UNIDADE
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RESENHA CRÍTICA
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO
EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
RESENHA CRÍTICA Na aula de hoje, vamos entender qual a importância do gênero textual resenha crítica, como também suas especificidades de redação, estrutura e regras. RESENHA CRÍTICA NO ENSINO SUPERIOR O gênero resenha crítica está presente na esfera acadêmica e tem como objetivo argumentar. Sua construção faz com que o grau de criticidade do aluno se desenvolva em um patamar além do senso comum, a partir de uma tomada de posição em relação ao tema proposto. De acordo com Machado et al (2004, p.14), se utilizar desse gênero faz com que o resenhista se utilize de outros textos, relações acerca do seu contexto, acerca de quem o lê, como também uma avaliação daquilo que está sendo exposto. Assim, a resenha é uma produção textual sobre obras prontas, mas há a necessidade de saber algo, mesmo que superficialmente, sobre o assunto. Para que a resenha crítica faça parte da esfera acadêmica, o assunto abordado deve ser de interesse da disciplina, uma vez que o objeto de estudo precisa estar agregado a outros conhecimentos. Portanto, ao construir uma resenha, o aluno já deve ter lido outras obras, outros autores, ter resumos prévios e, também, já deve ter se posicionado sobre o tema em outra oportunidade.
Segundo Machado, Lousada e Abreu- Tardelli (2007, p. 14), [...] um gênero que pode ser chamado por outros nomes, como resenha crítica, e que exige que os textos que a ele pertençam tragam informações centrais sobre os conteúdos e sobre outros aspectos de outro(s) texto(s) lido(s) – como, por exemplo, sobre o seu contexto de produção e recepção, sua organização global, suas relações com outros textos etc., e que, além disso, tragam comentários do resenhista não apenas sobre os conteúdos, mas também sobre
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todos esses outros aspectos.
As produções dos resenhistas estão destinadas aos leitores pesquisadores, tanto em revistas especializadas como em jornais, anexos acadêmicos e outras atividades que nos permitem avaliar um objeto de estudo comum. Qualidades da resenha crítica Como qualquer gênero textual, a resenha crítica tem suas particularidades estruturais que devem ser seguidas. Em suma, este gênero segue o mesmo padrão de produção, em que o resenhista deve cumprir quatro etapas. I. Apresentar o livro: informar o tópico geral do livro e/ ou definir o público-alvo e/ou dar referências sobre o autor e/ou fazer generalizações e/ou inserir o livro na disciplina. II. Descrever o livro: dar uma visão geral da organização do livro e/ou estabelecer o tópico de cada capítulo e/ou citar material extratextual. III.
Avaliar partes do livro: realçar pontos específicos.
IV. (Não) recomendar o livro: desqualificar / recomendar o livro, ou recomendar o livro apesar de suas falhas. (MOTTA-ROTH; HENDGES, 2010, p. 29)
A resenha deve ser constituída de coesão e coerência, clareza e enunciados bem estruturados na norma culta, léxico de acordo com o que está sendo estudado e objetividade marcada em um texto impessoal. Mas há também outras características da resenha crítica que devem ser seguidas, como imparcialidade, cientificidade e o essencial.
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Imparcialidade Independentemente da posição a favor ou contra, o texto de uma resenha deve ser imparcial. O resenhista deve ser objetivo em sua avaliação, mas tem de tomá-la pelo cunho científico geral, não por suas preferências pessoais. Por isso, uma resenha apresenta os pontos positivos e negativos do objeto de estudo, para que não haja interferências externas. Cientificidade Como qualquer outro trabalho acadêmico, a resenha deve ter cunho científico e ser pautada por outros autores. É necessário que haja um embasamento teórico ao criticar, assim, há profundidade no tema analisado. Essencial Nem todos os detalhes da obra analisada são de interesse do seu leitor. Logo, ao tecer seu texto, você deve se concentrar nos pontos mais importantes daquilo que está sendo avaliado. Entramos, então, na questão da objetividade. Seu leitor nem sempre está disposto a ler outra obra extensa sobre o mesmo tema, por isso você precisa ser um avaliador inclusive nessa questão. ANTES DE COMEÇAR SUA RESENHA CRÍTICA Antes de começar a escrever e sair procurando coisas pela internet, você precisa conhecer o que está avaliando. Por esse motivo, é IMPRESCINDÍVEL que você o leia. Ainda que seja, de certa forma, desnecessário colocar tal apontamento neste material, a realidade mostra que na esfera acadêmica se encontra um grande índice de plágio e de superficialidade em textos desse gênero. Portanto, ao executar esse primeiro passo, você deve fazer uma leitura rápida a fim de conhecer o material.
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Para resenhar com maestria, será necessária uma releitura mais
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aprofundada do objeto. Aqui, você precisa ler na íntegra, precisa analisar o que o objeto traz, suas peculiaridades, aquilo que se torna essencial aos seus olhos diante do exposto. Sublinhe, faça anotações, marque o que pode ser comprovado ou refutado em outras teorias. Ao fazer isso, você está montando o esqueleto da sua resenha. O último passo é reler aquilo que você marcou. Se concentre em pensar como vai montar seu texto, qual será sua opinião, o que deve e o que não deve ser colocado em sua resenha, como deverá terminá-la e, ainda, se fará sentido ou se ficará desconexa. Esse passo é muito importante, pois é ele quem define a qualidade e originalidade do seu texto. Agora, é só começar a fazer.
Vamos ver como funcionam as estruturas da resenha crítica. ESTRUTURAS DA RESENHA CRÍTICA
A resenha se divide em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Introdução Na primeira parte, temos a contextualização do objeto de estudo, identificação do tema, do autor, o que inclui também informações técnicas como editora, ano, capítulos, páginas, etc. Veja um exemplo de introdução. A TECNOLOGIA SERÁ INVISÍVEL Um dos fenômenos que marcaram os últimos anos do século 20 foi a democratização da tecnologia. Durante décadas, apenas as grandes corporações podiam manter uma estrutura própria de equipamentos caros e poderosos. A miniaturização e o barateamento de componentes permitiram mais tarde que os computadores passassem a fazer parte da vida cotidiana no trabalho e nas casas. O mundo da tecnologia, porém, está às vés-
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peras de uma nova e profunda transformação. Em um futuro próximo, tudo o que acontece dentro do computador – desde o processamento até o armazenamento de informações – deve migrar para a internet. [...] Os contornos dessa transformação – mais profunda do que parece à primeira vista – são delineados na obra The Big Switch: Rewiring the World, from Edison to Google (“A grande virada: reconectando o mundo, de Edison ao Google”, em tradução livre e ainda sem previsão de lançamento no Brasil), escrita pelo especialista em tecnologia e ex-editor da revista Harvard Business Review Nicholas Carr. Recém -lançado nos Estados Unidos, o livro é uma visão do novo mundo da tecnologia. Fonte: http://migre.me/usjwR
Desenvolvimento Na segunda parte, o desenvolvimento, você deverá resumir brevemente sobre o que tal objeto trata. Vá além do tema e traga a essência do que se está analisando. Parafraseie as ideias do autor e apresente-as ao leitor de forma breve e interessante. Utilize verbos no presente do indicativo, como influencia, ajuda, amplia, recebe, etc., use o sobrenome do autor para identificá-lo durante o texto e abuse de conectivos e tipos argumentativos no seu texto. Vale lembrar que, se o seu trabalho de resenha for extenso, subtítulos e outros destaques deverão aparecer ao corpus do texto. Vamos ver um exemplo de desenvolvimento bem empregado, seguindo o exemplo da introdução. A ideia é poderosa e tem implicações profundas e imediatas para a indústria de software e hardware, na qual prosperaram potências inquestionáveis como Microsoft e IBM. No cenário delineado por Carr, ninguém mais precisará comprar um software para ter em sua máquina o programa que deseja. Ele será um serviço disponível via internet, pago em mensalidades ou até mesmo gratuito. Um dos exemplos disso é [...]. “A internet tornou-se literalmente nosso computador. Os diferentes componentes
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que costumavam estar isolados na caixa fechada de um computador podem ser agora dispersos pelo mundo, integrados pela rede e compartilhados por todos” (p. 21), escreve o autor. A narração fluente e didática de Carr, colaborador de publicações como o jornal Financial Times e a revista Forbes, equilibra ideias e boas histórias. Uma das mais atraentes é [...]. The Big Switch é menos polêmico que a obra de estreia de Carr, Does IT matter? (“TI importa?”, em tradução livre), publicado em 2004. Na época do lançamento, Carr causou furor ao argumentar que a tecnologia [...]. Em seu novo livro, não há nenhuma afirmação tão corajosa ou original. Carr, no entanto, alfineta ícones da tecnologia. Ele dedica um capítulo inteiro, com o sugestivo título “Adeus, Senhor Gates”, [...]. Composto de duas partes, o livro perde capacidade analítica e riqueza de detalhes da primeira para a segunda. O leitor encontra na primeira etapa o ponto alto da narrativa – uma consistente descrição sobre os paralelos históricos [...]. Fonte: http://migre.me/usjwR
Conclusão Conclusão é a última parte da estrutura de uma resenha. Nela, você deve apresentar seus argumentos a favor ou em contrapartida às ideias do autor, deve analisar, inclusive, a forma como este expõe seu texto, se é facilmente entendido, se há necessidade de conhecimentos prévios para adentrar a sua obra. Outros pontos também devem ser avaliados, como a validade de sua metodologia, aplicação do que é exposto, em quais âmbitos sociais ou técnico-científicos se encontra, qual a contribuição para o mundo acadêmico, se houve ampliação dos conhecimentos por parte do leitor ou apenas mais do mesmo, qual a linguagem e como ela se comporta ou deveria se comportar, entre outros fatores que você achar necessário serem ditos em sua construção Ao final, é razoável que você coloque um valor agregado aos próximos leitores. Indique ou não seu objeto de estudo fazendo comparações com outros objetos que podem ser de interesse do leitor, incluindo seu professor. Vejamos a sequência de conclusão com o Unidade 18. Resenha Crítica. EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
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exemplo a seguir. A argumentação de Carr é, em alguns momentos, insuficiente para convencer o leitor, por exemplo, da teoria de que mesmo empregos [...]. Ele insinua que os efeitos dessa transição devem afetar inclusive profissionais que trabalham em áreas como finanças, mídia e até saúde. [...] O que o livro não deixa dúvida é que, embora o amadurecimento desse novo formato de computação talvez demore a acontecer, os primeiros passos foram dados. E, para alguns, o barulho que eles já fazem é assustador. Fonte: http://migre.me/usjwR
Relembramos aqui que o trabalho de uma resenha crítica é de cunho científico e você deve referenciar o autor analisado, como também seus argumentos, caso uso o tipo de argumentação de autoria. Seu texto também deverá apresentar referências bibliográficas ao final, garantindo a originalidade do seu trabalho.
Conheça as normas da ABNT para a produção de uma resenha crítica pelo site: <http://www.normasabnt.net/resenha-abnt/>.
Plágio é crime e há uma lei para proteção dos direitos autorais. A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, protege os autores sobre suas produções e ideias. Entenda melhor o que a lei diz para que você não tenha problemas em suas produções textuais. Acesse o link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>.
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Na próxima unidade, vamos entender mais sobre o gênero relatório e suas particularidades estruturais e linguísticas. Até lá! BIBLIOGRAFIA MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, L. S. Resenha. 4. ed. São Paulo: Parábola, 2007. MOTTA-ROTH, D.; HENDGES, G. R. Produção textual na Universidade. São Paulo: Parábola, 2010.
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