Biossegurança - Unidade17

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UNIDADE

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PROCEDIMENTOS PARA OS PRIMEIROS SOCORROS

BIOSSEGURANÇA

EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


PROCEDIMENTOS PARA OS PRIMEIROS SOCORROS Nesta unidade, estudaremos sobre os primeiros socorros que devem ser prestados às pessoas que sofrem acidentes com produtos químicos. Veremos os locais mais afetados e como agir perante tal situação. Alguns produtos químicos podem acusar queimaduras, conhecidas como queimaduras químicas. Veremos a seguir estes produtos e os danos que elas podem causar (SCHVARTSMAN, 1999 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Os álcalis fortes ou ácidos, ao entrarem com contato com qualquer área do organismo podem levar a queimaduras químicas. Isso acontece mais frequentemente na pele, boca e olhos. Estas substâncias são capazes de queimar rapidamente, sem tempo a perder. O indivíduo que atender à vítima deverá, basicamente, conhecer as medidas para a neutralização química do produto. O local afetado pelo produto precisa ser lavado imediatamente com água, se for o caso, por cima da própria roupa. Deve-se lavar local com agua, constantemente, enquanto a roupa é retirada. O melhor método de lavagem é a realizada por aspersão, ou seja, debaixo de um chuveiro. A lavagem com uma mangueira também pode ser realizado, porém com muita atenção na força do jato d’água, pois a força extrema contra a área lesionada poderá piorar o quadro. O fluxo de água precisa ser abundante, porém sem excesso de força (CARDOSO, 1998 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Não é possível estipular de maneira exata quanto tempo uma área queimada com produto químico precisa ser lavada. Geralmente, isso deve ocorrer em tempo o suficiente para que se possa ter certeza que toda a substância foi eliminada da área. A vítima, normalmente, terá capacidade de relatar se a irritação cessou ou se a dor foi amenizada, conforme a substância vai sendo removida (EISENBERG, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). O tempo que tem se mostrado eficaz é de no mínimo 15 minutos. Comumente, as feridas causadas por queimaduras químicas surgem quase que imediatamente após o acidente, ocasionando dor

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e visível destruição dos tecidos (EISENBERG, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Os próximos cuidados após as queimaduras geradas por ácidos e álcalis são parecidos. São eles: utilizar curativo estéril e encaminhar a vítima imediatamente para um atendimento especializado (EISENBERG, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Através do histórico do acidentado, será diagnosticada a queimadura do trato respiratório por inalação de material de combustão incompleta. Sendo assim, deve-se buscar informações sobre a exposição a vapores ou gases tóxicos em acidentes nos ambientes abertos ou fechados. Alguns gases provocam distúrbios sensoriais, os quais só serão notados algumas horas após a inalação. Tais gases podem causar dispneia, hiperemia (vermelhidão) da mucosa nasal e faríngea, rouquidão e tosse com expectoração sanguinolenta (KNOBEL, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). A complicação comumente aplicada a este tipo de queimadura é a possibilidade de edema pulmonar, que pode acontecer até 72 horas após o acidente. Nota-se que apenas a inalação do vapor destes produtos é capaz de gerar uma lesão térmica direta nas vias respiratórias (KNOBEL, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Precisam ser tomados cuidados especiais com os olhos. As queimaduras dos olhos, geralmente acontecem com substâncias irritantes (ácidos, álcalis), água quente, chama direta, cinzas quentes, metal fundido, pó explosivo ou vapor (KNOBEL, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). São tratadas como emergência prioritária as queimaduras químicas na região dos olhos, podendo acontecer dano permanente, resultado de uma exposição pequena destes tecidos a um produto químico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). O olho necessita ser lavado com água abundante, conforme a orientação, para as outras regiões do corpo, utilizando fluxo de água contínuo de uma torneira ou chuveiro lava-olhos, que existe em vários laboratórios. A lavagem deve acontecer por no mínimo 15 minutos, sendo necessário manter a cabeça sob a torneira e as pálpebras abertas durante a lavagem. (CARDOSO, 1998 apud BRASIL, 2003). Possivelmente, o indivíduo acidentado estará sentindo muita dor e ficará agitado. O cuidado subsequente em queimaduras ocu-

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lares precisa incluir o fechamento delicado do olho com a pálpebra, vendar o local com um curativo macio e realizar o transporte rápido para assistência especializada (KNOBEL, 1984 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). O sódio metálico possui enorme afinidade com oxigênio, levando à reação química quando em contato ar na temperatura ambiente, produzindo, assim, óxidos ou hidróxidos. O sódio em contato com a água pode gerar explosão. A queimadura com tal substância demanda intervenção imediata nos 2 a 3 minutos após o acidente. Atingindo 20% da extenssão corporal, é classificada como queimadura grave com difícil recuperação. Caso aconteça em 50% de área corporal, é tida como gravíssima, normalmente, causando óbito (ABIQUIM, 2002 apud BRASIL, 2003). Para o atendimento de uma vítima deste tipo de acidente, é necessário remover o restante do sódio utilizando pinças ou espátulas (de madeira ou plástico) completamente secas. Em seguida, deve-se aplicar sob as regiões afetadas substância oleosa (vaselina líquida) com o objetivo de retirar o resto do sódio e lavar com água corrente abundante (SCHVARTSMAN, 1999 apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Outros produtos quimicos também podem causar danos à saúde. A principal ação a ser tomada após a exposição com substâncias químicas é a lavagem abundante com água corrente e sem excesso de pressão na área acometida, além, é claro, do encaminhamento da vítima a um atendimento especializado.

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REFERÊNCIAS ABIQUIM. Manual para Atendimento de Emergências com Produtos Perigosos. Ed.Pró-Química, 269 p. 2002. CARDOSO, T.A.O. Manual de Primeiros Socorros do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Rio de Janeiro, 188p. 1998. EISENBERG, M.S. e COPASS, M.K. Terapêutica em Emergências Clínicas. Roca. 1984. KNOBEL, E. e col. Manual de Condutas no Paciente Grave. FARMASA, 1984. ORGANIZAÇÂO MUNDIAL DA SAÚDE, Epidemias de Enfermedades Transmisibles. Genebra, 1987. 378p. SCHVARTSMAN, S. Intoxicações Medicamentosas - atualização. Urgências, ano 7, nº4, p. 8-9, 1999. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de primeiros socorros. Fundação Fio Cruz, 2003.

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