Leitura e Produção de Texto - Unidade07

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UNIDADE

07

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL

LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Como já estudamos nas unidades anteriores, as finalidades comunicativas somente se efetivam quando o discurso se apresenta de forma bem elaborada – isso equivale dizer, em termos gramaticais, que as estruturas sintáticas foram organizadas de maneira adequada. Os verbos devem sempre concordar com o sujeito a que se referem, assim, como os artigos, pronomes, numerais e adjetivos devem concordar com os substantivos a que se referem. É da concordância entre os termos da oração que trata esta unidade. Leia este texto: Primavera Silenciosa A preocupação dos cientistas com a destruição ambiental já vem de muitos anos. Um dos primeiros alertas está no livro Silent Spring (Primavera silenciosa) da zoóloga e ecologista Rachel Carson, lançado há mais de 50 anos. Nele, a autora denuncia os efeitos nocivos de certos produtos químicos sobre o meio ambiente. Segundo ela, os agrotóxicos prejudicariam o planeta a ponto de os pássaros deixarem de cantar na primavera. (AMARAL, Emilia...[et.al]. Novas palavras: vol.3 – 2. Ed. – São Paulo:FTD.2013). Na descrição desse texto, as palavras foram combinadas entre si e, para que se ajustassem uma às outras, foram flexionadas conforme certas regras da variedade padrão do idioma: 1. Os verbos ajustaram-se aos seus respectivos sujeitos. Exemplos: “Um dos primeiros alertas (sujeito) está (verbo) no livro [...]” “[...] os agrotóxicos (sujeito) prejudicariam (verbo) o planeta [...]”

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2. Os artigos ajustaram-se aos substantivos a que se associam. Exemplos: a preocupação [d]os cientistas o planeta 3. Os adjetivos ajustaram-se aos substantivos por eles caracterizados. Exemplos: destruição ambiental efeitos nocivos No item 1, os ajustes ocorreram entre o verbo de cada oração e o seu sujeito; trata-se, então, de casos de concordância verbal.Nos itens 2 e 3, os ajustes envolveram palavra associadas a substantivos (nomes), por isso este processo de adaptação denomina-se concordância nominal. Existe, portanto, dois tipos de concordância: Concordância verbal: Princípio sintático de acordo com o qual o verbo deve ser flexionado para se ajustar ao sujeito da oração. Concordância nominal: Princípio sintático com o qual toda palavra variável associada ao substantivo deve ser flexionada para se adaptar a ele. CONCORDÂNCIA VERBAL

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Propaganda publicada em um jornal apresentando erro de concordância verbal muito corriqueiro na fala. O correto é: O comércio e a CDL “levam” você ao HopiHari. Concordância verbal estuda o acordo entre o verbo e o sujeito da oração em número e pessoa. Vejamos alguns casos: Com sujeito simples o verbo concorda com o núcleo do sujeito. Exemplo: Jogadores (núcleo) de países com pouca tradição no futebol (adjunto adnominal) ganham (verbo) chances de mostrar o seu talento no Corinthians (predicado verbal). • Expressões partitivas como: parte de; metade de; a maior parte de. O verbo fica no singular. Exemplo: Parte dos estudantes do ensino público não recebeu os materiais escolares; • Expressões de quantidade aproximada como: cerca de; mais de, o verbo concorda com o substantivo que se segue à expressão. Exemplo: Cerca de 25 mil manifestantes se reúnem em passeata no centro de São Paulo. • Porcentagem: o verbo concorda com a expressão numérica expressa pela porcentagem ou o verbo concorda com o numeral ou com o substantivo que especifica a porcentagem, no caso de expressão partitiva. Exemplo: Fim de semana: 50% das mortes registradas são homicídios. • Expressão fracionária: o verbo concorda com o numerador da fração (o número que vem acima do traço da fração). Exemplo: Um quinto da reserva de água potável no planeta está na Amazônia. Dois terços do planeta Terra são água. Concordância com sujeito simples formado por pronome • Pronome relativo que: quando o pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva, o verbo da oração subordinada concorda com o termo da oração ao qual o pronome se refere.

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Exemplo: Fui eu que fiz. Se o antecedente do pronome que for a expressão um dos, o verbo da oração subordinada vai para o plural. Exemplo: “GOE prende um dos assaltantes que faziam arrastão na cidade”. Pronome relativo quem: o verbo pode concordar com o próprio pronome, como no exemplo que segue: “Uma conta foi criada com meu nome, porém não fui eu quem criou!” O verbo pode ainda concordar com o antecedente do pronome. Nesse caso, a oração acima ficaria da seguinte forma: “Uma conta foi criada com meu nome, porém não fui eu quem criei!” • Pronomes interrogativos e indefinidos: quando o sujeito é formado por expressões como: nenhum de nós e alguns de nós, o verbo pode ir para o plural, concordando com o pronome pessoal, ou para o singular, concordando com o pronome indefinido, como na letra da música “Nós dois”, de Cartola: “terminaram nossas aventuras/ chega de tanta procura/ nenhum de nós deve ter/ mais alguma ilusão.” Concordância com sujeito composto

O verbo vai para o plural com o sujeito composto.

Exemplo: Brigas e gritos sempre tiveram nesta casa.

Concordância com sujeito coletivo •

Com sujeito coletivo o verbo permanece no singular:

Exemplos: A turma reclamou da professora. O grupo de turista está sentindo o frio do Sul do país. • Quando o verbo estiver longe do sujeito coletivo, o verbo poderá ficar tanto no singular quanto no plural, dependendo da ideia

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que se quer dar: - se for ideia de todo, o verbo permanece no singular; •

Se destacar a presença dos indivíduos, fica no plural.

A multidão, ontem pela manhã, se afastou da cidade. A multidão, ontem pela manhã, se afastaram do rio. • Quando o sujeito coletivo vier acompanhado de palavra que denominem indivíduos, o verbo ficará no singular ou no plural. Destacando que, no singular, a ideia de todo se destacará, ao passo que, no plural, a ação dos indivíduos será realçada. Exemplo: Toda a família – a mãe, o pai, o filho, a filha, o avó e a avó viajou/viajaram de carro. • Quando o Ou, indicar exclusão de um dos núcleos; verbo no singular. • Quando o Nem, indicar exclusão de um dos núcleos, verbo no singular; equando Nem, não indicar exclusão, verbo no plural. • Quando a palavra de ligação for Com e seu sentido pretende realçar o primeiro núcleo(se for ele singular), o verbo vai para o singular, e, se o Com, atribuir a mesma importância a todos os núcleos, o verbo vai para o plural. Exemplos: O diretor financeiro ou (indica exclusão) um dos sócios será(verbosingular)o novo presidente da empresa. Insinuações irônicas ou (não indica exclusão)palavras rudes magoam(verbo plural) pessoas sensíveis. Nem o vice-prefeito, nem(indica exclusão) o presidente da Câmara será(verbo singular) o novo prefeito.

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Nem o vice-prefeito, nem (não indica exclusão)o presidente da Câmara apóiam(verbo plural) o projeto. O famoso cantor sertanejo com sua banda fará(singular, realçando “cantor” – 1º núcleo)um show beneficente. O famoso cantor sertanejo com sua banda farão (plural,atribuindo a mesma importância aos dois núcleos)um show beneficente • Muitos de nós, verbo no plural: “Muitos de nós sabíamos que aquilo não estava correto.” • Um dos que, uma das que, normalmente com o verbo no singular, normalmente com verbo no singular, a não ser que se queira enfatizar o conjunto. Exemplos: Não serei eu um dos que cruzará o braço. Não serei eu um dos que cruzarão os braços. Ensino à distância é um dos que mais cresce no país. • A maioria dos Verbo no singular: ”A maioria dos alunos ficou com nota baixa em português.” •

Cada um / poucos de

O verbo apresenta-se em número e pessoa atribuídos pelo núcleo do sujeito:

“Cada um de nós sabe o que precisa fazer.”

“Poucos de nós sairemos bem no vestibular.”

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Verbo acompanhado de SE

Existem duas estruturas sintáticas constituídas por verbo + senas quais o pronome se, por exercer funções diferentes, precisa ser levado em consideração para se estabelecer, na variedade padrão, a concordância do verbo. São elas:

Verbo + se (pronome apassivador)

Verbo + se (índice de indeterminação do sujeito)

Estrutura: verbo + se (pronome apassivador)

Essa estrutura é empregada na construção de orações na voz passiva pronominal. Veja estes dois exemplos: Não se (pronome apassivador) reformulou (verbo no singular) o projeto original (sujeito no singular). Não se (pronome apassivador) reformularam (verbo no plural) os projetos originais (sujeito no plural). Então: Verbo + pronome apassivador se - o verbo concorda com o sujeito que está explícito na oração. •

Estrutura: verbo + se (índice de indeterminação do sujeito)

Nesse tipo de estrutura, o pronome se é geralmente associado a um verbo transitivo indireto para constituir orações com sujeito indeterminado. Observe as indicações nos exemplos: • Nunca se(índice de indeterminação do sujeito)concordaria(verbo na 3ª pessoa do singular)com esta proposta(objeto indireto). • Nunca se(índice de indeterminação do sujeito)concordaria(verbo na 3ª pessoa do singular)com estas propostas(objeto indireto). Note, nos dois exemplos, que o termo “[com] esta(s) proposta(s), por não ser sujeito, e sim objeto indireto, não tem nenhuma influência na concordância verbal. Nesse tipo de enunciado, o sujeito é indeterminado e, por isso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.

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Então: Verbo + índice de indeterminação do sujeito - o verbo deve ser empregado na 3ª pessoa do singular. Esse tipo de construção sintática ocorre com os verbos transitivos indiretos (como nos exemplos anteriores) e com verbos intransitivos e verbos de ligação, como nestes exemplos: Planeja (VI) –se(índice de indeterminação do sujeito) muito nesta empresa, mas trabalha (VI) –se(índice de indeterminação do sujeito) pouco. Não se (índice de indeterminação do sujeito) é (Verbo de Ligação) nada sem alguns bons amigos.

Vendem-se casas.

Alugam-se.

Verbos dar, bater, soar

Indicando horas, concorda com o número de horas:

Soaram duas horas.

Deram três horas, e ele não chegou.

Mais de, menos de, perto de, cerca de

Verbo concorda com o numeral:

Mais de dois terços da pescaria foram rejeitados.

Até o ano de 1500, cerca de 500 milhões de habitantes povoaram a Terra.

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PRONOMES DE TRATAMENTO Concorda com a pessoa do discurso, mas sempre na 3ª pessoa, mesmo que o sujeito esteja na 2ª pessoa: ta.

Vossas Senhorias não ainda não discutiram os assuntos da pau-

Topônimos e títulos de obras:

Sem artigo - singular:

Três Lagoas há muito não progride.

Com artigo - plural:

na.

Os Estados Unidos vão ter que admitir uma nova política exter-

Não sei onde estão situados os Alpes.

Pessoas diferentes

Você e eu - concorda com a 3ª pessoa plural:

Você e eu iremos cuidar do caso imediatamente.

Tu e ele - concorda com a 2ª pessoa plural:

Tu e ele fizestes a declaração conforme as normas da casa.

Aposto resumitivo

Carros, jóias, viagens, nada o faz feliz.

Comprei roupas, perfumes, maquiagens, tudo em promoção.

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O verbo ser como sujeito: O verbo concorda com o predicativo.

Exemplo: Os ganhadores éramos nós. Os animais eram a alegria da casa. Observação: Com predicativo: é pouco, muito, suficiente, bastante, etc., o verbo fica no singular.

Exemplo: Cinco quilos de arroz é pouco para esta multidão.

Verbo SER, ora concorda com predicativo, ora com o sujeito

Se houver pessoa e coisas, a pessoa prevalece:

Exemplo: Lúcia era as alegrias da casa.

Se houver plural e singular, o plural prevalece:

Exemplo: Minha garantia eram as joias. • Se houver pronome pessoal reto e quaisquer palavras, prevalece o pronome:

Que tipo de professores sois vós?

Frases iniciadas pelos interrogativos que, quem + verbo SER

Geralmente concordam com o pronome:

Quem é você?

Quem chegou primeiro fomos nós.

O verbo ‘ser” nas expressões de quantidades como: “é pouco”, “seria muito”, “foi bastante”, “era demais”, indicativas de quantidade (preço, medida, peso, etc.), o verbo ser fica sempre no singular.

Exemplos:

Três toneladas seria demais para o velho caminhão carregar.

Para fazer cinco bolos, dois quilos de farinha é muito pouco.

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Verbo FAZER com sentido de tempo decorrido

É impessoal. Não tem sujeito e fica sempre no singular:

Faz10 anos que ele foi para a Irlanda.

Datas e horas

Singular ou plural, conforme o número do atributo:

Hoje são 24 de julho.

Agora são duas horas.

É meia-noite.

É meio-dia.

Concordância com tempos compostos

Nos tempos compostos, geralmente, o verbo auxiliar fica no singular. Ou seja, formas nominais - infinitivo, gerúndio e particípio.

Exemplo: Estamos fazendo toda a atividade proposta.

Vou comprar os livros que preciso.

Observação: O verbo fazer quando indica tempo transcorrido, permanece no singular.

Exemplos: Faz 20 anos que saí da minha cidade natal.

Verbo haver

Esse verbo é impessoal nos seguintes casos:

quando empregado como sinônimo de “existir” ou “acontecer”

Exemplos:

No futuro, haverá (haver= existir) cidades espaciais.

Houve (haver=acontecer), neste sábado, dois shows na cidade.

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Nas locuções verbais, o verbo haver transmite a impessoalidade para o verbo auxiliar, que, por isso, também fica no singular, qualquer que seja ele. Veja: Segundo especialistas, [poderá, precisará, vai, há de] haver novas profissões tecnológicas(objeto direto). •

Na indicação de tempo transcorrido

Exemplos:

Já havia muitos anos que eu não visitava minha cidade natal.

Nesta avenida, há apenas alguns meses, transitavam poucos veículos.

O verbo haver, como sinônimo de existir ou acontecer, é impessoal (não tem sujeito), mas os próprios verbos existir e acontecer têm sujeito e, evidentemente, concordam com ele. Compare:

Não havia lojas (obj. direto) nesta rua.

Não existiam lojas( sujeito) nesta rua.

ontem haveria duas festas.

Ontem aconteceriam duas festas.

O verbo haver , quando empregado em sentido diferente dos referidos anteriormente, tem sujeito e, evidentemente, concorda com ele. Veja estes casos: Houveram-se (haver=agir,portar-se) com dignidade durante a campanha política os dois candidatos.(sujeito). Se faltarem novamente, eles (sujeito) se haverão(haver = ajustar contas, explicar-se) com o coordenador do curso.

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CONCORDÂNCIA NOMINAL Informação exposta em um supermercado que apresenta erro de concordância nominal muito corriqueiro na fala. O correto é: “limão favorece a produção de hemoglobina nas hemácias sanguíneas e auxilia o organismo a absorver ferro dos alimentos. •

Regra geral

Conhecer as principais regras de concordância nominal e saber empregá-las – ao falar ou escrever – é indispensável a quem, em situações formais de comunicação, precisa fazer uso da variedade padrão do idioma. A palavra nuclear dos mecanismos de concordância nominal é o substantivo, e a ele podem associar-se palavras das seguintes classes: artigo, numeral, pronome e adjetivo. Exemplo:No segundo jogo(substantivo) sofremos outra derrota(substantivo) vergonhosa. As palavras associadas a cada um dos substantivos concordaram com eles. Assim, toda a palavra variável que se refere a um substantivo concorda com ele em gênero (masculino/feminino) e número (singular/plural). •

Concordância do adjetivo com vários substantivos

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito. Exemplo: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser. Eles gostavam daquele seu jeitocarinhoso de ser. •

Adjetivo na função de adjunto adnominal

Adjetivo antes dos substantivos dos substantivos [adjetivo+substantivo+substantivo...] Regra: O adjetivo só pode concordar com

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o primeiro substantivo da série.

Exemplos:

Estranhos gritos e música vinham, à noite, do velho casarão. (estranhos concordou só com gritos, 1º substantivo). Estranha música e gritos vinham, à noite, do velho casarão. (estranha concordou só com música, 1º substantivo). É importante atentar para o fato para o fato de que, em construções como as exemplificadas pelas duas frases acima, embora o adjetivo só concorde gramaticalmente com o primeiro substantivo, a característica por ele expressa se aplica a todos os substantivos as séries. Exemplo: Esta revista publica ótimas reportagens e artigos. ( o adjetivo concordou gramaticalmente só com o primeiro substantivo (reportagens), mas deve-se entender que as reportagens são ótimas e os artigos também). O adjetivo depois do substantivo [ substantivo+ substantivo + ... + adjetivo] Regra: O adjetivo pode concordar, indiferentemente, apenas com o último substantivo as série ou com todos os substantivos.

Exemplos:

Gritos e música estranha vinham, à noite, do velho casarão.(o adjetivo concordou só com música {último substantivo}). Gritos e música estranhos vinham, à noite, do velho casarão.(o adjetivo concordou com todos os substantivos {gritos + música}). Nesses casos, vale o mesmo princípio do item anterior, ou seja, a característica expressa pelo adjetivo é atribuída a todos os substantivos da série, mesmo quando ele concorda apenas com o substantivo mais próximo. •

Compare, nestes exemplos, as duas opções de concordância

Nas rodovias pedagiadas há guincho e mecânico gratuito. O adjetivo concordou só com mecânico, mas deve-se entender que o mecânico é gratuito e o guincho também, embora essa opção de

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concordância não deixe isso muito claro. Nas rodovias pedagiadas há guincho emecânico gratuitos. O adjetivo concordou com guincho e mecânico; essa opção, por deixar bem claro que a característica é atribuída aos dois substantivos, é mais recomendável. •

Adjetivo na função de predicativo (do sujeito ou do objeto)

Adjetivo antes substantivos [adjetivo + substantivo + substantivo +...] Regra: o adjetivo pode concordar só com o primeiro substantivo ou concordar, no plural, com todos os substantivos da série.

Exemplos:

À noite, ficava totalmente escura a rua e os casebres do vilarejo. (o adjetivo escura na função de predicativo do sujeito). À noite, ficavam totalmente escuros a rua e os casebres do vilarejo. (adjetivo na função de predicativo do sujeito). • Adjetivo depois dos substantivos [substantivos + substantivo + ... + adjetivo] Regra: O adjetivo necessariamente concorda, no plural, com todos os substantivos da série. À noite, a rua e os casebres do vilarejo(sujeito) ficavam escuros (adjetivo/ predicativo do sujeito). O agrônomo considerou a terra e o clima da região (objeto) inadequados (adjetivo/predicativo do objeto) para a lavoura. Existem algumas palavras e expressões que, às vezes, são empregadas de uma maneira na variedade coloquial e de outra na variedade padrão do idioma. Como essas possibilidades de uso podem gerar dúvidas, vamos conhecer as orientações que a variedade padrão estabelece para esses casos.

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1. POSSÍVEL •

precedido de o mais, o menor, o melhor, o pior – singular;

• precedido de os mais, os menores, os melhores, os piores – plural. Exemplo: Estampas o mais possível claras. / Estampas as mais claras possíveis. 2. ANEXO / INCLUSO – adjetivos concordam com o substantivo a que se referem. Exemplo: Envio-lhe anexos / inclusos os documentos. (em anexo, junto a são invariáveis) 3. LESO (adjetivo = lesado, prejudicado) concorda com o substantivo com o qual forma uma composição.

Exemplo: Cometeu crime de lesa-pátria.

4.

Proibido/ Proibida

• substantivo com sentido indeterminado (sem artigo) – adjetivo no masculino.

Ex.: É proibido entrada;

• substantivo com sentido determinado (com artigo) – adjetivo concorda com o substantivo. Exemplos: É necessária muita cautela. É proibida a entrada. 5.

MEIO – numeral = metade (variável)

Exemplo: Falou meias verdades.

Advérbio = parcialmente (variável).

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Exemplo: Encontrava-se meio fatigada.

6.

BASTANTE/ BASTANTES

A palavra bastante pode também exercer o papel de adjetivo ou advérbio. Como advérbio de intensidade (muito) é invariável. Exemplos: Elas falam bastante (muito). Estavam bastante (muito) felizes.

Como adjetivo concorda com o substantivo.

Exemplos: Li bastantes livros. Eu quero ver bastantes novidades nesta feira. Obs: você pode fazer a diferenciação: substitua [bastante] por muito, se muito variar, a palavra bastante também irá variar, em qualquer circunstância:

Conheci muitas/bastantes pessoas (muitas = bastantes).

Eles são muito/bastante simpáticos (muito = bastante).

7. MEIO (= um pouco, um tanto) é advérbio e invariável

Exemplo: A porta estava meio (um tanto) aberta.

Significando metade, concordará com o nome a que se refere:

Exemplo:Tomou meia garrafa de cerveja.

8. SÓ – adjetivo = sozinho (variável). Exemplo: Eles se sentiam sós. Palavra denotativa de exclusão (invariável).

Exemplo: Só os alunos compareceram à reunião (= somente).

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9.

PSEUDO, ALERTA, SALVO, EXCETO – são palavras invariáveis.

Exemplo: Ela é pseudo-administradora, por isso fiquemos sempre alerta. 10. QUITE = LIVRE – concorda com aquele a que se refere. Exemplo: Estamos quites com a mensalidade. 11. OBRIGADO, MESMO, PRÓPRIO – concordam com o gênero e número da pessoa a que se referem.

Exemplo: Ela disse:

Muito obrigada, eu mesma cuidarei do assunto.

12. Alerta - é advérbio e invariável

Exemplo: Ambos estavam alerta.

Mas atenção: É variável como sinônimo de aviso (substantivo): As sentinelas deram vários alertas (= vários avisos). 13. NENHUM varia normalmente

Exemplo: Vocês não são nenhuns coitadinhos.

O plural só pode ser usado, se o pronome vem antes do adjetivo. Se vier depois, só admite o singular: Vocês não são coitadinhos nenhum.

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O que dizem os linguistas sobre a sentença:Vende-se casas [...] A questão da partícula se em enunciados do tipo Vende-se casas vem sendo investigada há muito tempo nos estudos gramaticais e linguísticos brasileiros. O que todos os estudiosos concluem é que, na língua falada no Brasil, no português brasileiro, ocorreu uma reanálise sintática nesse tipo de enunciado, isto é, o falante brasileiro não considera mais esses enunciados como orações passivas sintéticas. O que a gramática normativa insiste em classificar como sujeito, a gramática intuitiva do brasileiro interpreta insiste em classificar como sujeito, a gramática intuitiva do brasileiro interpreta como objeto direto. [...] Muitas pesquisas científicas [...] mostram que a imensa maioria dos brasileiros – de todas as classes sociais, cultos ou não, na língua falada e na língua escrita – usam verbos no singular nos enunciados em que aparece o se com o verbo transitivo e um substantivo no plural: Vende-se casas, aluga-se salas [...]É porque a língua muda com o tempo, segue seu curso, transforma-se. [...]. Vale ressaltar que na língua padrão o correto seria: vendem-se casas, alugam-se salas. (BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. São Paulo; Loyola, 2001, p.97-8).

Para Perini (2004, p. 174) estudar e descrever a língua (sua gramática, seu vocabulário, sua pronúncia) é examinar aspectos muito importantes do nosso mundo. Por um lado, estudamos o instrumento fundamental que permite o funcionamento da sociedade que, afinal de contas, se baseia na comunicação entre as pessoas. E, por outro lado, estudamos aspectos importantes da nossa organização mental: o funcionamento do nosso cérebro, da nossa memória, da nossa inteligência. É aí, e não em outra coisa qualquer, que reside o verdadeiro interesse de se estudar e fazer gramática. (PERINI, Mário. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004).

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REFERÊNCIAS BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo; Loyola, 2001. PERINI, Mário. A língua do Brasil amanhã e outros mistérios. São Paulo: Parábola, 2004.

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