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FDI define princípios de atuação em período
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Mário Rui Araújo higienista oral, coordenador da Licenciatura em Higiene Oral da Escola Superior de Saúde de Portalegre e orador do XX congresso da APHO (reagendado para janeiro de 2021)
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Vamos ter argumentos para ajudar as pessoas a mudarem de atitude”
O higienista oral Mário Rui Araújo, com larga experiência no ensino, considera que a classe profissional que representa é um motivo de orgulho: tem dos maiores rácios de doutorados a nível mundial e uma forma de olhar para a saúde oral contemporânea, humanizada e altamente científica. Na opinião do coordenador da Licenciatura em Higiene Oral da Escola Superior de Saúde de Portalegre e professor convidado da Universidade de Copenhaga (Dinamarca), se os higienistas orais conseguirem ampliar a sua representação social, o seu papel assumirá cada vez maior relevância. O também orador do próximo congresso da Associação Portuguesa de Higienistas Orais – entretanto, reagendado para os dias 29 e 30 de janeiro de 2021 – antevê à MAXILLARIS que a crise global provocada pela pandemia de COVID-19 vai exigir um esforço coletivo, sério e ético, “para não deixarmos cair a saúde oral e os resultados que obtivemos ao longo destes anos”.
Em termos gerais, que importância assume nos dias de hoje a sua profissão?
Se calhar a profissão ainda não assume o papel que deveria ter, mas é uma pena, pois no panorama da saúde oral ter higienistas orais e médicos dentistas trabalhar em equipa é fundamental para a saúde oral dos pacientes. Não por uma questão dogmática, mas sim porque ambas as profissões se completam e em conjunto podem ajudar a beneficiar pacientes e profissionais. A importância da profissão vai depender muito dos seus profissionais, da forma como os próprios higienistas orais olham para o seu papel. O mercado está mais exigente, os pacientes estão mais exigentes, os higienistas orais se querem conseguir o seu espaço, têm de ir para além do básico, chegar onde os outros não chegam, ter a capacidade de fazer o que falta fazer em saúde oral: saber aproveitar as capacidades e o conhecimento tácito dos pacientes de forma a criar estratégias efetivas para ajudar a tratar e prevenir doenças orais, bem como promover e manter a saúde e os tratamentos. Cabe a todos nós, higienistas e médicos dentistas, estarmos atualizados, perceber que o mundo está a mudar e se nós não mudarmos, o mundo vai decidir quem é importante ou não. Ter uma visão geral e multinível da sua atuação, quer numa fase de pré-tratamentos como numa fase de pós-tratamentos. Se os higienistas orais conseguirem ampliar a sua representação social e saírem do lugar-comum, a importância será cada vez mais real e fundamental.