Qualidade de Vida, Meio Ambiente e Economia Sustentável - Unidade15

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UNIDADE

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: CONCEITOS E PRÁTICAS QUALIDADE DE VIDA, MEIO AMBIENTE E ECONOMIA SUSTENTÁVEL

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: CONCEITOS E PRÁTICAS Conhecer o conceito de qualidade de vida no trabalho, suas práticas e como as ações podem impactar na retenção e manutenção do quadro de funcionários.

Enquanto algumas organizações empenham-se em ser cada vez mais competitivas, produzindo mais e melhor com menores custos, os empregados buscam no interior das empresas onde trabalham a compensação do estresse causado pela busca frenética de resultados. A conscientização do desejo de viver qualitativamente melhor é algo patente e palpável para a grande massa dos trabalhadores. (MARRAS, 2000, p.31.)

De acordo com Chiavenato (2004), o termo Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) foi cunhado por Louis Davis na década de 70, quando desenvolvia um projeto sobre desenho de cargos. Para ele, o conceito de QVT refere-se à preocupação com o bem-estar geral, e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. Atualmente, o conceito de QVT envolve tanto os aspectos físicos e ambientais quanto os aspectos psicológicos do local de trabalho. Ainda segundo esse autor, a QVT assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de outro, o interesse das organizações quanto aos seus efeitos potenciais sobre a produtividade e a qualidade. Para Conte (2003), há um novo ritmo e um novo padrão de exigência das empresas quanto ao desempenho dos funcionários. Traba-

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lha-se aos sábados, domingos, desaparecem os feriados. Tudo parece ir bem até que uma ou mais esferas da vida do ser humano - familiar, social, física - passam a apresentar problemas como, por exemplo: um filho drogado, um pedido de divórcio, um enfarte ou outros problemas de saúde. Nesse momento, o profissional desperta para as outras dimensões do ser humano e questiona-se: como conciliar a situação de empresária ou funcionária de longas jornadas diárias, com o papel de esposa, mãe e administradora do lar? Como conciliar os papéis de provedor financeiro do lar com o papel de pai, participando efetivamente da vida dos filhos? Observe a seguir, atentamente, a necessidade de reflexão sobre Qualidade de Vida e, principalmente, a Qualidade de Vida no Trabalho, conhecida como QVT.

CONCEITOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)

Feigenbaum (1994) entende que, QVT é baseada no princípio de que o comprometimento com a qualidade ocorre de forma mais natural nos ambientes onde os funcionários se encontram intrinsecamente envolvidos nas decisões, as quais influenciam diretamente em suas atuações. Fernandes (1996), conceitua QVT como a gestão dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo no bem -estar do trabalhador e na produtividade das empresas. A meta principal do programa de QVT é a conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, ou seja, ao melhorar a satisfação do trabalhador, melhora-se a produtividade da empresa. Chiavenato (1999) afirma que, o desempenho no cargo e o clima organizacional representam fatores importantes na determinação da QVT. Se a qualidade do trabalho for pobre, conduzirá à alienação do empregado e à insatisfação, à má vontade, ao declínio da produtividade, a comportamentos contraproducentes - como absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem, militância sindical, etc. - Se a qualida-

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de do trabalho for boa, conduzirá a um clima de confiança e respeito mútuo, no qual o indivíduo tenderá a aumentar suas contribuições e elevar suas oportunidades de êxito psicológico e assim, a administração tenderá a reduzir mecanismos rígidos de controle social. Determinar a origem da preocupação com a saúde no trabalho pode significar estudar a origem da transformação da natureza pelo homem. Isto é, a partir do momento em que o ser humano passou a utilizar ferramentas e criar métodos para aperfeiçoar sua forma de subsistência, procurando de algum modo reduzir seu esforço e diminuir seu sofrimento. Visto isso, pode-se dizer que está incluso o conceito de saúde atrelado ao trabalho. É possível perceber diversas referências cujo foco é entender a relação do indivíduo com o seu trabalho. Embora todos esses estudos possam ser entendidos como essencialmente importantes para que o trabalho ganhe em Qualidade de Vida, faz-se necessário destacar que o movimento de Qualidade de Vida no trabalho possui origens formalmente delimitadas na história do pensamento administrativo. O movimento conhecido como QVT tem suas origens formais vinculadas ao desenvolvimento da Abordagem Sociotécnica. O movimento conhecido como Relações Humanas, desenvolvida principalmente pelos estudos de Elton Mayo na Western Electric Company, e de Eric Trist no Tavistock Institute of Human Relations de Londres, foi um ponto de partida para os estudos de QVT. Heloani (1994), explana que durante as décadas de 50 e 60, o movimento de pesquisa em QVT teve uma rápida ascensão no meio acadêmico, principalmente nos Estados Unidos. Historicamente, esse período coincide com o auge do fordismo e, concomitantemente, nessa época surgem os grandes movimentos de reivindicação coletiva com a expansão e consolidação do movimento sindical. Heloani ainda afirma que, é possível que o crescimento do movimento reivindicatório tenha influenciado parte das pesquisas e propiciado a expansão dos estudos nesta área. Relembremos que o conceito Qualidade de Vida no Trabalho surgiu somente na década de 70 e é trabalhada por Louis Davis. Algum tempo depois da definição do conceito, esse pesquisador criou o Center for Quality of Working Life, na Califórnia - Estados Unidos. Davis mantinha contato com os pesquisadores do Tavistock Institute e foi influenciado pelas pesquisas que eles realizaram.

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Antes da construção do conceito de QVT, diversos autores realizaram pesquisas que envolviam o problema da motivação, satisfação e insatisfação no trabalho. Herzberg, McGregor e Maslow são considerados como precursores dos movimentos de Qualidade de Vida no Trabalho à medida que procuravam estudar fatores organizacionais que funcionassem como incentivadores ou coibidores de motivação do funcionário. Vieira (1996) constatou que, esses autores associam diretamente algumas condições de trabalho e características individuais à produtividade. O trabalho desses pesquisadores serviu de base para diversos estudos posteriores sobre QVT. No início da década de 70, nos Estados Unidos, difundiu-se os estudos e os centros de pesquisa sobre Qualidade de Vida no Trabalho. Tantos os estudos, quantos os centros de pesquisa obtiveram apoio das empresas, do Governo e dos Sindicatos. Naquela época foram constituídos o National Commission on Productivity e diversos centros de pesquisa em QVT. De acordo com Mattoso (1995), concomitantemente ao desenvolvimento dos estudos sobre QVT e sobre produtividade, viam-se, no contexto americano, fortes sinais de crise no sistema de produção em massa. Retomando Vieira (1996), o autor ainda explana que aos poucos se instaurou uma crise caracterizada pelo estagflação, pela instabilidade financeira e pela queda de produtividade. Sendo agravada na década de 70 pela crise do petróleo, cujos investimentos em estudos de Qualidade de Vida no Trabalho foram sendo reduzidos tanto pelo governo, quanto pelas empresas que passaram a focar na sobrevivência, deixando os interesses dos funcionários para um segundo plano. Os estudos de QVT são retomados no final da década de 70, perdurando até os dias atuais. Até o início da década de 80 muitas pesquisas e grupos de pesquisadores se destacaram no panorama internacional dentro do que se podem considerar como pertencentes formalmente ao movimento de QVT, tais como: Hackman e Lawler (1971), Walton (1973), Hackman e Oldhan (1975), Lippt (1978) e Westley (1979) que se preocuparam em desenvolver e pesquisar, dentro de uma perspectiva funcionalista, variáveis que pudessem significar a melhoria das condições de trabalho.

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AS ABORDAGENS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO NO CONTEXTO ATUAL

A Qualidade de Vida no Trabalho está ganhando espaço dentro das organizações a partir da atual reestruturação do trabalho, uma vez que solicita, mais e mais, que o trabalhador se identifique com a organização e trabalhe em equipe (FLEURY e FLEURY, 1997 e NADLER e LAWLER, 1983). Lima (1995) salienta que as organizações estão, atualmente, procurando formas de seduzir o funcionário e reduzir o conflito interno. Talvez essa seja uma possibilidade de abertura para o desenvolvimento da Qualidade de Vida dentro das organizações. O que é perceptível de toda essa ampliação dos estudos de Qualidade de Vida no Trabalho é que, cada vez mais, procura-se compreender não só o trabalho e o espaço produtivo como um todo, mas também o indivíduo que participa desse processo. Desse modo, os estudos apontam que os programas de QVT caminham em duas direções: a primeira, no que tange o indivíduo que trabalha, as concepções buscam compreender o ser biopsicossocial; e a segunda direção, esses autores observam que as preocupações sobre Qualidade de Vida no Trabalho tem extrapolado uma preocupação puramente legalista, no sentido de cumprir o que a legislação determina de uma forma eminentemente burocrática, e adentrado na esfera estratégica, delineando a QVT como parte de uma estratégia geral da organização que visa resultados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Caderno de pesquisas em Administração / Programa de pós-graduação em Administração da FEA/USP, São Paulo, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro. Elsevier, 2004. CONTE, A. L. Qualidade de vida no trabalho. Revista FAE business, n. 7, nov. 2003. Disponível em: < http://www.rh.com.br. > Acesso em: fev. 2016. FERNANDES, Eda. Qualidade de vida no trabalho: como medir para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. FLEURY, A. & FLEURY, M.T.L. Aprendizagem e Inovação Organizacional. São Paulo: Atlas, 1997. HELOANI, R. A organização do trabalho e administração: uma visão multidisciplinar. São Paulo: Cortez, 1994. LIMA, M. E. Os equívocos da excelência: as novas formas de sedução na empresa. Petrópolis, Vozes, 1995. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. Jean Pierre marras. 3. ed. São Paulo: Futura, 2000. MATTOSO, J. A desordem do trabalho. São Paulo: Editora Página Aberta, 1995. NADLER, B.A. & LAWLER, E.E. Quality of work life: perspectives and directions. In: Organizational Dynamics. 11 (7), p.20-30, 1983. VIEIRA, Adriane. A Qualidade de Vida no Trabalho e o Controle da Qualidade Total. Florianópolis: Insular, 1996.

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