Didática do Ensino Superior - aula 02

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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR AULA 02 O PROFESSOR FASCINANTE, A COMUNICAÇÃO E O PLANEJAMENTO DAS AULAS

AULA 02 - O PROFESSOR FASCINANTE, A COMUNICAÇÃO E O PLANEJAMENTO DAS AULAS.

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O PROFESSOR FASCINANTE A arte de ensinar é um desafio que nos acompanha em todas as etapas e circunstâncias de nossas vidas. Por que não aperfeiçoar esta arte? Por que não descobrir a amplitude de recursos no processo ensino aprendizagem? “Um excelente educador não é um ser humano perfeito, mas alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender”. (AUGUSTO CURY, 2003) CURY (2003) nos descreve os sete hábitos dos bons professores e dos professores fascinantes, que são: • Bons professores são funcionamento da mente;

eloquentes,

professores

fascinantes

conhecem

o

• Bons professores possuem metodologia, professores fascinantes possuem sensibilidade; • Bons professores educam a inteligência lógica, professores fascinantes educam a emoção; • Bons professores usam a memória como depósito de informações, professores fascinantes usam-na como suporte na arte de ensinar; • Bons professores são mestres temporários, professores fascinantes são mestres inesquecíveis; • Bons professores corrigem comportamentos, professores fascinantes resolvem conflitos em sala de aula; • Bons professores educam para uma profissão, professores fascinantes educam para a vida.

Acesse o link abaixo e leia o texto: A arte de ensinar, de Alberto Vasconcelos.

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3569665

Você sabia que algumas características significativas ressaltam na ação do professor fascinante?

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O professor fascinante busca conhecer os alunos, possui uma melhor comunicação, possui um estilo didático distinto, norteia suas ações de maneira que a metodologia de ensino aprendizagem seja interativa e dinâmica. Permite ao participante ser agente ativo deste processo, dialogando, perguntando e obtendo explicações para as suas necessidades, mantém aceso o interesse, inclusive com a forma física de seu ambiente de sala de aula. Apontaremos, a seguir, vantagens e desvantagens no exercício da docência no ensino superior. Vantagens: • Expor ideias e discuti-las, chegando até mesmo a vê-las aceitas por diversos participantes; • Tornar-se conhecido rapidamente por inúmeras pessoas, estabelecendo uma grande rede de networking; • Assimilar a psicologia e a dinâmica de grupos, podendo utilizá-las nas atividades empresariais; •

Dominar e gostar da disciplina que leciona;

Vencer a timidez e a insegurança de falar em público;

Debater temas polêmicos e gerenciar conflitos;

Exercitar a criatividade, ter contato com novas ideias;

Aplicar toda a bagagem técnica, prática e vivencial;

Ter a possibilidade de dar consultorias, cursos e palestras.

Desvantagens: • Atividades além das de sala de aula com planejamento, preparação e correção de provas, apesar de minimizadas com a experiência; •

Salários incompatíveis com as exigências da profissão;

Estresse;

• Recursos escassos para pesquisa, inadequação de currículos, despreparo dos alunos. Outras habilidades e competências indispensáveis na arte de ensinar e aprender precisam fazer parte da atuação do professor universitário: gostar de alunos, ter senso de humor, memória, força de vontade, bondade e humildade, marca pessoal, autoestima desenvolvida, capacidade de criar uma ilha de otimismo em torno de si, dissolver o poder das ideias, ter expectativas positivas de seus alunos, nunca ridicularizar os aprendizes. Aprender é um processo ativo, em que o aluno trabalha (intelectualmente) tanto quanto o professor.

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COMUNICAÇÃO Para você, o que significa comunicação? Reflita sobre a questão e compare com o exposto a seguir. A palavra comunicação é um substantivo que vem do latim e significa partilhar, participar algo, tornar comum. Com maior abrangência, comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos ou processos convencionais. Essa transmissão verifica-se pela linguagem falada ou escrita, por meio de outros sinais, signos ou símbolos e por aparelhamento técnico especializado, sonoro ou visual. Para José Moran, a comunicação também significa entrar em sintonia, intercambiar, dialogar, expressar, influenciar, persuadir, convencer, solidarizar, tornar transparente e comungar.

Convidamos você a visitar o site http://www.eca.usp.br/prof/moran/. Nele encontrará vários artigos interessantes, de autoria do Professor José Manuel Moran, sobre os Desafios da Comunicação Pessoal.

Você pode estar pensando: Por que falar de comunicação nesta disciplina?

Lembre-se que o educador, no seu ambiente de trabalho, é essencialmente um comunicador. Emite, transmite e recebe mensagens. Portanto, espera-se dele que tenha uma boa comunicação. O educador deve saber: •

Comunicar-se com os participantes do grupo.

Motivá-los.

Explicar o conteúdo.

• Manter o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo, por meio da interação da comunicação.

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O papel fundamental do educador, por meio da comunicação, é interpretar dados,

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fazer relação entre eles, colocá-los em um contexto e aplicá-los de forma prática. Até este momento de estudo já refletimos sobre a comunicação, o professor fascinante e comunicador. Agora, vamos ver o Planejamento das aulas?

PLANEJANDO SUAS AULAS Um professor motivado, que contagia seus alunos, é um bom começo para o sucesso no magistério. O aluno, enquanto agente ativo do processo de aprendizagem, torna-se “pensador crítico” e, assim, o processo se tornará mais dinâmico, pois o aluno desenvolve a capacidade de iniciativa, liberdade de expressão, habilidade de comunicação, posicionamento, capacidade de pesquisa, o que permite que ele possa questionar, analisar, julgar e tomar decisões. Professor e aluno são responsáveis pelo processo ensino-aprendizagem. Ao planejar as aulas o professor deve levar em consideração o público-alvo, ou seja, buscar obter o maior número de informações a respeito da turma em que irá ministrar as aulas, como idade, naturalidade, formação, experiência profissional, etc. Os recursos pedagógicos escolhidos, como datashow, vídeos, laboratórios, simulações, jogos de empresas, discussões, cases, quadro de giz, livros, textos, apostilas, microcomputador, internet entre outros, auxiliarão na execução das aulas. O importante é o professor entender que esses são apenas recursos e que ele, com seu conhecimento, habilidades e competências, é o melhor deles. Na medida em que o professor elabora o planejamento de suas disciplinas, aprende a dosar os conteúdos, sempre adequando ao seu público-alvo e levando em consideração o preceito filosófico, sociológico, econômico e prático de cada uma delas, distribuindo de forma anual, semestral, bimestral ou mensal, transformando em conteúdos diários. A metodologia da avaliação deverá estar em consonância com os objetivos específicos da disciplina. Relembrando a aula anterior, pode-se dizer que o Método de Ensino nos cursos é a forma, o caminho, a abordagem utilizada para transmitir o conhecimento e aplicálo à realidade. NÉRICI (1997, p. 255) complementa: “Método de ensino é o conjunto de momentos e técnicas logicamente coordenados, tendo em vista dirigir a aprendizagem do educando para determinados objetivos. Dele faz uso o professor para levar o educando a elaborar conhecimentos, a adquirir técnicas ou habilidades e a incorporar atitudes e ideais”. Podemos dizer que o método é a coordenação unitária das diversas técnicas para efetivação do ensino. A técnica, por sua vez, seria imediata e particular do ensino. Podem ser resumidas como técnicas de ensino: • Falar – quando se pretende transmitir ao aluno uma quantidade limitada de

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conhecimentos; • Mostrar – é útil na fase da apresentação de um conteúdo a ser transmitido ou na execução de algo novo; • Ilustrar – é um instrumento para esclarecer pontos que o estudante não compreende muito bem. Vai desde um simples esboço até a comparação com situações comuns que facilitam a compreensão; • Questionar – é útil durante todo o processo de ensino, pois coloca o aluno em condições de entender, verificando o que foi apreendido, aumentando o interesse pelo assunto e organizando as ideias em princípio, meio e fim. Segundo Gilberto Teixeira, a Didática tem cinco componentes fundamentais: • Aluno: A aprendizagem é planejada, estimulada, orientada, consolidada a controlada. • Aprendizagem: É o fim da educação. • Objetivos: Governam toda marcha do trabalho escolar. • Matéria: Deve ser selecionada, dosada, programada, a fim de que sejam alcançados os objetivos. • Métodos: É a organização racional de todos os fatores pessoais, condições e recursos para atingir os objetivos. Lembre-se: Conforme menciona Gil (2007, p. 01), o professor universitário precisa ter, assim como os demais, sólidos conhecimentos na disciplina em que pretende atuar e também habilidades pedagógicas suficientes para que o aprendizado seja mais eficaz. Além disso, precisa ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação compatível com as características de sua função.

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ABREU, M.C.de; MASETTO, M.T. O Professor Universitário em aula: prática e princípios teóricos. 8ª ed. São Paulo: MG Ed. Associados, 1990. ANASTASIOU, L.G.C. e ALVES, L.P. (Orgs). Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville, SC: UNIVILLE, 2003.

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HAAS, C.M. Reflexões interdisciplinares sobre avaliação da aprendizagem. in: MENESES, J.G.C. e BATISTA, S.H.S.S. (Orgs). Revisitando a prática docente: interdisciplinaridade, políticas públicas e formação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. HOFFMAN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 1993. 20ª Edição revista, 2003. IBAIXE, Carmensita de Souza Bueno. Preparando Aulas: Manual Prático para Formação do Professor. São Paulo: Madras, 2006.

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LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

NÉRICI, Imídeo Giuseppe. Introdução à didática geral. Rio de Janeiro - RJ: Científica, 1997. ROMANOWSKI, J.P.e WACHOWICZ, L.A. Avaliação Formativa no Ensino Superior: que resistências manifestamos professores e os alunos. in: ANASTASIOU, L.G.C.e ALVES, L.P. (Orgs). Processos de Ensinagem na Universidade:pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville, SC:UNIVILLE, 2003. SORDI, M.R.L. Alternativas Propositivas no campo da avaliação: por que não?. in: CASTANHO, Sérgio e CASTANHO, Maria Eugênia L.M. (Orgs). Temas e textos em metodologia do ensino superior. Campinas, SP: Papirus, 2001. TEIXEIRA, Gilberto. Introdução aos Conceitos de Educação, Ensino, Aprendizagem e Didática. Disponível em: <http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler. php?modulo=12&texto=725>. Acesso em: 30 out. 2009.

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