Medicina hoje copenhagen 29 julho v16

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Artrite Reumat贸ide

Definindo o futuro com os biol贸gicos Simp贸sio, 12 de junho de 2009 10th Annual Congress of the European League against Rheumatism 10 a 13 de junho de 2009


Prevenir a progressão da artrite reumatóide Joseph Smolen (Austria)

Infliximabe comprova eficiência em pacientes com espondilite anquilosante e artrite psoriásica

Artrite Reumatóide: Percepção, Estratégias e Expectativas (RAISE Patient Needs Survey)

Iain B McInnes (UK)

Paul Emery (U K)

Professor. Dr. Josef S. Smolen

Prevenir a progressão da artrite reumatóide Condutas adotadas precocemente são ferramentas úteis para identificar situações de risco e avaliar os pacientes que precisam de tratamento com os agentes biológicos Universidade Médica de Viena, Hietzing Hospital, Áustria

A

adoção de condutas

da erosão, pode até preveni-la. O

3 unidades no escore Sharp por

padronizadas realiza-

problema, segundo o Dr. Smolen,

ano, totalizando 15 unidades

das precocemente que

é prever a evolução da doença.

ou mais em 5 anos. A principal

incluam a avaliação de fatores

Os primeiros estudos sobre

questão que os pesquisadores

clínicos, radiológicos e biológi-

as DMARDs já mostravam que

procuram responder, é o que es-

cos surge como importante ferra-

a associação precoce de meto-

tes indicadores do escore Sharp

menta para identificar e determi-

trexato e corticosteróides, em

significam em relação à defici-

nar o tratamento mais adequado

comparação com a sulfasalazina

ência física.

do paciente portador de artrite

em monoterapia atrasa o agra-

Não está claro como as lesões

reumatóide (AR). O tratamen-

vamento das lesões radiológi-

radiológicas se traduzem em sin-

to precoce, antes da ocorrência

cas. A diferença registrada foi de

tomas clínicos e em diminuição

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da função articular, como ava-

Figura 1 - No estudo ASPIRE, infliximabe foi administrado em pacientes com doença

liado pelo HAQ (Health Assess-

precoce. Os pacientes tratados com alta dose de metotrexato + infliximabe apresentam

ment Questionnaire). Estudos clínicos [1] mostra-

um menor risco de progressão rápida da doença (considerando uma evolução do escore Sharp de cinco unidades).

ram a correspondência entre o escore HAQ e o aumento no resultado do escore Sharp. Pode-se estimar que a relação entre HAQ e lesão articular é de 0,01 ponto HAQ para cada ponto no escore de Sharp. Essa aproximação, baseada em grupos de pacientes, permite estabelecer uma correlação entre os sintomas físicos e a progressão radiológica. Se, por exemplo, um paciente tratado por sulfasalazina durante cinco anos tem aumento de 50 unidades no escore Sharp, isso significa um aumento de 0,5 unidade

MTX = metotrexato, IFX = infliximabe

HAQ na escala de irreversibilidade da doença.

metotrexato associado a inflixi-

risco de progressão rápida da do-

Outro aspecto interessante

mabe (Fig. 1). Se considerarmos

ença? Nestes casos, o professor

observado nos estudos clínicos

um ponto de corte a 2 unidades

Smolen indica que deve-se ado-

é que, independentemente da

SHS, essa percentagem sofre de-

tar um conjunto de fatores clíni-

atividade da doença, poucos pa-

créscimo para 80%; e se usarmos

cos, radiológicos e biológicos.

cientes apresentaram progressão.

um corte a 8%, a percentagem de

Pessoas com 15 articulações

Ficou comprovado que 77% dos

não-progressão radiológica sobe

atingidas, por exemplo, têm pro-

pacientes tratados com metotre-

para 95%.

babilidade de progressão menos

xato não apresentaram progressão radiológica – considerando

rápida do que aquelas portadoRisco de progressão rápida

uma evolução de 5 unidades/

ras de 24 articulações com erosão. Da mesma forma, pessoas

ano no escore SHS (Sharp Van

Dentro do percentual de pa-

com taxa de proteína C-reativa

der Heidje Score) – e que essa

cientes com risco de progressão

elevada, alto índice de ativida-

percentagem sobe para 92% no

da artrite reumatóide, como é

de da doença, presença de auto-

caso dos pacientes tratados por

possível identificar aqueles com

anticorpos e número significa-

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Figura 2 - Identificar pacientes com artrite reumatóide e risco elevado de progressão

modelo de predição de risco [2].

radiográfica rápida (PRR) é essencial para a decisão terapêutica adequada. Um mode-

(Fig. 2). Uma paciente de 74 anos,

lo exploratório de predição foi desenvolvido usando um estudo de população com AR (ASPIRE study), recebendo metotrexato ou metotrexato + infliximabe. A PRR foi definida

com 19 articulações atingidas,

como mudança de limiar no escore modificado de Sharp/van der Heijde (SHS) ≥ 5 uni-

proteína C-reativa de 3,8 mg/l e

dades/ano. Foram usadas análise de Spearman para identificar os preditores da linha

fator reumatóide de 305 UI, terá

basal e a regressão logística para calcular a probabilidade de PRR. O algoritmo resultante

risco de progressão de cinco uni-

gerou um modelo baseado nos dados de ASPIRE para predizer o risco de PRR em uma

dades no escore Sharp de 47%

matriz visual composta de preditores de linha basal e o tratamento foi iniciado em função do aumento da probabilidade.

após um ano de tratamento com metotrexato. Se acrescentarmos tratamento com infliximabe, o risco diminui para 8% , o que é uma diferença significativa. Todos os modelos e resultados apresentados ainda não são conclusivos. Integram trabalhos observacionais e de registros de pacientes. Ainda assim, contribuem para que seja possível ministrar o melhor tratamento levando-se em conta as diferentes etapas da progressão da doença.

PR = Progressão radiográfica; SHS = Escore de Sharp/van der Heijde; PCR = Proteína C-reativa; VHS = Velocidade de hemossedimentação; SJC = Contagem de número de articulações edemaciadas (Swollen Joint Count); FR = Fator reumatóide.

Referências

1. Smolen J et al. Derivation of a tivo de articulações com erosão,

pressão arterial de 180 mmHg,

novel instrument for the esti-

apresentam maior risco de pro-

colesterol de 300 mg/dl, tem ris-

mation of the changes in disa-

gressão rápida.

co aumentado de 50% de morrer

bility in relation to radiographic

vítima de doença cardiovascular

changes in rheumatoid arthritis.

nos próximos 10 anos.

Eular 2009 - FRI0132, Cope-

Na

doença

cardiovascular,

cardiologistas estabeleceram um modelo de progressão do risco,

No caso da artrite reumatói-

baseando-se em alguns fatores

de, pode-se usar como fatores de

2. Vastesaeger N et al. Matrix risk

como o sexo, tabagismo, idade,

risco a velocidade de sedimen-

model for prediction of rapid ra-

pressão arterial elevada e alta

tação, a taxa de fator reumatói-

diographic progression in rheu-

taxa de colesterol. Assim, um pa-

de e a contagem de articulações

matoid arthritis. Ann Rheum

ciente de 65 anos, fumante, com

com erosão para estabelecer um

Dis 2008;67(Suppl II):63.

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nhagen, 11-13 junho de 2009.

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Professor Dr. Paul Emery

Infliximabe comprova eficiência em pacientes com espondilite anquilosante e artrite psoriásica Estudo RESPOND, comandado pelo Prof. Dr. Paul Emery, comprova que o princípio ativo tem boa tolerância Professor de Reumatologia Chefe da Unidade Acadêmica de Doenças Músculo-esqueléticas, Universidade de Leeds, Leeds Teaching Hospitals Trust Leeds, Reino Unido

E

ficiência e segurança

da fisiopatologia e das lesões

grupo recebeu tratamento ape-

terapêutica,

micro-anatômicas precoces des-

nas com metotrexato.

boa

to-

lerância e rapidez de

sas doenças.

Definiu-se que a eficácia e a

resposta nos pacientes que não

O RESPOND [1] foi um estu-

segurança de infliximabe seriam

respondem adequadamente aos

do multicêntrico e randomizado,

medidas através de dois objetivos.

DMARDs. Essas são algumas

com duração de 16 semanas, no

O objetivo primário foi a propor-

das conclusões a que chegou o

qual participaram 116 pacientes

ção de pacientes com pelo menos

Prof. Dr. Paul Emery no estudo

naïve (nunca antes tratados por

20% de melhora no critério Ame-

RESPOND, no qual infliximabe

DMARDs ou biológicos) com

rican College of Rheumatology

foi ministrado entre pacientes

artrite psoriásica poliarticular.

(ACR) na semana 16 (ACR20).

com espondilite anquilosante e

Os pacientes foram divididos

O objetivo secundário incluiu al-

artrite psoriásica. Neste estudo,

em dois grupos, sendo que o

teração no escore PASI (Psoriasis

como em vários estudos recen-

primeiro recebeu tratamento

and Severity Index) na semana 16

tes, as novas técnicas de imagem

com infliximabe associado a

e melhora no escore DAS28 em-

e o bloqueio do TNFa permi-

metotrexato nas semanas zero,

pregando-se a proteína C-reativa

tem progredir na compreensão

dois, seis e quatorze. O segundo

(CRP) no final do estudo.

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Figura 1 - Proporção de pacientes que atingiram o índice ACR20 no fim do estudo (RESPOND Study).

O objetivo primário do estudo foi verificar as alterações nas imagens de ressonância magnética na semana 16 (em 8 pontos da articulação sacroilíaca). E os objetivos secundários foram os índices BASAL, ASQoL, ASAS20 e ASAS 5/6 na semana 16. Os índices clínicos e radiológicos do grupo tratado com infliximabe, também comprovaram a eficácia do tratamento

MTX = Metotrexato, IFX = Infliximabe

(Fig.3). Do ponto de vista de segurança foi notada uma reação alérgica na semana seis, ne-

A conclusão do estudo RES-

precoce diagnosticada por resso-

nhum evento adverso grave até

POND é de que a associação

nância magnética. Os pacientes

a semana 16 e quatro casos de

de infliximabe com metotre-

receberam placebo ou inflixima-

efeitos adversos após a semana

xato é mais eficaz, quando

be (5mg/kg) nas semanas zero,

16 (sacroileíte precoce, erupção

comparada com a monoterapia

dois, seis e doze.

cutânea, gravidez, dor de cabe-

com metotrexato (Fig. 1). Mais pacientes submetidos ao tratamento com infliximabe e me-

Figura 2 - Resultado do PASI75 em pacientes com PASI ≥ 2,5 na linha basal (RESPOND

totrexato atingiram o PASI75

Study).

(Fig. 2), e a melhora foi muito rápida. Ressonância magnética

Outro estudo que comprova a eficácia e a segurança do infliximabe foi realizado por Barkham et al. [2]. Ao todo, ele pesquisou 40 pacientes HLA-B27 positivos e portadores de uma sacroileíte

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MTX = Metotrexato, IFX = Infliximabe

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Figura 3 - Infliximab no tratamento da espondilite anquilosante: avaliação clínica e fun-

Referências

cional na semana 16 [2].

1. Nasonov E, Kungurov, Kubanova A et al. Infliximab plus methotrexate significantly improves synovitis and psoriatic lesions in methotrexate naïve psoriatic arthritis (PSA) patients: results of the RESPOND trial. Eular 2009, Copenhagen, 11-13 junho de 2009. Abstract OP-0196. 2. Barkham N, Keen HI, Coates L et al. Clinical and imaging efficacy of infliximab in HLA-B27positive patients with magnetic Resonance Imaging-determined early sacroiliitis. Arthritis ça). Infliximabe é um tratamen-

camento é bem tolerado e que a

to eficaz na sacroileíte precoce,

sua eficácia persiste por muito

com diminuição da atividade

tempo.

da doença. Este é o primeiro estudo comprovando a eficiência

Figura 4 - Espondilite anquilosante: le-

Conclusão

do infliximabe na redução da evidência clínica e radiológica

Os estudos demonstram que

da doença em pacientes com

infliximabe oferece um impor-

espondilite axial, empregando-

tante benefício através do blo-

se imagem de alta definição

queio do TNFα. Existem evi-

pela ressonância magnética.

dências que mostram sua eficá-

A rápida resposta ao medi-

cia terapêutica na artrite psoriá-

camento entre os pacientes que

sica e espondilite anquilosante.

não respondem adequadamente

O Dr. Emery adverte entretanto,

aos DMARDs, em apenas qua-

que, novos protocolos e estudos

tro semanas, foi outro ponto im-

são necessários para confirmar

portante apontado pelo estudo.

suas vantagens no tratamento

Ficou comprovado que o medi-

precoce dessas doenças.

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Rheum 2009;60(4):946-54.

sões em remissão e novas lesões observadas na ressonância magnética [2].

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Professor Dr. Iain B McInnes

Artrite Reumatóide: Percepção, Estratégias e Expectativas (RAISE Patient Needs Survey) Pacientes com tratamento biológico se informam melhor e têm mais exigências para diminuir o impacto na vida diária Professor de Medicina Experimental, Centro de Reumatologia, Universidade de Glasgow, Reino Unido

uem é o paciente? O

Q

Para o estudo RAISE foram se-

siva. Foram ainda, entrevistados

que ele pensa? Qual é

lecionados pacientes portadores

pacientes que já receberam trata-

o seu ponto de vista?

de AR que não haviam recebido

mento biológico.

Para obter respostas a estas per-

tratamento por biológicos; ou que

Participaram 586 pacientes

guntas e chegar ao perfil mais

tinham sintomas da doença ero-

com mais de 18 anos, de todos os

próximo de quem é, de fato, o atual portador de artrite reumatóide (AR), o Dr. Iain B. McInnes

Figura 1 - A idade média dos pacientes no início dos primeiros sintomas foi de 41

liderou o estudo RAISE Patients

anos. Em média, os pacientes foram diagnosticados três anos após o surgimento dos

Needs Survey nos países da Euro-

primeiros sintomas (RAISE Patients Needs Survey).

pa. A conclusão do estudo revelou dados preocupantes e alguns surpreendentes. Os entrevistados conversam pouco com seus médicos, têm a doença diagnosticada tardiamente e são mais exigentes em relação aos tratamentos.

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Figura 2 - 75% dos pacientes reportaram que o clínico geral foi o primeiro contato na

o Dr. McInnes, “pensem na última

hora das primeiras manifestações da doença. O tratamento está sendo realizado quase

pesquisa que você fez no Google.

exclusivamente por reumatologista, especialmente no caso de tratamento por biológicos (RAISE Patients Needs Survey).

Afinal, você ficou satisfeito com a qualidade de informação que encontrou?” Diante de tanta informação disponível na internet e em outros meios de comunicação, perguntou-se ao paciente sobre o que, de fato, ele conversa com o seu médico. Concluiu-se que muito pouco. Nas consultas, o médico limita-se a perguntar sobre sintomas e tra-

países europeus com diagnóstico

afirmado nos questionários que

tamentos, e poucos pacientes, de

de AR. Os pacientes naïve, no tra-

“toda informação vem dos médi-

acordo com Iain McInnes, “tem a

tamento por agentes biológicos,

cos”, o que ficou comprovado, de

oportunidade de conversar com

apresentavam AR de moderada

fato, é que a fonte de informação

o seu médico sobre o impacto da

a severa, com sinais de erosão e

mais popular entre os pacientes é

doença em suas vidas”.

DAS28 > 3,2. O grupo de pacien-

a internet, seguida da imprensa e

tes tratado por biológicos recebeu

da televisão. E numa escala muito

injeções por via subcutânea ou

inferior constavam as publicações

Para mais de 50% dos pacien-

endovenosa.

especializadas em saúde. Mas, diz

tes entrevistados a AR controla

A vida de volta

Foi perguntado aos pacientes quanto tempo se passou desde o início dos primeiros sintomas até

Figura 3 - Sintomas, tratamento e testes foram os itens mais discutidos durante as 2

a confirmação do diagnóstico. As

últimas consultas. O impacto da artrite reumatóide sobre as atividades foi o item mais

respostas foram desanimadoras:

comentado na vida diária (RAISE Patients Needs Survey).

em média, eles esperaram até três anos para o início do diagnóstico. Fontes de informação

O RAISE Patients Needs Sur-

vey procurou obter resposta também sobre quais eram as fontes de informação dos pacientes sobre AR. Embora muitos tenham

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Figura 4 - Antes do tratamento atual, os pacientes responderam que 1 em 3 dias é per-

com os medicamentos?”, surgi-

cebido como “bom”. Após o início do tratamento, entretanto, a proporção passa a ser

ram algumas das respostas mais

de 2 dias bons sobre 3, com resultados significativamente melhores em pacientes tratados por biológicos do que em pacientes naïve (71% vs. 61%) (RAISE Patients Needs

Survey).

contundentes do estudo; dentre elas: “Queremos que os medicamentos funcionem”; “Queremos que eles sejam fáceis de usar”; “Queremos que eles venham com instruções simples de entender”; “Queremos que as injeções sejam menos frequentes”. Concluindo, o estudo RAISE

Patients Needs Survey coloca em evidência os anseios dos pacientes que “querem sua vida de volta”, ter acesso a um tratamento medicamentoso fácil e eficaz, e, mais importante, quer as suas vidas – por melhor e mais

Quando perguntado aos pa-

esforçado que o médico seja.

cientes, “O que deveríamos fazer

maior interatividade com seu médico.

Com base nisto, acrescentaram que o medicamento “é a chave do controle da doença”. Uma paciente fez comentário “interessante e provocativo” no decorrer do estudo. Ela lembrou

Figura 5 - Eficácia e diminuição da frequência das injeções são as primeiras exigências dos pacientes na avaliação de um novo tratamento biológico. Entretanto, qualquer que seja o medicamento, simplicidade das instruções e do sistema de administração são itens importantes para estimular o uso, especialmente entre os pacientes naive (RAISE

Patients Needs Survey).

que há 10 anos utiliza a terapia biológica, acrescentando que os sistemas ainda usados para as injeções continuam “muito ruins”. O Dr.McInnes concorda e complementa que esses sistemas são de difícil uso, uma vez que 25% dos pacientes tratados por via cutânea não conseguem fazer auto-aplicação das injeções.

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Entrevista – Prof. Dr. Iain B McInnes

“O paciente deve ser envolvido em todas as decisões” - Qual a importância da opinião dos pacientes no diagnóstico

dos deveriam ocupar um lugar mais importante no agenda.

da artrite reumatóide? Por que? Iain B McInnes - O diagnóstico

- Quais são as diferenças en-

não é baseado na opinião do paciente, mas no preenchimento de critérios requeridos para estabelecer o diagnóstico de artrite reumatóide. Em breve, deverá também satisfazer critérios definidos pela EULAR e ACR. Entretanto, a opinião do paciente se torna crucial para a avaliação a longo prazo da evolução da doença e para definir objetivos realistas de tratamento.

tre os pacientes de há 10 anos atrás e os de hoje? Iain B McInnes - Os pacientes

de hoje são mais informados, dispõem de mais opções, e consequentemente são mais exigentes, o que é excelente porque podemos assim esperar mais resultados do que nunca no paciente com artrite reumatóide. - No que os agentes bioló-

- O Sr. acha que a relação médico-paciente muda ou muda-

gicos alteraram na conduta dos médicos?

rá graças à divulgação das infor-

Iain B McInnes - Não estou com

mações do estudo RAISE? Como?

certeza que eles mudam a conduta dos médicos. Entretanto, a chegada dos biológicos está renovando a atenção sobre os resultados clínicos, radiológicos e também funcionais. Isso existia antes dos biológicos e a reumatologia foi sempre uma disciplina médica atentiva e comprometida em resultados. Muitos de nós se especializaram antes dos

Iain B McInnes - A refocalização

das reflexões sobre as forças e fraquezas da interação atual entre o médico e o paciente, realizada em parte pelo estudo RAISE, será útil para garantir que a opinião dos pacientes continua receber a devida atenção. Alguns pontos que são importantes para o paciente e que são atualmente negligencia-

biológicos e procuraram obter os bons resultados que, agora, consideramos como realistas. - Qual a importância do paciente participar na decisão do tratamento? Por que? Iain B McInnes - É essencial que

o paciente seja envolvido em todas as decisões – o que é no centro de um bom relacionamento. Isso é necessário não apenas para conseguir bons resultados, mas também para controlar os parâmetros que podem ser negativos, como os efeitos adversos e as falhas dos tratamentos. Nesses casos, a participação do paciente é muito útil. - Qual a relevância dos agentes biológicos nesse novo contexto de tratamento? Iain B McInnes - Eles estão no

centro das terapias avançadas quando as DMARDs tradicionais falham, seu uso está crescendo no tratamento precoce da doença, com melhoria dos resultados e atraso na progressão da doença.

MG&A Comunicação • Tel: (11) 8115-3636 mg_a.com@uol.com.br, Editor: Dr. Jean-Louis Peytavin • Comercial: Mauricio Galvão Anderson • Direção-arte: Cristiana Ribas • O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu autor e não reflete, necessariamente o posionamento da Mantecorp, que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica. Direitos Reservados - Atlântica Editora ATMC Ltda - Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização do titular.

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Distribuição exclusiva a classe médica jul/2009 9662L


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