argentina. O torneio de 22 gols foi também a oportunidade da equipe Santa Márcia mostrar seu valor e alcançar sua primeira final na temporada. Entrando em campo com a mesma formação que na Copa Giorgio Moroni e na Copa Ouro, o time de Alfredo Khouri Jr. soube se adaptar e, reavaliando alguns pontos, cresceu em volume de jogo no Aberto do Helvetia. “O entrosamento do Pedrinho com o André neste último torneio fez a diferença, sem falar no excelente momento que vive o Leandro”, analisa o capitão do Santa Márcia. De fato, o quarteto fez uma boa campanha: perdeu apenas a partida contra o favorito São José Polo Audi, com quem voltaria a se encontrar no confronto valendo o título. São José, diga-se, é especialista nesse torneio. Com um total de 7 títulos na bagagem, o time buscava mais um. Buscava também o seu segundo na temporada, já que em maio havia conquistado a Copa Ouro. Para alcançar esse objetivo, o time de José Eduardo Kalil, contundido e substituído pelo irmão José Carlos, convocou o craque Aluísio Villela Rosa como reforço. A escalação se mostrou acertada: Aluísio não só tem entrosamento com Gustavo Garcia, com quem disputa os 14 e 18 gols pelo Hípica Polo, como também tem um estilo de jogo parecido com o de Willian Rodrigues, que joga com a bola dominada e partindo para o ataque com rapidez e objetividade. Com a invencibilidade intocada ao longo do torneio, o São José, contudo, não entrou bem na grande decisão. Santa Márcia saiu na frente e dominou a primeira metade do jogo com Pedrinho Zacharias e Leandro Rodrigues bastante inspirados, impondo um 4 a 3 sobre o adversário ao fim do terceiro tempo. “Até o quarto tempo nós não conseguimos dominar a bola. O jogo estava muito corrido e sem o controle na marcação dos adversários nos contra-ataques, o que ocasionou a maioria dos gols deles”, admite Aluísio. Foi no quarto chukker que São José se recuperou e passou a querer mostrar quem mandava. Seu elenco marcou um, dois, três, quatro, cinco, e virou o jogo a seu favor, levando o placar a 8 a 4. Aluísio Villela Rosa, que seria eleito o melhor da partida, explica a estratégia: “No intervalo do terceiro para o quarto tempo, o José Eduardo Kalil nos ajudou a mudar e, juntamente com a melhora dos cavalos, conseguimos dominar um pouco mais a posse de bola no meio campo e partir rapidamente para o ataque, convertendo os gols e as faltas bem batidas pelo Willian”. No quinto tempo, dois gols reacenderam a esperança do Santa Márcia. Mas no sexto, São José voltou a usar sua artilharia pesada e, ao cravar mais alguns pontos, fechou o placar em 12 a 8. Vitória do São José, pela oitava vez campeã do Aberto do Helvetia! “Tivemos oportunidades de abrir o placar nos três primeiros tempos, mas não estávamos com o mesmo brilho e assertividade dos jogos anteriores. A equipe do São José era fortíssima, e aproveitou para abrir o placar quando o jogo virou pra eles”, conclui o vicecampeão Alfredo Khouri Jr. Para ele, a participação de seu Santa Márcia foi positiva. “Nossa equipe é uma das mais novas do Helvetia e chegamos à final de um dos torneios mais importantes do polo brasileiro. Perdemos, não foi um dia bom; mas poderíamos ter ganhado. Isso significa muito e me motiva a continuar investindo no esporte”. E que venha a próxima temporada!


Chico Junqueira 57


torneios de

médio Handicap 2014 14 • 10 gols

Copa Cidade de Indaiatuba Copa Vogue Copa Andrea Moroni Copa de Prata Copa Estado de São Paulo Copa Christofle

58


Ubajara Andrade e AluĂ­sio Vellela 59


60


Jo達o Pedro Cabral

61


Wolff Klabin e Rubens Zogbi

62


José Klabin e Aluísio Villela

63


Marcus Schalldack e JosĂŠ Eduardo Souza Aranha

Sylvinho Coutinho

64


Allegra Nasi e Maurílio Mendonça

Carlos Mansur Filho e Eduardo Parisi

65


David Klabin, Pedro Sampaio e Vandico Vijal

Vico Coutinho 66


Luigi Cosenza

67


Laerte Meirelles Filho e Dudu Zacharias

Sergito Cardoso


Roberto Villa Real Filho

Gustavo Garcia


Ubajara Andrade

GG Garcia e Eduardo Parisi 70


Arthur Junqueira

Robertinho Souza Aranha 71


Luigi Cosenza

Ziza Meirelles 72


Raphael Guinle

Antonio Moroni 73


Gonรงalo Matarazzo e Eduardo Parisi

Lincoln Junqueira 74


Eduardo Diniz Junqueira Filho

Luigi Cosenza 75


Alfredo Khouri Jr.

Tchelo Camargo 76


JosĂŠ Klabin

Eduardo Parisi e Eduardo Diniz Junqueira Filho 77


torneios de

médio Handicap 2014

Polo, o melhor remédio Competir é o que motiva esses polistas que não vivem sem polo Há quem sofra, em nosso meio, de abstinência de polo. Causada principalmente devido ao recesso no fim de ano, essa síndrome é curada quando a Copa Cidade de Indaiatuba abre a temporada do Helvetia em março. Neste ano, o quadro não foi diferente: uma legião de atletas correu para se inscrever, em busca do santo “remédio”. No médio handicap, foram 11 equipes participantes, todas com polistas que não medem esforços para elevar o nível da disputa. “Muitos dos que só jogam o polo alto também jogam esse 14 gols, para entrar em ritmo e colocar a tropa em forma. Por isso, considero a Copa Cidade de Indaiatuba o 14 gols mais competitivo do ano”, comenta Fábio D. Junqueira. Seu John Deere Colorado avançou até a final, mas acabou derrotado por um gol pelo 3 Colinas de Wilson Mello. No encontro valendo o título, o 3 Colinas começou melhor. Além de Wilson, estreando em torneios de 14 gols, o time contava com Pedrinho Zacharias, seu irmão Dudu e seu primo Julio. A estratégia para largar na frente foi não dar espaço para os adversários jogarem, e acirrar a marcação sobre Alexandre Junqueira, o craque do John Deere. E o plano parecia funcionar: ao fim da terceira parcial, o placar marcava 8 a 6 para a equipe 3 Colinas. John Deere Colorado, contudo, não é do tipo que entrega os pontos. Os irmãos Fábio e Alexandre Junqueira estão em plena forma, e os dois garotos do Colorado que completam a formação, Oswaldinho e Maurílio Mendonça, são uma grande promessa do polo brasileiro. Junte a isso o fato de estarem todos bem montados, com cavalos excelentes, e o resultado é a capacidade de lutar bravamente, de disputar a bola em jogadas duras. Assim, cheios de 78

energia, eles não permitiram que 3 Colinas disparasse e souberam igualar o marcador no início do sexto tempo. Ainda assim, 3 Colinas se mostrava superior, dominando as ações. “Nós nos preocupamos em marcar o Pedrinho e nos esquecemos de armar jogadas; isso fez com que Xande e eu ficássemos distantes um do outro”, reconheceu Fabinho, que nesta temporada conta com sua égua Ameixa, “que corre muito e não se cansa”. Para ele, Pedrinho foi o protagonista. “Voltou a jogar no mesmo nível de sempre. Para mim, a melhor característica dele é que ele é ganhador: a hora em que o jogo está mais complicado é a hora que ele mais cresce”, elogia. De fato, foi o que aconteceu: Pedrinho foi certeiro quando, com a partida empatada em 11 a 11, cobrou uma falta de 40 jardas e definiu o jogo. “Ali eu vi um título em família adicionado a um recomeço com vitória!”, festeja ele, artilheiro da final com 8 gols marcados. Por 12 a 11, a equipe 3 Colinas levou a Copa Cidade de Indaiatuba, começando a temporada a todo vapor.

Copa Vogue

Jogada paralelamente nas categorias 2, 10 e 18 gols, a Copa Vogue movimentou as canchas do Helvetia durante o mês de abril. No médio handicap, esse tradicional torneio teve momentos emocionantes, especialmente nas semifinais disputadíssimas. De um lado, John Deere Colorado, mostrando que não entra em campo para brincar, classificou-se para sua segunda final na temporada ao vencer por um gol a equipe Agudo, em jogo brigado


José Luis Toledo e João Pedro Cabral 79


torneios de

médio Handicap 2014

ponto a ponto. Do outro lado, Invernada II superou Villa Real em partida decidida com gol de ouro. “A semi, para mim, foi nosso jogo mais difícil. Ficamos atrás no placar a partida inteira, mas conseguimos buscar o empate no final do sexto tempo, garantindo a vitória no tempo suplementar”, lembra Renato Diniz Junqueira, do Invernada II. Assim, depois de passarem por semifinais apertadas, John Deere Colorado e Invernada II conquistaram o direito de lutar pelo título. E a final, claro, reservava mais emoções. “Sabíamos que seria um jogo difícil, pois do outro lado estava Xande Junqueira, um craque do polo brasileiro e acostumado a ganhar esse nível de torneio, junto com Linquinho e Maurílio, que são dois jogadores diferenciados dentro de seus handicaps ‘baratos’”, comenta Renato. Logo no início, o embate foi duro, com ambos os times dando seu melhor. Ao lado de Renato, vestindo a camisa do Invernada estavam seu irmão Luiz Gustavo, seu pai Alberto e o amigo Gustavo Pimenta. Jogando em família, o Invernada tinha como ponto positivo o entrosamento: são anos treinando e competindo juntos, o que garante uma sintonia fina, especialmente nos passes entre os irmãos que se revezavam no ataque. John Deere Colorado, por sua vez, contava com Alexandre Junqueira para impor pressão, e o fato é que ao fim do terceiro chukker o placar marcando 6 a 6 mostrava o quanto estava equilibrada a partida. No quarto tempo, o Invernada abriu dois gols de vantagem, mas foi no quinto que o time ampliou o marcador. Incansáveis, anotaram quatro gols seguidos e tomaram dois, o que levou o placar a um respeitável 12 a 8. Entre os destaques da tropa do Invernada está a égua Ricota montada por Renato, sem dúvida uma peça importante para essa disparada. No sexto tempo, o Invernada a princípio só teria que administrar a boa situação. Só que John Deere resolveu engrossar e marcou três gols logo no início da parcial, deixando os rivais boquiabertos com a reação. Ainda houve tempo para gols saírem para ambos os lados, mas o placar marcando 13 a 12 deu a vitória ao Invernada II. “No quinto tempo conseguimos abrir uma boa vantagem, e foi graças a esta vantagem que não perdemos o jogo. No último tempo eles entraram bem melhor que nossa equipe, e se houvesse mais um minuto de jogo provavelmente conseguiriam o empate e até a vitória”, afirma o campeão Renato Junqueira. Ponto para o Invernada, que tem preparo de sobra para aguentar grandes emoções.

Copa Andrea Moroni

Foi com atraso e alguma polêmica que a Copa Andrea Moroni foi decidida no fim de maio. Embora as classificatórias do torneio de 14 gols houvessem acontecido no início do mês, a final foi suspensa e reagendada só após julgamento da Comissão de Torneios do Helvetia Polo Country Club acerca de irregularidades na semifinal. Por descumprimento da regra que estabelece que as equipes tenham pelo menos um jogador integrante do quadro de sócios do clube, BMW Prata teve seus pontos passados para a equipe Flamboyant, que herdou a vaga na final. Campeã do torneio no ano anterior, Flamboyant teve com isso sua esperança renovada: era uma nova chance de lutar pelo bicampeonato, e a ideia era não desperdiça-la. Mas para isso, o time de Carlinhos Mansur Filho teria que vencer ninguém menos que Hípica Polo, pelo qual fora derrotado na etapa de classificação. 80

Com uma base bem estruturada, Hípica Polo está entre as equipes que mais se destacaram nas últimas temporadas – tanto que a frequência de vitórias espalhou no médio handicap sua fama de favorito. Nesse torneio, seu capitão Luigi Cosenza foi acompanhado por Dudu Parisi, Gustavo Garcia e Aluísio Villela. Um time e tanto, que começou a partida impondo dois gols logo de cara, no início do primeiro tempo. Depois do susto, Flamboyant percebeu que teria mais trabalho do que imaginava e reagiu. Com Guilherme Ribeiro se lançando ofensivamente, sempre apoiado por Carlinhos Mansur, Luiz Pavão e Gaston Otamendi, o time reestabeleceu a ordem e, mesmo mantendose atrás no placar, não deixou o jogo sair do controle. Assim, ao fim do quarto chukker, perdia por 7 a 6. No quinto e sexto tempos, Hípica Polo partiu para cima do adversário e mostrou por que é tão competitivo na categoria. Aluísio Villela, em uma feliz dobradinha que voltaria a se repetir muito com Gustavo Garcia, parecia haver tomado para si a responsabilidade da partida e não parou enquanto não ampliou a vantagem no marcador. Mais do que isso, estava empenhado em aproveitar as falhas na defesa do oponente e revertê-las em pontos. E assim, anotou também o último gol, fechando o marcador que por 12 a 9 garantiu a taça da Andrea Moroni ao Hípica Polo.

Copa Prata

Um novo protagonista despontou na Copa Prata. Desbancando outros competidores fortes, como Agudo e Sharks, o Tigres de Bernardo Klabin conquistou invicto o torneio de 10 gols. O título veio com a vitória na final sobre Kalunga, o qual vencera também na classificatória. Apesar de certo favoritismo, Tigres não esperava um jogo fácil. “No decorrer do torneio, a Silvia (Costa) e a Lucinha (Junqueira) foram ganhando ritmo e jogaram muito bem a final. Digo até que foram as melhores dentro do handicap da equipe Kalunga; sem falar do Aluísio, que provavelmente deve subir para 8 gols na próxima temporada”, diz Bernardo, do Tigres, sobre a equipe oponente. Assim, hora do tudo ou nada, Tigres fez valer o fato de ter em campo um jogador experiente como Ubajara Andrade. Jogando de back, ele montava estratégias específicas para cada jogo e estimulava seus companheiros, Luiz Gustavo Diniz Junqueira, Bernardo Klabin e Maurílio Mendonça, a jogarem em equipe, privilegiando o passe de bola. O resultado é que Tigres entrou na final no campo 1 do Helvetia como um furacão, abrindo 3 a 1 no primeiro tempo. Aluísio Villela, que não é menos experiente, contou com João Novaes para diminuir o ritmo imposto pelos oponentes e, reduzindo a diferença, voltar ao jogo. Mas a tranquilidade do Kalunga foi temporária. A partir do terceiro chukker, Tigres voltou a dominar as ações, e o fato é que o time se manteve à frente no marcador por todo o resto da partida. Destaque para a atuação de Ubajara, especialmente nos momentos em que montou Xaveco e Neneca, e para Maurílio, que marcou Sílvia e Lucinha, duas grandes amazonas que estão entre as melhores jogadoras mulheres do Brasil. No último tempo, Aluísio descontou para o Kalunga, que fez o que estava ao seu alcance para empatar. Mas era tarde, e o placar marcando 9 a 8 coroou a equipe Tigres campeã da Copa Prata. Sobre o desempenho do Kalunga, Lucinha Junqueira considera positiva a chegada à final. “Nossa equipe se saiu muito bem, foi


AluĂ­sio Villela

Gustavo Garcia

81


torneios de

médio Handicap 2014

crescendo e melhorando os resultados a cada etapa do torneio. Perdemos por um gol na final, em um jogo muito apertado”. Bernardo Klabin, por sua vez, não esconde a felicidade. O melhor momento da partida? “A hora em que bateu o sino e vi que tínhamos nos consagrado campeões!”, festeja.

Copa Estado de São Paulo

Outros dois Klabin, agora Wolff e José, compuseram o Tigres que abocanhou a Copa Estado de São Paulo, mostrando que a família está forte e operante na temporada. Em uma parceria com BMW Prata, o time dos Klabin contou com Pedrinho Zacharias – que teve papel fundamental neste torneio de 14 gols, especialmente na dura semifinal contra John Deere. Uma vez classificado, Tigres BMW Prata entrou em campo na final contra Hípica Polo mostrando suas garras. Logo no primeiro tempo, o time apontou seu arsenal de fogo em direção ao gol do oponente e anotou quatro pontos sem pestanejar. No segundo, continuou o festival de gols impondo um contundente 8 a 2. “Nós adotamos uma estratégia que acredito tê-los surpreendido”, diz Wolff Klabin. “Eu assumi a marcação do Gustavo Garcia, o que deixou o José muito livre para jogar. Eles esperavam que o José o marcasse, o que seria natural”. Diante da diferença tão ampla no placar, Hípica Polo de Luigi Cosenza tentava se reencontrar em campo. O craque Aluísio Villela, que tinha ganhado o Aberto no dia anterior, armava jogadas no meio campo para que seus demais companheiros, Gegê e Eduardo Parisi, o apoiassem. Mas Pedrinho Zacharias estava lá para atrapalhar os planos, fazendo uma marcação cerrada sobre o melhor jogador do Hípica Polo. O fato é que a vantagem inicial do Tigres foi mantida até o quinto chukker, com destaque para o desempenho de José Klabin, eleito o melhor da partida. Muito integrado ao jogo de Pedrinho, José ficou livre para taquear enquanto Wolff, em seu retorno ao polo depois de dois anos sem disputar torneios, cuidava da marcação sobre Gegê. O placar marcava 13 a 7 no início da sexta parcial, isto é, uma diferença de seis gols separava os dois times. Pedrinho parecia sentir o joelho e diminuiu o ritmo. A meta do Hípica Polo era correr atrás do prejuízo, e suas ofensivas resultaram em três gols que reduziram a vantagem. Mas o tempo era curto, e Tigres tinha margem de manobra para jogar com segurança, sem se arriscar. Wolff Klabin, que viu seu cavalo Junqueirinha sofrer uma lesão, no fim ainda anotou mais um gol. Por 14 a 10, a vitória na Copa

82

Estado de São Paulo é do Tigres BMW Prata. “Nós entramos muito focados e partimos para cima. Ganhamos o jogo nos primeiros tempos, abrindo 6 gols de diferença”, conclui Wolff.

Copa Christofle

Na Copa Christofle de 10 gols, quem tornou a aparecer foi John Deere Colorado. Depois de ter alcançado duas finais – Copa Cidade de Indaiatuba e Copa Vogue – na temporada de médio handicap, a equipe comandada por Alexandre Junqueira finalmente realizou o desejo de colocar as mãos numa taça ao vencer Kalunga. Nesta competição, John Deere agregou Eduardo Parisi e manteve a sólida base formada por Xandinho Junqueira com os irmãos Maurílio e Oswaldo Mendonça. Esbanjando entrosamento, a equipe teve uma campanha crescente ao longo do torneio: depois da estreia com derrota na etapa classificatória, foi acumulando conquistas que só lhe aumentaram a confiança. Assim, o time chegou em ponto de bala para a final contra Kalunga. O começo do confronto foi equilibrado, principalmente porque Aluísio Villela, juntamente com João Novaes, soube frear os oponentes e segurar o ritmo do jogo. A dupla contava ainda com Lucinha Junqueira e a italiana Allegra Nasi na equipe, apoiando sobretudo a marcação. Na verdade, saíram gols para lá e para cá, e o placar em 2 a 2 no segundo chukker é prova de quão parelha estava a partida. Foi a partir do terceiro tempo que John Deere Colorado fez a sorte virar para seu lado. Controlando as ações no meio campo, o quarteto mostrou superioridade com jogadas precisas que se convertiam em gols. Marcando um após outro, e atuando de modo orquestrado, o time ampliou a vantagem e levou o placar a 11 a 5 ao fim do quinto tempo. Seria o fim para Kalunga, esse time que brigara com todas as suas forças na semifinal para, com gol de ouro, conquistar o direito de estar na decisão? Aluísio e João são jogadores guerreiros, daquele tipo que acredita que dá para virar, que dá para lutar até o minuto final. Não por acaso não se renderam; ao contrário, partiram para o ataque e anotaram três gols, reduzindo a desvantagem tão acentuada. Quando o confronto ia chegando ao fim, Oswaldo Mendonça marcou mais um para John Deere, uma cobrança de falta. Já não havia mais tempo suficiente para Kalunga investir na reação, e o placar em 12 a 8 garantiu o primeiro lugar no pódio aos homens do John Deere Colorado. De tanto perseguir a vitória, esse time insistente a alcançou! Com mérito, conquistou a taça e fechou em grande estilo a temporada de polo.


Fabio Diniz Junqueira

83


torneios de

baixo

Handicap 2014 6•2 gols

Copa Cidade de Indaiatuba Copa Vogue Copa Bronze Copa dos Fundadores Copa Estado de SĂŁo Paulo Campeonato Brasileiro Copa Christophe

84


Julio Zacharias, Vandico Vijal e Pedro Ivo

85


Disputa entre Jaguari e Patuรก na Copa Bronze de 2 gols de handicap

86


87


Ricardo Junqueira Franco e Carlos Mansur Filho

88


89


90


Pedro Sampaio

91


Ă?caro Silva

92


93


Antonio Moroni e Felipe Maia

Wilson Mello e Patrick Bittencourt 94


Rafael Limongi e Jo達o Roberto Souza Naves

Luiz Candido Junqueira Franco 95


Eduardo Souza Naves e Antonio Moroni

AndrĂŠ Junqueira Franco 96


Alfredo Khouri Jr.

Rafael Limongi 97


Xandy Mello e Pateta Rodrigues

Pedro Zacharias 98


Gotcha Mello e Adolfo Souza Naves

Afranio Affonso Ferreira Neto 99


torneios abertos e de

baixo

Handicap 2014

Festival de emoções Para esses pequenos gigantes, o campo de polo é um parque de diversões Eles podem ter handicap mais baixo, mas uma coisa é certa: o empenho dentro de campo e o entusiasmo pelo esporte são equivalentes aos de quem joga o polo alto. Sejam jovens iniciantes ou veteranos fervorosos, para essa turma que disputa os torneios de 6 e 2 gols no Helvetia o que importa é fazer do hobby do fim de semana uma prática competitiva e, sobretudo, um prazer compartilhado entre amigos. Como de costume, a Copa Cidade de Indaiatuba deu a largada à temporada e todo mundo tentou armar o melhor time possível para fazer bonito em campo. E dessa vez, quem se deu bem foi São Pedro, que conquistou o primeiro torneio de 6 gols do ano ao derrotar na final a equipe Futura de Rubens Zogbi. Ainda na fase classificatória as duas equipes haviam se encontrado, com vitória de São Pedro por um gol. Na decisão valendo o título, o confronto foi igualmente equilibrado, mas com Futura um pouco à frente nos primeiros chukkers. Com Rubinho atuando de back, posição diferente da que joga torneios altos, o time contou com Pedro Ivo no ataque e com Julio Zacharias e Gilberto Rodrigues no meio campo. “Nunca tinha jogado antes com o Pateta e o Julio. Sai muito satisfeito, gosto do estilo de jogo do Julinho, habilidoso e que ajuda o time”, diz o capitão Rubens Zogbi. A partir da terceira parcial, São Pedro tomou as rédeas. “Até o meio do jogo tínhamos mudado o estilo de marcação para tentar surpreendê-los; mas não estava dando certo, então voltamos à formação normal e foi melhor”, comenta Pedro Sampaio. Jogando no ataque, ele e seus companheiros aceleraram o ritmo colocando a bola para correr. Sempre bem posicionado, Ricardo Junqueira Franco dava cobertura para seu filho Renato e para Pedro, enquanto Vandré Luiz Vijal aproveitava as sobras para enfiar a bola na área adversária. Pouco a pouco, mas com constância, São Pedro foi ampliando a diferença no placar para anotar 11 a 8 no quinto tempo. No sexto, a equipe soube manter a vantagem: consolidou o marcador em 13 a 10 e saiu de campo com o título da Copa Cidade de Indaiatuba. 100

Para o vice-campeão Rubinho Zogbi, em alguns momentos faltou calma para seu time se sair melhor. “Nós perdemos por alguns minutos, e isso fez com que eles abrissem o placar”, comenta. “Jogar contra eles é sempre muito difícil. O Pedro fez seu melhor jogo e o Vandico é o Pelé do baixo handicap. Ganharam merecidamente; foi um prazer enorme jogar com meus companheiros”.

Copa Vogue

Tradicional competição do calendário do Helvetia, a Copa Vogue é atualmente jogada nas categorias 18, 10 e 2 gols. Enquanto Hípica Polo e Invernada II saíram coroados no alto e médio handicap respectivamente, no baixo foi São Jorge que abocanhou o título ao vencer Santa Fé. Com as melhores campanhas por saldo de gols, os dois times se enfrentaram no campo II do clube. O início foi parelho, e o placar igualado em 2 a 2 ao fim do segundo chukker não permitia apontar um favorito. No terceiro tempo, então, Santa Fé de Robertinho Villa Real e Carlinhos Mansur tomou a dianteira e emplacou dois gols que lhe garantiram por certo tempo a liderança no marcador. O time contava ainda com Pier Paolo e José Fernando Rocha. A vantagem, contudo, não durou muito. Ainda no terceiro tempo, o São Jorge de Antonio Moroni empatou novamente a disputa, deixando a decisão para os sete minutos finais. Seu time, muito concentrado, estava também bem posicionado: André Coutinho e Pedro Dantas cuidavam do meio campo enquanto Patrick Bittencourt, atacante, surpreendia positivamente com seu bom taqueio. Nos sete minutos finais, São Jorge continuou mostrando mais desenvoltura. Antonio Moroni destacava-se como back, tanto dando as saídas e batendo as faltas do time como também organizando as jogadas defensivas e ofensivas. Foi decisivo quando cobrou a falta que colocou seu time à frente pela primeira vez no jogo.


Antonio Moroni e Felipe Maia 101


torneios de

baixo

Handicap 2014

A partir de então, Santa Fé se desequilibrou e não conseguiu resistir à pressão. Pedro Dantas marcou mais um e definiu o placar em 6 a 4, garantido para o São Jorge o título da Copa Vogue de 2 gols. Para o campeão Antonio Moroni, foi importante acertar a marcação e manter a serenidade. “Começamos perdendo, mas mantivemos a calma. O jogo foi bastante disputado; e como o time deles tem uma tropa muito boa, tentamos nos igualar usando nossa experiência”, comenta. “Organizamos bem o time, sobretudo a marcação e buscamos evitar perder a bola e gerar contra-ataques”.

Copa Bronze

Pai, filho, tio, neto. As equipes do polo não raro são compostas por familiares, e a Copa Bronze não fugiu à regra. Na final deste torneio de 2 gols, a equipe Jaguari era formada pelos irmãos Adolpho e Dudu Souza Naves, pelo tio deles João Roberto Souza Naves e pelo experiente Gilberto “Pateta” Rodrigues. O outro finalista, Patuá Samello, tinha pai e filho – Gotcha Sábio de Mello e Alexandre –, além de Dudu Zacharias. O quarto integrante era Pietro, neto de Pateta, do time adversário. As duas equipes haviam se encontrado na etapa classificatória, quando Jaguari se saiu melhor. Para Alexandre Sábio de Mello, do Patuá Samello, o problema naquela primeira partida foi a marcação. “No primeiro jogo nós marcamos errado, deixamos o experiente Pateta jogar muito e marcar vários gols”, comenta. “Já no segundo jogo, meu pai deu atenção somente a ele e conseguiu anulá-lo”. De fato, a marcação de Gotcha sobre Pateta na final ajudou e muito o bom desempenho do Patuá Samello. Já no início, isso permitiu que Xandy anotasse dois gols, dando a seu time uma liderança que se manteria durante toda a partida. No terceiro tempo, a equipe dos Souza Naves esforçou-se para diminuir a diferença. Mas os homens do Patuá, em especial Dudu Zacharias, estavam mais afinados em campo e não permitiam a reação do oponente. No último chukker, mais gols ampliaram a vantagem e, portanto, o pênalti cobrado com precisão por Adolpho Souza Naves para o Jaguari não colaborou para alterar o resultado. Por 6 a 3, a equipe Patuá Samello colocou as mãos na taça. “Demos sorte quando marquei dois gols e saímos na frente. Daí até o fim, mantivemos essa vantagem”, festeja o campeão Xandy Mello, que contou com seu tordilho Balboa e com a égua Michelle, emprestada do Gustavo Garcia. Para ele, todos de sua equipe tiveram boas atuações, com destaque para o pequeno Pietro, que jogava contra seu avô. “Apesar de não marcar nenhum gol, por ser seu primeiro torneio, fez sua parte mais que bem feita”, diz. Segundo o vice-campeão Adolpho Souza Naves, tropa e estratégia foram decisivas para a vitória do adversário. “O Patuá veio muito mais bem montado para a final em relação ao primeiro jogo da fase de classificação. Além disso, eles variavam bastante as jogadas e a marcação, e isso nos confundiu um pouco”, admite. “Mas fizemos uma boa campanha e vamos continuar jogando com essa equipe ao longo no ano”, completa.

Copa Fundadores

Se um dia é da caça, o outro é do caçador. Vice-campeão da Copa Bronze, o Jaguari dos Souza Naves teve melhor sorte na Copa Fundadores de 2 gols. Dessa vez, em sua segunda final na temporada, o time não deixou o título escapar: venceu Santa Lúcia por um gol.

Com a mesma formação do torneio anterior, o Jaguari manteve as posições, com Gilberto Rodrigues e Adolpho Souza Naves armando as jogadas, Dudu Souza Naves de back e João Roberto Souza Naves com a missão de fazer gols. Visivelmente seu jogo conjunto havia evoluído, e a correção de alguns erros lhe permitiu chegar invicto à decisão. Mas o duelo contra Santa Lúcia não foi nada fácil. Ao contrário, foi muito brigado, cheio de vaivens que só aumentavam a emoção. Santa Lúcia, aliás, começou melhor. Formada por Luiz Candido Junqueira Franco e seu filho André, Ícaro Silva e Marquinhos Santos, a equipe fechou o primeiro tempo em 3 a 2. A superioridade, contudo, não durou muito. Na segunda parcial, o Jaguari dos Souza Naves reestabeleceu a ordem em campo e passou a ditar o ritmo do jogo. “Nós havíamos perdido algumas oportunidades de gol, mas não nos desesperamos pois estávamos tendo um bom comportamento”, diz Dudu Souza Naves. A tranquilidade para armar as jogadas realmente contribuiu para Jaguari passar à frente e chegar ao último chukker vencendo por 5 a 4. No início do último tempo, outra virada embaralhou o tabuleiro do polo. Com um belo gol de Luiz Candido, que levou a bola quase que por todo o campo, e outro de André, o Santa Lúcia mostrou que não havia desistido do jogo. Foi então que a estrela de Pateta brilhou, e que seus dois gols voltaram a colocar Jaguari na liderança. “Tivemos calma para virar pela última vez e segurar a vantagem de 7 a 6 até o fim”, lembra Dudu Souza Naves. Por apenas um gol, seu Jaguari foi coroado campeão da Copa Fundadores. “Acho que para quem assistiu foi um jogo emocionante pelas três viradas de placar e pelo final apertado. Para mim, o melhor foi ganhar jogando em família e com o Pateta, que é um grande parceiro de polo”, festeja. Nada como um dia após o outro!

Copa Estado de São Paulo

Competindo os torneios de alto handicap com um time de respeito que tem Pedrinho Zacharias e André Diniz, Alfredo Khouri compôs de última hora uma formação para a Copa Estado de São Paulo de 6 gols. Apesar desse improviso, seu Santa Márcia andou muito bem, e a vitória é prova disso. Fixo na equipe para os torneios de médio e baixo handicap, Marquinhos Santos atuou no ataque revezando-se com o capitão Alfredo Khouri. Os demais integrantes eram Antonio Moroni, jogando com a camisa três, e Gabriel Villela de back. Todos em grande fase, os quatro se integraram sem dificuldade e dominaram a final contra Cana Verde. Formado por Alemão Meirelles, Rafael Limongi, João Roberto Souza Naves e André Rodrigues, o Cana Verde saiu com vantagem de um gol devido à diferença de handicap. Essa pequena diferença, contudo, não foi duradoura: o placar em 4 a 3 no terceiro chukker mostrava que o Santa Márcia era mais efetivo no meio campo e na condução da bola em direção ao gol. No início do sexto tempo, o time de Khouri se mantinha à frente, mas apenas um gol o distanciava do oponente. Foi então que ele e seus companheiros partiram para cima de modo a não deixar margem para reação. Anotaram dois tentos, deixando o rival sem reação. João Roberto Souza Naves ainda anotou um gol de falta para o Cana Verde, mas isso pouco interferiu no resultado. Por 10 a 8 a vitória na Copa Estado de São Paulo ficou nas mãos do Santa Márcia.


Alfredo Khouri Jr. e Laerte Meirelles Filho


torneios de

baixo

Handicap 2014

“Já estávamos bem entrosados e acho que tínhamos bom jogo de equipe e cavalos um pouco superiores. Além disso, conseguimos converter quase todas as faltas, o que no final ajuda muito”, festeja o campeão Alfredo Khouri, do Santa Márcia.

Campeonato Brasileiro

Com o poder de atrair jogadores de diversos centros de polo do país, o Campeonato Brasileiro é sempre uma grande festa. Todos os anos, polistas de alto e baixo handicap aportam no Helvetia em agosto, reencontrando velhos amigos e sonhando com o cobiçado título. Nessa temporada, a 58ª edição da competição teve número recorde de inscrições: foram 28 equipes participando dos torneios de 2 e 6 gols. “É um torneio diferente. O número de times o torna mais longo, com mais jogos e mais difícil de chegar à final”, diz Xande Ribeiro. Atuando com a camisa do Villa D, Xande passou invicto pela maratona classificatória de cinco jogos até encontrar na final a equipe Localiza, de Sérgio “Tantan” Junqueira e Lucinha Junqueira. Na decisão valendo o título do 6 gols, Localiza mostrou superioridade. Na primeira metade do jogo, o time dominou as ações e fechou o quarto tempo impondo um contundente 8 a 3. Sérgio estava mais que inspirado: era o goleador, anotando um após outro. Suas jogadas individuais colocaram na dianteira a esquadra composta por Lucinha Junqueira, Rivaldo Marchezi e Mario Diniz Junqueira. No quinto chukker, o Villa D teve de se repensar para poder reagir. Marquinhos Santos e Oswaldo Arantes anotaram gols para a equipe de Luiz Felipe D’Avila, enquanto Xande Ribeiro, com a missão de liderar, corria, armava jogadas e buscava estimular o jogo conjunto. A desvantagem inicial, contudo, havia feito estragos e os três gols anotados por Villa D no sexto tempo foram insuficientes. Quando o sinal tocou anunciando o fim da partida, o placar em 11 a 8 deu o título de campeão brasileiro ao Localiza. “Na final, a equipe Localiza jogou um polo de alto nível com destaque para Sérgio Junqueira, que estava em um dia iluminado e, com seus parceiros, aproveitou todas as jogadas”, elogia o vicecampeão Xande Ribeiro. Feliz da vida estava Lucinha Junqueira: “Enfrentamos times muito competitivos, e o jogo mais apertado foi contra o time do Gibi, o qual vencemos no sétimo tempo. O Brasileiro é o maior torneio do país e, portanto, um dos mais legais de ganhar!”, comemora. Enquanto no torneio de 6 gols o título ficou com Localiza, no de 2 gols quem abocanhou a taça foi Villa Real, de Robertinho Villa Real. Na decisão, o conjunto superou sem grande dificuldade o Patuá, que entrou em campo com Marcelo Reis, Alexandre Santini, Dudu Zacharias e João Roberto Souza Naves (substituindo Henri Cardoso). Logo no primeiro chukker, o Villa Real largou na frente puxando o ataque e protagonizando um início arrasador. Com Rubens Zogbi de back, além de Marquinhos Santos e Alexandre Sábio de Mello jogando mais à frente, o time parecia uma máquina de fazer gols. Anotou um e mais outros tantos, com Marquinhos na sobra, aproveitando as chances para contra-atacar. Ao mesmo tempo em que Marquinhos, artilheiro, avançava, aos demais jogadores cabia reforçar a marcação sobre Dudu Zacharias, em estratégia que paralisou o time rival. “Infelizmente tivemos um desfalque muito importante na final. Com a saída do Henri, que estava muito entrosado com o Dudu, o

time perdeu na marcação e na força de ataque”, afirma Marcelo Reis, capitão do Patuá. Assim, sem conseguir esboçar uma reação, o Patuá sucumbiu diante do forte oponente. Por 10 a 2, o Villa Real saiu de campo consagrado campeão brasileiro do torneio de 2 gols. “Acho que entramos com a cabeça fria, procurando sempre antecipar jogadas”, diz o campeão Xandy Mello. “Sempre incentivamos uns aos outros da equipe, acho que este foi um dos maiores fatores para nossa vitória”, completa. Apesar da goleada, o vice-campeão Marcelo Reis avalia como positiva a participação de seu Patuá no torneio. “Acho que esta edição do Brasileiro foi a mais difícil e concorrida dos últimos anos”, afirma. “A nossa classificação foi conseguida pelo empenho do time. Estamos muito felizes com o vice-campeonato nesse torneio que foi muito divertido”. João Roberto Souza Naves concorda: “O Campeonato Brasileiro é o objeto de desejo de todos, então chegar à final é praticamente uma vitória”.

Copa Christofle

O equilíbrio foi a principal característica da final da Copa Christofle de 2 gols. Lutando por um empate que lhe garantiria o título devido ao handicap inferior, São Joaquim/Jal soube reverter a desvantagem inicial para conquistar a taça. Seu rival, o São Jorge de Antonio Moroni, começou melhor o jogo, com mais maturidade e concentração. O time, que contava ainda com Rafael Limongi, Pedro Dantas e Rudinei Carvalho, foi efetivo na primeira metade da partida, acertando os passes e avançando rumo ao gol. Tanto que, ao fim do segundo chukker, vencia por 3 a 1. A partir da terceira parcial, São Joaquim/Jal tomou uma injeção de ânimo e conseguiu reagir. “Nossa equipe tinha três jogadores jovens, de 16, 17 e 18 anos, então começamos um pouco nervosos”, comenta João Locoselli sobre seus companheiros, Guilherme Maia, Felipe Maia e Dudu Zacharias. “Com o passar do tempo, e com muita conversa nos intervalos e durante a partida, conseguimos entrar em sintonia e empatar o jogo”. De fato, o São Joaquim/Jal correu atrás do prejuízo. João Locoselli, montando seu cavalo Tucano, fez um “paredão” para que Dudu Zacharias jogasse com mais liberdade, permitindo-lhe armar jogadas no meio campo ou até mesmo partir diretamente para o gol. Assim, o time igualou o marcador em 3 a 3 ao fim da terceira parcial. Logo no início do quarto e último tempo, São Jorge marcou com Antonio Moroni, muito bem montado, e com Rafael Limongi. A liderança, contudo, não durou muito, pois Dudu Zacharias empatou novamente, aproveitando um contra-ataque e cobrando uma falta com categoria. Assim, por 5 a 5, e tendo a vantagem de jogar pelo empate, a equipe São Joaquim/Jal conquistou a Copa Christofle de 2 gols. “Começamos muito bem abrindo 3 a 0, mas não mantivemos a consistência e fomos muito mal no fim do jogo”, comenta Antonio Moroni, que com seu cavalo Barreiro marcou três gols. “Mesmo assim empatamos com um time que ano que vem passará a ter 4 gols, e perdemos nos critérios de desempate, com um gol tomado em um contra-ataque no último minuto”, completa. Independentemente do vencedor, quem ganha é o polo, que graças à extrema competitividade dos times vê aumentado o nível dos torneios do Helvetia.


Pedro Ivo e Pedro Sampaio




1975 2015 -

40 anos Preservar uma região, valorizar o polo, o lazer, as tradições, a elegância e ditar os tons da moda e das festas fizeram do Helvetia Polo Country Club um espaço de referência para a sociedade paulista ao longo desses 40 anos por 108

Claudio Schleder


E

sta história começa durante a Segun-

ficou entusiasmado convidando o casal para deixar o Uru-

da Grande Guerra na Hungria. O pai

guai dizendo: “Nós precisamos de um aço desses em Brasí-

da jovem Andrea havia inventado

lia”. Assim começou a vida do casal Moroni em nosso país.

um tipo de aço que quando tratado

Giorgio Moroni adorava esportes. Chegou a ter uma

proporcionava uma economia de 45 por cento, sendo na

Ferrari Testarossa, participando de corridas em Interlagos

época muito usado na construção de prédios, aeroportos

com Chico Landi e Jean Louis de Lacerda Soares. Gostava

e estradas. A família teve que fugir dos russos em 1944,

muito de montar cavalos, mas nunca havia pensado em jo-

pois era contra o comunismo. Foram inicialmente para

gar polo. Um dia conheceu PG Meirelles, na época casado

Comemoração entre Luiz Hafers, Sylvio de Andrade Coutinho Filho, Rui Celidônio e Giorgio Moroni

Seu Calu Souza Aranha, no comando do forte time Casa Verde com os quatro filhos Antonio Carlos, Didi, Mauro e Roberto

a Alemanha, depois moraram na Suíça e em seguida, no

com a Montserrat Coelho – jovem linda e cheia de vida – e

ano de 1946, viajaram para a Argentina.

ficaram amigos. E foi PG que introduziu Giorgio no polo,

Em Buenos Aires, Andrea conheceu Giorgio Moroni,

apresentando a família Souza Aranha, que juntos entraram

italiano formado em advocacia na Universidade de Pisa, e

em contato com os suíços que haviam colonizado uma

se casaram três meses depois, indo morar no Uruguai, onde

região em Indaiatuba e estavam vendendo uma grande

viveram de 1951 a 1956. Giorgio se ocupou da divulga-

área. É por causa dos suíços que o local se chama Helvetia.

ção do uso do aço que o pai de Andrea já tinha patenteado

No lugar onde hoje estão o clube e o condomínio era ori-

e veio ao Brasil, onde conheceu Juscelino Kubitschek, que

ginalmente uma grande plantação de abacaxis. 109


40 anos | 1975 2015 -

O sonho de adolescente de Didi Souza Aranha sempre foi ter uma casa com campo de polo. Durante a infância seu pai tinha campo na Casa Verde em São Paulo, para jogar nos finais de semana. Também na fazenda o “Seu Calu” organizava partidas, e chegou a construir um chalé para cada filho, que convidavam mais quatro amigos para completar time; mas a viagem era longa, durava tipo quatro horas. Vista aérea, em primeiro plano o campo do Moroni e ao fundo os campos 2 e 1 do clube

Didi continuava a perseguir a ideia de uma propriedade perto de São Paulo, até que em 1973 foi jogar no campo do Decito Novaes, que ficava onde hoje é a entrada da Fazenda Capuava. Fazia parte desse grupo José Luiz Herreros, o maior incentivador do polo na região de Campinas. Ele namorava e casou com a Ana Maria Souza Dantas, dona da Charolesa, uma fazenda nas redondezas, onde ele deixava os cavalos. O Zé Luiz falou para o Didi que tinha acabado

Benção na inauguração do HPCC

Garden Party da inauguração do Helvetia Polo Country Club em maio de 1975 110


PG Meirelles, Giorgio Moroni, Ugo di Pace e Didi Souza Aranha discutem projeto do clube

de vender uma área para o Giorgio Moroni na região de

famoso projeto das rosáceas feito pelo arquiteto italiano

Indaiatuba, para fazer um campo de polo particular por-

Luigi Vietti, o mesmo que executou o plano urbanístico

que ele não conseguia jogar na Hípica em São Paulo, onde

da Costa Smeralda na Sardenha. Antes disso, o arquiteto

os campos bons eram reservados só para craques, e um

e decorador Ugo di Pace havia feito um projeto em ma-

jogador de zero gol não tinha muita chance.

quete de sede, que não chegou a ser construída.

Na semana seguinte, a mesma turma voltou para jo-

Com muita paciência, Didi Souza Aranha voltou mais

gar novamente no Decito, e o Zé Luiz Herreros avisou

tarde na casa de “Seu Arnaldo” e fechou o negócio para

que tinha encontrado uma área. Junto com Didi, aqui

comprar também sua gleba. Nesta altura, conversando

chegando, encontraram um eucaliptal, algumas árvores de tamanho médio, capim com trilhas de boi e uma plantação de abacaxi. Em seguida procuraram o proprietário, suíço, tal de “Seu Arnaldo”. Apresentaram-se, mas o dono falou: “Seu José, eu estou indo para um casamento, e não vou tratar de negócio agora...” Giorgio Moroni estava capitalizado porque havia vendido a fábrica de ferro e foi quem primeiro comprou uma grande área. Ele lançou então o condomínio com seus campos de polo e mais tarde o Helvetia 2, com o

Público em final de torneio nos anos 70 111


40 anos | 1975 2015 -

com o Moroni, este lhe perguntou a queima roupa:

GARDEN PARTY

“Didi, vamos fazer um clube de polo?”. A ideia dele

Aí chegou o dia 15 de maio de 1975, data da inau-

era um loteamento e um clube de polo, e começaram

guração do Helvetia e aniversário de Giorgio. Um dia de

a trabalhar no projeto. Mas no início, os polistas não

chuva em São Paulo, mas aqui uma festa do tipo das que

aderiram. Ora, na Hípica Paulista era muito mais cô-

se fazia em Londres, uma garden party ao meio dia, tudo

modo, pois você saía do escritório e dez minutos de-

organizado por Andrea Moroni com extremo bom gosto,

pois estava no clube para taquear, e no fim de semana

e com “tout São Paulo” convidado, vieram 600 pesso-

aconteciam almoços e sétimo tempo no bar... Era mui-

as, pois ela era uma verdadeira “locomotiva social”. O

to melhor do que pegar a estrada e viajar uma hora.

ambiente estava muito simpático e esportivo, com três

Mas Moroni, que era um entusiasta e vibrava muito

grandes tendas, um buffet maravilhoso e dois bares ser-

com as coisas, tocou o projeto pra frente e Didi apoiou

vindo vinho e cerveja. As mulheres usavam salto baixo

a ideia. Fizeram um estatuto e um contrato de presta-

e ficavam com os pés na grama, num autêntico picnic.

ção de serviços do clube para os jogadores, e começa-

As pessoas ligavam de São Paulo perguntando para An-

ram a preparar o campo 1.

drea se em Indaiatuba estava chovendo, e ela dizia:

José Luiz Herreros, Alcides Diniz, Alphonso Pieres e João Paulo Diniz

Dori Magli, Montserrat Coelho, Paulo Fernando e Regina Marcondes Ferraz 112

Guite Bueno, Antonio Palma e Delduque Palma na I Copa Vogue


“Não, pode vir para a festa”. Foi daí que surgiu a propa-

uma casa simpática para os fins de semana. No clube havia

ganda do Giorgio dizendo que “em São Paulo chove, mas

só um campo, com uma pequena sede construída toda de

no Helvetia sempre faz sol”.

madeira pré-fabricada, que existe até hoje. Todos os joga-

Na Casa Verde, propriedade dos Souza Aranha, já havia as cocheiras e um campo, sendo que a primeira casa a ficar

dores com as suas mulheres a frequentavam assiduamente porque não tinham ainda suas próprias casas.

pronta foi a do Mauro e Regina em 1976. A seguir veio a

Talvez Giorgio Moroni nunca tenha imaginado que

do Antonio Carlos e da Silvinha, a terceira foi do Didi e Gil-

o Helvetia pudesse se transformar numa realidade tão

da e a última do Deto e da Riccy. Os quatro irmãos vinham

grande e que cresceria tanto em tão pouco tempo. O clu-

todos os fins de semana, tinham o melhor time da época

be pertencia a Giorgio e tinha 12 sócios: os Souza Ara-

e foram um pilar forte do projeto. O primeiro lote vendi-

nha, os irmãos Diniz, o Herreros, o Baptistella e o Ronnie

do do empreendimento foi para José Luiz Herreros, que

Scott, que era muito amigo de Giorgio e fazia tudo com

também foi a primeira pessoa a morar no Helvetia junto

muito entusiasmo. Depois vieram os Mansur, os Kalil e os

com sua esposa Stelinha, tendo encomendado o projeto

Pavan. Era um clube privado que desenvolveu a tradição

de sua casa para o Ugo di Pace. Os Moroni construíram

do polo e permitiu que a segunda geração já nascesse

Presidente João Figueiredo, Claudio Diniz Junqueira e deputado Sérgio Cardoso de Almeida 113


Aniversário de Giorgio Moroni e Luis Carta comanda o “Parabéns a você”...

jogando, e agora também a terceira geração com os netos.

era “a dez minutos de Campinas, a uma hora de São

Depois da morte de Giorgio em 1980, seu filho Tonino

Paulo e a dez horas de Paris”. E como não se rema con-

ainda era muito jovem, tinha 20 anos, e a família Moroni

tra a maré, a turma foi chegando, um que comprava

achou melhor vender o Helvetia para esse grupo de pes-

o lote, o outro fazia cocheiras, e se o negócio pegasse

soas que o transformaram em um verdadeiro clube, com

fazia a casa, e foram surgindo outros campos. O Helve-

estatutos e tudo mais.

tia foi o primeiro condomínio de luxo a se concretizar,

O fato de chover pouco aqui na região ajudou mui-

o que virou tendência hoje com a Boa Vista, Baroneza,

to no rápido crescimento do polo. O slogan do Helvetia

Larissa e outros.

Ala VIP

João Luis Herreros, Maurinho Souza Aranha, José Carlos Matarazzo Kalil e Edward Scott recebem premio na Copa Vogue Junior

114


40 anos | 1975 2015 -

No início, os campos aqui eram duros, ao contrário

de José Carlos Kalil, elevaram o nível da disputa ao trazer

dos da Hípica, muito macios. Aos poucos, com tratamen-

craques argentinos para jogar em nossos campos, e a im-

to do solo, ficaram excelentes. Propriedades maiores fo-

portar cavalos que abasteceriam nossa tropa. Também fize-

ram nascendo em volta da área do clube: Toquinha, Rio

ram história Carcará, que tinha Luizinho Matarazzo, Sérgio

Pardo, Sapezal, Itanhangá, Flamboyant, São João, Vila Fal,

Aun e José Luiz Herreros, e Montezuma, com Sérgio e Vico

Polo by Kim...

Coutinho, além do Flamboyant de Carlos Mansur, Vila Fal

O lado social do Helvetia começou a existir logo

de Arnaldo Diniz e Sucuriú de Cataco Linhares.

depois da inauguração, na mesma época em que Luis Carta lançava a revista Vogue. Todo o glamour da revista foi condu-

SOMANDO FORÇAS

zido para os fins de semana de torneios do clube, quando

Os torneios do Helvetia iam ficando cada vez mais

se jogou a primeira Copa Vogue, que virou o torneio mais

competitivos e em pouco tempo os polistas de outras

importante daquele período. Foi também nesta época que

localidades foram atraídos para cá, somando forças para

times como Toca, de Alcides Diniz, Rio Pardo, de Ricardo

o desenvolvimento do clube. Ainda naqueles primeiros

Mansur, Casa Verde, dos irmãos Souza Aranha, e Sapezal,

anos era grande a rivalidade entre times do interior e da

Caça a raposa, no local onde hoje é o Helvetia Country Residencial

Ação no jogo Rio Pardo versus Uruguai

Equipes perfiladas na abertura do Campeonato Brasileiro, anos 80 115


Alcides Diniz, PG Meirelles, Rosaura Diniz e José Tavares de Miranda

Abilio Diniz e família assistem jogo no clube

O churrasqueiro Dirceu, Paulo Fernando Marcondes Ferraz e Giorgio Moroni no tradicional churrasco da sede, 1979

Eunice Toledo Scott, Maria Alice Novaes, Giorgio Moroni e Maria Helena Sestini

capital, e jogava-se tanto aqui como em Orlândia, Colina,

em 1987, depois de uma temporada curtindo o descon-

Franca, Avaré, Itu. A família Junqueira, pioneira na cria-

traído polo carioca. Trouxe toda a estrutura do Maragata,

ção de cavalos Mangalarga, era e continua sendo grande

time cujo nome homenageia a esposa Mireja. Já do Rio de

entusiasta do esporte.

Janeiro veio o Tigres dos irmãos Daniel e Armando Klabin,

Formado na tradição do polo de Uruguaiana, o gaúcho

sempre acompanhados por amigos como Paulo Fernando

Cabeto Bastos se transferiu definitivamente para o Helvetia

Marcondes Ferraz. Outro carioca era Ronaldo Xavier de

A equipe Três Fronteiras com Pito Telechea, Fernando Fabricio de Faria Correa, Cabeto Bastos e José Carlos Fabricio Barbosa, contra os Tigres: Cel. Brilhante, Daniel Klabin, Jorge Rangel e Armando Klabin 116


40 anos | 1975 2015 -

Lima, que por mais de uma década foi habitué das can-

Meirelles representando o Helvetia Polo Country Club no

chas de Windsor. Com trânsito internacional, ele levou

Premio Artigas disputado no Uruguai, sagrando-se cam-

uma turma de brasileiros para jogar com seu Ipanema nos

peão e trazendo o troféu para o Brasil.

campos de seu amigo Charles, o príncipe, e craques como Sylvio Novaes inclusive fizeram carreira na Inglaterra.

Em 1979 na Copa Vogue – Prêmio Rolex, teve início no clube dois importantes eventos, o “Julgamento

Desde os anos 60 o polo já viajava, com polistas

de Animais para Polo” e a “Copa dos Juniors”, com o

como Lau Junqueira, PG e Augusto Meirelles, Didi Souza

nome de Vogue Junior durante algum tempo, passando

Aranha, Sérgio Aun e Ronnie Scott disputando torneios

a ser denominada Scott Junior Cup, ambos idealizados e

como a Copa Jorge Alessandri no Chile ou a Copa Vargas

organizados pelo pioneiro Ronnie Scott.

e o Mundialaço na Argentina. Foi nesta época também

Mas foi com a fundação da FIP por Marcos

que Fábio Meirelles Neto e Giorgio Moroni montaram

Uranga em 1982 que os intercâmbios internacionais se

um time com Tôto Meirelles, Florêncio Rodrigues e Zé

intensificaram. Aos primeiros diretores, Luiz Hafers e

Ricardo Mansur, Andrea Moroni, Luizinho Matarazzo e companheiro da equipe Rio Pardo na III Copa Vogue, maio de 1980 117


40 anos | 1975 2015 -

José Mario Junqueira Netto, se juntaram Vico Coutinho

do, conquistaram importantes vitórias em campeonatos

e Sérgio Cardoso de Almeida, que participavam de tor-

no exterior, trazendo ao Brasil reconhecimento interna-

neios da entidade e traziam na bagagem histórias de polo

cional. Em 1995, Dudu Diniz Junqueira, Olavo Novaes,

com elefantes e de festas nos castelos dos marajás. Argen-

Calão Figueira de Mello e Ubajara Andrade conquistavam

tina, Chile, Inglaterra, Espanha, Índia, Estados Unidos: as

para o Brasil o primeiro título mundial na Suíça.

fronteiras do mundo se abriam. Na mesma época Nick

O século XXI começou com uma nova safra de jo-

Lunardelli promoveu o torneio São Paulo Internacional,

vens polistas despontando no cenário nacional. Os ir-

um importante intercambio com jogadores estrangeiros,

mãos Fábio e André Diniz faziam carreira profissional

e editou o livro Polo para deleite dos aficionados.

nos Estados Unidos, e Rodrigo Andrade já dava provas

Ao longo das décadas de 80 e 90, o polo brasilei-

de seu talento e seria decisivo para que a seleção brasi-

ro ganhou destaque na cena mundial. Com campos,

leira abocanhasse a segunda estrela no Mundial de Polo

cavalos e estrutura de alto nível para treinar, filhos e ne-

da Austrália em 2001.

tos dos fundadores do Helvetia tiveram a oportunidade

Disputas acirradas, praticantes recém-chegados,

de aprimorar a qualidade técnica do jogo e, como resulta-

elevados investimentos... os primeiros anos do novo

A equipe Montezuma formada por Sergio Machado, Sergio Coutinho, Vico Coutinho e Sergio Aun

Carlos Mansur ainda ativo com seu time Flamboyant, passando as rédeas para o filho Carlinhos 118

Jogo entre a equipe Cel. Suarez de 40 gols com os argentinos Alberto Pedro e Horácio Heguy, Juan Cari]litos e Alfredo Harriot, contra Lau Junqueira, Antonio Palma, Raphael Palma e PG Meirelles. O juiz foi José Carlos Kalil


Assistência da I Copa Christofle de Polo, maio de 1979

milênio eram de otimismo em nossas canchas e quem

vendida recentemente e colocou o clube em situação

não se lembra do Festival Internacional Unibanco

financeira privilegiada.

AIG, dos black-ties e do Polo Day não viveu um período

Para manter o grau de desenvolvimento e dar novo

altamente festivo do Helvetia. Para Claudemir Siquini,

impulso ao esporte, em 2006 foi inaugurado o Hel-

então presidente do clube, tudo era motivo de come-

vetia Village. Extensão do Helvetia Polo, a área conta

moração, e a conquista do tricampeonato mundial pela

com oito campos, além de loteamento e de Vila Hípica

seleção brasileira na França em 2004 foi celebrada em

com mais de 120 cocheiras, pista de trabalho, ester-

grande estilo.

queira, caixa d’água e uma área em comodato com os proprietários. Forrados com Tifton 419, grama menos

EXPANSÃO Com o desenvolvimento do polo, o Helvetia havia adquirido no fim dos anos 80, na época da gestão

escorregadia e de melhor recuperação, os novos campos agora equiparam o Brasil com o que há de mais moderno no exterior.

do Lelé Palma e do Cacaio Junqueira Franco, uma área

Além disso, a qualidade do piso somada à quanti-

fora onde foram construídos três campos que proviso-

dade de campos dá ao clube a estrutura necessária para

riamente desafogaram os campos da sede. Esta área foi

receber eventos de porte mundial. 119


40 anos | 1975 2015 -

Com a nova área que já está em pleno funciona-

crescimento vegetativo entre filhos e netos. O Helvetia

mento, sediando treinos e campeonatos, o esporte ga-

é o coração do polo brasileiro, pois é aqui que estão os

nhou condições ainda mais propícias para continuar

campos, a organização e os melhores jogadores.

crescendo e se desenvolvendo. Além disso, foi funda-

O clube tem aberto as portas para os jogadores ini-

mental para que o Brasil sediasse em 2011 as elimina-

ciantes. Tudo isso, claro, respeitando as características do

tórias sul-americanas do Campeonato Mundial da FIP,

polo brasileiro, predominantemente familiar e amador.

na gestão de José Klabin como presidente da Confede-

Para prestigiar e incentivar os novatos, foi criada a cate-

ração Brasileira de Polo. As seleções do Uruguai, Co-

goria “sócio-taqueador” e foram mantidos no calendário

lômbia e Peru passaram por nossas canchas, e a comu-

os torneios de até 2 gols de handicap. Hoje o Helvetia é

nidade do Helvetia se uniu em um esforço conjunto

aberto para quem quiser jogar, seja sócio ou não, com

para recepcionar os polistas estrangeiros e ceder-lhes

taxas acessíveis para a disputa de torneios e participação

cavalos de alto nível.

em treinos. Os recordes de torneios jogados durante as

O Helvetia Village é o futuro do clube hoje, que tem

últimas temporadas mostram que não faltam competi-

o número de sócios limitado em 200 títulos, com um

ções para todas as categorias. Foi reeditada a Copa Vogue,

A camionete do Cabeto que fazia a garotada feliz

Ronnie Scott, PG Meirelles, Lau Junqueira e Didi Souza Aranha 120

Didi e Gilda Souza Aranha, pioneiros no Helvetia junto com os Moroni


A nova sede do clube, estrategicamente posicionada entre os campos 1 e 2 se revela extremamente aprazível com seus 360 graus de visualização

assim como foi instituída a Tríplice Coroa e dobrado o

sacrifício financeiro. Apesar do pé-direito baixo e da

número de torneios de alto handicap na gestão de Pedro

falta de ar condicionado, seus churrascos viraram uma

Bordon na presidência do clube. Também foi criado o

tradição, todo mundo ia. Com a venda da “velha área

prêmio de melhor jogador, dado ao destaque dos princi-

nova”, criou-se a possibilidade de construção de uma

pais torneios, e promovidas finais nos fins de semana, in-

nova sede, inaugurada neste ano. Foi escolhido um lugar

tegrando os sócios ao ambiente do clube. A ideia é que os

estratégico entre os campos 1 e 2 que se revelou extre-

sócios e praticantes aproveitem o famoso sétimo tempo

mamente aprazível com o projeto do René Fernandes

na sede para conversar e debater mais sobre os jogos. Há

e seus 360 graus de visualização, com lounge, bar, res-

que se destacar ainda nestes últimos 20 anos, a dedica-

taurante, sala de ginástica, sauna, playground e sala para

ção dos funcionários Silvia Montresoro e José Ademar da

crianças, sala de jogos e snooker.

Silva, batalhadores que não tinham hora para entrar nem para sair do clube nas temporadas de torneios.

Agora “quarentão”, o clube já faz parte do “way of life” de São Paulo, também por causa das personalidades

A sede do clube começou com uma casinha pré-

que pisaram seu tapete verde, jogando ou visitando, os

fabricada, com vestiários e um bar para um pequeno

Pieres, Heguy, Dorignac, Novillo Astrada, Alberdi e ou-

grupo de jogadores. Com o aumento do número de

tros, como pelas histórias que guarda em sua memória.

polistas, as instalações foram ampliadas, sempre com

Um “toast” ao Helvetia Polo Country Club! 121


Cataco Linhares

Fazenda Sta. Isabel do Rio Bonito

SucuriÚ Polo A história de Cataco Linhares e sua ligação com o polo iniciou em 1954 com os seus tios Tito e Cleon Zarvos. Isto foi interrompido por alguns anos, mas a criação de cavalos nunca se ausentou... “Usando sempre animais PSI com origem no Haras Pirajussara, iniciei a minha própria criação há 48 anos atrás. Os animais criados somente a campo na Fazenda Sta. Isabel do Rio Bonito atingiram uma qualidade surpreendente. Pastos de ótima qualidade, clima muito bom e ótimas aguadas que contribuem para esta criação. Os animais vivem em plena liberdade e com um recente plantel de gado da raça Red Angus com genética JT de Sérgio Tellechea, uma das melhores do Rio Grande do Sul, em Uruguaiana. Este sim me surpreenderam mais por que eu não imaginava que se dariam tão bem na região de Três Lagoas, no Alto Sucuriú, no Mato Grosso do Sul. Clima e pastos diferentes, e se adaptaram de uma forma espetacular. 122


O gado Red Angus

A tropa se refresca no aรงude da fazenda

123


cataco linhares

O frondoso rio Sucuriú

Os pássaros são um show a parte

O açude e sua praia

124

A costela na brasa

Nenê, o fiel escudeiro


Dudu taqueia com estilo

Pai e filhos: Cataco com Bibi, Paula, Dudu e Helena

O jardim da Santa Isabel

Meu filho Dudu Linhares fez parte desta história chegando a 4 gols de handcap, e parou de jogar. Agora quem assume a tropa do Sucuriú Polo é o Marcos Jardim Tellechea (Marquinhos), meu genro, que é um grande cavaleiro. A tropa da Fazenda Sta. Isabel do Rio Bonito vem para o Helvetia já taqueando, e aqui passarão por um processo de aprimoramento às exigências deste polo. Desta forma a história se perpetuará e o amor à criação de cavalos nunca deixará de existir. Espero com isto deixar uma pequena lembrança ao tão querido Helvetia Country Club em mais este aniversário. Agradecimentos aos amigos polistas de tantos anos. Abraço a todos, Cataco Linhares

O garanhão Dartagnan

Agradecimento especial ao amigo Giorgio Moroni que foi o grande idealizador; assim também, a todos que contribuíram e contribuem para que o Helvetia seja o grande centro de polo do Brasil.” 125


Potrancas de 2 anos na Estância Itapitocai

Estância Itapitocai, o toque gaúcho Cabeto Bastos começou a criar cavalos de polo em 1978 tendo intensificado e profissionalizado quando seus filhos mais velhos começaram a participar dos torneios de médio e alto handicap no Helvetia Cabeto mantém sua criação na Estância Itapitocai em Uruguaiana e no haras La Correntina em Curuzú Cuatiá, Província de Corrientes na Argentina, que fica a 120 quilômetros da fronteira. As raças criadas são PSI e polo argentino, além de crioulos para trabalho na estância. Cabeto há anos vem investindo em linhagens comprovadas das melhores criações e haras argentinos como as de Gonzalo e Alfonso Pieres, Mariano Aguerre, Adolfo Cambiaso, Gonzalo Tanoira e outros. Alguns animais acabam fazendo carreira internacional, sendo montados por craques argentinos nos torneios da Tríplice Coroa. Uma consagração que valoriza o “passe” do animal e, claro, da criação. Um destes casos é a égua Itapitocai Koca, montada pelo melhor do mundo, Adolfo Cambiaso, nos Abertos de Hurlingham e Palermo. Outro é Itapitocai Cicatriz, jogada por Cambiaso e Rodrigo Andrade também nos Abertos argentinos, as duas éguas já com embriões e potros nascidos. Os filhos de Cabeto têm jogado nos Abertos do Brasil com Donzela, Escócia, Índia, Bira, Xuxa, Intrusa, Jade, Valeuse, Estrangeira, Purita e Galisteu entre outras. “Usamos quatro garanhões, todos da raça Polo Argentino: 126

La Maragata em Pilar, na Argentina


Haras La Correntina, em Curuzú Cuatiá, Província de Corrientes, na Argentina

Itapitocai Matera é Ellerstina Elegante x Dutra no Haras Maragata, em Indaiatuba

Ellerstina Elegante é Pícaro x Mercedes

Ellerstina Elegante (Mercedes x Picaro), Open Café (Capelina x Asteroide), Itapitocai Minuano (Bira x Rainbow Corner) e Dolfina Cardenal (Aiken Cura x Tijereta)” diz Angelo Antonio, primogênito de Cabeto que dirige a Estância Itapitocai. “Trabalhamos com uma média de 25 éguas de cria e fazemos uns 15 embriões por ano de éguas que estão em jogo. A temporada de cobertura e transplante começa em setembro e vai até dezembro” diz Angelo. Os potros nascidos são amansados ainda enquanto estão ao pé da mãe e desmamados com aproximadamente seis meses, quando então começam a ser racionados. Após cumprirem dois anos vão para doma, que dura aproximadamente dez meses e então descansam outros dois meses e seguem para o piloto, que os ensina a taquear. “Aquele que mostra condições começa a treinar, período este que dura uns dez meses” completa Angelo. A cria é basicamente para abastecer e montar os quatro filhos e esporadicamente são vendidos machos desmamados e algum jogador, mas a Itapitocai vai colocálos juntamente com os cavalos crioulos, no leilão em Uruguaiana no mês de outubro de 2015 com transmissão ao vivo pelo Canal Rural. 127


Haras Agudo, o potencial da genética As melhores matrizes vêm dos campeões de polo. É com essa filosofia que Francisco Junqueira Netto – o Chico do Agudo, chega a uma média entre 20 e 25 nascimentos por ano em seu haras em Orlândia

Chico em ação com a sua cria nos torneios de alto handicap do Helvetia

A evolução da criação brasileira deve-se à combinação da melhora do nível das éguas de cria e a escolha dos garanhões saídos dos campos de polo, acrescentando-se aí o uso da transferência de embriões, técnica que ajudou a cria de cavalo de polo evoluir bastante, pois assim torna-se possível multiplicar a melhor genética em um menor tempo. A criação do Haras Agudo se intensificou a partir dos anos 80, quando José Mario Junqueira, pai de Chico, foi para Argentina e comprou várias éguas jogadoras. Já nos anos 90, junto com o irmão Beto, Chico assumiu as rédeas do negócio. Hoje ele diz que sua cria, a princípio para uso próprio, teve um bom crescimento e uma demanda de animais de qualidade, que lhe possibilitará a realização de um leilão em 2015 ou 2016 para oferecer essa genética aos amigos polistas. “Acredito muito na importância dos leilões, desde que os animais em venda tenham uma boa procedência, ou que estejam provados em campo; além de oferecer oportunidades, preços e condições atrativas aos jogadores e criadores”. Para Chico, a cria nacional está em pleno desenvolvimento, 128

pois nos últimos anos tem se usado a genética argentina, que é considerada a melhor do mundo, já que há mais de 30 anos eles selecionam animais com aptidão para a prática do polo. Ele ainda complementa que “os índices de aproveitamento estão cada vez mais altos, e ao usarmos garanhões provados com éguas jogadoras de ótima qualidade, demos um salto de qualidade enorme”. Quando perguntado sobre quais as características de um bom cavalo de polo, Chico acredita que ele deve ser dócil, para que atravesse o mais naturalmente possível as etapas que chama de “escola”, quando desde o nascimento, passa pela recria, doma e inicialização no esporte. Assim será formada uma boa base para o “cavalo mestre”. Ao passar por estas etapas, o cavalo estará pronto para jogar diversos níveis de polo e para diferentes tipos de jogadores. Os aprumos bem alinhados e da boa conformação óssea precisam ser lembrados. Ele ainda acrescenta que dentro de uma mesma equipe o ideal é ter diferentes animais para seus jogadores, pois cada posição pede um tipo de animal: o back precisa de cavalos mais calmos, com boa boca e muito cômodos; o


Chico com Xamata, Xaveco e Xiita

Chico e Xarada, best player pony

Xerife a postos

número 3 necessita animais com uma mescla de agilidade, velocidade e leveza, já que ele é o cérebro da equipe; o número 2, um trombador, o jogador que abre caminho para sua equipe, normalmente marcando o 3 adversário. Seu cavalo pode ser mais bruto, com muita velocidade e bom de marreta. O número 1 precisa de animais velozes, com um bom arranque, pois sua função é marcar gols. Seus cavalos não estão voltados especificamente para um nível específico de torneio, e Chico diz que a sua meta é produzir animais universais, por isso adquiriu um garanhão argentino que trouxe docilidade e inteligência aos seus animais, como também velocidade, musculatura e estrutura óssea. Especificamente, o garanhão da raça polo argentino Nonthue Sobrino foi adquirido na exposição La Rural, em Buenos Aires, cria de Benjamin Araya. Seus primeiros filhos, nascidos em 2008, já estão jogando torneios de alto handicap. Outro garanhão importante de seu haras é um filho de Rainbow Corner, o Sainete, com o qual jogou até os 7 anos e depois ficou exclusivo para cria. Em 2013, usou diversos garanhões para diversificar

a sua cria, entre eles Open Chantaje, tordilho de Noberto Pinheiro, Machitos Nabisco de Fabinho Diniz Junqueira, Califa e Travolta de José Eduardo Kalil e também o Open Coppola de Vera Diniz. Entre suas principais madres estão Licora que é uma PSI com que joga até hoje, filha de Rainbow Corner, ganhador do melhor animal da final do aberto da Copa Giorgio Moroni. Outra doadora importante é a égua Parlami D´Amore, também PSI, filha de Blush Rambler. Faz parte de seu plantel éguas que são ou foram jogadoras, crias do Haras Agudo, muitas delas descendentes do garanhão Pollypop que era do José Carlos Kalil e deixou uma grande quantidade de animais de qualidade. Das suas netas em cria, ele possui Juma, Milonga, Ômega entre outras. E Chico finaliza, traçando um paralelo com o polo da Argentina: “É difícil a comparação, pois eles têm condições especiais, que dificilmente encontraremos por aqui, a começar pelo modo de vida (way of life), que é totalmente voltado ao campo, às fazendas de gado, aos valores que passam de geração a geração, mas se nos organizássemos mais, teríamos um potencial imenso.” 129


Fazenda Cana Verde, tradição do século XVII Localizada na Estância Turística de Itu, berço da República, a Fazenda Cana Verde é precursora do polo na região Fotos de Tábata Schleder

As éguas no amarrador: as tordilhas Babalu (Galileu x Dani), Condessa (Cambrinos x Dani) e Orquídea, e a castanha Miss Cam (Cambrinos x Miss Frilette)

Em 1955, Fabio Junqueira Meirelles e Alaíde Garcez Meirelles compraram a Fazenda Cana Verde já em nome dos filhos. Em 1959 jovens primos entre 15 e 24 anos saíram de suas respectivas cidades Colina, Orlândia, Franca e São Joaquim da Barra e vieram para São Paulo para completar seus estudos, sendo convidados para jogar polo nos fins de semana na Cana Verde, em Itu, onde Laerte Garcez Meirelles e seu irmão Fabinho, o precursor do polo na região, criaram condições para que a garotada praticasse o esporte. Não existiam torneios oficiais em Itu, mas a cidade disputou sua primeira taça em São Paulo, a “Copa Jaime Loureiro Filho”. A tropa que foi a pé para São Paulo, ficou hospedada na Hípica e, acabou por sofrer três baixas, depois que alguns dos cavalos comeram fícus de uma cerca viva. Tempos depois Giorgio Moroni convidou Fábio Meirelles Neto, Tôto Meirelles, Florêncio Rodrigues e Zé Meirelles para representar o Helvetia Polo Country Club no Torneio Artigas no Uruguai, saindo campeão e trazendo o troféu para o Brasil. Durante os anos 70, Laerte Meirelles foi para Presidente Alves, também em São Paulo, administrar as fazendas de sua família e, para lá também levou o polo e a paixão por ensinar, além da prática do esporte. Assim, em 1971, nasceu o P. Alves Polo Clube, onde amigos 130

e vizinhos seguiam os mesmos passos do que aconteceu na Cana Verde. Já em 1986, ao voltar para Itu, Laerte cria a Cana Verde Polo School que com simplicidade e baixo custo, oferecia a oportunidade de ensinar a prática aos amantes do jogo. Outra atividade da Fazenda Cana Verde é a criação de cavalos de polo. O PSI Japim que pertencia a Fabio Junqueira Meirelles foi vencedor no Jockey Clube de São Paulo, e passou a cobrir as éguas da fazenda, iniciando assim o seu processo de criação. Vários reprodutores dessas terras tornaram-se famosos, como Cambrinos da linhagem Locris, Galileu (filho de Tatsu e Miss Frilette), Xandico,Tatsu e Eduardinho com linhagem de Spark Chief (recordista mundial dos 1000 metros). Também foi reprodutor da Cana Verde, Chad Frillete, quarto de milha de corrida. Laerte Meirelles comenta: “Tenho como veterinário Guilherme P. Brandão, eficiente e conhecedor de cavalos em competições.” Hoje, os PSI em atividade na fazenda são: Ocean Bounty, filho de Vettori (IRE) e Paula Stein, filha de Handae e neta de Heathen (GB). Hay que Tener, pelo lado paterno filho de My Chief, neto de Spark Chief. Já do lado materno, Itaquerê Luna, filha de Luna Poderosa, neta de Pulenta (ARG), da linhagem Four Fingers.


O garanhão Ocean Bounty (Vettori x Paula Stein)

O cavalo Hay que Tener (My Chief x Itaquerê Luna)

Halo, filho de Polo Francisco, bem conhecido no polo nacional e Luna Poderosa, neta de Pulenta (ARG), da linhagem Four Fingers. Entre as principais madres da Cana Verde estão: La Luna, filha de Let Fast Ed (quarto de milha), ex-jogadora de Laerte Garcez Meirelles que foi trocada pelo reprodutor Cambrino e, atualmente é a principal reprodutora do Haras Itaguassu. Sua filha Aluada foi adquirida por Pite Merlos e participou dos principais Abertos de 2009. Laerte Meirelles Filho (na época com 5 gols de handicap) jogou torneios de alto handicap com as éguas reprodutoras famosas. Atualmente joga com Babalu (filha de Galileu e Dani), Morena (filha de Gludansque e Miss Cobra), Tigrona (filha de Galileu e Tigresa), Cristina (filha de Gludansque e Canjica), Miss Cam (Filha de Cambrinos e Miss Frilette), Condessa (filha de Cambrinos e Dama) e Catia (filha de Eduardinho e Umbigo). A égua Mini-saia foi vencedora na categoria Cria Nacional Domada no julgamento de cavalos de polo do Helvetia. A Fazenda Cana Verde foi fundada ainda no século XVII e a casa sede atual é de 1881. Faz parte do roteiro das fazendas históricas brasileiras e continua em plena atividade, com produção de café, gado leiteiro, búfalos, pasto, feno, culturas anuais e cavalos de polo. Ela possui atividades voltadas para ecoturismo e turismo rural, como trilhas, escaladas e cavalgadas ao luar. A hospedagem é rústica e aconchegante, servindo a autêntica

A égua Antônia (pai é Eduardinho, filho de Spark Chief)

As éguas no bebedouro da fazenda Cana Verde

comida de fazenda para degustar com uma saborosa cachaça. A fazenda tem uma loja dedicada aos turistas, onde podem ser adquiridos alguns produtos locais. Ela está próxima a cidade de Indaiatuba e encontra-se a igual distância das principais vias: Castelo Branco e Bandeirantes, a 100 quilômetros de São Paulo. Um convite à tradição! 131


Guabi. 40 anos de inovação e liderança Fundada em 1974, na cidade de Orlândia (SP), a Guabi iniciou sua trajetória com uma fábrica de rações e um nobre compromisso: promover o bem-estar de animais e seres humanos. Hoje, celebra 40 anos de atuação como uma das maiores empresas de nutrição animal do Brasil

Guabi celebra título de campeão do Aberto do Estado

Uma companhia ética e bem-sucedida, que provou o seu valor e conquistou a confiança dos brasileiros e também do mercado mundial, com exportações regulares para mais de 30 países, da Ásia, Europa, América Latina e Caribe. Um cenário conquistado por uma empresa que sempre valorizou o que é essencial: a qualidade de seus produtos e processos, a inovação sustentável e o respeito às pessoas e à vida. Com mais de 260 produtos em sua linha, a Guabi desenvolve alimentos para todos os segmentos da produção animal, tais como aves de corte e postura, coelhos, peixes, camarões, equinos, bovinos de corte e leiteiros, caprinos e ovinos,e também para animais de estimação. 132

Essa abrangente linha de produtos faz da empresa uma das maiores produtoras de alimentos para animais do Brasil, e é produzida por duas unidades de negócio: a GuabiPet Care, responsável pela produção de alimentos para animais domésticos, e a Guabi Nutrição e Saúde Animal, que atende a demanda dos animais de produção. Ao todo, são sete unidades fabris nos quatro estados brasileiros de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, além da nova sede administrativa localizada em um moderno escritório na cidade de Campinas (SP) e de universidades e centros de pesquisa no Brasil e no mundo, com os quais a Guabi mantém forte parceria em pesquisas.


© André Bordin

Guabi, polo forte e coeso

Busca constante pelo melhor desempenho

Henrique Juqueira, premio de melhor jogador do Aberto

Mais do que adquirir matérias-primas de qualidade superior e de procedência segura, a Guabi mantém um rigoroso controle durante toda a produção, e investe constantemente nas mais modernas tecnologias de fabricação, manuseio e empacotamento, para atender as necessidades dos consumidores e as altas exigências dos órgãos que regulam o mercado. O reconhecimento e a liderança conquistados pela empresa nestas quatro décadas caminham lado a lado com as origens de seu nome: Guabi em tupi-guarani significa “alimento”, o que se tornou marca registrada dessa empresa inovadora, que carrega no seu DNA o traço brasileiro da criatividade e da busca constante por melhores condições para crescer e se desenvolver.

Os produtos que a Guabi indica para equinos são: Equitage Polo: Atende a demanda energética e todas as necessidades nutricionais de cavalos em programas de treinamento de alta performance. Equiturbo Energy: Fornece energia extra para cavalos atletas, quando submetidos ao máximo do seu condicionamento físico. Guabiphos Centauro Cromo: Formulada especialmente para atender as exigências minerais e vitamínicas de equinos que desempenham atividades aeróbicas e anaeróbicas de alta intensidade. É por tudo isso que a Guabi se orgulha de completar 40 anos, mantendo vivo em cada ano, cada dia e cada minuto o compromisso com a nutrição, a saúde e o bem-estar dos animais e valorizando, como razão de existência, o bem mais precioso que existe: a vida. 133


Angelo Antonio em ação na Copa de Oro Ellerstina

Um cavaleiro do Helvetia nos campos argentinos Angelo Antonio Martins Bastos, primogênito dos quatro filhos de Cabeto Bastos jogou nos campos do Helvetia até 1999, mudou de São Paulo para o Rio Grande e agora joga o polo da Argentina Ele trocou o Helvetia pela estância de Uruguaiana, a convite do pai, Cabeto Bastos para administrar a fazenda no Sul. Angelo não pensou duas vezes, aceitou a proposta na hora. Continuou vindo jogar os principais torneios no Helvetia por algum tempo, com os irmãos João Gaspar, LP e Cachico. Mas aos poucos, a distancia do Helvetia para Uruguaiana foi cansando, e ele já não vinha mais, ficou jogando por lá, um polo de 8 gols no máximo, praticado mais na primavera e verão, porque o inverno é chuvoso, os campos demoram para secar. Na verdade, ficou sem jogar um polo de bom nível por cinco anos. Com o tempo, montou uma boa equipe para administrar a fazenda com gerente, capataz e escritório, o que lhe permitia se ausentar com tranqüilidade pelo período que precisasse sem prejudicar o negócio. Em 2007, Cabeto convidou os filhos para jogar a Copa de Ouro de 22 gols da Ellerstina, na primavera argentina. A primeira vez 134

que os quatro irmãos jogariam juntos na Argentina, representando a equipe Maragata e o polo brasileiro. Venceram o primeiro jogo contra o time dos Novillo Astrada, foi uma euforia... Depois caíram na real, perderam os jogos seguintes, mas deu um resultado compensador para Angelo Antonio, servindo-lhe para observar as virtudes e despertar a vontade de jogar lá. Gostou do nível e do jeito de jogar. No ano seguinte Angelo voltou, desta vez “solito”, mas com apoio total de Cabeto como sempre. Ele comenta: “Meu pai sentiu que gostei e falou – ‘Tu queres jogar na Argentina, tens que ir, vamos para lá!” Foi a partir deste momento que Cabeto começou a investir na Argentina, comprou um mini haras de 70 hectares em Curuzú Quatiá, para criar cavalos a uma hora e meia de Uruguaiana, perto e fácil de cuidar, e depois adquiriu dez hectares em Pilar onde construiu a chácara com campo de polo, campo de taqueio, picadeiro, cocheira, galpão, maquinário e um


Equipe Maragata: Ignacio Novillo Astrada, Angelo Antonio, Felipe Martinez Ferrario e Guilherme Ribeiro

Angelo Antonio: “Jogo polo para me divertir”

Disputa entre Angelo e João Paulo Ganon

apartamento para Angelo na cocheira, uma estrutura completa. Um lugar maravilhoso. Angelo diz: “Comecei a conhecer gente, manter contatos, me associei no Ellerstina para jogar tanto na temporada “chica” como na grande de verão, treinando todos os dias, são 40 jogadores em nove campos, e depois de se anotar, pode calhar até de treinar no mesmo time dos Pieres. Já aconteceu num treino com o time dos Pieres completo contra outro que joga o Aberto, faltar um jogador e eu entrar como quarto para completar. Jogadores de Aberto treinando lá têm mais de dez.” Experiência excepcional para ele, jogar um polo sério como este, e é fato que outros jogadores nossos também tem desfrutado, melhorando o perfil de jogo brasileiro. “O polo do Helvetia em geral melhorou muito, deu um salto depois que começou o intercambio com os argentinos, o mundo começou a olhar para cá, os brasileiros foram comprando e investindo na cria, tanto no alto como no baixo handicap.” Angelo conheceu Paco de Narvaez, ficaram bastante amigos, montaram um time com mais um jogador uruguaio e Pablito Llorente, primo irmão dos Pieres.“ Chegamos na final de um torneio de 20 gols de handicap jogando no Campo 1 de Palermo, grande satisfação para mim. Depois com este mesmo time nos anotamos para jogar o Polo Tour e a Copa de Oro da Ellerstina chegando na semifinal, foi minha primeira temporada completa na Argentina.

“Agora já são quatro temporadas que jogo direto lá, e tenho chegado às finais do Polo Tour – na de outono cheguei na semi, e nas de verão cheguei na final. Sempre com um time de gurizada nova e divertida, nenhum craque de Aberto. É impressionante, em cada torneio desponta um guri de 15 ou 16 anos, já com 4 ou 5 gols de handicap, é incrível como surgem craques novos. Com esforço e muita ginástica estou me mantendo com 5 gols de handicap, mas acompanhar esta gurizada não é fácil.” Angelo vai estrear as cocheiras novas nesta temporada e demorou para se inscrever nos torneios porque na final do Polo Tour da Ellerstina em abril deste ano, caiu do cavalo e quebrou a clavícula. “Estava jogando com o Gallego de 28 anos, o Martinez Ferrario que é um guri de 8 gols, um craque, seu irmão Felipe Martinez Ferrario de 24 anos com 4 gols e um colombiano, Felipe Marquez de 25 anos e 5 gols de handicap. Chegamos na final contra a equipe Las Monjitas do Caumilo Bautista, onde joga o Lucas James de 8 gols e o Nacho Novillo Astrada. No quarto tempo caí sem defesa e quebrei a clavícula. Fui para o hospital fiquei acompanhando o jogo pelo telefone. Subiu no meu lugar um argentino, mas aí já muda tudo, não conhece os cavalos, já muda o clima, não está no calor do jogo. Perdemos no tempo suplementar.” E agora neste final do ano, Angelo já recuperado, montou a equipe Maragata e em jogo eletrizante no Ellerstina Club, chegou à final contra a equipe R.H. conquistando o vice campeonato da Copa de Oro de 22 gols de handicap. A Maragata, além de Angelo, contou com o brasileiro Guilherme Ribeiro de 4 gols, o craque argentino Ignacio Novillo Astrada de 9 gols e o também argentino Felipe Ferrario de 4 gols de handicap. Angelo Antonio finaliza: “Aos 38 anos quero jogar polo de nível, mas principalmente para me divertir, não jogo polo só para ganhar, não vale a pena.” Dá-lhe Angelo! 135


XXV

Scott

junior cup 2014

A nossa copa dos “potrillos” A Copa dos Juniors foi iniciada em 1979 durante a Copa Vogue- Premio Rolex, com o nome de Vogue Junior durante algum tempo, passando a ser denominada Scott Junior Cup devido ao pioneirismo de Ronnie Scott neste tipo de torneios no polo brasileiro

José Eduardo Matarazzo Kalil e os filhos José Henrique e José Guilherme

Afranio Affonso Ferreira e Antonio

Atualmente vários jogadores do alto handicap iniciaram sua carreira nos torneios dos juniors, sendo também importante lembrar da integração entre os jogadores de diferentes regiões do país. Neste ano, disputaram o torneio quatro equipes: ‘São José Polo’ formada por Hugo Guilherme Brun, José Henrique Matarazzo Kalil, José Guilherme Matarazzo Kalil e Pedro Paulo Kalil; ‘Toca do Gato’ formada por Pietro Poltronieri, David Mendes, Antonio Matarazzo Affonso Ferreira e Luiz Ricardo Ribeiro; Orlândia formada por Matheus Silva, Gabriel Bueno, João Torquato e João Pedro Graciano; Casa Verde formada por João Pedro Souza Aranha, Luiz Fernando Souza Aranha Lorenzetti, Luiz Felipe Souza Aranha Mamanna e Leonardo H. G. Horácio. A equipe campeã foi São José Polo vencendo Orlandia na final por 5 a 3. O Concurso de Arreamento mais uma vez teve a colaboração de Mauro Souza Aranha e supervisão de Ronnie Scott.

136

João Pedro e Mauro Souza Aranha



julgamento de cavalos 2014

“Esse Sim” de Guiga Lins foi o vencedor na categoria PSI Em 1979 na Copa Vogue – Premio Rolex, iniciou-se no Helvetia Polo Country Club o “Julgamento de Animais para Polo” idealizado e organizado por Ronnie Scott

Guilherme “Guiga” Carvalho Lins e o vencedor “Esse Sim”

Atualmente o julgamento de cavalos de polo é realizado com a participação de Cria Nacional, Puro Sangue Inglês e Categoria Livre (animais sem pedigree). Este ano novamente a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos de Corrida ofereceu o premio para o animal PSI campeão da categoria, sendo vencedor “Esse Sim” (descendente de Tumble Lark) de propriedade de Guilherme “Guiga” de Carvalho Lins, que também foi eleito como “melhor cavaleiro” na apresentação de funcionalidade dos animais classificados das três categorias.

Campeão Cria Nacional Tipo Médio: Elmo, de propriedade de Sylvio de Andrade Coutinho Neto Grande Campeão PSI – Prêmio oferecido pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos de Corrida: Ringo (Esse Sim), de propriedade de Guilherme Carvalho Lins Campeão PSI – Tipo Domado: Banda Larga, de propriedade de Keiny Silva

Os resultados foram:

Campeão PSI – Tipo Médio: Ringo (Esse Sim), de propriedade de Guilherme Carvalho Lins

Grande campeão Cria Nacional: Lampeão, de propriedade de José Klabin

Grande Campeão Categoria Livre: Carla, de propriedade de Carlos Alberto Mansur Filho

Campeão de Cria Nacional – Domados: Laurent Perrier, de propriedade de Sergio Wasbrot

Campeão Categoria Livre – Tipo Médio: Carla, de propriedade de Carlos Alberto Mansur Fiilho

Campeão Cria Nacional Tipo Leve: Lampeão, de propriedade de José Klabin

Os juízes foram Rafael Villela Rosa e José Luiz de Toledo, da nova geração de julgadores e a realização como sempre de Ronnie Scott.

138










Ousadia

em cada detalhe.

Seja bem-vindo à Decoratto. Um lugar único para explorar as tendências da alta decoração. Em um showroom de 1.200m2, encontre móveis e objetos selecionados para tornar sua casa ainda mais especial.

Rua Humaitá, 873 | Centro | Indaiatuba | SP | T 19 3894 6688 | decoratto.com.br



“Um pedacinho da França em Indaiatuba”

Há doze anos como referência gastronômica na região, o Le Triskell oferece aos apreciadores da culinária francesa os encantadores aromas e sabores da Europa, em um ambiente aconchegante que encanta pela simplicidade e elegância, com o conforto e discrição se manifestando da ambientação ao atendimento. A casa estende agora o requinte que é sua marca registrada para além de suas próprias fronteiras, oferecendo um serviço de buffet para eventos privados e empresariais com o mesmo bom atendimento e esmero no preparo dos pratos, em que cada refeição é vista como uma verdadeira celebração ao paladar. ~

Av. Eng Fábio Roberto Barnabé, 723 • (19) 3934-6408 ~

www.letriskell.com.br |||

(Le Triskell Bistrô)



Relax

Zen O

de Indaiatuba abriga um spa urbano com foco no bem-estar do corpo e da alma. Ele combina terapias com foco no corpo e tratamentos faciais como limpeza de pele, peelings, massagens diversas como a de pedras quentes e drenagem linfática corporal e facial. O seu design é moderno em estilo eclético, decorado com madeira natural, ofurô e iluminação com cromoterapia deixando a atmosfera bem zen e conduzindo a uma agradável sensação de well being. O espaço engloba salas de tratamento individuais, em duplas e o “spa 5 amigas”. O urban beauty conta com uma equipe de esteticistas e fisioterapeutas com atendimento personalizado e diversas técnicas de modelagem corporal com aparelhos de rejuvenescimento facial com peelings e hidroterapia. O espaço promove todos estes tratamentos e mimos graças as franquias serafina estética e a esmalteria nacional que tem técnicas diferenciadas de nail art, para manicure e pedicure, desde as mais clássicas até as mais modernas, todas realizadas em confortáveis poltronas reclináveis. A serafina está em constante evolução e crescimento, expandindo-se pelo Brasil e, em breve, para o exterior, com a mesma excelência na qualidade de atendimento. Todas as suas unidades possuem equipamentos de ultima geração, produtos específicos, testados e controlados pela central, garantindo total padronização e segurança para suas clientes. urban beauty & spa

urban beauty & spa • spa urbano serafina estética especializada indaiatuba (019) 2516-4558 // rua treze de maio, 321 // indaiatuba • www.facebook.com/serafinaesteticaindaiatuba • www.facebook.com/esmalterianacionalindaiatuba • www.esmalterianacional.com • urbanbeautyspaindaiatuba@gmail.com

O urban beauty conta com uma equipe de esteticistas e fisioterapeutas com atendimento personalizado e diversas técnicas de modelagem corporal



FURLONG, prestigiando os 40 anos do Helvetia



Bretas

O sucesso dos empreendimentos imobiliários da Congesa é reconhecido pelo respeito e pela relação sólida e transparente que mantém com cada cliente, oferecendo projetos diferenciados que conquistam a confiança do mercado e se destacam pela qualidade, estilo, pontualidade e inovação. WWW.CONGESA.COM.BR



Morar bem é uma conquista

Viver com qualidade é um privilégio.

Itaoca, um novo estilo no mercado imobiliário. A Itaoca iniciou suas atividades em 2014 visando construir a sua história no mercado imobiliário de forma sólida, confiável e duradoura. Trata-se de uma imobiliária atuante, com um histórico integro e ótimas negociações atendendo e superando às expectativas de seus clientes. A busca pela excelência foi uma das maneiras que a Itaoca encontrou para crescer neste mercado tão competitivo e assim sendo, oferece um atendimento personalizado, que resulta em segurança aos seus clientes em todos os negócios realizados. Ética profissional e transparência são imprescindíveis no mercado imobiliário e esta tem sido a nossa marca. Os resultados alcançados promovem o crescimento sustentável de nossa organização, bem como desenvolve e mantém colaboradores motivados e com alto padrão de desempenho profissional. “Há três tipos de empresas: as que faz as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as que se espantam com o que aconteceu.” autor anônimo A Itaoca está fazendo as coisas acontecerem. Venha fazer parte desta família você também!

antes e depois da execução do novo projeto

www.itaocabrasil.com.br (19) 3801-2031 Rua 13 de Maio, 1153 Cidade Nova Indaiatuba SP n

n


indaiatuba day hospital Um novo conceito em saúde privada já é sucesso na cidade. O Indaiatuba Day Hospital é uma iniciativa inovadora e corajosa do médico Eduardo Pereira dos Santos e Maria Angélica Maschietto dos Santos, que começou em maio de 2011 com 12 médicos, e hoje já são 30

“O

indaiatuba day hospital

é um novo conceito de atendimento hospitalar na região para intervenções de pequeno e médio porte, em que o paciente pode ficar internado até 60 horas, com o que ha mais moderno em atendimento hospitalar em ambiente cirúrgico, oferecendo segurança e qualidade para o paciente”, explica Dr. Eduardo. Atualmente, são 8.500 consultas, 60 cirurgias e 150 procedimentos mensais distribuídos entre endocrinologia, clínica geral, endoscopia, colonoscopia, ginecologia, otorrinolaringologia, dermato-

logia, vascular, cirurgia plástica, gastroenterologia, nefrologia, clinica médica, proctologia, ortopedia e nutrologia. Uma enfermeira chefe coordena técnicos de enfermagem, sendo 30 empregos diretos, fora os terceirizados. “Aqui, você não é mais um na enfermaria. O atendimento é humanizado e personalizado”, conta Dr. Eduardo. O indaiatuba day hospital tem dez consultórios, duas salas de cirurgia, área de recuperação pós-anestésica com três leitos – sendo um de UTI –e quatro apartamentos para internação no térreo, com cama com comando de voz, sistema de TV a cabo, ar-condicionado, wi-fi e cromoterapia.


Atualmente, são 8.500 consultas, 60 cirurgias e 150 procedimentos mensais

As duas salas cirúrgicas do indaiatuba day hospital são uma referência quanto aos padrões de qualidade e oferecem: n Monitorização

Dixtal – aparelhos multiparamétricos – que dão informações contínuas, ligados a um sistema de coleta e banco de dados com sete monitores, onde ficam armazenados os registros das últimas 24/48h do paciente. n Marca passo cardíaco alemão com sistema adesivo, que diminui o tempo de implantação em urgências. n Desfilibrador com monitor digital especial. n Aparelhos de anestesia Dixtal 5010. n Foco de cirurgia francês – Air Liquide com padrão excelente de iluminação no ato operatório. n Mesas de cirurgia com todos os comandos elétricos e radiotransparente para procedimentos com RX. n Macas hidráulicas VALLITEC. n Aparelhagem de Endoscopia e Colonoscopia PENTAX. n Videolaparoscopia STORS. n Arco Cirúrgico tipo arco C (marca GE), aparelho com emissão de radiações ionizantes do tipo raio-x, capacitado para radiografia e Fluoroscopia. n Rede de ar comprimido AIR LIQUIDE, considerada uma das mais seguras do mundo, com menor risco de contaminação para o paciente.

A esterilização dos instrumentos cirúrgicos usa tecnologia de ponta da 3M, e todo o material usado em cirurgias é descartável, o que proporciona maior segurança. Os planos de saúde atendidos são Bradesco Saúde, Unimed Campinas, Seprev, Cassi, Cabesp, Sul America Saúde e Caixa Econômica Federal. Para consultas eletivas, consultar especialidade. indaiatuba day hospital av. fabio ferraz bicudo, 293 jardim esplanada i //indaiatuba (019) 3875-4015 • www.indaiatubadayhospital.com.br









Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.