Metodologia da Pesquisa Científica - aula 01

METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA AULA 01 ASPECTOS BÁSICOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

AULA 01 - ASPECTOS BÁSICOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

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ASPECTOS BÁSICOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

O espírito científico é condição importante para desenvolver o método científico.

As características que definem o aluno como analista são a sensibilidade intelectual, o espírito curioso, a avaliação imparcial dos fatos e dos dados obtidos, a coragem para propor mudanças ou correções e a boa comunicação, além de outros fatores ligados à realidade de cada problema específico.

O método científico necessita de três elementos fundamentais para se sustentar ao longo da exposição apresentada na monografia, ou seja, você deverá ter raciocínio treinado para: 1.

Perceber necessidades e, consequentemente, propor soluções e estratégias de ação; 2.

Evidenciar provas que amparem a lógica desenvolvida e sirva, sobretudo, para sustentar o alcance do objetivo pretendido; 3) demonstrar a verdade que se deseja comprovar.

O que é, então, o método científico?

O método científico fundamenta-se num dispositivo ordenado que segue um plano metodológico, compondo um conjunto de processos para se chegar a uma verdade desejada. Na prática, é um conjunto de técnicas subordinadas ao método que se deseja utilizar e mais favoráveis ao objetivo que se pretende atingir.

O conhecimento adquirido sobre um assunto permite a apropriação de uma realidade. A ciência da administração, multifacetada em enfoques díspares, mostra ao pesquisador que os conhecimentos não estão disponíveis de forma estática, mas sempre ligados a pessoas. É por meio delas, da experiência que possuem e das informações que têm que se pode chegar à parceria desejosa de mudanças. O método científico deve abranger o conhecimento sistemático que reside em cada setor de uma empresa ou instituição, colocando sempre à sua frente o sentido crítico com a verdade transitória.

Para possibilitar melhor compreensão da metodologia que interessa ao campo da ciência de administração, é importante sintetizar algumas premissas básicas.

É importante que se considere a sequência a seguir como base reflexiva para entendimento de um campo maior de observação: 1.

A metodologia científica é um campo de trabalho. É importante, mas é apenas o meio que se utiliza para chegar a proposta da monografia. O valor está na proposta, ou seja, no conteúdo a ser apresentado, e não apenas na forma. O caráter experimental, por exemplo, é a maneira mais direta e sensível para demonstração. Análise e síntese compõem-se aqui e servem de universo para a comunicação, ou seja, para a maneira de dizer.

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2.

O método científico está à disposição do pesquisador com a observação da realidade, do ponto que chamou a sua atenção, e que passa a ser analisado por instrumentos técnicos, sensoriais, intelectuais e outros que a observação consiga identificar. A concentração deve estar na predisposição contínua para o exercício do trinômio que engloba atenção, exatidão e precisão. A intuição também ajuda muito aqueles que conseguem ver além dos acontecimentos exteriores, atingindo as causas que interferem nos resultados.

3.

O método científico vai se fracionar em processos, às vezes, muito diferentes, mas que incluem sempre a observação, a análise, a síntese, a indução, a dedução e a hipótese. Na prática, os diversos setores da empresa devem ser olhados com abrangência, de forma que o tema a pesquisar não seja encarado como um elo com vida própria. Tudo tem ligação entre si: um problema da área financeira, por exemplo, terá ligações diretas com marketing, certamente com os recursos humanos e outros.

Os processos e sub-processos estão interligados. Não há como imaginar a monografia restrita a uma situação particular, sem dimensioná-la com as influências e atuações geradas e recebidas.

4.

A questão a pesquisar precisa ser real. Isso quer dizer que a verdade será comprovada. Não se inventa o texto da monografia. Ela reflete um estado de ansiedade e motivação do pesquisador. Para tanto, ocorrências e fatos devem poder ser comprovados com método, possuindo realmente a importância que se lhes atribui. Com ordenação e experimentação, tanto quanto possível.

A verdade está presa ao raciocínio e às provas pesquisadas. Com uma série de fatores concluídos e relacionados entre si, o conhecimento passa a ser considerado como a relação estabelecida entre sujeito e objeto, na qual o objeto é o que se pretende conhecer.

Ora, o aumento de vendas de uma empresa pode revelar melhores performances com a execução sistemática de programas de treinamento, considerando o perfil de clientes da empresa/produto e a criação de incentivos por resultados e metas. Neste caso, as equipes de vendas são o sujeito a fundamentar e os resultados expressarão o objeto a ser alcançado.

A elaboração da monografia pressupõe a delimitação, a ser estabelecida pela própria metodologia adotada. Neste caso, a experiência pessoal do pesquisador é muito importante. Porém, não deve ser o elo único e de maior confiabilidade, pois isso pode tornar-se perigoso e delimitante. A pesquisa e o envolvimento das pessoas que já atuam no assunto pesquisado são de fundamental importância.

O conhecimento possui várias classificações. Porém, para efeito deste estudo, podemos seguir a ordenação mais comum, que coloca o ser humano diante de cinco classes, a saber: 1- Empírico; 2 – Científico; 3- Teológico; 4- Filosófico e 5 – Tecnológico.

O conhecimento empírico é o chamado conhecimento não-sistematizado, que contém as certezas rotineiras do dia a dia.

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O conhecimento científico é factual, contém verdades que, embora não devam ser consideradas como definitivas, amparam-se na experimentação. Esta forma de se chegar à verdade, embora sempre transitória num mundo dinâmico e global, segue um sistema para a sua obtenção.

A produção do conhecimento científico pode originar-se de análises documental, textual e experimental. A metodologia e os resultados que venham a ser alcançados podem sofrer rejeição do pesquisador, caso se apresentem distorcidos ou longe do que se pretende.

O conhecimento teológico busca uma relação com o sobrenatural para explicar ou justificar as ocorrências que não podem ser medidas. É o conhecimento também designado dogmático, pois se revela pelo exercício da fé e não fornece possibilidade de comprovação palpável.

O conhecimento filosófico parte da experiência e dificilmente utiliza a experimentação. É muito comum a empresas familiares mais antigas, em que os princípios gerais da administração passam por várias gerações e não aceitam a modernização, a utilização de meios mais dinâmicos e globais. Em geral, ficam isoladas do mercado e a fidelidade dos clientes vai diminuindo na mesma proporção em que ambos envelhecem.

Este conhecimento coloca-se numa realidade fundamentada na lógica, que passa ao largo das realidades atuais. Não há atualização dos comportamentos.

O conhecimento tecnológico procura entender a complexidade da administração atualmente, visando a sua agilidade, a dinâmica das informações e a velocidade de comunicação com o mercado, associando conhecimentos de diversas áreas e estabelecendo elos com a multiplicidade de ramos da engenharia, da física, química, ciência da computação, genética e tantas outras.

Definido o conhecimento para dar orientação ao trabalho de pesquisa, é necessário entender que esta deve desenvolver-se sob um ponto de vista crítico. Afinal, a futura monografia vai propor soluções fundamentadas, mas avaliando de forma consistente os métodos disponíveis, justificando a escolha feita. Ora, prevê-se que ocorram dificuldades impostas por limitações, até porque buscar soluções para um problema é sempre desafiador.

Nunca é demais repetir: a pesquisa é o primeiro grande passo para a elaboração futura da monografia. É a sua atividade básica. É por seu intermédio que se poderá medir o grau de absorção dos conhecimentos obtidos nas diversas disciplinas do Curso de cada um, a situação de experiência do trabalho prático na organização e, sobretudo, a criatividade e o senso de visão que permite somar e subtrair conceitos para ver um determinado problema com maior clareza.

A metodologia da pesquisa científica não pressupõe especialistas, porém, se estiverem fundamentados será melhor. O que interessa para o início da elaboração da monografia é disciplina e método de trabalho, pois vivemos hoje numa sociedade em que aprendemos constantemente. O trabalho será direcionar este conhecimento, definir as suas fronteiras e alimentar com constância o olhar para o mercado, conhecendo a sua base, alimentada por um sistema de crenças, valores e atitudes que permitam trabalhar visualizando sempre o consumidor de produtos e serviços. É com este consumidor potencial que a Ciência da Administração deve compartilhar-se.

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

É fundamental considerar como ponto de partida os conceitos básicos que interessam à elaboração da monografia, que podem ser assim resumidos: 1.

O estudo da metodologia científica relaciona-se diretamente com a análise do processo de gestão, pois busca identificar temas que permitam aperfeiçoamento ou criação de processos inovadores.

2.

A pesquisa para a monografia deve caracterizar a inovação procurada, com constância e determinação para a solução de um determinado problema. Planejamento e pesquisa são independentes em suas ações, mas interligados nas resultantes.

3.

O método científico para criar o cenário da monografia é um projeto definido por objetivos, coordenadas, tempo, recursos humanos e materiais, e busca de soluções.

4.

As características que definem o aluno como analista são a sensibilidade intelectual, o espírito curioso, a avaliação imparcial dos fatos e dos dados obtidos, a coragem para propor mudanças ou correções e a boa comunicação, além de outros fatores ligados à realidade de cada pesquisa específica.

5.

O método científico sustenta-se com raciocínio treinado para:

• Perceber necessidades;

• Evidenciar provas que amparem a lógica desenvolvida;

• Demonstrar a verdade que se deseja comprovar.

6.

Base reflexiva: É necessário concluir que a metodologia científica é um campo de trabalho; o método científico é praticado com instrumentos técnicos, sensoriais, intelectuais e outros; o método científico desdobra-se em processos como a observação, a análise e a síntese, a indução e a dedução, a hipótese e a teoria; a questão a pesquisar precisa ser real. Isso quer dizer que a verdade deve ser comprovada.

7.

O conhecimento possui várias classificações. Para este estudo podemos seguir a ordenação mais comum apresentando-o como: Empírico – soma das experiências sensíveis vividas; Científico – segue um sistema baseado em ocorrências e fatos; Teológico – fundamenta-se na fé religiosa e não permite evidências palpáveis; Filosófico – possui o objeto de investigação e método diferente do conhecimento científico e, por isso, atua apenas com o exercício racional; Tecnológico – utiliza os instrumentos artificiais criados pelo ser humano nas mais diversas áreas, podendo ser aproveitado em combinação com o conhecimento científico.

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IMPORTANTE

As informações básicas emanadas dos conceitos devem permitir-lhe atingir um universo para o seu pensar, e não pretender alimentar-se apenas de pensamentos anotados. Os conhecimentos fornecidos pelas diversas disciplinas do seu Curso são importantes, fundamentais e básicas, mas você não deve ater-se a elas, exclusivamente, e sim utilizá-las como combustível para os voos da observação e da pesquisa. Concluímos que a monografia, desde já, é um importante instrumento de profissionalização que vai revelar sua criatividade e sua forma sensível de enxergar o mundo e a organização a que se dedica profissionalmente.

IDENTIFICAR E COMPREENDER UM PROBLEMA

Há necessidade de se começar a pensar desde já em compreender melhor o mundo globalizado e a influência que as inovações velozes têm gerado nas organizações.

O que mudou nos últimos anos? O que está mudando? O que está a exigir cada vez mais atenção dos administradores?

A compreensão de um problema com o qual cada um se defronte lança o desafio, ao qual é preciso aplicar o conhecimento. Que conhecimento? O que, afinal, se quer resolver? Qual o enunciado desse problema? De que maneira isso está afetando a organização, as pessoas que nela trabalham e os clientes?

Há sempre uma condicionante. Qual é a condicionante da organização? O que está acontecendo e que problemas estão sendo gerados? Qual é a incógnita? Quais são os dados?

Tendo entendido os conceitos básicos do conhecimento científico, precisamos saber se eles são verdadeiros, pois o esforço mental para a elaboração do projeto vai tomar tempo, envolver pessoas e, por isso, precisa gerar resultados com um objetivo bem claro. Não resta dúvida que o caminho a percorrer pode ser longo e tortuoso desde a compreensão do problema até a sua solução, até que se tenha a ideia clara de um projeto criativo e, antecipadamente, como viável para os resultados desejados.

O melhor desafio, e sobre o qual você já deve ir pensando, é procurar saber, investigar e pesquisar problemas semelhantes em organizações até diferentes da que está em foco. Afinal, conhecemos algum problema correlato? O que é possível extrair destes conhecimentos e destas informações? Podemos aproveitar alguma coisa?

Não há necessidade de ser tão exageradamente cuidadoso a ponto de querer identificar um problema diferente só para ser diferente. Não é preciso isso. O cuidado deve girar em torno das realidades locais da organização, pois estas são próprias e, assim, cada pesquisa vai revelar situações muito originais ligadas a pessoas. São as pessoas que fazem a diferença – não esquecer que esta consideração e a obediência a este princípio são realmente fundamentais.

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Como está o ângulo de visão? Quando se precisa olhar o mundo à volta muitas vezes há dificuldades, porque as pessoas podem estar muito fechadas, mesmo aquelas que exercem cargos de nível gerencial, que coordenam e são responsáveis pela gestão dos negócios e dos serviços.

Todo problema possui uma incógnita. Esta incógnita tem a solução. É preciso percorrê-la passo a passo sem esquecer os recursos disponíveis e as pessoas envolvidas, clientes internos e externos. O sucesso de qualquer proposta está ligado às pessoas.

Até agora desenvolvemos um conjunto de conceitos que têm como finalidade prática e objetiva orientar o olhar do pesquisador, fornecendo-lhe os conhecimentos básicos para que perceba e entenda a interligação que existe entre o conhecimento, a pesquisa e o projeto. Tal aptidão deve iniciar-se à sua volta, primeiro identificando o problema e depois definindo por onde começar, o que pode ser feito neste momento, qual a vantagem em proceder desta maneira.

Baseado no que foi assimilado, busque fora da empresa situações reais que permitam estimular a memória e propiciar o conhecimento de aspectos relevantes. É importante que faça anotações, mais adiante elas serão consultadas.

O passo a passo para o exercício descrito acima pode ser o seguinte:

1.

Familiarize-se com o problema escolhido para apresentar na monografia. O que você quer realmente propor? O que pode ser feito? Que vantagens disso pode-se perceber?

2.

Qual o início do problema e como começar a pesquisa? Quais as vantagens que ajudam a entender a questão no todo e que ligações surgem, capazes de afetar a dinâmica dos resultados? Há aperfeiçoamento da compreensão do problema? É possível comunicar-se bem com os processos e receber as informações de forma clara?

3.

Quais os parâmetros a seguir para tornar as novas ideias proveitosas? Você avaliou bem a que resultado deseja chegar? Isto é proveitoso para a organização?

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O CONHECIMENTO E A VERDADE

A mente humana procura a verdade – ela é muito importante na pesquisa para a construção da monografia, a partir do tema. Na prática, o julgamento do pesquisador é que define a verdade, mas ampara-se nos seus conhecimentos, nos seus limites, na sua experiência, nos exemplos do que ocorre ao seu redor.

É por isso que a escolha do tema e o propósito da sua divulgação devem receber a adesão do pesquisador, para que a apresentação e a forma de escrever sejam amparadas pela certeza de que há uma evidência clara na proposição e nos resultados que se almejam.

A evidência tem a missão de ser o fundamento da certeza. Por isso é tão importante o que já dissemos quanto a constatar o que outras organizações estão fazendo diante do mesmo problema, respeitando sempre as realidades e os momentos de cada um, principalmente no que tange à avaliação do perfil das pessoas envolvidas – funcionários e clientes.

A verdade da proposta está ligada à experimentação, desde que seja um problema também verdadeiro. Devemos experimentar aquilo que é palpável e os resultados gerados por estas ações com representação real. E neste momento o pesquisador tornase um especialista no assunto, e deve assumir esta postura, pois o novo papel configura ao(à) aluno(a) uma situação nova, que ele(a) mesmo(a) deve perceber. À medida em que se aprofunda no tema escolhido, o resultado será “saber cada vez mais sobre menos”, ou seja, o tema, que ao mesmo tempo diminui no seu enunciado, aumenta a visão de conjunto.

Este conjunto são as repercussões. Imaginemos que uma empresa, em processo de reorganização interna, elabora pela primeira vez um plano de cargos e salários. Com a aplicação deste novo projeto percebemos que as pessoas passam a trabalhar mais motivadas, “sentem o chão em que pisam” e a sua dedicação começa a exceder os padrões.

O conjunto é, então, afetado de forma positiva. Um tema neste campo pode propor, por exemplo, incentivos motivacionais, prêmios de vendas, normas para promoções e outros.

A verdade compõe-se de ideias que permitem filtrar os assuntos e fornecer a certeza para a monografia. E esta certeza é muito pessoal, está em cada um pela sua ótica. A Ciência da Administração fornece elementos dinâmicos e a atualização do conhecimento é um constante desafio. A maneira de olhar o mundo entendendo as alterações velozes que ocorrem exige, então, um esforço em busca de experiências, leitura de obras atualizadas e revistas especializadas.

Por exemplo: a centralização dos custos na identificação de um tema para a monografia deve ser um caminho aberto, pois a atualização constante das empresas demanda gastos imprevistos. Não estaria aqui, então, um tema multifacetado para uma investigação mais apurada?

O processo de gestão está sempre onerado e, por isso, devemos ter cuidado para que as rotinas e as decisões maiores ou menores sejam analisadas e mereçam reflexão.

Quantas vezes o desperdício é praticado e estabiliza-se em ações de rotina alimentadas pelo desconhecimento? Quantas vezes as empresas e organizações trabalham sem o devido controle? Aqui há muitos temas para a monografia.

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Os conceitos aqui apresentados são básicos, como já dissemos, para evoluir no conhecimento científico e na certeza do que quer abordar. Lembre-se sempre que o tratamento do assunto, a experimentação e os argumentos desenvolvidos estão diretamente relacionados com o objetivo que se quer alcançar. E este objetivo precisa ser bem entendido por quem vai analisar a monografia.

O cumprimento do objetivo depende da argumentação desenvolvida, das provas, dos resultados que devem ser alcançados e já estão projetados. Depende da argumentação, pois argumentar é expor, deduzir, concluir e propor. Mais do que uma peça literária, a monografia deve mostrar com clareza o trabalho do pesquisador em suas diversas fases, como se verá mais adiante. A proposta é um confronto de ideias entre a rotina atual e o avanço proposto pelo autor.

A monografia guiada pela metodologia científica responde com a solução de um problema que perturba o pesquisador. Com isso, este pesquisador descobre-se na sistemática de um processo e diante da busca da verdade que o alimenta. O conhecimento científico lhe explica os fenômenos e desenvolve o raciocínio para o trabalho de forma programada, sistemática e metódica, tornando-o crítico, rigoroso e objetivo. À medida em que avança nas suas conclusões, consolida-se na certeza, pois aprende a dominar e a entender as resultantes do processo de análise e síntese. Em última análise, a sua postura e o seu direcionamento fundamentam-se na objetividade e evidência de fatos comprováveis.

A verdade apresentada na monografia deve ser multidisciplinar, pois um curso de Pós-Graduação como este fornece conhecimentos valiosos com os conteúdos das diversas disciplinas. A busca da verdade é multidisciplinar – quanto mais restrita for a intenção experimental, mais longe se fica do objetivo. É necessário exercitar a transversalidade, ou seja, aproveitar os temas periféricos das diversas disciplinas para enriquecer e fomentar o objetivo estabelecido.

Os preparos pessoais para a elaboração da monografia conduzem, muitas vezes, a um processo de reavaliação pessoal dos(as) alunos(as). É o momento da séria pergunta que alguns fazem: O que se desejo, afinal? Tenho preparo para produzir um trabalho a partir de uma proposta de mudança? Já consigo antever as soluções para isso?

O autoconhecimento é o ponto de partida para encontrar estas respostas. Para isso é necessário conhecer as próprias emoções, saber lidar com elas e, principalmente, avaliar o trabalho em equipe e os conhecimentos específicos e gerais sobre o trabalho desenvolvido. Além disso, lembrar que a elaboração da monografia e o seu posterior aproveitamento representam um crescimento pessoal, mas a satisfação de cada membro da equipe de trabalho ou de estudos depende da boa convivência.

A monografia nasce com pessoas e destina-se a pessoas, essa é a verdade. O bom resultado depende da aplicação da metodologia, mas também do entendimento pleno deste relacionamento.

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O PROJETO DE PESQUISA

A Prefeitura de qualquer cidade necessita do levantamento topográfico do local para construir uma praça que possa, depois, receber os diversos equipamentos públicos e transformar-se em um bom ponto de encontro e de lazer. A planta do terreno, as árvores existentes e os recantos que podem ser criados dependem da sua localização no bairro.

O aluno necessita, da mesma forma, de um projeto de pesquisa para a monografia. Este projeto será uma proposta detalhada que permita antever o trabalho a ser desenvolvido.

A pesquisa é um contrato de intenções que o pesquisador faz consigo mesmo.

O objetivo da proposta deve estar sempre presente. Por isso o projeto é a antecipação do que se quer propor, pois o processo de tomada de decisão para a escolha do caminho já faz parte da direção a tomar. Assim, a sequência é balizada pelo objetivo, pela definição de ações, práticas e procedimentos com a respectiva justificativa, pela implementação, pela avaliação dos resultados que devem acontecer, assim como pelas atuações corretivas compatíveis com a proposta.

Propomos alguns temas que, nos próximos tópicos, serão mais desenvolvidos com as Linhas de Pesquisa. Por enquanto, representam temáticas para despertar ideias e fixar observações.

Eis alguns exemplos:

1.

Como organizar um Programa Estratégico de Qualidade e combiná-lo com o Programa de Marketing para uma rede de lojas de varejo de móveis, associando premissas, estrutura, qualificação e recursos humanos e materiais?

2.

Tendo sempre atuado nos segmentos B e C do mercado de roupas femininas, qual a localização e enfoques de marketing que deve ter a nova loja projetada, desejando-se alcançar o segmento A? 3.

Quais as medidas a tomar pela área financeira, com o apoio do departamento de vendas, para reduzir o índice de inadimplência dos clientes? É possível projetar mudanças no perfil da clientela, incentivos para compras a prazo e outras?

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

Os conceitos básicos que interessam ao entendimento deste assunto resumemse assim: 1.

O julgamento do pesquisador define a verdade, amparando-se nos seus conhecimentos, nos seus limites, na sua experiência, nos exemplos do que ocorre ao seu redor.

2.

A adesão do pesquisador a um assunto deve partir de uma evidência. Esta evidência tem a missão de ser o fundamento da certeza do que se vai fazer.

3.

A verdade da proposta está ligada à experimentação. Neste momento o pesquisador torna-se um especialista no assunto. À medida em que se aprofunda no tema, o resultado será saber cada vez mais sobre menos, ou seja, o tema, que ao mesmo tempo diminui no seu enunciado, aumenta-lhe a visão de conjunto.

4.

A verdade compõe-se de ideias que permitem filtrar os assuntos e fornecer a certeza para a monografia. Esta certeza é muito pessoal, está em cada um pela ótica pessoal como um constante desafio.

5.

O objetivo deve estar claro na argumentação, pois argumentar é expor, deduzir, concluir e propor. A proposta é um confronto de ideias entre a rotina atual e o avanço proposto pelo autor.

6.

A verdade apresentada na monografia deve ser multidisciplinar, pois um curso de Pós-Graduação fornece conhecimentos valiosos nos conteúdos das diversas disciplinas.

A busca da verdade é multidisciplinar e, por isso, é necessário exercitar a transversalidade, aproveitando os temas periféricos das diversas disciplinas para enriquecer e fomentar o objetivo estabelecido.

7.

A monografia nasce com pessoas e destina-se a pessoas. É necessário identificálas e considerá-las no decorrer do projeto de monografia.

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A COMUNICAÇÃO MAIS ADEQUADA À REDAÇÃO DA MONOGRAFIA

Compete ao pesquisador estabelecer os meios para a perfeita compreensão da sua argumentação, pois a boa comunicação depende de compreensão, entendimento e símbolos conhecidos num caminho constante de duas mãos. A comunicação só se completa quando se tem certeza de que foi bem recebida e assimilada a mensagem que se pretendia passar.

Há um intercâmbio de símbolos que devem ter o mesmo significado para transmissor e receptor. Isto quer dizer que os argumentos, dados inerentes e todas as formas de exposição do problema precisam ser comuns a quem vai receber a mensagem.

Na monografia, as palavras devem estabelecer um convencimento sobre a proposta que está sendo apresentada, e neste caso contêm conhecimentos técnicos, científicos, criatividade, relações próximas com as pessoas e as rotinas analisadas. Enfim, há um “arsenal psíquico” que reúne sentimentos e conhecimentos de gestão, operacionais ou de mercado.

A monografia é um trabalho científico. Consideremos o que define um trabalho desta natureza: 1.

Delimitar a área de pesquisa definindo com clareza o enunciado e o objetivo, ou seja, a que resultado se pretende chegar.

2.

Estudar e ler obras, artigos, trabalhos, enfim, tudo o que se possa reunir sobre o assunto.

3.

Conhecer e entrevistar pessoas que trabalham ou atuam de alguma maneira com o assunto pesquisado.

4.

Separar obras e autores que forneçam sustentação aos argumentos defendidos pelo pesquisador.

5.

Valorizar eventuais pesquisas diretas e experimentações realizadas para a fundamentação dos argumentos, preocupando-se com a viabilidade dos mesmos.

É indicado utilizar períodos mais curtos, repetindo o sujeito quando quiser dar ênfase a uma determinada afirmação ou negação, cuidando para não exagerar no uso excessivo de pronomes e orações subordinadas.

A qualidade da comunicação na monografia deve permitir o entendimento perfeito de quem lê, avalia a proposta e, eventualmente, decide sobre a mesma. Então, num exercício prático de qualidade da comunicação pode-se perguntar:

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1.

Quem se comunica?

2.

O que se pretende dizer ou provar?

3.

Quais as “provas” apresentadas?

4.

Qual a finalidade a ser atingida?

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5.

O objetivo foi cumprido?

6.

As razões que motivaram o tema foram atingidas?

7.

Há provas disso? Quais?

A monografia dirige-se, em primeiro lugar, ao seu Orientador, que vai analisar minuciosamente todas as premissas da Intenção de Monografia, assunto que será desenvolvido no último tópico desta disciplina. Sim, porque a Monografia nasce de uma Intenção do aluno, que precisa ter argumentos para justificá-la. Mas, além do Orientador, esta Monografia deve ser consultada por um universo mais amplo de leitores: colegas, professores e público em geral. Para tanto, este trabalho deve ser acolhido na Biblioteca da UNIANDRADE, onde ficará exposto para consulta.

Um contexto favorável para a apresentação da monografia deve seguir alguns “cuidados” que destacamos a seguir.

1.

Entender com clareza que os temas para a monografia são, inicialmente, hipóteses.

Quer dizer, são sentenças provisórias para a reflexão. Apenas hipóteses para orientar o desenvolvimento da pesquisa, ou seja, a busca de evidências para fundamentar o que se quer provar. Compete ao pesquisador definir e dizer com clareza quais são as suas intenções ao propor o tema específico.

2.

Avançar gradativamente na exposição. Tornar claros todos os argumentos e experimentações, e dar-lhes a lógica de que precisam para a sua fundamentação.

3.

Explicar sempre as palavras novas que venham a ser utilizadas e que não façam parte do vocabulário comum. Dependendo do tema, pode-se criar um glossário para explicar termos técnicos e outros utilizados ao longo da monografia.

4.

Evitar textos muito grandes e, por isso, usar parágrafos com frequência.

5.

Citar nomes sempre no idioma original, tomando o cuidado de não anteceder com artigos os nomes próprios.

A redação bem exposta deve permitir o esclarecimento das dúvidas, sustentada pelo raciocínio consistente e seguro, pela evidência das provas experimentais e pela plena demonstração da verdade que se quer comprovar. Por isso, a persuasão fundamenta o raciocínio de quem vai analisar o trabalho – é a prova clara da evidência. E como exposto antes, a evidência é o fechamento do argumento que se quer comprovar, ou seja, o

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atingir do objetivo. É aqui que a proposta ganha vida com discernimento.

Outro item importante a se atentar é o plágio. O plágio é uma cópia sem identificação, apesar de que algumas editoras não permitem nem a citação de textos de obras sem prévia autorização. Copiar um texto sem citar a obra é, na verdade, muito pior – é uma apropriação indébita, e isto se caracteriza um crime perante a lei.

A legislação brasileira trata do plágio no artigo 184 do Código Penal e na Lei 5988, de 14.DEZ.73. Preste atenção à recomendação apresentada em quase todas as obras, proibindo a reprodução de textos das mesmas. Algumas editoras autorizam tais citações desde que as mesmas lhes sejam solicitadas a tempo e hora.

1.

A boa comunicação depende de compreensão, entendimento e símbolos conhecidos num caminho constante de duas mãos: transmissor e receptor.

2.

As palavras, na monografia, devem apresentar conhecimentos técnicos, científicos, criatividade, relações próximas com as pessoas e as rotinas analisadas. Representam um “arsenal psíquico” que reúne sentimentos e conhecimentos de gestão, operacionais ou de mercado.

3.

A monografia é um trabalho científico, e este possui regras próprias.

4.

A monografia nasce de hipóteses, ou seja, sentenças provisórias para a reflexão.

5.

A evidência é o fechamento do argumento do se quer comprovar, ou seja, o atingir do objetivo.

6.

Tomar cuidado com o plágio e a transcrição de trechos de obras. O plágio é uma cópia sem identificação, uma apropriação indébita, caracterizando um crime perante a lei.

EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO

Ao explorar as premissas do conhecimento científico, deve-se ter em mente que a monografia nasce de hipóteses. Há, no entanto, uma preocupação muito genérica entre os alunos(as) que têm a percorrer o caminho de buscar a certeza para as suas “criações”.

Porém, toda a verdade é transitória, pois está ligada à compreensão e interpretação dos dados dos quais se dispõe.

Não há certeza de nada, por isso deve-se ter muito cuidado quando se compilam dados ou se organizam pesquisas. Em muitos casos ocorrem mudanças bruscas durante

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

a fase de elaboração da monografia. E, assim, os(as) alunos(as) devem ficar atentos(as) e buscar temas que tenham a garantia de uma vida um pouco mais longa. Quando se estudarem as Linhas de Pesquisa e as suas etapas, este detalhe deve ser ratificado.

Ao concluir este tópico, precisamos fazer uma série de indagações para que a motivação seja estimulada e para que se procure “em volta”, ou seja, se inicie a busca do tema. Sabemos de antemão que a elaboração da monografia, desde a formulação da hipótese, vai demandar tempo e esforço pessoal de coordenação de informações e conclusões prévias.

É conveniente fazer esta autoavaliação para concluir sobre o grau de autoconhecimento individual, buscando-se a média comportamental que permita o melhor trabalho e com resultados satisfatórios.

O pesquisador deve conhecer bem o seu universo, determinando-se a encontrar a solução, propondo-a com argumentos, para que um determinado problema seja sanado.

Podemos começar com as indagações a seguir, as quais devem ser respondidas por escrito e guardadas para leitura na oportunidade da definição do tema da monografia.

•

Constata-se boa comunicação com os outros?

•

Verifica-se boa relação com responsabilidades na empresa?

•

Compreendem-se bem os símbolos adotados no negócio?

•

Existem barreiras verbais – há dificuldades para escrever?

•

As mensagens têm boa qualidade?

•

No cotidiano, fala-se ou ouve-se mais?

•

Costuma-se fazer experimentos ou reage-se a mudanças?

•

Há facilidade para alterar rotinas? Por quê?

•

A atuação gerencial produz ou modifica resultados?

•

Exercem-se os cargos por mais de cinco anos? Por quê?

•

O que é importante para os chefes? Por quê?

•

Pretendeu-se mudar rotina que não se conseguiu? Por quê?

•

Há receio que alguém na empresa pretenda o lugar do chefe?

AULA 01 - ASPECTOS BÁSICOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

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Estão claros agora os conceitos básicos do método científico necessário ao desenvolvimento das Hipóteses e da elaboração da monografia. Entendemos agora, da mesma forma, porque a maneira de se comunicar deve proporcionar a clareza num caminho de duas mãos. A partir da autoavaliação proposta, já temos parâmetros para a elaboração da monografia.

Entendemos agora que a monografia, na prática, é um projeto, e o pesquisador um especialista voltado para evidências. Sim, porque os fatos a considerar devem merecer análise e propostas e, com isso, permitir o fechamento do argumento. Entendemos também porque a Monografia, tendo esta base de raciocínio, é um Trabalho Científico.

Estudar, comunicar-se, desenvolver a observação e o conhecimento estão no próximo Tópico. Com a elucidação de tais bases poderemos, então, compreender a metodologia científica e a pesquisa voltadas de forma específica para a Administração. Assim, poderá ser feita a ligação entre a comunicação científica e a empresarial, pois estas devem seguir juntas para a elaboração da monografia.

Daremos destaque às interferências pessoais e culturais que o pesquisador enfrenta e que colocam em risco a comunicação. Neste passo, vamos entender porque a objetividade da comunicação escrita é afetada por pontos de vista, ideias irremovíveis e até por defesa pessoal, que muitas vezes aparecem.

A combinação dos dois primeiros Tópicos nos dá entendimento para avançar e formular mais adiante as pesquisas efetivas que interessam a cada um, a partir das Linhas que serão descobertas.

O estudo da metodologia científica é, então, uma revelação profunda do momento atual de cada um, das suas pretensões profissionais e dos limites que podem ser rompidos com a valorização do autoconhecimento e da prática de novas técnicas.

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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA

COSTA, Marco Antonio F. da et al. Metodologia da pesquisa – conceitos e técnicas. Rio de Janeiro: Editora Interciência. 2001 DIAS, Ricardo Resende et al. Atendimento superior. Goiânia: Editora Terra. 2000 LÜCK, Heloísa. Metodologia de projetos – uma ferramenta de planejamento e gestão.

Petrópolis: Editora Vozes. 2005 MARTINS, Jaqueline Pinto. Metodologia da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Editora Palestra. 2003 RAMOS, Paulo et al. Os caminhos metodológicos da pesquisa. Blumenau: Odorizzi editora.

2005

AULA 01 - ASPECTOS BÁSICOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

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