Talk21 issuu

Page 1

talk Nº 21 • 2014 • R$ 9,90

ARTE Aguilar | Alex Flemming | Cristina Schleder | David Hockney | Frida Kahlo | Gilberto Chateaubriand | Ivald Granato | Os Gêmeos | Pablo di Giulio | Renzo Piano | Santiago Calatrava | Wesley Duke Lee

talk Aguilar Alex Flemming Cristina Schleder David Hockney Frida Kahlo Gilberto Chateaubriand Ivald Granato Os Gêmeos Pablo di Giulio Renzo Piano Santiago Calatrava Wesley Duke Lee

ARTE

cover girl luciana luz por Sérgio saraiva




| Notebook de Claudio Schleder |

O pulo do gato Dirigi a revista Interview de 1977 a 1991 e arte sempre foi um dos assuntos quentes de nossas pautas, que registraram momentos fervilhantes dos talentos daquela geração. O fotógrafo Pablo di Giulio foi o talentoso que clicou esta festa cultural, entrando e saindo de vernissages, clicando artistas e pinturas, visitando ateliers, enfim ele mesmo fazendo performance nas performances. Virou um produto do meio. Nesta edição, TALK dá uma pincelada na obra de Pablo, e conversa um pouco mais de arte.

Diretores Claudio Schleder Fabio Curi

Diretor Editor Claudio Schleder Direção de Arte RL Markossa Colaboradores Redação Bronie Lozneanu Camila Fremder Cosette Jolie Izabel Mandl Melina Schleder Tatiana Sasaki Colaboradores Fotografia Marcelo Spatafora Tábata Schleder Revisão Patricia Mendes

O gato que dormia tranquilamente no sofá da sala resolveu participar da foto de Daniel Senise, que é conhecido como um artista que ativa o imaginário do espectador. Foto de Pablo di Giulio

Diretor Comercial Fabio Curi Gerente de Publicidade Claudio Schleder Filho Contato de Publicidade Rafael Curi Tratamento de imagem e Pré-impressão Ricardo Batista | RL Markossa Impressão e Acabamento Prol Gráfica

TALK é uma publicação de Cover Girl

Luciana Luz

Om.Com Comunicação e Mídia Manager Publicidade Redação e Administração

Foto

Sérgio Saraiva

Rua Jerônimo da Veiga 428 Cj.: 82 – CEP: 04536-001 Tel.: 3078-7716 – São Paulo – SP

Make&Hair

Wendel Cunha Styling e produção de moda

Juliana Bilenky & Melina Schleder

TALK não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constam no expediente não têm autorização para falar em nome de TALK ou a retirar qualquer tipo de material se não tiverem em seu poder uma carta em papel timbrado assinada pelo diretor.


SĂ­mbolo de ExcelĂŞncia

CONHEÇA AS LOJAS WORLD WINE: SĂƒO PAULO: Jardins - Rua Padre JoĂŁo Manuel, 1269 - Tel. (11) 3085-3055 - Itaim - Rua Amauri, 255 - Tel. (11) 3168-1255 Vila OlĂ­mpia - EAT... EmpĂłrio Restaurante Av. Dr Cardoso De Melo, 1191 - Tel. (11) 5643-5353 s RIBEIRĂƒO PRETO: Boulevard Rua JoĂŁo Penteado, 420 - Tel. (16) 3931-6008 s RIO DE JANEIRO: SĂŁo Conrado - Shopping Fashion Mall - 1Âş piso 4EL s TELEVENDAS: 4003-9463 (capitais) ou 0800-880-9463 (demais localidades) s VENDAS CORPORATIVAS: s VENDAS ONLINE: WWW WORLDWINE COM BR s FANPAGE: facebook.com/worldwinebrasil


| conteúdo |

34

Vivendo no futuro

Arquitetos visionários, todos eles se destacam pelo arrojo de estilo, criando instigantes formas para o amanhã

42

Aquarela em Paris

Um tour nos museus, momentos marcantes na capital

46

Temas, períodos e movimentos

Antonia Bergamin e Thiago Gomide dirigem uma galeria peculiar, sem elenco fixo, aberta a artistas jovens ou consagrados

50

Frida Kahlo. Natureza viva As imagens revelam passagens da vida de Frida Kahlo e ampliam a dimensão sobre o seu trabalho

60

O Código Saint Laurent Primeiro havia Chanel, depois Balenciaga, depois Dior... Mas Saint Laurent virou as melhores páginas da moda

66

70

São dois séculos de inquestionável elegância. A BB faz roupas para homens que acreditam que tradição não é apenas uma sisuda definição do dicionário

Alçado ao topo da hospitalidade de luxo, o Mandarin Oriental de São Francisco é referência e determina o padrão de estilo e sofisticação na cidade

O Homem da Camisa Brooks Brothers

Um bonde chamado desejo



| the talk of the town |

Papo que não existe

M

inha amiga parisiense está numa fase em que só pensa em arte. Me ligou dizendo que aterrissava na manhã seguinte e queria que eu conseguisse o catálogo com a programação da Bienal de São Paulo. Ela tem andado muito em Paris com uma turminha de Saint Germain ligada em arte contemporânea. Nadica de nada de impressionistas d’Orsay ou de múmias do Louvre. Até seus famosos happy hours regados a champagne, agora acontecem nas travessas do Beaubourg no Halles. E a doida chegou bem preparada, até descobriu o tema da bienal de pindorama e já usa o button na lapela de seu tailleurzinho azul Chanel – dos tempos de Mlle. mesmo – sei lá com quem ou onde ela conseguiu! Quando

8

|

ela me contou do tema escolhido pela curadoria do britânico Charles Esche, “Como Falar de Coisas que Não Existem”, achei que era mais uma pegadinha dela. Com a corda toda ela retrucou; “C’est vrai ma chère, e você já viu o postééér? É uma tôrrre movida à força humaine, do artiste indien Prabhakar Pachpute, que nasceu em Chandrapur e habite e travaille em Mumbai.” Meu Deus, só faltava essa... Imediatamente lembrei a ela da trágica experiência da Bienal de 2008, idealizada pelo curador Ivo Mesquita e intitulada “Em Vivo Contato” – onde será que eles acham estes nomes? – tenho quase certeza que eles estavam mesmo é sem dinheiro, pois ele propôs um andar inteiro sem obras como forma de questionar uma “crise no sistema de arte”. Quando chegamos lá – horror! – o espaço vazio foi invadido por pichadores no dia da abertura. “Non, non, non, discordo de toi!” diz ela, “pelo menos valeu: uma personne do grupo foi presa logo après e ficou en prison pour cinquante jours. Quelle performance d’art!” Bom, este ano parece uma coisa mais humana, uma torre de babel com pernas, o que isso significa? Será que a torre humana vai sair correndo pela marquise do Ibirapuera, tipo parangolé do Oiticica? Ela gosta: “Super, chérie, très, très bonne idée...” “Como Falar de Coisas que não Existem?” As diversas crises políticas, sociais, religiosas, econômicas e ecológicas que vivenciamos, existem sim! A parisiense me lembrou: “Está te faltando um petit peu de poesie... Você anda muito virada com a vie. La joie de vivre é anárquica, enganosa e inconstante. Une condition très moderne!” Nossa, que enxerida, depois de velha virou intelectual. Parece que decorou o catálogo da exposição! Pera aí, eu já vou dar uma rasteira nela, vai ser fácil, é só balbulciar uma palavra mágica: c-h-a-m-p-a-g-n-e, e ela vai atender mais lépida que qualquer torre humana. E aí corremos as duas para o bar do restaurante do MAM, espocamos o champagne brindando na frente do magnífico jardim de esculturas, e cada toast dedicamos a um peso pesado da arte. A parisiense anunciando em alto e bom som no salão: “Pour Picasso! Pour Matisse! Maintenant pour Braque!” E quando as mesas em volta não tiravam os olhos de nós, para acabar com a performance da louca, gritei a plenos pulmões: “Um último toast pelo penico do Duchamp!” – Cosette Jolie



| talk show |

10

|


Chic parisiense em estado puro

E

m 1854, foi lançado nos Champs Elysées um hotel particular de estilo haussmanniano no número 42 da Avenida Gabriel. Um endereço emblemático, a meio caminho da Avenida Montaigne e da Rua de Faubourg Saint Honoré, a dois passos da Place de La Concorde e do Palácio de L’Elysée, e com uma vista maravilhosa dos mais belos edifícios da capital. Agora os Hoteis La Réserve resgatam este endereço cobiçado e ampliam seu portfólio com um Hotel e Spa que abre suas portas no outono.

O decorador Jacques Garcia soube preservar todo estilo refinado do chic parisiense, com tecidos adamascados, tafetás de seda, couro de Cordoba, parquet Versailles, peças de antiquário escolhidas a dedo, laca negra, luminárias recobertas de veludo, tudo contribuindo para uma atmosfera de discreto requinte. As suítes se compõe em tons de bronze, beige, parma e rosa chá, são espaçosas e o mobiliário é de antiquário e desenhado com exclusividade para compor com as molduras de época, frisos esculpidos, típicos do bem viver do século XIX, criando uma atmosfera de imediata serenidade e bem estar. Endereço confidencial, o La Réserve Paris -Hotel e Spa é para ser usufruído

como um clube particular. Seus hóspedes têm acesso a livros de uma biblioteca exclusiva, nadam numa piscina de dezesseis metros de comprimento e saboream uma cozinha de estação autêntica. O concierge terá o maior prazer em planejar uma estadia sob medida para hóspede com visitas às galerias de arte, teatros, museus e noites na ópera. Também fazem parte desta experiência exclusiva, cruzeiros privativos no Rio Sena, endereços confidenciais dos criadores de moda, ateliers particulares de designers, tudo para que sua estadia seja inesquecível. Paris está a seus pés! lareserve-paris.com

Paris toujours: romântica e elegante, chic e boêmia... A meio caminho entre Avenida Montaigne e Rue du Faubourg SaintHonoré... É Paris como um estado de espírito, um estilo de vida... No hotel não há recepção clássica, os clientes são recebidos pessoalmente... Conduzidos para seus quartos sentem-se imediatamente à vontade, como se chegassem numa casa de amigos... E que casa! Único em seu conceito conforme desejo de seu proprietário Michel Reybier, o La Réserve Paris-Hotel e Spa cultiva o verdadeiro espírito clubstyle

| 11



“Aonde quer que eu vá, levo comigo a tranquilidade, o conforto e a segurança.”

Tranquilidade e segurança são tão importantes para você quanto o requinte e a sofisticação. Pensando nisso, a Chubb Seguros, uma das maiores seguradoras mundiais e a mais antiga em operação na América Latina, desenvolveu há mais de uma década o Auto Quality Protection Platinum. Um seguro para automóveis diferenciados com coberturas e benefícios especiais, como você.

Consulte seu corretor ou ligue 0800 703 66 65 • www.chubb.com.br


| talk show |

Cocoon privé

E

las são três amigas, Andrea Filgueiras, Karina Almeida e Viviane Ferreira, absolutamente low profile e estenderam esta filosofia para a Cocoon, uma “joalheria de família”, um sonho que as três idealizaram há quatro anos. “O papel do casulo na natureza é vestir de seda a larva, que se transformará em uma exuberante borboleta”, é a filosofia da joalheria. Cada joia capta a essência da cliente. Esta expertise é dividida pelas sócias, pois Andrea e Karina, gemólogas de formação se ocupam da criação das peças e Viviane faz o marketing, já que tem em seu background vários anos em vendas na Tiffany. Para Andrea, “as criações são super femininas, inspiradas na emoção do dia-

a-dia. Pode ser uma textura da natureza, uma peça vintage ou um item de moda. Nós queremos sempre preservar a tradição da joalheria antiga acrescentando toques contemporâneos.” As moças sempre iniciam o processo de criação com a escolha de um tema. Em seguida escolhem as pedras e os materiais que se encaixam na ideia, e pouco a pouco chegam ao formato elaborando um desenho técnico para o ourives. O grande diferencial é o atendimento personalizado com hora marcada, como um chá entre amigas, criando para elas joias “su misura” que podem até virar coleções, num resgate do antigo atelier do joalheiro.

Viviane, Karina e Andrea lançam a Cocoon mundo afora, retratada pelo Financial Times como "The insiders place to go in São Paulo” e num destaque da revista Wallpaper

studiococoon.com.br

foto Tinko Czetwertynski

14

|



IBACH (SUÍÇA), 1891

CORAGEM Em 1890, o Conselho Federal da Suíça determinou que os soldados do país deveriam ser equipados com um canivete. Karl Elsener, nosso bisavô e fundador da Victorinox, tomou a iniciativa, ofereceu seus serviços e conseguiu o primeiro grande contrato para sua pequena oficina em Tobelbach. Entretanto, ele sabia que não conseguiria produzir o volume necessário sozinho. Por isso com a ajuda de seus amigos cuteleiros fundou a Associação de Mestres de Cutelaria da Suíça. Juntos conseguiram pela primeira vez equipar os soldados suíços, com canivetes produzidos no país. Alguns anos mais tarde, ele criou um novo tipo de canivete, com mais funções, mais leve e mais elegante. Foi o primeiro Canivete Suíço. Nos últimos 130 anos, o Canivete Suíço é intimamente associado à Victorinox e incorpora a coragem que inspirou nosso bisavô a abrir um novo caminho, dando um passo a cada dia, todos os dias. Carl Elsener, CEO da Victorinox AG, março de 2014 Venha conhecer nossos 130 anos de história em victorinox.com

/victorinoxdobrasil Acesse nossa loja virtual www.victorinoxstore.com.br e confira todos os produtos Victorinox

SWISS ARMY KNIVES CUTLERY TIMEPIECES TRAVEL GEAR FASHION FRAGRANCES I WWW.VICTORINOX.COM



» ESSENCIAIS « A Haute-Couture veste a Veuve Clicquot A Veuve Clicquot apresenta sua nova coleção feita sob medida, a Rosé Couture, inspirada na haute-couture. A Couture Box e Kit Couture caem como uma luva com o design pespontado, um must para presentear em uma delicada embalagem térmica que mantém a temperatura do champagne perfeita para consumo por até 2 horas. A haute-couture combina com champagne desde as festas de Marie Antoinette, e o resultado é o apaixonante Rosé Couture da Maison Veuve Clicquot, reconhecida pela excelência na elaboração de seus champagnes, dona de um savoir faire que a tornou o brinde predileto das passarelas parisienses.

Chá com rosas

O drawing room do hotel campestre e spa de luxo Coworth Park em Berkshire, a 45 minutos de Londres, propõe o tradicional chá da tarde numa nova versão diretamente inspirada na vista do seu campo de flores. É uma infusão de chás de sabor clássico, introduzindo ervas nativas menos conhecidas e flores do seu jardim como a Sweet Cicely. Para acompanhar, uma seleção de pequenos sanduíches e scones, complementados por compotas caseiras sazonais.

18

|

Também são servidas deliciosas tortas de chocolate amargo Valrhona com mel Royal Berkshire e flores selvagens; Black currant and Violet, bolo leve e úmido de amêndoas coberto com cassis e mousse de violeta, decorado com violetas cristalizadas; Raspberry and Rose Fancy, que é uma leve camada de bolo intercalada com framboesas e rosas, uma das misturas favoritas dos ingleses, que combina perfeitamente com o jardim de rosas do Coworth Park.


AF - LE_VIN_REV_GOWHERE_205X275_CASTELO.pdf

1

26/07/12

17:08

www.levin.com.br (11) 3081-3924 Alameda Tietê, 184 Le Vin Jardins:

(11) 3668-7400 Rua Armando Penteado, 25 Le Vin Higienópolis:

(11) 3168-3037 Rua Pais de Araújo, 137 Le Vin Itaim:

(21) 3502-1002 Rua Barão da Torre, 490 Le Vin Ipanema:

Loja 152 - (21) 2431-8898 Av. das Américas, 4.666 Barra Shopping Le Vin Barra da Tijuca:

(61) 3028-6336 SAI/SO Área 6.580 CCCV Espaço Gourmet Le Vin Park Shopping Brasília:

Certas coisas você só encontra na França. SÃO PAULO

RIO DE JANEIRO

B I ST

BRASÍLIA

RO

vinhos em um de nossos 6 endereços. Conheça os sabores da culinária francesa e desfrute dos melhores

Mas há 12 anos você encontra no Brasil o melhor da culinária francesa. Le Vin Bistro.

La Vallée de la Loire La Vallée de la Loire

Mas há 12 anos você encontra no Brasil o melhor da culinária francesa. Le Vin Bistro. Conheça os sabores da culinária francesa e desfrute dos melhores vinhos em um de nossos 6 endereços.

B I ST

RO

Certas coisas você só encontra na França. SÃO PAULO

Le Vin Jardins: Alameda Tietê, 184 (11) 3081-3924

Le Vin Higienópolis: Rua Armando Penteado, 25 (11) 3668-7400

RIO DE JANEIRO

Le Vin Itaim: Rua Pais de Araújo, 137 (11) 3168-3037

Le Vin Ipanema: Rua Barão da Torre, 490 (21) 3502-1002

www.levin.com.br AF - LE_VIN_REV_GOWHERE_205X275_CASTELO.pdf

1

26/07/12

17:08

Le Vin Barra da Tijuca: Barra Shopping Av. das Américas, 4.666 Loja 152 - (21) 2431-8898

BRASÍLIA

Le Vin Park Shopping Brasília: Espaço Gourmet SAI/SO Área 6.580 CCCV (61) 3028-6336






De olhos bem abertos

O que mais chama a atenção nos retratos de Pablo di Giulio é a cumplicidade que ele tem com os seus retratados, os artistas entregues à sua magia por bronie lozneanu

"Pablo" by Ivald Granato

P

ablo bem jovem teve contato com três culturas bem distintas. Ele nasceu em Buenos Aires em 1957, aos sete anos de idade, veio morar no Brasil e adolescente retornou a Argentina no período áureo da ditadura, mudando de ares em 1981 para estudar cinema em Paris. Em 1982 retornou a São Paulo e foi assistente da fotógrafa Vania Toledo por dois anos. Enquanto aprendia o métier, Pablo que tinha inclinação pelo retrato mas achava um caminho difícil para um principiante resolveu então começar a reproduzir fotos de obras de arte, e logo esta decisão iria mudar a sua vida e colocá-lo em contato com uma brilhante geração de artistas que agitavam a cena dos anos oitenta. Foi o ultra performático Ivald Granato que o adotou e abriu as portas de novos artistas para Pablo, e ele não só podia registrar seus trabalhos como retratá-los para revistas que faziam história da época como a Interview, registrando todo um novo cenário fervilhante de energia e talentos. Em todos os eventos de galerias fundamentais como a Sub -distrito do marchand João Satamini ou a Galeria São Paulo da marchand Regina Boni, a Luisa Strina e a Monica Filgueiras, Pablo estava lá, envolvido e retratando tudo com a energia de quem abraça um projeto de vida. Ele registrava a festa cultural, vernissages, artistas, quadros, performances e visitas aos ateliers, enfim aos poucos nascem todas estas obras que formam um monumental retrato das três décadas de arte na metrópole, composta por mais de cem artistas.

24

|

Paralelamente com as exposições Pablo passa a colaborar com todas as revistas de comportamento e lifestyle, Vogue, Playboy, Uma, Raça e Travel In, sempre com um olhar autoral e com total liberdade para criar. Em 1991 realiza sua primeira individual “Sobre Deuses e Heróis” na Galeria Paulo Figueiredo, um mergulho na mitologia grega através da obra de Junito de Souza Brandão. Logo depois começa a trabalhar na Pinacoteca com Emanuel Araújo, onde também tem a possibilidade de desenvolver um trabalho autoral e fazer várias exposições: em 2000 realiza a individual “Arpoador” onde retrata os habitantes do morro da zona norte que descem e invadem as areias nobres do Arpoador. Em 2008 ele volta com uma grande exposição “Retrato ou auto-retrato?”, a síntese de mais de vinte anos registrando o universo das artes visuais e seus artistas. Segundo o crítico e pesquisador de fotografia Rubens Fernandes Junior, “Nada escapa ao olhar atento e perspicaz de Pablo, olhos iluminados, olhos fechados, mas abertos para a imaginação, as texturas, a relação entre transparência e opacidade. Enfim tudo converge para o olho do fotógrafo que materializa em imagens aquele momento de cumplicidade criativa”. Foi neste ano também que Pablo fechou um ciclo de sua vida com esta exposição e parte para outro ousado projeto, abrindo em conjunto com Monica Vendramini, a FASS, uma galeria de fotografia voltada para fotos vintage, com trabalhos do início do século XX até a década de setenta, um resgate da memória de todo o continente, com artistas consagrados como Martin Chambi, Horacio Coppola, German Lorca, Jean Manzon, Luis Carlos Barreto e Fernando Lemos. Uma trajetória que julgo exemplar para quem se profissionalizou mergulhando no universo das galerias de arte. Pablo continua tomado por este projeto e quer achar tempo para expor fotos que realizou em 2007 numa viagem à China.


“O ateliê do Aguilar era efervescente e o centro de um furacão em constante atividade, era só ir chegando numa boa. Ele é pintor, videomaker, performer, escultor, escritor e músico. Precisa mais? Autodidata, abriu a cabeça de muita gente nos anos 80”

| 25


| pablo di giulio |

“Cliquei o Alex Flemming em uma das suas passagens por São Paulo no inicio dos 90, quando realizava pinturas de caráter autobiográfico, se utilizando de vários suportes como cadeiras, poltronas e às vezes até sua próprias roupas” 26

|


“O célebre ateliê do Granato da Henrique Schaumann em frente ao McDonald’s na década de 80 dispensa apresentações. Quem passava por alí a qualquer hora do dia ou da madrugada podia bater na porta e entrar numa viagem sem escalas e sem destino certo, que saudade!”

| 27


| pablo di giulio |

“Os Gêmeos eu fotografei no ateliê deles no Cambuci, na mesma casa onde moravam com os pais, tudo superfamília. Os irmãos começaram grafitando seus bonecos de cabeção amarelo nos muros e viadutos da cidade, e hoje fazem um sucesso planetário, tipo Tate Modern e Louvre”

28

|


“Fotografei o Gilberto Chateaubriand sentado na mesma cadeira onde sentou Churchill na coroação da Rainha Elizabeth. Gilberto foi àquela cerimônia com seu pai, Assis Chateaubriand, levando com ele o famoso colar de esmeraldas, presente para a Rainha”

| 29


| pablo di giulio |

“Leonilson, calmo e atencioso em seu ateliê, em um dos seus últimos retratos. Cedo começou a fazer uso de costuras e bordados, que passaram a ser recorrentes em sua produção, e cada peça realizada por ele era construída como parte de um diário íntimo” 30

|


“Wesley Duke Lee em sua casa em Santo Amaro. Nada saía do lugar e uma parte das prateleiras não podia nem ser espanada, como no ateliê de Leonardo, o pó e as teias de aranha criando no tempo”

| 31


BOSS Stores São Paulo Brasília Belo Hor


rizonte Rio de Janeiro Recife Porto Alegre


City of Arts and Sciences, pura ficção O trabalho do arquiteto Santiago Calatrava foge às classificações, pois é uma mistura única de arquitetura, engenharia e escultura. Seus prédios já nascem fotogênicos e icônicos. Nesta Cidade das Artes e das Ciências, ele conseguiu criar todo um mundo novo em Valencia às margens do rio Turia no distrito postal de Nazaret. O complexo se constrói a partir do prédio principal Palau de las Artes, do planetário L’hemisfèric, do museu de ciências chamado Principe Felipe e do L’Umbracle, uma longa promenade de concreto com abóbodas envidraçadas, marca registrada de Calatrava, com cerâmica de Valencia com formas orgânicas de ossos, lembrando e referenciando o grande arquiteto catalão Gaudi.

34

|


Vivendo no futuro Arquitetos visionĂĄrios, todos eles se destacam pelo arrojo de estilo, criando instigantes formas para o amanhĂŁ

| 35


36

|


Petronas Towers, desafiando a gravidade Situadas no Extremo Oriente, em Kuala Lumpur na Malásia, as torres Petronas conseguiram destronar Nova York e Chicago como a meca dos arranha-céus, atingindo a estonteante altura de 452 metros, acima do triângulo de ouro da capital. Sua estrutura de aço recheada de concreto produz um efeito de leveza ao mesmo tempo gótico. O escritório de arquitetura de Cesar Pelli, argentino naturalizado americano, conseguiu desafiar a lei da gravidade nos anos 1990 e resolver o quebra cabeça que dá sustentação a esta construção monumental com ares de Flash Gordon. Elas se tornaram o símbolo das aspirações econômicas da Malásia e remetem à tradição budista dos pagodes através de sua geometria.

| 37


High Desert House, um fóssil hightech O arquiteto Kendrick Bangs Kellogg resolveu respeitar a paisagem de Palm Springs no deserto da California e encaixou sua casa de ficção científica dentro do solo árido. Durante quinze anos a partir de 1989, ele criou a espinha dorsal de um arenque, casca básica que deu-lhe uma forma escultural. Debaixo de cada aresta se encontram os vidros temperados das janelas, que mantém o seu frescor, as portas também ficam abertas durante a noite para garantir a ventilação, pois a temperatura externa pode atingir 49 graus centígrados! Toda a estrutura interna foi esculpida à mão, desde o mosaico do banheiro montado com pedrinhas do deserto, até os batentes das portas feitos em bronze criando um esqueleto que sustenta o concreto, como se fosse um fóssil pré-histórico.

38

|


| 39


Spaceship House, uma casa para Austin Powers A Austrália já é um país abençoado por uma incrível paisagem com costas recortadas de tirar o fôlego. Na década de 1960, o genial arquiteto Eugene Van Grecken resolveu construir perto de Sydney, sua peculiar arquitetura nas colinas Bayview, a 153 metros acima do nível do mar. Foi um desafio tão vanguardista que não havia engenheiro para aprovar o projeto, pois suas colunas em forma de bumerangue sustentam a nave espacial apenas pela gravidade. As janelas são monumentais permitindo-se observar todas as velas brancas dos barcos no horizonte. Dramaticamente moderna, a casa espacial personificava toda uma visão otimista do futuro da arquitetura, e seu interior lembra todos os clássicos do cinema de aventura, de James Bond a Austin Powers.

Tjibaou Cultural Center, a aldeia de palmeiras Designers têm muito a aprender com o arquiteto Renzo Piano, pois ele soube imaginar o futuro com uma genuína ressonância do passado. O líder pacifista Jean-Marie Tjibaou foi um batalhador para o reconhecimento da cultura Kanak, que foi marginalizada pelo governo francês. O centro desta estreita península de Nouméa na Nova Caledônia deságua numa lagoa azul. Renzo Piano construiu o Centro em 1998 inspirado nestas aldeias e seus ramos de palmeiras, com espaços abertos para ventilação que permitem que a estrutura resista aos ciclones tropicais com ventos de mais de 220 km/h. Seu layout tem estrutura curva com 150 metros de comprimento, e é composto por dez pavilhões cônicos de diferentes dimensões baseado nas construções tradicionais de Kanak.

40

|


Swiss Re Hq, ogiva art déco Quando o Swiss Re Hq foi inaugurado em 2004, se tornou um ícone instantâneo na paisagem de Londres. Criado pelo escritório Foster & Partners, se situa no número 30 da Mary Axe St no coração da city. Desenvolvido no formato de uma ogiva, mas com delicados detalhes de vidros temperados e coloridos que quase lembram um objeto art déco, mas que é na realidade um engenhoso sistema para economia de energia que consegue diminuir o consumo em 50%. Outra surpresa agradável se encontra no bico da ogiva, um restaurante onde os visitantes usufruem da vista de 360 graus, um dos melhores panoramas da cidade. Ele ganhou o título de primeiro arranha céu “verde” londrino inaugurando uma nova era na arquitetura da velha Europa.

| 41


Um tour nos museus, momentos marcantes na capital

P

aris é encantadora, como uma bela mulher cheia de charme. Com dois mil anos de história, a capital se descortina em monumentos históricos e marcos arquitetônicos. Destino cultural por excelência, ela possui um número incalculável de museus, começando pelas grandes instituições até espaços pequenos e insólitos que poucos têm o privilégio de conhecer. O que propomos é um tour por alguns museus de arte marcantes da capital: para os amantes de arte moderna e contemporânea o Centro Pompidou é imprescindível; para os ligados em história da arte e arquitetura, a direção do Louvre é a coisa certa; e para os loucos pelo Período Impressionista, a visita à antiga estação ferroviária D’Orsay é obrigatória. A essência destes batimentos monumentais foi capturada com sensibilidade e perfeição nos sketches e aquarelas de Fabrice Moireau que preservou o lado romântico de Paris. O artista é um diletante que adora capturar durante suas jornadas os aspectos culturais e etnográficos dos lugares por onde passa. Ele é particularmente sensível à herança arquitetônica, e ama retratar a natureza, as plantas e jardins que acompanham estes monumentos. Ele preza a atmosfera dos locais, e seus desenhos capturam a luminosidade dos sítios retratados em diferentes horas do dia. Não é à toa que ele seja graduado pela École Nationale Supérieure des Arts Appliqués et de Métiers d’Art em Paris.

42

|


O Louvre tem quase mil anos, pois foi inicialmente erguido no ano de 1190 como um forte, e no século XIV passou a ser uma agradável residência real. Sob o reino de François I se transformou num palácio da Renascença e sob Catherine de Médicis ganhou contornos de uma cidadela real com o Jardim das Tulherias. Passou a ser um museu no ano de 1793 no período revolucionário e já possuía uma vasta coleção de obras de arte que remontam ao século XV. É sob Napoleão III que o Louvre adquire seu aspecto atual com a construção da ala Denon ao lado do rio Sena, e da ala Richelieu no lado da Rua Rivoli. A pirâmide de vidro de autoria do arquiteto I.M. Pei esgueirou-se entre os monumentos do passado, e é claro, também causou polêmica, e hoje forma um link entre os séculos e a contemporaneidade. Isto é uma característica constante na cidade luz, onde história e modernidade andam de braços dados.

| 43


O Centro Georges Pompidou está no coração histórico de Paris, pertinho do antigo mercado Les Halles e do Hotel de Ville. Para criar o grande espaço expositivo de arte moderna e contemporânea, o arquiteto italiano Renzo Piano e o britânico Richard Rogers decidiram colocar as entranhas do prédio para fora. Escadas rolantes, tubos e dutos de ar condicionado ganharam cores e vidas segundo suas funções: azul para o ar condicionado, vermelho para a circulação, verde para o encanamento e amarelo para a eletricidade. Pequeno detalhe: quando o Beaubourg ficou pronto em 1977, gerou uma onda escandalosa de protestos, só comparável ao outro grande monumento da capital, a Tour Eiffel.

44

|


O Museu d’Orsay era uma antiga estação de trem repaginada para abrigar os mestres do Impressionismo. Ela foi construída no final do Século 19 para celebrar a glória das estações ferroviárias e suas incríveis locomotivas. Hoje o vapor das caldeiras foi substituído pelas obras de Gauguin, Van Gogh e Monet. Há um grande silêncio no lugar do burburinho do apito dos trens chegando às plataformas. O quadro de Van Gogh “L’Église d’Auvers-sur-Oise” está pendurado na parede no lugar dos posters que anunciavam a cidade de Arcachon e os benefícios das férias à beira-mar. O presidente que encomendou a transformação da estação em museu era de direita, o seu sucessor que completou a tarefa era de esquerda. E assim é regida a República Francesa.

| 45


Temas, perĂ­odos e movimentos 46

|


A

Antonia Bergamin e Thiago Gomide dirigem uma galeria peculiar, sem elenco fixo, aberta a artistas jovens ou consagrados

Galeria Bergamin inaugurou com uma retrospectiva do artista gaúcho Iberê Camargo, criada por Jones Bergamin, diretor da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro no ano 2000. Ela serviu por vários anos como uma extensão da tradicional casa de leilões carioca, ocupando um imóvel dos anos 50 projetada por Vilanova Artigas nos Jardins. Nos primeiros anos, ela ainda buscava sua identidade. Entre 2001 e 2005, André Millan se associou e realizou mostras de Mira Schendel, Lygia Pape, Tunga e Miguel Rio Branco. »

| 47


» A Bergamin neste período também produziu exposições coletivas com curadores convidados: Lisette Lagnado realizou a curadoria de “Através” um dos seus momentos mais históricos, mostrando pela primeira vez a “Tteia”, talvez a obra-prima de Lygia Pape, hoje instalada permanentemente no Inhotim. Foi um período fértil, com individuais de artistas como José Resende, José Bento, Aluísio Carvão, Alair Gomes, Carlos Vergara, Milton Dacosta e coletivas marcantes como “Arte Cinética”, “Os Modernistas”, “As Bienais” e a exposição “Nus”, em parceria com a galeria Fortes Vilaça. Em 2012, Antonia Bergamin, filha de Jones, assumiu a direção da galeria junto com Thiago Gomide inaugurando sua nova fase. Thiago iniciou sua carreira no mercado de arte com uma pequena galeria de mobiliário moderno brasileiro em sua cidade natal, Belo Horizonte. Estudou

48

|

fotografia, pintura e história da arte com Paul e Jenny Saville em Oxford, em 2002. No mesmo ano uniu-se a Bernardo Paz e foi fundamental no processo inicial de construção e criação do Inhotim onde se estabeleceu como gerente de exposições até 2007.

O projeto arquitetônico propõe uma aproximação geométrica simples, porém radical de distinção entre os espaços. A área expositiva leva ao extremo a ideia do “cubo branco”, os usos que a ela se acoplam surgem como espaços negativos


Antonia trabalhou com o pai até 2012, estudando, observando e viajando para todas as maiores feiras e exposições de arte do mundo. A partir de agora lança voo solo, ao lado de Thiago, em projeto carregado de frescor e inovação. Os novos sócios definiram o perfil da galeria: especializada em vendas privadas para comercializar obras de artistas brasileiros e estrangeiros, com foco no período pós-guerra. Além disso, visando interromper a ligação da galeria com a casa de leilões, optaram por uma mudança de endereço. Este movimento resultou na inauguração em 2013 de um novo espaço na Rua Oscar Freire. Por ser uma galeria de mercado secundário, não tendo elenco fixo, a Bergamin lança mão de liberdade para trabalhar com um grande número de artistas, consolidados ou jovens, brasileiros ou estrangeiros. Essa liberdade também possibilita a organização de exposições de diferentes temas, períodos e movimentos.

Inicialmente a galeria vai seguir um cronograma de três exposições por ano e participar das duas principais feiras do país – Arte Rio e SP Arte e feiras internacionais. Ela possui um acervo notável, que vai de artistas como Nelson Leirner a Beatriz Milhazes, Tunga à Antonio Dias, e muitos outros expoentes da arte brasileira contemporânea. O projeto arquitetônico ficou sob o comando de Juan Pablo Rosenberg e Marina Acayaba e propõe uma aproximação geométrica simples, porém radical de distinção entre os espaços. Enquanto a área expositiva leva ao extremo a ideia do “cubo branco”, os usos que a ela se acoplam surgem como espaços negativos. Esta abordagem radical, dura e abstrata confere caráter ao lugar.

www.galeriabergamin.com.br

| 49


Com duração até novembro, estará no Brasil uma exposição que retrata Frida com uma extensa coleção de fotografias, que revelam particularidades da infância, dos pais, da arte e dos seus relacionamentos, e de suas crenças políticas e sociais, no Museu Oscar Niemeyer (MON) em Curitiba

Frida Kahlo Natureza viva As imagens revelam passagens da vida de Frida Kahlo e ampliam a dimensão sobre o seu trabalho por Adriana Calabró

“N

ão vim aqui para brincadeira. Eu tenho que ganhar a vida e fiz algumas pinturas que eu quero que você veja com um olhar profissional. Não posso ir adiante só para satisfazer a minha vaidade, então me diga diretamente se sou boa o suficiente, se vale a pena continuar”. Essa frase, dita por Frida K ahlo, aos 18 anos, ao grande muralista mexicano Diego Rivera, fala muito sobre ela. Ousadia, coragem e uma profunda conexão com a qualidade artística, somadas a uma história de vida

50

|

pontuada por acontecimentos trágicos, já fariam de Frida uma personagem interessante. Mas é o valor de sua arte, o mesmo que Rivera imediatamente percebeu ao concordar em avaliar as obras da jovem pintora, que atravessou o tempo e, ainda hoje, faz com que ela seja um ícone da expressividade artística latino-americana. As pinturas de Frida, muitas delas autobiográficas, são um reflexo da intensidade com que viveu sua curta vida. Desde muito cedo, teve de lidar com as sequelas físicas de um acidente »


| 51


Ousadia, coragem e uma profunda conexão com a qualidade artística, somadas a uma história de vida pontuada por acontecimentos trágicos, já fariam de Frida uma personagem interessante. Mas é o valor de sua arte que faz com que ela seja um ícone da expressividade artística latino-americana

» que a fez passar por 35 cirurgias e deixou em seu corpo marcas indeléveis, como a infertilidade. Além disso, o relacionamento com Diego Rivera, que sempre foi um conto de fadas às avessas, a fez passar por momentos de traição, angústia e, principalmente por um amor tão forte como a personalidade de ambos. A partir de julho, e até novembro, estará no Brasil uma exposição que retrata Frida Kahlo, não exatamente por meio de seus quadros mas, sim, por uma extensa coleção de fotografias, vistas pela primeira vez apenas em 2007, que revelam particularidades da infância, dos pais, da arte e dos relacionamentos de Frida, bem como de suas crenças políticas e sociais. A mostra, composta por 240 imagens, será exibida unicamente no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, mas ao que tudo indica, vale a visita. De acordo com o curador Pablo Ortiz Monasterio, “o acervo reflete de maneira clara os interesses da pintora: a família, o seu fascínio por Rivera e os seus outros amores, o corpo acidentado e a ciência médica, os amigos e alguns inimigos, a luta política e a arte, os índios e o passado pré-hispânico, tudo isto revestido da grande paixão que teve pelo

52

|

México e pelos mexicanos”, afirma. De fato, tanto as pinturas feitas ao longo da vida atribulada, como as fotos que revelam sua história real, transpiram a essência original e intensa de Frida. A artista morreu jovem, aos 47 anos, e foi apenas um ano antes que ganhou a primeira grande exposição em sua terra natal. Nesse evento, na Galeria de Arte Contemporânea da Cidade do México, houve um acontecimento que surpreendeu os visitantes. Frida Kahlo, usando o tradicional traje mexicano, uma de suas marcas registradas, chega de ambulância e, após ser carregada em uma maca, é instalada na cama de quatro colunas instalada no local. Apesar do corpo devastado pela doença, seu rosto era radiante. Foi cumprimentada por centenas de amigos, críticos de arte e admiradores e, ao fim da exposição, cantou as baladas mexicanas que soaram em volta da sua cama até a madrugada, em clima de festa. Que outra performance artística poderia ter tanta força e verdade? Fontes: "Frida – A biografia", Hayden Herrera (Editora Globo, 2011) e brainpickings.org


| 53


Intensidade , uma homenagem a Frida Kahlo

A força da arte e das emoções se encontram em algum ponto mágico que transforma e inspira

Click Sérgio Saraiva Make&Hair Wendel Cunha Modelo Luciana Luz Styling e produção de moda Juliana Bilenky & Melina Schleder Camareira Marlene Rojas coordenação Adriana Calabró

54

|


Entre as flores e as ´ lågrimas, a ousadia de uma mulher

| 55


56

|


Quando as cores vindas do MĂŠxico atingem o mundo inteiro

| 57


58

|


A incógnita das tramas / A denúncia do belo A Luste Editores lança Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica, da artista plástica Cristina Schleder, com fotografias autorais que registram texturas, tramas e detalhes de sua inspiração maior – a Natureza. As imagens e espelhamentos de alguns fragmentos possibilitam novos significados à importância e beleza deste ecossistema

P

ara a criação da série, Cristina Schleder adentrou a área da Mata Atlântica munida de olhos treinados em busca do inusitado, do oculto, e não de uma mera imagem. Em seus momentos preferidos, os pós chuva ou os dias nublados de luz prateada, a artista vislumbrava detalhes de cores que surgiam em troncos e musgos, criando uma inédita fábula visual formada por fotografias marcantes. Sua imersão era tamanha que encontrava novos personagens, os quais a acolhiam e descortinavam um novo cenário, levando-a a lembrar das estórias em que os seres viajavam em tapetes voadores. Desenhos, formatos, cores e texturas surgiam diante da artista, leves e harmônicos, que possibilitavam a imaginação de Cristina alçar vôo. Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica não versa apenas sobre o lúdico: também nos permite acesso à precisão da técnica e a conquista da verdade, visto que as formas e tons são exibidos em sua verdade máxima sem interferência ou alteração.

Nas palavras da própria artista, travestida em uma personagem de contos: “...a verdade deste pensamento mágico conseguia levá-la para todos os lugares imaginados, sentada em seu próprio tapete voador que a mata, com seus fios, tramas e bordados, teceu especialmente para ela.” E como escreve a historiadora e curadora Tereza de Arruda, em seu texto de apresentação: “A arte contemporânea vai, porém, além da beleza e da importância botânica da representação da natureza em si. Os recursos artísticos, assim como as fronteiras da criatividade e da reprodução técnica, estão plenamente maleáveis e disponíveis à atuação de seus protagonistas.” Cristina Schleder faz uso dessa realidade e explora todos os recursos e possibilidades disponíveis, tanto no microcosmo de sua pesquisa como no macrocosmo de sua criatividade e aptidão. Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica são testemunhos da riqueza encontrada na natureza pela artista e de sua destreza em criar novas superfícies até então inexploradas.

| 59


O Código Saint Laurent Primeiro havia Chanel, depois Balenciaga, depois Dior... Mas Yves Saint Laurent virou as melhores páginas da moda

U

ma coisa é certa: ele transformou a alta-costura na sua essência. Foi numa manhã de janeiro de 1962 que se deu a grande revolução, quando Yves mostrou basicamente as peças que se tornariam ícones da marca. As túnicas e um sportswear requintado, elevado a um nível de alta-costura. Roupas desconstruídas com uma técnica nunca óbvia e sempre pura, que podem ser usadas quase que para sempre. Uma moda que é e será para os jovens de espírito, modelos que não dominam a mulher, que criam uma fantasia e fazem com que ela se sinta maravilhosa. Cores que têm uma mistura e composição como a veia artística de Picasso, muito humor, beleza e indiscutível charme. Todos estes elementos são as raízes do estilo Saint Laurent. Ele teve a sensibilidade de entender que a alta costura não era contemporânea e, como Mlle. Chanel, ele soube dominar os códigos e os sinais à sua volta, captá-los e utilizá-los em suas criações. Assim, ele ousou criar blusões de couro, sahariennes, trenchcoats, os smokings e os famosos tailleurs com calça. Todas estas roupas reinam no mundo até hoje. Mas Saint Laurent tinha outra vantagem sobre a época Chanel: ele compreendeu que a moda devia seguir novos caminhos. Dessa forma, ele foi o primeiro costureiro a abrir uma boutique de prêt-à-porter, foi em 1966, dois anos antes da revolução de maio de 68 que iria mudar a moda e o mundo. Saint Laurent conseguiu construir uma obra ao longo de seus quarenta anos de carreira feita de ecos e rupturas, de piscar

60

|

de olhos e, sobretudo, de conveniência e cumplicidade com as mulheres. Ele sempre acreditou que a roupa deveria estar a serviço da mulher, e nunca ao contrário. Yves inventou um vocabulário, uma sintaxe e uma gramática própria e totalmente genuína. Fabuloso colorista, ele elevou suas criações às fronteiras da pintura, se inspirando em Mondrian, Picasso, Braque, Matisse, Warhol e Wesselmann, sem esquecer de Goya e Velázquez. Mas, como sempre, com Saint Laurent nunca houve cópias literais, pelo contrário, estes pintores que o inspiraram fizeram com que ele criasse um estilo próprio, com refinamento e uma atitude que permeia a moda contemporânea. Cada dia mais as mulheres ocupam um lugar ativo na sociedade, se igualando às tarefas masculinas. Aí entra todo o talento de Yves, que soube transportar o refinamento das roupas masculinas traduzindo-o para as roupas femininas, como o smoking e a saharienne. E são estas roupas, que podem ser vestidas em inúmeras ocasiões, as que importam realmente, provando com o tempo que elas têm estilo, marca registrada do mestre. Yves Saint Laurent é um clássico. Está longe o tempo em que este jovem tímido chegou de Orã, na Argélia, com seus desenhos debaixo do braço para submetêlos ao veredicto de Christian Dior. Este jovem tímido era um artista incontestável que deixou sua marca na história da moda. Em 1966, Yves criou o smoking feminino, que se tornou sua marca registrada. Para seu sócio Pierre Bergé, “Chanel libertou as mulheres e Saint »

O maior trunfo de Saint Laurent era de chocar por estar à frente do seu tempo, atuando além da moda, no teatro e no cinema. Já jovem, causando alvoroço entre os paparazzi


| 61


62

|


Para seu sócio Pierre Bergé, “Chanel libertou as mulheres e Saint Laurent lhes deu o poder”, representado não só no smoking, mas também em outros clássicos, como os terninhos com calças de alfaiataria.

O primeiro vestido desenhado por Yves Saint Laurent para a maison Christian Dior, com click do top fotógrafo Richard Avedon com a modelo Dovima

» Laurent lhes deu o poder”, representado não só no smoking, mas também em outros clássicos, como os terninhos com calças de alfaiataria. Foi ele quem transformou o blazer, o casaquinho de marinheiro e o vestido-chemise em ingredientes clássicos do guarda-roupa feminino que perduram até hoje. Suzy Menkes, editora do International Herald Tribune, diz que Saint Laurent mostrou outras possibilidades à mulher: “Hoje andamos normalmente de terno e calça comprida, mas na época a mulher era proibida de entrar num restaurante ou num hotel. O smoking de Saint Laurent foi um verdadeiro escândalo, dirigido à mulher de papel duvidoso”. Na seqüência vieram as coleções da África e Rússia e Saint Laurent trabalhou ainda outras coleções étnicas como Espanha, China e Índia. O perfume “Opium” foi lançado em 77 e causou mais uma polêmica pela referência às drogas, mas foi um sucesso retumbante. Apaixonado por teatro, ele fez cenários e costumes para peças de Edmond Rostand, Marguerite Duras e Jean Cocteau. No cinema, vestiu Claudia Cardinale e Catherine Deneuve, em filmes como “A Bela da Tarde” de Buñuel e “A

Sereia do Mississipi” de Truffaut. Deneuve foi sua musa inspiradora, sempre presente nos seus desfiles. Nas palavras da designer Andrée Putman, “é de se admirar o abismo de seus contrastes, pois ele trabalhava com ferramentas clássicas, equilibrando força e fragilidade. Seu maior trunfo era de chocar por estar à frente do seu tempo”.

| 63


A sintaxe de Yves Saint Laurent Métier

“Começo por desenhar um rosto de mulher, e subitamente o vestido aparece.” “Dior me ensinou o métier. Graças a Chanel, eu encontrei o meu estilo.”

A Moda

“Saber brincar com a moda é uma arte. Mas não é preciso queimar as asas no fogo da moda.” “Todo mundo pode se divertir criando uma moda, poucas pessoas podem criar uma roupa.” “A moda é um vírus incurável.” “Talvez seja exagerado falar-se de arte a respeito da moda. A moda é um artesanato, um artesanato poético.”

Estilo

“A moda é fútil, o estilo não. É o estilo que define a elegância de uma mulher. As modas passam. O estilo é eterno.” “O estilo ideal da mulher ativa? Como base uma saia e um pulôver preto. Os acessórios: um lenço, bijuterias e uma paixão... O amor de um homem.”

Elegância

“A elegância e a graça se misturam e andam de mãos dadas.” “A elegância pressupõe esquecer-se totalmente do que estamos vestindo.” “Quando a gente se sente bem com uma roupa, tudo pode acontecer. Uma boa veste é um passaporte para a felicidade.” “A verdadeira elegância está na renúncia da moda.”

Alta Costura

“Só vivo para a beleza. A alta costura é o último refugio do luxo e do refinamento, ela me permite sonhar. A melhor coisa neste métier é unir o sonho com a realidade.” “Não acredito que fazendo um coquetel de Chanel e de Schiaparelli alguém conseguiria dar um pouco de Saint Laurent.”

64

|

“Eu contribuí com a minha época, criando as minhas roupas. Isto é menos importante que a música, a arquitetura, a pintura e muitas outras artes.”

O Smoking

“O smoking é uma roupa básica feminina para a noite. Ele estará sempre na moda.” “Todos os homens são belos de smoking e as mulheres também.” “A partir de 1968, a calça comprida passou a ser uma das peças carro-chefe do guardaroupa da mulher moderna.”

As Modelos

“As modelos negras possuem o privilégio de ter as proporções e os gestos particularmente modernos. Gosto da luz que elas dão aos tecidos. A profundidade da cor da pele ressalta a intensidade das cores.” “Quando trabalho construindo meus vestidos, preciso de uma modelo de carne e osso. Um corpo em movimento, pois eu não poderia trabalhar com um manequim, necessito da presença do corpo feminino para que minha criação ganhe vida.”

As Cores

“O preto é uma cor. Não existe a cor preta, mas muitos tons de preto. Ele é um traço de lápis que desenha a linha sobre a folha branca.” “O vermelho é nobre, é a cor do rubi. É a cor do sangue e do sofrimento. O vermelho é a cor das heroínas, do combate entre a vida e a morte.”

A Felicidade

“A felicidade é a infância redescoberta.” “Eu sofri muito durante minha vida, mas o sofrimento é talvez a coisa mais produtiva que existe em mim. Através dele eu aprendi a viver bem comigo mesmo e a amar e compreender os outros.” “Minha infância não quer morrer. Ela se prolonga em mim como um segredo.”


| 65


66

|


O Homem da Camisa

Brooks Brothers São dois séculos de inquestionável elegância. A BB faz roupas para homens que acreditam que tradição não é apenas uma sisuda definição do dicionário

No século XXI a tradição Brooks Brothers continua, e a elegância atinge maiores níveis de sofisticação com seu estilo impecável.Com a evolução da loja BB na Madison Avenue, gerações de advogados, financistas e banqueiros aderiram ao estilo Brooks Brothers

| 67


Q

uando a ficcionista americana Mary McCarthy publicou o conto “O Homem da Camisa Brooks Brothers”, a loja do número 346 da Madison Avenue saiu do mero comércio para se tornar rótulo de um estilo de vida. Isto se deu em 1942, mas a reputação da loja data da Guerra de Secessão, quando ela fabricou os uniformes do Exército da União, bem como dos generais Grant, Sheridan, Hooker e Sherman. E tanto os presidentes Theodore Roosevelt como Woodrow Wilson tomaram posse trajando ternos Brooks Brothers. E na fatídica noite em que o presidente Abraham Lincoln decidiu ir ao teatro e foi assassinado, ele vestia um sobretudo BB. Por essas e outras, a tradição Brooks Brothers está

68

|

para o vestuário americano masculino assim como o hambúrguer está para a alimentação. O primeiro Brooks foi Henry Sands que em 1818 abriu uma pequena loja na Catharine Street em Manhattan. Era um dandy que gostava mais de beber e receber amigos em sua loja do que vender. Mas ele percebeu que seus companheiros, como a maioria dos homens detestavam fazer compras e não tinham muito tempo para ficar tirando medidas das roupas. Outra coincidência, em 1851 a máquina de costura foi patenteada, e Henry Sands Brooks tornou-se o criador de roupas prontas para homens. Já em 1850 os cinco filhos de Henry haviam transformado a loja em Brooks Brothers e desde então ela tem sido responsável pelas inúmeras transformações sofridas pela moda masculina americana.


E se engana quem pensa que ela veste apenas a comunidade WASP. Os grandes músicos negros do jazz dos anos 40 e 50 adotaram o estilo BB dando seu próprio toque e criando o tão famoso “hip”. Nos anos da beat generation, Miles Davies e Billy Eckstine eram clientes regulares da loja. Os vendedores têm os seus cadernos secretos de clientes e datam de 1939 nomes como James Stewart, Fred Astaire e alguns Morgans e Roosevelts. Não que esta gente aparecesse para fazer compras na Brooks Brothers, eles podiam se beneficiar do telefone e encomendar tudo. Hoje a loja de departamentos é um clássico da cultura americana, suas camisas listradas viraram marca registrada assim como as meias de cashemere, as ceroulas e as cuecas de samba canção! E a elegância atinge maiores níveis de sofisticação e preço com seus

ternos de corte impecável, sobretudos de lã e os inevitáveis mocassins. E nos itens supérfluos absolutamente necessários, temos suspensórios, braçadeiras, colarinhos descartáveis, punhos, qualquer coisa que faça parte do vestuário masculino, você pode encontrar por lá. E as mulheres, é claro, há muito deixaram de se importar com o rótulo de moda masculina e compram com muito prazer camisas clássicas, blazers e uma série de outros acessórios. É a loja predileta da escritora Fran Lebovitz. Um outro grande diferencial é todo staff da BB, altamente eficiente e cordial, são gentis até com aqueles curiosos que só vão lá dar uma bisbilhotada. Tudo isso faz com que a Brooks Brothers não seja apenas uma loja de departamentos, mas uma deliciosa experiência.

A Brooks Brothers é um clássico da cultura americana e visitar a loja é uma experiência completa, fica difícil resistir à tentação e não renovar o guarda-roupa inteiro: as camisas listradas, meias de cashemere e as cuecas samba canção. O must mesmo é adquirir seus ternos de corte impecável, sobretudos de lã e os inevitáveis mocassins

| 69


Um bonde chamado desejo Mandarin Oriental São Francisco Alçado ao topo da hospitalidade de luxo, pois venceu o prêmio Forbes Five-star, o Mandarin Oriental de São Francisco é referência e determina o padrão de estilo e sofisticação na cidade. Situado no centro, é fácil pegar o bonde e fazer o passeio divertido descendo a Nob Hill, ir até o Fisherman’s Wharf, passar pelo Pier 39, curtir o espetáculo dos leões marinhos, ou se deliciar nos típicos restaurantes de frutos do mar. O hotel também fica pertinho do Farmer’s Market, da mítica Chinatown e do centro financeiro, fazendo com que seja o hotel mais cosmopolita de Frisco. São 158 quartos e suítes lindamente decoradas com cores calmas e neutras, com toque de Deco Francês, pontuados por mobiliário com detalhes em azul e safira, deixando espaços para se admirar a dramática vista da baía. Misturando tradições milenares e técnicas contemporâneas, o spa do Mandarin Oriental foi elaborado para restaurar e equilibrar as energias do corpo e da mente. São técnicas combinadas de Medicina Tradicional Chinesa, aromaterapia e massagem com óleos essenciais criados especialmente para o spa. O restaurante Brasserie S&P tem uma atmosfera ao mesmo tempo sofisticada e casual, focada em produtos frescos, com inovativo menu da cuisine de São Francisco. As sugestões do chef Adam Mali são: Caranguejo (Dungeness Crab Benedict), Foie gras (Liberty Farms Duck liver) e Cordeiro (Fallon Hills Lamb Sliders). Ah, e mais uma habilidade do staff: você pode ser atendido em 17 línguas diferentes, passando pelo japonês, vietnamita ou etíope. mandarinoriental.com/sanfrancisco

70

|


O terraço da suite Oriental foi renovado com um refinado estilo contemporâneo por Michael Booth para celebrar as bodas de prata do hotel. O Tea Lounge em estilo oriental com espreguiçadeiras em seda pura, gravuras chinesas e treliças esculpidas convidam ao relax absoluto. A Lotus Suite é toda decorada em declinações de bege, tem janelas panorâmicas para tirar o máximo proveito da esplendorosa vista da baía

| 71


Um delicioso bar da Belle Époque com poltronas bege de couro capitoné, um canapé em cor safira com veludos e rendas adamascadas, um lustre de âmbar em formato de flores, remetendo a uma atmosfera de outros tempos, perfeito para o happy hour. A vista da suíte para a baía de Frisco é de tirar o fôlego, convidando a um toast com champagne e trufas

72

|


Debruçado no azul da baía Fairmont San Francisco Todo renovado, o hotel The Fairmont de São Francisco se descortina numa vista histórica de tirar o fôlego. Situado na colina de Nob Hill ele faz jus à sua reputação de serviço impecável proporcionando uma experiência memorável na cidade, quer seja a passeio ou negócios. A nova decoração dos quartos do Fairmont ficou fantástica, com um look clássico, porém com toques frescos e contemporâneos, criando um estilo atemporal bem à la São Francisco. Os quartos da Tower building, têm vistas magníficas da baía, com uma combinação de tons neutros, e uma paleta de cores mais quentes como caramelo e laca cremosa pontuada com toques prateados. Os quartos possuem ainda amenidades essenciais para o moderno viajante e alguns têm o luxo de um bar portátil, assinado pelo designer asiático de móveis Cheng Meng, com serviço de chá e uma mesinha com lâmpadas de cristal e espelhos. O piso é coberto de tapetes com desenhos de medalhões em tons de diamante e pérola. Para dar uma esticada, e provar drinks diferentes, o Tonga Room & Hurricane Bar é perfeito, muito cenográfico, foi construído com memorabília e apresenta performances de bandas dos anos 40, com pista de dança de madeira recuperada da escuna S.S. Forester, que fazia a travessia entre São Francisco e as ilhas do Pacífico sul. Para completar o ambiente, uma iluminação tropical tem até trilha sonora com ventos e trovoadas. A cozinha é condizente com o décor, os peixes vêm direto do Havaí para completar a experiência tiki. fairmont.com/san-francisco

| 73


Diversão, luzes e fantasia Mandarin Oriental Las Vegas O Mandarin Oriental Las Vegas é um sofisticado santuário de moderna elegância no Aria Complex. O hotel não tem cassino e se destaca por suas espetaculares acomodações no prédio de 47 andares, com culinária excepcional e um spa horsconcours. Projetado pelo estrelado estúdio de arquitetura Kohn Pedersen Fox, com interiores decorados por Adam D. Tihany, o hotel dispõe de 392 espaçosos e luxuosos quartos e suítes. Seu impressionante “Sky Lobby” se localiza no 23° andar proporcionando uma experiência de tirar o fôlego do skyline de Vegas. Cada tipo de suíte tem um sabor particular. A Strip View aproveita a arquitetura angular do prédio criando espaços instigantes para o quarto, o bar privativo e o banheiro. Decorada num elegante degradé de marrons e beges, com toques vibrantes alaranjados e dourados, combina a perfeição com o panorama visto das grandes janelas ao anoitecer e sua iluminação esfuziante. O fabuloso banheiro tem um generoso chuveiro walkin, banheira de imersão e um fantástico set de amenidades. Para criar um ambiente personalizado, o quarto dispõe de ampla tecnologia com uma central que tudo controla, do entretenimento ao abrir e fechar das cortinas. O Tea Lounge oferece uma degustação de chá especial, pois é adornado com uma pintura de quatro metros de altura do artista canadense Jack Goldstein que representa um vulcão em erupção, bem no espírito de Vegas. mandarinoriental.com/lasvegas

74

|


O Mandarin oferece um chá intimista com todos os rituais orientais, seu décor faz o hóspede sonhar com as poltronas nas cores ouro e safira e as grandes luminárias de papel arroz. O“Sky Lobby” está no 23° andar e é uma experiência de vista aerea das formas noturnas da cidade. A Strip View Suite aproveita a arquitetura angular do prédio criando espaços instigantes para o quarto, e sua janela monumental funciona como um quadro vivo. Viva Las Vegas!

| 75


76

|


Entrando no Hermitage, o hóspede se depara com o monumental Lobby Eiffel e sua magnífica arquitetura que encanta. Em estilo Belle Époque, seus quartos são decorados em tons bege. As alas Midi e Excelsior ostentam quartos com vista exclusiva sobre o mar e o porto. Decorado em mármore, o spa Thermes Marins oferece tratamentos de talassoterapia em piscinas cinematográficas

Charme Belle Époque Hermitage Monte Carlo É um palácio Belle Époque, monumento histórico, transformado, que combina o melhor do classicismo e da modernidade. O Hermitage tem vista panorâmica do porto de Mônaco, jardim de inverno desenhado por Eiffel, acesso direto a Les Thermes Marins. Com vista para o Mediterrâneo, este 5 estrelas simboliza o luxo na grande tradição europeia. Aqui, num de seus terraços, Aristóteles Onassis costumava se encontrar com a diva da ópera Callas em segredo. E o escritor Marcel Pagnol residira em uma das suas suítes. Fiel a uma tradição que data do início do século 20, quando o primeiro spa foi inaugurado em Monte-Carlo, este palácio tem feito do bem-estar e saúde uma de suas especialidades. Com uma decoração em mármore branco, as Thermes Marins tem em sua área de fitness, 37 cabines para tratamentos e hidroterapia, piscinas cinematográficas, um salão de beleza e um restaurante dietético chamado “L’Hirondelle”. Em discreto estilo Belle Époque lembrando a vida em dias passados, seus quartos “luxo” e “superiores” são decorados em tons de bege e vermelho ou bege e azul. As alas Midi e Excelsior ostentam “quartos com vista exclusiva sobre o mar e o porto” decorados em tons de absinto e lavanda. O restaurante Vistamar especializado em peixes e frutos do mar apresenta o menu do chef Joël Garault com destaque para a sopa rockfish e a famosa bouillabaisse. Peixes como o robalo capturado a linha e grelhado na brasa, podem ser degustados guarnecidos com abóbora sweet’n’sour, ou envolto em massa de sal, com tapioca sabor açafrão e uma pitada de pistou. Depois de um banquete destes, a maravilha é escolher um de seus sete jardins e terraços palacianos para dar uma caminhada. hotelhermitagemontecarlo.com

| 77


Encontro único com a natureza HOTEL ANTUMALAL, PÚCON por Melina Schleder

Construído em Púcon no Chile na década de 50, com uma arquitetura enraizada nos preceitos de movimento de Frank Lloyd Wright, o Hotel Antumalal impressiona principalmente por se manter atual nos dias de hoje. O hotel foi desenhado para ser vibrante, contemporâneo e mesclar-se harmoniosamente com o meio ambiente. Seus poucos quartos estendem-se num promontório com vista panorâmica para o lago e para o bosque, cercado por vários hectares de jardins que mudam de acordo com a estação do ano, cascatas e rochas vulcânicas, está bem perto do vulcão Villarica e a menos de 5 minutos do centro da cidade. Por se situar numa região rica em natureza, repleta de bosques, lagos, rios, picos rochosos e vulcões nevados, Púcon apresenta uma variedade infinita para quem gosta de atividades ao ar livre: trilhas, rafting, subida ao topo do vulcão Villarica e ski no inverno satisfazem os mais aventureiros. Púcon também tem um dos mais belos campos de golfe do Chile, localizado numa península de lava onde se pode admirar o imponente vulcão. Para os que querem simplesmente descansar, a pedida é uma visita ao spa Antumaco, aproveitando suas piscinas e massagens e contemplar a vista, bebericando uma taça de vinho e ouvindo o silêncio proporcionado pelo encontro único com a natureza. O restaurante Antumalal mantém um refinado cardápio sazonal, contemporâneo, porém com uma leve influência da cozinha Mapuche, tribo indígena da região, aproveitando sempre o melhor do que os ingredientes locais têm a oferecer que incluem produtos orgânicos de sua horta e estufa. Aos que procuram uma experiência exclusiva para realmente se desligar do resto do mundo, Púcon é o destino certo, e o Antumalal a melhor escolha. antumalal.com

78

|


Situado à beira do lago Villarica e rodeado por vegetação nativa, a exuberante vista se mantém onipresente tanto para o relaxamento no Spa Antumaco quanto num drink ao final da tarde no bar do hotel

| 79


Tesouro encravado no coração da Toscana, Montalcino é um dos berços da civilização vinícola europeia, com uma tradição que remonta há mais de vinte séculos

80

|


O grande espetáculo do

vinho

A história do século passado é permeada por fabulosas conquistas e retumbantes fracassos. O mesmo se dá com os vinhos que acompanham com grandes ou pequenas safras as peripécias da humanidade. Aqui só vamos falar dos vinhos majestosos

Brunello

Montalcino

1964 di

| 81


| O grande espetáculo do vinho – 1964 |

Ganhando popularidade internacional a partir de 1964, os Beatles excursionaram extensivamente até 1966, quando retiraram-se para trabalhar em estúdio até sua dissolução definitiva em 1970

Se não fosse a Brigitte, Búzios não teria sido descoberta por tantos estrangeiros, que vieram morar e acabaram contribuindo para o desenvolvimento da cultura e arquitetura locais

82

|

1964 O

ano de 1964 já começa fervido, com o triunfo de quatro jovens de Liverpool, os Beatles! A minisaia de Mary Quant também reina, e o Vaticano não se conforma com o avanço dos costumes e condena a pílula que marca a liberação das mulheres. Também é o ano que fica decidida a construção do túnel sobre o Canal da Mancha. Nasser e Kruschev inauguram a barragem de Assuã no Egito, e um certo Leonid Brejnev passa a ser um dos cabeças do PC da União Soviética. A China realiza a sua primeira explosão atômica. E mesmo na época da Guerra Fria, soviéticos

e americanos esquecem suas diferenças e começam a desenvolver os satélites espaciais. O foguete americano Ranger 7 tira 4316 fotos no espaço antes de se espatifar sobre a lua. Na Grã Bretanha a pena de morte é abolida e no futebol da América Latina ocorre uma tragédia: 300 são mortos depois de uma partida em Lima no Peru. Na França o filósofo Jean Paul Sartre recusa o Prêmio Nobel de Literatura, enquanto que nos Estados Unidos, Martin Luther King recebe o Prêmio Nobel da Paz, pelo seu combate pacífico em prol dos direitos cívicos dos negros americanos. O mundo lamenta o desaparecimento do líder indiano Nehru. No Brasil, o ano de 1964 marca o golpe militar que derruba o governo democraticamente eleito do presidente João Goulart e inicia todo um período ditatorial e nacionalista, que se radicaliza com os atos institucionais, culminando com o mais arbitrário de todos, o AI-5. No dia 13 de maio, o Brasil rompe as relações diplomáticas com Cuba, sobre o regime comunista de Fidel Castro. Enquanto isso na música, o país ainda vive sob o efeito dos “Anos Dourados”, mas aos poucos os ternos e chapéus se foram, e uns após os outros surgiram os talentos musicais da nova MPB, com os Festivais da Record. Roberto Carlos se consagra como rei do ié-ié-ié. O grande poeta e compositor Vinicius de Moraes também se destaca. E a musa e atriz francesa Brigitte Bardot chega ao Rio de Janeiro causando grande alvoroço e passa o verão em Búzios, chamando a atenção da imprensa nacional e internacional. Graças a ela, o charmoso balneário foi “descoberto”.


P

Brunello

aís berço da civilização vinícola europeia, a Itália tem uma tradição que remonta há mais de vinte séculos, chegando a produzir vinhos lendários como o Falerne. O país atravessou um periodo de decadência com uma produção exclusiva de vinhos de mesa para o consumo de massa, ocasionando a escassez de vinhos de cepas nobres. Quem iria mudar completamente esta história no final do século XIX era um proprietário viticultor de um pequeno vilarejo de Montalcino na Toscana. Ferruccio BiondiSanti convenceu-se de que poderia selecionar uma variedade particular da uva sangiovese, a mais popular da região e uma das principais cepas do Chianti. Ele se concentrou sobre as uvas menores e deu-lhes o nome de Brunello, que se multiplicaram na sua vinícola, lhe dando condições de produzir um vinho singular. Esta atitude estava totalmente na contracorrente do que se fazia no momento, pois este vinho exigia anos de envelhecimento no barril e na garrafa. Ele foi visionário, pois soube antecipar uma tendência de cem anos. Foi preciso esperar os anos 1960 para que as vinícolas italianas voltassem a investir nos vinhos nobres. O Brunello di Montalcino foi um dos primeiros vinhos a ganhar a denominação DOC e depois DOCG, graças à iniciativa da família Biondi-Santi, que

di

Montalcino

São 40 hectares de vinhedos, hoje com mais de 40 anos de idade em Montalcino, que fornecem as uvas para o tinto mais celebrado da casa, o Brunelo di Montalcino Vigneto Manachiara DOCG, elaborado apenas em anos que proporcionam um amadurecimento excepcional dos frutos

continua até hoje no comando da vinícola. Para impor um vinho inventado, eles se cercaram de regras de produção rigorosas, com cultivo exclusivo da uva sangiovese grosso que tem um rendimento fraco por hectare e se envelhece na madeira durante longo tempo, sendo quatro anos na barrica e cinco anos na garrafa. E a exigência da família Biondi-Santi não pára por aí: só os millésimes gloriosos tem direito à etiqueta Brunello di Montalcino Biondi-Santi, a cada dez anos só ocorre em duas safras.

Segredos do Brunello di Montalcino Biondi-Santi 1964 Em 1964 Tancredi Biondi-Santi teve a honra de vinificar o mais belo de todos os Brunellos, um vinho de gabarito fora do comum, de roupagem bordeaux bem escura, levemente evoluída, com bouquet de aromas terciários complexos com sabor sutil de violeta e de especiarias. Na boca ele é fortemente tânico com leves traços de acidez e tem grande amplitude. É um vinho que curiosamente consegue aliar suntuosidade, virilidade e elegância. Ele possui vinificação exigente sob condições climáticas perfeitas, e seu apogeu ocorreu em 1990. Sua disponibilidade é rara. A propriedade possui uma cave de garrafas que datam de 1890. Os millésimes que lhe são comparáveis são os de 1953, 1961 e 1985, e podem ser degustados de preferência até 2020.

| 83


GASTRONOMIA

Padrão

Em 1969, quando o Rei do futebol disse que o brasileiro não sabia votar, o Almanara já encantava os paladares paulistanos há cerca de vinte anos, com suas geniais receitas artesanais trazidas pela família libanesa. Passados mais de quarenta anos, parece que ao menos em termos de Gastronomia essa máxima eleitoral não vale: com um lugar reservado no coração dos paulistanos, o Almanara acaba de ser reeleito pela quarta vez consecutiva como �O Melhor Restaurante Árabe de São Paulo�, em pesquisa de público realizada pelo renomado Instituto Datafolha. Fundado em 1950, o Almanara estabeleceu no Brasil um padrão de nível internacional também em termos de atendimento, impecável e sintetizado nas palavras de um fiel consumidor: �... Além de todos os itens no cardápio serem verdadeiras maravilhas, os garçons nos atendem com evidente prazer no serviço. Almanara...é Almanara...�, enfatiza.


Foto: Murillo Mendes

Internacional

Uma casa que realmente respeita seu slogan �Cozinha e Hospitalidade Árabe�, pois o conceito �receber bem�, é algo que se aprende desde cedo nessa cultura milenar que nos presenteou com �1001 delícias�.

SALADA FATOUCHE &

HOMUS

Riqueza de aromas, cores e sabores nas diversas iguarias da premiada Casa árabe.


| necessaire |

Pajero Full de tecnologia, performance e de conforto Com doze vitórias no Rally Dakar,o Pajero Full é o maior vitorioso na competição, fruto de um projeto de engenharia vencedor que carrega todo o DNA da Mitsubishi

86

|


O Mitsubishi Pajero Full ĂŠ apreciado em todo o mundo, pelo seu visual robusto e confiabilidade, tornando-se um mito no luxo urbano e nos fins de semana off-road

| 87


| necessaire |

O

Mitsubishi Pajero Full é apreciado em todo o mundo, não só pelo seu visual robusto e sua confiabilidade, mas também por sua evolução, tornandose um mito no luxo urbano e nos fins de semana off-road. Já são trinta anos de história com muito trabalho, o que o torna referência mundial em tecnologia, conforto e sofisticação. O Pajero Full acumula 12 vitórias no Rally Dakar, com o maior número de conquistas na competição. “Todo o desenvolvimento e pioneirismo nas competições foram transferidos para o

88

|

O Mitsubishi Pajero Full é ideal para toda a família, com amplo espaço interno. Vem com kit multimídia integrado, receptor de TV digital, câmera de ré com sensor de estacionamento, DVD, CD player, rádio AM/FM, conexão USB e controle para iPod, Bluetooth e GPS

carro de rua, mostrando o compromisso que a Mitsubishi Motors tem com seu cliente, de sempre oferecer produtos de ponta, com alta tecnologia e muito confiáveis”, destaca Robert Rittscher, presidente da Mitsubishi Motors do Brasil. O Mitsubishi Pajero Full é ideal para toda a família, pois conta com amplo espaço interno, o requinte da marca dos três diamantes e toda a tecnologia de 30 anos de história e desenvolvimento. Ele tem kit multimídia integrado, com receptor de TV digital, câmera de ré com sensor de estacionamento, DVD,


CD player, rádio AM/FM, conexão USB e controle para iPod, Bluetooth e GPS com mais de 2.550 cidades mapeadas. A praticidade está presente em cada detalhe, a começar pelos bancos em couro com ajuste elétrico. O computador de bordo é completo e tem 10 funções: calendário, relógio, bússola, temperatura interna e externa, média de consumo com gráficos, velocidade média, capacidade em km do tanque de combustível, altitude e pressão. Além disso, o Pajero Full vem equipado com teto solar panorâmico, ar-condicionado digital Double Zone

com saída independente para os passageiros traseiros, 18 luzes de cortesia, espelho retrovisor externo rebatível eletronicamente, que pode ser acionado por um botão no painel ou através de keyless, e conjunto ótico de xênon autonivelante com lavador, que se adapta às condições de piso e ondulações. Seu interior é revestido de couro na cor bege ou preto e os assentos dianteiros vêm com aquecimento. O painel de instrumentos é moderno e ergonômico, o volante possui controle de áudio e piloto automático (Cruise Control). »

Aventura, ousadia, liberdade e superação, assim é o Pajero Full. A versão com cinco portas tem espaço de sobra para até sete passageiros

| 89


| necessaire |

O Mitsubishi Pajero Full de três portas é para quem é moderno, ousado, atento com as novas tecnologias e que sempre está em busca de exclusividade

90

|


| 91


| necessaire |

O Pajero Full é equipado com sistema de tração nas quatro rodas e câmbio automático de cinco velocidades que permite ao motorista optar pela troca de marchas, deixando a sensação de dirigir mais prazerosa

92

|

» Aventura, ousadia, liberdade e superação, assim é o Pajero Full. A versão com cinco portas tem espaço de sobra para até sete passageiros e a com três portas concentra todo o poder do carro símbolo da marca. É para quem é moderno, ousado, atento com as novas tecnologias e que sempre está em busca de exclusividade. O Pajero Full é construído com carroceria monobloco, que garante resistência a torções e proporciona melhores condições de dirigibilidade e baixo nível de ruído. A suspensão é AllPurpose, com sistema Multi-link na traseira e independente nas quatro rodas, desenvolvida e testada no Rally Dakar. No quesito segurança, são oito airbags: frontais, laterais e de cortina que, junto como sistema RISE de deformação controlada, protege o motorista e passageiros em caso de colisão.

As rodas do Pajero Full são de liga leve e o veículo vem equipado com o completo sistema de freios com 4-ABS e EBD, que libera eletronicamente mais pressão para as rodas traseiras quando o veículo se encontra com mais passageiros e/ou carga, evitando assim qualquer balanço da carroceria que possa comprometer a trajetória ideal. O Pajero Full é equipado com moderno sistema de tração nas quatro rodas, o Super Select SS4-II, que permite a escolha de quatro modos distintos de tração: 2H (tração traseira), 4H (tração integral), 4HLc (tração 4x4 com diferencial central bloqueado) e 4LLc (tração 4x4 com diferencial central bloqueado e reduzida). O câmbio automático de cinco velocidades vem com o INVECS-II (Intelligent & Innovative Vehicles Electronic Control System) e sequencial Sports


O Mitsubishi Pajero Full conta com motores mais modernos e eficientes. Em ambas as versões, de três e cinco portas, pode ser equipado com motor a diesel ou gasolina

Mode, que permite ao motorista optar pela troca de marchas, deixando a sensação de dirigir ainda mais prazerosa. O Mitsubishi Pajero Full conta com um dos motores mais modernos e eficientes. Em ambas as versões, de três e cinco portas, pode ser equipado com motor a diesel ou gasolina. O motor diesel tem 3,2 litros com 200 cv de potência a 3.750 rpm e injeção direta Common Rail DI-D. Além da confiabilidade presente nos propulsores da marca, possui características que o deixam mais silencioso, econômico e com menor índice de emissão de poluentes. Seu torque máximo de 49 kgf.m está presente já a 2.000 rotações, o que garante excelentes acelerações e retomadas de velocidade e facilidade para superar obstáculos. As versões a gasolina vem equipadas com o robusto V6 de 24 válvulas, de 3,8 litros,

SOHC, de 250 cv a 6.000 rpm de potência e torque de 33,6 kgf.m a 2.750 rpm. Esse motor conta ainda com o sistema MIVEC (Mitsubishi Innovative Valve timing Electronic Control System), que atua nos tempos de abertura e fechamento das válvulas de admissão para aperfeiçoar seu desempenho nos mais diferentes regimes de rotação, além de assegurar ganho de torque e economia de combustível nas baixas rotações e gera maior potência e desempenho nas altas. Ambas as versões são equipadas com ponteiras de escapamento em inox. O Pajero Full pode ser encontrado nas cores Cool Silver, Warm White e Black Mica, que combinam com os arranha-céus da cidade ou as paisagens do country side, é só escolher e sair para a aventura.

O Mitsubishi Pajero Full é pleno de segurança: são oito airbags, frontais, laterais e de cortina que, junto com o sistema RISE de deformação controlada, protegem o motorista e passageiros em caso de colisão

www.mitsubishimotors.com.br

| 93


A

Dassault Falcon Jet, empresa aeroespacial líder com presença em mais de 80 países, apresentou as novas aeronaves Falcon 8X e Falcon 5X, na feira LABACE (Latin American Business Aviation Conference and Exhibition) no Aeroporto de Congonhas. A Dassault tem uma longa e orgulhosa história nos últimos quarenta anos no País. Os brasileiros apreciam a tecnologia superior e o design dos jatos Falcon, o que a ajudou a liderar o mercado de cabines grandes aqui, tendo um Falcon para cada missão que os clientes demandem. Espera-se que o Falcon 8X faça seu primeiro vôo nos primeiros três meses de 2015. “O Falcon 8X será o novo carro-chefe e um grande complemento para nossa linha de produtos”, explica o presidente e CEO da Dassault Falcon Jet, John Rosanvallon. Ele se baseia na experiência da Dassault em aerodinâmica, no design e fabricação de precisão, e em controles de vôo digitais avançados. »

94

|


Falcon gourmet

A Dassault reuniu convidados e imprensa especializada para jantar a bordo do Falcon 7X e Falcon 2000LX na Labace, quando foram apresentados os novos modelos Falcon 8X e Falcon 5X

Rodrigo Pesoa (Diretor de Vendas para a AmĂŠrica do Sul Dassault Falcon) e John Rosanvallon (CEO e Presidente Mundial Dassault Falcon)

| 95


1

2

3

1 Bronie Lozneanu e Claudio Schleder (Revista Talk), Chef Erick Jacquin, John Rosanvallon (CEO e Presidente Mundial Dassault Falcon), Bruna Borelli (Isto É Dinheiro), Tábata Schleder (Revista Talk), jantam dentro do Falcon 7X 2 Giuliano Agmont e Christian Burgos (Aero Magazine), Chef Erick Jacquin e Carlos Spagat (Flap), Tiago Dupim (Avião Revue), jantam dentro do 2000LX 3 Luiz Maciel (Veja Luxo), Claudio Botelho (Botelho Comunicação), Rui Gonçalves (Globo News), Claudio Schleder e Bronie Lozneanu (Revista Talk), Fábio Piperno e Maurício Rollo (Grupo Bandeirantes), Clébio Cavagnolle (Record News), Chef Erick Jacquin 4 Carlos Petiz Junior (Vendas Internacionais Dassault Falcon), Clébio Cavagnolle (Record News) 5 Chef Erick Jacquin, Harum Katharian, Juliana F. Vicente, Luciana Tokita

96

|


4

Quase inacreditável o espaço interno e o acabamento das aeronaves. Diferenciais que geram tendências

5

» “Com duas novas aeronaves em desenvolvimento, o 5X e o 8X, a Dassault será agora capaz de oferecer uma família de seis jatos projetados para atender uma maior gama de operadores no segmento superior de jatos executivos”, acrescentou Rosanvallon. O novo Falcon 5X amplia os limites do que é possível com um jato executivo, incorporando uma série de novas tecnologias em um avião que apresenta a maior e mais alta seção transversal de cabine da aviação executiva. O primeiro vôo está previsto para o primeiro semestre de 2015. E para celebrar a ocasião, o presidente e CEO da Dassault Falcon Jet, John Rosanvallon, recebeu a imprensa

especializada e convidados a bordo dos Falcon 7X e Falcon 2000LX, na LABACE em Congonhas, para um jantar assinado pelo estrelado chef Erick Jacquin, harmonizado com o vinho Château Dassault 2010, Grand Cru Classé Saint Émilion. Como entrada, o chef ofereceu o delicioso e original xadrez de Atum com Beterraba, seguido pela saborosa Blanquette de Veau, e na sequência um queijo Brie, finalizando com uma Millefeuilles de Vanille, tudo como manda a tradição francesa da culinária. Os convidados puderam usufruir do conforto a bordo e puderam sonhar num vôo para a Cidade Luz.

| 97


| chat room |

The power of a look Com toda sua experiência de vida, David Hockney não precisa provar mais nada a ninguém, nem preocupar-se com etiqueta, isto é o de menos quando há tanto para pintar e novas técnicas para abraçar. Trabalhar com um look transado e impecável nunca foi tão confortável. A principal razão porque se gosta do guarda-roupa e do senso estético de Hockney é pelo reflexo que tem em seu momento de vida. Ele se veste de acordo com sua idade sem nunca perder a “pegada” fashion, e sempre usou esta carta na manga com panache e “cara” de artista

A sagração da primavera

O

top pintor inglês David Hockney começou a se destacar ainda bem jovem, quando ganhou a medalha de ouro do Royal College of Art em 1962. Já em 1961 ele participava de um exposição que marcou o inicio da pop art britânica, a “Young Comtemporaries”. Nesta mesma década se mudou para Los Angeles e seu trabalho ficou marcado pela Califórnia, principalmente na série das piscinas. Multitalentoso, em 1972 foi convidado para fazer set e costumes da ópera de Stravinsky no Festival de Glyndebourne, e também colaborou com a Metropolitan Opera de Nova York. Seu trabalho pode ser visto em inúmeras galerias e museus de arte

98

|

contemporânea espalhados pelo mundo, realizados com tinta e com novas mídias como polaróides e computador. Ele obtém resultados surpreendentes nas obras de grande formato relacionadas à pesquisa de cor e a velocidade do computador, criando uma nova linguagem que se iguala à qualidade de seus óleos e de suas aquarelas. Realizou uma exposição importantíssima em 2012, celebrando sua longa carreira, na Royal Academy of Arts em Londres, “David Hockney RA: A Bigger Picture” com desenhos monumentais e filmes focados na natureza, especificamente da região de East Yorkshire. Nesta mesma ocasião foi agraciado pela Rainha Elizabeth com a Ordem do Mérito Britânico.

IPad drawing de David Hockney: “The Arrival of Spring in Woldgate, East Yorkshire in 2011”


O LEGÍTIMO CHURRASCO E PONTO. AO SEU PONTO. O que você está esperando para ter a experiência máxima do churrasco? Faça já sua reserva no Fogo de Chão. fogodechao.com.br /fogodechaobr

de

a Qualid

Veja aqui o Fogo de Chão mais perto de você. São Paulo: Center Norte (11) 2089-1736 | Jardins (11) 3062-2223 | Moema (11) 5056-1795 Santo Amaro (11) 5524-0500 | Vila Olímpia (11) 5505-0791 | Belo Horizonte: (31) 3227-2730 Brasília: (61) 3322-4666 | Rio de Janeiro: (21) 2279-7117 | Salvador: (71) 3555-9292


nothing but the max

NOVA YAMAHA T-MAX EXECUTIVE MOTORCYCLE

POR QUE FAZ SUCESSO NA ITà LIA? O DESIGN É LINDO E O MOTOR FALA ALTO.

CHASSI DE ALUMĂ?NIO

DOUBLE SWING ARM

MĂšLTIPLOS PORTA-OBJETOS

ELETRÔNICA EMBARCADA

DE ĂšLTIMA GERAĂ‡ĂƒO

DESIGN SUPERESPORTIVO PREMIADO INTERNACIONALMENTE

FAÇA UM TEST RIDE NAS T-MAX SHOPS: GERAĂ‡ĂƒO MOTOS # <BEH?7DĂŁFEB?I% I9 # *. )(*&#.*.* š L9 COMÉRCIO - JOINVILE/ SC - (47) 3423-0057 VIAMAR # IĂ E F7KBE% IF # '' ).)/#.&&& š M9 # IĂ E F7KBE% IF # '' )&,.#,&&& š CRAB # IĂ E F7KBE% IF # '' )))-#&&,, š DIAMAR - SĂƒO PAULO/ SP '' ).&'#'-'- š MADIA # 97CF?D7I%IF # '/ )(*)#,''' š TRINCA MOTOS # H?E :; @7D;?HE% H@ # (' (*/'#)(', š KISHI MOTOS - BRASĂ?LIA/ DF - (61) 3012-9850 CONSULTE A CONCESSIONĂ RIA YAMAHA MAIS PRĂ“XIMA E CONHEÇA A NOVA T-MAX 530. As motocicletas Yamaha estĂŁo em conformidade com o Promot – Programa de Controle de Poluição do Ar por Motociclos e VeĂ­culos Similares. SAC YAMAHA: (11) 2431-6500 – sac@yamaha-motor.com.br I Central de Relacionamento com o Cliente: (11) 2431-6000 I SAC: Âą VDF FRQVRUFLR#\DPDKD PRWRU FRP EU , &$6 Âą $WHQGLPHQWR DR 'HÂż FLHQWH $XGLWLYR RX GH )DOD , 2XYLGRULD RXYLGRULD#\DPDKD PRWRU FRP EU

twitter.com/yamahamotorbra

facebook.com/yamahamotorbrasil


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.