Qualidade de Vida, Meio Ambiente e Economia Sustentável - Unidade10

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UNIDADE

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VALORAÇÃO AMBIENTAL E ECONÔMICA PARA GESTÃO AMBIENTAL

QUALIDADE DE VIDA, MEIO AMBIENTE E ECONOMIA SUSTENTÁVEL

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


VALORAÇÃO AMBIENTAL E ECONÔMICA PARA GESTÃO AMBIENTAL

Reconhecer a valoração ambiental e econômica para gestão ambiental enquanto estratégia de preservação da vida e dos aspectos de sustentabilidade planetária.

Inúmeros autores reconhecem que as mudanças no meio ambiente ocorrem de maneira contínua, sejam elas climáticas, físicas ou de outra natureza. São decorrentes dos fenômenos naturais sobre os quais temos pouco ou nenhum controle. De alguma forma, estamos comprometidos com essa mudança, a certeza da finitude dos recursos naturais tornou o homem um descuidado com a natureza. Alguns fenômenos parecem não ter dependência com essa relação equivocada do homem e a natureza, fenômenos como erupção de vulcões, terremotos e outras catástrofes ambientais. Além do mais, segundo Kaskantzis (2010), as agressões antropogênicas ao meio ambiente têm influenciado o clima do planeta. E, entre as principais causas que contribuem com as mudanças do meio ambiente são decorrentes do aumento populacional, o consumo exacerbado, as mudanças das atividades industriais, transporte, agricultura, degradações e outros. O desenvolvimento econômico de um país depende dentre outros fatores da quantidade de recursos naturais disponíveis que venham atender às necessidades da população presente, sem que seja comprometida a capacidade de satisfazer-se destes recursos no futuro. (BARRETO, 2013) Cabe ressaltar que os problemas ambientais ocorrem por falhas de mercado, oriundas de atividades da administração pública e econômicas ineficientes, como as políticas governamentais mal orientadas, a não garantia do direito da propriedade de um recurso natural, e principalmente a dificuldade em estipular o real valor econômico dos recursos ambientais (PANAYOTOU, 1995 apud VINOTTI, 2009).

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A falta de legislação adequada e punição são fatores que contribuem para a degradação dos recursos naturais. Nesse contexto, a intervenção do Estado, através da fiscalização e aplicação de multas, tributos, taxas, no presente momento, é uma das principais formas de coibir a degradação ambiental. (BARRETO, 2013) Há um padrão de apropriação do capital natural, no qual os benefícios decorrentes das atividades econômicas são providos apenas para alguns usuários (e não todos que, de forma justa pela Constituição Federal, têm direito) de recursos ambientais sem que sejam compensados os custos incorridos. Barreto (2013) alega ainda que, por consequência, as gerações futuras serão deixadas com um estoque de “capital natural” resultante de decisões das gerações atuais, arcando, assim, com os custos “negativos” que essas decisões podem ocasionar. Conclui-se que os verdadeiros ganhos e perdas ambientais devem ser incorporados no cálculo do desenvolvimento econômico de um país, ou seja, as riquezas ambientais, as perdas por poluição ou a exploração do meio ambiente, por exemplo, devem ser computados no balanço final do cálculo do Produto Interno Bruto, ou qualquer outro parâmetro econômico relacionado.

NOVAS POSSIBILIDADES Podemos comparar a reviravolta econômica que tomou conta do mundo atual ao que a natureza reage. Existem desastres naturais que representam destruição, causam transtornos de todo tamanho e proporção, muitas vezes trazendo destruição de um pais, como o terremoto no Haiti em 2010. Até hoje, o país contabiliza prejuízos e seu povo se espalhou pelo mundo afim de sobreviver ao caos ainda vivenciado. Podemos enumerar vários episódios como esse pelo mundo e, cronologicamente falando, na história da humanidade. Mas, existe hoje uma possibilidade importante de mercado, a economia azul. Em termos econômicos, quando a ruptura ocorre em um nível tão fundamental, um caminho completamente novo fica disponível para o mercado. As inovações que podem emular o efeito cascata da natureza, e que fazem uso as leis da física, tem a chance de obter sucesso porque há pouco a ganhar utilizando modelos de negócios existentes.

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As inovações simplesmente não competem dentro das mesmas regras. As baterias são substituídas por “não baterias”; os aparelhos médicos, as cirurgias, os medicamentos são substituídos por algo viável e natural. Ao invés de lidar constantemente com perdas, os “resíduos da produção” são utilizados para gerar mais renda do que a gerada pelo negócio central, ao ser aproveitado por outro interesse sem absolutamente nenhuma relação. Em essência, é por isso que agora, mais do que em qualquer outro momento na história recente, temos a oportunidade de gerar milhões de empregos enquanto afastamos da escassez, da poluição e do desperdício. Milhares de pessoas, em centenas de países, estão diante delas. O seu trabalho formará a cascata que vai se espraiar e, em juntamente com o trabalho de outras pessoas, criar oportunidades para um número ainda maior de pessoas. Tratar do meio ambiente passou a ser mais que rentável, pois toma proporção de um novo modelo de economia, desta vez baseado no reaproveitamento, na reutilização e na busca de equilíbrio entre produção e consumo. Passamos a falar de consumo consciente, coleta seletiva de lixo e de cuidado com a natureza. Políticas públicas têm tomado corpo e de forma muito atenta cuidado de novos empreendimentos, de forma a preservar meio ambiente.

NATURA

Fig.01

A Natura, por exemplo, no seu editorial para Revista Exame, de novembro 2015, salienta “Construindo uma base solida para o Futuro”. A fabricante de cosméticos Natura reavaliou suas metas de sustentabilidade para ficar mais forte até 2050. O planejamento e trabalho por um futuro que alia perspectivas para os negócios e para o planeta é necessário e urgente. Preservar as matas nativas, proteger os recursos hídricos, de forma garantir uma matriz energética composta por fontes renováveis, contribuindo para construção de uma economia de baixo carbono.

É melhor pensar que não podemos adotar práticas suicidas na

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economia, tudo deve dar retorno e, se pensarmos dessa forma, não nos restam outras escolhas, visto que os recursos ambientais são finitos e, portanto, exigem nossa preocupação constante. Fig.02

No caso da BUNGE, maior exportadora de grãos do país, tornouse a principal representante de um amplo esforço para reduzir o desmatamento em novas fronteiras agrícolas. Para tanto, o Governo Federal vem agindo no sentido de estancar todo desmatamento ilegal no país até 2030. Logo, encontrar equilíbrio entre duas intenções de aumentar produtividade, abrindo novas áreas de plantio com o estancamento do desmatamento, constrói uma equação estratégica a ser resolvida.

VALORAÇÃO AMBIENTAL E ECONÔMICA PARA GESTÃO AMBIENTAL A empresa BRASKEM, controlada pela Organização Odebrecht, é uma empresa química e petroquímica brasileira com o escritório central localizado na cidade de São Paulo. Os objetivos de desenvolvimento Sustentável dessa empresa referenciam no segmento químico e petroquímico, é de lançar um novo olhar sobre o futuro do planeta. No mês de setembro de 2015, os países membros da ONU adotaram uma estratégia global para os próximos quinze anos, cuja aspiração é proteger o meio ambiente e acabar com a extrema pobreza, desigualdade e injustiça. São dezessete objetivos de desenvolvimento sustentável, desdobrado em 169 metas. De acordo com Marcos Custódio, diretor executivo da Fundação Lamb Watchers, entidade brasileira que promove ações para amenizar as desigualdades e propor oportunidades aos mais necessitados, o modelo de cooperação entre os diferentes atores sociais é fundamental para a busca de um mundo mais justo e sustentável. “A colaboração propicia o surgimento de inovações e oportunidades de negócios, o que gera desenvolvimento”, diz Custódio.

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VAMOS CONHECER OS 17 OBJETIVOS?

1. Erradicar pobreza Acabar com a pobreza é estratégico para o desenvolvimento sustentável. 2. Erradicação da fome

Buscar segurança alimentar para toda população.

3. Saúde de qualidade

Garantir uma vida plena para todas as pessoas.

4. Educação de qualidade Metas que envolvem promoção de uma educação integral do ser humano biopsicossocial. 5. Igualdade de gênero Dar poder às mulheres significa oferecer a elas as mesmas oportunidades dadas aos homens no mercado de trabalho, na vida, divisão de tarefas e reconhecimento da necessidade de respeito às diferenças. 6. Água limpa e Saneamento

Oferta de água potável e serviços de higiene.

7. Energias renováveis Busca de alternativas para implementação de fontes limpas de produção de energia. 8. Empregos dignos e crescimento econômico O avanço econômico sustentável estará entre os principais motores do desenvolvimento social. 9. Inovação e infraestrutura O desenvolvimento da indústria e a inovação geram forte impacto socioambiental.

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10. Redução das desigualdades

Busca da inclusão social.

11. Cidades e comunidades sustentáveis Urbanização das cidades e comunidades, de forma garantir o mínimo de saneamento. 12. Consumo responsável

Proteção dos recursos naturais, ressaltando sua finitude.

13. Combate ás mudanças climáticas Uma maneira de frear os efeitos das mudanças climáticas é aumentar o uso de fontes renováveis. 14. Vida debaixo da água

Redução dos níveis de poluição dos mares e rios.

15. Vida sobre a Terra Conservação de biomas típicos está contemplada nos objetivos globais do desenvolvimento sustentável. 16. Paz e justiça Redução de todas as formas de violência e desrespeito ao ser humano e seu ambiente. 17. Parcerias pelas metas Mostrar a importância da atuação conjunta governo, sociedade e empresas neste pacto pela vida.

Estamos construindo o conhecimento sobre o valor das tecnologias desenvolvidas pela natureza e sua adaptação ao mundo em que vivemos. Nosso ecossistema e o entendimento da inteligência inerente aos processos naturais, alternativas ao modelo econômico vigente e como é possível encontrar inspiração e soluções desenvolvidas pela natureza objetivando o bem de todos.

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LISTA DE IMAGENS Fig.01: Natura - Marca Registrada Fig.02: Bunge - Marca Registrada

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Maria Esther. A valoração econômica como instrumento de gestão ambiental aplicável à compensação ambiental: o caso do Parque Estadual do Ibitipoca. Monografia de pós-graduação Lato Sensu. Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, 2013.

KASKANTZIS NETO, G. Métodos de Valoração Ambiental. Tese de Doutorado. UFPR. 2010.

VINOTTI, S.L.M. Como Aplicar a Valoração Econômica do Meio Ambiente Dentro da Gestão Ambiental? Monografia de Especialização em Análise Ambiental do Setor de Ciência da Terra. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009.

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