UNIDADE
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MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MODELO JAPONÊS DE ADMINISTRAÇÃO
Caro (a) Aluno(a),
Bem-vindo (a) a unidade onze. Estudaremos como é o modelo Japonês de Administração, e suas principais contribuições para o desenvolvimento da Administração, e o sistema Toyota de produção. Demonstraremos a produção sob a ótica da qualidade e da produção enxuta.
Bons estudos!
HISTÓRICO As palavras qualidade e eficiência estão presentes no cotidiano do Japão. Por ser um país com uma baixa oferta de recursos naturais, a exportação de produtos com alto valor agregado sempre foi a fonte de renda desse país. A partir de 1970 os moldes adotados pelo Japão passaram a ser conhecido mundialmente pela sua qualidade e dessa forma nasceu o modelo japonês de produção, que teve como seus precursores o Sistema Toyota de Produção. Os anos 70 iniciou sem o clima de otimismo que permeava os anos anteriores. O contexto da Guerra Fria dividiu o mundo entre zonas de influência das duas potências mundiais: Estados Unidos e União Soviética. Assim, ao mesmo tempo em que uma profunda mudança se operava na estrutura econômica mundial, importantes acontecimentos políticos também começaram a transformar o cenário político internacional. Foi a partir da segunda metade dos anos 70 que começou a se tornar conhecidas as palavras e nomes vindos do Japão. Aos poucos o mecanicismo foi cedendo lugar para a busca de qualidade total, administração participativa, conhecimento e informação. (Maximiano, 2000).
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SISTEMA TOYOTA DE PRODUÇÃO A escola Americana de produção, encabeçada por Eduard Deming, influenciaram a forma de trabalho no Japão. A Toyota Motors foi uma das que mais captou a forma de trabalhar e a melhorou significativamente. Mas, o sistema Toyota baseia-se ainda, em princípios mais antigos que o da qualidade, muitas das técnicas de Henry Ford e Frederick Taylor foram sintetizadas e melhoradas nesse sistema. Os dois princípios primordiais do sistema Toyota são: eliminação de desperdícios e fabricação com qualidade. A eliminação de desperdícios visa aumentar ao máximo a economia de recursos, formando a produção enxuta. O princípio da fabricação com qualidade visa produzir virtualmente sem defeitos, gerando também economia (MAXIMIANO, 2000). Para que esses princípios sejam efetivos é necessário o comprometimento e envolvimento dos funcionários. Dá-se assim, a administração participativa, que promove a participação dos funcionários no processo decisório, outro elemento fundamental do sistema de produção Toyota.
Fig.01 - Elementos do Sistema Toyota de Produção Fonte: MAXIMIANO (2000).
ELIMINAÇÃO DE DESPERDÍCIOS O sistema Toyota nasceu nos anos 50, quando Eiji Toyoda e Taiichi Ohno, visitando a Ford Motors nos Estados Unidos, concluíram como era grande o desperdício de recursos no modelo Henry Ford, dentre os desperdícios estavam o esforço humano, materiais, espaço
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e tempo.
Fig.2 - Ejii Toyoda e Fig.3 - Taiichi Ohno.
A Toyota desejava simplificar o fordismo, criando um sistema mais racional e econômico. (Maximiano, 2000). “Numa fábrica, eliminar desperdícios significa reduzir ao mínimo a atividade que não agrega valor ao produto”. (MAXIMIANO, 2000, p.221). O resultado é que a eliminação de desperdícios reduz os custos de produção e mantém a qualidade do produto.
RACIONALIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO Maximiano (2000) explica esse princípio, afirmando que ao racionalizar a utilização da mão-de-obra a Toyota agrupou os operários em equipes com um líder ao invés de um supervisor. As equipes receberam um conjunto de tarefas de montagem e a missão de trabalhar coletivamente de modo a executá-las da melhor maneira possível. Alguns conceitos muito importantes surgiram a partir dessa ideia: a manufatura celular, a autogestão e o trabalho em equipe.
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JUST IN TIME O Just In Time tem como objetivo reduzir ao mínimo o tempo de fabricação (lead time) e o volume de estoques através de um fluxo contínuo de materiais, sincronizado com a programação do processo produtivo. Para que este método seja aplicável é necessário que haja parcerias consolidadas com fornecedores específicos. Segundo Maximiano (2000), o fornecedor deve comprometerse a entregar os suprimentos no momento exato. Isso fortalece a cadeia de suprimentos. Para o funcionamento do Just In Time é utilizado um cartão denominado Kanban. Cada operador deve utilizá-lo para pedir peças ou materiais de forma que ele funcione como um sinalizador da movimentação de suprimentos.
PRODUÇÃO FLEXÍVEL Maximiano (2000) afirma que, o sistema de produção flexível consiste em fabricar produtos, em geral, em pequenos lotes, de acordo com os pedidos dos clientes. Para isso é necessário que os operários sejam treinados para adaptar as máquinas aos modelos dos produtos desejados, tornando-as flexíveis e não mais fixas a um único molde.
QUALIDADE Um dos pilares da Toyota é a fabricação com qualidade. Ela tem como objetivo primordial identificar e corrigir defeitos e eliminar suas causas. Ainda em Maximiano (2000), a fabricação com qualidade também é uma forma de eliminar desperdícios, porque quanto menor a quantidade de refugos e retrabalho, mais eficiente é o sistema produtivo. Os três elementos primordiais da fabricação com qualidade são: fazer certo da primeira vez, corrigir os erros em suas causas funda-
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mentais e ter círculos de controles da qualidade (CCQ). FAZER CERTO DA PRIMEIRA VEZ Segundo Maximiano (2000), fazer certo da primeira vez é um princípio criado por Edward Deming que influenciou grande parte da indústria japonesa na década de 50. O princípio prega que a qualidade deve ser assegurada dentro de cada processo de fabricação. Cada operário deve estar consciente de que é responsável pelo resultado geral do produto e que este será repassado ao cliente em seguida. Desse modo não pode haver erros, porque se houver o cliente receberá esse produto defeituoso. E claro que o cliente não pode de modo algum ser prejudicado com um produto ineficiente no seu propósito. CORRIGIR OS ERROS EM SUAS CAUSAS FUNDAMENTAIS De acordo com esse princípio, os operários têm autonomia para paralisar a linha de produção quando não conseguirem solucionar um problema. Com a linha de produção interrompida os operários devem se indagar, sucessivamente, sobre o porquê do erro até encontrar a causa. A ferramenta da qualidade utilizada nesse processo é chamada de diagrama de causa e efeito ou espinha de peixe, criada por Kaoru Ishikawa. CÍRCULOS DE CONTROLES DA QUALIDADE - CCQ De acordo com Maximiano (2000), o círculo da qualidade foi uma criação dos japoneses, desenvolvida por Kaoru Ishikawa e aplicada primeiramente na Toyota. Os círculos consistem em grupos de voluntários que se reúnem para resolver problemas que comprometem a qualidade e a eficiência dos produtos. Essa ideia foi disseminada nos anos 70, e no Brasil empresas como Johnson e Johnson, Volkswagen, Metal Leve, Artex, Hering e Fundição Tupy incorporaram essa prática e assim ela foi introduzida
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no ocidente. O funcionamento dos círculos baseia-se na metodologia criada por Ishikawa. Ela consiste em: 1. Identificar os problemas na qualidade que causam prejuízos; 2. Identificar os problemas prioritários e 3. Propor soluções e formas de implementá-las para corrigir os problemas. Duas técnicas principais compõem essa metodologia: o Princípio de Pareto e o Diagrama da Espinha de Peixe ou Diagrama de Ishikawa.
PRINCÍPIO DE PARETO Maximiano (2000) certifica que o Princípio de Pareto permite à empresa selecionar prioridades quando há um grande número de problemas. De acordo com esse princípio os prejuízos mais significativos são causados por uma pequena quantidade de erros. Essa ferramenta também é chamada de relação 80/20, pois preconiza que 80% das falhas estão em apenas 20% das causas. As informações sobre as causas e efeitos são pesquisadas e dispostas em tabelas que mostram a participação de cada causa no total de efeitos. Finalmente, as informações são apresentadas no gráfico de Pareto, que é divido em classes. A classe A compreende os problemas prioritários, porque provocam a maior parte dos prejuízos.
DIAGRAMA DE ISHIKAWA Maximiano (2000) assegura que, o Diagrama de Ishikawa desenvolvido por Kaoru Ishikawa, é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio e a discussão sobre as causas de um problema prioritário de qualidade. Por apresentar a forma de uma espinha de peixe também é conhecido como o Diagrama da Espinha de Peixe.
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Esse diagrama foi desenvolvido para ser usado pelos círculos da qualidade a fim de identificar as causas dos problemas prioritários que foram identificados pelo Diagrama de Pareto. As causas são identificadas ao se fazer a pergunta “Por que esse problema ocorre? ” e depois as respostas são dispostas no gráfico e agrupadas pelos tipos de causas, como mostra o exemplo a seguir:
Fig. 04 – Diagrama Espinha de Peixe – Fonte: Internet
Lista de Imagens Fig.02: http://wheels.ae/ Fig.03: http://www.raamstijn.nl/
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