Custos e Formação do Preço - aula 01

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CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO AULA 01 A CONTABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO

AULA 01 - A CONTABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO

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A CONTABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO O QUE É CONTABILIDADE? Oficialmente, a contabilidade foi apresentada, no I Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado em setembro de 1924, como: “Ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro, relativo aos atos e fatos da administração pública”.

Um conceito prático vê a contabilidade como:

Ciência que coordena e dispõe em livros apropriados (ou em fichas) a descrição das operações efetuadas por uma empresa, com o objetivo de conhecer a situação da dita empresa, determinar os resultados obtidos e explicar as causas que produziram tais resultados (NEVES, 1949, p.13). Francisco D’Áuria afirma que a contabilidade, aplicada à gestão dos patrimônios individualizados, tem a função precípua de Fixar o estado atual de um conjunto de riqueza vinculado a determinada pessoa, acompanhar essa riqueza em suas mutações, determinar-lhe estados sucessivos e demonstrar as causas das suas variações especificas e quantitativas (D’AURIA, 1959, p.234). Fixar o estado atual de um conjunto de riqueza representa o inventário ou balanço inicial. O acompanhamento desse conjunto de riqueza em suas mutações nada mais significa do que a escrituração. A revelação contábil se dá pelo levantamento das demonstrações contábeis, tais como os balancetes, o balanço, a demonstração do resultado e o fluxo de fundos. Demonstrar as causas de suas variações específicas e quantitativas significa fazer a análise econômica e financeira por meio dos balanços, das demonstrações do resultado e do fluxo de fundos (origem e aplicações de recursos). O Patrimônio é focalizado sob dois aspectos: o estático e o cinemático. No estático, o contador examina os seus elementos constitutivos, qualitativos e quantitativamente, num dado momento, preparando o Balanço. Sob o aspecto cinemático, o contador vai examinar a forma pela qual a nova situação do conjunto patrimonial se desenvolveu como resultado dos atos administrativos. A alteração liquida é explicada pela Demonstração do Resultado e as alterações específicas e quantitativas de cada elemento do conjunto são apresentadas pela análise de Balanços sucessivos.

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POR QUE ESTUDAR CONTABILIDADE? “Contabilidade é a linguagem do negócio e assim o seu principal meio de comunicação”. (BIERMAN JR, 1959, p.3). O administrador, seja ele público ou de empresas, tem que se comunicar, em seu trabalho cotidiano, com outras pessoas de sua organização, ora coordenando, planejando, controlando, ora tomando decisões. O uso básico da linguagem numérica é baseado em informações extraídas dos registros contábeis. Assim, o administrador é obrigado a conhecer a terminologia contábil e sua teoria, a fim de estar preparado para estabelecer contatos eficientes com os demais membros da organização. O engenheiro, o homem de mercado, o técnico, o administrador financeiro e os altos dirigentes vão se entender através de uma linguagem comum e universal, baseadas nas informações qualitativas e quantitativas que são o produto da contabilidade. São poucas as pessoas, dentro de uma organização, que não têm relação com o trabalho do contador. O grupo mais interessado nas informações trazidas pelo contador é a equipe de administradores. “É, literalmente, impossível para uma pessoa, não importando a sua competência, julgar o desempenho de uma grande organização se não examinar os relatórios emitidos pelo contador”. (BIERMAN JR., 1959, p. 4). CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE A contabilidade e a administração sempre estiveram intimamente relacionadas. “O fim principal da contabilidade é o de oferecer colaboração eficiente e constante à administração econômica, no exercício de suas funções”. (D’AURIA, 1962, p. 68.). Por isso mesmo, a contabilidade deve ser bastante simples. O contador se preocupa em registrar todos os atos administrativos suscetíveis de avaliação econômica. A contabilidade transforma atos de gestão, os mais diversos, em registros organizados através de um denominador comum, que é o valor monetário. As mais importantes funções que o administrador exerce são auxiliadas, basicamente, pela contabilidade. Planejamento, organização, comunicação, coordenação e tomada de decisões. COMO A CONTABILIDADE FUNCIONA? O contador deve atender a três tarefas, simultaneamente: a tarefa de registrar as transações e as operações, a tarefa de controle das operações e dos custos e a tarefa de resolver problemas especiais (HORNEGREN, 1965, p. 3). A primeira vai ser incorporada

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à contabilidade geral e as duas últimas passarão a constituir o campo de atuação da contabilidade administrativa. A contabilidade fornecerá informações à administração que se constituirão em três tipos diferentes de relatórios: • Relatórios aos responsáveis pelos diversos setores da organização, para que estes possam planejar e controlar as suas operações rotineiras. • Relatórios aos responsáveis pelos diversos setores da organização, para que estes possam planejar e controlar as suas operações não rotineiras, tais como orçamentos, aplicação de recursos, financiamentos externos, alterações nos processos produtivos, estabelecimento de políticas, mudanças nos métodos de distribuição, campanhas publicitárias, etc. • Relatórios externos para acionistas, banqueiros, fornecedores, clientes, governo e empregados. DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE O método das partidas dobradas — base da escrituração contábil —, foi idealizado para o registro das operações contábeis pelos comerciantes de Veneza, no século XV, e divulgado em 1494 por Luca Pacciolo. Quando o absolutismo desapareceu como forma de governo, dando lugar a sistemas mais democráticos, e a administração da coisa pública passou a sofrer controles mais rigorosos por parte dos cidadãos, a contabilidade foi utilizada como valioso instrumento de recomposição de um quadro mais rigoroso nos procedimentos e nos registros dos atos administrativos. DISSOCIAÇÃO DA CONTABILIDADE As exigências cada vez maiores dos governos em termos de legislação tributária e de expansão das atividades das empresas relacionadas com o ambiente econômico e social obrigaram o administrador a dispor de contadores especializados. Assim, deparamo-nos com setores, dentro do sistema financeiro da empresa, que antes não eram institucionalizados, tais como Faturamento, Crédito, Assuntos Legais e Fiscais, Relações Bancárias e Pagamentos. Essas atividades constituem as funções de contabilidade geral. Ela acompanha e controla as mutações do patrimônio e prepara os

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relatórios obrigatórios, tais como Balanços, Resultado e Declarações Fiscais. A contabilidade administrativa tem a função precípua de registrar as operações internas e as despesas relacionadas e informá-las ao administrador, quando este necessitar tomar decisões. Também se dedica ao planejamento das atividades e ao estabelecimento das políticas e dos objetivos. INFORMAÇÕES E DADOS • Relatórios externos para acionistas, banqueiros, fornecedores, clientes, governo e empregados. DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE O método das partidas dobradas — base da escrituração contábil —, foi idealizado para o registro das operações contábeis pelos comerciantes de Veneza, no século XV, e divulgado em 1494 por Luca Pacciolo. Quando o absolutismo desapareceu como forma de governo, dando lugar a sistemas mais democráticos, e a administração da coisa pública passou a sofrer controles mais rigorosos por parte dos cidadãos, a contabilidade foi utilizada como valioso instrumento de recomposição de um quadro mais rigoroso nos procedimentos e nos registros dos atos administrativos. DISSOCIAÇÃO DA CONTABILIDADE As exigências cada vez maiores dos governos em termos de legislação tributária e de expansão das atividades das empresas relacionadas com o ambiente econômico e social obrigaram o administrador a dispor de contadores especializados. Assim, deparamo-nos com setores, dentro do sistema financeiro da empresa, que antes não eram institucionalizados, tais como Faturamento, Crédito, Assuntos Legais e Fiscais, Relações Bancárias e Pagamentos. Essas atividades constituem as funções de contabilidade geral. Ela acompanha e controla as mutações do patrimônio e prepara os relatórios obrigatórios, tais como Balanços, Resultado e Declarações Fiscais. A contabilidade administrativa tem a função precípua de registrar as operações internas e as despesas relacionadas e informá-las ao administrador, quando este necessitar tomar decisões. Também se dedica ao planejamento das atividades e ao estabelecimento das políticas e dos objetivos.

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INFORMAÇÕES E DADOS Dados são as transações e operações registradas pela contabilidade pelo processo convencional das partidas dobradas. Isso significa que os dados existem e se encontram, se assim podemos dizer, em sua forma bruta. A contabilidade financeira os organiza de forma que atendam às suas necessidades específicas. CONTABILIDADE DE CUSTOS Agora vamos entender o significado da palavra “custos”, que é aplicada a diversas situações, tanto no âmbito econômico como financeiro. Segundo o Dicionário Aurélio, custo é a “quantia pela qual se adquiriu algo; valor em dinheiro”. Custo vem do verbo custar que, segundo o mesmo autor, é “ter determinado preço ou valor; ser adquirido por certo preço ou valor”. Para Paulo Sandroni, em seu Novo Dicionário de Economia, custos é avaliação e unidade de dinheiro de todos os bens materiais e imateriais, trabalho e serviços consumidos pela empresa na produção de bens industriais, bem como aqueles consumidos também na manutenção de suas instalações. O custo resulta da multiplicação da quantidade dos fatores de produção utilizados pelos respectivos preços. A contabilidade de custos forma parcela ponderável da moderna contabilidade administrativa, gerencial ou analítica. Durante muito tempo, pensou-se que a contabilidade de custos se referia apenas ao custeamento dos produtos e que servia somente às empresas industriais. Todavia, atualmente, esse ramo da contabilidade é constituído de técnicas que podem ser aplicadas a muitas outras atividades, inclusive, e principalmente, aos serviços públicos e ainda às empresas não-lucrativas. Contabilidade industrial é a aplicação dos princípios e preceitos da contabilidade geral ao registro, organização e controle das operações de uma empresa industrial. A contabilidade de custos engloba técnicas da contabilidade geral e outras técnicas extras contábeis para os registros, organização, análise e interpretação dos dados. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Devem ser determinados tendo em vista o uso a que se destinam. A diversidade de objetivos da contabilidade de custos torna difícil estabelecer um só tipo de custo da produção que se adapte a todas as necessidades. Por isso, a contabilidade de custos, quando acumula os custos e os organiza em informações relevantes, pretende atingir três objetivos principais: a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada de

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decisões, pois atua sobre a empresa como um todo, focando os aspectos operacionais, administrativos e comerciais. A separação dos custos em relação ao volume, isto é, custos fixos e custos variáveis, forneceram ao contador um meio para dar melhores informações à administração, em termos de auxílio ao processo decisório. Na fixação do preço de venda de um produto, devem ser computados todos os custos.

A contabilidade de custos fornece informações para:

A determinação dos custos dos fatores de produção.

A determinação dos custos de qualquer natureza.

• A determinação dos custos dos setores de uma organização — adjetivos e substantivos. • A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade ou de setores da organização. •

O controle das operações e das atividades de qualquer organização.

• A administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar problemas especiais. • O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia de produtos. • A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassam os benefícios advindos da utilização do equipamento. •

A determinação dos custos de pedidos não satisfeitos.

• A determinação dos custos dos estoques, com a finalidade de ajudar os cálculos do estoque mínimo, do lote mais econômico de compra, da época da compra.

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O estabelecimento dos orçamentos.

DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A contabilidade de custos nasceu com a Revolução Industrial. A principal função era registrar os custos que capacitavam o administrador a avaliar os estoques e determinar mais corretamente os resultados e levantar os balanços. Eram apenas computados os custos diretos: o valor do material consumido e o valor da mão-de-obra aplicada. A partir da I Guerra Mundial, em face da intensificação da competição e ainda após a Depressão, verificou-se que as informações de contabilidade de custos, se organizadas adequadamente, poderiam servir como controle dos próprios custos e das operações. A contabilidade de custos ganhou corpo, atingindo sua identidade específica, e começou a ser finalmente considerada instrumento da administração. Com a II Guerra Mundial, desenvolveram-se modernas técnicas de administração. As informações de custo passaram a apoiar a administração em suas funções de planejamento e tomada de decisões. A contabilidade de custos passou cada vez mais a responsabilizar-se pela análise e interpretação das informações quantitativas, a fim de fornecer à administração instrumentos significativos e oportunos para a gerência da organização. A CONTABILIDADE DE CUSTOS E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A contabilidade de custos evoluiu com o aumento de suas finalidades, tornando-se fator essencial em termos de informações e de apoio ao administrador, seja esse público ou de empresas. A aplicação da contabilidade de custos é vasta: ela pode produzir bons resultados mesmo nas empresas estritamente comerciais ou que prestem serviços, como hospitais, lojas, serviços de utilidade pública, institutos educacionais, repartições públicas etc., levando-se em devida conta, é claro, as peculiaridades de cada organismo econômico. (NETTO, s.d, p. 23.). O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), desde sua instalação (Janeiro de 1967), começou a implantar o sistema de orçamento-programa. Atualmente, conta com o sistema implantado, inclusive com a identificação das unidades de produção e de serviços, denominadas unidades de mensuração. Os trabalhos de apuração de custos são executados pelo método de centro de custos. A técnica de departamentalizar a entidade em centros acumuladores de despesas é o que denominamos hoje de custeamento pela responsabilidade. É necessário que se dividam as atividades da organização em centros específicos para a melhor

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identificação das responsabilidades, da autoridade, das despesas e dos objetivos e metas. Esse procedimento permitirá o controle dos gastos e das realizações pelos próprios responsáveis. Através da contabilidade de custos será possível captar, classificar e ratear os diferentes fatores do custo entre as diversas atividades que o compõe. Os custos de um serviço de abastecimento de água, considerados para fins de análise, são os seguintes: • Custos de produção, ou seja, os necessários para a obtenção e transformação da água não tratada em água potável (materiais, mão-de-obra etc.); • Custos de distribuição, que se compõem da organização administrativa de vendas e de cobrança; • Custo unitário, pois cada grupo de custos (a) e (b) comporta a subdivisão, cujos rateios e aplicações diretas permitirão a determinação do custo de uma unidade de produto — um metro cúbico de água potável, no caso em questão. RESUMO COMPARATIVO ENTRE OS DOIS RAMOS DA CONTABILIDADE. CONTABILIDADE GERAL

CONTABILIDADE CUSTOS

Trata das relações externas da empresa

Trata das relações internas da empresa

Condiciona-se às imposições legais.

Não está condicionada às imposições legais

Deve acompanhar os preceitos e

Não precisa acompanhar os preceitos contábeis geralmente aceitos

convenções geralmente aceitos. Apresenta os relatórios convencionais: Balanço. Demonstrações de Resultados

Serve à administração, é base para a emissão dos relatórios que a empresa necessita para controle e planejamento internos.

Utiliza-se de custos históricos.

Não precisa utilizar apenas os custos históricos. Pode usar o tipo de custo que mais convier à administração para a tomada de decisões

Tem mais ligações com o que passou

Tem mais ligações com o presente e com o futuro.

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O PATRIMÔNIO DA EMPRESA AS FONTES DE FINANCIAMENTOS

O Patrimônio da empresa é constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações.

O Ativo é a parte do Patrimônio em que são mostrados os investimentos efetuados.

O Passivo demonstra a origem dos recursos para as aplicações no ativo, o qual pode ser dividido em duas grandes categorias: •

Capitais Próprios

Capitais de Terceiros

OS INVESTIMENTOS BENS FIXOS: São aqueles bens de caráter permanente ou quase permanente e que constituem os meios de produção da empresa, por vários ciclos produtivos, destinados à produção.

Componentes: Fazem parte deste Grupo:

Imóveis destinados às instalações;

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Máquinas e Equipamentos;

Instalações;

Ferramentas;

Aparelhos;

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Veículos;

Móveis e Utensílios, etc

São aqueles bens que compõem o ATIVO PERMANENTE IMOBILIZADO.

BENS DE VENDA:

São aqueles destinados à venda que constituem o objeto do negócio.

Na Indústria: Os produtos fabricados pela empresa, normalmente, representados pelos estoques de produtos acabados;

Segundo Hilário Franco, alguns autores consideram os estoques de matérias-primas como bens de venda, por integrarem direta ou indiretamente o produto a ser vendido. Outros autores classificam esses bens como circulante, pois se renovam constantemente.

No Comércio: as mercadorias adquiridas para revenda - estoque de mercadorias;

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Prestação de Serviços: Saldo de serviços a realizar em períodos futuros.

BENS NUMERÁRIOS: São aqueles de liquidez imediata, constituído pelo disponível - dinheiro em espécie, depósitos bancários, aplicações financeiras de liquidez imediata, etc. BENS DE RENDA: São aqueles adquiridos para produzirem rendas à sociedade e que não estão diretamente ligados à atividade. Exemplos: •

Participações societárias;

Aplicações Financeiras de liquidez não imediata;

Imóveis para alugar, etc.

CRÉDITOS DE FUNCIONAMENTO: São os valores a receber decorrentes da atividade da empresa, contas a receber, duplicatas a receber; CRÉDITOS DE FINANCIAMENTO: Valores a receber de financiamento de terceiros que não são relacionados com o objeto da atividade da empresa, como os empréstimos compulsórios à União. VALORES IMATERIAIS: Bens não tangíveis que figuram no ativo, marcas e patentes, despesas préoperacionais, gastos com reorganização, etc.

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FONTES DE FINANCIAMENTO - CAPITAIS PRÓPRIOS CAPITAL SOCIAL: Capital realizado, reservas de capital. Seu valor expressa o montante de recursos que os sócios colocaram à disposição da empresa para atingir o objeto social. RESERVAS DE CAPITAL: São valores recebidos de sócios ou de terceiros a título gratuito - não há a obrigação de devolução. Exemplo: Reservas de Doações e Reservas de ágio na emissão de Ações; RESERVAS DE REAVALIAÇÃO:

Trata-se de recursos resultantes da reavaliação de ativos da empresa.

RESERVAS DE LUCROS:

São recursos obtidos pela atividade empresarial;

Reserva Legal;

Reserva Estatutária;

Reserva de Lucros;

CAPITAIS DE TERCEIROS Débitos de Funcionamento: são recursos obtidos para o funcionamento normal da empresa, exemplos: •

Fornecedores;

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Salários a pagar;

Impostos a pagar;

DÉBITOS DE FINANCIAMENTO: Recursos obtidos para a ampliação e desenvolvimento da empresa, tais como financiamentos.

INVESTIMENTOS (APLICAÇÕES)

FINANCIAMENTOS (ORIGENS)

ATIVO

PASSIVO

Bens Numerários

Capitais de Terceiros

Créditos de Funcionamento

(Passivo Exigível)

Bens de Venda

Débitos de Funcionamento

Créditos de Financiamento

Débitos de Financiamento

Bens de Renda

Capitais Próprios (PL)

Bens Fixos

Capital e Reservas

Valores Imateriais

Lucros Acumulados

A compra de mercadorias a prazo é um capital de terceiros que a empresa utiliza pelo prazo concedido pelo fornecedor. A integralização de capital pelos sócios/acionistas é um capital chamado próprio porque aqueles o colocam na empresa para que ela tenha vida própria.

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CONTABILIDADE A contabilidade consiste no processo sistemático e ordenado de registrar as alterações patrimoniais de uma entidade. Dependendo do usuário e do tipo de informação requerida, ela pode assumir diferentes formas de apresentação, tais como:

Contabilidade Financeira – condicionada às imposições legais e fiscais.

Contabilidade Gerencial – voltada à administração da empresa, não se submete a imposições legais e fiscais. Tem como principal objetivo gerar informações úteis para as decisões empresariais. Contabilidade de Custos - responsável pelo cálculo e análise dos gastos realizados pela entidade no decorrer de suas operações em determinado período de tempo. CONTABILIDADE DE CUSTOS/ CONTABILIDADE GERENCIAL CONTABILIDADE GERAL OU FINANCEIRA A Contabilidade Geral ou Financeira surgiu com o desenvolvimento do comércio. Seu objetivo principal e fundamental é o controle do patrimônio da empresa e de suas variações, que são resultantes da apuração do Resultado das atividades mercantis (lucros ou prejuízos). A contabilidade é obrigatória a todas as empresas estabelecidas. Seu objetivo está associado ao passado e seus atos práticos são estabelecidos por meio de regras normativas que podem comprometer a tomada de decisões. As regras voltadas às normas da técnica contábil recebem a denominação de princípios fundamentais da contabilidade. Dos princípios emanados pelo Conselho Federal de Contabilidade, temos aqueles aplicados em custos, como segue: • Princípio da Competência (da realização) – a receita é reconhecida apenas quando realizada no momento em que há a troca de mercadorias, bens ou serviços, por elementos do ativo, pois o lucro ou prejuízo somente ocorre no momento da venda.

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• Princípio da Uniformidade (consistência) – o processo de registro contábil dos atos e fatos não deve ser mudado frequentemente, para que os resultados apresentados não sejam prejudicados. Caso ocorra a mudança dos critérios de contabilização, esta deve ser explicada, para que se compreenda os efeitos nas demonstrações contábeis do período. • Princípio da Prudência (conservadorismo) – para o registro de um ativo, devese escolher entre o custo e o valor de mercado: dos dois, o menor. O mesmo raciocínio deve ser utilizado pelo contador no registro dos gastos que provocam dúvida de classificação entre custo de produção ou despesa do período. Deve prevalecer a escolha que representa redução imediata do resultado, portanto, despesa do período. O princípio da prudência não deve ser usado indiscriminadamente e sim obedecer ao bom senso, já que pode ocasionar a perda do controle dos impactos no resultado do exercício. As regras e os princípios fornecem informações básicas aos seus usuários, além de ser uma exigência legal. A contabilidade financeira, de acordo com a área ou atividade em que é aplicada, recebe várias denominações:

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Contabilidade Agrícola - aplicada às empresas agrícolas;

Contabilidade Bancária - aplicada aos bancos;

Contabilidade Comercial - aplicada às empresas comerciais;

Contabilidade Hospitalar - aplicada aos hospitais;

Contabilidade Industrial - aplicada às indústrias;

Contabilidade Imobiliária

Contabilidade Pública

Contabilidade de Seguros, Contabilidade Social, Agropecuária, etc.

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A forma clássica de apuração do Resultado nas empresas comerciais é a que segue:

Receitas (Faturamento)

(-) Impostos

(=) Receita Líquida

(-) Custos das Mercadorias Vendidas

(+) Estoque Inicial de Mercadorias

(+) Compras de Mercadorias

(-) Estoque Final

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas Operacionais

Despesas com Vendas

Despesas Administrativas

Despesas Financeiras

Despesas Tributárias

(=) Lucro Operacional

(+) Receitas Não Operacionais

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(-) Despesas Não Operacionais

(=) Lucro Antes da Tributação

(-) Contribuição Social

(-) Imposto de Renda

(=) Lucro Líquido

CONTABILIDADE DE CUSTOS Está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados ou dos serviços prestados pelas empresas. Com o advento da revolução industrial e a consequente proliferação das empresas industriais, a Contabilidade viu-se às voltas com o problema de adaptar os procedimentos de apuração do resultado em empresas comerciais - revenda de mercadorias - para as empresas industriais, que adquiriam matérias-primas e utilizavam fatores de produção para transformá-las em produtos destinados à venda. A solução natural para o problema foi usar o mesmo esquema para apuração do resultado, substituindo o item “Compras” pelos fatores que entraram na produção: matériaprima; salários do pessoal da produção; energia elétrica; combustíveis e lubrificantes, etc. Enfim, todos os gastos que foram efetuados na atividade industrial para se obter o produto chamado de “gastos de produção”.

Simplificadamente, podemos demonstrar: Custo dos Produtos Vendidos

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(+) Estoque de matéria-prima

(+) Estoque de produtos em processo

(+) Estoque de produtos acabados

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(+) Custo de Produção do Período

Matérias-primas consumidas

Salários e Encargos

Energia Elétrica

Combustíveis

Outros Custos

(-) Estoque de matéria-prima

(-) Estoque de produtos em processo

(-) Estoque de produtos acabados

(=) Custo dos Produtos Vendidos

Observa-se que o Custo de Produção do período, ou seja, todos os gastos incorridos com a produção industrial, foi totalmente absorvido, seja pelos estoques finais de produtos ou pelo custo dos produtos vendidos. Este tipo de custeamento chamase “Custeio por Absorção” e originou-se da analogia com a Contabilidade Geral, sendo normalmente exigido pela Auditoria Externa das empresas e pelo Imposto de Renda. A Contabilidade de Custos, cuja função inicial era fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas funções muito importantes na Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxilio ao controle e para tomada de decisões. Na esfera administrativa de controle, a função da Contabilidade de Custos é fornecer informações para o estabelecimento de padrões, orçamentos ou previsões e, a seguir, acompanhar o efetivamente acontecido com os valores previstos. Este tipo de custeamento é chamado de “Custeio-Padrão” e tem um papel muito importante no sentido de detectar ineficiência ou desperdícios nas atividades produtivas.

Com relação à utilização dos dados da Contabilidade de Custos para Tomada de

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Decisões, estes podem ser muito úteis para o administrador decidir: • Se a capacidade de produção da fábrica é insuficiente para atender todos os pedidos dos clientes, qual produto ou linha de produtos deve ser cortado? •

Como fixar o preço de venda de um produto?

• Deve-se continuar comprando matérias-primas de terceiros ou interessa fabricálas na empresa?

Este sistema chama-se “Custeio Variável”.

CONTABILIDADE GERENCIAL “A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório” (IUDICIBUS, 1987, p.15). O PAPEL DA CONTABILIDADE GERENCIAL Do início do século para cá, nossa sociedade e nossas empresas mudaram muito, e o ambiente continua mudando cada vez mais. A competição está cada vez mais acirrada, exigindo que as empresas se adaptem rapidamente. Elas precisam tornar a mudança uma norma. Não basta uma única mudança. Este ponto é muito reforçado pelos movimentos de qualidade, é o que chamam “melhoramento contínuo”. A organização precisa estar preparada para esse novo desafio, que antes de mais nada é uma mudança de mentalidade. Cada vez mais o sucesso pode durar pouco, a vantagem conseguida pode ser dissipada em muito pouco tempo. A organização, bem como as pessoas, têm que aprender a lidar com essa “nova mudança”. O problema reside aí, ficamos tão apegados a certos princípios que não conseguimos ver que as coisas estão mudando, e acabamos achando que não precisamos mudar nossas formas de agir. Porém, nem todos estão parados, com um ambiente em constantes mudanças muitas as organizações empresas estão mudando. As empresas estão tentando acompanhar as mudanças e achar novas formas de competir, dessa

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maneira contribuindo para o dinamismo do mercado. A grande maioria concorda que o foco no cliente é o melhor caminho para o sucesso, e é com essa visão que novas formas de organização estão surgindo. Novas formas que procuram maior flexibilidade e maior entendimento do mercado, o que exige a participação e o entendimento de todos sobre o que a organização faz e para onde quer ir, fazendo com que as pessoas vejam a empresa como um todo. Com a finalidade de satisfazer o consumidor, verdadeiras revoluções estão acontecendo. Muitos pressupostos, antes considerados verdades absolutas, estão sendo quebrados. As mensagens da maioria dos gurus têm como base a mesma visão da empresa, eles estão apontando para a mesma direção. O que todos esses autores têm em comum é que eles defendem uma visão sistêmica da empresa, em que esta deve ser encarada como um organismo em que todas as partes precisam trabalhar em conjunto para que possamos ir em direção ao objetivo almejado, todos concordam que nossos modelos tradicionais de administração estão obsoletos. Para conseguir fazer estas mudanças é necessário abandonar conceitos tradicionais de administração e usar novos conceitos. Aqui é que está, ao nosso ver, a grande contribuição de Goldratt (Autor dos livros A Meta, Mais que Sorte um Processo de Raciocínio, entre outros). Ele, como muitas outras pessoas, também fala da necessidade de mudar a administração, de encarar a empresa com um sistema, de tornar a empresa uma organização voltada para o aprendizado, mas, ele fornece as ferramentas para que possamos fazer essa revolução, que são os processos de raciocínio da TOC. (Theory of Constraints - Teoria das Restrições)¹ O processo de raciocínio é a base para uma organização de aprendizagem, para se criar uma organização que causa mudanças e, conseqüentemente, que entra num processo de otimização contínua é necessário conhecer as ferramentas para fazer acontecer o que os gurus da administração advogam. Apesar de todos esses gurus da administração estarem constantemente advogando uma mudança na administração e de a maioria das pessoas concordar que é necessário mudar, muito poucas empresas realmente estão mudando, a grande maioria delas continuam usando as técnicas administrativas desenvolvidas no final do século passado. Por quê? As empresas que ainda resistem às mudanças estão presas num conflito. Elas têm a preocupação de que para garantir a lucratividade e sua sobrevivência é necessário não correr riscos, ter segurança, isto é, defender-se de modismos, e para que isso seja realidade é necessário continuar usando os mesmos princípios administrativos. O que muitas fazem é aprimorar os princípios administrativos que usam. Por outro lado para garantir a lucratividade e a sobrevivência é necessário se adaptar à nova realidade, e para ¹ “Dr. Eliyahu Goldratt, físico israelense, criador do método TOC”.

Na concepção dessas empresas, para não correr riscos é essencial não mudar e ao mesmo tempo

para se adaptar à nova realidade é essencial mudar. Aqui está o conflito.

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isso é necessário mudar o modo de administrar. As empresas que conseguem sair desse conflito são as que têm maiores oportunidades para conseguir vantagens competitivas significativas. Na verdade as empresas que não mudarem são as que estarão assumindo os maiores riscos. Não só isso. Muitas empresas/pessoas acham que seus problemas de falta de competitividade são decorrentes de causas fora do seu controle: altos impostos, concorrência desleal de produtos importados, mercado instável, altos juros, falta de mãode-obra especializada, etc. Para muitos, a melhora do desempenho das suas empresas depende exclusivamente do esforço e da vontade de outras pessoas. Todas essa mudanças no ambiente empresarial têm impacto na contabilidade gerencial. Esse impacto fica evidente quando analisamos as severas críticas que a contabilidade gerencial vem sofrendo. A explosão tecnológica está mudando a base da competitividade por todo o mundo, para poder competir às empresas têm de oferecer produtos sofisticados a um baixo preço, enquanto mantêm alta qualidade e excelente serviço ao consumidor. Um papel particularmente importante, mas não muito bem entendido, é o do sistema de contabilidade de custos. Atualmente a informação não está sendo providenciada de uma forma que possa ajudar a administração a identificar, priorizar e resolver problemas, os administradores de produção estão sendo orientados a tomar importantes decisões apesar das informações disponíveis da contabilidade de custos, e não porque ela é relevante. Críticas que têm como fundamento principal às mudanças no ambiente, que não tiveram contrapartida na contabilidade gerencial. OBJETIVOS DA CONTABILIDADE GERENCIAL Qualquer organização precisa de um sistema de informação que oriente e motive os gerentes a irem à direção da meta determinada pelos proprietários da empresa. Eles precisam saber em que direção devem concentrar seus esforços, para levarem a organização a se aproximar cada vez mais de sua meta. A bússola nos fornece a direção correta para onde estamos indo, a contabilidade gerencial deveria ser a bússola do empresário. A meta de um sistema deve ser estabelecida pelos proprietários. A meta de todo empresário deve ser a de ganhar dinheiro no presente, bem como no futuro. As medidas de desempenho usadas para verificar se a empresa está alcançando a sua metas são basicamente o Lucro Líquido (LL) e o Retorno sobre o Investimento (RSI). Essas duas medidas dão a posição da empresa em relação à sua meta , porém, não são de muita utilidade para a tomada de decisões locais. Para o dia-a-dia dos gerentes é necessário ter um elo de ligação entre as suas ações/decisões e a lucratividade da empresa.

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A contabilidade gerencial deve fazer a conexão entre as ações locais dos Gerentes

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e a lucratividade da empresa, para que estes possam saber que direção tomar. Medindo constantemente o impacto das ações locais no desempenho global, e serve ainda como agente motivador, pois premia pessoas que contribuem significativamente ao objetivo da empresa. A Contabilidade Gerencial tem como objetivo principal fornecer informações para que os gerentes possam decidir qual o melhor caminho para a empresa. PERDA DE RELEVÂNCIA Atualmente a contabilidade gerencial está perdendo credibilidade, com todas estas mudanças no ambiente, ela não mudou quase nada desde o começo do século. Isso faz com que as informações fornecidas pela contabilidade tradicional sejam incoerentes. Com o ambiente em constantes mudanças as empresas não podem ter informações distorcidas, se a contabilidade não estiver adequada aos novos tempos não há como competir. Uma boa contabilidade gerencial não é receita de sucesso, mas um pré-requisito. Por mais sofisticado e atualizado que sejam nenhuma metodologia ou sistema de contabilidade gerencial vão sozinho garantir o sucesso da empresa nos mercados de hoje, mas a sua ineficiência pode minar o desenvolvimento de produtos, o aprimoramento de processos e os esforços de marketing. Onde um sistema de contabilidade gerencial prevalece, o melhor resultado ocorre quando os administradores entendem a irrelevância do sistema e se desviam dele criando sistemas de informação personalizados. Até há pouco tempo a contabilidade gerencial vinha ignorando as mudanças ocorridas nos meios de produção. Ela precisa evoluir, precisa adaptar-se aos novos tempos.

Podemos afirmar que o tratamento dado aos atos e fatos administrativos gerados por qualquer pessoa jurídica implica diretamente em registros pela contabilidade, ou seja, as ações dos administradores traduzidas por transações devem ser registradas pela contabilidade, que originará relatórios expressando o resultado das decisões tomadas, As mais importantes funções que o administrador exerce são auxiliadas, basicamente, pela contabilidade, tais como: planejamento, organização, comunicação, coordenação e tomada de decisões. Dentro desse contexto, devemos nos assegurar que as informações traduzam realisticamente a situação da empresa, seja através dos Demonstrativos Contábeis de domínio público como o Balanço e Demonstrativo de Resultados ou por relatórios de uso interno e restrito como os fornecidos pela Contabilidade Gerencial, os quais devem ser os pontos de partida para decisões gerenciais. Sabemos que o Administrador de empresas inteligente se apoiará neste poderoso instrumento de trabalho que lhe permite

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tomar decisões visando um futuro com maior segurança.

Compare essas práticas com a empresa que você atua.

OBJETIVOS DO ESTUDO DE CUSTOS Estudar os custos de uma empresa é tarefa indispensável a uma boa administração. Não se compreende que haja empresas que desconheçam os custos dos seus produtos; a relação destes com outros setores empresariais, e a possibilidade de se efetuar redução dos custos sem alteração do produto ou da sua qualidade. Como competir no mercado, tomando decisões, como por exemplo, reduzindo o preço de venda sem incorrer em prejuízos? Somente conhecendo-se os custos totais do produto. Mas, para se determinar rigorosamente os custos, são necessários as seguintes atividades: • Coletar elementos para a fixação dos preços de venda dos produtos (levantamento de dados); • Reunir informações que permitam ao administrador o controle da eficiência da empresa como um todo e a eficiência de cada um dos seus setores (centros de custos); •

Avaliar os resultados operacionais da empresa;

Outros benefícios que de imediato decorrerão, ao conhecer-se os custos;

Habilitação da parte do administrador para tomada de decisões sobre:

Programas de produção;

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Programas de compras;

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Processos produtivos;

Políticas de vendas;

Políticas de estoques;

Abertura de mercado;

Políticas de pessoal;

Alterações em função dos desempenhos;

Avaliação da rentabilidade de cada produto ou de cada linha de produto;

Cumprimento das exigências fiscais e/ou políticas de preços governamentais (CIP);

• Maiores facilidades para o administrador financeiro, na tomada de decisões a curto e a longo prazo; •

Valoração adequada dos componentes do ativo.

Portanto, as funções básicas a atender no âmbito da empresa:

• Determinação do lucro: empregando dados originários dos registros convencionais contábeis, ou processando-os de maneira diferente, tornando-os mais úteis à administração; • Controle das operações: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a manutenção de padrões e orçamentos, comparações entre previsto e realizado; • Tomada de decisões: o que envolve produção (o que, quanto, como e quando fabricar), formação de preços, escolha entre fabricação própria ou terceirizada.

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Para um melhor estudo de Custos, a atividade poderá ser dividida em quatro funções básicas: •

Produtiva

Mercadológica

Administrativa

Financeira

No caso de empresas comerciais, a função produtiva é substituída pela de compras.

Cada uma dessas funções incorre em custos, quando se utiliza dos fatores ou insumos disponíveis no mercado. Exemplificando:

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Os custos totais são a somatória das remunerações de todos os fatores de todas as funções. ( CV + CF = CT)

As vantagens de classificar os custos segundo às funções permitem à direção:

Comparar os custos de uma função com os custos das demais;

• Comparar os custos de cada uma dessas funções com os custos idênticos de outras empresas; •

Avaliar o desempenho de cada uma das funções da empresa;

Cumprir, otimizando, com os deveres fiscais;

**********Para refletir Temos na contabilidade uma rica e inesgotável fonte de informações, quando bem alimentada pelos administradores. As metodologias e sistemas de informações contábeis com o desenvolvimento tecnológico, econômico e social, sob a ótica de alguns autores e usuários, evoluíram em menor escala. Embora muitos a critiquem, jamais podemos esquecer que como qualquer ciência a aplicação e utilização dos seus ensinamentos estão nas mãos de pessoas com interesses e aspirações diferenciadas. Como ferramenta gerencial, está à mercê de manipulações inescrupulosas como os grandes escândalos financeiros mundiais, como a Enrol nos Estados Unidos, e por que não os que estamos vivenciando atualmente no Congresso Nacional com os escândalos do mensalão, dos bingos, já tiveram o caso dos anões do orçamento, entre outros, mas, devemos então refletir: se essa ciência visa ajudar as pessoas, então, quem são os responsáveis pelos desvios que ocorrem nas empresas?

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Faça uma avaliação do atual estágio contábil e de gestão de uma empresa que você conhece comparando com as definições contidas neste tópico.

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CRO

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NAKAGAWA, Masayuki, ABC custeio baseado em atividades – 2 ed – São Paulo – Atlas, 2001 NOREEN, Eric W., A teoria das restrições e suas implicações na contabilidade gerencial – São Paulo - Editora Educator – 1996. PADOVEZE, Clóvis Luís, Curso básico gerencial de custos – São Paulo – Pioneira Thomson Learnig, 2005 SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa, Gestão prática de custos – Curitiba – Juruá, 2004 SHANK, John K, GOVINDARAJAN, Vijay, A revolução dos custos: como reinventar e redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente competitivos, - 2.ed. Rio de Janeiro – Campus, 1997 TORRECILLA, Angel Saez; FERNANDEZ, Antonio Fernandez; DIAZ, Gerardo Gutierrez, Contabilidad de costes y contabilidade de gestion – Madrid – McGraw-Hill – 2000 VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez, NEVES, Silvério das, Contabilidade de Custos: um enfoque direto e objetivo 4. Ed rev. e ampl. – São Paulo – Frase Editora, 1995

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